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  • VIII Encontro Latino Americano de Iniciao Cientifica e IV Encontro Latino Americano de Ps-Graduao Universidade do Vale do Paraba

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    PRODUO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DE MUDAS DE TOMATEIRO (Lycopersicon esculentum Mill.) PROPAGADO VEGETATIVAMENTE

    Heder Braun 1, Joo Henrique Zonta 1, Jos Francisco Teixeira do Amaral 4, Edvaldo

    Fialho dos Reis 5, Luciano Zumerle Zaneti 3, Josu Verdin 2, Paulo Cezar Cavatte 1, Gustavo Jaccoud Valory Silveira 2, Jos Augusto Teixeira do Amaral 4

    1 Bolsista CNPq/PIBIC, Graduando em Agronomia, Centro de Cincias Agrrias-UFES/ Departamento de

    Fitotecnia , Alto Universitrio, 29500-000 Alegre ES, e-mail: [email protected] 2 Graduando em Agronomia, Centro de Cincias Agrrias-UFES, Alto Universitrio, 29500-000 Alegre ES.

    3 Eng. Agrnomo, Centro de Cincias Agrrias-UFES, Alto Universitrio, 29500-000 Alegre ES. 4 Professor, Centro de Cincias Agrrias-UFES/ Departamento de Fitotecnia , Alto Universitrio, 29500-000,

    Alegre ES, e-mail: [email protected] 5 Professor, Centro de Cincias Agrrias-UFES/ Departamento de Engenharia Rural, Alto Universitrio, 29500-

    000 Alegre ES, e-mail: [email protected]

    Palavras-chave: Lycopersicon esculentum, clones, substrato. rea do Conhecimento: Cincias Agrrias Resumo - O experimento foi conduzido em casa de vegetao do Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal do Esprito Santo (CCA-UFES), em Alegre-ES. Para a produo de mudas, utilizou-se somente o substrato comercial e as trs alturas de estacas, num delineamento inteiramente casualizado. Com estas mudas avaliou-se o comprimento do sistema radicular. Para a produo de frutos, o experimento foi montado num delineamento em blocos ao acaso, a nvel de campo, com trs repeties, no esquema fatorial 3 x 3, sendo os fatores substrato e altura da estaca. Avaliou-se o peso total dos frutos por planta e o ndice de produtividade. Observou-se que a produo de frutos no foi influenciada pela altura das estacas que originaram as mudas, sendo que o substrato comercial para a formao das mudas proporcionou maior produo de frutos. Introduo

    O tomateiro pertence famlia Solanaceae , planta herbcea com caule flexvel e incapaz de suportar o peso dos frutos e se manter na posio vertical. Especialmente a poda no tomateiro estaqueado tende aumentar o tamanho dos frutos [1]. O Brasil o nono produtor de tomate em escala mundial com 2.692.000 toneladas, em uma rea de 61.000 hectares e com produtividade de 44,48 t/ha [2]. O tomate produzido e consumido em numerosos pases, ao natural ou industrializado, sendo introduzido por imigrantes europeus no final do sculo XIX [3]. A implantao da cultura do tomate por meio da utilizao de clones se reveste de fundamental importncia para os produtores de tomate, devido, principalmente, ao elevado custo das sementes.

    Em geral, estacas tomadas de plantas jovens enrazam com maior facilidade que estacas tomadas de ramos mais velhos [4]. O tipo de estaca pode tambm ser decisivo e deve-se usar o mais adequado [5]. As estacas de muitas espcies de plantas enrazam com muita facilidade numa grande diversidade de meios, porm, em plantas que apresentam dificuldade de enraizamento, o meio pode influir muito, no s na porcentagem de enraizamento, como, tambm, na qualidade do sistema radicular que se forma [6]. O

    enraizamento de estacas apresentam as seguintes vantagens, dentre as quais vale destacar: 1) formar plantios clonais de alta produtividade; 2) melhorar a uniformidade dos plantios; 3) multiplicar hbridos interespecficos altamente produtivos; 4) melhorar rendimentos em reas e problema especficas; 5) multiplicar indivduos resistentes a doenas e pragas[6].

    Um substrato agrcola definido como todo material natural ou artificial, colocado em um recipiente, puro ou em mistura, que permita a fixao do sistema radicular e sirva de suporte a planta [7]. Nos ltimos anos tem-se desenvolvido hbridos com altas produtividades, otimizando a produo dessa cultura, mas o preo dessas sementes, modificadas geneticamente, alcana alto valor no mercado. Assim sendo, objetivou-se avaliar a viabilidade da produo de mudas por estaquia, o que pode ser muito til aos tomaticultores devido ao elevado preo das sementes e tambm avaliar o potencial produtivo de mudas de tomate cv. Alambra F1 propagadas vegetativamente por intermdio de estacas de diferentes tamanhos plantadas em trs tipos de substratos.

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    Materiais e Mtodos

    As mudas foram produzidas em casa de vegetao localizada no Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal do Esprito Santo (CCA-UFES), Alegre - ES, latitude de 20 45 40,42 S e longitude 41 32 06,73 W.

    Para a produo de mudas, utilizou-se um esquema fatorial com dois fatores (substrato e altura da estaca), sendo o primeiro nvel constitudo somente pelo substrato comercial (PLANTMAX) e o segundo nvel constitudo pelas trs alturas de estacas 5 , 8 e 11 cm, num delineamento inteiramente casualizado, produzidas em bandejas de isopor com 128 clulas, obtidas das ponteiras de tomateiros adultos da variedade comercial Alambra F1, sendo retiradas de plantaes com bom aspecto fitossanitrio e nutricional. Atravs destas mudas, avaliou-se o comprimento do sistema radicular aos 25 dias de idade. Para esta medio, as razes foram dispostas, de modo a no haver sobreposio, em lminas de vidro de mesma dimenso de um scanner, para obteno de imagens utilizando-se o software QUANTROOT desenvolvido pelo Prof. Elpdio Igncio Fernandes Filho, do Departamento de Solos da Universidade Federal de Viosa (UFV-MG).

    Para a produo comercial de frutos, utilizou-se um esquema fatorial com dois fatores (substrato e altura da estaca), cada um em trs nveis, num delineamento em blocos ao acaso, com trs repeties, sendo cada repetio constituda por 48 plantas, tendo 16 plantas por cada tratamento. O primeiro fator foi representado por trs tipos de substratos: terra misturada com esterco bovino e areia na proporo de 1:1:1, substrato comercial (PLANTMAX) e areia. As trs alturas de estacas foram 5, 8 e 11 cm, obtidas com as mesmas caractersticas do material utilizado para a produo das mudas. Estes clones foram enraizados em recipientes plsticos de 8 cm de altura por 7 cm de dimetro. Atravs destas mudas, avaliou-se as seguintes caractersticas agronmicas: peso total dos frutos por planta e o ndice de produtividade (mdia de duas colheitas).

    O sistema de irrigao utilizado foi de micro-asperso, sendo o turno de rega variando de 30 a 120 minutos de acordo com as condies de evapotranspirao. A temperatura mdia no local do experimento foi de 29 C. Os dados obtidos foram submetidos anlise de varincia e as mdias comparadas pelo teste de Tukey em nvel de 5% de significncia.

    Resultados Tabela 1 - Comprimento do sistema radicular (Comp. S. R.) de mudas de tomateiro cv. Alambra F1 provenientes de estacas, Alegre ES. Mudas provenientes de: Comp. S. R. (cm)

    Estaca com 5 cm

    724,9612 a

    Estaca com 8 cm

    576,1069 a

    Estaca com 11 cm

    519,2617 a

    Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Tabela 2 Peso total de frutos por planta de tomateiro cv. Alambra F1 cultivados em trs substratos a partir de estacas de diferentes alturas, Alegre ES.

    Peso total dos frutos (g) Substrato Altura inicial das estacas

    (cm)

    Mdias

    5 8 11

    Caseiro 828,77 1043,35 1120,46 997,53 a Comercial 1180,38 1680,25 907,59

    1256,08 a

    Areia 1015,19 664,09 543,34 740,88 a

    Mdias 1008,12 a 1129,23 a

    857,13 a

    Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Tabela 3 ndice de produtividade do tomateiro cv. Alambra F1 cultivados em trs substratos a partir de estacas de diferentes alturas, em Alegre ES.

    ndice de produtividade (g) Substrato Altura inicial das estacas

    (cm)

    Mdias

    5 8 11

    Caseiro 0,56 0,32 0,37 0,41 ab Comercial 0,54 0,48 0,66 0,56 a Areia 0,30 0,34 0,27 0,30 b Mdias 0,47 a 0,38 a 0,43 a

    Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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    Discusso

    O comprimento do sistema radicular no foi influenciado pela altura das estacas. Isto de grande importncia, principalmente devido ao fato de que o tomateiro responsivo ao fsforo. Considerando que este nutriente de baixa mobilidade no solo, pode-se sugerir que plantas que apresentem maior comprimento do sistema radicular possam explorar maior volume de solo, com maior absoro desse elemento, resultando em melhor desenvolvimento das plantas (Tabela 1).

    Apesar de se verificar que o peso total dos frutos produzidos por planta no proporcionou diferenas significativas nesta caracterstica, tanto entre os diferentes tipos de substrato e as alturas das estacas (Tabelas 2).

    Com relao ao ndice de produtividade (Tabela 3), observou-se que a altura inicial das estacas no proporcionou diferenas significativas nesta caracterstica. No entanto, verificou-se que os substratos influenciaram esta caracterstica, sendo que os substratos comercial e caseiro proporcionaram maior ndice de produtividade, enquanto que na areia as plantas no apresentaram bom desenvolvimento, culminando com baixa produo, o que refletiu no menor ndice de produtividade. Concluso

    Concluiu-se, que a utilizao de mudas de tomateiro propagadas vegetativamente vivel economicamente, porm possuem as mesmas caractersticas genticas da planta matriz. As mudas de tomate obtidas por este mtodo, apresentam um bom desenvolvimento em seu sistema radicular, o que permite uma maior explorao do solo em nutrientes e gua. No entanto, esta uma rea de pesquisa que ainda carece de estudos, principalmente com relao manuteno da produtividade em cultivos sucessivos. Referncias [1]CURRENCE, T. M. The interactions between variety, spacing, and staking of tomato plants. Proc. Amer. Soc. Hort. Sci. 39:315-318. [2]FAO. Production Yarbook. Rome, Italy, v.52, p.124-125, 1998. [3]FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de Olericultura. Viosa: UFV, 2000. 402p. [4]HARTMANN, H.T.; KESTER, D.E. Propagacion de plantas, princpios e prticas. 5. Ed. Mxico: Cia. Editorial Continental, 1976. 810p.

    [5]GOMES, A.L. Propagao clonal: Princpios e particularidades. Vila Real: Universidade de Trs-os-Montes e Alto Douro, 1987. 69p. (Srie Didctica, Cincias Aplicadas, 1). [6]PAIVA, H. N.; GOMES, J. M. Propagao vegetativa de espcies florestais. Viosa: UFV, 1995. 40 p. [7]BLANC, D. Les substrats. In: BLANC, M. ed. Les cultures hors sol, Paris: INRA,1987. p. 9-13.