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IDRHA – INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL E HIDRÁULICA PROJECTO DE EMPARCELAMENTO DO PERÍMETRO DO BOLÃO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL VOLUME 2 – RESUMO NÃO TÉCNICO
IDRHa INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL E HIDRÁULICA
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL
PROJECTO DE EMPARCELAMENTO DO PERÍMETRO DO BOLÃO
VOLUME 2 – RESUMO NÃO TÉCNICO
T326.1.2
JANEIRO, 2005
T32612-RNT-R0.DOC
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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL E HIDRÁULICA
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL
PROJECTO DE EMPARCELAMENTO DO PERÍMETRO DO BOLÃO
VOLUME 2 – RESUMO NÃO TÉCNICO
T326.1.2
JANEIRO, 2005
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IDRHA – INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL E HIDRÁULICA PROJECTO DE EMPARCELAMENTO DO PERÍMETRO DO BOLÃO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL VOLUME 2 – RESUMO NÃO TÉCNICO
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL E HIDRÁULICA
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL
PROJECTO DE EMPARCELAMENTO DO PERÍMETRO DO BOLÃO
VOLUME 2 – RESUMO NÃO TÉCNICO
T326.1.2
ESTRUTURA DE VOLUMES
O Estudo de Impacte Ambiental do projecto de Emparcelamento do Perímetro do Bolão inclui os
seguintes volumes:
Volume 1 – Relatório;
Volume 2 – Resumo Não Técnico.
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IDRHA – INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL E HIDRÁULICA PROJECTO DE EMPARCELAMENTO DO PERÍMETRO DO BOLÃO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL VOLUME 2 – RESUMO NÃO TÉCNICO
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL E HIDRÁULICA
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL
PROJECTO DE EMPARCELAMENTO DO PERÍMETRO DO BOLÃO
VOLUME 2 – RESUMO NÃO TÉCNICO
T326.1.2
EQUIPA TÉCNICA
Colaboraram na elaboração do presente Estudo de Impacte Ambiental os seguintes técnicos:
Técnicos Especialidade Área
Lígia Pereira Mendes
Marta Costa
Maria João Pedreira
Áurea Rico
Paulo Oliveira
Gonçalo Nunes
Francisco Álvares
Eduardo Santos
Ana Teresa Cândido
João Carlos Caninas
Alexandre Canha
Armando Sabrosa
Engenharia do Ambiente
Engenharia do Ambiente
Engenharia Biofísica
Engenharia do Ambiente
Engenharia Agronómica
Engenharia Agronómica
Biologia
Biologia
Biologia
Arqueologia
Arqueologia
Arqueologia
Coordenação Geral
Apoio à Coordenação Geral; Ambiente (Ar, Água e Ruído)
Caracterização Biofísica; Flora
Socioeconomia; Ordenamento do Território
Recursos Hídricos
Solos; Ocupação do Solo
Fauna
Fauna
Fauna
Património Arqueológico, Arquitectónico e Etnológico
Património Arqueológico, Arquitectónico e Etnológico
Património Arqueológico, Arquitectónico e Etnológico
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NOTA INTRODUTÓRIA
O Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidráulica (IDRHa), organismo do Ministério da Agricultura,
Desenvolvimento Rural e Pescas pretende implementar o projecto de emparcelamento rural do
perímetro do Bolão situado no Vale do Baixo Mondego, no concelho de Coimbra.
O projecto de emparcelamento do perímetro do Bolão insere-se no Projecto Hidroagrícola do Baixo
Mondego, do qual fazem parte, para além do Bolão, outros 18 perímetros (Blocos Hidráulicos), e
consiste basicamente na reorganização da estrutura predial existente no perímetro, e na implantação
de infra-estruturas secundárias de rega, de drenagem e rede viária que permitam uma exploração
agrícola eficiente no perímetro.
O projecto em análise não se localiza em nenhuma “área sensível” de acordo com o conceito
definido no artigo 2º do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, nomeadamente áreas protegidas ou
Sítios propostos para integrar a Rede Natura 2000.
Face às suas características, nomeadamente dimensão e enquadramento em áreas com estatuto
de protecção, de acordo com a legislação em vigor, nomeadamente, o Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3
de Maio, relativo à avaliação dos impactes ambientais de projectos públicos e privados no ambiente, o
projecto individual do Bloco do Bolão não tem que ser sujeito a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA).
Efectivamente, não se localizando em área sensível, este projecto de emparcelamento rural com infra-
estrutura para regadio, só deveria ser sujeito a AIA caso apresentasse uma área superior ou igual a
350 ha.
No entanto, uma vez que este perímetro está integrado na área abrangida pelo Projecto
Hidroagrícola do Baixo Mondego, onde já foram executados projectos de emparcelamento em 7
blocos hidráulicos com uma área de 4662 ha, prevendo-se a execução de emparcelamento em
6540 ha, divididos em 10 blocos hidráulicos (Perímetros) com áreas semelhantes ou superiores à do
Bolão, funcionando como unidades sujeitas a projectos e intervenções no terreno independentes e
desfasadas no tempo. Optou-se pela realização da Avaliação de Impacte Ambiental, perímetro a
perímetro, em vez de uma avaliação global e conjunta de toda a zona abrangida pelo Vale do Baixo
Mondego. Salienta-se, ainda, que antes de publicada a primeira legislação ambiental portuguesa de
AIA em 1990, já estavam executados e em exploração cerca de 4000 ha de projecto de
emparcelamento.
Face ao exposto, é neste contexto que se justifica a AIA do Perímetro do Bolão, que apesar de se
tratar de uma área de apenas 340 ha, considera-se como parte integrante de 6540 ha abrangidos pelo
projecto global.
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LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO
O perímetro do Bolão localiza-se no Centro de Portugal Continental, no distrito de Coimbra,
concelho de Coimbra, freguesias de Antuzede, Santa Cruz e Trouxemil.
O perímetro situa-se na margem direita da zona de montante do vale principal do Baixo Mondego, e
é limitado a Norte pelo Leito Periférico Direito, a Sul pelo leito do rio Mondego abandonado, até ao
Porto do Barracão, continuando pela EN n.º 111-1 até ao caminho de ligação à ponte do Loreto e por
Este até à intersecção com o Leito Periférico Direito, a Nascente e a Poente pelo Leito Periférico
Direito, conforme definido na Portaria n.º 1463/2001, de 29 de Dezembro.
Na Figura 01 anexa apresenta-se a localização do projecto à escala regional e nacional e seu
enquadramento administrativo.
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OBJECTIVO E DESCRIÇÃO DO PROJECTO
O Projecto de Emparcelamento do Bloco do Bolão tem como objectivo principal estabelecer uma
nova organização da estrutura predial existente no perímetro, e simultaneamente a implementação de
infra-estruturas (redes secundárias) de rega, de drenagem e viária devidamente adaptadas ao novo
ordenamento da propriedade rústica.
Da situação actual da área abrangida pelo perímetro, nomeadamente ao nível da estrutura predial
(Figura 2 anexa), constata-se o seguinte:
- a estrutura da propriedade caracteriza-se essencialmente por uma dispersão de prédios
significativa (n.º médio de prédios/proprietário = 2,0), por um acentuado nível de
fragmentação predial (área média dos prédios = 2344 m2), uma baixa relação
largura/comprimento associada a uma forma geométrica muito irregular e a um número
elevado de prédios encravados (283);
- a área total dos 1434 prédios do perímetro é de 336,2 ha, pertencentes a 714
proprietários, correspondentes a cerca de 780 intervenientes;
- as explorações agrícolas são predominantemente familiares com superfícies agrícolas
utilizadas reduzidas. Existem apenas 21 explorações com a componente “campo” superior
a 3 ha cada.
Esta estrutura fundiária deficiente, numa região com elevado potencial agrícola, é bastante limitativa
do ponto de vista da melhoria das condições técnicas e económicas das explorações agrícolas, pelo
que é de extrema importância proceder à sua correcção.
A remodelação predial introduzida no perímetro do Bolão pelo respectivo projecto de
emparcelamento terá os seguintes resultados:
- aumento da área útil das explorações agrícolas, através da concentração predial e da
aquisição de área de reserva de terras;
- redução do número de parcelas por exploração;
- redução do número total de prédios de 1434 para 682;
- aumento da área média por prédio de 2344 m2 para 4627 m2;
- redução do número de proprietários de 714 para 669;
- redução do número médio de prédios por proprietário de 2 para 1;
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- na situação antes do emparcelamento os proprietários de prédio único atingem o valor de
62,7%, com 31,2% do número total de prédios, enquanto que na situação depois do
emparcelamento 98,2% dos proprietários tem um único prédio abrangendo 96,3% do
número total de prédios;
- na situação antes do emparcelamento 73,1% dos prédios tinham área igual ou inferior a
0,2 ha, enquanto que na situação depois do emparcelamento o valor baixou para 46,8%;
- aumento significativo de prédios com área superior a 1 ha, passando de 2,6% do número
(33,2% da área) para 9,6% (50,8% da área);
- eliminação de prédios encravados ou com mau acesso;
- prédios de configuração regular, com terrenos devidamente adaptados ao novo regadio e
acesso directo às redes secundárias; e
- optimização dos investimentos públicos relativos à execução das redes secundárias;
resultando assim, em novos prédios com uma área substancialmente maior, uma forma regular e
acesso directo às redes, que favorecem as condições técnicas e económicas das respectivas
explorações agrícolas.
Rede Viária
Os caminhos agrícolas a implementar no Bloco, foram concebidos de modo a privilegiar as ligações
à EN n.º 111-1 e à estrada do leito Periférico Direito, vias que fazem a ligação às povoações
adjacentes.
Privilegiou-se ainda o aproveitamento de alguns troços dos caminhos existentes, considerados
importantes.
O acesso directo aos prédios será feito, na grande maioria dos casos por caminhos transversais
aos caminhos de ligação.
A rede viária será constituída por 20 caminhos secundários em “tout-venant”, com larguras úteis de
plataforma de 3 m, complementadas com bermas de 0,5 m. Na Figura 1 apresenta-se o aspecto geral
dos caminhos existentes em perímetros já sujeitos a emparcelamento.
Para a execução dos caminhos será necessário proceder à abertura de uma caixa de 0,20 m de
profundidade, sobre a qual se colocam 2 camadas de saibro de espessuras variáveis, às quais se
sobrepõe 1 camada de granulometria extensa, até se perfazer a cota da rasante definida em projecto,
que é da ordem de 45 cm a 50 cm acima do terreno natural.
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Figura 1 – Caminhos agrícolas em blocos do Vale do Mondego já sujeitos a emparcelamento.
O desenvolvimento total da rede de caminhos previsto é de cerca de 15 651,79 m, o que representa
uma densidade de 46,03 m/ha.
Rede de Drenagem
A fim de permitir criar condições favoráveis ao crescimento das culturas, designadamente nos
períodos de maior pluviometria, torna-se necessário manter um teor adequado de humidade nas
camadas superiores do solo, longe do seu grau de saturação.
A rede de drenagem será constituída por um conjunto de 12 valas a céu aberto (Figura 3 anexa)
não revestidas, de secção trapezoidal, com uma extensão de 10 084,66 m, o que representa uma
densidade média de 29,66 m/ha.
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Figura 2 – Vala de drenagem existente num bloco do Vale do Mondego já sujeito a emparcelamento.
As valas irão desenvolver-se no sentido longitudinal do Vale, funcionando independentemente para
cada agrupamento, confluindo na vala periférica, que por sua vez desagua no emissário principal do
leito abandonado do rio Mondego.
Rede de Rega
Devido à sua localização e configuração no Vale Central, a alimentação da rede de rega secundária
deste bloco é efectuada a partir de um condutor geral, atravessando o bloco de São Martinho
localizado na margem esquerda do rio Mondego abandonado. Trata-se de uma infra-estrutura externa
ao bloco do Bolão e por conseguinte independente das obras consideradas no projecto de
emparcelamento, tendo sido considerada como um projecto associado.
A rede de rega secundária será constituída basicamente por condutas devidamente enterradas ao
longo dos caminhos, ligando as caixas de rega (Figura 3) construídas em betão armado, e em
quantidade suficiente (243 unidades) para permitir uma rápida e eficaz distribuição de água às
parcelas de rega que servem.
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Figura 3 – Caixa de rega num bloco do Vale do Mondego já sujeito a emparcelamento.
Na Figura 4 anexa apresenta-se a localização das infra-estruturas que será necessário desactivar e
as que serão mantidas para a execução do projecto de emparcelamento.
Assim, como se pode verificar na Figura 4 anexa, está previsto demolir nove construções
(“barracões” agrícolas), das quais sete têm cobertura de placa de betão, com uma área média de
9 m2. As restantes duas têm cobertura de telha, tendo a maior uma área de 35 m2 e a menor 4 m2. A
altura média das construções é de 2,20 m.
As zonas correspondentes ao Horto Municipal, estufas, viveiros, duas habitações, armazéns
agrícolas, serração, estaleiro e o poço da Cidreira, entre outras, não serão afectadas pela
implementação do projecto, pelo que constituem infra-estruturas que serão mantidas. Salienta-se
ainda que a Gomase (indústria) e a estação da Transgás são zonas excluídas da área de intervenção
do projecto de emparcelamento e respectivas infra-estruturas associadas (Figura 4 anexa).
Os poços/furos que não transitam para os novos lotes serão igualmente desactivados e o terreno
será recuperado para agricultura. Os que permanecem nos novos lotes pertencem aos respectivos
proprietários, pelo que não são objecto de intervenção por parte do projecto.
Para além da desactivação das referidas construções e furos/poços, será ainda retirada toda a
vegetação arbórea existente ao longo da “vageira” (local também designado por Poço das Amieiras) –
área com interesse ecológico n.º 6 e 7 (Figura 4 anexa), tal como alguma vegetação arbórea dispersa
predominantemente na zona Este do perímetro e constituída maioritariamente por choupos.
A restante vegetação existente ao longo do Leito Periférico Direito, Vala do Norte, vala marginal ao
Leito Periférico Direito, Mata da Sapinha e leito abandonado do rio Mondego será apenas sujeita a
uma limpeza selectiva de acordo com a estratégia de intervenção definida para a recuperação
paisagística, pois apesar da área de intervenção ser bastante homogénea, encontrando-se na sua
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quase totalidade ocupada com culturas arvenses de regadio, pretende-se preservar as referidas zonas
que pelas suas características têm interesse ambiental, ecológico ou paisagístico.
Está previsto, ainda, estabelecer uma estrutura verde constituída por uma cortina arbórea ao longo
de dois novos caminhos transversais, e pequenas áreas de bosquetes em zonas dispersas no
perímetro (Paul de Antuzede, Ponte de Antuzede, Prazo da Areia, Ponte da Cidreira e Poço da
Cidreira), criando-se condições de protecção de habitats importantes e característicos da região,
contribuindo para a manutenção da biodiversidade relativa à fauna e à flora da zona.
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CARACTERIZAÇÃO DA ZONA EM ANÁLISE
De um modo geral, a zona do bloco do Bolão caracteriza-se por uma paisagem, bastante
humanizada e com características rurais, apresentando um relevo pouco acentuado, onde contrasta a
zona de vale ampla, muito plana (bloco do Bolão) com uma altitude que varia entre os 10,5 m e 14,5 m
(Figura 4), envolvida por pequenas colinas a Nascente, Norte e Poente, com alguma ocupação
urbana.
Figura 4 – Aspecto geral do perímetro do Bolão e sua envolvente.
Nas zonas envolventes constituídas por colinas relativamente baixas, onde ocorrem pequenos
aglomerados urbanos e habitações dispersas, com edifícios já com dimensão considerável na zona a
Este do perímetro do Bolão (zona industrial) (Figura 5). Este relevo envolvente, ainda que pouco
acentuado, limita a extensão da paisagem no horizonte a Nascente, Norte e Poente, tornando a área a
intervencionar fechada em si mesma.
Figura 5 – Aspecto geral da zona envolvente do bloco do Bolão.
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O perímetro do Bolão é contornado a Norte, Nascente e Poente pela estrada adjacente ao Leito
Periférico Direito do rio Mondego. O troço da EN n.º 111-1, entre a Cidreira e Coimbra, atravessa o
campo na sua zona mais a Poente até ao Porto do Barracão, funcionando a partir deste como limite
Sul. Existe ainda no limite Sul do Perímetro o denominado caminho do Loreto, em calçada, que faz a
ligação entre a estrada do Leito Periférico Direito e a EN n.º 111-1.
A rede viária actual do perímetro, com um desenvolvimento de 4431 m é constituída por caminhos
secundários em terra batida, de largura reduzida, sem bermas (Figura 6) e de difícil transitabilidade no
período das chuvas. Uma parte significativa dos caminhos localizados na zona Poente são
mobilizados no período das lavouras, tornando-se esta zona praticamente intransitável.
O acesso às parcelas é bastante deficiente, existindo 283 prédios encravados (Figura 2 anexa).
Figura 6 – Aspecto de caminhos existentes no perímetro do Bolão.
A ocupação agrícola predominante no bloco do Bolão é o milho (77,2%), seguido da horta com
5,6%, as culturas horto-florícolas intensivas em estufa com 5,6% e em viveiros com 3,9%. Estes três
sistemas culturais com menor representatividade localizam-se fundamentalmente na zona Sul e
Nascente do perímetro.
Ainda, no interior da zona do perímetro existem algumas infra-estruturas mais ou menos
concentradas como sejam: Horto Municipal, estufas, viveiros, duas habitações, armazéns agrícolas,
serração e estaleiro (Figura 7).
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Figura 7 – Zonas com infra-estruturas e construções concentradas.
No contexto local do perímetro agrícola do Bolão em termos de linhas de água existentes e rede de
drenagem, para além do leito abandonado do rio Mondego (Figura 8), que se desenvolve a Sul do
perímetro e o Leito Periférico Direito (Figura 9) que o contorna a Nascente, Norte e Poente, as valas
de drenagem são praticamente inexistentes.
Figura 8 – Leito abandonado do rio Mondego na zona Sul do perímetro do Bolão.
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Figura 9 – Panorâmica do Leito Periférico Direito na zona Este do perímetro do Bolão.
A rede de drenagem existente, que corresponde a dois troços abandonados da antiga Vala do
Norte e à vala colectora marginal à estrada do Leito Periférico Direito, funciona simultaneamente como
colector de rega e de drenagem. Este sistema não garante uma drenagem eficiente do campo, o que
impossibilita a prática de culturas de Outono/Inverno e limita as culturas de Primavera/Verão.
Uma vez que este bloco ainda não foi sujeito a emparcelamento, as infra-estruturas de rega ainda
não estão construídas. Deste modo, a distribuição de água de rega é bastante deficiente e com
manifesta falta de qualidade. A rega é efectuada com recurso a bombagem a partir do sistema de
drenagem já referido e de furos existentes.
Para além da vegetação associada às referidas linhas de água, existem também outras áreas com
interesse ecológico no perímetro do Bolão, importantes como abrigo de mamíferos e aves como
sejam:
- a Mata da Quinta da Sapinha localizada junto ao limite sudoeste do perímetro dominada
por Choupos, Amieiros, Freixos e várias outras espécies de folhosas, com vegetação
arbustiva densa (Figura 10);
Figura 10 – Mata da Quinta da Sapinha.
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- uma mancha de folhosas, bastante diversificada (Amieiros, Freixos, Salgueiros e
Loureiros), que constituiu um antigo bosque ripícola de uma vala, actualmente assoreada
e sujeita a encharcamento sazonal na zona nordeste do perímetro, num local também
denominado de Poço das Amieiras (Figura 11); e ainda
Figura 11 – Mancha de folhosas – Poço das Amieiras.
- uma mancha de choupos na zona este do perímetro (Figura 12).
Figura 12 – Mancha de Choupos.
A zona de implementação do projecto está classificada como Reserva Agrícola Nacional e ainda
Reserva Ecológica Nacional, correspondente a leitos dos cursos de água e zonas ameaçadas pelas
cheias – área adjacente ao rio Mondego, e áreas de máxima infiltração.
Em termos patrimoniais foram apenas identificadas seis ocorrências com interesse patrimonial. Três
dessas ocorrências situam-se no interior da área de incidência do projecto e as restantes nos limites
do perímetro. Esses elementos têm cronologias recentes e valor patrimonial médio a reduzido. Não
estão classificados, nem em vias de classificação. Com base na informação disponível, e face à
importância dos valores patrimoniais identificados, pode concluir-se que o projecto não induz impactes
negativos, críticos ou que inviabilizem o projecto.
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OBRAS DE CONSTRUÇÃO
No caso concreto deste projecto, as obras de construção necessárias executar iniciam-se por um
conjunto de operações de movimentação de terras que têm como finalidade a regularização dos
terrenos.
A preparação e regularização dos terrenos incide sobretudo na destruição de marachas, caminhos
existentes, valas desactivadas (“vageira”, local também designado por Poço das Amieiras),
demolição/desactivação de infra-estruturas, aterro de depressões e melhoramento da estrutura do
solo em determinadas manchas.
Esta operação é executada em simultâneo com:
- a execução dos caminhos de acesso;
- a abertura das valas de drenagem; e
- a instalação da rede de rega secundária.
Segue-se a fase subsequente de nivelamento das massas estruturais onde serão delimitados os
novos prédios.
Para uma melhor percepção das obras a executar apresenta-se em seguida um conjunto de
fotografias relativas às obras em perímetros que já foram sujeitos a emparcelamento.
MOVIMENTAÇÃO GERAL DE TERRAS PARA REGULARIZAÇÃO
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EXECUÇÃO DE CAMINHOS
EXECUÇÃO DE VALAS DE DRENAGEM
EXECUÇÃO DA REDE SECUNDÁRIA DE REGA
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De referir por último a necessidade da montagem de um estaleiro que ocupará uma área máxima
de 1 ha. A localização prevista para instalação do estaleiro corresponde a uma zona relativamente
central no perímetro, encontrando-se junto a um caminho existente cujo traçado/alinhamento será
mantido na situação futura, e ainda junto a um posto de electricidade (Figura 4 anexa).
A área afecta ao estaleiro inclui uma zona para instalação de contentores para apoio à obra, e
instalações sanitárias, uma zona para parqueamento de máquinas e uma zona de depósito de
materiais, tais como inertes, tubagens da rede secundária de rega, e respectivos acessórios, anéis
das caixas de rega, etc. O fornecimento dos materiais referidos será feito por tranches, de acordo com
a evolução das obras, de modo a diminuir a área de armazenamento.
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EFEITOS DO PROJECTO NO AMBIENTE
As principais acções geradoras de efeitos ambientais fazem-se sentir durante diversas fases que se
estendem desde o planeamento da obra até à sua desactivação ou possível reabilitação:
planeamento, construção, exploração e reabilitação ou desactivação.
Na fase de projecto ou planeamento prevê-se uma perturbação muito reduzida, ou sem significado,
na área, pela acção dos técnicos implicados na planificação da obra e na elaboração do respectivo
Estudo de Impacte Ambiental. Para as restantes fases (construção, exploração e reabilitação ou
desactivação), distinguem-se as seguintes actividades e acções associadas:
Fase de Construção:
- instalação e utilização do estaleiro, incluindo a zona de armazenamento temporário de
materiais;
- preparação e regularização dos terrenos (limpeza dos terrenos e demolições;
movimentação geral de terras);
- execução dos caminhos de acesso (aterros; compactação; pavimentação: saibro/“Tout-
Venant”; e execução de obras de arte: aquedutos);
- execução do sistema de drenagem (abertura de novas valas de drenagem e reabilitação e
reperfilamento das valas de drenagem existentes);
- instalação da rede secundária de rega (abertura e preparação de valas; instalação de
condutas e sua cobertura; execução de caixas de rega);
- nivelamento dos terrenos;
- demolição de infra-estruturas diversas no interior do perímetro;
- plantação de vegetação (nos corredores verdes, nos núcleos isolados e ao longo de
algumas valas de drenagem);
- recuperação da Mata da Sapinha e troço do leito abandonado do rio Mondego.
Fase de Exploração:
- actividades associadas à implementação do novo sistema cultural, nomeadamente no que
diz respeito ao normal funcionamento dos trabalhos agrícolas: rega por superfície,
lavouras, sementeiras, colheitas, e aplicação de adubos e pesticidas;
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- actividades associadas ao funcionamento e manutenção geral das infra-estruturas,
nomeadamente, execução de obras de construção civil para reabilitação de caminhos
incluindo as obras de arte, e reabilitação das infra-estruturas da rede de rega, e limpeza
das valas de drenagem.
Fase de Reabilitação:
- substituição dos equipamentos e infra-estruturas de rega, para além da reabilitação dos
caminhos e valas de drenagem.
Fase de Desactivação:
- remoção das infra-estruturas instaladas acima do solo, como por exemplo as caixas de
rega;
- recuperação das zonas degradadas pelas acções anteriormente referidas.
As acções acima referidas vão gerar impactes sobre o estado do ambiente da zona conforme
descrito em seguida.
O Estudo de Impacte Ambiental, para além de funcionar como um instrumento de apoio à decisão
sobre a viabilidade do ponto de vista ambiental do projecto de Emparcelamento do Perímetro do
Bolão, reveste-se de especial importância uma vez que encerra um conjunto de acções e medidas que
permitem promover um desenvolvimento sustentável, não pondo em risco a preservação dos
ecossistemas em presença.
O projecto em análise vem sem dúvida alguma dar um forte contributo para o desenvolvimento
agrícola da região, apresentando uma vertente particularmente importante uma vez que os terrenos a
serem sujeitos a emparcelamento estão na totalidade integrados na Reserva Agrícola Nacional.
A localização privilegiada do perímetro do Bolão, muito próximo de um grande aglomerado urbano,
leva a que esta zona esteja sujeita a fortes pressões urbanísticas. Associado a este facto surgem as
dificuldades de exploração de um conjunto de parcelas de reduzida dimensão, muitas das vezes
encravadas, e consequentemente com difícil acesso, resultado de heranças que têm passado de
geração em geração. Esta fragmentação de parcelas, associada a um deficiente conjunto de infra-
estruturas de rega, drenagem e viária, tem gerado a implementação de sistemas de produção
deficientes, com baixos rendimentos, motivando assim ao abandono das explorações agrícolas.
Acresce ainda o facto da posição relativa do perímetro do Bolão dentro do vale do Baixo Mondego
conferir-lhe fortes características de vulnerabilidade relativamente a agressões ambientais
relacionadas com a qualidade da água, dada a sua grande proximidade à zona urbana.
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Apesar da resolução deste problema ultrapassar o âmbito de intervenção do projecto de
emparcelamento do perímetro do Bolão, para o sucesso do projecto em todas as vertentes, inclusive
as relacionadas com a conservação da natureza, impõe-se a implementação de estratégias a nível
regional, que associadas a práticas agrícolas adequadas, resolvam os problemas da colecta e
tratamento das águas residuais geradas nas bacias hidrográficas afluentes ao perímetro de rega do
Baixo Mondego.
De salientar o aspecto que o perímetro do Bolão, assim como os outros perímetros de rega que
integram o projecto do Baixo Mondego, reúnem condições para, uma vez implementado o projecto de
emparcelamento, permitir uma prática agrícola em condições muito favoráveis.
De referir também que a posição geográfica deste grande perímetro de rega onde se inclui o bloco
do Bolão, associada a uma boa rede viária, ou seja envolvido por alguns dos principais eixos
rodoviários regionais e mesmo nacionais, como é o caso da A1 e da IP3, também permite que do
ponto de vista de escoamento dos produtos esta zona goze de especial vantagem comparativamente
a outras zonas agrícolas do nosso país.
Por tudo o acima exposto, e pelo facto de no Baixo Mondego existirem estruturas organizadas de
agricultores, coloca o vale em posição privilegiada para atrair fundos comunitários destinados à
promoção de uma agricultura sustentável, que no actual contexto económico nacional é de extrema
importância.
A problemática associada a este tipo de empreendimentos está intimamente ligada à gestão e
exploração de um recurso cada vez mais escasso e valioso – a água, de modo a satisfazer por um
lado as necessidades de água para rega em quantidade, e por outro garantir a sua qualidade, do
ponto de vista da sua utilização directa na rega, e por outro lado não comprometendo a vida aquática
das linhas de água afluentes e efluentes do perímetro de rega.
Para garantir uma boa qualidade dos recursos hídricos da região, incluindo-se aqui os superficiais e
os subterrâneos, conforme já referido, importa desenvolver estratégias num âmbito regional mais
alargado, “atacando” as fontes poluidoras nas bacias hidrográficas das linhas de água afluentes ao
perímetro de rega. Este aspecto, e fora do âmbito dos projectos hidroagrícolas, está a merecer uma
atenção especial por parte da Câmara Municipal de Coimbra, que tem vindo a promover, e mesmo a
implementar, um conjunto de estudos e projectos para a colecta e tratamento das águas residuais
produzidas no concelho.
Já no que diz respeito à qualidade da água dos cursos de água que atravessam o perímetro, é
fundamental a implementação de práticas agrícolas adequadas, fundamentalmente no que diz
respeito à aplicação de adubos e pesticidas. Também a utilização racional de água desempenha um
papel importante, quer pela perspectiva da sua utilização sem desperdícios no sentido de poupança
de um recurso escasso e esgotável, quer pelo lado de prevenção da lixiviação dos terrenos, com o
consequente arrastamento dos produtos agroquímicos para as linhas de água adjacentes.
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Nesta perspectiva, a implementação de algumas medidas de minimização propostas no presente
Estudo de Impacte Ambiental desempenham um papel de extrema importância.
No que diz respeito à conservação da natureza, e apesar de não se terem identificado valores
faunísticos e florísticos particularmente importantes, reconheceu-se a importância estrutural e
funcional dos corredores biológicos existentes, tendo-se deste modo definido medidas que permitam
minimizar os efeitos negativos da implementação do projecto, e mesmo em algumas situações
beneficiar os sistemas existentes. São de destacar as medidas relacionadas com a limpeza selectiva
das principais valas de drenagem e a instalação de vegetação arbustiva ou arbórea marginalmente, a
implementação de corredores verdes ao longo de caminhos que atravessam o perímetro
transversalmente, permitindo manter um contínuo ecológico entre o leito abandonado do rio Mondego
a Sul e o Leito Periférico Direito a Norte, a implementação de núcleos verdes pontuais distribuídos ao
longo do perímetro, aproveitando-se assim áreas “mortas” do ponto de vista de utilização agrícola, e a
recuperação da Mata da Sapinha.
Em termos paisagísticos as medidas acima referidas assumem um papel importante pois
contribuem para quebrar a monotonia cromática e morfológica que normalmente decorre da
implementação de um projecto desta natureza.
A fase de maior impacte é a da construção, devido à necessidade de uma significativa
movimentação geral de terras para a implementação do projecto, bem como o incómodo causado pelo
movimento de máquinas e veículos pesados. De referir no entanto que o período de implementação
do projecto (fase das obras) é relativamente curto.
Conclui-se assim que a maioria dos impactes negativos identificados fazem-se sentir durante a fase
de construção e que se forem aplicadas correctamente as medidas mitigadoras indicadas, estes
impactes serão em grande parte reduzidos.
Na fase de exploração, na generalidade, os impactes negativos associados ao empreendimento
não têm origem no empreendimento em si, mas na actividade agrícola, que apesar de já se
desenvolver, continuará, no entanto em moldes mais intensivos, com os consequentes reflexos ao
nível da qualidade da água. A implementação de práticas e técnicas culturais correctas, permitem
minimizar esses efeitos negativos.
A implementação de planos de monitorização da qualidade da água conforme o previsto permite
por um lado conjugar os resultados obtidos com a implementação das medidas propostas, e se
necessário proceder-se a eventuais ajustes, e por outro lado superar uma lacuna de informação no
que respeita ao conhecimento da poluição difusa com origem em terrenos agrícolas.
A construção de uma pequena lagoa de macrófitas (estação piloto) no troço final de uma das valas
de drenagem que atravessa o perímetro do Bolão, antes da sua confluência com a Vala do Norte,
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conforme o previsto nas medidas de minimização, permitirá dar um forte contributo para o
conhecimento da eficiência de remoção de nutrientes de uma ETAR deste tipo.
A importância dos efeitos positivos encontra-se reflectida na justificação do projecto, bem como na
própria identificação e avaliação destes mesmos efeitos. Pode afirmar-se que com a implementação
das medidas recomendadas e com uma correcta gestão do sistema agrícola previsto, o projecto de
emparcelamento do bloco do Bolão poderá ser considerado ambientalmente equilibrado, contribuindo
fortemente para o desenvolvimento da actividade agrícola da região, situação que trará benefícios
sociais e económicos às populações que dele estão dependentes e/ou que a ele estão associadas.
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PROJECTO ASSOCIADO
Como projectos complementares consideram-se as infra-estruturas que integram a rede primária de
rega responsável pela adução de água ao perímetro do Bolão.
Este projecto consiste na execução de uma conduta adutora enterrada, com uma extensão
aproximada de 2,0 km que se inicia numa derivação no Canal Condutor Geral e que termina no início
da rede secundária de rega, atravessando o perímetro de S. Martinho localizado a sul do perímetro do
Bolão.
No perímetro de S. Martinho a conduta desenvolve-se ao longo e na proximidade de um caminho
existente, no seu lado Leste, tendo em consideração a intenção de minimização das interferências
com as infra-estruturas existentes, nomeadamente regadeiras, caminhos e valas, e uma pequena
extensão final, antes da travessia do leito abandonado do rio Mondego.
Refere-se ainda que quase no final do traçado será necessário efectuar a travessia do leito
abandonado do rio Mondego, com tubagem enterrada, e a travessia da EN 111-1 com recurso à
implantação da tubagem numa galeria visitável, conforme solução acordada com a Câmara Municipal
de Coimbra, entidade gestora da via, e a Equipa de Projecto do Baixo Mondego.
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MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO
Na fase de construção as medidas propostas visam sobretudo diminuir os efeitos negativos
relacionados com a mobilização do solo e com o manuseamento de materiais e produtos poluentes
necessários à execução das obras. Complementarmente são ainda definidas algumas medidas
compensatórias dos efeitos negativos de implementação do projecto, nomeadamente a destruição de
algumas zonas com algum interesse para a conservação da natureza.
Na fase de exploração as medidas propostas visam sobretudo minimizar os eventuais impactes
decorrentes das actividades agrícolas que se prevêem para o perímetro do Bolão após a
implementação do projecto. Estas medidas referem-se fundamentalmente à implementação de boas
práticas agrícolas, de modo a promover a protecção da qualidade da água da poluição com
fertilizantes e pesticidas e a utilização racional da água de rega.
De um modo geral as medidas estruturais são logo contempladas na fase de concepção do projecto
de execução. No caso específico do projecto de emparcelamento do bloco do Bolão foi previsto a
implementação de corredores verdes ao longo de caminhos que atravessam o perímetro
transversalmente, permitindo por um lado manter um contínuo ecológico entre o leito abandonado do
rio Mondego a Sul e o Leito Periférico Direito a Norte, e por outro quebrar a monotonia cromática e
morfológica que normalmente decorre da implementação de um projecto desta natureza.
Em complemento foi ainda previsto a implementação de alguns “núcleos verdes” dispersos pela
área abrangida pelo projecto de emparcelamento. Estas medidas servem de certa forma para
compensar a ocupação de algumas zonas pontuais que até à data possuíam vegetação arbustiva e
arbórea, como por exemplo as áreas com interesse ecológico 6 e 7 identificadas no presente EIA.
Também as soluções previstas para a reabilitação das valas de drenagem, com introdução de
vegetação arbustiva ou arbórea marginalmente, minimiza os efeitos de implementação do projecto.
Apresenta-se em seguida a descrição das medidas de minimização a implementar, que para a fase
de construção relacionam-se fundamentalmente com a necessária movimentação de pessoal,
veículos, maquinaria/equipamentos, materiais e movimentação geral de terras, e para a fase de
exploração com o modo como é executada a actividade agrícola, fundamentalmente no que diz
respeito à adopção de adequadas práticas agrícolas.
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MEDIDAS A
CONSIDERAR NA FASE
DE CONSTRUÇÃO
- Informar os trabalhadores e encarregados das possíveis consequências
de uma atitude negligente em relação às medidas mitigadoras, e fornecer
instruções sobre os procedimentos ambientalmente adequados a ter em
obra (sensibilização ambiental) para que desta forma se possam evitar
acções nefastas que são levadas a cabo por simples desconhecimento
de regras elementares de conduta perante os valores naturais;
- Informar os responsáveis da obra sobre as sanções a aplicar no caso do
não cumprimento da legislação sobre Segurança e Higiene no Trabalho;
- Utilizar, quando viável, mão-de-obra local de modo a contribuir para a
valorização e integração das populações activas da área;
- Deve ser atempadamente programado a utilização das vias onde se
prevê um aumento significativo da circulação de veículos pesados e
máquinas afectos à obra do perímetro do Bolão. Neste contexto, dever-
se-á dar cumprimento às normas legais em vigor e definir regras e
sinalética de modo a acautelar a segurança e fluidez da circulação nas
vias, com especial atenção na EN 111-1. Uma vez que a EN 111-1
apresenta um intenso fluxo de tráfego recomenda-se que a entrada de
veículos no perímetro seja feita pelo lado Norte a partir da EN 111;
- Colocar “placards” informativos junto à área das obras e ao longo dos
principais acessos contendo a finalidade da obra em curso, duração
prevista, eventuais alterações/perturbações ao tráfegos rodoviário e
pedonal na zona;
- Implantação do estaleiro dentro da zona indicada na Figura 4 anexa,
devendo este ocupar as áreas estritamente necessárias para a dimensão
da obra;
- As águas residuais provenientes das instalações sanitárias do estaleiro
deverão ser drenadas para uma fossa séptica estanque que terá de ser
desactivada no final da obra;
- As manutenções de veículos, máquinas e equipamentos deverão ser
feitas dentro da zona de estaleiro numa zona devidamente preparada
para esse efeito que deverá estar impermeabilizada;
- Concentrar no tempo os trabalhos de obra, especialmente os que causem
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maior perturbação, nomeadamente, a fase de movimentação geral de
terras, com especial atenção nas zonas que se localizam junto à EN 111-
1, fundamentalmente durante a época de Verão;
- Limitar às áreas estritamente necessárias as acções que possam vir a
destruir o coberto vegetal junto às linhas de água onde se prevê apenas
uma limpeza selectiva, como sejam as zonas de valas existentes que
serão mantidas;
- A fim de se evitar a compactação dos solos que vão ser utilizados para
regadio, a circulação de veículos e máquinas deverá restringir-se ao
máximo aos acessos provisórios, os quais sempre que possível deverão
coincidir com os caminhos já existentes e/ou definitivos;
- A velocidade de circulação de veículos na obra deverá ser reduzida de
modo a minimizar a emissão de poeiras;
- Lavagem dos rodados dos veículos pesados à saída da zona do
perímetro, de forma a controlar a libertação de terras e poeiras durante a
circulação dos mesmos nas vias públicas;
- Antes da movimentação geral de terras para regularização dos terrenos
deverá ser feita a decapagem da camada de solo superficial mais rica em
matéria orgânica (terra viva), a qual deverá ser armazenada em pargas
de dimensão adequada, para posterior espalhamento nos terrenos
agrícolas no final da obra;
- As pargas deverão ficar localizadas em pontos estratégicos distribuídos
pelo perímetro, de modo a que após a conclusão das obras não seja
necessário grande circulação de veículos no transporte dos solos para o
local em que se prevê a sua utilização, e de forma a não ser conflituante
com as áreas de obra;
- Utilização de sistemas de aspersão de água sobre as zonas que estão a
ser intervencionadas ou sobre as vias com maior tráfego de veículos e
máquinas, em dias secos e ventosos, fundamentalmente nas zonas que
se localizam junto às vias envolventes aos perímetro do Bolão;
- Não enterrar ou depositar os resíduos vegetais provenientes da
desmatação (limpeza selectiva) próximo de linhas de água ou em zonas
onde possam vir a provocar a degradação da qualidade da água, ou
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poderão ser aproveitados para fertilização de solos por compostagem;
- Em caso algum, deverá ser feita a descarga de terras e/ou entulhos nas
linhas de água/valas de drenagem e zonas adjacentes, nem nas zonas
destinadas à conservação da natureza, nomeadamente nos diversos
bosquetes previstos criar na zona do perímetro;
- Todos os resíduos sólidos urbanos gerados no decorrer da obra deverão
ser armazenados em contentores próprios para esse efeito, devendo a
sua remoção ser articulada com a Câmara Municipal de Coimbra;
- Armazenar temporariamente todo o tipo de resíduos resultantes das
diversas obras de construção no estaleiro ou em locais e condições
adequadas, para posterior transporte para local de depósito autorizado,
nomeadamente encaminhamento para os operadores de gestão de
resíduos creditados pelo Instituto de Resíduos – Ministério do Ambiente e
Ordenamento do Território;
- Armazenamento em recipientes adequados de substâncias poluentes
como óleos, combustíveis, tintas, cimentos e outros produtos agressivos
para o ambiente, e acondicionamento dentro do estaleiro em zona
devidamente impermeabilizada, para posterior remoção e transporte por
uma empresa devidamente creditada pelo Instituto de Resíduos –
Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente;
- A descarga das águas resultantes da limpeza das autobetoneiras deve
ser feita numa bacia de retenção a construir na zona de estaleiro. Esta
bacia deverá ter uma camada de brita no fundo, que ao fim de algumas
lavagens tem que ser removida e utilizada na execução de aterros,
procedendo-se de imediato à sua reposição;
- Caso, acidentalmente, ocorra algum derrame, providenciar a remoção
dos solos afectados para locais adequados segundo orientação da CCDR
Centro, onde não causem danos ambientais adicionais;
- Exigir que sejam feitas revisões periódicas aos veículos e à maquinaria
de forma a verificar as suas condições de funcionamento e,
consequentemente, evitar que os seus níveis de potência sonora
admissíveis sejam violados;
- Após conclusão dos trabalhos de construção, limpar meticulosamente
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todos os locais do estaleiro e zonas de trabalho devido à possibilidade de
permanência de materiais (óleos, resinas, etc.) que, mesmo em baixas
concentrações, podem comprometer, a longo prazo, a qualidade da água
dos cursos de água para onde drena o perímetro do Bolão;
- Os solos da área ocupada pelo estaleiro e de outras zonas onde seja
feito o parqueamento de veículos e máquinas, bem como das zonas ao
longo das quais foram abertos acessos provisórios deverão ser revolvidos
no final da obra de forma a descompacta-los e areja-los, tendo como
objectivo restituir, na medida do possível, a sua estrutura e equilíbrio;
- Proceder à limpeza e reabilitação das valas de drenagem de acordo com
as especificações apresentadas no capítulo da recuperação paisagística
do relatório do EIA;
- O núcleo verde localizado na confluência de uma vala de drenagem com
a Vala do Norte (local designado por Prazo da Areia) deverá constituir
uma zona húmida com juncal substituindo-se assim o habitat apresentado
na área com interesse ecológico 7;
- No topo superior de alguns tubos de ventilação das caixas de rega
deverá ser instalado um suporte que permita o poiso de aves;
- Devem ser atendidas as eventuais queixas dos moradores locais
relativamente às diversas acções executadas durante a fase de
construção, devendo ser criado um posto de atendimento para esse
efeito devidamente sinalizado e divulgado;
- Deverá ser previsto a eventual instalação de painéis reflectores de ruído,
caso ocorram reclamações devidamente justificadas relativamente ao
aumento dos níveis sonoros decorrentes da execução da obra;
- Durante a execução da obra deverá ser garantido o acesso a pontos
estratégicos localizados dentro do perímetro, tais como habitações;
- Instalar, com a colaboração e sob orientação técnica da Comissão de
Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), uma
lagoa de macrófitas no troço final de uma das valas de drenagem que
atravessa o perímetro do Bolão, antes da sua confluência com a Vala
Marginal ao Leito Periférico Direito, que terá como objectivo funcionar
como uma estação piloto de controlo da eficiência de remoção de
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nutrientes de uma ETAR deste tipo. A sua localização apresenta-se na
Figura 3 anexa;
- No decurso das obras deve garantir-se a não afectação (degradação ou
destruição) das ocorrências identificadas na situação de referência e, em
particular da Ponte do Pau (ocorrência 3), do cruzeiro do Bolão
(ocorrência 6) e da Ponte da Cidreira (ocorrência 2). Os riscos
associados à execução dessas obras devem ser minimizados com
sinalizações adequadas e acompanhamento arqueológico;
- Providenciar o acompanhamento arqueológico da obra durante as acções
relacionadas com a remoção e revolvimento do solo (desmatação e
decapagens superficiais em acções de preparação e regularização do
terreno) e em especial as escavações no solo e subsolo, nomeadamente
para a abertura de valas de drenagem. Os resultados deste
acompanhamento podem determinar a adopção de medidas de
minimização específicas (registo, sondagens, escavações arqueológicas,
etc.). Os achados móveis efectuados no decurso desta medida deverão
ser colocados em depósito credenciado pelo organismo de tutela do
património cultural;
- Conservação de ocorrências patrimoniais (Ocorrências 2, 3 e 6): as
ocorrências identificadas no EIA ou que sejam reconhecidas durante o
acompanhamento da obra devem, tanto quanto possível e em função do
seu valor patrimonial, ser conservadas (mesmo que de forma passiva) de
tal forma que não se degrade o seu estado de conservação actual;
- Sinalização de ocorrências patrimoniais (Ocorrências 3 e 6): nas
proximidades da frente de obra deverão ser delimitadas com fita
sinalizadora todas as ocorrências de interesse patrimonial, passíveis de
afectação, mesmo que indirecta, na fase de construção. Pretende-se,
desta forma, minorar ou evitar danos involuntários e garantir a
conservação dessas ocorrências;
- Registo de ocorrências patrimoniais (Ocorrências 3, 4 e 6): esta acção
consiste na representação gráfica e fotográfica e na elaboração de
memória descritiva das ocorrências de interesse patrimonial que possam
ser destruídas em consequência da execução do projecto ou sofrer danos
decorrentes da proximidade em relação à frente obra;
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- Limpeza da Mata da Sapinha.
MEDIDAS A CONSIDERAR
NA FASE DE
EXPLORAÇÃO
O cumprimento das medidas que em seguida se indicam deverá ser
assegurado pela Associação dos Agricultores uma vez que são os
responsáveis pela exploração e manutenção do perímetro.
De referir também que a CCDR Centro, bem como os Serviços Regionais
de Agricultura deverão promover acções junto da referida Associação para que
na fase de exploração sejam implementadas devidamente as medidas em
seguida indicadas.
- Implementação de campanhas de sensibilização ambiental/agrícola de
modo a promover junto dos agricultores a aplicação do Código das Boas
Práticas Agrícolas – para a protecção da água contra a poluição com
nitratos de origem agrícola;
- Implementação de campanhas de sensibilização ambiental/agrícola de
modo a promover junto dos agricultores a aplicação do Manual Básico de
Práticas Agrícolas – conservação do solo e da água;
- Manutenção periódica dos caminhos que atravessam o perímetro do
Bolão;
- Manutenção periódica das redes de drenagem, por forma a garantir
simultaneamente a conservação da vegetação ribeirinha existente e o
escoamento da água, mantendo sempre uma limpeza selectiva conforme
o previsto para a fase de construção. As intervenções a efectuar não
poderão ser feitas na Primavera, época especialmente sensível para a
reprodução das várias espécies animais;
- Manutenção dos corredores verdes e da vegetação adjacente às valas de
drenagem e caminhos, procedendo à remoção e replantação da
vegetação instalada mal sucedida utilizando preferencialmente espécies
características da região;
- Manutenção periódica do sistema de rega, mantendo todo o equipamento
em bom estado de funcionamento de modo a evitar perdas de água;
- Implementação do plano de monitorização da qualidade da água descrito
no relatório do EIA;
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A eventual aplicação das duas medidas que se indicam em seguida deverá
ser assegurada pela Câmara Municipal de Coimbra, em articulação com os
organismos da tutela e a Associação dos Agricultores.
- Monitorização das ocorrências patrimoniais (ocorrências 2, 3 e 6):
Observação periódica (período mínimo recomendado de 3 anos) do
estado de conservação das ocorrências. Medida a executar por
especialista com elaboração de relatório sujeito à aprovação pelo instituto
de tutela do património;
- Recomenda-se a recuperação/valorização das ocorrências patrimoniais 3
e 6: a valorização patrimonial abrange um conjunto de medidas
relacionadas com o estudo, a fruição pública (turístico-didáctica) e a
conservação activa, in situ, das ocorrências de maior interesse
patrimonial.
MEDIDAS A CONSIDERAR
NA FASE DE
REABILITAÇÃO
- Aplicar todas as medidas referidas anteriormente relativamente às obras
de construção civil previstas.
MEDIDAS A CONSIDERAR
NA FASE DE
DESACTIVAÇÃO
- Remoção das infra-estruturas do projecto que estejam acima do solo;
- Recuperação das zonas degradadas pelas acções anteriormente
referidas.
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PLANO DE MONITORIZAÇÃO
A execução do projecto de emparcelamento rural do Bloco do Bolão, com a construção de um
conjunto de infra-estruturas de apoio à actividade agrícola, e principalmente com a reconversão
cultural prevista, contribui com alterações mais ou menos significativas a nível local, e até a nível
regional, com especial relevância no que diz respeito à qualidade da água, pelas alterações
decorrentes das escorrências geradas na área regada.
O caso do projecto em questão, nomeadamente um projecto de emparcelamento rural num bloco
com cerca de 340 ha, inserido num aproveitamento hidroagrícola regional que integra mais 18 blocos,
leva-nos a considerar mais adequado e vantajoso a definição de um plano de monitorização dirigido
para o controlo das águas superficiais e subterrâneas numa área mais abrangente, pois só com uma
política de desenvolvimento sustentável a nível regional se poderá apostar mais em acções de
prevenção e assim tirar um maior proveito das medidas de minimização ou compensação a
implementar.
Assim, o Plano de Monitorização proposto deverá ser implementado na região abrangida pelo
Aproveitamento Hidroagrícola do Baixo Mondego, devendo as acções de monitorização nos vários
pontos previstos serem consertadas com a implementação dos vários projectos de emparcelamento.
No âmbito do plano de monitorização a implementar são indicados os pontos de amostragem, bem
como os parâmetros a analisar, métodos e respectivas frequências de análises.
Em complemento, são definidas directrizes para a implementação de um projecto piloto de uma
mini-estação depuradora tipo “leito de macrófitas” a executar no troço final de uma das valas de
drenagem que atravessa o perímetro do Bolão, antes da sua confluência com a Vala Marginal ao Leito
Periférico Direito, conforme indicado na Figura 3 anexa.