IDENTIFICAÇÃO DE UM CLUSTER EM TORNO DO TURISMO...

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UNI – FACEF - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FRANCA IDENTIFICAÇÃO DE UM CLUSTER EM TORNO DO TURISMO DE CALDAS NOVAS-GO RAUL DE FREITAS BALBINO FRANCA - SP 2004

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UNI – FACEF - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FRANCA

IDENTIFICAÇÃO DE UM CLUSTER EM TORNO DO TURISMO DE CALDAS NOVAS-GO

RAUL DE FREITAS BALBINO

FRANCA - SP 2004

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RAUL DE FREITAS BALBINO

IDENTIFICAÇÃO DE UM CLUSTER EM TORNO DO TURISMO DE CALDAS NOVAS-GO

Dissertação apresentada ao programa de Pós Graduação Stricto Sensu do Centro Universitário de Franca – Uni-FACEF, para obtenção do título de Mestre em Administração, área de concentração Gestão Empresarial, sob orientação do Prof. Dr. Jesus Antônio Durigan.

FRANCA - SP 2004

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RAUL DE FREITAS BALBINO

Identificação de Um Cluster em Torno do Turismo de Caldas Novas-GO

Dissertação Para Obtenção do Título de Mestre em Administração

Aprovado em: _____/______/_______

Banca Examinadora

Presidente e Orientador: _______________________________________________________ Prof. Dr. Jesus Antônio Durigan

Instituição: Uni-Facef – Centro Universitário de Franca

10 Membro: _________________________________________________________________

Profa. Dra. Teresinha Covas Lisboa Instituição: Uni-Facef – Centro Universitário de Franca

20 Membro: _________________________________________________________________ Prof. Dr. Walter Buiatti Instituição: Faculdade Politécnica

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Dedico este trabalho ao meu pai João Antonio Balbino

“in memorian”.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

A conclusão deste trabalho só foi possível graças à colaboração das seguintes pessoas, a quem dedico os meus sinceros agradecimentos: Agradeço à Professora Nadabe Cardoso Fortes pelos conselhos, incentivo e por ter acreditado em mim desde o início.

Agradeço ao meu orientador e Professor Jesus Antônio Durigan, pela paciência e

incentivo, o que possibilitou a oportunidade de realizar este trabalho.

À minha Esposa Fátima e meus filhos Matheus Filipe e Maria Paula, pela

compreensão nos momentos de ausência.

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AGRADECIMENTOS

A minha mãe Albany, exemplo de garra e perseverança, pelo apoio e preocupação em

todos os momentos deste caminho.

A todos os professores do programa de Mestrado em Administração da FACEF, mas

em especial gostaria de agradecer ao Professor Dr. Luiz Carlos Jacob Perera pelo seu

empenho em incentivar o meu trabalho de pesquisa e a Professora Terezinha Covas Lisboa

pelo seu interesse envolvente por todos os alunos.

A Professora Letícia Tavares de Faria pelo seu excelente trabalho de correção

ortográfica e gramatical.

A todos que me atenderam com carinho na Secretaria Municipal de Turismo de Caldas

Novas, sobretudo pelo suporte dado para a realização deste trabalho.

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“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre”

Paulo Freire

“O coração do homem dispõe o seu caminho, mas é o Senhor que dirige seus passos”

Provérbios 16,9

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RESUMO

Caldas Novas configura-se como o principal pólo turístico do Estado de Goiás. No entanto, as

chances de desenvolver um futuro brilhante e duradouro dependerão, cada vez mais, das

formas como as organizações se inter-relacionam. Este trabalho tem como objetivo identificar

a existência de um cluster em torno do turismo de Caldas Novas como uma expressão

econômica que justifique sua importância para o crescimento da cidade, representando uma

nova maneira de pensar a economia local. O trabalho apresenta conceitos, valor e passos para

identificação de cluster, demonstrando sua importância para as organizações que dele

participam, ou seja, o aglomerado de serviços turísticos desse importante pólo regional.

Palavras-Chave: Aglomerado; Cluster; Turismo.

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ABSTRACT

Caldas Novas can be outlined as the main turistic pole in the State of Goiás. However, its

chances to develop a brilliant and lasting future will depend on, more and more, the

organizations way of inter – relashionsiping. This work aims at identify the existence of a

turism cluster in Caldas Novas as economic expression that justify its importance to the

growth of the town, representing a new way to think the local economy. The work presents

concepts, importance and steps to identify a cluster, demonstrating its importance to the

organizations which have participated on it, the joining of turistic services and this important

to the regional pole.

Key-words: joining, cluster, turism

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS .............................................................................................. 12

LISTA DE FIGURAS................................................................................................ 13

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 14

1.1. Considerações Gerais ............................................................................................... 14

1.2. Justificativa............................................................................................................... 15

1.3. Objetivos................................................................................................................... 16

1.4. Premissas................................................................................................................... 16

1.5. Estrutura da Dissertação............................................................................................ 17

1.6. Metodologia............................................................................................................... 18

1.7. Limitações do Trabalho............................................................................................. 18

2. IMPORTÂNCIA DO TURISMO....................................................................... 20

3. REFERÊNCIAL TEÓRICO................................................................................. 40

3.1. Definições de Cluster................................................................................................ 42

3.2. Alta Concentração Geográfica.................................................................................. 47

3.3. Existência de todos os tipos de empresas e instituições de apoio........................... 48

3.4. Empresas altamente especializada............................................................................ 49

3.5. Presença de muitas empresas de cada tipo............................................................... 49

3.6. Total aproveitamento de materiais reciclados ou subprodutos................................ 50

3.7. Grande cooperação entre as empresas...................................................................... 51

3.8. Intensa disputa: substituição seletiva permanente..................................................... 51

3.9. Uniformidade de nível tecnológico........................................................................... 52

3.10. Cultura da sociedade adaptada às atividades.......................................................... 53

3.11. Cluster Turístico...................................................................................................... 54

4. EVOLUÇÃO DO TURISMO DE CALDAS NOVAS-GO........................ 57

4.1 Aspectos gerais........................................................................................................... 57

4.2. Caldas Novas: crescimento socioeconômico e turístico........................................... 66

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4.3 Turismo em Caldas Novas......................................................................................... 74

4.3.1. Hospedagem........................................................................................................... 74

4.3.2. Parques Naturais.................................................................................................... 77

4.3.3. Lago de Corumbá................................................................................................... 77

4.3.4. Centros de lazer...................................................................................................... 78

4.3.5. Transportes............................................................................................................. 78

4.3.6. Comércio................................................................................................................ 79

4.3.7. Serviços complementares....................................................................................... 79

4.3.8. Serviços de alimentação......................................................................................... 79

5. O CLUSTER DE CALDAS NOVAS............................................................... 82

5.1. Alta Concentração Geográfica.................................................................................. 82

5.2. Existência de todos os tipos de empresas e instituições de apoio ............................ 83

5.3. Empresas altamente especializada............................................................................. 85

5.4. Presença de muitas empresas de cada tipo................................................................ 87

5.5. Grande cooperação entre as empresas...................................................................... 87

5.6. Intensa disputa: substituição seletiva permanente..................................................... 90

5.7. Uniformidade de nível tecnológico........................................................................... 91

5.8. Cultura da sociedade adaptada às atividades............................................................. 91

5.9. Total aproveitamento de materiais reciclados ou subprodutos................................. 92

CONCLUSÃO............................................................................................................. 94

BIBLIOGRAFIA......................................................................................................... 97

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Chegada de turistas internacionais.................................................................. 23

Tabela 2 - Receitas geradas pelo turismo......................................................................... 25

Tabela 3 - Os dez primeiros destinos do mundo em chegadas........................................ 26

Tabela 4 - Os dez primeiros em receitas geradas pelo turismo internacional.................. 27

Tabela 5 - Chegada de turistas na Europa........................................................................ 28

Tabela 6 - Receitas geradas pelo turismo na Europa....................................................... 29

Tabela 7 - Chegada de turistas na Ásia e Oceania........................................................... 30

Tabela 8 - Chegada de turistas na África......................................................................... 31

Tabela 9 - Receitas geradas pelo turismo na África......................................................... 32

Tabela 10 - Chegada de turistas no Oriente Médio........................................................... 33

Tabela 11- Receitas geradas pelo turismo no Oriente Médio........................................... 33

Tabela 12 - Chegada de turistas nas Américas................................................................ 34

Tabela 13 - Receitas geradas pelo turismo nas Américas................................................ 35

Tabela 14 - Chegada de turistas no Brasil....................................................................... 36

Tabela 15 - Entrada de turistas no Brasil, segundo o país de residência permanente....... 37

Tabela 16 - Evolução da população.................................................................................. 66

Tabela 17 - PIB 1970........................................................................................................ 68

Tabela 18 – PIB 1975....................................................................................................... 68

Tabela 19 – PIB 1980....................................................................................................... 69

Tabela 20 – PIB 1985........................................................................................................ 70

Tabela 21 – PIB 1990........................................................................................................ 71

Tabela 22 – PIB 1996........................................................................................................ 71

Tabela 23 – PIB 1998........................................................................................................ 72

Tabela 24 - Índice de terceirização – PIB 1998................................................................ 73

Tabela 25. Evolução da população................................................................................... 73

Tabela 26. Taxa de crescimento populacional.................................................................. 74

Tabela 27. Hotéis com piscinas frias................................................................................ 74

Tabela 28. Hotéis com piscinas termais e frias................................................................. 74

Tabela 29. Hotéis com piscinas termais............................................................................ 75

Tabela 30. Hotéis sem piscinas......................................................................................... 76

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LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Participação no número de chegadas internacionais...................................... 24

Figura 02 - Participação na receita gerada pelo turismo em 2002.................................... 25

Figura 03 - Cluster Italiano de calçados e moda............................................................... 44

Figura 04 - Cluster de biotecnologia................................................................................. 46

Figura 05 - Descoberta das águas termais......................................................................... 58

Figura 06 - Primeiro visitante........................................................................................... 59

Figura 07 - Desenvolvimento urbano e rural.................................................................... 60

Figura 08 - Instituições de apoio local.............................................................................. 61

Figura 09 - Estrutura de acesso......................................................................................... 62

Figura 10 – Gráfico PIB 1970........................................................................................... 68

Figura 11 - Gráfico PIB 1975........................................................................................... 69

Figura 12 - Gráfico PIB 1980........................................................................................... 69

Figura 13 – Gráfico PIB 1985.......................................................................................... 70

Figura 14 – Gráfico PIB 1990.......................................................................................... 71

Figura 15 – Gráfico PIB 1996.......................................................................................... 72

Figura 16 – Gráfico PIB 1998.......................................................................................... 72

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Gerais

A cidade de Caldas Novas tem como vocação social e econômica o turismo, o qual tem

sido intensamente explorado, dado que suas atividades ocorrem o ano todo, mas

especialmente nas temporadas de férias e no inverno. O setor de turismo possui um

conglomerado de empresas, representando toda a cadeia de valor como fornecedores,

produtores, distribuidores, entre outros, além de setores correlatos, instituições e associações

de suporte. A identificação destas empresas e instituições do aglomerado possibilita

identificar o cluster existente na região.

A identificação do cluster proporcionará o mapeamento das vantagens competitivas e

das oportunidades existentes na cidade, permitindo o desenvolvimento de estratégias para o

crescimento da economia local, apoiando os negócios existentes e atraindo novos

empreendimentos para Caldas Novas.

Se por um lado o cluster é importante para a região, gerando riquezas, empregos e

fontes de informação, por outro lado, as empresas são atraídas para o cluster devido às

vantagens competitivas adquiridas, dessa forma, o cluster pode ser considerado como fator

fundamental para o desenvolvimento e o sucesso do turismo local. De acordo com Haddad

(1999, p.18), “A essência do desenvolvimento de clusters é a criação de capacidades

produtivas especializadas dentro de regiões para a promoção de seu desenvolvimento

econômico, ambiental e social”.

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1.2 Justificativa

A teoria disponível demonstra que não há um modelo único para ser utilizado como

exemplo na identificação e mapeamento dos clusters, isto porque cada lugar (seja uma cidade,

região, estado ou país) possui peculiaridades diferentes. Além disso, as informações

disponíveis para esboçar um cluster também mudam de uma localidade para outra. Várias são

as técnicas e os instrumentos encontrados na bibliografia, sendo que a maior parte dos padrões

propostos emprega uma combinação de vários destes instrumentos.

Na literatura pesquisada há um método proposto para identificação e análise dos

clusters, sendo um modelo apto para aplicação à realidade da cidade de Caldas Novas. O

método é proposto por Zaccarelli (2000, p. 200), e sua formatação é aplicável à realidade da

indústria do turismo, traz elementos que permitem uma maior profissionalização da atividade

através do entendimento dos mecanismos que cerca esta indústria, baseado nas verdadeiras

necessidades e oportunidades da economia local. O próprio Zaccarelli cita como exemplo de

cluster de serviço a cidade de Porto Seguro, assim, o modelo proposto é utilizado como

escopo do trabalho.

Inicialmente, com o reconhecimento do cluster é possível definir os setores e as áreas

da economia da cidade de Caldas Novas onde se devem concentrar os esforços.

Posteriormente, tendo como ponto de partida o mapeamento do cluster é possível saber o

progresso, e ao mesmo tempo identificar o potencial de crescimento e aperfeiçoamento do

mesmo, determinar os procedimentos essenciais para reagir visando o seu desenvolvimento.

O conhecimento do cluster de Caldas Novas traz, ainda, subsídios a respeito das

conexões reais entre as organizações existentes, as mais importantes vias de comunicação,

tanto internamente como nas ligações entre elas. Além disso, é possível analisar a interação

entre as empresas que dele participam. Este intercâmbio pode criar vantagens competitivas,

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pois proporcionam sinergia entre as organizações resultando em um diferencial singular,

muitas vezes menosprezado. Assim, a identificação do cluster do turismo de Caldas Novas,

justifica o empenho da dissertação e fundamenta o presente trabalho.

1.3 Objetivos

Objetivo Geral

O objetivo geral desta dissertação é: Identificar a existência de um cluster em torno do

turismo de Caldas Novas.

Objetivos Específicos

São diversos os objetivos específicos da dissertação:

Descrever e caracterizar a cidade de Caldas Novas;

Identificar as principais atividades do setor de turismo do município;

Estudar sobre os vários modelos empregados para a identificação de cluster;

Constatar o valor da proximidade entre organizações da mesma área que possam ser

classificadas como cluster;

Investigar a existência de conexões entre os participantes da cadeia produtiva do turismo

de Caldas Novas;

Demonstrar que a existência de um cluster em torno do turismo de Caldas Novas é

importante para o desenvolvimento do município.

1.4 Premissas

Nesta dissertação pondera-se que:

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Há informações disponíveis para identificação do cluster de Caldas Novas.

1.5 Estrutura da Dissertação

Esta dissertação foi dividida em quatro capítulos, dispostos da seguinte forma:

O capítulo um, insere o trabalho, situando e fundamentando o estudo, expondo o

objetivo geral e objetivos específicos, premissas, métodos de pesquisa e as dificuldades e

limitações do trabalho.

O segundo capítulo contém uma amostra sobre a importância do turismo no mundo e

sua relevância para o crescimento econômico e sustentável, demonstrado através de dados

coletados da Organização Mundial do Turismo e da EMBRATUR. O capítulo aborda dados

do mundo, dos continentes, América do Sul, Brasil e Caldas Novas.

O terceiro capítulo faz uma análise do referencial teórico sobre o conceito de cluster,

suas particularidades principais, seus benefícios, os instrumentos utilizados para a análise de

cluster, além de estudar o ambiente propício para o desenvolvimento dos mesmos através do

escopo abordado por Zacarelli (2000, p. 200).

O quarto capítulo trás informações relevantes sobre a evolução do turismo na cidade

de Caldas Novas, considerações gerais, crescimento econômico e populacional, tendo ainda

como ponto de comparação quatro cidades do Estado de Goiás com população entre 50.000 e

150.000 habitantes.

O quinto capítulo aplica o método proposto no capítulo três para identificação de

clusters, esta aplicação é feita na cidade de Caldas Novas e ao final são apresentadas as

conclusões da pesquisa.

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1.6 Metodologia

As idéias para o desenvolvimento da dissertação começaram com o estudo e pesquisa

do referencial teórico, com o objetivo de investigar as informações disponíveis sobre clusters,

a busca se realizou através de revistas e livros especializados, artigos impressos e eletrônicos,

teses, dissertações e monografias.

A metodologia sugerida para estudo de cluster aproveitou os instrumentos indicados

na literatura especializada, sobretudo o roteiro estabelecido por Zaccarelli. (2000, p. 200).

Estes instrumentos estão representados e analisados no terceiro capítulo.

Para o diagnóstico do município de Caldas Novas foi realizada a pesquisa

exploratória, através de visitas a diversos órgãos governamentais e privados, como por

exemplo, a Secretaria de Turismo de Caldas Novas, AGETUR - Agência Goiana de Turismo,

Secretaria de Turismo de Goiás e outros.

Neste trabalho, foram utilizados para a elaboração das tabelas dados dos Censos

Demográficos de 1970, 1980, 1991 e 2000; também foram utilizados dados do PIB geral e por

setor de 1970, 1975, 1980, 1985, 1990, 1996 e 1998 disponibilizados pelo IPEA – Instituto de

Pesquisa Econômica Aplicada.

1.7 Limitações do trabalho

Apesar da obtenção de referencial teórico a respeito de clusters, não são abundantes as

obras que expressam e esclarecem uma técnica para a identificação de clusters

especificamente na área turística. As formas encontradas, na sua maioria, foram

desenvolvidas, aperfeiçoadas e empregadas em outros países e setores diferentes do turismo.

Como limitação, a pesquisa encontrou pela frente a falta de dados atualizados sobre o

PIB municipal de Caldas Novas. Os últimos dados oficiais sobre o PIB municipal são datados

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de 1998, fornecidos pelo IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, exigindo assim,

um novo estudo sobre o PIB.

A divergência de dados encontrados tornou-se outra limitação, pois, origens distintas

de dados fornecem dados com informações diferentes, portanto buscou-se, na medida do

possível, lidar com os dados formais gerados por órgãos governamentais.

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2. IMPORTÂNCIA DO TURISMO

O mundo competitivo se estende na direção de um horizonte global, mesmo

para os mais céticos é impossível não perceber a proximidade de produtos e costumes de

outras nações que anteriormente só alguns poucos, privilegiados ou aventureiros, usufruíam

no contato com culturas e povos diferentes. As operações tornaram-se globais e a tecnologia

da informação soluciona problemas espaciais, avizinhando pessoas que habitam em pólos

diferentes do planeta.

Nesse sentido, a organização, a cidade, a região e mesmo um país que se ilhar

do convívio global correm o risco de se tornarem arcaicos perante os costumes, tecnologias e

inovações; o empobrecimento é inevitável para aqueles que possuem potenciais exploratórios

de recursos e atrativos, mas que se isolam do convívio mundial.

A internacionalização tornou visível a crescente competição global,

organizações e nações esforçam-se em ressaltar sua importância no cenário econômico,

competir tornou-se palavra de ordem nos meios organizacionais, os competidores não se

digladiam apenas em cenários regionais, o planeta tornou-se um imponente coliseu romano.

O produto fabricado em uma região do Brasil compete lado a lado na gôndola de um

supermercado com outro fabricado em Singapura, a fruta brasileira disputa com a chilena, o

café do cerrado concorre com o café colombiano; uns sem fins de robustos e bem preparados

competidores continuam incessantemente sua disputa, resta apenas saber se haverá um

vencedor no final.

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Viajar para regiões distantes do mundo, antes, era apenas um sonho para muitos,

outros passavam a vida percorrendo terras consideradas longínquas. Nos tempos atuais

mesmo as localidades mais distantes tornaram-se próximas, as viagens são executadas em

questão de horas, os meios de transporte como aviões, navios, trens e veículos automotores

“encolheram” as distâncias; é possível trabalhar em uma região e residir em outra, entrar e

sair de um país, ir e vir de uma atração regional ou global, gozar o frio dos Alpes suíço ou as

águas termais de Caldas Novas, a distância tornou-se relativa e circunstancial.

A Organização Mundial de Turismo (OMT), organismo vinculado à

Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou que o turismo chegou a um nível de

crescimento nunca antes alcançado; 2000 e 2001 foram anos excepcionais para o turismo,

conforme o artigo “Destaques do Turismo 2002” disponibilizado desde julho de 2002 no site

da OMT; o turismo internacional cresceu no ano de 2000 em quarenta e cinco milhões de

chegadas, mas decresceu em 2001 após o atentado de 11 de setembro ao Word Trade Center.

O ano de 2002 não foi um ano fácil para o turismo mundial, mas pelos dados da

OMT, conseguiu manter-se em um patamar semelhante ao de 2001, e na grande maioria dos

países de destino, os turistas cresceram em média 2,7%. Apesar dos atentados terroristas

terem afetado inicialmente as viagens, constatou-se um crescimento ao longo do ano.

Os dados históricos disponibilizados pela OMT são importantes, pois fornecem

apoio para visualizar o futuro. Pautando-se nos acontecimentos, o olhar se volta para o

cenário para identificar novas tendências que surgem nos diversos ambientes, como, o

ambiente tecnológico, sócio-cultural, demográfico, global, político-legal e econômico, a

análise minuciosa desses ambientes possibilitam entender o presente e ao mesmo tempo

rascunhar novos cenários.

O desejo de conhecer o “novo” leva as pessoas a vislumbrar o panorama

mundial do turismo: conhecer culturas, povos, países e localidades diferentes se confundem

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com o próprio sentimento humano de auto-realização. Os destinos turísticos cada vez mais

devem estar aptos a oferecer o melhor; oferecendo acomodações superiores e alimentação

saudável. Especialistas na área de saúde física, nutricionistas, dentre outros, serão cada vez

mais solicitados para integrar as equipes que compõem os ambientes de destino de viagens,

estes deverão reforçar a perspectiva de melhoria contínua da vida, intensificando a busca de

refúgios através do distanciamento do meio estressante em que o homem moderno vive, ou

ainda, complementando-o quando este o satisfaz.

As organizações ou destinos turísticos não sobrevivem olhando apenas para si

mesmas, mas olham também para os acontecimentos à sua volta, e olha igualmente para o que

está distante, assim, transformam a percepção em planejamento, o planejamento em realidade,

a realidade em melhores condições de vida. Ao olharem para si mesmas, realizam exercício

de auto-análise sobre insumos, equipamentos, recursos humanos e processos de produção. O

conjunto de recursos possibilita a execução de tarefas ou atividades de modo integrado,

gerando assim competências que se tornam vantagens competitivas.

Os dados fornecidos pela Organização Mundial do Turismo permitem aos

órgãos e organizações envolvidos com o desenvolvimento do turismo olhar para fora (dados

de continentes, regiões e países), e também olhar para dentro (país de origem) criando uma

visão global propícia às atividades de planejar, programar e executar políticas e estratégias

relacionadas à atividade.

Vislumbrando os cenários, a Organização Mundial do Turismo aponta a China

como o primeiro destino mundial no ano de 2020, a França em segundo, Estados Unidos,

Espanha e Itália, respectivamente em terceiro, quarto e quinto destinos para aquele ano.

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Tabela 01. Chegada de Turistas Internacionais

Chegadas de Turistas Internacionais (em milhões) Variação (%)

1990 1995 2000 2001 2002 90/02 O2/O1

Mundo 455,9 550,4 687,3 684,1 702,6 54,1 2,7

Norte da África 8,4 7,3 10,1 10,6 10,3 22,6 -2,4

África Ocidental 1,4 1,9 2,6 2,7 2,9 107,1 8,2

África Central 0,4 0,4 0,7 0,7 0,7 75 12,0

África Oriental 2,8 4,5 5,9 6,2 6,3 125 1,0

África Meridional 2,0 6,0 8,2 8,2 8,9 345 8,5

África 15,0 20,0 27,4 28,3 29,1 94 2,8

América do Norte 71,7 80,5 91,2 84,4 81,6 13,8 -3,3

Caribe 11,4 14,0 17,2 16,9 16,1 41,2 -5,1

América Central 1,9 2,6 4,3 4,4 4,7 147,4 6,4

América do Sul 7,9 11,7 15,2 14,4 12,5 58,2 -13,6

Américas 93,0 108,8 128,0 120,2 114,9 23,5 -4,4

Noroeste da Ásia 28,0 44,1 62,5 65,6 73,6 162,9 12,2

Sudoeste da Ásia 21,5 29,2 37,0 40,2 42,2 96,3 5

Oceania 5,2 8,1 9,6 9,5 9,6 84,6 0,8

Ásia Meridional 3,2 4,2 6,1 5,8 5,9 84,4 0,9

Ásia e Oceania 57,7 85,6 115,3 121,1 131,3 127,6 8,4

Europa Setentrional 32,3 41,4 46,8 44,6 46,4 43,7 4,1

Europa Ocidental 113,8 116,7 142,8 139,2 141,1 24 1,4

Europa Central/Oriental 39,0 61,4 62,3 63,4 65,2 67,2 2,9

Europa Meridional 88,1 91,3 126,1 129,0 131,0 48,7 1,5

Europa Mediterrânea Oriental 7,4 11,4 14,7 14,7 16,1 117,6 9,4

Europa 280,6 322,3 392,7 390,8 399,8 42,5 2,3

Oriente Médio 9,7 13,6 24,0 23,6 27,6 184,5 16,7 Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT) Dados oficiais de setembro de 2003

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24

A tabela 01 demonstra que as chegadas de turistas internacionais no mundo cresceram

em média 54,1% entre 1990 e 2002; em termos percentuais, o maior crescimento foi de

chegadas no Oriente Médio (184,5%). Ásia e Oceania ficaram em segundo lugar (127,6%),

em seguida vem a África com 94%, Europa com 42,5% e as Américas 23,5%. Em números

absolutos de chegadas, o crescimento mundial, nos últimos 13 anos foi de aproximadamente

246 milhões e 700 mil turistas, ou seja, saltou de 455,9 milhões em 1990 para 702,6 milhões

em 2002.

Figura 01. Participação no número de chegadas internacionais

Europa57%

Ásia e Oceania

19%

África4% Américas

16%

Oriente Médio4%

África Américas Ásia e OceaniaEuropa Oriente Médio

Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT) Dados oficiais de setembro de 2003 Excluindo as Américas, que decresceram 4,4% no ano de 2002, em relação ao ano de

2001, a Europa foi a região que menos cresceu no número de chegadas, mas continua sendo a

região com maior participação do mercado mundial, 56,96%, seguida da Ásia e Oceania com

18,72%, em terceiro as Américas com 16,32%, em quarto a África com 4,1% e em último a

região do Oriente Médio com 3,9%. Embora a aglomeração dos dados regionais demonstre

certos padrões, deve-se considerar que estes dados escondem uma grande complexidade de

situações e até mesmo de países individualmente.

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25

Europa51%

Ásia e Oceania

20%

Américas24%

Oriente Médio3%

África2%

África Américas Ásia e Oceania Europa Oriente Médio

Europa51%

Ásia e Oceania

20%

Américas24%

Oriente Médio3%

África2%

África Américas Ásia e Oceania Europa Oriente Médio

Tabela 02. Receitas Geradas Pelo Turismo

Receitas Geradas pelo Turismo Variação Receita (per capita)

Internacional (em US$ bilhões) (%) por Chegada

2002 2001/2000 2002/2001 (em US$)

Mundo 474 -1 0,3 675

África 11,8 14,8 2,0 405

Américas 114,3 -9,9 -4,8 995

Ásia e Oceania 94,7 5,1 5,1 720

Europa 240,5 -1,1 -1,8 600

Oriente Médio 13 -1,6 13,3 470 Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT) Dados oficiais de setembro de 2003

Ao analisarmos os dados de chegadas e receitas, ficam evidente as diferenças

regionais, apesar de as Américas ficarem na terceira posição no número de chegadas, elas

ocupam o segundo lugar em geração de receita e a África ocupa a última posição na geração

de receita. No mundo por número de chegadas, essa posição pertence ao Oriente Médio, a

Europa ocupa o primeiro lugar tanto em chegadas quanto em receitas.

Figura 02. Participação na Receita Gerada Pelo Turismo em 2002

Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT) Dados oficiais de setembro de 2003

A receita por chegada nas Américas atinge a média de 995 dólares por pessoa,

superior à receita gerada por chegada em outras regiões. Essa receita é 38,19% maior que a

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média da Ásia e Oceania, 65,83% maior que a média da Europa, 145,68% maior que a média

da África e 111,7% maior que do Oriente Médio.

Tabela 3 - Os Dez Primeiros Destinos Do Mundo Em Chegadas

Chegadas de Turistas Internacionais (em milhões)

Variação (%) Participação

2002 2002/2001 (%)

Mundo 703 2,7 100

1 França 77,0 2,4 11,0

2 Espanha 51,7 3,3 7,4

3 Estados Unidos 41,9 -6,7 6,0

4 Itália 39,8 0,6 5,7

5 China 36,8 11,0 5,2

6 Reino Unido 24,2 5,9 3,4

7 Canadá 20,1 1,9 2,9

8 México 19,7 -0,7 2,8

9 Áustria 18,6 2,4 2,6

10 Alemanha 18,0 0,6 2,6

Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT) Dados oficiais de setembro de 2003

Dentre os dez primeiros destinos de chegada do mundo, seis são europeus, três das

Américas e um é asiático, sendo que dois representantes das Américas, Estados Unidos (-

6,7%) e México (-0,7%) decresceram entre 2001 e 2002. A China apresentou um crescimento

surpreendente de 11%; a França representa sozinha 11% dos destinos de chegada, em seguida

vem a Espanha com 7,4% e em terceiro, os Estados Unidos.

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Tabela 4 - Os Dez Primeiros em Receitas Geradas Pelo Turismo Internacional Receitas Geradas pelo Turismo Internacional (em US$ bilhões)

Variação (%) Participação 2002 2002/2001 (%)

Mundo 474 3,2 100

1 Estados Unidos 66,5 -7,4 14,0

2 Espanha 33,6 2,2 7,1

3 França 32,3 7,8 6,8

4 Itália 26,9 4,3 5,7

5 China 20,4 14,6 4,3

6 Alemanha 19,2 4 4

7 Reino Unido 17,8 9,5 3,8

8 Áustria 11,2 11,1 2,4

9 Hong Kong (China) 10,1 22,2 2,1

10 Grécia 9,7 3,1 2,1

Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT) Dados oficiais de setembro de 2003

Segundo a Organização Mundial do Turismo, a receita gerada pelos Estados Unidos

em 2002 é 20% menor que a registrada em 2000, ainda assim, apesar de ocupar a terceira

posição em chegadas é indiscutivelmente o primeiro em receitas geradas pelo turismo

internacional, com receita de 66 bilhões e 500 milhões de dólares, aproximadamente o dobro

do segundo lugar que é a Espanha com 33 bilhões e seiscentos milhões de dólares. Sozinhos,

os Estados Unidos representam 14 % da receita mundial gerada por chegadas internacionais e

a Espanha 7,1%.

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A China ocupa o quinto lugar representando 4,3% da receita mundial e Hong Kong,

que também pertence à China, 2,1%; somados os dois teremos a China ocupando a quarta

posição e muito próximo da terceira posição que é ocupada pela França.

Tabela 05. Chegada de Turistas na Europa

Chegadas de Turistas Internacionais (milhares) Variação (%) Participação (%) Principais Destinos

2.002 01/00 02/01 2.002 Europa 399.759 -0,5 2,3 100

França 77.012 -2,6 2,4 19,3

Espanha 51.748 4,6 3,3 12,9

Itália 39.799 -3,9 0,6 10,0

Reino Unido 24.180 -9,4 5,9 6,0

Áustria 18.611 1,1 2,4 4,7

Alemanha 17.969 -5,9 0,6 4,5

Hungria 15.870 -1,5 3,5 4,0

Grécia 14.180 7,3 0,9 3,5

Polônia 13.980 -13,8 -6,8 3,5 Turquia 12.782 12,5 18,5 3,2

Portugal 11.666 0,6 -4,1 2,9 Suíça 10.000 -1,8 -7,4 2,5

Países Baixos 9.595 -5,0 1,0 2,4 Rússia 7.943 5,3 7,3 2,0

Croácia 6.944 12,2 6,1 1,7 Bélgica 6.724 -0,1 4,2 1,7

Irlanda 6.476 -4,4 1,9 1,6 Ucrânia 6.326 31,4 9,2 1,6 Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT) Dados oficiais de setembro de 2003

A Europa alcançou um total de 399.759 chegadas de turistas internacionais, o que

representou um crescimento de 2,3% com relação ao ano anterior, esse crescimento foi

importante, pois na comparação anterior 2001/2000 o resultado havia sido negativo –0,5%.A

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variação entre 2002/2001 foi negativa para Suíça (-7,4%), Polônia (-6,8) e Portugal (-4,1); em

contrapartida os países europeus que mais cresceram foram: Turquia (18,5%), Ucrânia (9,2%)

e Rússia (7,3%).

Tabela 06. Receitas Geradas Pelo Turismo na Europa Receitas Geradas pelo Turismo Internacional (em US$ bilhões)

(em milhões US$) Variação (%) Participação (%) Principais Destinos 2.002 01/00 02/01 2.002

Europa 240.490 -1,7 6,5 100

Espanha 33.609 4,5 2,2 14,0

França 32.329 -2,5 7,8 13,4

Itália 26.915 -6,2 4,3 11,2

Alemanha 19.158 -0,3 4,0 8,0

Reino Unido 17.591 -16,7 8,0 7,3

Áustria 11.237 1,9 11,1 4,7

Grécia 9.741 2,4 3,1 4,1

Turquia 9.010 -3,3 22,0 3,7

Países Baixos 7.706 -6,8 14,6 3,2

Suíça 7.628 -3,5 4,4 3,2

Bélgica 6.892 4,7 -0,2 2,9 Portugal 5.919 4,2 7,5 2,5

Polônia 4.500 -21,1 -6,5 1,9 Rússia 4.188 3,8 17,6 1,7

Croácia 3.811 20,9 14,3 1,6 Hungria 3.273 9,4 -13,2 1,4

Irlanda 3.089 7,0 10,7 1,3 Ucrânia 2.992 23,5 9,8 1,2 Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT) Dados oficiais de setembro de 2003

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Os países que mais geraram receita pelo turismo internacional na Europa foram

Espanha, França e Itália; os que mais decresceram em receita foram: Hungria e Polônia e os

que mais cresceram Turquia, Rússia e Croácia.

Tabela 07. Chegada de Turistas na Ásia e Oceania

Chegadas de Turistas Internacionais (milhares) Variação (%) Participação (%) Principais Destinos

2.002 01/00 02/01 2.002 Ásia e Oceania 131.295 5,1 8,4 100,0

Australia 4.841 -1,5 -0,3 3,7

China 36.803 6,2 11,0 28,0

Filipinas 1.933 -9,8 7,6 1,5

Hong Kong (China) 16.566 5,1 20,7 12,6

Índia 2.370 -4,2 -6,6 1,8

Indonésia 5.033 1,8 -2,3 3,8

Japão 5.239 0,3 9,8 4,0

Macao (China) 6.565 12,4 12,4 5,0

Malásia 13.292 25,0 4,0 10,1

Nova Zelândia 2.045 6,9 7,1 1,6

Coréia do Sul 5.347 -3,3 3,9 4,1

Singapura 6.996 -2,8 4,0 5,3

Tailândia 10.873 5,8 7,3 8,3

Taiwan (Prov. China) 2.726 -0,3 4,2 2,1 Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT) Dados oficiais de setembro de 2003

A Ásia foi um dos continentes que mais cresceu em número de chegadas. A

China é um dos grandes responsáveis por esse crescimento, a abertura política está levando

um grande número de novos empreendimentos ao País e conseqüentemente o crescimento no

número de viagens de negócios cresce conjuntamente; mas a Copa do Mundo realizada na

Coréia do Sul e no Japão também mobilizou turistas de todo o mundo para o continente.

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A China mobilizou 47,7% de todo o número de chegadas ao continente, esse

total foi construído com a participação de Taiwan 2,1%, Macao 5%, Hong Kong 12,6% e

China 28%. Japão e Coréia do Sul somados perfizeram um total de 8,1%, ainda assim perdem

para Tailândia, 8,3% e Malásia, 10,1%.

Tabela 08. Chegada de Turistas na África Chegadas de Turistas Internacionais

(milhares) Variação (%) Participação (%) Principais Destinos 2.002 01/00 02/01 2.002

África 29.136 3,2 2,8 100

África do Sul 6.550 -1,5 10,9 22,5

Argélia 998 4,1 10,7 3,4

Botsuana 1.037 -5,0 -1,1 3,6

Gana 483 10,0 10,1 1,7

Quênia 838 -6,5 -0,4 2,9

Marrocos 4.193 2,7 -0,7 14,4

Maurício 682 0,6 3,2 2,3

Tanzânia 550 9,2 9,8 1,9

Túnez 5.064 6,5 -6,0 17,4

Zâmbia 565 7,6 14,8 1,9 Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT) Dados oficiais de setembro de 2003

A África detém o mais baixo nível de chegadas entre os continentes, 4,1% de

participação no turismo mundial. O volume de chegadas é maior que o volume da região do

Oriente Médio e ainda assim, em apenas 0,2%, mas, perde em receitas geradas, enquanto a

áfrica absorve 11,8 bilhões de dólares o Oriente Médio absorveu 13 bilhões de dólares, esse

fato se deve ao consumo per capita, o turista gasta em média 405 dólares na África, no

Oriente Médio o valor aproximado é de 470 dólares.

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Tabela 09. Receitas Geradas Pelo Turismo na África Receitas Geradas pelo Turismo Internacional (em US$ bilhões)

(em milhões US$) Variação (%) Participação (%) Principais Destinos

2.002 01/00 02/01 2.002

África 11.785 7,8 1,0 100

África do Sul 2.719 -0,5 8,7 23,1

Argélia 133 4,2 33,0 1,1

Botsuana 309 -4,2 3,0 2,6

Gana 520 16,1 16,1 4,4

Quênia 297 11,6 -3,6 2,5

Marrocos 2.152 23,8 -14,8 18,3

Maurício 612 15,1 -1,9 5,2

Tanzânia 730 -1,9 0,7 6,2

Túnez 1.422 7,3 -11,4 12,1

Zâmbia X 5,4 X X Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT) Dados oficiais de setembro de 2003

Os conflitos no Oriente Médio prejudicaram o turismo, afetando principalmente as

zonas mais perigosas, Israel, Iraque, dentre outros, ainda assim, o turismo subsiste em outros

locais como é o caso da Arábia Saudita com 27,2% do total do número de chegadas, Emirados

Árabes 19,7% e Egito 17,8%. Mesmo com conflitos o Oriente Médio apresentou um

crescimento de 13,3% no número de chegadas entre 2001 e 2002.

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Tabela 10. Chegada de Turistas no Oriente Médio Chegadas de Turistas Internacionais

(milhares) Variação (%) Participação (%) Principais Destinos

2.002 01/00 02/01 2.002

Oriente Médio 27.594 -1,3 16,7 100

Arábia Saudita 7.511 2,1 11,7 27,2

Bahrein 3.167 15,2 13,6 11,5

Egito 4.906 -14,8 12,6 17,8

Emirados Árabes 5.445 5,8 31,7 19,7

Jordânia 1.622 3,6 9,8 5,9

Líbano 956 12,9 14,2 3,5

Síria 2.809 -6,9 X 10,2

Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT) Dados oficiais de setembro de 2003 Tabela 11. Receitas Geradas Pelo Turismo no Oriente Médio

Receitas Geradas pelo Turismo Internacional (em US$ bilhões)

(em milhões US$) Variação (%) Participação (%) Principais Destinos

2.002 01/00 02/01 2.002

Oriente Médio 12.963 -5,2 10,0 100

Arábia Saudita X X X X

Bahrein X 9,9 X X

Egito 3.764 -12,5 -0,9 29,0

Emirados Árabes 1.328 5,1 24,8 10,2

Jordânia 786 -3,0 12,3 6,1

Líbano 956 12,8 14,2 7,4

Síria 1.366 X X 10,5

Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT) Dados oficiais de setembro de 2003

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A América foi um dos destinos que mais se ressentiu com os atentados de 11 de

setembro de 2001 em Nova York, a ameaça de novos atentados e a eminência dos conflitos

armados certamente levou uma diversidade de turistas a escolher outros destinos, haja visto

que, o decrescimento na América não é acompanhado na mesma proporção por outras nações,

pelo contrário, há um crescimento com relação ao ano anterior.

Tabela 12. Chegada de Turistas nas Américas

Chegadas de Turistas Internacionais

(milhares) Variação (%) Participação (%) Principais Destinos

2.002 01/00 02/01 2.002

Américas 114.854 -6,1 -4,4 100

Argentina 2.820 -9,9 7,6 2,5

Brasil 3.783 -10,2 -20,7 3,3

Canadá 20.057 0,3 1,9 17,5

Chile 1.412 -1,1 -18,0 1,2

Costa Rica 1.113 4,0 -1,6 1,0

Cuba 1.656 -0,3 -4,6 1,4

Estados Unidos 41.892 -11,9 -6,7 36,5

Jamaica 1.266 -3,5 -0,8 1,1

México 19.667 -4,0 -0,7 17,1

Porto Rico 3.087 6,3 -13,1 2,7

Rep. Dominicana 2.811 -3,0 -2,5 2,4

Uruguai 1.258 -3,9 -33,5 1,1

Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT) Dados oficiais de setembro de 2003

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Tabela 13. Receitas Geradas Pelo Turismo nas Américas Receitas Geradas pelo Turismo Internacional (em US$ bilhões)

(em milhões US$) Variação (%) Participação (%) Principais Destinos

2.002 01/00 02/01 2.002

Américas 114.255 -8,4 -6,5 100

Argentina X -10,0 X X

Brasil 3.120 -12,0 -16,0 2,7

Canadá 9.700 -0,6 -10,0 8,5

Chile 733 -2,6 -8,2 0,6

Costa Rica 1.078 -10,9 -1,6 0,9

Cuba 1.633 -2,6 -3,5 1,4

Estados Unidos 66.547 -12,8 -7,4 58,2

Jamaica 1.209 -7,5 -1,9 1,1

México 8.858 1,3 5,4 7,8

Porto Rico 2.486 14,2 -8,9 2,2

Rep. Dominicana 2.736 -2,2 -2,2 2,4

Uruguai 318 -14,0 -43,3 0,3

Fonte: Organização Mundial do Turismo (OMT) Dados oficiais de setembro de 2003

A América do Sul apresentou a maior queda em relação a chegadas de turistas, a

crise Argentina foi um dos principais responsáveis pelo decrescimento, segundo dados

divulgados pela EMBRATUR no “Anuário Estatístico e Demanda Turísticas 2002”. A crise

Argentina foi responsável pela queda de 20,7% no número de turistas que visitaram o Brasil

naquele ano. Ainda de acordo com o anuário, 3.783.409 estrangeiros estiveram no país, contra

4.772.575 em 2001. Dos 989.175 turistas a menos que o país recebeu 677.893 (68,5%) se

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referem à Argentina. 96,8% são do restante da América do Sul. Os dados da EMBRATUR

referem-se apenas ao Brasil, mas a crise Argentina afetou todo o hemisfério sul do continente.

O Brasil conta com dimensões continentais e com uma riqueza natural singular, mas,

de acordo com os dados da Organização Mundial do Turismo, ainda é um país em que o

turismo precisa ser implementado, a participação é pequena diante dos dados mundiais. O

saneamento básico, as estradas, a capacitação de pessoas, a violência no meio urbano são itens

que precisam ser cuidados e que certamente afetam o turismo.

O Anuário Estatístico da Embratur ano de 2003 trás uma série de informações

importantes sobre o turismo no Brasil, dentre elas o número de entradas de turistas desde

1970 até 1992. Ao acompanhar os dados, percebe-se a linha crescente na evolução do turismo

de 1970 até 2000 representando um crescimento de 2.126,24%, os anos de 2001 e 2002

registraram queda substancial no número de entradas em relação ao ano 2000; queda de

36,32% se comparado ao ano de 2002, o que representou menos 1.930.063 turistas, queda

impulsionada sobre tudo pela crise na Argentina.

Tabela 14. Chegada de Turistas no Brasil

ENTRADA DE TURISTAS NO BRASIL 1970/2002

ANOS TURISTAS ANOS TURISTAS ANOS TURISTAS ANOS TURISTAS ANOS TURISTAS

1970 249.900 1977 634.595 1984 1.595.726 1991 1.228.178 1998 4.818.084

1971 287.926 1978 784.316 1985 1.735.982 1992 1.692.078 1999 5.107.169

1972 342.961 1979 1.081.799 1986 1.934.091 1993 1.641.138 2000 5.313.463

1973 399.127 1980 1.625.422 1987 1.929.053 1994 1.853.301 2001 4.772.575

1974 480.267 1981 1.357.879 1988 1.742.939 1995 1.991.416 2002 3.383.400

1975 517.967 1982 1.146.681 1989 1.402.897 1996 2.665.508

1976 555.967 1983 1.420.481 1990 1.091.067 1997 2.849.750

Fonte: COINF/DPF e EMBRATUR

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A visualização dos dados mostra que dentre 1.930.063 turistas que deixaram de vir ao

Brasil, aproximadamente um milhão são da América do Sul, 677.893 turistas da Argentina

deixaram de vir ao Brasil nesse espaço de tempo, confirmando os dados anteriores.

Tabela 15. Entrada de turistas no Brasil, segundo o país de residência permanente. 2001 2002

AMÉRICA DO SUL 2.417.526 1.459.268

ARGENTINA 1.374.461 696.568

BOLÍVIA 107.664 57.879

CHILE 153.921 113.508

COLÔMBIA 50.335 37.581

EQUADOR 13.294 11.378

GUIANA FRANCESA 16.641 9.952

GUIANA, REPÚBLICA 7.557 3.512

PARAGUAI 285.724 226.011

PERU 48.405 33.111

SURINAME 5.081 4.466

URUGUAI 304.682 223.210

VENEZUELA 49.761 42.092

Fonte: COINF/DPF e EMBRATUR

O Estado de Goiás tem uma participação pequena no volume total gerado pelo

turismo no Brasil, de acordo com dados da AGETUR – Agência de Turismo do Estado de

Goiás, o Estado tem uma participação de apenas 2,55% do total das receitas provenientes do

turismo, a receita do Brasil foi de R$ 38.800.000.000,00, Goiás participou com

R$990.357.508,00, no ano de 2001.

A AGETUR ainda informa que o turismo receptor no ano de 2001, recebeu 1.381.373

turistas, contabilizado os turistas internacionais e nacionais, este total representa apenas

3,07% do total do turismo receptor no Brasil, tanto interno quanto externo.

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Uma cidade recebe atenção especial no Estado de Goiás, pelo volume de chegadas de

turistas: Caldas Novas. Segundo dados da Secretaria Municipal do Turismo de Caldas Novas,

a cidade está recebendo aproximadamente 1.600.000 turistas anualmente, o número é maior

que o número de chegadas no Estado de Goiás, pois está contabilizado o turismo regional, ou

seja, as pessoas que moram em outras cidades do Estado.

Este trabalho iniciou-se no macro universo do turismo para encontrar seu

desenvolvimento no micro universo da cidade de Caldas Novas, quer refletir sobre o potencial

turístico e sua contribuição social, tendo como ponto de referência o turismo em torno das

águas termais de Caldas Novas, devido a sua importância no contexto regional. Tomada como

excelente exemplo, visto que ao potencial natural da região, associa-se uma gama de outros

atrativos que destacam sua vocação turística: restaurantes, hotéis, lojas de suporte, lojas de

produtos regionais, aeroporto, traslado, apoio governamental, faculdade de turismo e

hotelaria, sindicatos e centros de formação profissional. Esta concentração de equipamentos e

serviços integra a estrutura estudada.

Identificar um cluster em Caldas Novas é buscar reconhecer que a integração e

interação entre as organizações que se beneficiam e apóiam o turismo da cidade tornam-se

portas abertas a inúmeras compreensões desse fenômeno. Faz-se necessário distinguir que

mesmo entre regiões há competição e o fato de sua existência leva inevitavelmente à

adaptação de uma nova forma de pensar o desenvolvimento regional. A essência do cluster é

criar vínculos produtivos que gerem a promoção do desenvolvimento econômico, ambiental e

social.

Caldas Novas é apenas um fragmento do mundo turístico, mas a compreensão do

microcosmo é fundamental para entender o macrocosmo. É como um fio de cabelo que

esconde todo o mapa genético de um indivíduo: características, traços, tendências a

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determinado tipo de enfermidade, ou seja, na pequena partícula, vislumbra-se a grandeza do

universo, na pequena cidade de Caldas Novas vislumbra-se a riqueza universal do turismo.

Portanto, Os dados do turismo mundial, nacional e regional demonstram sua

importância, mas também as disparidades. A participação brasileira no turismo mundial é

muito pequena, ao mesmo tempo, todas as riquezas naturais (praias, rios, florestas, mananciais

hidrotermais, montanhas, parques nacionais dentre outros aspectos) apontam para um único

caminho: o crescimento. Caldas Novas surge como exemplo de como o turismo multiplica em

várias vezes o tamanho de uma cidade, o crescimento em todos os sentidos é inevitável, a

otimização de processos é necessária, as riquezas naturais bem aproveitadas se transformam

em fonte geradora de riqueza e qualidade de vida.

O crescimento do turismo na cidade de Caldas Novas é possível se em primeiro lugar

as indústrias e os serviços que se beneficiam dele forem os protagonistas iniciais dessa

evolução desejada, a identificação e otimização do cluster, pode ser uma solução. O trabalho

isolado leva à degradação ambiental e conseqüentemente queda no número de turistas, faz-se

necessária a integração do conjunto de empresas beneficiárias, o pensar em comum o

crescimento, a preservação, a forma de atrair novos visitantes, pois o crescimento

desordenado pode tornar-se insustentável.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

O desenvolvimento de novas tecnologias permitiu que a informação transitasse de

um extremo ao outro do globo terrestre de modo extremamente rápido, facilitando a obtenção

de notícias e opiniões diferenciadas. A aquisição da riqueza de detalhes por meio da

informação permitiu que lugares e regiões distantes se transportassem para a tela dos

computadores, familiarizando as pessoas com localidades nunca antes visitadas, despertando

o desejo de conhecer pessoalmente novas fronteiras como relatado no capítulo anterior.

A liberdade de deslocamento também é um fator que aproxima as localidades, e

em nenhum outro tempo o homem viajou tanto como agora, a diversidade de veículos e a

velocidade que eles atingem, tornou realidade a intenção de conhecer outras paragens.

Negócios, empreendimentos, famílias, prazer e curiosidade levam diariamente, milhares de

pessoas em todo o mundo a deslocar-se de seus lugares de origem. Destacando-se no

transporte de pessoas os automóveis, aviões, trens e navios.

Todos esses avanços agilizaram tanto a circulação da informação quanto o

deslocamento de pessoas e produtos, suscitando novos empreendimentos para atender à

demanda. Em todos os lugares é possível encontrar uma gama de negócios, atividades e

serviços voltados para o turismo, destacando-se dentre eles: hotéis, restaurantes, lanchonetes,

bares, agências de viagens, guias de turismo, locadora de automóveis e de imóveis, centros

comerciais, lojas de artesanato e souvenires, parques temáticos, centros de lazer, centros

esportivos, companhias de ônibus, de transportes aéreo, marítimo e ferroviário. E além deles,

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uma infinidade de novos negócios surgiram devido ao aparecimento de novas necessidades e

também à criatividade humana.

A agilidade na obtenção da informação, os diferentes modos empregados para

viagens e a diversidade de negócios em torno da atividade turística, proporcionam diversas

opções de escolha, o destino escolhido em geral preenche uma série de pré-requisitos que

atendem às necessidades dos turistas. Qualidade dos serviços, variedade de opções de lazer,

multiplicidade gastronômica e uma infinidade de outros ofícios compõe o mundo competitivo

do turismo mundial, nacional, regional e local.

O crescente aumento da competição implica em maior rivalidade entre as

empresas, mas também entre as localidades. Rochefort (1998, p.14) afirma que: “a inserção

geográfica da cidade repercute na maneira pela qual ela cumpre o seu papel”. O desempenho

de cada cidade está na contribuição para a prosperidade econômica da região, implicando

diretamente no embate entre outras cidades, ainda que dissimulado; o fato de um turista

preferir uma localidade e não outra, a localidade preterida deixa de arrecadar receitas sem a

movimentação financeira desse turista.

A compreensão desse fenômeno por parte das empresas, amplia o sentido de

cooperação e a inter-relação entre os envolvidos em um arranjo produtivo local, elevando a

dimensão de parceria entre eles. A percepção cada vez mais difusa de que o isolamento leva à

rigidez, estacando o desenvolvimento, impulsiona mesmo empresas que competem entre si, a

estabelecerem alianças para o benefício comum. A competitividade ultrapassa os limites da

concorrência local transformando-os em cooperadores e a cooperação os tornam competidores

globais, competindo com outras regiões e até mesmo com outros países.

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3.1 Definições de Cluster

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (2000, p.16), mencionando Mckinsey

E Company, define cluster com a seguinte configuração: “Um cluster pode ser definido como

um conjunto de empresas e entidades que interagem, gerando e capturando sinergias, com

potencial de atingir e crescimento competitivo contínuo superior ao de uma simples

aglomeração econômica”.

Nesse sentido o objetivo do cluster é catalisar a sinergia entre as várias

organizações na medida em que elas se inter-relacionam, uma empresa que obtenha

determinada vantagem poderá beneficiar o todo; as atividades são coordenadas e concessões

são feitas em favor de contribuições a favor do cluster, isto o torna sinérgico, propiciando

eficiência e racionalidade para a região em que ele ocorre.

O crescimento competitivo torna-se contínuo e superior quanto mais sinérgico

for o relacionamento entre as instituições locais, caracterizando-se pela atração de capital,

crescimento do dinamismo organizacional, redução de custos, redução de riscos, melhoria na

qualidade, melhoria de vida da população, maior disponibilidade de recursos humanos. As

habilidades transferidas representam uma fonte importante para a unidade das organizações de

um cluster, pois é um processo ativo que muda significativamente as operações das empresas.

Porter (1999, p. 211) diz que “é um agrupamento geograficamente concentrado

de empresas inter-relacionadas e instituições correlatas numa determinada área, vinculadas

por elementos comuns e complementares”. O espaço geográfico, ou seja, a área de atuação

considerada nessa definição, não necessariamente tenha que ser uma pequena região; pode ser

uma cidade, estado, país e até mesmo uma rede de países vizinhos, em todos eles tendo os

componentes necessários, pode estar configurado um cluster. Além dos elementos comuns

também é apreciada a complementaridade: cada empresa participante tem vantagens

específicas, e à medida que se inter-relacionam e compartilham da experiência dos outros

participantes, a construção de novas competências surge naturalmente, a assimilação das

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competências de outros, possibilita o desenvolvimento de novas aptidões, daí sua grande

importância.

São consideradas como empresas inter-relacionadas, empresas de produtos ou

serviços finais, fornecedores de insumos, componentes, equipamentos e serviços, fabricantes

de produtos complementares, fornecedores de infra-estrutura, distribuidores e as instituições

de apoio, essas são as instituições governamentais, instituições dedicadas à educação e à

formação especializada, informação, pesquisa e mesmo o suporte técnico, universidades,

centros de estudos, associações comerciais, sindicatos e cooperativas.

A delimitação da área geográfica tem sua significância pela otimização dos

atributos que delineiam a vantagem do cluster, dentre eles estão os fatores de produção,

trabalho especializado, infra-estrutura, capital e conhecimento. Quando uma região apresenta

os atributos citados e disponibilidade destes, de forma rápida, ela está apta à competição. O

cluster passa a ter uma capacidade valiosa e difícil de imitar, uma outra região que não tenha

todos os atributos e a mesma excelência não concorre em pé de igualdade, ficando em

desvantagem.

A delimitação da área geográfica não deve ser assumida como algo permanente,

as fronteiras que o compõe estão em constante evolução, sempre surgem novas empresas e

novos setores. Determinados tipos de organizações e até mesmo de setores podem crescer,

encolher ou até mesmo declinar. À medida que ocorrem alterações em sua formação, em

geral, alteram-se também as regras, criam-se novos elos, captando importantes

complementaridades ou sofrendo efeitos colaterais ocasionadas pelas mudanças.

Porter (1999, p.213), descreve ainda o seguinte modelo de cluster utilizando

como exemplo a indústria italiana de calçados e moda:

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Cintos de Couro

Roupas de Couro

Bolsas de Couro

Luvas de Couro

Aglomerado daModa em Tecido

Calçados paraAtletismo

Máquinas paracalçados

Equipamentos deCurtimento

Calçados deMaterial Sintético

Calçados deCouro

Botas deMontanhismo

Botas de Esquiar

Botas para depoisde Esquiar

CouroProcessado

Fôrmas

Serviços deCriação

Máquinas deModelar por

Injeção

Modelos

Moldes

Curtumes

Máquinas deTrabalhar Couro

Equipamentos deTrabalhar Plástico

Sistemas CADpara Calçados

MáquinasFerramentas

Especializadas

Equipamentos deTrabalharMadeira

Figura 3. Cluster italiano de Calçados e Moda

O modelo de Porter do cluster italiano não abrange todas as entidades que compõem

os aglomerados, mas possibilita ter uma visão clara de características importantes. Apresenta

os diversos vínculos de setores correspondentes, produtos complementares, insumos comuns,

tecnologias, diferentes tipos de calçados, artigos de couro e artigos de moda. Em geral o

esforço de marketing, publicidade e propaganda são similares e em sua maioria os clientes

também, a ligação entre eles promove a sinergia entre as organizações do setor e as

organizações de apoio.

As relações estabelecidas entre o conjunto de empresas facilitado pela proximidade do

espaço que ocupam, provocam encadeamentos verticais e horizontais positivos, Kotler (1997,

p.190) afirma que: “Se uma indústria se diversifica em áreas que fornecem matérias-primas

ou consomem produtos daquela indústria, a direção da diversificação é vertical”, a abordagem

contempla os diferentes estágios da cadeia produtiva, nesse caso o encadeamento pode ser

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para frente ou para trás; encadeamento para trás relaciona-se com os fornecedores ou elos

anteriores da cadeia de suprimentos. Encadeamento para frente refere-se à correlação com os

compradores.

Kotler (1997, p.191) ainda diz que,

“os encadeamentos horizontais conectam uma indústria com outras indústrias complementares em tecnologia e/ou marketing. Todas essas indústrias envolvidas em encadeamentos horizontais são denominadas indústrias relacionadas”,

o intercâmbio de fatores, conhecimento, competências, pareceres, opiniões e informações,

ocorrem horizontalmente entre as organizações similares. O encadeamento horizontal

proporciona o processo de aprendizagem coletiva, através de diferentes combinações do

conhecimento das partes envolvidas, desenvolve-se novo conhecimento, beneficiando as

empresas correlatas.

Os encadeamentos proporcionam a maximização da produção, minimização de custos,

eficiência e eficácia do sistema, a melhoria da qualidade e a geração de competitividade. Os

benefícios ocorrem ao longo da cadeia básica de valor, melhor ando a utilização da infra-

estrutura e dos recursos humanos e o compartilhamento das seguintes áreas: pesquisa e

desenvolvimento, departamento de suprimentos, logística interna, operacionalização, logística

externa, marketing, vendas e, sobretudo de serviços.

Conforme o grau de encadeamento algumas empresas abrem mão de alguns setores ou

departamentos, para que outras que participam do cluster possam operacionalizá-los, dessa

forma, as empresas correlatas ganham competitividade e escala, e a empresa que abriu mão de

determinada área, passa a se concentrar em seus negócios afins.

Kotler (1997, p.192) apresenta ainda, um modelo de indústrias relacionadas em torno

da biotecnologia:

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Figura 04. Cluster de Biotecnologia

Biotecnologia

Reprodução de Gado

Enérgia

Saúde Humana

Química fina Indústria Farmacêutica

AgriculturaTratamento de Resíduos

Veterinária

Fabricação de Alimentos e Estimulantes

O modelo de Kotler é acompanhado pela definição de Haddad (1999, p.18), “A

essência do desenvolvimento de clusters é a criação de capacidades produtivas especializadas

dentro de regiões para a promoção de seu desenvolvimento econômico, ambiental e social”.

Haddad certifica que o decurso de aperfeiçoamento do cluster depende das

especialidades, mas é fundamental notar que, em nenhum evento a especialização em algum

tipo de ação produtiva resulta na posse completa da região por essa especialidade. O cluster é

configurado por uma diversidade de especialidades conforme o encadeamento vertical,

entretanto são elas que balizam o desenvolvimento. A especialização gera o estabelecimento

de novas atividades, proporcionando aumento de produção, emprego e renda, que são

indicadores da ocorrência de um processo de desenvolvimento econômico e social.

Entre as diferentes idéias sobre cluster, Rosenfeld Apud Amaral Filho, merece ser

citado por seu conceito:

[...] uma aglomeração de empresas (cluster) é uma concentração sobre um território geográfico delimitado de empresas interdependentes, ligadas entre si por

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meios ativos de transações comerciais, de diálogo e de comunicações que se beneficiam das mesmas oportunidades e enfrentam os mesmos problemas. (ROSENFELD, 1996, apud AMARAL FILHO, 2001, p. 275).

Assim, pode-se afirmar que uma organização participante tem formas de ligações

diferentes com as demais organizações. Ela consegue, por exemplo: rivalizar; adquirir

matéria-prima de outra organização; tornar-se fornecedor de produtos ou serviços para outras

empresas; buscar financiamento junto a instituições financeiras que participam do cluster e

investimentos realizados em cooperação com outras organizações que pertencem a ele.

Zaccarelli (2000, p.200) afirma que para um cluster ser completo é preciso atender a

nove requisitos, que têm correlação entre si, reforçando-se mutuamente:

1. Alta concentração geográfica

2. Existência de todos os tipos de empresas e instituições de apoio, relacionados

com o produto/serviço do cluster.

3. Empresas altamente especializada (cada empresa realiza um número específico

de tarefas).

4. Presença de muitas empresas de cada tipo.

5. Total aproveitamento de materiais reciclados ou subprodutos.

6. Grande cooperação entre as empresas.

7. Intensa disputa: substituição seletiva permanente.

8. Uniformidade de nível tecnológico

9. Cultura da sociedade adaptada às atividades do cluster.

3.2. Alta Concentração Geográfica

Para Porter (1989, p.186) “os competidores em muitas indústrias de sucesso

internacional – e, com freqüência, em grupos inteiros de indústrias – estão muitas vezes

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localizadas numa única cidade ou região dentro de um país”, assim as concentrações

proporcionam igualmente agrupamento de fornecedores e boa parte dos clientes procuram se

beneficiarem da diversidade e da escolha daquele que melhor atender às suas expectativas.

A proximidade torna o ambiente excepcional para o fluxo de informação, visibilidade

nos negócios, fortalecimento mútuo e até mesmo para a compreensão do processo de

competição. A concentração geográfica de empresas rivais possibilita melhorias e inovações

tanto em produtos quanto em operações, o ambiente é propício para a especialização e para a

eficácia nos processos.

Conseqüentemente a concentração possibilita o desenvolvimento e o apoio de

instituições de ensino estabelecidas na região, estas instituições trabalham para que haja maior

especialização de recursos humanos e facilidade em encontrá-los, não correndo o risco de

determinados setores paralisarem suas atividades por não ter quem os opere. Além disso, o

excedente de mão-de-obra possibilita a negociação de salários.

3.3 Existência de todos os tipos de empresas e instituições de apoio

A aplicação do conceito de Kotler (1997, p.190) sobre encadeamentos verticais

verifica-se nesse ponto; as instituições de apoio compõem-se de instituições de pesquisa,

crédito, assistência técnica, educação e formação. Os diferentes tipos de empresas estão

constituídos ao longo da linha vertical, são os fornecedores de insumos, serviços e

equipamentos, o conjunto de operações de produção, armazenamento, processamento,

distribuição e comercialização por meio de atacadistas e varejistas, estes últimos não

necessariamente compõem o cluster, pois estão distribuídos em todos os lugares para atender

o consumidor final.

Porter (1989, p.190) atesta que além das indústrias existentes outras surgirão, “novas

indústrias muito mais provavelmente surgirão de indústrias correlatas ou de apoio, de

laboratórios de universidade ou escolas especializadas”, a existência de um grande número de

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empresas acaba atraindo outras, influenciando o ambiente competitivo, dessa forma, as

empresas procuram produzir mais, buscar inovações, tanto em produtos quanto em processos,

elevando a produtividade e conseqüentemente a formação de novas empresas que irão atender

às novas necessidades do setor em crescimento.

3.4 Empresas Altamente Especializada

Em geral as empresas não são constituídas de atividades que integram internamente

todos os elos da cadeia produtiva, ou seja, desde a produção da matéria prima até o produto

final. Principalmente em um cluster, as empresas são altamente especializadas, cada uma

explora um nicho específico de mercado, porém o cluster torna-se especialmente vantajoso

quando se faz necessários serviços ou produtos que englobam outras áreas além daquelas de

domínio especializado, o conjunto de empresas é capaz de suprir as necessidades que surgem,

numa constante troca de complementaridades.

Segundo Zaccarelli (2000, p.204) “a presença dominante nos clusters completos é de

empresas especializadas, dedicadas a poucas operações — muitas vezes, uma única operação

—, sempre com eficiência e qualidade”, a especialização proporciona, sempre que necessário,

focar esforços financeiros e estratégicos, sem que seja necessário pulverizá-los; nesse sentido

o controle sobre a produção é mais rigoroso, sobretudo quanto à qualidade dos produtos e

serviços.

3.5. Presença de Muitas Empresas de Cada Tipo

A multiplicidade de empresas que caracteriza a intensidade da concorrência é benéfica

quando proporciona o surgimento de novas empresas que substituem empresas que vão à

falência. Da mesma forma, a presença de muitas empresas em alguns casos pode ser maléfica,

sobretudo quando adotam uma estrutura empresarial predatória de preços baixos, em que a

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prioridade é a liderança de mercado e não o lucro, se o setor compete assim, no longo prazo

poderá haver degradação do cluster.

Em um mercado concorrencial, com muitas empresas de cada tipo, ocorre o efeito

ação e reação, levando as empresas a um movimento constante e dinâmico, Hitt (2003, p.78)

afirma que,

“a intensa rivalidade é comum nos setores que abrigam muitas empresas. No caso de muitos concorrentes, é comum que uma empresa acredite que possa adotar medidas sem provocar reação alguma. No entanto, a evidência sugere que as outras empresas geralmente estão cientes das ações do concorrente e freqüentemente optam por reagir a elas”.

As dimensões da rivalidade em geral compreendem preços, qualidade e inovação, buscando

atender às características que o cliente valoriza.

3.6 Total Aproveitamento de Materiais Reciclados ou Subprodutos

A presença de muitas empresas de cada tipo naturalmente gera um volume grande de

resíduos semelhantes, esse acúmulo torna-se fonte de matéria-prima, incentivando o

surgimento de um novo grupo de empresas no cluster, aquelas que aproveitam os resíduos e

os reciclam, tornando o “lixo” em negócio lucrativo; as novas empresas que surgem são

essenciais para tornar a região um lugar mais saudável e limpo.

O interesse das outras organizações do cluster pelas novas de reciclagem, leva em

geral a parceria entre elas, uma é geradora de resíduos que nem sempre tem uma finalidade

útil, o que acaba sendo um transtorno para o ambiente em que elas estão instaladas, a outra se

aproveita deste “transtorno” e recicla o subproduto, o ciclo dinâmico é positivo para todo o

setor, as organizações tornam-se organizações responsáveis socialmente, transformando

pontos negativos em positivos.

A afirmação de Zacarelli (2003, p.200) sobre o “total aproveitamento de materiais

reciclados ou subprodutos” é questionável, existem resíduos que ainda não são recicláveis.

Considerando esse item pensamos ser inviável o total aproveitamento de materiais reciclados

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ou subprodutos, pelo menos não todos. Em geral as empresas de reciclagem separam os

resíduos reaproveitáveis para o processo de reciclagem; a reutilização de apenas parte do

“lixo” não retira e nem diminui o mérito de regiões que iniciaram o processo de

reaproveitamento.

3.7 Grande Cooperação Entre as Empresas

Segundo Hitt (2003, p.361), a cooperação “acontece quando as empresas encontram

maneiras de combinar seus recursos e capacidades únicas para criar competências essenciais

que os competidores consideram difíceis de entender e imitar”. Neste caso, ele aborda o

ambiente interno da organização, mas complementa ao abordar as alianças estratégicas que

“são parcerias entre empresas, em que seus recursos, capacidades e competências essenciais

são combinados para perseguirem interesses mútuos”, Os recursos combinados são tangíveis

ou intangíveis; os tangíveis passíveis de combinação são os recursos financeiros, físicos e

tecnológicos. Os recursos intangíveis são: recursos humanos, de inovação e até mesmo de

reputação. Nesses casos a cooperação é eficaz se houver habilidade entre as organizações de

organizar os recursos integrados para atingir objetivos projetados.

As formas de cooperação são diversas: as alianças aperfeiçoam o fornecimento,

produção e distribuição de bens ou serviços, e o benefício adquirido é o crescimento de

ambos, mas de forma independente; alianças estratégicas combinam fatores para perseguirem

interesses comuns; a Joint venture é outro tipo comum de cooperação, aqui duas ou mais

empresas se unem, criam uma empresa independente combinando ativos das duas anteriores.

3.8 Intensa Disputa: Substituição Seletiva Permanente

De acordo com Henderson apud Montgomery e Porter (1998, p.4), “se todos os

negócios pudessem crescer indefinidamente, o mercado total cresceria até uma dimensão

infinita em um planeta finito. Isso nunca aconteceu – concorrentes em número crescente

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acabam sempre por eliminar uns aos outros”. A substituição seletiva ocorre por uma série de

fatores determinantes no processo concorrencial entre as organizações, as mais preparadas e

adaptadas ao ambiente sobrevivem, as “despreparadas” ou pouco adaptadas desaparecem.

Em parte a substituição inicia-se pela identificação de pontos fracos nas empresas

instaladas e problemas estruturais, o que reduz o volume de vendas de uma organização;

competidores mais preparados ocupam uma fatia de mercado, novos entrantes aproveitam-se

das fragilidades detectadas para ocupar o seu espaço, tornando o ponto fraco do concorrente

em ponto favorável a si mesmo. As empresas instaladas convivem constantemente com as

incertezas no volume de vendas, o grau de incerteza aumenta quando o volume de vendas

diminui, tornando a empresa vulnerável aos ataques de mercado.

Novas organizações também convivem com a incerteza, mas, são empresas que

possuem um entusiasmo novo, capaz de sobrepor às indefinições futuras, são capazes de

acreditar no nivelamento, na vitalidade dos negócios e que com empenho ela superará seus

oponentes, esses são fatores preponderantes para o passo inicial de substituição.

As fragilidades da empresa que será substituída podem estar na defasagem

tecnológica, na demografia — fatores em constante mutação; nem todas as organizações

passam por um processo de adaptação às mudanças que ocorrem também em outros campos.

Os motivos que levam à substituição são tão diversos quanto o próprio processo: necessidades

dos clientes, mudanças políticas, legais, sócio-culturais, globais e econômicas estão listadas

nas intempéries ambientais do processo seletivo.

3.9 Uniformidade de Nível Tecnológico

Conforme Ansoff (1993, p.206), “a tecnologia é, com freqüência, uma força motriz

determinante do futuro estratégico da empresa”, quanto mais uniforme o nível tecnológico

maior a possibilidade de o cluster ser bem sucedido; a tecnologia é capaz de proporcionar um

diferencial competitivo, se há interação tecnológica as possibilidades operacionais são

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inúmeras, a começar pela agilidade de processos na cadeia de suprimentos; clientes industriais

e fornecedores interagindo por meio da tecnologia de informação, são elementos que

possibilitam eficiência acima da média, os processos passam a ser compartilhados em

diferentes elos da cadeia.

A dinamização pela tecnologia propicia redução de custos, elevação da qualidade e

agilidade nos processos. Nesse nível a cooperação é mais intensa e, diversos projetos são

elaborados conjuntamente; os esforços para saber o que ocorre nas outras empresas torna-se

uma ação rotineira. O processo de competição intensifica-se proporcionando melhorias

contínuas nos arranjos estruturais e inovativos das organizações que sentem a necessidade de

serem melhores.

A uniformidade tecnológica gera uma igualdade de competição entre os participantes,

as vantagens competitivas são inerentes ao todo - auxiliando no processo de negociação entre

as empresas, cuja compreensão não é da competição puramente local, mas todos os

competidores locais competem igualmente com outros competidores espalhados pelo mundo.

Essa forma de agir aumenta o poder de todos e inviabiliza ou retarda um processo de

eliminação das empresas pertencentes ao cluster.

3.10. Cultura da Sociedade Adaptada às Atividades

A sensibilidade da sociedade com relação às atividades do cluster eleva-se

positivamente quando os processos se baseiam em práticas éticas ou sobre a dependência da

sociedade em relação ao aglomerado. As práticas éticas elevam a auto-estima da sociedade

que intensifica a sua adesão até mesmo por motivos de auto-realização, a ponto de uma

cidade, região ou mesmo um país ter orgulho das atividades desenvolvidas pelas organizações

ali estabelecidas.

O pensamento difuso que o cluster estimula o desenvolvimento local torna as

condições ambientais favoráveis às praticas organizacionais, o apoio da sociedade local

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favorece o surgimento de pessoas ansiosas para trabalhar no grupo de empresas e

organizações de apoio do cluster, ao mesmo tempo contribui para aumentar sua

competitividade. Nesse sentido a criação e alocação dos valores gerados cooperam

verdadeiramente para o desenvolvimento regional.

Segundo Kotler (1998, p.162), “cultura é o determinante mais fundamental dos desejos

e do comportamento de uma pessoa”, a crença local que o cluster responde positivamente na

geração de empregos cria uma profunda relação nas condições de trabalho. Uma determinante

do sucesso está na formação da visão social, o cluster não é apenas formado por indústrias

trabalhando pelo lucro, mas gera empregos apoiando simultaneamente as famílias locais e o

aperfeiçoamento de suas realidades.

3.11. Cluster Turístico

O turismo é uma das principais atividades econômicas mundiais, a OMT traça um

panorama positivo para os anos de 2010 e 2020, a previsão é que o número de chegadas de

turistas internacionais em 2010 será de aproximadamente 1.000.000.000 de pessoas e em

2020 deverá chegar a 1.561.100.000, números bem superiores aos atuais 700 milhões.

Diante dessa perspectiva os atuais centros turísticos se bem administrados podem ser

os maiores beneficiários desse crescimento. Os centros turísticos são caracterizados pela

aglomeração de empresas em determinado espaço geográfico, hotéis, clubes, bares,

restaurantes, agências de viagens, guias turísticos, locação de imóveis e automóveis, lojas

diversas, dentre outras atividades, assim, a semelhança entre o cluster industrial e centros

turísticos se aproximam. A aglomeração comercial e de serviços, e sua alta concentração

geográfica caracterizam o cluster do turismo.

Segundo Gutiérrez e Bordas apud Beni (2002, p.154):

”a concorrência nos mercados internacionais se estabelece entre clusters, que são aglomerados de vários atrativos turísticos, infra-estruturas compatíveis e

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equipamentos e serviços receptivos, e organização turística concentrada em âmbito geográfico bem delimitado”,

A afirmação é compatível com a teoria de cluster industrial, ao realizar sua aplicação ao

turismo estabelece-se o vínculo em relação às aglomerações turísticas, assim, também elas são

denominadas clusters, respeitadas as devidas delimitações entre um setor e outro.

A delimitação do espaço geográfico do cluster turístico ressalta algumas

peculiaridades, sobretudo físicas, territoriais e aspectos da cultura local; em geral, o

aglomerado turístico tem a adesão dos moradores e sua participação efetiva para seu

crescimento, a adesão possibilita o apoio para o desenvolvimento do lugar, na manufatura de

bens e serviços complementares e mesmo no processo político-legal.

Para Beni (2002, p.155) “a experiência do consumidor e seu nível de satisfação serão o

resultado de um conjunto de elementos que influirá no seu grau de percepção da qualidade

(competitividade) do cluster”. No cluster turístico a qualidade é intrínseca à competitividade,

nesse caso a excelência não é medida apenas por fatores estruturais, ou analisada à distância,

ele deixa claro que a competitividade está ligada à experiência do consumidor, ou seja, como

não leva para casa o objeto de consumo, a sua satisfação é medida pela experiência, prática e

experimento do local visitado.

Os diversos segmentos que estrutura o cluster como, transporte, alojamento,

alimentação, lazer, comércio e serviços de apoio, e seus desdobramentos podem estar

vulneráveis, a percepção da qualidade expõe o cluster, basta que um dos equipamentos seja

avaliado negativamente e todo o complexo — qualidade/competitividade —, estará

comprometido.

A eficiência do cluster é fruto de uma seqüência de fatos, Zaccarelli (2003, p.209) fala

sobre os clusters em evolução, afirmando que “sua tendência é ir-se aperfeiçoando até se

tornar completo. Essa evolução é lenta e espontânea, e sua idade é medida melhor em

decênios, pois um ano é um período muito curto para se notar as modificações evolutivas.” O

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cluster turístico de Caldas Novas é um exemplo claro do pensamento de Zaccarelli, sua

identificação torna-se possível através de sua evolução e sobretudo da evolução histórica.

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4 - EVOLUÇÃO DO TURISMO DE CALDAS NOVAS-GO

O município de Caldas Novas está localizado na microrregião geográfica de

Meia Ponte e mesorregião denominada sul goiano, região Centro-Oeste do território

brasileiro; ocupa uma área de 1.588 Km2, correspondendo a 0,44% da área ocupada pelo

Estado de Goiás e faz limite com os municípios de Piracanjuba, Pires do Rio, Santa Cruz de

Goiás, Marzagão, Corumbaíba, Ipameri, Rio Quente e Morrinhos. Alguns povoados estão

localizados no município de Caldas Novas são eles: Junquerlândia, São Sebastião do Paraíso,

Sapé, Nossa Senhora de Fátima e Tricolândia.

4.1 Aspectos gerais

A história de Caldas Novas pode ser dividida em períodos bastante distintos, desde os

primeiros ocupantes os indígenas até os dias atuais de grandes hotéis e clubes, esse recorte

histórico possibilita visualizar a evolução do cluster de turismo que é o foco deste trabalho.

“Em meio à aridez do sertão, esses índios viviam pacificamente. Como todos os nativos, andavam nus, alimentavam-se da pesca e caça, cultivavam, fabricavam suas armas, cerâmicas, instrumentos musicais e trabalhos com fibras vegetais. Acreditavam no seu deus e para ele dançavam e cantavam” (ELIAS, 1994, p.35).

Num primeiro momento a região era habitada por índios Caiapós e Xavantes que

viviam da caça e pesca, as origens do local e sua memória com destaque para os primeiros

ocupantes da região estão preservadas em um pequeno museu chamado de “casarão” na atual

cidade de Caldas Novas.

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Uma primeira distinção da disposição da ocupação da região ocorreu em meados

do século XVIII; de acordo com Assunção (2002, p. 41) “Várias bandeiras tentaram explorar

Goiás, no Brasil Colônia, porém somente a de Bartolomeu Bueno, o filho, foi reconhecida

pela coroa portuguesa”. No ano de 1722, Bartolomeu Bueno Filho, filho do bandeirante

"Anhangüera", teve o primeiro contato com os índios Caiapós e Xavantes quando aqui

encontrou as fontes principais de rio quente que brotavam na encosta da Serra de Caldas, mas

não encontrando grandes riquezas em ouro seguiu para outros locais para fundar as primeiras

povoações do Estado de Goiás, como o arraial de Santana.

Figura 05. Descoberta das Águas Termais.

Guimarães (1998, p.21) ressalta que o deslocamento da administração central para

o Rio de Janeiro em 1763, consolida a própria experiência exploradora, que, na sua origem,

gerou um curso entre a região Sudeste e o Centro-Oeste. A área principal de Goiás, sediada,

ainda que de forma debilitada, pela cidade de Vila Boa (futura Goiás, capital do Estado)

criaram ligações socioeconômicas com a sede da mineração mineira e o núcleo da Corte.

Em 1777, o bandeirante Martinho Coelho de Siqueira, chega à região, conhecida

como Caldas de Santa Cruz, devido à vizinhança das fontes termais com o arraial de Santa

Cruz, à procura de ouro e pedras preciosas. Procedia de Santa Luzia (hoje Luziânia) e passou

a viver no arraial de Santa Cruz, obteve ainda, sesmarias com cerca de 40 quilômetros

quadrados na localidade da Serra de Caldas Novas, reivindicada posteriormente (DUARTE,

2003, pg.2).

Atrativo: Águas Termais

Descoberta: 1722

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Nesse tempo ouvindo falar das águas termais, decidiu conhecê-las, logo após,

Martinho pede ao Governo Central a outorga de um terreno e ali edifica a primeira residência

de Caldas Novas (1778), embora alterada, ainda conserva particularidades originais.

Figura 06. Primeiro Visitante

Explorando a região, descobre outras fontes termais, dentre elas a Lagoa Quente

do Pirapitinga. De acordo com a tradição, os cães de Martinho Coelho caçavam quando

caíram nas fontes termais, fazendo intenso ruído e atraindo sua atenção. Em 1862 Félix

Taunay pintou em quadro a óleo esse motivo, que está exposto no Rio de Janeiro, no museu

da Escola de Belas Artes.

O declínio da mineração ocorreu no final do século XVIII, resultando em uma

redução significativa no número de povoamentos goianos, a pecuária extensiva e a lavoura de

subsistência tornaram-se as atividades econômicas principais, é nesse contexto que Caldas

Novas amplia a atração de novos visitantes.

“A maioria dos habitantes plantava para o auto consumo e pouquíssimos produtores eram enviados para fora da região. Em 1.804, no Mapa da Produção de Goiás constaram algodão, açúcar, fumo, couros, café, trigo, aguardente, reses, marmeladas, porcos, arroz e feijão... alguns deles, embora em pequena escala, eram colocados no comércio inter-regional.” (ESTEVAM 1997, p.27)

Atrativo:

Águas Termais

visitantes

(10 visitante) Desejo de conhecer: 1777

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Figura 07. Desenvolvimento Urbano e Rural

As notícias dos poderes curativos das águas quentes se espalharam rapidamente como

afirma Duarte (2003, pg.2). “Com a grande fama das águas termais da região, propagada

desde sua descoberta, houve uma intensa peregrinação de doentes para o povoado, onde as

pessoas procuravam curar suas enfermidades”. Os portadores de doenças eram rejeitados pela

população, que ficava com medo de se contaminar. Eles constantemente eram expulsos, pois

atrapalhavam os negócios baseados nos banhos termais.

A primeira escola foi construída em 1870 e em 1893 inaugurou-se a primeira

agência dos correios, abrindo um canal de comunicação maior com os outros centros. A

cidade desenvolveu-se lentamente, com base na agricultura e na crescente procura pelos

banhos quentes, com os hóspedes se acomodando em pequenas pensões.

A primeira casa de banho particular foi construída em 1910 pelo Major Victor de

Ozeda Ala. Metade das paredes do prédio era constituída de adobe e a outra metade de tábua,

havia uma banheira grande com três canos, cada um com uma temperatura diferente, de 37ºC

até 48ºC. As pessoas controlavam a saída da água de acordo com a temperatura que

desejavam. A esse balneário particular só tinham acesso a família e amigos mais chegados.

Ela foi construída no local onde hoje funciona o Balneário Municipal.

A emancipação de Caldas Novas ocorreu em 1911 e em 1923 conseguiu atingir a

categoria de cidade.

Atrativo:

Águas Termais

visitantes

Meio Urbano

1a residência: 1778

Fazendas de gado: 1804

Meio Rural

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Figura 08. Instituições de Apoio Local

A emancipação ocorreu em um momento importante para o Estado de Goiás

“a economia goiana recuperou-se e passou a apresentar forte crescimento: na pecuária, estimulada pela construção de frigoríficos em São Paulo, o que ampliou a demanda criatória para exportação de carne industrializada; na agricultura, da qual a ferrovia, ao propiciar a negociação direta com os centros consumidores, eliminou parte do comércio intermediário, permitindo a retenção dos excedentes produtivos no próprio estado. Cresceu a produção de milho, a de feijão e, principalmente, a de arroz, que assumiu o segundo lugar nas exportações do estado, depois da pecuária”. (GUIMARÃES 1998, p.34)

Com o crescimento constante do número de banhistas foi construído o primeiro

balneário público em 1920, com duas banheiras esmaltadas e três cimentadas e ainda havia

salas individuais. Apesar da grande distância dos centros mais avançados, Caldas Novas

desenvolvia sua cultura com o constante intercâmbio com os turistas que visitavam a cidade,

em busca de cura para suas doenças (DUARTE 2003, pg.3).

Os anos 30 iriam testificar as mudanças importantes no Estado de Goiás, tendo como

ponto de referência histórico a deliberação de mudar a capital do estado, que se localizava no

centro-oeste, para uma nova área no centro-sul, a nova capital iria se localizar a 170 km de

Caldas Novas, aproximando o município de Caldas ao centro de decisões do Estado. A

Atrativo:

Águas Termais

Casa de Banho

Meio Rural

Pens

ões

Meio Urbano

esco

la

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decisão foi tomada em 1933, a transferência provisória de órgãos do governo, foi formalizada

em 1935 e a inauguração oficial de Goiânia realizou-se em 1942. (GUIMARÃES 1998, p.34)

No mesmo período, de 1935 a 1939 foram construídas estradas e pontes no município

de Caldas Novas, com destaque para a ponte sobre o rio Corumbá, que facilitou a ligação com

Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro e iniciou um novo ciclo de progresso gerando o

primeiro serviço de transporte regular de sal e outras mercadorias de primeira necessidade;

novas linhas de ônibus foram inauguradas, contribuindo para tirar Caldas Novas do seu

isolamento e aumentar o fluxo de turistas.

Figura 09. Estrutura de Acesso

Em 1935, a casa de banho foi demolida para a construção de um balneário, a partir daí,

começaram a cobrar pelos banhos. Havia duas banheiras esmaltadas e três de cimento, cada

uma com um grau de temperatura diferente, porque a água era captada de várias fontes. O

segundo balneário foi construído em duas etapas: a primeira em 1935 e a segunda em 1940,

com vinte banheiras. (DUARTE 2003, pg.3)

Atrativo:

Águas Termais

Casa de Banho

Pens

ões

Meio Urbano

esco

la

Est

rutu

ra d

e ac

esso

Hot

éis

Meio Rural

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Na década de 50, uma combinação de fatores beneficiou Goiânia, que desde aí se

desenvolveu em um ritmo mais acelerado, beneficiando todas as cidades próximas, um destes

fatores foi a chegada dos trilhos ferroviários; a capital possuía o trunfo de ser a sede do

governo e passava a ser também eixo econômico e absorvedor da população do estado, o

crescimento populacional de Goiânia favoreceu o fluxo de turistas para a cidade de Caldas

Novas. Para atender a demanda do número cada vez maior de turistas, em 1950 a Prefeitura

Municipal construiu o novo balneário, com 20 salas e banheiras individuais, no mesmo local

que o anterior.

Em 1953 foi inaugurado um novo aeroporto, no mesmo local do atual, destinado a

aeronaves de maior porte, com a presença do então governador de São Paulo, Adhemar de

Barros, que recém criara a VASP — Viação Aérea São Paulo, pertencente ao governo

paulista.

O principal fator de crescimento de toda região Centro-Oeste e Norte foi a construção

de Brasília, no período de 1956 a 1960, no governo do presidente Juscelino Kubistchek, e em

1962 ele visitou Caldas Novas pela primeira vez, quando era candidato ao senado pelo Estado

de Goiás.

Novas estradas ligaram o Centro-Oeste ao Sul do país e ao Norte, o Brasil entra numa

nova fase de industrialização com a vinda das primeiras fábricas estrangeiras de automóveis e

caminhões, introduzindo o sistema rodoviário como a base do transporte da produção do país.

Animados com esse novo ciclo de crescimento, causado pela construção da nova

capital do país, novos investidores vislumbraram a possibilidade de explorar intensivamente o

turismo das águas quentes e, em 1962, teve início a construção da Pousada do Rio Quente.

Duarte (2003, pg.4) narra que “Em 1964, a família Palmerston organizou a Estância Termas

Pousada de Rio Quente, emitindo 200 títulos de sócios”. O empreendimento teve um grande

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sucesso e ao longo dos anos foram feitas ampliações, tanto no parque aquático, quanto nos

hotéis.

Até a metade da década de 1960 a cidade contava com poucos hotéis: o Hotel

Avenida, o Thermas e o Hotel Central, além de várias pensões. Os hóspedes, para tomar

banhos quentes, tinham que se deslocar dos hotéis até o balneário municipal. As casas de

Caldas Novas começaram a ser abastecidas com água quente, fornecida pela prefeitura, que

captava o excesso das fontes termais que abasteciam o balneário municipal e ia para o

córrego, não havendo, pois necessidade de perfuração de poço.

Em 1966 foi inaugurada a rodovia ligando Morrinhos a Caldas Novas e

conseqüentemente à rodovia BR 153, motivando um novo fluxo de investimentos no turismo

e, em 1968 inaugurou-se o primeiro clube-hotel com piscinas termais, o CTC — Caldas

Termas Clube; alguns empresários do interior de São Paulo, que freqüentavam a cidade há

alguns anos, iniciam a construção do Hotel Parque das Primaveras, com 20 apartamentos e

algumas piscinas de água quente. Para abastecer aquelas piscinas grandes foi preciso furar

poços profundos. Com o aumento de consumo, a água do balneário municipal foi minguando

e foi preciso furar poços com mais de 100 metros.

A infra-estrutura hoteleira cresceu, tornando-se a maior fonte de oferta de trabalho,

diferentes categorias de hotéis foram se instalando ao longo do tempo, como hotéis, clube-

hotéis, pousadas, apart-hotéis, flats e pensões, perfazendo atualmente um total de 78 empresas

cadastradas na Secretária Municipal de Turismo e Cultura, sendo que eles oferecem 3.986

apartamentos e 12.960 leitos, podendo acomodar aproximadamente 80.000 pessoas/dia; a

cidade tem recebido aproximadamente 1.100.000 turistas ao ano.

Nos últimos anos muitos edifícios foram e estão sendo construído para atender uma

demanda crescente de pessoas que querem morar na cidade ou ter o seu imóvel para lazer e

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também como patrimônio. Além disso, o município possui pequenas indústrias que atuam

principalmente nos seguintes ramos:

• Alimentação: padarias, fábricas de doces, salgados, massas, biscoitos,

laticínios (leite, queijos e iogurte), torrefadoras de café, bebidas (cachaça,

sucos, polpa e licores).

• Móveis.

• Confecções.

• Metalurgia (serralharias e retíficas).

• Produtos de limpeza.

• Cosméticos.

• Artefatos de couro.

• Gráficas.

Um centro industrial abriga pequenas indústrias, na zona urbana, e o Distrito Agro-

industrial, abriga atualmente uma cerâmica e uma indústria de concreto. No entanto, a

indústria de maior peso é a da construção civil, que emprega boa parte da mão-de-obra não

especializada.

Caldas Novas possui ainda uma infra-estrutura hospitalar e educacional, contendo

cinco hospitais (3 particulares e 2 públicos), oito escolas estaduais, vinte e seis municipais,

vinte particulares e duas instituições de ensino superior, perfazendo um total de 17.629 alunos

matriculados.

Na área de transporte possui um aeroporto com pista estruturada de 2.100m que atende

inclusive a vôos noturnos, recebendo uma média de 45 vôos fretados e cerca de 4.500

pessoas/mês. E no transporte rodoviário tem como principais vias de acesso as BR-153, GO-

213, GO-139 e GO-217.

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Tabela 16. Evolução da População

ANO POPULAÇÃO

1842 200

1960 5.200

1970 7.000

1980 9.800

1991 25.000

2000 49.642

Fontes: Censos Demográficos - IBGE

De acordo com dados do censo, do IBGE, a cidade de Caldas Novas, em 2000,

possuía uma população fixa de 49.642 habitantes, com uma média por unidade domiciliar de

3,53 habitantes por domicilio e aproximadamente 30.000 unidades construídas, deste total

cerca de 65% foram edificados nos últimos 20 anos e 60.000 lotes ainda não foram ocupados.

Em 18 anos, Caldas Novas aumentou 500% sua população.

4.2 Caldas Novas: crescimento socioeconômico e turístico

A análise de uma determinada região caracteriza-se pela desigualdade no

desenvolvimento entre uma cidade e outra, em determinado momento algumas cidades se

beneficiam mais das situações ambientais e do ciclo histórico, enquanto outras permanecem à

margem do desenvolvimento. O desenvolvimento desigual é observado ao estudar o

crescimento populacional e o crescimento do produto interno bruto (PIB). Ao segmentar o

PIB em setores, é possível realizar uma boa análise econômica da cidade observada; nem

sempre a cidade de maior crescimento do PIB no setor industrial é a que oferece melhores

condições de vida, geralmente aquela que tem crescimento do PIB no setor de serviços e

comércio proporciona uma situação superior de condições de vida para a população.

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As cidades com potencial industrial e agropecuário concentram substancialmente a

riqueza apenas em um pequeno segmento da população, e em geral, a riqueza não permanece

na cidade. Os proprietários das indústrias e das propriedades rurais, normalmente investem

seus recursos em centros maiores; ao contrário das cidades que possuem crescimento do PIB

concentrado no comércio e serviços, o PIB indica que a moeda está “circulando” na cidade,

evidenciando assim o poder de compra da população.

Para avaliar o crescimento socioeconômico de Caldas Novas, foi utilizado

como ponto de comparação quatro cidades do Estado de Goiás com população entre 50.000 e

150.000 habitantes além da cidade de Caldas Novas. As cidades apresentadas possuem

características diferenciadas, Caldas Novas destaca-se com seu potencial turístico e

conseqüentemente o crescimento do PIB no setor de serviços; Catalão é tipicamente um pólo

industrial do interior goiano, tendo como destaque a indústria extrativista, e recentemente

abrigando uma indústria de automóvel, além de ser a única das cidades apresentadas que

possui ligação através de transporte ferroviário; Itumbiara é um pólo agroindustrial, contando

com fábricas de óleo de soja, óleo de girassol e óleo de caroço de algodão, curtidora de couro,

fábricas de fubá, amido de milho e outros derivados da soja e do milho; Rio Verde também

tem vocação para a agroindústria, tendo como fonte principal a agroindústria avícola. Tanto

Rio Verde como Itumbiara, são pólos econômicos regionais. Por último a cidade de Jataí com

seu potencial econômico na agropecuária, destacando o plantio de soja, milho e girassol.

De acordo com os dados do PIB a serem apresentados a contribuição de Caldas

Novas tem sido cada vez mais substancial.

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68

Figura 10. Gráfico PIB 1970

Tabela 17. PIB 1970 UF MUN70 PIB70 IND70 COM70 SERV70 AGRO70

GO Caldas

Novas 14.082.225,35 626.654,85 626.060,46 9.008.988,48 3.820.521,56

GO Catalão 36.845.680,11 5.426.319,43 4.636.097,08 13.617.009,36 13.166.254,25

GO Itumbiara 91.873.451,11 8.777.004,53 14.486.269,72 35.866.173,80 32.744.003,06

GO Jataí 68.240.646,05 4.593.763,70 12.847.835,01 28.830.078,69 21.968.968,65

GO Rio Verde 136.365.460,31 3.381.378,40 14.840.749,93 29.679.834,02 88.463.497,95

GO GOIÁS 3.131.891.794,03 266.301.453,73 594.346.252,71 1.221.755.212,41 1.049.488.875,18

Em 1970 o PIB de Caldas Novas representava apenas uma pequena fração do PIB total

do Estado, o setor de serviços era o que mais arrecadava, demonstrando sua vocação para o

turismo.

Tabela 18. PIB 1975 UF MUN75 PIB75 IND75 COM75 SERV75 AGRO75

GO

Caldas

Novas 33.470.527,78 78.274,91 1.164.829,72 24.035.120,14 8.192.303,01

GO Catalão 67.093.349,31 960.913,51 10.321.212,62 25.404.095,29 30.407.127,88

GO Itumbiara 154.277.004,60 4.409.635,04 40.686.482,01 55.684.133,08 53.496.754,48

GO Jataí 115.694.061,62 1.807.438,91 25.093.917,68 53.536.522,52 35.256.182,51

GO Rio Verde 141.514.704,34 1.973.061,51 20.529.319,01 42.300.458,90 76.711.864,93

GO GOIÁS 5.173.266.471,50 145.085.398,43 968.674.957,76 2.174.582.796,05 1.884.923.319,26

Fonte: IPEA – Produto interno bruto: Região Centro-Oeste, 1975.

0,00

20.000.000,00

40.000.000,00

60.000.000,00

80.000.000,00

100.000.000,00

Caldas Novas Catalão Itumbiara Jataí Rio Verde

IND70

COM70

SERV70

AGRO70

Fonte: IPEA – Produto interno bruto: Região Centro-Oeste, 1970.

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69

Figura 11. Gráfico PIB 1975

Em 1975, apenas cinco anos depois, o setor de serviços de Caldas Novas cresceu

aproximadamente 266,82% saindo de 9.008.988,48 e passando para 24.035.120,14 dólares, a

cidade começava a despontar como o grande centro turístico do Estado de Goiás.

Tabela 19. PIB 1980 UF MUN80 PIB80 IND80 COM80 SERV80 AGRO80

GO

Caldas

Novas 65.026.154,77 2.913.647,23 1.905.694,43 53.757.027,32 6.449.785,79

GO Catalão 108.448.837,69 22.776.547,54 9.406.697,04 48.163.442,64 28.102.150,48

GO Itumbiara 379.629.458,79 97.917.156,62 35.312.254,63 99.614.858,76 146.785.188,78

GO Jataí 197.787.203,74 45.546.742,37 18.180.044,54 73.343.108,92 60.717.307,91

GO Rio Verde 262.937.408,10 31.567.937,14 32.984.485,85 80.261.187,65 118.123.797,47

GO GOIÁS 9.534.183.093,13 2.378.214.757,95 1.019.634.518,43 3.608.327.850,88 2.528.005.965,87

Fonte: IPEA – Produto interno bruto: Região Centro-Oeste, 1980.

0,0010.000.000,0020.000.000,0030.000.000,0040.000.000,0050.000.000,0060.000.000,0070.000.000,0080.000.000,00

Caldas Novas Catalão Itumbiara Jataí Rio Verde

IND75

COM75

SERV75

AGRO75

Figura 12. Gráfico PIB 1980

0,00

50.000.000,00

100.000.000,00

150.000.000,00

Caldas Novas Catalão Itumbiara Jataí Rio Verde

IND80COM80SERV80AGRO80

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70

Em 1980 a cidade de Caldas Novas concorria diretamente em serviços com as outras

cidades, ultrapassando pela primeira vez a cidade de Catalão, em dez anos o crescimento foi

de 596,77%.

Tabela 20. PIB 1985 UF MUN85 PIB85 IND85 COM85 SERV85 AGRO85

GO

Caldas

Novas 93.866.319,50 1.357.960,06 2.606.083,92 85.526.334,87 4.375.940,65

GO Catalão 350.188.226,64 247.677.920,75 11.018.513,50 55.274.876,59 36.216.915,80

GO Itumbiara 381.976.438,83 106.380.008,68 38.757.339,63 175.193.003,15 61.646.087,37

GO Jataí 187.660.551,03 42.657.042,55 28.790.327,19 97.769.028,48 18.444.152,80

GO Rio Verde 336.169.569,01 60.461.862,45 49.932.560,97 130.304.514,71 95.470.630,87

GO GOIÁS 11.553.761.186,84 2.989.176.439,15 1.323.622.178,22 4.779.974.624,17 2.460.987.945,31

Fonte: IPEA – Produto interno bruto: Região Centro-Oeste, 1985.

Figura 13. Gráfico PIB 1985

Em 1985 o PIB total de Caldas Novas apontava para cifras de US$ 93.866.319,50,

somente o setor de serviços contribuiu com US$ 85.526.334,87 correspondendo a 91,11% do

total. Comparando com o PIB de serviços em 1970, o crescimento em 15 anos foi de

949,44%. Nesse meio tempo a cidade de Catalão tornou-se a maior arrecadadora em PIB na

indústria, alavancado pela indústria extrativista. Itumbiara torna-se o principal pólo regional

demonstrado pela grande concentração em serviços.

0,00

50.000.000,00

100.000.000,00

150.000.000,00

200.000.000,00

250.000.000,00

Caldas Novas Catalão Itumbiara Jataí Rio Verde

Série1Série2Série3Série4

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Tabela 21. PIB 1990 UF MUN90 PIB90 IND90 COM90 SERV90 AGRO90

GO

Caldas

Novas 143804517,4 30361014,56 7122779,102 98.314.641,3 8006082,403

GO Catalão 373535400,7 265307803,1 21966053,04 59.753.487,06 26508057,54

GO Itumbiara 257002868 92678252,38 37780615,03 81.348.143,58 45195856,98

GO Jataí 207406423,7 31874681,05 36336135,35 75.373.546,71 63822060,61

GO Rio Verde 358021123,8 17897765,69 50905456,24 172.435.184,8 116782717

GOIÁS 13.351.121.158,92 2.815.417.310,29 1.535.008.706,20 6.976.510.141,41 2.024.185.001,03

Fonte: IPEA – Produto interno bruto: Região Centro-Oeste, 1990.

Figura 14. Gráfico PIB 1990

Em 1990 Caldas Novas passou a ocupar a segunda posição em arrecadação do PIB no

setor de serviços, perdendo apenas para a cidade de Rio Verde, que também apresentava um

excelente crescimento, esta passou a ser o principal pólo econômico da região; Itumbiara não

teve o mesmo êxito e perdeu o posto de principal pólo, enquanto Catalão reafirmava sua

vocação para a indústria.

Tabela 22. PIB 1996 UF MUN96 PIB96 IND96 COM96 SERV96 AGRO96

GO

Caldas

Novas 210380069 58.443.154,74 6971166,613 133.065.707,4 11900040,24

GO Catalão 426766767,7 288.337.899,8 17665155,19 82.128.662,48 38635050,23

GO Itumbiara 329683716,7 107.554.721,2 39381616,63 123.803.133,5 58944245,37

GO Jataí 255301660 28.578.893,35 31771730,56 116.028.583,3 78922452,86

GO Rio Verde 382053591,3 34.526.338,96 43067940,33 194.674.846,9 109784465,1

GOIÁS 15.720.374.476,90 2.806.361.424,19 1.307.787.206,77 8.951.097.246,46 2.655.128.599,49

Fonte: IPEA – Produto interno bruto: Região Centro-Oeste, 1996.

050000000

100000000150000000200000000250000000300000000

Caldas Novas Catalão Itumbiara Jataí Rio Verde

IND90COM90SERV90AGRO90

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Figura 15. Gráfico PIB 1996

Em 1996, além de continuar se destacando no setor de serviços, o setor industrial de

Caldas Novas cresceu tornando-se maior que Jataí e Rio Verde. O crescimento, em 24 anos,

no setor de serviços de Caldas Novas atingiu a marca de 1477,19%.

Tabela 23. PIB 1998 UF MUN98 PIB98 IND98 COM98 SERV98 AGRO98

GO

Caldas

Novas 215.947.717,50 53.927.277,82 5.545.646,35 144.222.715,68 12.252.077,65

GO Catalão 439.433.003,07 298.427.210,41 17.470.087,80 91.467.468,20 32.068.236,67

GO Itumbiara 325.709.116,72 125.448.835,56 31.607.580,61 131.940.813,00 36.711.887,54

GO Jataí 277.249.102,88 23.940.557,62 27.624.088,16 115.111.508,03 110.572.949,06

GO Rio Verde 398.095.278,61 40.676.235,87 33.664.416,58 203.792.804,33 119.961.821,83

GOIÁS 15.840.994.338,01 2.911.448.932,55 1.109.246.431,78 9.021.191.568,37 2.799.107.405,30

Fonte: IPEA – Produto interno bruto: Região Centro-Oeste, 1998.

Figura 16. Gráfico PIB 1998

Em 1998 havia um quadro completamente diferente dos dados históricos de

1970, o PIB do setor de serviços da cidade de Caldas Novas atinge um crescimento de

1.601,04%, é a terceira em arrecadação na indústria; Catalão se reafirma como pólo industrial

0

50000000

100000000

150000000

200000000

250000000

300000000

Caldas Novas Catalão Itumbiara Jataí Rio Verde

IND96

COM96

SERV96

AGRO96

0,0050.000.000,00

100.000.000,00150.000.000,00200.000.000,00250.000.000,00300.000.000,00

Caldas Novas Catalão Itumbiara Jataí Rio Verde

IND98COM98SERV98AGRO98

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e Rio Verde como pólo econômico regional; Itumbiara se recupera no setor industrial e de

serviços em relação a 1996.

Tabela 24. Índice De Terciarização – PIB 1998

UF MUN98 PIB98 COM+SERV98 IND+AGRO98 COM+SERV98

IND+AGRO98

GO Caldas Novas 215.947.717,50 149.768.362,03 66.179.355,47 2,2631

GO Catalão 439.433.003,07 108.937.556,00 330.495.447,07 0,3296

GO Itumbiara 325.709.116,72 163.548.393,62 162.160.723,10 1,0086

GO Jataí 277.249.102,88 142.735.596,20 134.513.506,68 1,0611

GO Rio Verde 398.095.278,61 237.457.220,91 160.638.057,70 1,4782

O índice de terciarização maior que um, demonstra a importância econômica da

cidade; o índice de Caldas Novas é superior a dois, ultrapassando quase todas as cidades em

mais de 100%, caracterizando assim, o crescimento substancial de sua economia, além disso,

demonstra que é uma cidade em que há moeda circulante nos serviços, gerando melhores

condições de vida para a população.

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO - Estado de Goiás - Cidades com população entre 50.000 e 150.000 habitantes mais a cidade de Caldas Novas -– 1980, 1991, 1996 e 2000. Tabela 25. Evolução da população UF Municipio PopTot80 PopTot91 PopTot96 PopTot00

GO CATALAO 39172 54.525 58507 64347

GO JATAI 53394 65.957 73225 75451

GO ITUMBIARA 70382 79.533 83666 81430

GO RIO VERDE 69907 96.309 108178 116552

GO CALDAS NOVAS 9791 24.159 39635 49660

Fonte: IBGE – Censos Demográficos de 1980, 1991, 2000 e contagem da população 1996.

O dinamismo econômico experimentado pela cidade de Caldas Novas foi

acompanhado de um expressivo crescimento populacional, ainda que seja considerada uma

cidade pequena, o volume da população cresceu entre 1980 e 2000 a taxas superiores às

experimentadas pelas outras cidades, saltando de 9.761 habitantes em 1980 para 49.660 em

2000, em 20 anos a cidade experimentou um crescimento de 508,76%. O aumento no volume

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da população proporcionou o crescimento da cidade em outras áreas até então pouco

exploradas, a crescente participação no comércio quase quintuplicou desde 1980.

Tabela 26. Taxa de Crescimento Populacional

4.3. Turismo em Caldas Novas

A concentração geográfica de empresas e serviços, bem como a infra-estrutura

turística de Caldas Novas, é apresentada com detalhes, sobretudo na rede de hospedagem,

apesar de pequena, a cidade oferece uma excelente infra-estrutura, capaz de abrigar não só o

turista que busca o lazer, mas diversificar também no turismo de negócios e eventos, poucas

cidades no país oferece uma infra-estrutura tão boa quanto Caldas Novas.

4.3.1. Hospedagem Tabela 27. Hotéis com Piscinas Frias

HOTEIS APARTS LEITOS Piscinas Termais Piscinas Frias

1 COLÔNIA DE FÉRIAS PARGOS HOTEL 42 168 0 2

2 HOTEL HIGA 45 120 0 2

Fonte: Secretaria Municipal de Turismo de Caldas Novas Tabela 28. Hotéis com Piscinas Termais e Frias

HOTEIS APARTS LEITOS Piscinas Termais Piscinas Frias

1 HOTEL SANTA CLARA 28 100 1 1

2 PRIVÉ DAS CALDAS 135 400 10 2

Fonte: Secretaria Municipal de Turismo de Caldas Novas

UF Municipio

TxCresc

80/91

TxCresc

91/96

TxCresc

96/00

TxCresc

80/00

GO CATALAO 3,05 1,42 2,41 2,51

GO JATAI 1,94 2,11 0,75 1,74

GO ITUMBIARA 1,12 1,02 -0,67 0,73

GO RIO VERDE 2,96 2,35 1,88 2,59

GO CALDAS NOVAS 8,56 10,41 5,80 8,46

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75

Tabela 29. Hotéis com Piscinas Termais

HOTEIS APARTS LEITOS Piscinas Termais Piscinas Frias

1AFFEGO - ASSOC. FUNCION. FISCO 100 280 4 0

2COLÔNIA DE FÉRIAS SESC 185 807 12 0

3COUNTRY ÁGUA DOS VALES 50 160 3 0

4HOTEL ELDORADO THERMAS -FLAT SERVICE 57 238 7 0 5THERMAS DO ELDORADO 37 158 4 0

6FLAT HOTEL PARQUE DAS ÁGUAS QUENTES 160 1180 3 0 7GOLDEN DOLPHIN JÚNIOR 50 150 6 0

8HOTEL STELA 7 21 1 0

9HOT SPRINGS 222 888 6 0

10HOTEL ÁGUAS CLARAS 46 115 2 0

11HOTEL BOUGAINVILLE 58 160 4 0

12HOTEL CTC 144 380 8 0

13HOTEL ITATIAIA 60 184 6 0

14HOTEL JALIM 162 535 5 0

15HOTEL MORADA DO SOL 82 324 4 0

16HOTEL PAINEIRAS 68 160 4 0

17HOTEL RIO DAS PEDRAS 34 115 3 0

18HOTEL ROMA 47 98 4 0

19HOTEL SAMBURÁ 38 143 3 0

20HOTEL TAIYO 105 315 4 0

21HOTEL TAMBURI 23 109 4 0

22HOTEL THERMAS DO CARIBE 24 73 3 0

23HOTEL TRIÂNGULO 67 180 2 0

24IMPÉRIO ROMANO 80 250 5 0

25PARQUE DAS PRIMAVERAS 23 92 4 0

26PICA PAU HOTEL 60 300 7 0

27POUSADA ARCO ÍRIS 12 32 1 0

28POUSADA DO IPÊ 48 140 7 0

29POUSADA RESIDENCIAL PAINEIRAS 23 69 3 0

30POUSADA SÃO JOÃO BOSCO 28 60 3 0

31STOYAN PARK HOTEL FAZENDA 40 100 4 0

32THERMAS DAS PIRÂMIDES 48 141 9 0

33THERMAS DI ROMA HOTEL CLUBE 238 982 9 0

34SOL DAS CALDAS NOVAS 30 210 4 0

Fonte: Secretaria Municipal de Turismo de Caldas Novas

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Tabela 30. Hotéis Sem Piscinas

HOTEIS APARTS LEITOS Piscinas Termais Piscinas Frias

1 ÁGAPE - HOTEL 22 75 0 0

2 CASABLANCA THERMAS HOTEL 20 72 0 0

3 CHALÉS PARAÍSO 3 22 0 0

4 HOSPEDARIA REGINA 10 30 0 0

5 HOT SPRINGS (PARTICULARES) 220 880 0 0

6 HOTEL DIADEMA 28 86 0 0

7 HOTEL SILVA 15 33 0 0

8 HOTEL GOIÁS 47 141 0 0

9 HOTEL IMPERADOR 50 180 0 0

10 HOTEL LOGUS 8 24 0 0

11 HOTEL ORION 13 39 0 0

12 HOTEL REAL 19 60 0 0

13 HOTEL RIVIERA 15 61 0 0

14 HOTEL SÃO JOSÉ 6 12 0 0

15 HOTEL SERRA DOURADA 20 49 0 0

16 HOTEL E RESTAURANTE SILVA 15 45 0 0

17 HOTEL VITURINO 25 75 0 0

18 HOTEL VÓ CECÍLIA 22 60 0 0

19 J V CHALÉS 5 25 0 0

20 MANHATTAN HOTEL 17 34 0 0

21 MILLENIUM MOTEL 14 28 0 0

22 MINAS HOTEL 10 20 0 0

23 MOTEL CARIBE 9 18 0 0

24 MOTEL PRIMAVERA 14 28 0 0

25 MOTEL SAN MORITZ 13 26 0 0

26 NOSSA SENHORA APARECIDA 11 37 0 0

27 NOSSA SENHORA DA GUIA 28 90 0 0

28 PEREIRA'S CHALÉS 7 42 0 0

29 POUSADA CANTINHO FELIZ 12 45 0 0

30 POUSADA CRISTO REI 14 50 0 0

31 POUSADA DO ALAN 16 30 0 0

32 POUSADA DO JAPÃO 11 44 0 0

33 POUSADA DONA EVANILDA 10 32 0 0

34 POUSADA NACIONAL 12 35 0 0

35 POUSADA RECANTO DAS CALDAS 29 80 0 0

36 RECANTO DA AMIZADE 6 32 0 0

37 SUÍTES TATENO 8 24 0 0

38 THERMAS HOTEL 30 115 0 0

39 POUSADA DO CHÁ 14 51 0 0

Fonte: Secretaria Municipal de Turismo de Caldas Novas

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Os hotéis de Caldas Novas possuem 3554 apartamentos, 12767 leitos, 169

piscinas com água termal e sete piscinas com água fria; além da estrutura destacada, grande

parte dos hotéis-clube oferecem ainda, áreas de camping. Apartamentos e casas estão

disponíveis para locação, sua divulgação ocorre nos classificados que circulam na cidade e

mesmo em jornais de circulação nacional como Estado de São Paulo e Folha de São Paulo.

4.3.2. Parques Naturais Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN)

Criado em 1970, para proteger o principal ponto de recarga do lençol termal, o

PESCAN está aberto desde 1999 para a visitação pública. O parque localiza-se a 5 km do

centro de Caldas Novas, ali, acompanhados de guias, os turistas realizam um passeio

ecológico nas trilhas da Cascatinha (700m) e Paredão (1500m), passeio que pode durar de 2 a

3 horas.

Descrição das trilhas:

• Trilha da Cascatinha: de incrível beleza e relativamente fácil de ser percorrida

— possui uma linda cascata de águas cristalinas e piscina própria para um

banho refrescante.

• Trilha do Paredão: oferece alguma dificuldade, por ser a mais íngreme de

todas, porém a vista panorâmica e o encontro com cascatas protegidas por

paredes de pedra, fazem dessa trilha um dos locais mais visitados do Parque.

4.3.3. Lago de Corumbá Desde janeiro de 1997, com a construção da Usina Hidrelétrica de Corumbá I,

Caldas Novas ganhou mais uma opção de lazer devido à formação do Lago Corumbá

(65km²), distante a 5 km do centro de Caldas Novas. A prática de esportes náutico é

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constante além do passeio de jet ski e de barco. Campeonatos de pesca esportiva são

realizados ao longo do ano.

4.3.4. Centros de Lazer A cidade de Caldas Novas é formada predominantemente pelos centros de lazer,

sobretudo pelos clubes com suas inúmeras piscinas, quentes e frias.

Cinemas Há duas salas de cinema para atender ás necessidades de lazer cultural dos habitantes e

dos turistas.

Parque Esportivo É comum encontrar quadras de esporte espalhadas pela cidade, além disso, a Prefeitura

Municipal construiu um complexo esportivo público.

4.3.5. Transportes

Aéreo

Com uma pista já estruturada de 2.100 m que atende inclusive vôos noturnos, Caldas

Novas recebe uma média de 45 vôos fretados e cerca de 4.500 pessoas/mês.

Rodoviário

Principais vias de acesso: BR -153, GO-213, GO-139 e GO-217.

Ônibus • Uma empresa faz o transporte urbano local que oferece quatro linhas municipais

definidas pelos nomes de Linha do Country, das Mansões, do Bouganville e do

Chocolate.

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• Existem também linhas de transporte coletivo intermunicipal, que ligam Caldas Novas

a Rio Quente e Morrinhos e um terminal rodoviário com um entreposto na região mais

central.

• O Serviço é atendido por 16 empresas de transportes interestadual e intermunicipal.

• Sete empresas fazem o transporte regional e nacional.

4.3.6. Comércio • A cidade dispõe de um shopping;

• As lojas de souvenires são encontradas com facilidade;

• O artesanato baseia-se nos utensílios de barro;

• Há uma cachaçaria que produz a bebida com sabores exóticos, como: licor de pequi,

licor de jatobá e outros;

• Na Colônia de férias do SESC, há uma oficina de artesãos local;

• Há uma casa de doces caseiros.

4.3.7. Serviços Complementares • A cidade dispõe de duas locadoras de automóveis;

• O serviço de transporte através de vans é contatado por meio dos hotéis e clubes;

• Guias turísticos estão à disposição dos visitantes, sobretudo para locais não

relacionados com as águas termais (museu, artesanato, serra de caldas, lago de

Corumbá e outros).

• As agências de viagens estão espalhadas por todo o país.

4.3.8. Serviços de Alimentação • A cidade dispõe de três casas de doces caseiros;

• Uma cachaçaria com bebidas típicas;

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• Há uma diversidade de bares, casas noturnas, clubes de serestas e pagode;

• Restaurantes, churrascarias, pamonharias, casas de massa, pizzarias, comidas típicas e

outros.

A descrição anterior do sistema de turismo de Caldas Novas, apenas reforça o

dinamismo da vocação turística e de seu potencial econômico, a cadeia produtiva no setor de

serviços é ampla e variada, a competitividade entre os participantes é alta, devido à alta

concentração de empresas do mesmo gênero, o que enriquece a região, mas ao mesmo tempo,

o desempenho dos participantes depende do desempenho de cada uma das partes que o

compõe.

Se, por um lado, os traços singulares da cultura e do turismo de Caldas Novas,

enquanto atividade econômica e social traz uma dimensão ampliada e complexa ao seu

tratamento como um sistema, por outro lado, uma atividade de tal porte e importância só será

bem planejada se considerar a rede urbana regional, deve respeitar o conjunto de variáveis

envolvidas — culturais, sociais, psicológicas, político-legais, ecológicas, econômicas e

tecnológicas — tendo-se em vista o desenvolvimento sustentável da região, incluindo o

alcance dos objetivos de proteção e preservação ambiental, sobretudo das águas termais, o

bem-estar e a melhoria da qualidade de vida da comunidade residente. Os fatores citados

impactam positivamente na satisfação das necessidades e expectativas do turista.

A Descrição da infra-estrutura de base econômica e demográfica possibilitou a

análise do crescimento de Caldas, descreveu suas potencialidades e características próprias,

permitiu mapear o desenvolvimento do turismo regional e suas competências enquanto

importante pólo de atração de recursos financeiros para o Estado. As informações obtidas com

a visualização das eficiências sistêmicas de integração entre esses componentes resultam no

fortalecimento dos elos da cadeia produtiva, da cultura e do turismo de Caldas Novas. Os

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diversos aspectos analisados até aqui, são de grande utilidade para auxiliar no processo de

identificação dos componentes que compõem o cluster turístico.

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5. O CLUSTER DE CALDAS NOVAS

Para identificar se há ou não um cluster em Caldas Novas foi considerado os requisitos

adotados por Zaccarelli (2003 p. 200), permitindo uma análise factível sobre a realidade do

município e ao mesmo tempo respeitando certo grau de complexidade para a análise dos

dados coletados.

5.1 Alta Concentração Geográfica

O primeiro requisito refere-se à alta concentração geográfica, conforme

zaccarelli (2003 p. 200), preferencialmente, todo o cluster deve localizar-se em um só

município e como analisado anteriormente há uma grande concentração de empresas de

serviços e instituições de apoio na cidade de Caldas Novas.

A infra-estrutura hoteleira oferece diferentes categorias de hotéis, são: hotéis, clube-

hotéis, pousadas, apart-hotéis, flats e pensões, perfazendo um total de 78 empresas

cadastradas na Secretária Municipal de Turismo e Cultura, sendo que no total eles oferecem

3.986 apartamentos e 12.960 leitos, podendo acomodar aproximadamente 80.000 pessoas/dia;

a cidade recebe aproximadamente 1.100.000 turistas ao ano.

A concentração de empresas correlatas, sobretudo na rede de hotelaria gera um

benefício para o consumidor, mantendo os preços em uma faixa accessível, ainda assim, a

cidade de Caldas Novas oferece serviços para todas as classes de consumidores do turismo,

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tanto o que quer gastar menos, quanto o que deseja consumir mais, isso implica

respectivamente na qualidade e extensão dos serviços oferecidos pelo setor de hospedagem.

A concentração geográfica em uma cidade relativamente pequena como Caldas Novas

proporciona uma outra vantagem para os turistas e também para as organizações que dela

utilizam. O deslocamento de um ponto ao outro na cidade é rápido, o tempo dispendido para

que aja interação do espaço geográfico é otimizado, os custos de transporte e comunicação

são reduzidos.

5. 2 Existência de Todos os Tipos de Empresas e Instituições de Apoio

Os indicadores demográficos e socioeconômicos demonstram que Caldas Novas tem

uma das maiores taxas de crescimento do Estado de Goiás, nos últimos anos muitos edifícios

foram e estão sendo construído para atender uma demanda crescente de pessoas que querem

morar na cidade ou ter o seu imóvel para lazer e também como patrimônio.

O crescimento populacional e econômico é apenas reflexo de outro crescimento, o

município abriga uma diversidade de empresas e instituições que apóiam a crescente evolução

dos negócios de turismo. Fornecedores especializados, provedores de serviços, universidades,

associações comerciais, sindicatos, agências, centros de pesquisa além do governo e suas

instituições que diversificam os tipos de organizações correlatas às atividades ligadas ao

turismo não só no suprimento de infra-estrutura básica, mas também como poder legislador e

organizador.

As empresas e instituições atuam principalmente nos seguintes ramos (Goiás – IDS

dos Municípios Goiano, 2003):

• 120 estabelecimentos industriais cadastrados na secretaria da fazenda, sendo:

o 15 empresas de Extração Mineral;

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o Oito metalúrgicas;

o Duas mecânicas;

o Cinco madeireiras;

o Quatro mobiliárias;

o Uma Química;

o Duas de perfumes e sabão;

o 24 de vestuário, calçados e artefatos de tecido;

o 50 de produtos alimentícios;

o Uma de bebidas;

o Três de editoração e gráfica;

o Cinco de produtos diversos.

• Cinco bancos;

• Um aeroporto;

• Uma agência de correios;

• Educação:

o 16 escolas pré-escolares;

o Seis creches;

o 11 classes de alfabetização;

o 36 escolas de ensino fundamental;

o Seis escolas de ensino médio;

o Seis escolas de educação de jovens e adultos;

o Oito escolas de educação especial;

o Duas faculdades oferecendo os seguintes cursos:

Administração;

Administração em hotelaria;

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Gestão pública;

Gestão imobiliária;

Comunicação e Expressão;

Secretariado executivo e Turismo;

Pedagogia;

Gestão Ambiental.

• Atendimento hospitalar:

o Três hospitais;

o Oito postos de saúde;

o Um centro de saúde;

• Cooperativas:

o Cooperativa de Trabalho Médico;

O Cooperativa de Saneamento Básico E Preservação E Proteção do Meio

Ambiente.

• 881 estabelecimentos comerciais cadastrados na secretária da fazenda;

O número de estabelecimentos considerado refere-se ao número de hotéis, hotéis-clube

e restaurantes, sendo 171 estabelecimentos no ramo de alojamentos e alimentação e 162 no

setor imobiliário e de manutenção, e o restante no comércio em geral (548), total de 881

estabelecimentos, juntos são responsáveis por 3090 empregados registrados pelo regime da

CLT.

5.3 Empresas Altamente Especializada

Na cidade de Caldas Novas a função turística não é a única, como demonstrada

anteriormente, embora seja predominante a oferta turística, ela se nutre de uma diversidade de

elementos dependentes e de uma multiplicidade de agentes, ela é espaço de produção, mas

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também de consumo. Nesse contexto, observa-se que a especialização turística é obtida

através das inter-relações de complementação mútua.

A rede hoteleira é um bom exemplo do processo de encadeamento de organizações

especializadas, os hotéis procuram atender seus clientes diferenciando-se na qualidade e no

preço, base em menores custos, diferenciação e especialização, para exercer melhor sua

função que os tornem mais competitivos no mercado. Neste sentido, a rede hoteleira adquire

bens e serviços de outras organizações que em geral ela não seria capaz de oferecer com a

mesma qualidade requerida pelos seus clientes. O encadeamento em torno da rede hoteleira

configura-se em outras organizações especializadas como: lavanderias, transporte de

passageiros, agências de viagens, guias turísticos, souvenires e artesanato, cinemas, casas de

show entre outras atividades afins.

Em uma cidade considerada pequena, como Caldas Novas, o nível de especialização é

ainda maior, esse modelo é adotado em vista da sobrevivência. Grande parte do comércio

local é composta por pequenos empreendimentos, em sua maioria pode-se selecionar um ou

alguns produtos e serviços que são o carro chefe dessas empresas, assim a especialização é

inevitável.

A especialização ocorre tanto em algumas organizações com elevada sofisticação,

como é a situação de alguns hotéis-clube, como também se estende para as instituições de

apoio e de suporte técnico (instalações elétricas, tecnologias de informação e

telecomunicações), de manutenção (empresas especializadas em limpeza de clubes, piscinas e

roupas), às empresas de manutenção de móveis e imóveis do ramo de turismo, fornecimento

de produtos alimentícios, frescos ou processados e empresas especializadas em fornecer mão-

de-obra para eventos e temporadas.

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5.4 Presença de Muitas Empresas de Cada Tipo

A presença de muitas empresas de cada tipo é mais visível no setor hoteleiro, a cidade

abriga 78 hotéis, dentre eles os hotéis clubes, 43 áreas de camping, 105 guias turísticos, 156

lojas de souvenires, 15 lojas de utensílios de barro, 114 vans de proprietários independentes,

três casas de doces caseiros, além de bares e restaurantes.

5.5 Grande Cooperação Entre as Empresas

A presença de muitas empresas do mesmo tipo em Caldas Novas. Possibilitou a

visualização do processo social realizado entre as organizações que dela participam. Cada

empresa representa uma parte do todo, sendo inevitável às conexões e a cooperação, tanto

entre elas como também entre os profissionais que nelas atuam. Do processo de cooperação

surgiram várias instituições de apoio dentre elas estão: ACICAN - Associação Comercial,

AGEHCAN - Associação dos Gerentes de Hotéis, Associação dos Feirantes "Feira Livre",

CDL - Câmara dos Dirigentes Lojistas, CONTUR - Conselho Municipal de Turismo,

COPICAN - Cooperativa Habitacional C.N., SECOV - GO Sindicato da Habitação,

SINDCALDAS - Sindicato dos Trabalhadores Municipais, SINDHORBS e o Sindicato dos

Trabalhadores Urbanos.

Com relação às instituições de apoio elas cooperam com toda a cadeia turística. Dentre

as instituições ressaltamos como participantes a Secretaria Municipal de Turismo; a

Associação Brasileira de Agências de Viagens — ABAV; o Serviço Nacional de

Aprendizagem Comercial — SENAC; o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas — SEBRAE; Agência Goiana de Turismo — AGETUR; Ministério do Turismo;

Faculdade de Caldas novas — UNICALDAS; Sindicatos e associações.

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A cooperação entre empresas e instituições de apoio tem sido o motivo do crescimento

e desenvolvimento do turismo local, facilitando a organização, formação e crescimento do

setor como um todo. As atividades são focadas nas necessidades do agrupamento empresarial.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial — SENAC ofereceu em 2002,

cursos nas áreas de comércio, conservação e zeladoria, informática, turismo e hospitalidade,

somando um total de 85 matrículas, distribuídas em sete turmas.

A Faculdade de Caldas Novas — UNICALDAS, como visto anteriormente oferece

cursos de graduação em Turismo, Administração, Secretariado executivo e Pedagogia, sendo

que os cursos que atendem ao aglomerado turístico são os mais procurados; além disso, a

Faculdade ainda oferece três cursos de Pós-Graduação e cursos de extensão voltados para as

necessidades do mercado local. Caldas Novas ainda usufrui de uma Unidade Universitária da

Universidade do Estado de Goiás — UEG, oferecendo o curso de Administração em

Hotelaria, cursos seqüenciais de Gestão Pública e Gestão Imobiliária, Pós-graduação em nível

de especialização em Comunicação e Expressão.

A cooperação se estende entre as diversas empresas, dentre elas destacamos as

agências de viagens e turismo, a rede hoteleira, transportes turístico, restaurantes, lojas, lojas

de artesanato.

As agências de viagens mantêm cooperação com operadoras de turismo, hotéis,

pousadas, transporte particular (vans), seguradoras, locadora de automóveis empresas de

ônibus, empresas aéreas, guias de turismo e também entre as agências de turismo. Em geral,

todas procuram atingir um único objetivo, a satisfação do consumidor final.

Os hotéis e pousadas mantêm relacionamentos com as agências, operadoras, transporte

particular (vans), empresas de ônibus, locadoras de automóveis, guias turísticos, outros hotéis

e pousadas. O trabalho em conjunto é composto de pacotes com tarifas promocionais entre os

participantes e distribuição de grupos de turistas, parceria com a Associação Brasileira da

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Indústria de Hotéis e participação integrada na realização de grandes eventos na cidade,

alguns hotéis estabelecem cooperação com restaurantes, e há uma grande parceria com a

Secretaria Municipal de Turismo na confecção de materiais de divulgação.

As empresas e proprietários de transporte turístico relacionam-se com as agências de

turismo, hotéis, pousadas, clubes, restaurantes, lojas, seguradoras, operadoras de turismo e

outros participantes do transporte turístico, em geral essa parceria ocorre quando um

participante não dispõe de transporte suficiente para oferecer, levando-o a entrar em contato

com outros proprietários de automóveis. O transporte está diretamente voltado ao transporte

de turistas para passeios, negócios, eventos e acesso aos clubes.

Os restaurantes mantêm cooperação com guias turísticos, transportadores particulares,

agências de turismo e hotéis; esse segmento mantém um número menor de relacionamentos, a

maioria dos hotéis e clubes da cidade possui restaurantes em suas dependências; a uma

relação mais estreita com os primeiros, nesse caso o guia ou o transportador que direcionar os

turistas para determinado restaurante receberá a refeição gratuitamente e os turistas receberão

um desconto do valor das refeições.

As lojas e as lojas de artesanato cooperam com outras lojas similares ou

complementares, guias turísticos, transportadores, órgãos de apoio, hotéis e pousadas,

agências de turismo e operadoras. A maior cooperação está na informação prestada aos

turistas, encaminhando-os aos clubes e hotéis.

A cooperação tem sido entendida como uma importante experiência para as

organizações locais, ainda assim existem empresas que agem pensando que cooperar não é

um bom negócio, nesse caso, as outras empresas acabam sendo vistas apenas como

concorrentes ou que a cooperação apenas incita intrigas locais.

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5.6 Intensa Disputa: Substituição Seletiva Permanente

A diversidade de empresas principalmente no ramo de hotéis e hotéis-clube gera uma

intensa disputa entre elas, a distinção está principalmente entre qualidade e quantidade das

organizações tanto as existentes quanto as que estão em fase de implantação, este fato afeta a

intensidade do grau de competição; quanto mais hotéis na cidade, maior é o excesso de oferta

de leitos, tornando a disputa por clientes bastante acirradas.

A disputa se eleva ao campo da contratação de recursos humanos, apesar dos cursos

oferecidos pelas instituições de ensino e apoio, ainda faltam profissionais qualificados para

atuar principalmente nos hotéis e hotéis-clube que oferecem maior qualidade nos serviços,

fato que tem proporcionado alguns confrontos entre as empresas que disputam profissionais

qualificados.

De acordo com a Secretaria de Turismo muitos estabelecimentos não conseguem

sobreviver às intensas disputas, somam aos agravantes citados anteriormente os seguintes

itens: ausência de capital de giro, inaptidão dos proprietários, incompetência para controlar

procedimentos operacionais, locações equivocadas, controle impróprio de inventário,

perspectivas irreais e falta de planejamento.

A secretaria de Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás (Goiás – IDS

dos Municípios Goiano, 2003), informa que Caldas Novas é a sétima cidade do estado que

mais abriu empresas no ano de 2003, Goiânia responde pelo maior número com 30,77%;

Aparecida de Goiânia vem em segundo com 4,96%; Anápolis, 4,57%; Rio Verde, 3,59%;

Luziânia 2,11%; Itumbiara, 2,05% e Caldas Novas 2,04%. Estes dados São importantes para

serem confrontados com os estabelecimentos que não conseguem sobreviver, indicando que

na cidade ocorre um processo de substituição das empresas que deixaram de existir.

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5.7 Uniformidade de Nível Tecnológico

O ambiente tecnológico do turismo de Caldas Novas não apresenta grandes níveis de

diferença entre uma empresa e outra, no geral o setor de serviços mantém a mesma tecnologia

utilizada há anos, é fato que o setor não é susceptível a novas tecnologias, porém, se

subdividíssemos a rede de hotéis e hotéis-clube em quantidade e qualidade, podemos

encontrar diferenças. Aqueles que oferecem melhor qualidade estão equiparados em nível

tecnológico, e o restante também, comparativamente com os outros de mesmo nível. Nesse

sentido a afirmativa é que há uniformidade tecnológica entre as organizações.

5.8 Cultura da Sociedade Adaptada às Atividades

A população da cidade de Caldas Novas participa ativamente das atividades

turísticas, procurando preservar a cultura e a história local, além de usufruir do potencial

econômico da cidade, tanto na criação de novas empresas como trabalhando nas existentes,

usufruem das águas termais e exercem papel fundamental para o turismo local. A Secretaria

de Turismo e outras instituições, constantemente têm realizado reuniões com os moradores

conscientizando-os de sua importância para o sucesso da atividade turística, as reuniões

abordam desde a forma correta de fornecer informações, como também, esclarecendo sobre os

meios de usufruir economicamente da situação privilegiada de Caldas Novas.

O processo de adaptação é notado, sobretudo na conscientização da preservação

das águas termais, de acordo com informações coletadas e abordadas anteriormente na

evolução histórica do município, um fato chama a atenção, as casas eram abastecidas com

água termal, era comum lavar o automóvel em postos de combustíveis que utilizavam a água

quente. Estudos demonstraram que o uso excessivo poderia levar a água termal ao

esfriamento, o que seria um caos para todos, mesmo com certa resistência a população teve

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que se adaptar, passando a utilizar água não termal para o uso de atividades consideradas

comuns.

5.9. Total Aproveitamento de Materiais Reciclados ou Subprodutos

O envolvimento da sociedade em um projeto de reciclagem é fundamental para o seu

sucesso, nesse sentido o GESCAN (Grupo Ecológico Serra de Caldas Novas) desenvolve um

bom trabalho de conscientização sobre a reciclagem, são abordados temas como o exercício

da cidadania e conscientização sobre as questões ambientais e sanitárias. O objetivo do

GESCAN é desenvolver maior integração, comprometimento e capacitação, incentivando a

mudança de hábitos além de outros aspectos fundamentais. O grupo tem buscado parcerias

com o poder público, iniciativa privada e outras organizações civis para o desenvolvimento do

trabalho, desenvolvendo em parceria: folhetos, cartazes, informativos, e ainda realizando

mutirões da limpeza.

A cidade ainda possui oito empresas de reciclagem de lixo, mas apenas duas constam

oficialmente dos registros públicos, são elas: Reciclagem Água Viva e a REMETAL, sendo

que a REMETAL foi a primeira empresa de reciclagem de Caldas Novas. Os principais

produtos reciclados por essas empresas são: latas de alumínio, garrafas, copos, embalagens de

refrigerantes, de produtos de limpeza, de margarina, copos descartáveis, canos, tubos, sacos

plásticos e papeis diversos, jornais, revistas, formulários, caixas, fotocópias, envelopes,

cartazes, aparas de papel dentre outros.

Reciclagem e reaproveitamento total, como proposto por Zaccarelli, não existem em

nenhum lugar do mundo, haja visto que baterias de celulares, pneus, resíduos químicos e

hospitalares ainda preocupam os governantes e a sociedade em geral, mas o aspecto essencial

é que ela implica em um novo estilo de vida, além de provocar menos gastos para as empresas

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instaladas na cidade, que teriam que destinar parte de seu capital para dar um fim nos

resíduos.

O cluster de Turismo é importante para a cidade e também para a região por produzir

renda e emprego, os dados demonstram que o crescimento populacional é acompanhando de

investimentos nos diversos setores, tanto em pequenas empresas de serviços voltadas para o

turismo como pousadas, restaurantes, lanchonetes, bares e quiosques como também nos

grandes hotéis-clube e balneários.

As oportunidades para o enriquecimento da oferta turística em Caldas Novas são

muitas, mas é necessário aproveitá-las em maior escala. Apesar do turismo de águas termais,

respaldado pela beleza natural do rio quente, ser a principal fonte de exploração turística, há

outras possibilidades sendo descobertas, apesar de pouco exploradas como o eco-turismo na

serra de Caldas e o grande lago da usina hidroelétrica que tem potencial para o turismo

esportivo; a grande quantidade de hotéis abre possibilidades para o turismo de negócios e de

eventos; as belas fazendas abrem espaço para o turismo rural, o cluster de turismo bem

direcionado, certamente irá aproveitar todo esse potencial.

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CONCLUSÃO

Esta dissertação teve como objetivo geral identificar a existência de um cluster em

torno do turismo de Caldas Novas, este foi desdobrado em seis objetivos específicos.

Como visto no decorrer do estudo os objetivos específicos foram alcançados:

Descrever e caracterizar a cidade de Caldas Novas – ao efetuar a evolução

histórica, a descrição sócio-econômica, crescimento populacional e

localização, o estudo foi capaz de descrever e caracterizar o município de

Caldas Novas.

Identificar as principais atividades do setor de turismo do município - De

acordo com as informações descritas, as atividades do setor foram detalhadas

em seis áreas específicas, sendo: hospedagem, equipamentos de lazer,

transporte, comércio, serviços complementares e serviços de alimentação, cada

área detalhada com suas respectivas subdivisões.

Analisar vários modelos empregados para a identificação de cluster – Este

trabalho buscou descrever as principais características dos clusters suas

vantagens, riscos e importância além de pesquisar as técnicas e ferramentas

utilizadas. O estudo sobre clusters foi obtido na análise do tema, investigando-

se, especificamente os mais importantes autores da área: dentre outros autores

os que mais contribuíram foram Porter, Kotler, Beni, Rosenfeld, Haddad e

Zacarelli, a obra deste último se tornou um importante roteiro para o

desenvolvimento da dissertação.

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Constatar o valor da proximidade entre organizações da mesma área que

possam ser classificadas como cluster – a última parte do trabalho

comprovou que as organizações estabelecidas na cidade de Caldas Novas

exibem influentes conexões entre si. A vizinhança espacial entre estas

organizações possibilita às mesmas a busca de objetivos comuns que não seria

possível fora de um cluster. Além do mais a informação de qualidade flui entre

elas, num menor espaço de tempo e ao combinarem as ações conjuntas, sejam

horizontais ou verticais, procuram alcançar a eficiência coletiva, uma vantagem

competitiva que não seria possível para uma organização alcançar trabalhando

solitariamente.

Ao longo do trabalho diversas técnicas e ferramentas utilizadas em estudos de clusters

foram pesquisadas e parte do método proposto foi verificada, caracterizando a cidade de

Caldas Novas, identificando suas principais atividades econômicas e definindo possíveis

conexões para a identificação do cluster de turismo.

O objetivo geral incidia em identificar a existência de um cluster em torno do turismo

de Caldas Novas. Assim, foi possível verificar os nove requisitos propostos por Zaccarelli

ocorrendo na cidade de Caldas Novas, a concentração geográfica foi comprovada; a variedade

de empresas e instituições também; no corpo do trabalho ficou clara a alta especialização das

organizações; há muitas empresas de cada tipo, sobretudo na rede hoteleira e nos clubes-hotel;

o aproveitamento de subprodutos e a reciclagem foram demonstrados; apesar da intensa

disputa entre elas a cooperação entre as organizações tornou-se evidente, especialmente na

criação de instituições de apoio; a tecnologia utilizada pelas organizações é uniforme e a

população da cidade esta adaptada ao processo.

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Finalmente, é possível afirma que há um cluster de turismo na cidade de Caldas

Novas, esta constatação pode gerar inúmeros benefícios à medida que o cluster tornar-se

ainda mais o núcleo ativo da economia, as organizações que o compõe trabalhando

conjuntamente serão capazes de cambiar programas governamentais e provocar políticas

públicas convenientes à dinâmica dos atores produtivos locais, provendo a cidade de uma

perspectiva adicional de crescimento de renda e promovendo o crescimento sustentável, a

relevância do cluster pode despontar como opção para fomentar a idéia de promover também

a preservação das águas termais que é a maior herança da comunidade local.

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