IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

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ANDREI INSOGNIA IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE VALUATION DE EMPRESAS PELO MÉTODO DO FLUXO DE CAIXA DESCONTADO LORENA - SP 2018

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ANDREI INSOGNIA

IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

VALUATION DE EMPRESAS PELO MÉTODO DO FLUXO DE

CAIXA DESCONTADO

LORENA - SP

2018

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IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

VALUATION DE EMPRESAS PELO MÉTODO DO FLUXO DE

CAIXA DESCONTADO

Monografia apresentada à Escola de Engenharia de Lorena - Universidade de São Paulo como requisito parcial para a conclusão do curso de graduação em Engenharia de Produção.

Orientador: Prof. Dr. Fabricio Maciel Gomes

LORENA - SP

2018

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NÃO AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIOCONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, SERÁ DISPONIBILIZADO AUTOMATICAMENTE APÓS 2 ANOS DA PUBLICAÇÃO

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizadoda Escola de Engenharia de Lorena,

com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Insognia, Andrei IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DEVALUATION DE EMPRESAS PELO MÉTODO DO FLUXO DE CAIXADESCONTADO / Andrei Insognia; orientador FabrícioMaciel Gomes. - Lorena, 2018. 73 p.

Monografia apresentada como requisito parcialpara a conclusão de Graduação do Curso de Engenhariade Produção - Escola de Engenharia de Lorena daUniversidade de São Paulo. 2018

1. Valuation. 2. Avaliação de empresas. 3. Fluxode caixa descontado. 4. Lacunas científicas. I.Título. II. Gomes, Fabrício Maciel, orient.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente а Deus que me concedeu a magnificência da vida, me

protegeu das intempéries e me presenteou com minha família. Único a não me

abandonar em nenhum momento de minha existência e que me acompanhará

infinitamente. Ter me dado saúde, conforto, paciência e sabedoria por toda

minha vida, foi crucial para que eu escapasse dos determinismos sociais,

males e dificuldades que enfrentei.

Mãe, Simone Regina Insognia, o fato de não ter medido esforços para

que eu tivesse segurança e conforto, me sustentando e garantindo meu

empenho exclusivo nos estudos durante toda minha formação acadêmica

foram fatores cruciais para minha graduação, ela não seria possível sem a

senhora, muito obrigado.

Pai, Pedro Emanoel Insognia, o senhor, meu melhor amigo, me criou e

constituiu meu caráter, sua companhia e sabedoria foram fundamentais para

minha formação humana e acadêmica, muito obrigado.

A todos os professores do curso, que foram tão importantes para a

minha formação, em especial ao Marco Antônio Pereira, pelo respaldo e

orientação desde meu primeiro ano na EEL-USP e ao Fabricio Maciel Gomes

pela paciência na orientação que tornou possível a conclusão desta

monografia.

A todos os professores que passaram na minha vida, me inspirando e

incentivando.

Aos amigos e colegas, pelo incentivo e apoio constantes.

E a todos aqueles que contribuíram de forma direta ou indireta para

minha formação, o meu muito obrigado.

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Se enxerguei mais longe foi porque me apoiei sobre

os ombros de gigantes.

Isaac Newton

Page 6: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

RESUMO

INSOGNIA, Andrei. Identificação de lacunas científicas no estudo de

Valuation de empresas pelo método do Fluxo de Caixa Descontado. 2018.

Monografia - Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo,

2018.

A bibliometria é muito importante, pois aplica métodos estatísticos e

matemáticos para analisar e construir indicadores sobre a dinâmica e evolução

da informação científica. Este trabalho a utilizou para identificação de lacunas

científicas em publicações sobre uma metodologia de Valuation de empresas

muito adotada, o “Fluxo de Caixa Descontado” - (FCD). Por meio desse, foi

possível averiguar como o método tem sido utilizado, e verificar as principais

deficiências de pesquisas apontadas pelos autores dos artigos relacionados.

Objetivou-se identificar tais vertentes de pesquisas sugeridas e avaliar suas

relevâncias. Com isso, tornar-se-á mais fácil a orientação dos autores com

interesse de trabalho nessa área do conhecimento, otimizando na contribuição

de seus estudos e publicações no que tange a essa técnica. O método de

pesquisa utilizado foi de pesquisa bibliográfica, enquanto o método de trabalho

foi o de análise bibliométrica. Foram escolhidas fontes de cunho científico para

a realização das análises e das pesquisas, em seguida, foram coletados e

filtrados registros e frequências dos artigos sobre FCD e constatou-se que

existe uma ampla possibilidade de estudos a serem feitos. Foram eles, saber

identificar em quais ocasiões utilizar Real Option Analisys - ROA e não o FCD,

prever os gastos de capital e a economia da depreciação fiscal dos

imobilizados em aplicações do FCD, entender como utilizar séries temporais

para compreender como os parâmetros do FCD tem comportamentos

diferentes ao serem aplicados em edifícios verdes em comparação com os

normais e desenvolver pacote de softwares que possam ser facilmente

alterados e expandidos para incluir situações específicas, quando são

necessárias alterações das fórmulas do fluxo de caixa do Valuation.

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Palavras-chaves: Valuation, Avaliação de Empresas, Fluxo de Caixa

Descontado, Lacunas Científicas.

Page 8: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

ABSTRACT

INSOGNIA, Andrei. Identification of scientific gaps in the study of

Valuation of Companies by the Discounted Cash Flow method. 2018.

Monografia - Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo,

2018.

Bibliometry is very important because it applies statistical and mathematical

methods to analyze and construct indicators on the dynamics and evolution of

scientific information. This work was used to identify scientific gaps in

publications on a widely adopted methodology of companies Valuation, the

"Discounted Cash Flow" (CDF). Through this, it was possible to find out how the

method has been used, and to verify the main deficiencies of research pointed

out by the authors of the related articles. The objective of this study was to

identify such aspects of suggested research and to evaluate its relevance. With

this, it will become easier the guidance of the authors with interest of work in

this area of knowledge, optimizing in the contribution of their studies and

publications regarding this technique. The research method used was a

bibliographical research, while the work method was the bibliometric analysis.

Scientific sources were chosen to carry out the analyzes and the researches,

then the records and frequencies of the articles about DCF were collected and

filtered and it was verified that there is a wide possibility of studies to be done.

They were able to identify in which occasions should use Real Option Analyzes

- ROA and not the DCF, to predict the capital expenditures and the economics

of the fiscal depreciation of fixed assets in DCF applications, to understand how

to use time series to understand how DCF parameters have different behaviors

when applied to green buildings compared to standard buildings and develop

software packages that can be easily changed and expanded to include specific

situations when changes in the Valuation's cash flow formulas are required.

Keywords: Key words: Valuation, Companies Evaluation, Discounted Cash

Flow, Scientific Gap

Page 9: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

SUMÁRIO

1 Introdução ................................................................................................ 10

1.1 Contextualização ................................................................................. 10

1.2 Justificativa .......................................................................................... 11

1.3 Relevância do Assunto ........................................................................ 11

1.4 Objetivo geral ...................................................................................... 12

1.5 Objetivos específicos .......................................................................... 12

2 Referencial Teórico.................................................................................. 13

2.1 Valuation ............................................................................................. 13

2.2 Classificação dos Métodos de Valuation ............................................. 13

2.2.1 Método do Balanço Patrimonial .................................................... 15

2.2.1.1 Valor Contábil ......................................................................... 15

2.2.1.2 Valor Contábil Ajustado .......................................................... 16

2.2.1.3 Valor Substancial ................................................................... 16

2.2.2 Método do Resultado Econômico ................................................. 16

2.2.2.1 Método do Valor dos Lucros .................................................. 17

2.2.2.2 Método do Valor dos Dividendos ........................................... 17

2.2.2.3 Método dos Múltiplos de Faturamento ................................... 17

2.2.2.4 Outros Modelos de Múltiplos .................................................. 17

2.2.3 Método Misto (Goodwill) ............................................................... 18

2.2.3.1 Método Clássico ..................................................................... 18

2.2.3.2 Método Simplificado da União Europeia ................................ 19

2.2.3.3 Método Perito Contábeis ........................................................ 19

2.2.3.4 Outros Modelos ...................................................................... 19

2.2.4 Método Criação de Valor .............................................................. 20

2.2.4.1 Método do Valor Econômico Agregado (Economic Value

Added - EVA) ......................................................................................... 20

Page 10: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

2.2.4.2 Método do Fluxo de Caixa do Retorno sobre o Investimento

(Cash Flow Return On Investment – CFROI) ........................................ 21

2.2.5 Método Opções ............................................................................ 21

2.2.5.1 Método Black and Scholes ..................................................... 22

2.2.5.2 Outros Métodos ...................................................................... 22

2.2.6 Método do Fluxo de Caixa Descontado ........................................ 23

2.2.6.1 Método Fluxo de Caixa Livre .................................................. 24

2.2.6.1.1 Fluxo de Caixa Livre para a Empresa (FCFF) ............... Error!

Bookmark not defined.

2.2.6.1.2 Fluxo de Caixa Livre do Acionista (Free Cash Flow to Equity

- FCFE) ............................................... Error! Bookmark not defined.

2.2.6.2 Fluxo de Caixa Patrimonial (Equity Cash Flow – ECF) .......... 26

2.2.6.3 Método Fluxo de Caixa de Capital (Capital Cash Flow - CCF)

27

2.2.6.4 Método Modelo de Dividendos ............................................... 28

2.2.6.5 Método do Valor Presente Ajustado (Adjusted Present Value -

APV) 29

2.3 Estudo Bibliométrico ............................................................................ 30

3 Procedimento Metodológico ................................................................... 31

3.1 Método de Pesquisa ............................................................................ 31

3.1.1 Classificação da Pesquisa ............................................................ 32

3.2 Método de Trabalho ............................................................................ 33

3.2.1 Definição dos Assuntos de Estudo ............................................... 33

3.2.2 Identificação das Plataformas de Pesquisas Adequadas ............. 34

3.2.3 Análise Bibliométrica .................................................................... 34

3.2.4 Coleta e Análise dos Dados.......................................................... 35

3.2.5 Análise de Fundamentação das Lacunas Científicas ................... 35

3.2.6 Segunda Análise de Lacunas Científicas ..................................... 36

Page 11: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

3.2.7 Conclusões ................................................................................... 36

3.2.8 Considerações Finais ................................................................... 36

4 Resultados e Discussão .......................................................................... 37

4.1 Análise da evolução das publicações .................................................. 37

4.1.1 Percentual de Publicações por Área de Assunto .......................... 38

4.1.2 Análise do número de trabalho por países ................................... 39

4.1.3 Análise do número de trabalho por Organizações ........................ 40

4.1.4 Análise do número de trabalhos e citações por Journals.............. 41

4.1.5 Cinco artigos mais citados entre 2008 e 2018 .............................. 42

4.1.6 Identificação de oportunidades de pesquisa ................................. 43

4.2 Análise e fundamentação das lacunas científicas ............................... 45

4.2.1 Primeira sugestão de pesquisa: “Quando utilizar análise de opções

reais (ROA) em detrimento da análise “tradicional” do fluxo de caixa

descontado (DCF)” .................................................................................... 46

4.2.2 Segunda sugestão de pesquisa: “Em aplicações do Fluxo de Caixa

Descontado, como prever os custos de capital e a economia da

depreciação fiscal dos imobilizados”.......................................................... 48

4.2.3 Terceira sugestão de pesquisa: 1ª “Estudo de séries temporais em

uma carteira de edifícios verdes sobre como os parâmetros do DCF

aumentam / diminuem em comparação com edifícios normais”. 2ª “Estudar

se o DCF é o melhor método para analisar o valor de um certificado

verde...........................................................................................................50

4.2.4 Quarta sugestão de pesquisa: desenvolvimento de pacote de

softwares utilizados em aplicações DFC, que possam ser facilmente

alterados e expandidos para incluir situações urbanas: ............................ 53

4.3 Lacunas Investigativas dos Artigos Mais Recentes dos Autores Mais

Citados .......................................................................................................... 54

4.3.1 Comparação entre os resultados encontrados nos Quadros 6,

Quadro 7 e Quadro 8 com os resultados encontrados nas primeiras

lacunas investigativas, do Quadro 4: ......................................................... 56

Page 12: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

5 Conclusão ................................................................................................ 58

Referências Bibliográficas ............................................................................ 60

Glossário..........................................................................................................72

Page 13: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Representação gráfica dos fluxos do cálculo do CFROI..................21

Figura 2 – Fórmula de cálculo do valor presente...............................................27

Figura 3 – Fórmula de cálculo do valor presente dos dividendos até o infinito29

Figura 4 – Classificação da Pesquisa................................................................32

Figura 5 – Fluxograma do método de trabalho..................................................33

Figura 6 – Evolução de publicações entre 2008 e 2018....................................37

Figura 7 – Evolução do volume de capital em negociações de fusão no

mundo................................................................................................................38

Figura 8 – Percentual de publicações por área de assunto..............................39

Figura 9 – Número de publicações por país......................................................40

Figura 10 – Número de publicações por Instituições.........................................41

Figura 11 – Número de Citações por Journal....................................................42

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Classificação dos principais Métodos de Avaliação de empresas 14

Quadro 2 - Critérios de busca da análise bibliométrica.....................................35

Quadro 3 - Cinco Journals mais citados entre 2008 e 2018..............................41

Quadro 4 - Cinco publicações mais citadas entre 2008 e 2018........................43

Quadro 5 - Lacunas Científicas.dos artigos mais citados.................................44

Quadro 6 - Lacunas Científicas dos trabalhos mais recentes de Rokkas.........54

Quadro 7 - Lacunas Científicas dos trabalhos mais recentes de Varoutas......55

Quadro 8 - Lacunas Científicas dos trabalhos mais recentes de Jennergren.55

Page 15: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

LISTA DE SIGLAS

APV: Adjusted Present Value

CAPEX: Capital Expenditure

CAPM: Capital Asset Pricing Model

CCF: Capital Cash Flow

CFROI: Cash Flow Return On Investment

CMPC: Custo Médio Ponderado de Capital

D: Existing Debt

DCF: Discounted Cash Flow

DRE: Demonstração do Resultado do Exercício

ECF: Equity Cash Flow

ECF: Equity Cash Flow

EVA: Economic Value Added Valor Econômico Agregado

FCD: Fluxo de Caixa Descontado

FCF: Free Cash Flow

FCFE: Free Cash Flow to Equity

FCFF: Free Cash Flow for the Firm

Kd: Cost of the Debt Before Tax .

Ke: Cost of Equity

NOPAT: Net Operating Profit After Tax

Page 16: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

ROA: Real Option Analyses

WACC: Weighted Average Capital Cost

Page 17: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

10

1 Introdução

1.1 Contextualização

O mais intrigante do termo inglês Valuation, também fartamente utilizado no

Brasil por investidores, analistas e gestores de recursos, é que não existe resposta

ou metodologia que possa ser considerada a única correta (PÓVOA, 2012).

Valuation, avaliação de empresas, é uma prática constante em processos de

negociações de abertura de capital, fusões e aquisições, desinvestimento, compra

de empresas semelhantes, etc. Envolvidos na negociação visam determinar um

intervalo de referência que englobe o valor da empresa e respectivos prêmios. Para

isso, é fundamental na maioria dos casos, que se calcule também o potencial futuro

de geração de valor da empresa em questão.

De acordo com Costa e Alvim (2010), existem diversas metodologias de

avaliação de empresas, dentre elas estão o “Cálculo do Valor Contábil”,

“Liquidação”, “Avaliação por Opções Reais”, “Valor de Mercado das Ações”, “Método

dos Múltiplos”, “Fluxo de Caixa Descontado”, etc.

Demirakos, Strong e Walker (2004) complementam que, aparentemente, tais

metodologias são adaptadas de acordo com as características do setor da empresa

que se analisa.

Martelanc (2005), por meio de uma pesquisa, constatou que, em situações

com maior tempo disponível para análise, o método mais utilizado para avaliação de

fusões e aquisições no Brasil era o Fluxo de Caixa Descontado (FCD). Nessa

mesma perspectiva, Soute et al. (2008), também reitera que o “Fluxo de Caixa

Descontado” é o método de avaliação de empresas mais utilizado no Brasil.

Um dos motivos para essa ampla utilização pode ser explicado pelo o que

expõe Damodaran (1997), quando diz que ele é o mais fácil de ser utilizado em

empresas que apresentam fluxos de caixa positivos, os quais podem ser projetados

para períodos futuros e descontados por taxas adequadas.

Diante desta relevância, tal metodologia recebeu tamanho enfoque neste

trabalho.

Page 18: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

11

1.2 Justificativa

Em todo projeto científico, se faz necessária uma revisão bibliográfica como

fundamento para a criação de novos conhecimentos. Dentre os possíveis objetivos

das pesquisas bibliográficas, temos: o levantamento dos pareceres de outros

pesquisadores sobre o estudo a ser pesquisado, a identificação de lacunas

científicas, a utilização, como material de estudo, dos trabalhos desenvolvidos por

outros pesquisadores, dentre outros (MEDEIROS et al., 2015)

Embora muitos livros e artigos abordem a metodologia de Valuation pelo

Fluxo de Caixa Descontado, a grande maioria aborda apenas questões qualitativas,

restringindo-se à justificativa de escolha do método e explanação dele. Diante do

uso recorrente e importância das técnicas de avaliação de empresas, o presente

trabalho visa, por meio de uma análise bibliométrica, identificar lacunas científicas

sugeridas pelos autores relacionados ao tema, analisar se tais sugestões tem

fundamento ou não e quando tiverem, analisar se as lacunas sugeridas ainda não

foram preenchidas até a data de elaboração desta monografia, e concluir

identificando, a partir desse estudo, quais são relevantes .

1.3 Relevância do Assunto

A bibliometria é a prática da ciência que compreende o uso de ferramentas

matemáticas e estatísticas com o objetivo de analisar e medir a literatura em um

determinado campo de conhecimento (HUANG et al., 2016). Compreende à análise

quantitativa de dados para investigar quais são suas propriedades e como se

comporta a evolução das informações científicas (FERREIRA et al., 2014).

A relevância do assunto pode ser suportada pela contribuição que o processo

de Valuation tem nas negociações e pela restrição de trabalhos de natureza

avaliativa dos casos em que o mesmo foi utilizado. A análise bibliométrica é um

método muito eficaz e já consolidado de identificação de lacunas científicas. Aplicá-

la por meio da utilização de plataforma de publicações científicas, permitirá

identificar pontos e tendências relevantes de pesquisas, norteando autores a

intensificar suas publicações no que é prioridade. Isso, consequentemente, vai

facilitar o processo de otimização da técnica do Fluxo de Caixa Descontado.

Page 19: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

12

1.4 Objetivo geral

O objetivo geral deste trabalho é identificar lacunas científicas nos artigos

sobre metodologias de Valuation pelo método do “Fluxo de Caixa Descontado”.

1.5 Objetivos específicos

Conceituar quais as melhores plataformas de artigos científicos para

identificar as lacunas científicas;

Utilizar a plataforma adequada para pesquisar dois temas (Valuation e

Discounted Cash Flow (DCF) unidos como títulos dos artigos;

Mapear a produção científica da evolução das publicações, dos artigos, ,

subáreas, países, instituições, Journals, e pesquisadores mais relevantes,

refletindo a evolução da literatura em um determinado período de tempo;

Identificar, por meio de pesquisa em plataforma científicas, se cada lacuna

científica sugerida nos trabalhos tem fundamento ou não;

Auxiliar os autores a otimizarem seus esforços em determinados âmbitos das

lacunas propostas.

Page 20: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

13

2 Referencial Teórico

Este capítulo faz um mapeamento da literatura que será relevante no ponto

de vista da elaboração e execução do projeto. Aqui são apresentados os conceitos e

definições, tais como conceitos de Valuation, considerações sobre suas

metodologias, fundamentos da análise bibliométrica, dentre outros.

2.1 Valuation

A avaliação patrimonial das empresas tem provocado enormes discussões

acadêmicas e profissionais ao longo do tempo (séculos), confusões conceituais,

críticas quanto à relevância e à utilidade da Contabilidade, conferências, artigos etc.

(MARTINS, 2000). Nesse contexto, originou no mercado financeiro, o termo

Valuation que significa avaliação de empresas. Na administração financeira, essa

avaliação é utilizada para apurar o valor de uma determinada instituição, ativo, ou

máquina que tenha como objetivo exercer alguma atividade econômica. (PÓVOA,

2007).

Segundo Falcini (1995), o Valuation não é uma fixação concreta de um valor

para a empresa, mas sim uma estimativa para determinar o intervalo de valores

dela.

Nesse sentido, com o passar dos anos, métodos de avaliação foram surgindo

e sendo adaptados às situações específicas de modo a aproximar a média do

intervalo de valores calculados ao valor considerado justo do ativo.

Segundo Martinez (1999, p3), na prática, usualmente, o avaliador utiliza-se de

vários métodos e pondera seu resultado para o caso, chegando a um valor que

represente a melhor estimativa possível do valor econômico da empresa.

Nessa perspectiva, de acordo com o objetivo dos pares da negociação, da

saúde financeira da empresa, e da estrutura de capital da mesma, é escolhida a

metodologia que mais se adequa à situação.

2.2 Classificação dos Métodos de Valuation

Segundo Ge et al. (2005), a maioria dos modelos de Valuation foi

desenvolvida para empresas estabelecidas, sobretudo aquelas participantes do

mercado de capitais. Embora para Costa (2010), a escolha do melhor método não

Page 21: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

14

garanta que o valor encontrado seja o valor justo, para Damodaran (1999), a escolha

da melhor metodologia é de suma importância para que o valor calculado não

destoe muito do valor real, uma vez que, a diversidade de métodos e as

idiossincrasias da empresa podem tornar o Valuation muito mais complexo.

Enquanto Cornell (1994), salienta quatro modelos de avaliação de empresas

bastante difundidos e os classifica em (1) “Avaliação pelo Valor de Livro Ajustado,

(2) “Avaliação de Ações e Dívidas”, (3) “Avaliação por Múltiplos” e (4) “Avaliação

pelo Fluxo de Caixa Descontado”, e Martins (2001) sugere uma divisão em apenas

três grupos gerais: (1) “Técnicas de Comparação com o Mercado”; (2) “Técnicas de

Análise sobre os Ativos e Passivos Ajustados”; e (3) “Técnicas de Fluxos de Caixa

Futuros”, Fernandez (2001) classifica os métodos de Valuation de forma muito mais

detalhada, sendo seis grupos gerais. São eles, (1) Balanço Patrimonial, (2)

Resultado Econômico, (3) Misto (Goodwill), (4) Fluxo de Caixa Descontado, (5)

Criação de Valor e (6) Opções. Cada grupo geral apresenta suas variações,

representadas no Quadro 1:

Quadro 1 – Classificação dos Principais Métodos de Avaliação de Empresas.

Balanço Patrimonia

l

Resultado Econômico

Misto (Goodwill) Criação de

Valor Opções Reais

Fluxo de Caixa

Descontado

Valor Contábil

Valor dos Lucros

Clássico Economic Value Added (EVA)

Black and Scholes

Fluxo de Caixa Livre

Valor Contábil Ajustado

Valor dos Dividendos

Simplificado da União Européia

Cash Flow Return On Investment

(CFROI)

Opção de Investimento

Equity Cash Flow

Valor Substancial

Múltiplos de Faturament

o

Peritos Contábeis

Expansão de Projeto

Capital Cash Flow

Outros Modelos de

Múltiplos

Outros Modelos

Adiantamento de

Investimento

Modelo de Dividendos

Usos

Alternativos

Adjusted Present Value –

APV

Outros

Modelos

Page 22: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

15

Fonte: Adaptado de Fernandez (2001)

Como demonstrado anteriormente, embora as categorias das classificações

dos autores sejam parecidas, não existe um consenso no que tange à classificação

dos diferentes tipos de Valuation. Nessa perspectiva, como a classificação de

Fernandez (2001), representada no Quadro 1, foi a mais completa, no que tange ao

aprofundamento das categorias e especificações das mesmas, ela será utilizada de

base na explicação da classificação dos métodos de avaliação de empresas.

2.2.1 Método do Balanço Patrimonial

Segundo Almeida et al (2012), a informação contábil é crucial para a simetria

informacional. Cornell (1994) afirma que a definição de valor por esse método é

dada pela soma de todas as exigibilidades que investidores tenham na empresa. De

acordo com Paiva (2001), a avaliação pelo valor contábil é o método mais rápido e

direto para se avaliar empresas, pois somente é necessária a consulta de

informações do Balanço Patrimonial. Para Fernandes (2001), embora o balanço

patrimonial seja visto como uma “fotografia” do valor patrimonial da empresa, ele

não considera resultados provenientes da evolução dela. Ele facilita a previsão de

implicações quanto a financiamentos, pois expõe o caixa excedente ou o capital que

precisa ser levantado (Copeland et al., 2002; Damodaran, 2007). No Quadro de

metodologias proposto por Fernandes (2001), ele divide o método do “Balanço

Patrimonial” em três. São eles, (1) Valor Contábil, (2) Valor Contábil Ajustado e (3)

Valor Substancial.

2.2.1.1 Valor Contábil

O “Valor Contábil”, também chamado de “Book Value”, corresponde ao

patrimônio líquido da empresa. Paiva (2001) reforça que esse método é apenas uma

representação matemática, pois apresenta como desvantagem a não incorporação

de alguns fatores como redução da vida útil, bens intangíveis, depreciações e

inflação, logo, o mesmo não representa o valor da empresa. Para Cornell (1994), o

“Valor Contábil” pode ser obtido de duas maneiras. A primeira se dá pela soma das

ações, lucros, dívidas e reservas operacionais. A segunda é calculada pela diferença

entre ativos líquidos e passivos operacionais.

Page 23: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

16

2.2.1.2 Valor Contábil Ajustado

Helfert (2000), explica que o método do “Valor Contábil” pode ser calculado

seguindo objetivos específicos, portanto, ajustes convenientes de modo a incorporar

fatores que o torne mais fidedigno ao valor justo ou mais interessante para o

avaliador é comum. Isso pode ser feito por meio de avaliações mais precisas dos

ativos ou dos valores de liquidação da empresa, por exemplo. Quando isso ocorre, o

método passa a ser denominado de “Valor Contábil Ajustado”.

2.2.1.3 Valor Substancial

De acordo com Fernandez (2001), o “Valor Substancial” representa o

investimento que deve ser feito para formar uma empresa de condições idênticas de

valor, em comparação com outras empresas já avaliadas. Trata-se do valor de

reposição dos ativos, supondo que a empresa continue a operar em uma direção

contrária a de liquidação. Normalmente não são considerados ativos que não sejam

utilizados nas operações da empresa.

2.2.2 Método do Resultado Econômico

Para Santos e Veiga (2014), a Demonstração do Resultado do Exercício

(DRE) possui uma grande relevância gerencial e administrativa, pois demonstra com

muita clareza a estrutura de todas as atividades envolvendo receitas, custos e

despesas, além de mostrar o peso dos tributos incidentes sobre as vendas. Nesse

contexto, destaca-se a importância da utilização dela em processos de Valuation. O

“Método do Resultado Econômico” corresponde ao conjunto de práticas de

avaliações que se fundamentam na demonstração do resultado do exercício para o

cálculo do valor da empresa. Segundo Fernandez (2001), tais métodos avaliam a

empresa através do tamanho de seus ganhos, vendas ou outros indicadores. Assim,

é uma prática comum realizar avaliações rápidas multiplicando a capacidade de

produção (ou venda) e obtendo com isso, a base de comparação dos múltiplos. No

Quadro de metodologias proposto pelo autor, ele divide o “Método do Resultado

Econômico” em quatro tipos. São eles, (1) Método do Valor dos Lucros, (2) Método

do Valor dos Dividendos, (3) Método dos Múltiplos de Faturamento e (4) Outros

Modelos de Múltiplos.

Page 24: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

17

2.2.2.1 Método do Valor dos Lucros

Fernandez (2001) explica que de acordo com esse método, o valor do

patrimônio é obtido pela multiplicação do lucro líquido anual pela razão “preço/lucro”.

Tal razão indica o múltiplo do lucro que é pago no mercado de ações, ela relaciona

um item do mercado financeiro (preço da ação) com um item contábil (lucro líquido

anual).

2.2.2.2 Método do Valor dos Dividendos

Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2005) explicam que o pagamento de

dividendos constitui a decisão da empresa de reter ou distribuir lucros. Segundo

Gitman (2009), eles são uma importante variável de retorno para se determinar o

valor da ação. De acordo com Groppelli e Nikbakht (1999), eles são considerados

pelos investidores como um retorno que se assemelha a outras oportunidades de

investimento, na qual esse retorno é calculado pela relação entre pagamento de

dividendos e o preço da ação. Diante tamanha importância, compreende-se a

existência de um método de Valuation baseado em dividendos.

Fernandez (2001) explica que pelo “Método do Valor dos Dividendos”, o valor

de uma ação é calculado encontrando o valor presente líquido de dividendos que se

espera dela na perpetuidade. Ele complementa afirmando que empresas que pagam

mais dividendos não obtêm necessariamente um crescimento no preço de suas

ações, uma vez que quando ela distribui mais dividendos, tende-se a reduzir seu

crescimento por deixar de investir em seu patrimônio líquido.

2.2.2.3 Método dos Múltiplos de Faturamento

De acordo com Fernandez (2001), esse método consiste em calcular o valor

de uma empresa multiplicando suas vendas anuais por um número que corresponda

a um intervalo de tempo razoável, considerado padrão pelo mercado financeiro. Ele

exemplifica que para o cálculo do valor de uma farmácia, deve-se multiplicar o

faturamento anual dela pelo número dois, período de anos considerado padrão pelo

mercado financeiro para o setor, na época do negócio.

2.2.2.4 Outros Modelos de Múltiplos

Devido aos inúmeros tipos de empresas, surgiu a necessidade de diferentes

tipos de múltiplos, de modo que para cada ramo de negócio, existisse aquele que

Page 25: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

18

melhor se enquadrasse para o cálculo do valor dela. Dentre os diversos tipos,

Fernandez (2001) comenta que quatro são muito utilizados. São eles, (1) valor da

companhia / lucro antes de juros e impostos, (2) valor da companhia/ lucro antes de

juros, impostos, amortização e depreciação, (3) valor da companhia/ fluxo de caixa

operacional e (4) valor dos ativos/ valor contábil.

2.2.3 Método Misto (Goodwill)

Fernandez (2001) ensina que Goodwill é o valor que uma empresa tem acima

do seu valor contábil. Tal expressão procura representar o valor dos ativos

intangíveis dela, pois mesmo não estando no balanço patrimonial, eles contribuem

para a agregação de valor, já que dão vantagem competitiva devido à marca,

tradição, liderança, clientela etc. Embora determinar o valor do Goodwill seja algo

complexo, pois não há um consenso sobre a fórmula de seu cálculo, metodologias

de Valuation foram desenvolvidas, cujos modelos incorporam o cálculo de seu valor.

Elas aplicam uma abordagem mista: por um lado, é realizada uma avaliação estática

dos ativos da empresa e, por outro lado, quantifica-se o valor que a empresa irá

gerar no futuro, ou seja, o valor da empresa é estimado pelo valor combinado de

seus ativos mais um ganho de capital resultante do valor de seus ganhos futuros.

2.2.3.1 Método Clássico

Segundo Fernandez (2001), este método estabelece que o valor de uma

empresa é igual ao valor de seus ativos líquidos (valor líquido substancial) mais o

valor do ágio, seu Goodwill. O ágio é avaliado como um múltiplo do lucro líquido da

empresa, ou como um percentual do volume de seus negócios. De acordo com esse

método, a fórmula que expressa o valor de uma empresa é: V = A + (n x B), or V = A

+ (z x F), onde:

A = valor do ativo líquido;

n = coeficiente ente 1,5 e 3;

B = lucro líquido;

z = receita percentual de vendas

F = turnover

Page 26: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

19

2.2.3.2 Método Simplificado da União Europeia

Fernandez (2001) ensina que de acordo com esse método, o valor de uma

companhia é expresso pela seguinte fórmula: V = A + an (B - iA), onde:

A = ativos líquidos corrigidos ou valor líquido;

n = anuidades;

an = valor presente, a uma taxa t, de “n” anuidades, com “n” entre 5 e 8 anos;

B = lucro líquido do ano anterior ou previsto para o ano seguinte;

i = taxa de juros alternativa, taxa de pagamento de debêntures, retorno sobre ações,

ou retorno sobre investimentos imobiliários (após impostos);

an (B - iA) = Goodwill.

Ou seja, o racional dessa fórmula é calcular o valor da empresa pela soma

de seu patrimônio líquido ajustado mais o valor do Goodwill, onde esse é obtido

através da capitalização, por aplicação de um coeficiente "super-lucro" que é igual à

diferença entre o lucro líquido e o investimento dos ativos líquidos "A" em uma taxa

“i” correspondente à taxa livre de risco.

2.2.3.3 Método Perito Contábeis

Fernandez (2001) afirma que o valor da empresa de acordo com este método

é obtido por meio da seguinte Equação: V = A + an (B - iV), dando: V =([A + (anxB)]

/ (1 + ian)). As variáveis dessa Equação são as mesmas explicadas no item 2.2.3.2.

Nesse método, o valor total de uma empresa é igual ao valor dos ativos

líquidos reavaliados mais o Goodwill. Isso é calculado capitalizando juros compostos

(usando o fator “a”), um “super-lucro”, que é o lucro menos o fluxo obtido pelo

investimento a uma taxa livre de risco e um capital igual ao valor da empresa “V”. A

diferença entre esse método e o método do item 2.2.3.2 está no valor do Goodwill,

que neste caso, é calculado a partir do valor “V” que estamos procurando, enquanto

no método simplificado, foi calculado a partir do patrimônio líquido “A”.

2.2.3.4 Outros Modelos

Os demais modelos seguem lógica parecida dos modelos anteriores, são

mistos, ou seja, calcula-se o valor dos ativos e soma-se o valor do Goodwill, para

Page 27: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

20

encontrar o valor da empresa, o que varia majoritariamente é a fórmula de cálculo do

ágio em cada modelo, de acordo com os interesses dos mesmos. Exemplos deles

são, “Método Indireto”, “Método Direto ou Anglo-Saxão”, “Método de Compra do

Lucro Anual”, e “Método da Taxa Livre de Risco”. Como para Fernandez (2001), o

“Método Misto (Goodwill)” é muito arbitrário, já que não possui aprofundamento

científico, o presente trabalho explicou os modelos mais utilizados no passado e se

limitou apenas em citar os modelos que se enquadram em “Outros Modelos”.

2.2.4 Método Criação de Valor

De acordo com Byrne (2001), a chave para a criação de valor é aumentar o

valor de mercado mais rápido que o aumento de capital. Assaf Neto (2003)

acrescenta que o uso de medidas pautadas no valor traz a vantagem de enquadrar a

administração da empresa aos objetivos dos acionistas, reduzindo os conflitos de

agentes e oferecendo melhores práticas de governança corporativa. Para Lazonicke

O’Sullivan (2000), os interesses dos proprietários e administradores não são

coincidentes e compete aos proprietários criar mecanismos que controlem a ação

dos gerentes e estimulem a convergência de interesses entre eles. É nesse contexto

que as ações organizacionais passam a ser orientadas pela criação de valor. Tal

relevância da criação do valor fez com que surgissem métodos de Valuation

baseados nesse conceito. Fernandez (2001) divide tal método em três. São eles, (1)

Valor Econômico Agregado (Economic Value Added -EVA) e (2) Fluxo de Caixa do

Retorno sobre o Investimento (Cash Flow Return On Investment”- CFROI).

2.2.4.1 Método do Valor Econômico Agregado (Economic Value Added - EVA)

Marshall (1980) ensina que o EVA deriva do conceito de lucro econômico.

Stewart III (1999) afirma que o EVA é totalmente consistente com o orçamento de

capital, ou seja, aceita todos os investimentos cujos valores presentes líquidos são

positivos e rejeita todos os negativos. De acordo com Damodaran (1994), o cálculo

do EVA consiste no lucro operacional líquido no período menos o custo total do

capital investido (custo de oportunidade de aplicações alternativas) ou a taxa de

ganho que os investidores teriam em aplicações com o mesmo nível de risco.

Pancher (2002) reforça a proposta de cálculo de Damodaran, ao afirmar que o valor

do EVA é expresso pela diferença entre a taxa de retorno e o custo de oportunidade.

Page 28: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

21

2.2.4.2 Método do Fluxo de Caixa do Retorno sobre o Investimento (Cash Flow

Return On Investment – CFROI)

O CFROI evidencia o fluxo de caixa da empresa gerado em um dado período

como porcentagem do montante investido nos ativos da empresa. Segundo Young e

O’Byrne (2003), um dos motivos da criação desse método foi o fato de algumas

firmas priorizarem medidas baseadas em taxa de retorno em detrimento da

agregação de valor. Eles criticam o CFROI pelo fato de seu cálculo ser de

compreensão difícil para os gestores que o utilizam. Oliveira, Perez e Silva (2013)

complementam que o CFROI é um indicador que mede o retorno sobre o

investimento ajustado pela inflação, idade de ativos e métodos de depreciação para

evitar possíveis distorções.

O autor Assaf Neto (2012) indica que o cálculo do valor pelo CFROI é dado

pela taxa interna de retorno (TIR) das variáveis apresentadas na Figura 1

Figura 1 - Representação gráfica dos fluxos do cálculo do CFROI.

Fonte: Assaf Neto (2012a, p. 397).

Onde:

FCO = Fluxo de Caixa das Operações;

INV = Investimento Inicial;

VR = Valor Residual

2.2.5 Método Opções

Brealey and Myers (2003) afirmam que Opções Reais permitem que gerentes

agreguem valor às suas empresas, possibilitando a amplificação de ganhos ou

Page 29: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

22

mitigação de perdas. Baldwin and Clark (1993) explicam que Opções Reais podem

ocorrer naturalmente ou serem incorporadas, por meio de um valor adicional, na

oportunidade de investimento. De acordo com Trigeorgis (1996), esse método é

especialmente adaptado para a incerteza e flexibilidade relacionadas a um projeto

de investimento. Para Roll (1994), a ideia básica da abordagem desse método é

transferir os sofisticados modelos de precificação de opções utilizados no mercado

de ações para a avaliação de diversos projetos de pesquisa e desenvolvimento que

envolvam risco. Fernandez (2001) divide esse tipo de Valuation em cinco. São eles,

(1) Black and Scholes, (2) Opção de Investimento, (3) Expansão de Projeto, (4)

Adiantamento de Investimento e (5) Usos Alternativos.

2.2.5.1 Método Black and Scholes

Esse método contribui para a compreensão de uma ampla gama de contratos

com recursos de opção. Ele permite uma nova compreensão dos instrumentos

financeiros tradicionais. Kemma (1987) explica que o método de Black and Scholes

aplica a abordagem de tempo contínuo, sua fórmula é usada para avaliar opções de

compra e venda. De acordo com Fernandez (2001) o cálculo do valor de uma opção,

por esse método, é dado pela Equação 1:

(1)

Onde:

Call = Valor da opção de compra;

K = Preço de exercício;

t = Tempo no qual a opção foi exercida;

S = Preço da ação e

N(x) = Probabilidade de ocorrência..

2.2.5.2 Outros Métodos

Embora Fernandez (2001) tenha citado 5 tipos de Método de Opções, Freitas

(2002) explica que o mais utilizado é o Black and Scholes, dessa forma, diante a

percepção das inúmeras variações e menor utilização dos demais métodos nesta

Page 30: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

23

revisão bibliográfica, o presente trabalho se limitou a citá-las apenas, enquadrando-

as dentro da categoria “Outros Métodos”.

2.2.6 Método do Fluxo de Caixa Descontado

Como mostra o Quadro 1, diversas são as metodologias de Valuation. No

entanto, Segundo Costa, Costa e Alvim (2010), o “Fluxo de Caixa Descontado”

(FCD) se sobressai com relação aos outros por levar em conta os fluxos de caixa

futuros e por apresentar ferramentas cruciais para o cálculo do valor, como o tempo

em que são gerados os fluxos e a relação com o risco, que quanto maior, resultará

em taxa de desconto maior e consequentemente o valor da empresa será menor.

Segundo Assaf Neto (2003), o “Fluxo de Caixa Descontado” (FCD) é o método que

representa com maior rigor técnico e conceitual a expressão do valor econômico, é a

metodologia que mais revela a efetiva capacidade de geração de riqueza da

empresa. Por esses motivos, o presente trabalho deu enfoque nesse método para a

realização da análise bibliométrica, identificação e fundamentação das lacunas

científicas.

O FCD sintetiza as entradas e saídas de dinheiro ao longo do tempo

representando a renda econômica gerada pelo projeto ao longo de sua vida. O

fundamento principal dessa metodologia é que a empresa é expressa por sua

riqueza a valor presente. Ou seja, é feito o dimensionamento dos caixas esperados

no futuro, descontados por uma taxa de atratividade que reflete o custo de

oportunidade de outras fontes de alocação de capital.

De acordo com Copeland (1990), a fórmula geral do valor econômico da empresa

por esse método é a seguinte:

Valor Econômico = valor presente do fluxo de caixa do período explícito de projeção

+ valor presente do fluxo de caixa após o período explícito de projeção.

A fórmula do Valor Presente do fluxo de caixa do período explícito de

projeção é dada pela Equação 2

Page 31: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

24

(2)

Onde:

VP = Valor Presente

CF = fluxo de caixa operacional líquido.

K= taxa de custo de capital.

t = período de tempo.

n = último período de projeção explícita do CF.

O valor do fluxo de caixa após o período explícito de projeção ou valor residual é

calculado por meio da Equação 3:

(3)

Onde CFn /K é o valor residual ou perpetuidade no período “n”.

2.2.6.1 Método Fluxo de Caixa Livre

Segundo Fernandez (2001), o Fluxo de Caixa Livre (Free Cash Flow - FCF) é

o fluxo de caixa operacional, sem levar em consideração as dívidas da empresa. É o

dinheiro que deveria estar disponível na empresa após o pagamento de investimento

em ativos fixos e capital de giro. Há duas abordagens principais para o método de

fluxo de caixa descontado utilizando o FCF, nelas os fluxos de caixa e as taxas de

desconto são diferentes. São eles, (1) O Fluxo de Caixa Livre para Empresa (Free

Cash Flow for the Firm - FCFF) e (2) O Fluxo de Caixa Livre para o Acionista (Free

Cash Flow to Equity - FCFE).

Page 32: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

25

2.2.6.1.1 Fluxo de Caixa Livre para a Empresa (FCFF)

O FCFF representa o caixa formado depois de impostos, pelas operações da

empresa, uma vez que ela não tenha dívidas. Demonstra suas atividades

operacionais. Trata-se dos fluxos de caixa operacionais futuros, após a realização

de todas as despesas operacionais e impostos, mas antes do pagamento das

dívidas (principal e juros). Para seu cálculo, o ponto de partida é o Lucro

Operacional Líquido Após os Impostos (Net Operating Profit After Tax - NOPAT). Na

aplicação desse método a taxa de desconto utilizada é o Custo Médio Ponderado do

Capital (Weighted Average Capital Cost - WACC). De acordo com Modigliani & Miller

(1958), nessa metodologia ajusta-se o valor presente dos fluxos de caixa futuros,

ignorando a forma de financiamento da empresa. Myers (1974) complementa que o

risco do fluxo dos benefícios fiscais deve ser igual ao risco do credor e, assim, a taxa

de desconto deve ser o custo da dívida (Kd). Para Luehrman (1997), no ajuste do

valor presente, deve-se projetar as causadoras dos benefícios do ajuste. De acordo

com Copeland (1990), o cálculo do valor presente, no “Método do Fluxo de Caixa

Livre para Empresa” é estimado descontando-se o fluxo de caixa operacional

disponível pela taxa de custo médio ponderado de capital (CMPC = Ka), como

mostrado na Equação 4:

(4)

O fluxo de caixa livre para a empresa considera que ela é financiada

simultaneamente com capital de terceiros e capital próprio. Logo, a taxa de desconto

é o custo médio ponderado de capital (CMPC = Ka) que pode ser obtida pela

Equação 5:

(5)

Onde:

CMPC = Ka = taxa de custo médio ponderado de capital.

Kd = taxa de custo dos empréstimos ou capital de terceiros.

Tc = taxa de imposto corporativo.

Wd = proporção do capital de terceiros.

Page 33: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

26

Ks = taxa de custo do capital próprio com alavancagem.

Ws = proporção do capital próprio de uma empresa com alavancagem.

2.2.6.1.2 Fluxo de Caixa Livre do Acionista (Free Cash Flow to Equity - FCFE)

De acordo com Damodaran (2006), o FCFE corresponde à parte do caixa que

resta aos proprietários, ou fluxo de caixa residual das dívidas após as deduções de

todas as despesas e pagamento de juros e amortizações do principal de dívidas aos

credores. Na aplicação desse método, a taxa de desconto utilizada é o Modelo de

Precificação de Ativos Financeiros (Capital Asset Pricing Model – CAPM). De acordo

com Damodaran (2007), a principal diferença desse método para o FCFF está

atrelada ao próprio conceito de fluxo de caixa.

Enquanto o modelo de desconto de dividendos usa uma definição de fluxo de caixa

para o patrimônio líquido, o FCFE utiliza o fluxo de caixa restante após atendidas

todas as obrigações financeiras. De acordo com Damodaran (2007), em processos

de fusões e aquisições, o FCFE fornece a melhor estimativa de preço de mercado e

seu cálculo é dado pela Equação 6:

(6)

2.2.6.2 Fluxo de Caixa Patrimonial (Equity Cash Flow – ECF)

De acordo com Fernandez (2001), o ECF permite obter o valor do patrimônio

que, combinado com o valor da dívida, resulta no valor total da empresa. O ECF é

calculado adicionando o valor da dívida ao resultado da subtração dos juros e

receitas do principal (após impostos) do Fluxo de Caixa Livre (Free Cash Flow –

FCF). Em suma, é o fluxo de caixa que permanece disponível na empresa depois de

pagar os encargos financeiros, reembolsar a dívida principal e cobrir investimentos

em ativos fixos e requisitos de capital. A representação desse cálculo é dada pela

Equação 7:

(7)

Page 34: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

27

A fórmula utilizada para encontrar o valor da empresa por essa metodologia, é

a mesma apresentada pela Equação geral do Método do Fluxo de Caixa

Descontado, na Figura 2:

Figura 2 – Fórmula de cálculo do Valor Presente

Fonte: Revista da FAE – Modelos de Avaliação de Empresas

Onde CFj = Fluxo de caixa gerado pela empresa no período j;

Vn = Valor residual da empresa no ano n;

k = Taxa de desconto apropriada para o risco do fluxo de caixa; e

VRn = CFn(1+g)/(k-g).

No entanto, como está se analisando o patrimônio da empresa, a taxa de desconto

que deve ser utilizadas corresponde ao retorno exigido do capital próprio (cost of

equity - Ke). Para encontrar o valor total da empresa, deve-se adicionar o valor da

dívida existente ao valor patrimonial.

2.2.6.3 Método Fluxo de Caixa de Capital (Capital Cash Flow - CCF)

Segundo Fernandez (2001), o Fluxo de Caixa do Capital é o termo dado à soma do

fluxo de caixa da dívida mais o fluxo de caixa do capital e seu cálculo é dado pela

Equação 8:

(8)

Page 35: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

28

Onde:

CCF = Capital Cash Flow;

ECF = Equity Cash Flow;

DCF = Discounted Cah Flow ;

D = existing debt e

Kd = cost of the debt before tax .

Kaplan e Ruback (1995) recomendam o CCF para avaliar transações

altamente alavancadas. Gilson, Hotchkiss e Ruback (2000) preconizam tal método

para avaliação de empresas emergentes. Ruback (2002) afirma que essa

metodologia é substancialmente mais fácil de aplicar e consequentemente é menos

propensa a erros. De acordo com Fernandez (2001), o cálculo do valor da empresa

é feito pela utilização da fórmula geral de fluxo de caixa descontado, representada

na Figura 2, no entanto, o tipo de fluxo de caixa utilizado deve ser o CCF.

2.2.6.4 Método Modelo de Dividendos

Segundo Soute et al. (2008), nesse modelo, o valor do investimento é o valor

presente de todos os dividendos esperados descontados pela taxa do custo de

capital próprio. De acordo com Elton, Gruber, Brown e Goetzmann (2002), o modelo

descontado mais usual para estimar prêmios ex ante é o “Modelo de Dividendos”.

Uma das formas de utilização desse modelo é adotar uma taxa de crescimento

constante, ao estimar o prêmio pelo risco de mercado de ações, como explica

Khorana, Moyer e Patel (1997). De acordo com Fama e French (2002), a aplicação

do modelo, sob a ótica da perpetuidade, com taxa de crescimento constante é

chamada de “Gordon” e é muito utilizada. Damodaran (2007) explica que o cálculo

do valor de uma ação é o cálculo do valor presente dos dividendos até o infinito e

sua fórmula resumida é dada pelo somatório da Figura 3

Page 36: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

29

Figura 3 – Cálculo do Valor Presente dos Dividendos até o Infinito

Fonte: Site Investopedia – Como Calcular o Valor Presente da Perpetuidade

Onde:

DPA(t) = dividendos por ação esperados no período t e

Re = Custo do patrimônio líquido

2.2.6.5 Método do Valor Presente Ajustado (Adjusted Present Value - APV)

De acordo com Stewart et al. (2001), a metodologia de valor presente

ajustado ao risco possui uma maneira específica de lidar com as incertezas

sequenciais e probabilidades condicionais. Para Inselbag and H. Kaufold (1989), o

APV demonstra vantagens com relação aos outros métodos em transações

altamente alavancadas. Luehrman (1997) expõe tamanha a importância,

confiabilidade e versatilidade do APV quando cita que em muitos casos ele faz com

que a utilização do WACC seja considerada obsoleta. Myers (1998) explica que o

cálculo do valor de uma empresa pelo método do APV pode ser feito pela Equação

9:

(9)

Onde:

WL = valor de alavancagem da empresa (leveraged value of the firm);

Ku = custo não-alavancado do capital (unleveraged cost of equity);

Kd = custo da dívida (cost of debt);

Page 37: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

30

D0 = dívida pendente (outstanding debt);

fcfo = fluxo de caixa operacional esperado (expected cash flow from operations);

tc = taxa de imposto corporativo (corporate tax rate); e

θ = razão da dívida sobre o ativo (debt to asset ratio).

2.3 Estudo Bibliométrico

A análise bibliométrica teve início antes do Institute for Scientific Information–

atualmente Thomson Reuters. No entanto, de acordo com Jacobs (2010) com a

democratização do acesso digital às potentes e confiáveis plataformas de dados,

houve um efeito catalisador sobre a popularidade e alcance das pesquisas

bibliométricas para a comunidade científica. Merigó e Fang (2016) afirmam que os

métodos bibliométricos têm sido amplamente utilizados para fornecer uma visão

geral das publicações sobre vários tópicos de pesquisa.

No que tange à análise bibliométrica, segundo Rostaing (1996), todo método

de análise deve ter implícito 2 postulados. O primeiro afirma que a publicação é uma

representação da atividade de pesquisa de seu autor, logo o objetivo principal dele é

persuadir outros pesquisadores que suas técnicas emétodos e estão corretos, além

de garantir que o modo de comunicação do trabalho seja capaz de transmitir seu

conteúdo de forma fidedigna e coesa. O segundo afirma que a publicação científica

torna-se o fruto de uma comunicação de pensamentos individuais e coletivos, ou

seja, por fim existe uma relação entre todos os trabalhos científicos já publicados.

Page 38: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

31

3 Procedimento Metodológico

3.1 Método de Pesquisa

Um método de pesquisa é constituído por uma sequência de etapas

ordenadas, que aliadas ao conhecimento, proporcionam a investigação de um

fenômeno científico. As etapas abordam desde a escolha do tema, o planejamento

da investigação, o desenvolvimento metodológico, a coleta e a tabulação de dados,

a análise dos resultados, a elaboração das conclusões e por fim a divulgação de

resultados (SILVA e MENEZES, 2005). Segundo Strauss & Corbin (1998), o método

de pesquisa é um conjunto de procedimentos e técnicas utilizados para se coletar e

analisar dados. O método fornece os meios para se alcançar o objetivo proposto, ou

seja, são as “ferramentas” das quais fazemos uso na pesquisa, a fim de responder

nossa questão.

Ao discorrer sobre a natureza de pesquisa, Schwartzman (1979), explica que

a pesquisa básica acumula conhecimentos e informações que podem

eventualmente, de forma indireta, levar a resultados acadêmicos ou aplicados

importantes. Segundo Gil (2010), pesquisa básica estratégica corresponde àquelas

em que há aquisição de novos conhecimentos direcionados à solução de problemas

práticos. Segundo Silva e Menezes (2005), a pesquisa qualitativa considera que

existe uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, um vínculo entre o

mundo objetivo e a subjetividade do autor. Bryman (1989) explica que quando o

pesquisador já tem conceitos pré-estruturados sobre a realidade que vai ser seu

fruto de pesquisa, a abordagem dela é a quantitativa. De acordo com Creswell

(1995) , quando a abordagem tem as duas características, qualitativas e

quantitativas, ela é denominada de abordagem combinada. Trentini e Paim (1999)

afirmam que diversos são os procedimentos de pesquisas utilizadas em trabalhos

acadêmicos: experimento, modelagem e/ou simulação, pesquisa levantamento,

estudo de caso, pesquisa-ação, dentre outros. De acordo com Martins (2001), a

pesquisa bibliográfica procura explicar e discutir um tema com base em referências

teóricas publicadas em livros, revistas, periódicos e outros. Busca também, conhecer

e analisar conteúdos científicos sobre determinado assunto. E para Marconi e

Lakatos (2007), o objetivo dela é colocar o pesquisador em contato direto com tudo

o que foi escrito sobre determinado assunto científico.

Page 39: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

32

3.1.1 Classificação da Pesquisa

A classificação da pesquisa está definida de acordo com os moldes da Figura

4:

Figura 4 – Classificação da Pesquisa

Fonte: Adaptado de Kothari e Garg (2014)

Conforme mostrado na Figura 4, a pesquisa possui natureza básica

estratégica, pois é focada na análise e fundamentação de lacunas científicas em

artigos sobre Valuation pelo método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD), ou seja,

ela busca desenvolver conhecimento que possa ser utilizado por outros autores. Seu

objetivo é descritivo porque ela retrata as características do objeto estudado,

características das lacunas, expondo os fatos, as sugestões de pesquisas. Sua

abordagem é combinada, uma vez que tem características qualitativas, ao analisar

as características das lacunas, e quantitativas, ao efetuar o levantamento estatístico

de publicações. E embora o objetivo principal dela não tenha sido colocar o

pesquisador em contato com tudo o que foi escrito sobre o tema, ela analisou

Page 40: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

33

materiais bibliográficos para compreender contribuições e relações científicas entre

os assuntos abordados, o que classifica seu procedimento como pesquisa

bibliográfica .

3.2 Método de Trabalho

O método do trabalho escolhido, o mesmo foi estruturado em etapas

conforme o fluxograma da Figura 5.

Figura 5 – Fluxograma do método de trabalho.

Fonte: Autor

3.2.1 Definição dos Assuntos de Estudo

Desde o início, por trabalhar nessa área e gostar muito do assunto, estava

decidido que o foco do presente trabalho seria na área de Valuation. No entanto,

pesquisando na Literatura, percebe-se uma grande quantidade de trabalhos com

essa temática, existem diversos artigos que abordam classificações das

metodologias, que aplicam diferentes delas em determinadas empresas etc. Com

Page 41: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

34

intuito de contribuir de forma mais significante e abrangente, e não elaborar um

trabalho muito parecido com os demais, foi decidido unir o tema Valuation com outra

temática importante, Fluxo de Caixa Descontado, na qual a fusão das duas tivesse

uma contribuição relevante ao meio acadêmico. Por já ter trabalhado com Análise

Bibliométrica em outra área do conhecimento e ter percebido o impacto positivo do

trabalho, tal análise foi escolhida como a adequada para a intepretação do estado da

arte de publicações que unam os temas Valuation e “Fluxo de Caixa Descontado”.

3.2.2 Identificação das Plataformas de Pesquisas Adequadas

As plataformas de pesquisas escolhidas foram a “Scielo” e “Scopus”. A

primeira foi escolhida por dispor de grande quantidade de artigos com os temas do

trabalho. A segunda por ser uma plataforma que tem muitas ferramentas que

facilitam a análise quantitativa, seus filtros específicos de pesquisas foram os que

mais se adequaram ao tipo de pesquisa que foi feita. Eles permitiam procurar e

quantificar pesquisas usando mais de um tema no título, o que facilitou muito esse

trabalho.

3.2.3 Análise Bibliométrica

O estudo bibliométrico foi realizado com o intuito de analisar a evolução

científica de artigos sobre o assunto, entre 2008 e 2018, identificando aspectos

como, lacunas científicas dos cinco artigos mais citados, número de publicações por

subárea, países, Instituições e Journals, e lacunas dos artigos mais recentes dos

autores mais citados.

O estudo foi conduzido pela análise bibliométrica de artigos sobre Valuation

pelo método do Fluxo de Caixa Descontado publicados entre os anos de 2008 e

2018, em periódicos de alto impacto, buscando ampliar o conhecimento e identificar

sugestões de pesquisa que possam direcionar futuros trabalhos sobre o assunto.

O estudo foi realizado por meio das plataformas Scopus e Scielo. A primeira,

pois foi a base de dados que, no período em questão, apresentou o maior número

de artigos científicos nesta área, somando 20, e também por reunir editoras

importantes. A segunda por ser uma plataforma de alta relevância e ter atendido às

pesquisas complementares necessárias. O resumo dos critérios de busca utilizados

neste estudo bibliométrico está apresentado no Quadro 2:

Page 42: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

35

Quadro 2 - Critérios de busca da análise bibliométrica

Fonte: Autor.

3.2.4 Coleta e Análise dos Dados

Com o intuito de fornecer uma análise qualitativa ampla dos artigos, foram

elaborados gráficos e tabelas que demonstram a relevância da evolução de

publicações, categorias, países, instituições e artigos relacionadas ao tema.

Após obter o panorama geral das publicações, em cada artigo filtrado, foram

analisados os trechos, normalmente o resumo ou a conclusão do trabalho, nos quais

os autores utilizam para sugerir extensões de suas publicações ou outras linhas de

pesquisas relacionadas às áreas de suas publicações que julgam mais importantes.

Foi feita uma análise primária em todos os artigos encontrados e criada uma

tabela principal que abrangia as principais linhas de pesquisas sugeridas pelos

autores, com as características dos respectivos trabalhos, em especial, com o

assunto que o trabalho aborda e a lacuna científica que ele sugere.

3.2.5 Análise de Fundamentação das Lacunas Científicas

A partir da identificação das lacunas científicas, encontradas pela análise

bibliométrica, para cada uma foi feita uma análise fundamentada em pesquisas

bibliográficas que justifique se faz sentido ou não os temas sugeridos nos trabalhos.

Page 43: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

36

3.2.6 Segunda Análise de Lacunas Científicas

Com o intuito de compreender se os próprios autores preencheram em seus

trabalhos posteriores, as lacunas identificadas na primeira análise bibliométrica, e

com o intuito de compilar outras lacunas científicas de áreas correlatas, que

tivessem maior probabilidade de ainda não terem sido preenchidas, após a análise

dos artigos mais citados, identificou-se seus três respectivos autores, em seguida,

pesquisou-se e analisou-se os três trabalhos mais recentes deles e as lacunas

científicas propostas nos mesmos.

3.2.7 Conclusões

Com os resultados das pesquisas, objetiva-se fornecer uma orientação

contundente aos futuros pesquisadores sobre quais as áreas mais relevantes para

que eles empenhem seus esforços de modo a maximizar as necessidades de estudo

no âmbito do Valuation de empresas pelo método do Fluxo de Caixa Descontado.

3.2.8 Considerações Finais

Por fim, toda observação, informação, comentário que for relevante para a

pesquisa será inserida como consideração final de modo a complementar o presente

trabalho.

Page 44: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

37

4 Resultados e Discussão

4.1 Análise da evolução das publicações

A Figura 6 demonstra a evolução de publicações entre 2008 e 2018. Foram

encontrados 20 artigos, entre 2008 e 2018 que unem no título os termos Valuation e

Discounted Cash Flow. Constatou-se que os únicos anos em que não houve

publicações sobre o tema foram 2009 e 2015, e que o intervalo entre 2010 e 2014 foi

o período com a maior quantidade de publicações, totalizando 15.

Figura 6 – Evolução de publicações entre 2008 e 2018

Fonte: Adaptado de Scopus (2018)

A Figura 6 mostra os valores negociados em processos de fusões no mundo,

de acordo com ela, o período entre 2010 e 2014 corresponde a um intervalo de

baixo valor de negociações, comparado aos valores negociados nos demais anos

Page 45: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

38

abordados neste trabalho. Uma vez que os valores envolvidos nas negociações são

baixos, sugere-se que há menos capital envolvido nas transações e com isso, as

tomadas de decisões e diligências nesses processos sejam maiores e mais

criteriosas. Dessa forma, procura-se entender melhor as idiossincrasias envolvidas

nas negociações para avaliá-las se são vantajosas ou não. Uma ferramenta

fundamental nessa compreensão é o Valuation e um de seus métodos mais

utilizados é Fluxo de Caixa Descontado. Ao pesquisar mais sobre ele, publica-se

mais, o que pode explicar o fato da maior concentração de publicações ser entre

2010 e 2014, sugerindo que o número de publicações sejam inversamente

proporcional à quantidade de capital disponível para negociações.

Figura 7: Evolução do volume de capital em negociações de fusão no mundo

Fonte: Adaptado de Thomson Reuters (2018)

4.1.1 Percentual de Publicações por Área de Assunto

De modo a organizar e identificar quais as principais áreas de assuntos, e o

número de publicações nelas, utilizou-se o filtro “Subject area”, na plataforma

Scopus. Como resultado, constatou-se que “Economics, Econometrics, and Finance”

e “Business, Management and Accounting” foram as subáreas com maior número de

Page 46: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

39

trabalhos, onze (28,9%) cada uma. Em sequência, “Mathematics” apresentou quatro

(10,5%) publicações e “Decision Sciences” e “Social Sciences” contaram com três

(7,9) cada uma. Tal resultado já era esperado, uma vez que o “Fluxo de Caixa

Descontado” é uma metodologia de Valuation baseada em fundamentos

matemáticos, econômicos e contábeis para análise de viabilidade econômica em

transações empresariais. Logo, constatar a maior parte das publicações em áreas

de assuntos relacionadas somente reafirmou uma suposição prévia.

Figura 8 – Percentual de publicações por Área de Assunto

Fonte: Site Scopus (2018)

4.1.2 Análise do número de trabalho por países

A análise do número de publicações por país foi feita com o intuito de

conhecer melhor quais países são os maiores responsáveis pelas publicações nessa

área do conhecimento. Uma vez que transações de fusão e aquisição costumam ser

concentradas em países players da economia global, é intuitivo pensar que o maior

esforço de pesquisa sobre a temática Valuation pelo método do “Fluxo de Caixa

Descontado” seria maior nesses países, no entanto, isso não ocorreu. Esperava-se

Page 47: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

40

que os Estados Unidos, China e França, que não tiveram nenhuma publicação, e

Alemanha que teve apenas uma, aparecessem em posição de grande destaque,

todavia, o único player na economia global que está entre os que mais publicam é o

Reino Unido, com duas publicações. A Suécia é o país que mais publica, com três

publicações.

Figura 9 - Número de publicações por país

Fonte: Site Scopus (2018)

4.1.3 Análise do número de trabalho por Organizações

Com o objetivo de explicitar quais organizações demonstram maior empenho

nessa área do conhecimento, foi utilizado o filtro “Affiliation” que selecionou as

Instituições com maior relevância no assunto, facilitando aos leitores deste trabalho

e futuros autores de artigos afins, conhecer a universidade mais relevante nesse

ramo de estudo. Com três publicações, a Handelshögskolan i Stockholm (Stockholm

School of Economics) é a universidade com maior número de publicações.

Page 48: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

41

Figura 10 – Número de publicações por Instituições

Fonte: Site Scopus (2018)

4.1.4 Análise do número de trabalhos e citações por Journals

Dos vinte artigos encontrados, dezenove foram publicados por Journals e

apenas um por Book Series. O “Journal of Business Valuation and Economic Loss

Analysis” foi o único Journal que apresentou mais de uma publicação, duas no total.

Os cinco Journals mais citados sobre Valuation de empresas pelo Fluxo de Caixa

Descontado podem ser vistos no Quadro 3, e a distribuição de citações dos mesmos

pela Figura 11:

Quadro 3 - Cinco Journals mais citados entre 2008 e 2018

N Autores Journals

Número de

Citações

1 Rokkas, T., Katsianis, D., Varoutas, D.

Journal of Optical Communications and

Networking

2(9),5560791, pp. 760-772

17

2 Jennergren, L.P.

European Journal of Operational Research

185(3), pp. 1548-1563

14

Page 49: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

42

3 Vimpari, J., Junnila, S.

International Journal of Strategic Property

Management

18(3), pp. 238-252

7

4 Peterson, K.S., Straka, T.J.

Arboriculture and Urban Forestry

37(5), pp. 200-206

6

5 Jennergren, L.P.

Journal of Business Valuation and Economic

Loss Analysis

5(1),8

5

Fonte: Autor

Figura 11 - Número de Citações por Journal

Fonte: Autor

4.1.5 Cinco artigos mais citados entre 2008 e 2018

No Quadro 4 são apresentados os títulos dos artigos mais citados sobre o

tema, seus autores, Journals, ano de publicação, número de citações até o dia 19 de

Dezembro de 2018 e média de citações por ano. A média de citações foi calculada

pela divisão entre o número total de citações do artigo e o número de anos desde

seu lançamento até 2018. Cabe ressaltar, que ao realizar a busca por títulos,

Page 50: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

43

quando o mesmo não deixava claro se o artigo se enquadrava no escopo deste

estudo, o resumo dos artigos auxiliou nesta classificação.

Quadro 4 – Cinco publicações mais citadas entre 2008 e 2018

N Título Autores Journal Ano Citações

Média de

citações / ano

1

Techno-economic Evaluation of FTTC/VDSL and FTTH Roll-Out Scenarios: Discounted Cash Flows and Real Option Valuation

Rokkas, T Varoutas, D

A. Katsianis, D

JOURNAL OF OPTICAL

COMMUNICATIONS AND

NETWORKING

2010 17 2.13

2 Continuing value in firm valuation by the

discounted cash flow model Jennergren,

LP

EUROPEAN JOURNAL OF OPERATIONAL RESEARCH

2008 14 1.40

3

VALUE INFLUENCING MECHANISM OF GREEN CERTIFICATES IN THE

DISCOUNTED CASH FLOW VALUATION

Vimpari, J; Junnila, S

INTERNATIONAL

JOURNAL OF STRATEGIC PROPERTY

MANAGEMENT

2014 7 1,75

4 Specialized discounted cash flow analysis formulas for valuation of benefits and costs

of urban trees and forests

Peterson, K.S., Straka,

T.J.

Arboriculture and Urban Forestry

37(5), pp. 200-206

2011 6 0.86

5

On the forecasting of net property, plant and equipment and depreciation in

firm valuation by the discounted cash flow model

Jennergren, L.P.

Journal of Business

Valuation and Economic

Loss Analysis

5(1),8

201

0 5 0.63

Fonte: Autor (2018)

4.1.6 Identificação de oportunidades de pesquisa

Page 51: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

44

A partir da leitura dos cinco artigos mais citados, foi possível identificar

oportunidades de pesquisas a serem exploradas. Estes trabalhos são evidenciados

no Quadro 4. Para avaliar estas oportunidades de pesquisa, os artigos publicados

entre 2008 e 2018 foram analisados com relação às lacunas da literatura científica

que eles propõem. O processo de identificação de gaps científicos sobre o tema do

trabalho foi conduzido para identificar sugestões relevantes, na opinião dos autores

para avanços na área de Valuation pelo método do Fluxo de Caixa Descontado.

Foram pesquisados os artigos mais recentes pelo fato desses apresentarem gaps

com maior probabilidade de não terem sido preenchidos.

Quadro 5 - Lacunas científicas

Título, Autores e Ano O que foi feito Sugestões futuras

Techno-economic Evaluation of FTTC/VDSL and FTTH Roll-Out Scenarios: Discounted Cash Flows and Real Option Valuation (Rokkas, T; Katsianis, D; Varoutas, D 2010)

Neste artigo, foi realizado um estudo técnico-econômico de implantações de

linha de assinante digital (FTTC / VDSL) e FTTH de fibra a gabinete /

taxa muito alta de bits. Analisou-se a economia e os riscos históricos

associados à decisão do operador de investir em áreas densas urbanas por

meio da análise de fluxo de caixa descontado (DCF) e opções reais

(ROA).

Quando utilizar análise de opções reais (ROA) em detrimento da análise “tradicional” do fluxo de

caixa descontado (DCF)

Continuing value in firm valuation by the discounted cash flow model

(Jennergren, LP, 2008)

O documento examinou componentes do valor contínuo, em particular os

investimentos de capital e a economia fiscal devido à depreciação do

imobilizado (PPE). Estimou dois parâmetros um tanto elusivos

relacionados aos gastos de capital, vida econômica do equipamento e intensidade de capital. Uma análise

adicional indicou que uma parte substancial do valor contínuo deriva do

fluxo de caixa associado ao equipamento já adquirido. Além disso, o documento também identificou o erro

resultante de assumir despesas de capital em estado estacionário, em vez

de grumos.

Em aplicações do Fluxo de Caixa Descontado, como prever os

gastos de capital e a economia da depreciação fiscal dos

imobilizados.

Value influencing mechanism of green certificates in the discounted

cash flow valuation (Vimpari, J; Junnila, S ,2014)

Neste artigo, foi estudado o mecanismo de influência do valor de certificados verdes em investimentos imobiliários. Um modelo de fluxo de

caixa descontado (DCF) amplamente utilizado para avaliação de

- Expansão do DCF para inclusão mais mercados, países e certificados;

- Elaboração de um estudo de séries temporais em uma carteira

Page 52: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

45

propriedades foi construído e comunicado com planilhas eletrônicas

aos profissionais da indústria para avaliar uma propriedade de escritório na Finlândia metropolitana. O objetivo

era entender o mecanismo de influência de valor e ainda mais

profundo para identificar as diferenças nos parâmetros DCF entre propriedades certificadas e

propriedades não -certificadas. Os resultados mostraram que um

certificado verde aumenta em média o valor da propriedade em 9,0% no modelo de avaliação do DCF. O

rendimento melhorado e a receita líquida de aluguel foram as principais

razões para o maior valor da propriedade.

de edifícios verdes sobre como os parâmetros do DCF aumentam / diminuem em comparação com edifícios normais;

- Estudo se o método DCF é o melhor método para analisar o valor de um certificado verde

Specialized discounted cash flow analysis formulas for valuation of

benefits and costs of urban trees and forests (Peterson, K.S., Straka, T.J,

2011)

Neste artigo foi feita uma discussão sobre os atuais métodos de avaliação de madeira para situações urbanas e uma análise DCF como método viável

de avaliação suplementar. Foram apresentados modelos simples para avaliações DCF florestais urbanas, usando pacotes convencionais de Softwares. Exemplos de cenários típicos de custo/benefício foram

fornecidos, utilizando cálculos de DCF de valor presente e valor presente

líquido, pela utilização de fórmula de DCF especializadas no ramo da

Arboricultura.

O artigo sugere o desenvolvimento de pacote de softwares utilizados em aplicações DFC, que possam ser facilmente alterados e expandidos para incluir situações urbanas, possibilitando alterações das fórmulas do fluxo de caixa.

On the forecasting of net property, plant and equipment and depreciation

in firm valuation by the discounted cash flow model (Jennergren, L.P.)

Este artigo demonstrou como o imobilizado líquido e a depreciação

podem ser previstos de maneira aproximada sem o conhecimento

explícito dos planos de investimentos da empresa.

Só foi possível acessar o resumo do artigo, a publicação completa não se encontra disponível nas plataformas de pesquisas, logo não foi possível identificar as

lacunas sugeridas.

Fonte: Autor (2018)

4.2 Análise e fundamentação das lacunas científicas

Uma vez identificadas as principais sugestões de pesquisas, este trabalho,

por meio do estudo de publicações científicas, se pautou em dois principais pontos,

na análise de fundamentação das sugestões propostas, e na identificação se nas

publicações mais recentes dos autores mais citados dessa temática, havia sido

desenvolvidos trabalhos correlatos que preenchessem os gaps do Quadro 4 ou se

os mesmos ainda são oportunidades relevantes para temática de futuros artigos .

Page 53: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

46

4.2.1 Primeira sugestão de pesquisa: “Quando utilizar análise de opções reais (ROA) em detrimento da análise “tradicional” do fluxo de caixa descontado (DCF)”

Segundo Dixit e Pindyck (1994), a análise de opções reais (ROA) tem a

vantagem de flexibilizar alterações de decisões e fazer posições estratégicas

durante a vida útil do projeto, quando informações adicionais estarão disponíveis.

Para Luehrman (1998), as opções reais correspondem ao direito de comprar ou

vender um ativo dentro de um ,,bdeterminado período de tempo a um valor pré-

definido. Com essas opções, o investimento inicial é tratado como uma opção que

significa que o comprador tem a oportunidade de lucrar com fluxos de caixa positivos

quando os preços futuros mudam de valor, mas não tem o ônus de fluxos de caixa

negativos, a não ser o valor do próprio investimento inicial, se condições ruins

prevalecerem. De acordo com Smit e Trigeorgis (2004), essa liberdade de decisão

futura acrescenta valor às opções financeiras, principalmente em casos em que a

incerteza sobre o futuro é alta. Uma opção real é uma opção sobre um ativo real e o

ROA é uma metodologia alternativa para avaliar decisões de investimento

contrapondo o DCF. Com esta metodologia, pode-se determinar o valor das

oportunidades de investimento que contêm opções reais..

O ROA pode ser usado para modelar muitos casos de investimento, segundo Black

e Scholes, sua fórmula é dada pela Equação 10:

(10)

Onde “S” é o valor atual do ativo (em unidades monetárias, por exemplo, reais), “X”

é o preço de exercício (em unidades monetárias), “T” é o tempo para exercer a

opção (anos), “rf” é a taxa de desconto (em percentagem) e “N (x)” é a distribuição

normal cumulativa com média zero e desvio padrão igual a 1. Os parâmetros “d1”,

“d2” são dados a partir das seguintes equações 11 e 12:

(11)

Page 54: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

47

(12)

Sendo a letra sigma a medida de desvio padrão em porcentagem.

No cálculo do valor de opção de um projeto, pode-se utilizar a Equação 10,

substituindo as variáveis de modo correto. “S” é o valor presente dos ativos

operacionais a serem adquiridos, ou seja, é o valor presente de todo fluxo de caixa

futuro se o projeto for implementado, “X” é o custo de aquisição dos ativos ou

investimento inicial para “T” igual a 0. “T” é o período de tempo quando a decisão de

investimento pode ser tomada (em anos), “rf” é a taxa livre de risco de retorno e

“sigma” é o desvio padrão do projeto (mede a incerteza dos fluxos de caixa do

projeto).

De acordo com esse modelo, se “S”, “T”, “rf” e “sigma” aumentam, então o

valor da opção também aumenta, no entanto, se “X” aumenta, o valor da opção

diminui. O único dado que é utilizado no Valuation de ROA que não é utilizado pelo

método do DCF é o desvio padrão. Na análise do DCF, a alta volatilidade significa

um alto risco, que se traduz em taxas de desconto mais altas e, portanto, valores

mais baixos. No ROA, pelo contrário, a maior volatilidade se traduz em uma gama

maior de valores. Como a opção é exercida se os valores excederem o preço de

exercício, o lado inferior não é preocupante, mas a incerteza maior no lado superior

(preço de exercício de valor) dá maiores valores de opção.

Diante disso, conclui-se que uma vez que a metodologia de Valuation por

ROA incorpora uma variável, desvio padrão, que não está presente no modelo de

DCF, pesquisar sobre quando é mais adequado utilizar cada uma das metodologias

é de fato relevante para o estudo da arte.

Pesquisando artigos na Scielo, encontrou-se publicações que já abordaram e

preencheram essa lacuna. Vanderlei (2008), dois anos antes, desenvolveu o

trabalho intitulado: “A teoria das opções reais como ferramental para avaliação de

projetos de investimentos sob incertezas”. Embora tenha abdicado do uso de

Page 55: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

48

modelos matemáticos nesse trabalho ele confrontou as características da Análise

das Opções Reais com método do cálculo do Valor Presente. Nesse mesmo âmbito

de pesquisa Oliveira Pamplona também publicou, enfatizando que o cenário das

decisões mudou com a globalização, e com isso a flexibilidade gerencial deve ser

levada em consideração ao se fazer um investimento.

4.2.2 Segunda sugestão de pesquisa: “Em aplicações do Fluxo de Caixa Descontado, como prever os custos de capital e a economia da

depreciação fiscal dos imobilizados”. De acordo com Clarkson et al. (1996), se a quantidade de informações sobre

uma empresa for baixa, os investidores terão dificuldades em estimar com precisão

os parâmetros de retorno e fluxo de caixa dessa empresa em particular. Este

parâmetro de incerteza torna tais empresas um investimento mais arriscado em

relação a empresas comparáveis, induzindo à consideração de um custo de capital

maior. Easley e O'Hara (2004) mostraram que o custo de capital de uma empresa

diminui com a precisão das informações disponíveis sobre o valor futuro da

empresa. Isso significa que os investidores exigem maior retorno por incertezas

sobre as perspectivas de uma empresa decorrentes de suas informações

imprecisas, o que implica que aquelas que divulgam informações de maior qualidade

aos investidores podem se beneficiar da redução do custo de capital. Elton (1999)

afirma que o uso de retornos médios realizados como proxy para retornos esperados

depende da crença de que surpresas de informação tendem a se anular durante o

período de um estudo e os retornos realizados são, portanto, uma estimativa

imparcial dos retornos esperados. De acordo com Fama e French (2002),

aproximações do custo de capital são estimativas imprecisas, dado que elas são

baseadas em retornos ruidosos no passado.

Para Copeland et al. (2000), existe uma necessidade de precisão no

relacionamento entre custos de capital em estado estacionário e efeitos fiscais

associados a parâmetros mais básicos, como o crescimento real da empresa, a

inflação e a vida econômica do equipamento. A ênfase nos custos de capital e na

economia fiscal da depreciação é nova. De acordo com Brealey and Myers (2003),

os impostos diferidos não são considerados como dívida no modelo de fluxo de

Page 56: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

49

caixa descontado. Em vez disso, eles são vistos como parte do patrimônio líquido e,

portanto, não são subtraídas do valor computado das operações da empresa para

obter o valor do patrimônio como um resíduo.

Reforçando o conceito de WACC, segundo Howe (1992), ele é uma média

ponderada das taxas de retorno obrigatórias após impostos. Um WACC ligeiramente

mais alto é obtido tomando-se uma média ponderada das taxas reais necessárias

após os impostos e, em seguida, ajustando-se à inflação esperada. A fórmula do

WACC é dada pela equação 13:

“r”= frE +(1-f)rD(1-r) (13)

Sendo:

f = o peso patrimonial desejado no WACC;

(1 - f) = o peso para a dívida remunerada;

“r” = WACC Nominal;

rE = taxa nominal de retorno sobre o patrimônio; e

rD = dívida da empresa.

Para Lundholm and O’Keefe (2000), a taxa de retorno exigida sobre a dívida

“rD” pode então ser aproximada pela taxa de empréstimo. Em outras palavras, “rD” é

igual à taxa de empréstimo da empresa, e o valor de mercado da dívida

remunerada, “D”, é igual ao seu valor contábil.

No que tange à depreciação, Iudícibus et al. (2010) explica que a depreciação é

parte do caixa investido na obtenção de um ativo que não será recuperado sua

venda ao final de seu uso. Logo, a depreciação é parte do caixa investido que

precisa ser recuperado pelo caixa a ser produzido por outras receitas da empresa,

receitas de serviços, financeiras, de aluguéis etc. Estreitando o raciocínio para a

depreciação do imobilizado, Babbage (2006), em uma pesquisa feita em empresas

do Reino Unido e Europa, constatou que as máquinas e equipamentos usados na

produção de consumo de grande demanda raramente sofrem desgaste. Nessa

perspectiva, Goleman (2007) entende que Babbage estimula que os profissionais de

Page 57: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

50

empresa reúnam seus próprios dados e não necessariamente os dados

interpretativos e impositivos dos órgãos reguladores. Nickel (2001) verificou que uma

das medidas principais na elaboração de empresas altamente competitivas é a

compreensão da otimização da redução de custos de todas as maneiras possíveis,

desde que não se altere a qualidade do produto final.

Diante disso, fundamentado no trabalho de Jennergren (2008) e pelas

respectivas pesquisas, conclui-se que a determinação correta do custo de capital é

de fundamental importância para o cálculo do valor presente da empresa. Somado a

isso, a economia obtida com amortização de impostos devido à depreciação do

imobilizado é refletida nos fluxos de caixa do Valuation, que também altera o valor

presente no fluxo de caixa descontado. Embora as duas proposições tenham

impacto no valor presente, o custo de capital está diretamente relacionado ao risco e

incertezas, enquanto que a economia com amortização pode ser refletida

diretamente na elaboração de fluxos de caixa adaptados, não se fazendo necessária

uma pesquisa específica nessa área, pois parte do que foi proposto já está incluso

no gap da primeira sugestão de pesquisa e outra parte necessita apenas de uma

adaptação do fluxo de caixa projetado. Diante disso, considera-se a sugestão

relevante, porém não prioritária.

4.2.3 Terceira sugestão de pesquisa: 1ª “Estudo de séries temporais em

uma carteira de edifícios verdes sobre como os parâmetros do DCF

aumentam / diminuem em comparação com edifícios normais”. 2ª “Estudar se o DCF é o melhor método para analisar o valor de um certificado verde”

Para Everit (1995), uma série temporal é uma sequência de dados obtidos em

intervalos periódicos de tempo durante um tempo específico. Segundo Morettin

(1985), esse conjunto de dados pode ser obtido através de observações periódicas

do evento de interesse. Se a série histórica for denominada como Z, o valor da série

no momento t pode ser representado por Zt (t=1,2,...,n). A trajetória de um processo

é a curva obtida no gráfico da série histórica e o conjunto de todo espaço amostral

de trajetórias é classificado como um processo estocástico. Logo, uma série

temporal é uma amostra deste processo. Diggle (1992) explica que a série temporal

pode ser composta por três componentes não observáveis: tendência (Tt),

sazonalidade (St) e a variação aleatória denominada de ruído branco (at). Pode-se

Page 58: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

51

construir modelos aditivos, do tipo Zt=Tt+St+at, multiplicativos (Zt=Tt .St .at) ou

efetuar a transformação log, transformando-o no modelo log-linear. Ao se fazer um

diagrama de dispersão Draper (1981) afirma que o objetivo principal é visualizar qual

a função que mais se ajusta à trajetória do processo. Latorre (2001) e Tomé (2001),

por meio de modelos de regressão polinomial, exemplificaram a utilização de séries

temporais verificando a tendência dos coeficientes relacionados à mortalidade

infantil. Nesse mesmo âmbito da saúde Conceição et al.(2001) também, por meio da

análise temporal, identificaram, respectivamente, tendências nas frequências de

casos de câncer, de AIDS, mortalidade e infecções de vias aéreas em idosos,

demonstrando como essa metodologia é bem aceita no meio científico e faria

sentido utilizá-la para entender como os parâmetros do fluxo de caixa descontado se

alteram na carteira de edifícios.

No que diz respeito aos certificados verdes, Eichholtz et al. (2010), assim

como Fuerst, McAllister (2008), Pivo Fisher (2009), Reichert et al. (2012) e Chegut

et al. (2014) diante das quantidades crescentes de pesquisas sobre certificados

verdes, constataram e demonstraram os benefícios econômicos dos mesmos e sua

relação com a eficiência energética. Falkenbach et al. (2010) já com intuito de

ressaltar os benefícios da sustentabilidade para investidores imobiliários, realizou

um estudo, o qual se empenhava em identificar como a sustentabilidade beneficiava

os edifícios. Com o passar do tempo, os certificados verdes foram ganhando

popularidade, especialmente para empresas de construção. De acordo com

Golubchikov (2010), gradualmente, os investidores imobiliários passaram a ser os

mais interessados nesses certificados, mesmo que o custo-benefício entre

investidores e inquilinos ainda não estivessem claros. Despertou-se com isso, a

necessidade em saber como se dava o aumento da renda com esse aumento de

procura pelos certificados. Então, vários grandes consultores imobiliários globais

realizaram pesquisas para estudar se os inquilinos estavam dispostos a pagar mais

por edifícios que apresentassem esses certificados. Colliers (2007), Jones Lang

LaSalle (2008), e Cushman e Wakefield (2009) decidiram pesquisar isso, e

identificaram que 63,0%, 70,0% e 39,0% dos respondentes, respectivamente,

estavam dispostos sim a pagar um prêmio pelo certificado. Já Sayce et al. (2007) em

outras pesquisas efetuadas, as direcionou para investidores institucionais,

avaliadores imobiliários, desenvolvedores e bancos; e constatou-se que 80,0% em

Page 59: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

52

1995 e 70,0% em 2000 e 2005 dos entrevistados esperavam que a sustentabilidade

afetasse os preços de aluguel nos anos seguintes. Embora tenha sido provada a

existência desse prêmio em tais edifícios, surgiu-se a questão acerca de como se

comportava o aumento dos custos de construção de edifícios verdes e como ele

deveria afetar o prêmio das construtoras. Diante desse cenário, Kats (2003)

conduziu um estudo com entrevistas para a construção de representantes e

arquitetos, a fim de descobrir se edifícios com certificação sustentável têm maiores

custos de construção que os edifícios convencionais. Descobriu-se que as

construções com tais certificações tinham sim um custo maior, no entanto, em

média, elas apresentavam um prêmio de custo entre 2,0% e 6,5%. Como o número

de entrevistas foi muito modesto, é desejável que sejam feitos mais trabalhos que

utilizem parâmetros estatísticos para avaliação concreta entre a diferença de venda

entre edifícios sem e com certificados verdes.

Desse modo, fundamentado no trabalho de (Vimpari, J; Junnila, S, 2014) e

pelas respectivas pesquisas, principalmente as feitas nos artigos de (Latorre ,M;

Cardoso, M, 2001), conclui-se que a proposta de pesquisa da utilização da análise

temporal é bem fundamentada e faz sentido utilizá-la para pesquisar como os

parâmetros do fluxo de caixa descontado se alteram na carteira de edifícios. Se no

futuro houver dados estatísticos suficientes, comparar os parâmetros das vendas e

transações entre edifícios certificados e não certificados será relevante para

compreender quanto um certificado verde acrescenta em valor para o imóvel, e

mensurar se o prêmio ganho na valorização é maior que o custo da certificação, por

meio do método do Fluxo de Caixa Descontado.

Não foram encontrados trabalhos que fizessem estudos com série temporal

analisando como os parâmetros do FCD aumentam ou diminuem com os certificados

verdes. Embora Kats (2003) tenha feito um estudo analisando o prêmio das

construções verdes, no que diz respeito ao valor, o número de amostras foi muito

pequeno e ainda não identifica-se trabalhos cujo número estatístico seja relevante.

Page 60: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

53

4.2.4 Quarta sugestão de pesquisa: desenvolvimento de pacote de

softwares utilizados em aplicações DFC, que possam ser facilmente

alterados e expandidos para incluir situações urbanas:

Buratto (2005) pontuou a importância da utilização de softwares no caráter

projetivo da metodologia de fluxo de caixa descontado, ao sugerir a utilização dos

softwares Crystal Ball® e Excel® para Simulação de Monte Carlo (SMC), com o

intuito de diminuição de incertezas.

De acordo com Kanniainen (2009), a análise DCF produz avaliações

monetárias confiáveis para recursos naturais, incluindo florestas. Tietenberg e Lewis

(2008) explicam, que avaliações de florestas primárias baseiam-se nos princípios de

DCF para determinar importantes critérios em investimentos. Dentre eles, o valor da

expectativa de terra e a otimização financeira.

Straka e Bullard (2002) explicam que os pacotes de software de avaliação

florestal convencional, como o Forest Valuation - cálculos de investimento florestal

(FORVAL), podem ser usados para cálculos de DCF, mas exigem que os fluxos de

caixa sejam inseridos em estruturas padrões (por exemplo, soma, anuidade

rescisória, anuidade perpétua ou séries periódicas perpétuas). Uma vez que o

número de opções dessa estrutura padrão é pequeno, em casos específicos de

modelagem, não se consegue desempenhar o software com valores corretos, o que

afeta o resultado final de avaliação.

De acordo com Casey Trees e Davey Tree Expert Company (2009), o

processo de avaliação de árvores e florestas tem especificidades que exigem

incorporação de variáveis dependentes de fatores não aplicados nos modelos

tradicionais, dentre eles, florestamento urbano, sequestro de carbono, economia de

energia, economia de quebra-ventos, melhoria do solo e custos de manutenção.

Ademais, segundo Novak et al. (2002), existem outras complexidades que requerem

ainda mais mudanças na fórmula do fluxo de caixa. Por exemplo, enquanto uma

árvore não tem tamanho para gerar sombra considerável, ela não gera valor pela

economia de energia. Deixar de incorporar isso na modelagem causa alterações no

Valuation, aumentando a distância entre o valor encontrado e o valor considerado

justo.

Page 61: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

54

Uma vez que no Valuation de árvores e de florestamento urbano, a não

incorporação de fatores específicos nas fórmulas do FCD pode aumentar a diferença

entre o valor encontrado e o justo, considera-se que desenvolver softwares com

possibilidade de alterações nas fórmulas, de acordo com cada especificidade, é uma

sugestão bem fundamentada, pois os modelos rígidos atuais não permitem adicionar

variáveis que tem forte peso na avaliação desse tipo de produto.

4.3 Lacunas Investigativas dos Artigos Mais Recentes dos Autores Mais

Citados

Os três autores mais citados foram Rokkas, T; Varoutas, D.; e Jennergren, P.

As características de seus trabalhos mais recentes estão representadas no Quadro

6, Quadro 7 e Quadro 8, respectivamente.

Quadro 6 - Lacunas Investigativas dos Artigos Mais Recentes de Rokkas

Autor, Título e Ano O que foi feito Sugestões futuras

Theodoros Rokkas

Cost and Power Consumption Comparison of 400 Gbps Intra-

Datacenter Transceiver Modules

2018

Foi feita uma comparação quantitativa, em termos de custo e consumo de energia, dos futuros módulos transceptores 400G que podem ser usados para comunicação entre os centros de dados. Foram apresentadas as características atuais dos módulos transceptores propostos, juntamente

com suas vantagens e desvantagens e possíveis caminhos de migração para transceptores 400G..

Sugeriu-se que se pesquise métodos para que as próximas gerações de TRxs sejam mais

econômicas em termos de escala, custos e energia

Theodoros Rokkas

Techno-economic evaluations of 400G optical interconnect

implementations for datacenter networks

2018

O artigo tratou da evolução dos custos e consumo de energia de diferentes transceptores 400G. Foram modelados

os benefícios de construir e dimensionar o datacenter do Facebook utilizando diferentes tecnologias, apresentadas através de análise comparativa de custos e consumo de

energia.

Sugeriu-se pesquisar se a vantagem em termos de escala, custo e consumo de energia será mais significativa na próxima geração de TRxs (800G ou 1.6T).

Theodoros Rokkas

Techno economic assessment of immersive video services in 5G converged optical/wireless

networks

2018

Foi feita uma análise de sensibilidade do impacto das tarifas e do CAPEX sobre o valor presente líquido no cálculo da

viabilidade econômica de um serviço de mídia 5G em redes ópticas / sem fio

Lotadas.

O trabalho não apontou sugestão de pesquisa

Page 62: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

55

Fonte: Autor

Quadro 7 - Lacunas Investigativas dos Artigos Mais Recentes de Varoutas

Autor, Título e Ano O que foi feito Sugestões futuras

Dimitris Varoutas

Spectrum Trading in Virtualized Multi-Tenant 5G

Networks

2018

Neste trabalho de pesquisa, foi analisado o problema do comércio do espectro em redes 5G multi-tenant virtualizadas

usando princípios da teoria da correspondência. Mais especificamente, lidou-se com o problema de

correspondência entre os Operadores de Rede Móvel (MNOs) e os Operadores de Rede Virtual Móvel (MVNOs) e foi proposto um esquema de correspondência que leva em consideração as preferências de cada entidade em termos

de diferentes variáveis de utilidade.

Sugeriu-se a melhora do desempenho do esquema de correspondência que leva em consideração as preferências de cada entidade em termos

de diferentes variáveis de utilidade.

Dimitris Varoutas

A revisit of fixed and mobile broadband diffusion in OECD:

A new classification

2018

Neste trabalho, foi empregado o modelo de Gompertz em um estudo de séries temporais. Foram analisados fatores que

influenciam a difusão da banda larga fixa e móvel em diferentes países, categorizados em cinco grupos com base

no estágio de inovação.

Sugeriu-se pesquisas para identificar qual das tecnologias, fibra ou DSL, serve melhor como complemento na difusão da banda larga fixa e móvel.

Dimitris Varoutas

Methodology for the introduction of var estimation

in telecommunications' diffusion forecasting

2018

Neste artigo, foi apresentada uma metodologia para a introdução da volatilidade, medida de risco mais popular e tradicional, nos cálculos de previsão de difusão de novas

tecnologias de telecomunicações. O risco foi estimado com o uso da Simulação de Monte Carlo e da técnica estatística

Value at Risk

O trabalho não apontou sugestão de pesquisa clara, mas pontuou que usos dos modelos de difusão em S

podem envolver penetração de mercado, bem como previsão

de vendas

Quadro 8 - Lacunas Investigativas dos Artigos Mais Recentes de Jennergren

Autor, Título e Ano O que foi feito Sugestões futuras

PeterJennergren;

Firm Valuation with Bankruptcy Risk

2014

Este artigo construiu um novo modelo de avaliação no qual a incerteza, em particular o risco de falência, é explicitamente inclusa. Ele defende que uma classificação para empresas

em “estados”, que variam de acordo com sua saúde financeira. Tratam-se de uma combinação de receitas de vendas das empresas que estão sendo avaliadas e eles

refletem índices de mercado.

O artigo sugeriu simulações nas quais o uso do WACC de risco neutro alavancado seja

usado para acumular fluxos de caixa livres no futuro de 500

anos para posterior descontos para valor presente.

PeterJennergren; O trabalho se fundamentou em debater uma fórmula de valor Sem sugestão de pesquisa,

Page 63: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

56

Technical Note: Value Driver

Formulas for Continuing Value in Firm Valuation by the

Discounted Cash Flow Model 2013

contínuo recomendada pela McKinsey (Koller et al., 2010). Ele debateu que o retorno sobre o novo capital investido (RONIC; refere-se a projetos de crescimento) pode ser

menor que o retorno sobre o capital investido (ROIC; refere-se a operações existentes). Com isso, duas fraquezas estão

associadas à fórmula da McKinsey. Em primeiro lugar, o único caso permissível de RONIC <ROIC é quando a

exigência de capital de giro é diferente entre os projetos de crescimento e as operações existentes. A fórmula usual de

Gordon dá o mesmo resultado, então a fórmula da McKinsey não é necessária. Em segundo lugar, a divisão implícita em

operações existentes e projetos de crescimento significa que os primeiros são valorizados sob a hipótese não razoável de inflação zero. Com isso o trabalho derivou uma fórmula de

driver de valor estendido mais significativa que corrige essas fraquezas.

porém recomendaram a substituição da fórmula do driver de valor da McKinsey pela fórmula de driver de valor estendido na prática de avaliação real

. PeterJennergren; A note on the linear and annuity class of depreciation methods; 2018.

Esse artigo discorreu sobre os métodos de depreciação “linear nominal”, “linear real”, “anuidade nominal” e “anuidade real”. Ele explicou que essa classificação indica as taxas de depreciação relativas dos membros da classe e também a

economia relativa devida à depreciação dedutível de impostos. Por fim duas aplicações dos membros da classe

linear e de anuidade foram discutidas: a primeira para o preço do produto na teoria clássica de equilíbrio e a outra

para incentivos na realização de um projeto de investimento. O artigo concluiu que é significativo agrupar os membros da classe linear e de anuidade em uma classe bem definida de

métodos de depreciação.

Além do método linear nominal de depreciação, a classe linear e de anuidade de depreciação

também é menor nas declarações às autoridades

fiscais?

4.3.1 Comparação entre os resultados encontrados nos Quadros 6, Quadro

7 e Quadro 8 com os resultados encontrados nas primeiras lacunas

investigativas, do Quadro 4:

Dos três autores mais citados, apenas Jennergren desenvolveu trabalhos

correlatos àqueles identificados como os mais citados na temática de Valuation pelo

Fluxo de Caixa Descontado. Na publicação do Quadro 5, “Continuing value in firm

valuation by the discounted cash flow model”, ele deixou a pergunta: “Em aplicações

do Fluxo de Caixa Descontado, como prever os gastos de capital e a economia da

depreciação fiscal dos imobilizados?”. Tal questão foi respondida por dois trabalhos

do Quadro 8, “A note on the linear and annuity class of depreciation methods” e

“Firm Valuation with Bankruptcy Risk”. Nesses dois trabalhos ele concluiu que é

Page 64: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

57

significativo agrupar os membros da classe linear e de anuidade em uma classe bem

definida de métodos de depreciação para se mensurar a economia relativa com a

depreciação. Ele também sugeriu um modelo de avaliação no qual a incerteza, em

particular o risco de falência, é explicitamente inclusa, o que ajudaria a prever os

custos de capital.

Jennergren na publicação “Technical Note: Value Driver Formulas for

Continuing Value in Firm Valuation by the Discounted Cash Flow Model” fez uma

abordagem diretamente ligada ao Fluxo de Caixa Descontado, na qual rebateu a

fórmula da McKinsey, concluindo que a mesma era desnecessária, porém tal

trabalho não preencheu nenhuma lacuna proposta no Quadro 4.

Os trabalhos de Rokkas se limitaram à análise de viabilidade econômica

envolvendo projetos de centro de dados, com análises de sensibilidade que

priorizaram ora o Capex, ora o consumo de energia, no entanto nenhum deu

continuidade às questões sugeridas por ele ou pelos outros autores do Quadro 4.

Da mesma forma, os trabalhos de Varoutas também não deram continuidade

às questões sugeridas por ele ou outros autores do Quadro 4. Eles focaram em

temas como difusão da banda larga, correspondência entre operadores de redes

móveis e medidas de risco no cálculo de previsão de difusão de novas tecnologias.

“Valuation”, ou “Fluxo de Caixa Descontado” sequer foram mencionados.

Page 65: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

58

5 Conclusão

Este trabalho permitiu concluir que a melhor plataforma de pesquisas para

fazer a análise bibliométrica com os temas escolhidos é a Scopus. Por meio da

bibliometria e análises da evolução das publicações, figura 6, e análise da evolução

do volume de capital em negociações de fusão no mundo, figura 7, pode-se inferir

que o número de publicações sobre o Valuation pelo DCF é inversamente

proporcional à quantidade de capital disponível para negociações. Identificou-se que

“Economics", “Business” e “Management” correspondem às áreas, Suécia ao país,

Handelshögskolan i Stockholm à universidade e Journal of Optical Communications

and Networking ao Journal com o maior número de publicações sobre a temática.

Na primeira análise de sugestões de pesquisas, foram encontradas cinco

lacunas científicas que estavam expostas de forma clara pelos autores. A primeira,

“Quando utilizar análise de opções reais (ROA) em detrimento da análise

“tradicional” do fluxo de caixa descontado (DCF)”, conclui-se que ela já foi

preenchida, no entanto ainda carece de pesquisas mais aprofundadas que estejam

fundamentadas por modelos matemáticos. No que tange à segunda, “Em aplicações

do Fluxo de Caixa Descontado, como prever os gastos de capital e a economia da

depreciação fiscal dos imobilizados”, concluiu-se, pela análise secundária das

lacunas, que não se trata mais de um gap, uma vez que o próprio autor Jennergren

em trabalhos posteriores respondeu essa questão, conforme explicado no Quadro 8,

no entanto, nos mesmos trabalhos nos quais o autor as responde, como

continuidade a esse tema, ele evidencia novas lacunas, que são “Simulações nas

quais o uso do WACC de risco neutro alavancado seja usado para acumular fluxos

de caixa livres no futuro de 500 anos para posterior desconto para o valor presente”

e “Constatação se além do método linear nominal de depreciação, a classe linear e

de anuidade de depreciação também é menor nas declarações às autoridades

fiscais”. A sugestão do terceiro trabalho mais citado, que corresponde às três

lacunas, “Expansão do exercício de DCF para inclusão de mais mercados, países e

certificados”, “Elaboração de um estudo de séries temporais em uma carteira de

edifícios verdes sobre como os parâmetros do DCF aumentam / diminuem em

comparação com edifícios normais, e “Estudo se o método DCF é o melhor método

para analisar o valor de um certificado verde” apresentaram boa fundamentação e

os trabalhos encontrados relacionados com as temáticas não satisfizeram todos os

Page 66: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

59

pontos colocados nas lacunas, sinalizando que ainda é relevante o desenvolvimento

de pesquisas sobre as mesmas. E por fim, a quarta sugestão apontada,

“Desenvolvimento de pacote de softwares utilizados em aplicações DCF, que

possam ser facilmente alterados e expandidos para incluir situações urbanas,

possibilitando alterações das fórmulas do fluxo de caixa” também demonstrou ser

importante e ainda não ter sido pesquisada.

. .

Page 67: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

60

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72

GLOSSÁRIO

Adjusted Present Value: Valor Presente Ajustado.

Black and Scholes: Método de Valuation por Opções Reais.

Book Value: Método de Valuation baseado no Balanço Patrimonial.

Capital Asset Pricing Model: Modelo de Precificação de Ativos Financeiros.

Capital Cash Flow: Fluxo de Caixa do Capital.

Capital Expenditure: Gasto de Capital.

Cash Flow Return On Investment: Fluxo de Caixa do Retorno do Investimento.

Corporate Tax Rate: Taxa de Imposto Corporativo.

Cost of Debt : Custo da Dívida.

Cost of Equity: Custo de Capital.

Debt to Asset Ratio: Razão da Dívida sobre o Ativo.

Discounted Cash Flow: Fluxo de Caixa Descontado.

Economic Value Added: Valor Econômico Agregado.

Equity Cash Flow: Fluxo de Caixa Patrimonial.

Equity Cash Flow: Fluxo de Caixa Patrimonial.

Expected Cash Flow Operations: Fluxo de Caixa Operacional Esperado.

Free Cash Flow: Fluxo de Caixa Livre.

Free Cash Flow for the Firm: Fluxo de Caixa Livre para Empresa.

Free Cash Flow to Equity: Fluxo de Caixa Livre para o Acionista.

Gap: Lacuna.

Goodwill: Método Misto de avaliação de empresas.

Page 80: IDENTIFICAÇÃO DE LACUNAS CIENTÍFICAS NO ESTUDO DE

73

Journal: Revista especializada.

Leveraged Value of the Firm: Valor de Alavancagem da Empresa.

Net Operating Profit After Tax: Lucro Operacional Líquido Após os

Impostos.

Outstanding Debt: Dívida Pendente.

Players: Países importantes na economia global.

Turnover: Taxa de rotatividade.

Unleveraged Cost of Equity: Custo Não-Alavancado do Capital.

Valuation: Avaliação de empresas.

Weighted Average Capital Cost: Custo Médio Ponderado do Capital.