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III Seminário Linguagem e Identidades: múltiplos olhares 1 VARIAÇÃO DE PROPAROXÍTONAS: traços da identidade popular no falar maranhense 1 Arthur Pereira Santana 2 José de Ribamar Mendes Bezerra 3 Resumo: Análise da variação das proparoxítonas no Português popular maranhense. Utilizando os dados do Atlas Linguístico do Maranhão (Projeto ALiMA), este estudo, recorte de uma pesquisa mais ampla, apresenta uma análise dos fatores extralinguísticos e estruturais que motivam a variação de proparoxítonas no falar de 40 informantes do Estado. Analisa-se processos envolvidos na variação de proparoxítonas por meio dos resultados gerados pelo Programa computacional Varbrul, com o intuito de enriquecer o conhecimento a respeito da linguagem popular falada no Estado e, dessa forma, ajudar a traçar um perfil identitário do maranhense. Palavras-chave: Proparoxítonas. Português popular. Identidade. Abstract: Analyze of the phenomenon regarding to proparoxytones words on popular Portuguese from Maranhão. Using the database of Atlas Linguístico do Maranhão (Projeto ALiMA), this paper, delimitation of a wider research, presents an analyze of factors, extra linguistics and structural, that stimulates proparoxytones’ variation in 40 informers spoken language. It Analyzes processes related to proparoxytones variation based on Varbrul Software results, intending to enrich the knowledge of the popular language spoken in the State and, doing so, assist on developing an identity profile of Portuguese speakers in Maranhão. Keywords: Proparoxytones. Popular Portuguese. Identity. 1 Introdução Labov (1972), ao desenvolver a teoria da variação e da mudança,entende a língua como um fenômeno intrinsecamente heterogêneo, uma vez que as estruturas linguísticas não são autônomas; isto é, a teoria postula a existência de uma correlação entre usos e estruturas. Nessa perspectiva, as estruturas linguísticas são flexíveis e 1 Este estudo faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre as proparoxítonas no falar maranhense, fomentada pelo Fundo de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão FAPEMA, por meio de bolsa de iniciação científica. 2 Aluno do Curso de Letras da Universidade Federal do Maranhão, auxiliar de pesquisa do Projeto Atlas Linguístico do Maranhão ALiMA e bolsista de iniciação científica da FAPEMA. 3 Professor do Departamento de Letras da Universidade Federal do Maranhão e pesquisador do Projeto ALiMA.

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III Seminário Linguagem e Identidades: múltiplos olhares 1

VARIAÇÃO DE PROPAROXÍTONAS: traços da identidade popular

no falar maranhense1

Arthur Pereira Santana2

José de Ribamar Mendes Bezerra3

Resumo: Análise da variação das proparoxítonas no Português popular maranhense.

Utilizando os dados do Atlas Linguístico do Maranhão (Projeto ALiMA), este estudo,

recorte de uma pesquisa mais ampla, apresenta uma análise dos fatores extralinguísticos

e estruturais que motivam a variação de proparoxítonas no falar de 40 informantes do

Estado. Analisa-se processos envolvidos na variação de proparoxítonas por meio dos

resultados gerados pelo Programa computacional Varbrul, com o intuito de enriquecer o

conhecimento a respeito da linguagem popular falada no Estado e, dessa forma, ajudar a

traçar um perfil identitário do maranhense.

Palavras-chave: Proparoxítonas. Português popular. Identidade.

Abstract: Analyze of the phenomenon regarding to proparoxytones words on popular

Portuguese from Maranhão. Using the database of Atlas Linguístico do Maranhão

(Projeto ALiMA), this paper, delimitation of a wider research, presents an analyze of

factors, extra linguistics and structural, that stimulates proparoxytones’ variation in 40

informers spoken language. It Analyzes processes related to proparoxytones variation

based on Varbrul Software results, intending to enrich the knowledge of the popular

language spoken in the State and, doing so, assist on developing an identity profile of

Portuguese speakers in Maranhão.

Keywords: Proparoxytones. Popular Portuguese. Identity.

1 Introdução

Labov (1972), ao desenvolver a teoria da variação e da mudança,entende a

língua como um fenômeno intrinsecamente heterogêneo, uma vez que as estruturas

linguísticas não são autônomas; isto é, a teoria postula a existência de uma correlação

entre usos e estruturas. Nessa perspectiva, as estruturas linguísticas são flexíveis e

1 Este estudo faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre as proparoxítonas no falar maranhense,

fomentada pelo Fundo de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do

Maranhão – FAPEMA, por meio de bolsa de iniciação científica. 2Aluno do Curso de Letras da Universidade Federal do Maranhão, auxiliar de pesquisa do Projeto Atlas

Linguístico do Maranhão – ALiMA e bolsista de iniciação científica da FAPEMA. 3 Professor do Departamento de Letras da Universidade Federal do Maranhão e pesquisador do Projeto

ALiMA.

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dinâmicas porque os falantes agem e interagem em espaços/contextos –

geográficos, sociais e temáticos – concretos que têm reflexos em sua

produção (cf. CASTILHO, 2010).

Considerando, então, a questão das relações entre língua e sociedade, cabe à

Sociolinguística, área interdisciplinar da Linguística, investigar a variação, buscando

detectar seu grau de estabilidade ou de mutabilidade, além de distinguir as variáveis que

atuam positiva ou negativamente sobre as variantes em competição, a fim de prever o

comportamento regular e sistemático destas (cf. MOLLICA; BRAGA, 2003).

Assim, a Sociolinguística parte do pressuposto de que os usos linguísticos

alternativos – as variantes que configuram um fenômeno variável – não são aleatórios

nem caóticos, uma vez que a diversidade, materializada na variação, é constitutiva do

fenômeno linguístico e, portanto, condicionada por fatores de natureza interna

(estrutural) ou externa (social) à língua.

Com relação à realização de proparoxítonas – classe de palavras pouco

numerosa no léxico do português – como paroxítonas, itens mais comuns, devido ao

maior número de representantes na língua, Câmara Jr. (1976) observa que mesmo na

variante padrão há uma constante tendência a modificá-las, graças, entre outros

motivadores, às características estruturais da língua portuguesa.

Os fatores de cunho social, juntamente com os linguísticos, que influenciam a

síncope de proparoxítonas (relâmpago >relâmpo), fenômeno facilmente perceptível na

linguagem popular e alvo de diversos estudos (cf. AGUILERA, 1994; ARAGÃO, 2000,

dentre outros), também motivam outros fenômenos que ocorrem com esse tipo de

vocábulo, mas não afetam a posição da sílaba tônica, como em relâmpago >relâmpado.

Este trabalho, portanto, pretende descrever e analisar o comportamento dos

vocábulos proparoxítonos na linguagem popular maranhense, com base nos dados

coletados para a elaboração do Atlas Linguístico do Maranhão – Projeto ALiMA.

Buscamos, pois, com este estudo contribuir para o delineamento do perfil do

maranhense, no que concerne à sua identidade, identidade essa construída com a língua

e nela refletida.

2 Proparoxítonas: do latim ao português

Segundo Quednau (2002), a síncope de proparoxítonas, apesar de

extremamente estigmatizada, é um fenômeno notado desde o latim clássico e que é

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intensificado quando, na passagem para o latim vulgar, a língua latina se

torna uma língua que se caracteriza por apresentar pés de duração irregular,

fator que contribui para o aparecimento desse fenômeno. Ou seja, a síncope de

proparoxítonas é um fenômeno herdado do latim e perceptível em outras línguas, como

o grego clássico e o italiano.

Para a autora, em latim, existem três tipos de síncope: (i) síncope da vogal

postônica (apicula>apicla); (ii) síncope da consoante sonora entre vogais (mala >maa) e

(iii) síncope de oclusiva como primeiro membro de grupo consonântico (excepção>

exceção).

Por ser um fenômeno extremamente recorrente na linguagem popular, a

variação e a redução de proparoxítonas foram descritas em alguns dos primeiros estudos

brasileiros, no âmbito da linguística, sobre o português rural.

MARROQUIM (1996, p. 73) destaca que a síncope é um fenômeno comum

devido à “dificuldade de pronunciar o proparoxítono”. Para ilustrar, o autor destaca

vocábulos como porva, prinspee poliça(pólvora, príncipe e polícia, respectivamente).

Em 1986, Head publica um estudo que, além de apresentar algumas análises

sobre o fenômeno, abordando questões de natureza linguística e extralinguística, faz um

apanhado geral da literatura especializada até aquele momento. Entretanto, aponta a

necessidade de outros estudos sobre o fenômeno:

Faltam, porém, vários elementos necessários para uma compreensão

mais aprofundada dessa propriedade da linguagem popular: dados

mais extensos sobre diversas realizações dos mesmos vocábulos;

descrições das diferenças estruturais entre as formas populares (...)

descrição da distribuição geográfica das variantes; análise da

influência de fatores extralingüísticos; e o estudo da relação entre as

propriedades observadas em linguagem contemporânea e os processos

de evolução que caracterizam a história da língua. (HEAD, 1986, p.

39)

Com o objetivo de suprir as carências apontadas por Head, diversos estudos

atuais a respeito do fenômeno se debruçam sobre as características regionais da língua e

a influência desta na variação dos vocábulos.

Voltando-se para o português do Paraná, Aguilera (1994) e Castro (2001)

analisam a realidade das proparoxítonas no português falado na região Sul do País.

Após discussão dos dados, Castro (2001) responde ao anseio de Head (1986) e conclui

que o fator geográfico não se mostra definitivo na síncope de proparoxítonas. Aguilera

(1994), por sua vez, dialoga com os dados coletados pelo autor na década de 80,

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listando as conclusões semelhantes e díspares, descartando, por exemplo, a

influência das variáveis sexo e faixa etária no fenômeno de fuga das

proparoxítonas.

Acompanhando a tendência dos estudos atuais, Amaral (2002) faz um

levantamento dos vocábulos proparoxítonos no português e observa que das 120.000

entradas/lemas presentes no dicionário Aurélio, apenas 8.520 possuem tonicidade na

antepenúltima sílaba, evidenciando o porquê de Câmara Jr., na década de 70, afirmar

que os “esdrúxulos” são, no português, “um tanto marginais” (1976, p. 35).

Além disso, a autora ainda afirma que “a síncope em proparoxítonas é

previsível, ou seja, o falante tem consciência das regras fonotáticas da língua ao reduzir

sílabas, apagar segmentos ou inserir outros” (p. 102).

Diferentemente do que defende Amaral, Araujo (2007) defende que os processos

de redução obedecem a regras restritas, ou seja, os apagamentos são sensíveis ao

contexto, e não gerais como tem defendido a literatura especializada. Como veremos

adiante, nossos dados corroboram tal interpretação do fenômeno.

3 Metodologia

O corpus utilizado neste estudo compõe o banco de dados criado para a

elaboração do Atlas Linguístico do Maranhão, colhido por meio de inquéritos realizados

pelos pesquisadores do Projeto ALiMA.

Foi analisada a fala de 40 informantes, distribuídos igualmente pelos dois sexos

e com escolaridade até a 4ª série, provenientes igualitariamente de 10 municípios

maranhenses – São Luís, Pinheiro, Turiaçu, Imperatriz, Brejo, São João dos Patos,

Bacabal, Tuntum, Balsas e Alto Parnaíba – que fazem parte da rede de pontos do

ALiMA e que estão indicados na figura a seguir4.

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Figura 1 - Localidades Investigadas

Além disso, analisamos a fala de mais 4 informantes de São Luís com nível

superior completo, para que seja possível investigar a influência da variável

escolaridade na variação de proparoxítonas no Estado.

A análise estatística dos dados e a verificação de percentuais de ocorrência da

variação das proparoxítonas foram realizadas por meio da codificação dos dados e do

uso do pacote de programas VARBRUL.

Esse programa analisa as ocorrências descritas e, por meio da codificação de

dados anteriormente mencionada, cruza as variáveis, listando-as em ordem de

relevância para o aparecimento do fenômeno, valendo-se de pesos relativos.

Dessa forma, acreditamos ser possível alcançar conclusões seguras a respeito

dos aspectos linguísticos e extralinguísticos que influenciam o aparecimento ou não do

fenômeno em questão e que nos possibilitam conhecer melhor traços identitários do

maranhense.

4. A variação de proparoxítonas no português popular maranhense

A variação dos vocábulos proparoxítonos pode ser sensível ou não ao acento. Ou seja,

em nossas análises podemos classificar tais vocábulos de três formas distintas, levando em

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consideração a questão acentual: proparoxítonas, sem variação da norma culta;

variante proparoxítona, vocábulos que, apesar da variação, mantêm a sílaba

tônica; e variante paroxítona, resultado de um processo de redução.

Como atesta Amaral (2004), alguns contextos fonético-fonológicos favorecem

o processo de redução de proparoxítonas. Em seu estudo, ao analisar o contexto

fonológico seguinte dos vocábulos de sua amostragem, a autora constatou que as

líquidas são as principais responsáveis pelo apagamento da vogal postônica não-final, já

que favorecem, no português, o surgimento de ataque complexo, como é o caso de

e .

A síncope, apesar de mais frequente, não é o único fenômeno que leva à

redução de proparoxítonas. Em nossa amostragem, a apócope pode ser observada nas

realizações listadas a seguir:

- apócope da oclusiva /d/ e da vogal seguinte;

- apócope da oclusiva /d/ e da vogal seguinte;

- apócope da tepe e da vogal seguinte.

Percebemos, ainda, em nossos dados, outras formas de fuga de itens

proparoxítonos por meio da utilização de outros vocábulos que apresentam a mesma

carga semântica que o proparoxítono, mas sem que a acentuação recaia sobre a

antepenúltima sílaba (relâmpago ~ corisco) ou, ainda, o deslocamento do acento para a

sílaba seguinte (vômito > vomito5).

Nossa amostra, entretanto, não possibilita que percebamos casos, como os

descritos por Aragão (2000), de queda da vogal tônica (espírito >espríto), o que nos leva

a crer que esse seja um fenômeno restrito a ambientes estruturais muitos particulares e,

portanto, pouco recorrente na linguagem popular.

Focaremos,portanto,nossa análise de maneira mais específica, como

mencionado anteriormente, na síncope de proparoxítonas.

Sendo a síncope nossa regra de aplicação, codificamos, ainda, nossa regra

variável da seguinte forma: síncope (Y) e não-síncope (Z). Reiteramos, portanto, que,

apesar de em nossa amostra haver 21 casos de redução de proparoxítona por meio de

apócope, não analisaremos tal fenômeno, tendo em vista que o classificamos como não

síncope.

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Dessa forma, depois de codificadas, todas as realizações foram

submetidas às análises do VARBRUL.Assim, de um total de 559 realizações,

120 apresentaram o fenômeno da síncope em proparoxítonas. O programa, por sua vez,

classificou como relevante os fatores listados a seguir, em ordem de importância.

Traço de articulação da vogal;

Contexto fonológico precedente;

Contexto fonológico seguinte;

Extensão da palavra;

Localidade.

O fator escolaridade, como mencionado anteriormente, foi analisado

separadamente dos demais e também se mostrou relevante.

Como não-relevantes foram listados:

Peso da sílaba;

Faixa etária;

Sexo.

4.1 Traço de articulação da vogal

O programa selecionou como fator de maior relevância para o aparecimento de

síncope em proparoxítonas o traço de articulação da vogal. Sabemos, pois, que os sons

vocálicos são aqueles cuja passagem de ar pelo trato vocálico não sofre qualquer fricção

ou interrupção (cf. SILVA, 2009). Dessa forma, o que os difere são, no momento da

articulação do som, a posição da língua e o arredondamento maior ou menor dos lábios.

Vogais labiais são as vogais que, para serem articuladas, necessitam de maior

arredondamento dos lábios. Sendo assim, classificamos dessa forma /u/ e /o/. Sons

dorsais, por sua vez, “são os sons articulados com a parte de trás do dorso da língua”

(SILVA, 2011, p. 96). Com relação às vogais, classificamos como dorsal o /a/.

Finalmente, sons coronais são aqueles articulados com o elevamento do dorso

ou da ponta da língua, acima do “ponto neutro”. Entre os segmentos vogais,

classificamos dessa forma /e/ e /i/.

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Nossos resultados demonstram que as vogais labiais são as que mais

favorecem a síncope. Dentre os vocábulos cuja vogal a sofrer síncope é a

labial, temos: fósforo, árvore, abóbora, pólvora, clavícula, elétrico e rótula. Os

resultados propostos pelo programa e a análise de nosso universo de realizações nos

possibilitam observar que, a exceção de elétrico, todos os outros vocábulos, após

apagamento da vogal pós-tônica não final, possibilitam o surgimento de um ataque

complexo, ou seja, possuem um ambiente propício para a supressão de um segmento em

seu interior.

Além disso, o próprio fato de as vogais em questão possuírem articulação mais

alta que as demais favorece o processo de assimilação, pelo qual a vogal é sincopada

propiciando o onset.

Embora menos relevante que as labiais, as coronais também foram

selecionadas como relevantes pelo VARBRUL. É interessante observar, entretanto, que

as características articulatórias das coronais muitos se assemelham com as das labiais,

possibilitando, assim, um ambiente que favorece o apagamento destas.

A vogal dorsal, por sua vez, não se mostra relevante. Pelo contrário,

acreditamos que chega a inibir, em alguns casos, a síncope. Fígado ilustra tal afirmação,

já que o apagamento da vogal pós-tônica /a/ impossibilitará, para os padrões do

português, a realização do vocábulo. A estratégia usada pelo falante que busca a

redução de proparoxítona é, nesse caso, o apagamento da sílaba final – /figa/ –ou o

apagamento, concomitante, da vogal pós-tônica não-final e da consoante seguinte:

/figo/.

4.2 Contexto fonológico precedente

O segundo fator escolhido pelo programa em ordem de relevância foi o

contexto fonológico precedente, ou seja, o ambiente que é ocupado pelos fonemas que

ocorrem antes da vogal a ser apagada.

Dessa forma, as análises estatísticas mostraram que são as alveolares as que

mais favorecem o apagamento da vogal pós-tônica não-final.

FRANÇA (2009, p. 176) ressalta a importância dessa variável, ao afirmar que:

(...) após a queda da vogal, o fonema que sobrará (quanto consoante)

formará uma nova sílaba com o fonema da sílaba seguinte: chácara >

chacra, árvore >arvre, abóbora >abóbra, ou seja, ao apagar a vogal

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postônica não-final, o falante forma uma sílaba obedecendo aos padrões silábicos de

sua língua.

Dessa forma, percebemos que são as alveolares que melhor favorecem a

formação de nova sílaba após o apagamento da vogal sincopada. Nosso universo de

realizações ratifica a ideia de França (2009), tendo em vista o alto número de

realizações de observados.

Nesse caso, a sibilante anterior à vogal pós-tônica, após ser apagada, passa a

forma uma coda bem formada, ligando-se à sílaba anterior.

ARAÚJO (2007, p. 46) descreve realizações como essas da seguinte forma:

A sílaba postônica não final é formada por uma consoante e uma

vogal [i], sendo que a consoante é uma realização das consoantes

contínuas coronais /s, z/. Nesse caso, a vogal pode ser apagada,

ocorrendo espalhamento do traço [voz] para o onset da sílaba

seguinte.

É válido ressaltar, entretanto, que, apesar de nossos dados não corroborarem tal

afirmação, todas as vezes que uma oclusiva ou fricativa labial precedem uma soante não

nasal, há formação de onset e, dessa forma, há ambiente propício para o apagamento da

vogal presente entre tais vocábulos.

4.3 Contexto fonológico seguinte

Nossos dados levaram a análise estatística feita pelo programa a selecionar a

variável contexto fonológico seguinte como a terceira mais relevante, diferentemente do

que ocorre com as pesquisas de Amaral (1999) e Lima (2008), que tiveram a mesma

variável como a primeira a ser escolhida.

Por conta dos vocábulos proparoxítonos encontrados no banco de dados do

Projeto ALiMA, dividimos este fator em oclusiva, líquida lateral e líquida vibrante.

Fósforo, árvore, úbere, abóbora, pólvora, útero, número e elétrico, alvos de

nosso estudo, são alguns dos vocábulos obtidos nas respostas dadas aos questionários

aplicados pelo ALiMA. A listagem desses vocábulos nos permite evidenciar, mais uma

vez, o que afirma LIMA (2008, p. 92) em seu estudo:

(...) no português brasileiro, uma estrutura silábica formada por ataque

complexo terá na segunda posição do ataque uma líquida lateral /l/ ou

uma líquida vibrante / /. Dessa forma, as palavras, que apresentam

uma líquida na sílaba que segue a postônica, possibilitam o

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apagamento da vogal, favorecendo a síncope. (...) Esse resultado comprova que o

apagamento da vogal postônica em palavras proparoxítonas só é permitido se, no

processo de ressilabação, a consoante flutuante for incorporada à sílaba seguinte,

formando uma nova estrutura silábica permitida na língua.

Tal fato, portanto, esclarece a razão pela qual /fosfro/, /arvri/ e /abobra/ são tão

recorrentes em nossa amostra, já que conseguem acumular diversos fatores selecionados

pelo programa como condicionantes para a síncope em proparoxítonas, relevando o

quão propício são esses contextos para o aparecimento do fenômeno.

4.4 Extensão da palavra

A análise estatística feita levou o Programa a selecionar a extensão da palavra

como condicionante para a síncope. Entretanto, não acreditamos que tal fator seja um

dos maiores condicionadores do fenômeno.

Assim como a recorrência, o peso relativo do fator trissílabos apresentou-se

muito próximo ao ponto neutro (0,563). Além disso, o fato de possuirmos relativamente

poucos casos de vocábulos polissílabos em nossa amostragem que sejam

proparoxítonas, não nos permite afirmar com segurança que tal fator seja,

verdadeiramente, relevante.

Além disso, estudos como o de Amaral (1999), Lima (2008) e França (2009)

não apontam esse fator como relevante para o fenômeno da síncope. FRANÇA (2009,

p. 180) chega a afirmar que “isso demonstra que a síncope não é fruto decorrente

diretamente do fato de as palavras estudadas terem três ou mais sílabas, ou em outras

palavras, que o fator extensão não é fundamental para que o apagamento ocorra”.

4.5 Localidade

A variável diatópica (e suas implicações de ordem social, econômica e cultural)

influencia a variação linguística e pode ser considerada como um dos diversos fatores

que atua na mudança de uma língua.

Para Bortoni-Ricardo (2004), o contínuo da urbanização é responsável por

severas transformações não somente na língua, mas, principalmente, na relação que os

indivíduos inseridos em uma comunidade têm com ela e com as variações nela

presentes. Sobre essa relação, a autora observa que

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Enquanto os falantes rurais ficavam muito isolados pelas dificuldades geográficas

de acesso, como rios e montanhas, e pela falta de meios de comunicação, as

comunidades urbanas sofriam a influência de agências padronizadoras da língua,

como a imprensa, as obras literárias e, principalmente, a escola.

(BORTONI-RICARDO, 2004, p. 52).

Dessa forma, nossos dados levaram o VARBRUL a selecionar a variável

localidade como relevante para o surgimento da síncope, destacando-se nesse contexto o

município de Tuntum como a localidade que apresentou o maior número de realizações

do fenômeno.

Como todos os informantes analisados para o estudo da influência do fator

geográfico possuem o mesmo nível de escolaridade, ensino fundamental incompleto

variando somente a localidade, percebemos que em São Luís o contato com as variantes

de maior prestígio, além de influenciar no falar dos indivíduos, torna as formas não-

padrão ainda mais estigmatizadas, forçando os falantes não somente a se policiarem,

mas também a almejarem a capacidade de ser usuários da variante culta.

Sobre o fato de o processo de redução de proparoxítonas no português ser

característico apenas do falar rural, Aguilera (1994, p. 812) aponta que:

(...) todas as demais variantes dos outros vocábulos não apresentam

uma correlação entre uma forma específica e sua distribuição

diatópica. Este fato corrobora a hipótese de que o fator geográfico não

é determinante da frequência de uso de proparoxítonas ou paroxítonas.

Tal hipótese ainda é reforçada com o fato de este processo ser percebido no

Brasil em sua totalidade, tanto em áreas rurais e urbanas. O Programa, por exemplo,

apontou a segunda maior cidade do Estado – Imperatriz – como relevante para o

aparecimento de síncope.

Esta realidade nos levou a investigar mais a fundo o caso do município, já que os

traços de urbanidade, aparentemente, ainda não produziram efeitos na língua.

Percebemos, assim, que os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação

Básica – IDEB evidenciam que o município não avançou no que diz respeito ao

desenvolvimento educacional: em 2005, 2007 e 2009, o município obteve o índice de

3,6, inferior, por exemplo, ao do município de Balsas, que ocupa a terceira posição no

ranking dos municípios maranhenses, tendo como parâmetro o PIB7.

Tal fato nos possibilita observar de maneira mais clara como as variáveis

linguísticas e extralinguísticas não operam de modo autônomo, e sim exercem

influência umas sobre as outras constantemente, já que é impossível analisar a questão

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da localidade, por exemplo, sem levar em consideração a variável

escolaridade, enfocada no tópico seguinte.

4.6 Escolaridade

Como já apontamos anteriormente, para que pudéssemos analisar a influência

da escolaridade na realização do fenômeno, foi necessário utilizar inquéritos realizados

com informantes que possuem curso superior completo.

Dessa forma, as rodadas feitas pelo VARBRUL com os dados codificados de

informantes do município de São Luís, dos dois níveis de escolaridade de que dispomos,

e que foram previamente descritos, apresentou com resultado um nocaute8. Em outras

palavras, o programa observou que, entre os informantes de São Luís com nível superior

completo, não houve qualquer caso de síncope da vogal pós-tônica não-final em

proparoxítonas, ou seja, não houve variação, daí o nocaute.

Isso nos leva a concluir, portanto, que a variável escolaridade é relevante para

o aparecimento do fenômeno, já que indivíduos com maior escolaridade, como mostram

nossos dados, tendem a não reduzir as proparoxítonas. Os informantes de São Luís com

nível de escolaridade fundamental incompleto, por sua vez, apresentaram casos de

síncope, ainda que em número reduzido, por conta das pressões de agências

padronizadoras e da influência do fluxo de urbanização presente na capital.

Fica claro, portanto, a influência da escolaridade nos processos de variação de

proparoxítonas. O mesmo resultado é encontrado por Aguilera (1994) e Castro (2001),

em suas respectivas pesquisas sobre o falar paranaense, e por Aragão (2000), em seu

estudo sobre o falar de Fortaleza. Aguilera (1995, p. 818) ainda afirma que

Dos fatores extralinguísticos testados, o grau de escolaridade tem uma

ampla influência na escolha entre realizações proparoxítonas e

paroxítonas, comprovado pela preferência de 62% dos escolarizados

por formas proparoxítonas e 64% dos não escolarizados pelas

paroxítonas.

É interessante observar ainda que, além da clara influência da escolaridade dos

indivíduos na redução ou variação de proparoxítonas, este fator exerce forte influência

sobre outros motivadores sociolinguísticos.

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III Seminário Linguagem e Identidades: múltiplos olhares 13

5 Considerações Finais

Dentre os diversos fatores que colaboram para o aparecimento da síncope, além

do caráter erudito, da maioria, das proparoxítonas e da herança recebida do latim pelo

português, podemos destacar a própria estrutura da língua portuguesa como propicia

para a redução. Após a análise estatística e a revisão da literatura especializada, listamos

como fatores linguísticos relevantes o traço de articulação da vogal, o contexto

fonológico precedente o contexto fonológico seguinte.

Em relação aos fatores extralinguísticos, nossos dados ratificam os resultados

de estudos realizados em diferentes localidades do País: a grande influência da variável

escolaridade na variação das proparoxítonas.

Ainda com relação aos fatores extralinguísticos, sociais e geográficos,

observamos que estes não exercem influência sobre a língua, separadamente. Ao

contrário, influenciam-se mutuamente e, para que os estudos que levem em

consideração esses fatores possam alcançar conclusões coerentes com a realidade, é

necessário que as análises considerem sempre essa característica.

Já que a língua – no uso e pelo uso que dela faz o indivíduo – se constitui como

um fator de identidade cultural, ao contribuir para que o indivíduo se reconheça a si

próprio e seja reconhecido pelo outro (cf. Mateus, 2006), um estudo como o ora

proposto, que cruza o linguístico com o social, concorre decisivamente para o

conhecimento da identidade do sujeito falante de uma determinada língua.

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Notas

4. A realização da pesquisa em Tuntum foi financiada pelo CNPq, processo no 401119/2009-2, bem

como a de Imperatriz e Balsas, processo no 402408/2006-3.

5. Vomito () foi dado como resposta por vários informantes para a pergunta: “O que

alguém põe para fora, pela boca, quando está passando mal?” (QFF, pergunta 127).

6. A disposição dos municípios na tabela é ordenada pela numeração dada durante a codificação das

localidades.

7. Segundo informações do Governo do Estado do Maranhão, divulgadas no site

http://www.gabmilitar.ma.gov.br/pagina.php?IdPagina=2055

8. Nome dado pelo programa quando o fenômeno analisado não apresenta variação e por isso não pode

ser analisado estatisticamente, necessitando ser eliminado.