Igreja Católica - Revista · PDF filee uma proposta de um som moderno em mente,...

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102 www.backstage.com.br SOM NAS IGREJAS Apesar de a equipe técnica conhecer o sistema Bose por intermédio de outras igrejas e, principalmente, por o Vaticano utilizar esse modelo de P.A. para sonorizar a Capela Sistina, o padre Lourival precisava ter certeza se este sistema seria o ideal para a proposta da igreja, que possui uma estrutura mais moderna em relação às construções de igrejas católicas mais tradicionais. Karyne Lins [email protected] Igreja Católica Q Nossa Senhora de Fátima uando se tem uma referência de boa sonorização, fica bem mais fá- cil visualizar as possibilidades de obter os mesmos resultados para sua pró- pria igreja. Foi com essa filosofia que a equipe da igreja católica do município de Telêmaco Borba, que fica a cerca de 250 km de Curitiba (PR), com capacidade para quatro mil pessoas, entrou em contato com o consultor técnico Macgyver interes- sada no sistema de sonorização da Bose. As pesquisas feitas pelo padre e pelo en- genheiro elétrico Ricardo Rossi mos- traram que muitas igrejas, em várias localidades do Bra- sil e com diferentes estilos, instalaram o sistema Bose, po- rém, a igreja ainda tinha muitas dúvi- das sobre a funcio- nalidade e as con- figurações desse sistema. “Um pon- to positivo nas ne- gociações do novo projeto de sono- rização foi o fato de todos os envolvidos com a igreja saberem o que eles queri- am e o que a igreja precisava, e ainda procurar os representantes para saber os mínimos detalhes do sistema”, res- saltou Macgyver. Tirando as dúvidas em relação ao sistema Com as referências do sistema na mão e uma proposta de um som moderno em mente, após o contato com o consultor o primeiro passo foi enviar fotos da igreja mostrando todos os detalhes, para que a equipe de consultoria e os técnicos tives- sem todos os dados e informações da igreja. A partir daí, sabendo as dimensões do local, foi feito o projeto. “Recebemos a planta do sistema com- pleto e o orçamento via e-mail para que fosse analisado por nós e ver se realmente o projeto podia atender às nossas necessi- dades. Por isso, antes de fecharmos con- trato convidamos a equipe de con- sultoria para ne- gociarmos pesso- almente aqui no Paraná e não dei- xar ninguém com dúvidas. Apesar de estarmos todos interessados, sabí- amos que, depen- dendo da entrevis- ta, se o resultado não fosse satisfatório não faríamos a exe- cução do projeto”, disse Rossi. Na reunião, os responsáveis pela Fotos: Divulgação

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SOM NAS IGREJAS

Apesar de a equipe técnica conhecer o sistema Bose por intermédio deoutras igrejas e, principalmente, por o Vaticano utilizar esse modelo deP.A. para sonorizar a Capela Sistina, o padre Lourival precisava ter certezase este sistema seria o ideal para a proposta da igreja, que possui umaestrutura mais moderna em relação às construções de igrejas católicasmais tradicionais.

Karyne [email protected]

Igreja Católica

Q

Nossa Senhora de Fátima

uando se tem uma referência de

boa sonorização, fica bem mais fá-

cil visualizar as possibilidades de

obter os mesmos resultados para sua pró-

pria igreja. Foi com essa filosofia que a

equipe da igreja católica do município

de Telêmaco Borba, que fica a cerca de

250 km de Curitiba (PR), com capacidade

para quatro mil pessoas, entrou em contato

com o consultor técnico Macgyver interes-

sada no sistema de sonorização da Bose.

As pesquisas feitas pelo padre e pelo en-

genheiro elétrico

Ricardo Rossi mos-

traram que muitas

igrejas, em várias

localidades do Bra-

sil e com diferentes

estilos, instalaram

o sistema Bose, po-

rém, a igreja ainda

tinha muitas dúvi-

das sobre a funcio-

nalidade e as con-

figurações desse

sistema. “Um pon-

to positivo nas ne-

gociações do novo

projeto de sono-

rização foi o fato de todos os envolvidos

com a igreja saberem o que eles queri-

am e o que a igreja precisava, e ainda

procurar os representantes para saber

os mínimos detalhes do sistema”, res-

saltou Macgyver.

Tirando as dúvidasem relação ao sistemaCom as referências do sistema na mão

e uma proposta de um som moderno em

mente, após o contato com o consultor o

primeiro passo foi enviar fotos da igreja

mostrando todos os detalhes, para que a

equipe de consultoria e os técnicos tives-

sem todos os dados e informações da

igreja. A partir daí, sabendo as dimensões

do local, foi feito o projeto.

“Recebemos a planta do sistema com-

pleto e o orçamento via e-mail para que

fosse analisado por nós e ver se realmente

o projeto podia atender às nossas necessi-

dades. Por isso, antes de fecharmos con-

trato convidamos a equipe de con-

sultoria para ne-

gociarmos pesso-

almente aqui no

Paraná e não dei-

xar ninguém com

dúvidas. Apesar

de estarmos todos

interessados, sabí-

amos que, depen-

dendo da entrevis-

ta, se o resultado

não fosse satisfatório

não faríamos a exe-

cução do projeto”,

disse Rossi.

Na reunião, os

responsáveis pela

Fo

tos: D

ivu

lgação

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coordenação de cada setor da igreja, como

técnicos, administradores, financeiro (todos

voluntários) e o padre participaram de todas

as negociações e compartilharam de suges-

tões e idéias. De acordo com Magyver, após

a reunião, a equipe da igreja já podia

visualizar o projeto e fechou contrato para o

serviço. “O importante era não cometer

qualquer tipo de erro, porque era um inves-

timento grande, com recursos de doações

para a igreja”, complementou Magyver.

Iniciando a execuçãodo projetoA planta final foi elaborada a partir de

um programa da Bose, que define a dis-

persão sonora no local, o posicionamento

e a quantidade de caixas necessárias.

Nesse momento, a equipe técnica se viu

frente a um problema. A igreja tem um for-

mato de nave diferente das construções

de igrejas católicas mais tradicionais (por

ser um prédio não tão antigo na cidade).

Além de todas as laterais da igreja e o

fundo serem de vidro, todo o piso é de

granito e os bancos são recortados acom-

panhando o piso. Se fosse instalada a

MA12, prevista na planta, haveria dois

pontos de colocação de som: na frente

do altar, o delay na metade da igreja e

mais caixas voltadas para as pessoas que

sentam nas laterais. Isso prejudicaria

todo o visual da igreja e impossibilitou a

utilização das caixas MA12 embutidas

As caixas MA 802 de delay também foram pintadas

na cor branca para acompanhar a cor do tetoOs bancos são recortados acompanhando o piso,devido ao formato da nave do templo

Sistema de P.A. e as mudanças no palco paracomplementar as orientações do projeto

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nas paredes ou em tripés. Imediatamen-

te, fizeram uma nova planta baseada em

um sistema fly.

Aprovado o uso do fly, foi necessário

mudar o modelo das caixas para o MA

802, que são menores em relação às

MA12. Estas foram pintadas na cor bran-

ca para acompanhar a cor do teto e são

praticamente imperceptíveis. Foram co-

locadas em três pontos na frente do altar

fazendo L&R, Center e delay. Em rela-

ção aos subgraves, são duas caixas mode-

lo MB 24 posicionadas em pontos dife-

rentes no canto do altar. Essas mudanças

foram pensadas tanto na questão estéti-

ca como na de acústica e dispersão sono-

ra. “A princípio, a equipe da igreja questi-

onou a mudança de posicionamento das

caixas, mas depois que explicamos por

que houve essa necessidade de mudan-

ça foi liberado colocar as caixas no teto,

para montar o fly. Toda essa preocupação

foi muito saudável, pois desde o início o

objetivo era ter um sistema compatível

com a visão e a proposta da igreja e qual-

quer alteração deveria ser comunicada”,

disse Nailton.

O programa da Bose forneceu dados

necessários para essa modificação defi-

nindo a distância de um fly para outro e

como deveriam ser instalados sem sofrer

no futuro algum tipo de mudança, já que

a igreja planeja colocar um vitral atrás do

altar. “As caixas ficam presas o mais rente

possível ao teto, com uma inclinação que

o programa nos deu para atingir a todos

os pontos da nave e mesmo após as obras

no altar isso não vai influenciar na acústi-

ca atual”, explicou Magayver.

Nailton, técnico responsável pelo alinha-

mento do P.A., lembrou que, apesar de estar

com o projeto na mão, utilizou também o

Ultra Curve, da Berhinger, que mostrou os

parâmetros para fazer a equalização.

PalcoAlém de ser mais comum a utilização

de voz e teclado, a igreja possui uma banda

com toda a estrutura de back line, que se

apresenta na reunião de jovens e, para eles,

a nova sonorização foi fundamental, por-

que é um projeto moderno e atendeu às

expectativas dos músicos. A monitoração

de caixas do palco foi trocada por um novo

sistema onde todos os membros do coral e

músicos usam monitoração in-ear, que

consiste em um Power Play da Berhinger e

Porta Pró da Koss.

Quando Ricardo Rossi ajudou a igreja

a pesquisar sobre o sistema de som, um

item muito importante levado em consi-

deração foi ter tudo o que a igreja podia

comprar em termos de novidades tecno-

lógicas. E a escolha da mesa sofreu essa

influência. A princípio, cogitaram a com-

pra de uma digital, porém, de acordo com

a visão da igreja, não seria viável. A expli-

cação é porque grande parte dos técnicos,

que eram voluntários, estava em fase de

treinamento e uma digital nessa situação

não atenderia à parte operacional.

A opção foi por uma Yamaha MG32/14

analógica, que é usada para palco e P.A. e,

segundo Nailton, ficou dentro da expec-

tativa da igreja porque também possui a

quantidade de vias auxiliares necessárias

para as mandadas de fone para o ministé-

rio de música. A house mix ficou distante

do local ideal para o técnico, por isso, Rossi

pediu duas caixas de monitor MP100

Attack para referência do que é mixado.

Como já mencionado anteriormente,

parte da equipe de música e os técnicos vo-

luntários receberam treinamento para ope-

rar o novo sistema e, de acordo com Nailton,

desde a inauguração em dezembro os vo-

luntários têm levado a sério esta missão de

deixar a igreja com um som agradável, e isso

por meio de mais informações além daquilo

que foi passado na época do treinamento.

Ao final do trabalho, o padre e os mem-

bros ficaram muito satisfeitos com o resul-

tado. “No dia da inauguração, todos os

membros perceberam a diferença e se

sentiram muito mais confortáveis com um

som uniforme, onde a voz é escutada em

todo o ambiente”, disse o padre.

Lista de Equipamentos

8 caixas para P.A. Bose MA 802

2 caixas para subgrave Bose MB24

1 processador Bose Parany

1 amplificador de potência Studio R Z 2400

1 amplificador de potência Studio R Z4

2 Studio R Z 1600

Mesa Yamaha MG32/14FX

Equalizador Berhinger 6200 FBQ

Ultra Curve Berhinger

Processadores e efeitos spx Yamaha

2 caixas de monitor MP100 Attack

(para o técnico na house mix)

Equipe técnica

Ricardo Rossi (igreja), Macgyver,

Nailton, Dickson e Márcio.

Subgraves MB 24, posicionados em pontos

diferentes no canto do altar

Periféricos e amplificadores da linha Studio Rutilizados nos sistemas de palco e P.A.