Identidade, cultura e autorretrato. · identidade pode ser moldada, no retrato, principalmente...
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Identidade, cultura e autorretrato.
A construção da identidade se faz no interior de contextos
sociais que determinam a posição dos agentes e por isso
mesmo orientam suas representações e suas escolhas.
A identidade é uma construção que se elabora em uma
relação que opõe um grupo aos outros grupos com os quais
está em contato.
Esta concepção de identidade como manifestação
relacional deve-se à obra pioneira de Fredrik Barth.
(CUCHE, 2002, p. 182)
Deve-se considerar que a identidade se constrói e se
reconstrói constantemente no interior das trocas sociais.
A identidade existe sempre em relação a uma outra.
A identidade é sempre uma concessão, uma negociação
entre uma “auto identidade” ou “exo-identidade” definida
pelos outros.
Em uma situação de dominação a “exo-identidade” se traduz
pela estigmatizassão dos grupos minoritários.
A identidade é então o que está em jogo nas lutas sociais.
Identidades Culturais:
* Flexíveis
* Mutáveis
* Resultados transitórios e fugazes de processos de identificação
* Escondem negociações de sentido, jogos de polissemia e choques de
temporalidade em constante processo de transformação
Identificações:
* Plurais
* Obsessão da diferença
* Hierarquia da distinção
“Identidades são, pois, identificação em curso”. (SANTOS, 2000, p. 135)
SANTOS, Boaventura de Souza. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. SãoPaulo, Cortez, 2000CUCHE, Denys. A noção de cultura nas Ciências Sociais. Bauru, SP: EDUSC, 2002
“Quem pergunta pela sua identidade questiona as referências hegemônicas mas,
ao fazê-lo, coloca-se na posição de outro e, simultaneamente, numa situação de
carência e por isso de subordinação”. (SANTOS, 2000, p.135)
A questão de identidade é semifictícia e seminecessária.
* Quem pergunta pela identidade?
* Em que condições?
* Contra quem?
* Com que propósitos?
* Com que resultados?
SANTOS, Boaventura de Souza. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. São Paulo, Cortez, 2000
Autorretrato, muitas vezes é definido comoum retraro (imagem, representação), que oartista faz de si mesmo, independentedo suporte escolhido. Reconhece-se, em geral, apartir da renascença italiana, que este tipo deauto representação passou a ser cada vez maisfrequente
“O autorretrato é uma manifestação artísticaque consiste em aprofundar a reflexão sobre simesmo. Segundo o ponto de vista tradicional,realizar um autorretrato é olhar-se refletido,tomar consciência de si como um todounificado”
Virgínia Gil Araujo
Auto retrato Leonardo Da Vince, 1512
Auto retrato Rembrandt
Auto retrato Van Gogh
Auto retrato Van Gogh com orelha cortada
Auto retrato Picasso
Auto retrato Frida Khalo
Auto retrato Frida Khalo
Auto retrato Frida Khalo
Auto retrato Frida Khalo
Auto retrato Tarsila do Amaral
Auto retrato Tarsila do Amaral
Auto retrato LucienFreud
Auto retrato LucienFreud
O autorretrato e fotografia
“Captar a semelhança não significa captar a máscara, aalteridade secreta de que todo ser é portador.” (FABRIS,2004, p.75). Sendo assim, existe mais na fotografia deum rosto do que está ali impresso no papel, a imagempor si só enquanto esquema de representação deixaespaço para infinitas possibilidades de interpretação ereconstrução de significados que os rostos e expressõespodem mostrar ou esconder.
Auto retrato Salvador Dali
Auto retrato Salvador Dali
Auto retrato Salvador Dali
Um exemplo emblemático do esvaziamento daidentidade na sociedade contemporânea é a figura deAndy Warhol, que transfigura a identidade num signo deconsumo, a figura pública e a imagem que esta projeta,se torna a própria identidade, despida de qualquersignificado maior que o da celebridade, o ícone da fama,pela fama. A identidade não existe na sociedade demassa, ela é para Warhol padronizada.
Auto retrato Andy Waholl
Auto retrato Andy Waholl
Auto retrato Andy Waholl
Para Hall “somos confrontados por uma gamade diferentes identidades (cada qual nosfazendo apelos, ou melhor, fazendo apelos adiferentes partes de nós), dentre as quais parecepossível fazer escolhas.” (2005, p. 75). Assim, aidentidade pode ser moldada, no retrato,principalmente através da pose, de acordo como que se quer que o outro veja.
Auto retrato Cindy Sherman
Auto retrato Cindy Sherman
Auto retrato Cindy Sherman
Auto retrato Cindy Sherman
Auto retrato Cindy Sherman
Auto retrato Cindy Sherman
Auto retrato Cindy Sherman
Auto retrato Cindy Sherman
Auto retrato Francesca Woodman
Auto retrato Francesca Woodman
Auto retrato Francesca Woodman
Auto retrato Francesca Woodman
Auto retrato Francesca Woodman
Auto retrato Francesca Woodman
Auto retrato Francesca Woodman
Auto retrato Francesca Woodman
Auto retrato Francesca Woodman
Paulo Bruscky, Protetor para Identidade, 1978
Paulo Bruscky, Alto Retrato, 1978
Miguel Chikaoka, Hagakure
A identidade é tão difícil de se delimitar e de se definir,
precisamente em razão de seu caráter multidimensional e
dinâmico. É isto que lhe confere sua complexidade mas
também o que lhe dá sua flexibilidade. A identidade
conhece variações, presta-se a reformulações e até a
manipulações. (CUCHE, 2002, p. 198)
CUCHE, Denys. A noção de cultura nas Ciências Sociais.Bauru, SP: EDUSC, 2002
FABRIS, Annateresa. Identidades Virtuais: uma leitura do retrato fotográfico. Belo Horizonte: UFMG, 2004.
FLUSSER, Vilém. Filosofia da Caixa Preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. São Paulo: Hucitec, 1985.
HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-modernidade. 10. ed. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2005.
SANTOS, Boaventura de Souza. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. São Paulo, Cortez, 2000