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O que é que Cádiz nos pode trazer, no momento em que celebramos aquela Constituição que foi avançada para o seu tempo e que inspirou os todos os países ibero-americanos nos seus pro- cessos de independência e liberdade? O que pode- mos debater nesta cidade que sempre esteve aberta aos ventos da cultura, do intercâmbio e do progresso? Cádiz deve ser um lugar ideal para a reflexão sobre as relações entre as margens do Atlântico, neste mundo em mudança. Quando está a nascer uma nova sociedade, parece adequado refletir- mos sobre como projetar os nossos vínculos e os nossos valores para as próximas décadas, sobre o que poderemos oferecer “mutuamente” a partir de uma relação de igualdade. Há mais de vinte anos que “a partir das Cimeiras” temos vindo a conce- ber projetos e cooperações em campos variados. Hoje, graças ao apelo das mudanças que ocorren no mundo e na região, importa renovar e descobrir novas frentes de cooperação trabalhando unidos nos âmbitos dos investimentos, das infraestruturas, das alianças empresariais, da associação público-privada, da formação e circulação dos nossos recur- sos humanos, da cooperação tecnológica e da inovação. Passa para a página 2 Ibero América em marcha 1 A caminho da Cimeira de Cádiz Cádiz 2012 O presidente do Governo espanhol, Mariano Ra- joy e o secretário-geral ibero-americano, Enrique V. Iglesias, apresentaram no dia 29 de fevereiro em Madrid a próxima Cimeira Ibero-Ameri- cana. O encontro contou com a presença dos embaixadores de todos os países ibero-america- nos, assim como de altas auto- ridades do governo espanhol e representantes de diversas ins- tituições. Esta é a primeira vez que se apresenta na SEGIB uma Ci- meira Ibero-Americana pelo país sede da mesma, o que constitui um estímulo e um compromisso para esta Secre- taria, segundo afirmou na sua introdução o secretário-geral ibero-americano, que também assinalou o muito que o mun- do mudou desde o primei- ro encontro em Guadalajara (México) em 1991. “Estamos perante uma verdadeira mu- dança de época. Aquelas crises recorrentes da América Latina, crises de inflação e estagnação, deram lugar a novas realidades de estabilidade e crescimento. É o mundo desenvolvido agora que sofre a crise, e a América Latina é parte da solução da mesma. Uma região emergen- te, que geriu bem os tempos e as convulsões da crise global e que apresenta um futuro pro- metedor com base, entre outras coisas, na boa condução das suas políticas macroeconômi- cas, na excepcional dotação de recursos naturais, na qualidade dos seus recursos humanos e nos melhores preços das suas matérias primas”. Passa para a página 2 1 º Trimestre 2012 Boletim da Secretaria-Geral Ibero-Americana Enrique V. Iglesias Secretário-Geral Ibero-Americano Uma relação renovada no bicentenário da Constituição de Cádiz O presidente do Governo de Espanha, Mariano Rajoy, e a vice-presidente, Soraya Sáez de Santamaría, posam com os embaixadores ibero-americanos e o secretário-geral ibero-americano.

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O que é que Cádiz nos pode trazer, no momento em que celebramos aquela Constituição que foi avançada para o seu tempo e que inspirou

os todos os países ibero-americanos nos seus pro-cessos de independência e liberdade? O que pode-mos debater nesta cidade que sempre esteve aberta aos ventos da cultura, do intercâmbio e do progresso?Cádiz deve ser um lugar ideal para a reflexão sobre

as relações entre as margens do Atlântico, neste mundo em mudança. Quando está a nascer uma nova sociedade, parece adequado refletir-mos sobre como projetar os nossos vínculos e os nossos valores para as próximas décadas, sobre o que poderemos oferecer “mutuamente” a partir de uma relação de igualdade.Há mais de vinte anos que “a partir das Cimeiras” temos vindo a conce-ber projetos e cooperações em campos variados. Hoje, graças ao apelo das mudanças que ocorren no mundo e na região, importa renovar e descobrir novas frentes de cooperação trabalhando unidos nos âmbitos dos investimentos, das infraestruturas, das alianças empresariais, da associação público-privada, da formação e circulação dos nossos recur-sos humanos, da cooperação tecnológica e da inovação.

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IberoAmérica em marcha

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A caminho da Cimeira de Cádiz

Cádiz 2012

O presidente do Governo espanhol, Mariano Ra-joy e o secretário-geral

ibero-americano, Enrique V. Iglesias, apresentaram no dia 29 de fevereiro em Madrid a próxima Cimeira Ibero-Ameri-cana. O encontro contou com a presença dos embaixadores de todos os países ibero-america-nos, assim como de altas auto-ridades do governo espanhol e representantes de diversas ins-tituições.

Esta é a primeira vez que se apresenta na SEGIB uma Ci-meira Ibero-Americana pelo país sede da mesma, o que constitui um estímulo e um compromisso para esta Secre-taria, segundo afirmou na sua introdução o secretário-geral ibero-americano, que também assinalou o muito que o mun-do mudou desde o primei-

ro encontro em Guadalajara (México) em 1991. “Estamos perante uma verdadeira mu-dança de época. Aquelas crises recorrentes da América Latina, crises de inflação e estagnação, deram lugar a novas realidades de estabilidade e crescimento. É o mundo desenvolvido agora que sofre a crise, e a América Latina é parte da solução da mesma. Uma região emergen-te, que geriu bem os tempos e as convulsões da crise global e que apresenta um futuro pro-metedor com base, entre outras coisas, na boa condução das suas políticas macroeconômi-cas, na excepcional dotação de recursos naturais, na qualidade dos seus recursos humanos e nos melhores preços das suas matérias primas”.

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Tr imestre 2012

Boletim da Secretaria-Geral Ibero-Americana

Enrique V. IglesiasSecretário-Geral Ibero-Americano

Uma relação renovada no bicentenário da Constituição de Cádiz

O presidente do Governo de Espanha, Mariano Rajoy, e a vice-presidente, Soraya Sáez de Santamaría, posam com os embaixadores ibero-americanos e o secretário-geral ibero-americano.

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Num contexto de dificulda-des econômicas “torna-se necessário dar uma atenção especial às políticas de cres-cimento econômico”, afir-mou o presidente do Go-verno, Mariano Rajoy, na apresentação na sede ma-drilena da SEGIB desta Ci-meira que se celebrará nos dias 16 e 17 de novembro em Cádiz (Espanha).

Rajoy insistiu que “reduzir a pobreza, favorecer a igual-dade de oportunidades e consolidar o bem-estar são consequências lógicas do crescimento econômico, e por isso, devemos dedicar os nossos maiores esforços para que a Cimeira alcance estas metas”.

“Contemplamos com enor-me satisfação o progresso de uma Ibero-América que emerge e se transforma em

ponto de encontro com as pujantes economias asiá-ticas. Mais do que nunca, o que é bom para a Ibero-América, é bom para Es-panha”, afirmou Rajoy. “A Ibero-América tem muito para contribuir e Espanha tem os braços abertos, a partir da igualdade e da li-berdade”, insistiu o chefe do Governo de Espanha.

Nos próximos meses Es-panha irá desenvolver uma agenda intensa na América Latina, com viagens do rei Juan Carlos, o presiden-te Rajoy e o ministério de Assuntos Exteriores para preparar as reuniões da Ci-meira de Cádiz, na qual se celebrará também o bicen-tenário da Constituição de Cádiz de 1812.

Num contexto de crise ge-neralizada a “América Lati-

Enquanto a Europa

enfrenta estagnação

e recessão, a América

Latina poderia registar um

crescimento superior a 4%

em 2011, de acordo com as previsões

da Comissão Econômica

para a América Latina

A caminho da Cimeira de Cádiz IBERO-AMÉRICA EM MARCHA 1º Trimestre 2012

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Não é só o mundo das nossas grandes empresas multibero-americanas mas também o das pequenas e médias empresas que merece ser explorado. À cooperação econômica há que acrescentar esforços renovados de cooperação nas diversas áreas sociais e culturais. Temos também de ver como podere-mos apoiar, com decisão e imaginação, o vigoroso regionalis-mo de integração e cooperação latino-americana e como este se pode articular com as políticas da Comunidade Ibero-Ame-ricana de forma a podermos aproveitar o enorme potencial dos nossos mercados internos para o comércio, o investimento, e o acesso conjunto aos mercados internacionais.Aí estão as ricas e variadas experiências de ambos os lados, das quais podemos extrair lições que nos ajudem a abordar o futuro. A América Latina sofreu diversas crises e pode explicar como fez para sair delas. Pelo seu lado, Espanha e Portugal souberam passar do autoritarismo à democracia, do isolamen-to à abertura econômica e do centralismo à descentralização. Souberam integrar-se na União Europeia, que, apesar das suas dificuldades atuais, continua a ser um exemplo de inte-gração, coesão social e procura de bem-estar.Merece uma consideração especial o enorme vigor da cultura ibero-americana, assente na crescente vigência universal das suas duas línguas. Como bem reitera a Carta Cultural Ibero-Americana, a Comunidade das suas Nações assenta a sua identidade e a sua força na sua riqueza cultural sobre a qual é claramente uma grande potência mundial. Diz a carta “A di-versidade cultural ibero-americana não é uma simples soma de culturas diferentes. Pelo contrário, é o conjunto de povos ibero-americanos o que se manifesta perante o mundo como um sistema cultural integrado, caracterizado por uma dinâmica entre unidades e diferenças, o que constitui um poderoso indu-tor da capacidade criativa”. Construir cooperação econômica e social, uma base comum de cultura e línguas partilhadas e, a partir de uma perspetiva de igualdade, (este é o nosso privi-légio e o nosso desafio), o novo horizonte da Ibero-América.

Vem da página 1

Acordo SECIPI-SEGIB pag. 5

Globalização, cidadania e diplomacia, curso a favor de uma ação eficaz pág. 6 Equador celebra jornadas de Cooperação pág. 7 A SEGIB na assembleia anual do BID pág. 9

Reuniões de alto nível na América Central pág. 10

Reunião de afrodescendentes na SEGIB pág. 12 Fórum de altas autoridades económicas pág. 13

SEGIB na XLII Cimeira do Mercosul pág. 15 Brasil junta-se ao programa Iberorquestras Juvenis pág. 19 A música ibero-americana e as cadeias de valor pág. 19 A década do património museológico 2012-2022 pág. 20 X sessão plenária do Conselho Universitário Ibero-Americano pág. 21

Iberbibliotecas em Medellín Contracapa

Sumário

Vem da página 1

Entre os participantes, o presidente do Congresso dos Deputados, o presidente do Tribunal Constitucional, o presidente do Conselho Geral do Poder Judicial, as presidentes da câmara de Madrid e Cádiz, o diretor do Instituto Cervantes, entre outras personalidades.

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na deve ser parte da solução”, acrescentou, pelo seu lado, Enrique V. Iglesias, recor-dando que a América Latina “é uma região emergente que geriu bem os tempos numa situação de crise global e que tem um futuro prometedor graças, entre outras coisas, â boa gestão das suas políticas macro-econômicas, à excep-cional dotação de recursos naturais, à maior qualidade dos seus recursos humanos e aos melhores preços das matérias primas”.

Enquanto a Europa enfren-ta estagnação e recessão, a América Latina poderia

registar um crescimento superior a 4% em 2012, de acordo com as previsões da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL). “As oportunidades ofere-cidas pelos laços históricos, culturais e jurídicos no seio da Comunidade Ibero-Americana para criar rique-za são enormes”, mencionou Rajoy, que mostrou o seu desejo de que nas reuniões ministeriais prévias à Ci-meira tenha uma especial importância uma “reunião de alto nível de assuntos econômicos”.

Rajoy também acredita em

dar um novo impulso às Ci-meiras Ibero-Americanas, após a ausência de vários mandatários latino-ameri-canos na Cimeira celebrada no passado mês de outubro, no Paraguai. O presidente do governo de Espanha in-sistiu que “a Comunidade é um ativo extraordinário para que todos os nossos países tenham uma presença relevante na economia e nas relações internacionais”.

“Por isso é conveniente revi-talizar e dar um novo impul-so às Cimeiras, sem prejuízo da presença de outros fora”, afirmou Rajoy, que acres-

centou que “se atuarmos unidos e com decisão, pode-mos tornar a Ibero-América uma referência no cenário internacional e um motor de crescimento e prosperidade para todos”.

A Cimeira celebrar-se-á pela terceira vez em Espanha, após a Cimeira de Madrid em 1992 e a de Salamanca em 2005, coincidindo em Cádiz com a celebração do bicentenário da primeira Constituição Espanhola, de 1812, elaborada pelas Cortes de Cádiz, nas quais também participaram deputados americanos.

A caminho da Cimeira de Cádiz IBERO-AMÉRICA EM MARCHA1º Trimestre 2012

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No passado 29 de fevereiro, o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, dirigiu-se à sede da SEGIB em Madrid para presidir ao ato de apresentação da Cimeira Ibero-Americana de Cádiz.O presidente estava acompanhado pela primeira vice-presidente do Governo, Soraya Sáez de Santamaría, e pelo ministro dos Assuntos Exteriores, Juan Manuel García-Margallo, além de diversas autoridades do Estado e personalidades da vida social, cultural e política.

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Espanha celebrou na segunda-feira, 19 de março, o bicentenário

da proclamação pelas Cor-tes de Cádiz da Constituição de 1812, La Pepa , uma das grandes contribuições deste país para a história da liber-dade e uma referência chave e de grande influência para os novos Estados indepen-dentes da América. Assis-tiram à cerimônia os Reis de Espa-nha, o Presidente do Governo espanhol e a maioria dos ministros, assim como outras altas instituições do Estado.

Também a SEGIB e todos os embaixadores ibero-ame-ricanos, assim como o das Filipinas foram convidados para a cerimônia. A Cimeira Ibero-Americana celebrar-se-á este ano em Cádiz em novembro, coincidindo precisamente com o bicen-tenário da Constituição de Cádiz, que influenciou a redação de várias consti-tuições europeias e também os fundamentos constitu-cionais da maioria dos esta-dos americanos após a sua independência. Com esta cerimônia institucional, co-memorar-se-á o nascimento das liberdades e os direitos civis, do conceito de cidadão e da Espanha Moderna.

O dia começou com uma mensagem radiofônica do

Rei Juan Carlos dirigida es-pecialmente à comunidade ibero-americana e recor-dando que há 200 anos “re-presentantes dos territórios então ligados à Coroa de Espanha se encontraram em Cádiz para proclamar a sua soberania, a sua liberdade e o seu direito de escrever o seu próprio futuro”.

O monarca espanhol inci-

tou a re-editar o “espírito de concórdia” e o “compro-misso cívico” das Cortes de Cádiz de 1812 para enfren-tar a crise atual que Espanha sofre e sublinhou o espírito e vocação ibero-americana dessa primeira Carta Mag-na espanhola. O Rei Juan Carlos encerrou a comemo-ração oficial do bicentenário da Constituição de Cádiz no Oratório de São Filipe Neri desta cidade do sul de Espanha, o mesmo lugar onde foi proclamada essa carta Magna, La Pepa, como é conhecida popularmente porque a sua promulgação coincidiu com as festivida-des de São José.

A primeira Constituição es-panhola foi, segundo o Rei, uma “referência chave e de grande influência” para os novos Estados independen-tes da América.

O monarca incentivou, nes-te sentido, a potenciar a coo-peração entre os países que integram esta comunidade de nações e “estreitar estes laços”, porque “redundará numa maior prosperidade para todos”.

Neste contexto, sublinhou a importância de apro-veitar a próxima Cimeira Ibero-Americana de Cádiz, que se celebra no final do próximo mês de novembro para “continuar a explorar e fomentar os melhores ca-minhos de progresso com-partilhado”.

Com palavras muito me-didas no seu discurso de comemoração do segundo centenário da Constituição de Cádiz, o chefe do Execu-tivo espanhol re-introduziu o conceito de eixo atlântico no elenco das prioridades espanholas. “A vocação atlântica – afirmou Rajoy – não é uma condição geo-gráfica, mas um ativo e uma senha de identidade”.

O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias,

recebeu na quinta-feira, 9 de fevereiro, a medalha de ouro da Cidade de Cádiz das mãos da sua Presidente da Câmara, Teófila Martí-nez, na Câmara Municipal da capital. O galardão foi entregue em reconheci-mento do seu envolvimento na celebração do Bicentená-

rio da Constituição de 1812.

Todos os presentes na ce-rimônia concordaram em destacar a importância que tem para Cádiz a celebração este ano da Cimeira Ibero-americana de Chefes de Es-tado e de Governo.

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A caminho da Cimeira de Cádiz IBERO-AMÉRICA EM MARCHA

Duzentos anos da Constituição de Cádiz, a ibero-americana

A Presidente da Câmara de Cádiz, Teófila Martínez, coloca a medalha a Enrique V. Iglesias

Enrique V. Iglesias recebe a medalha de ouro da Cidade de Cádiz

1º Trimestre 2012

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Cooperação IBERO-AMÉRICA EM MARCHA1º Trimestre 2012

O Secretário de Esta-do de Cooperação e para a Ibero-

América (SECIPI), Jesús Gracia Aldaz, e o Secretá-rio-Geral Ibero-Americano (SEGIB), Enrique V. Igle-sias, assinaram na sexta-feira, 23 de março, a ata da Comissão Mista do Fundo SECIPI-SEGIB, que inclui as atividades previstas no Plano Operacional a execu-tar em 2012.

Segundo o acordo, o Fundo SECIPI-SEGIB é dotado de um total de 2.930.000 euros do Fundo para a Promoção do Desenvolvimento (or-

çamento 2011). Um mon-tante que será destinado a dar cumprimento aos mandatos resultantes da Ci-meira Ibero-Americana, e a aprofundar a cooperação com a Ibero-América de acordo com as prioridades estratégicas da Cooperação Espanhola.

O Fundo SECIPI-SEGIB tem dois objetivos estraté-gicos: o apoio à criação e implementação de progra-mas e políticas públicas em

diversos âmbitos de coope-ração (Cooperação Sul-Sul, PME e empreendimento, migrações e desenvolvi-mento, fiscalidade, cultura, género e populações afro-descendentes e indígenas, entre outras) e o progresso na coesão social no espaço ibero-americano. Além dis-so, constitui em si mesmo um compromisso de ambas as instituições de racionali-zar, privilegiar, concentrar e otimizar os recursos con-cedidos pela Cooperação Espanhola.

Apoio à Cimeira Ibero-Americana

O Plano Operacional in-cluído na ata da Comissão Mista assinada hoje reflete a importância dada pela AECID e a SEGIB à XXII Cimeira Ibero-Americana que se irá celebrar em Cádiz nos dias 16 e 17 de novem-bro de 2012, dado que nele se prevê um capítulo de caráter extraordinário para garantir o desenvolvimento ideal da mesma.

Após a assinatura da ata, a SEGIB apresentou a Espa-

nha a sua experiência em matéria de organização de Cimeiras para contribuir para o sucesso da Con-ferência Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo que se irá celebrar em Cádiz.

Pelo seu lado, a delegação espanhola disponibilizou à SEGIB o apoio das Unida-des de Cooperação da AE-CID no exterior e reiterou o seu desejo de avançar em 2012 com a SEGIB, no âm-bito da Estratégia de Coo-peração Ibero-Americana aprovada na passada Cimei-ra de Assunção, que oferece o contexto para desenvolver uma cooperação eficaz e de qualidade, em consonância com os compromissos in-ternacionais assumidos pela Cooperação Espanhola. Por esta razão, a estratégia lança as bases de um planeamen-to de atividades orientado para a obtenção de Resul-tados de Desenvolvimento, tanto avaliáveis como me-díveis.

O que é a AECID?

A Agência Espanhola de

Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), adscrita ao Mi-nistério dos Assuntos Ex-teriores e da Cooperação através da Secretaria de Estado de Cooperação e para a Ibero-América (SE-CIPI), é o órgão de gestão

da política espanhola de cooperação internacional para o desenvolvimento. O seu objetivo é o incen-tivo, a gestão e a execução das políticas públicas de cooperação internacional para o desenvolvimento, dirigidas à luta contra a po-breza e à consecução de um desenvolvimento humano sustentável nos países em desenvolvimento, particu-larmente os incluídos no Plano Diretor em vigor a cada quatro anos.

A luta contra a pobreza é o objetivo final da política espanhola de cooperação internacional para o des-envolvimento. É parte integrante da ação exte-rior do Estado e baseia-se numa conceção interde-pendente e solidária da sociedade internacional. A Declaração do Milénio e os Objetivos de Desen-volvimento do Milénio (ODM) configuram uma agenda e metodologia co-mum na luta contra a po-breza, pelo que são a prin-cipal referência da política espanhola de cooperação internacional.

Acordo para o desenvolvimento do Fundo SECIPI-SEGIB 2012

O Fundo SECIPI-SEGIB,

cujo Plano Operacional

para 2012 fica aprovado com a assinatura de

hoje, impulsiona o desenvolvimento e a consolidação

das políticas públicas e da coesão social

no espaço ibero-americano

Os trabalhos prévios e os acordos de

cooperação que resultarem da

Cimeira Ibero-Americana de

Cádiz irão receber um

apoio especial por parte da Cooperação

Espanhola

Jesús Gracia e Enrique V. Iglesias, na assinatura do acordo

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CooperaçãoIBERO-AMÉRICA EM MARCHA 1º Trimestre 2012

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No âmbito do Pro-grama Diplomá-tico de Alto Nível

organizado conjuntamente pela Secretaria-Geral Ibero-Americana e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com o apoio da Agência Espanhola de Cooperação Internacional (AECID), inaugurou na segunda-feira dia 19 de março o curso “Globalização, cidadania e diplomacia” no Anfiteatro do Instituto Artigas do Ser-viço Exterior em Montevi-deu, Uruguai. Este curso é o quarto do género e decorre entre os dias 19 e 23 de mar-ço de 2012.

O ato inaugural contou com a presença do Ministro

das Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, do secretário-geral ibero-ame-ricano, Enrique V. Iglesias, do vice-secretário-geral da ONU e diretor do escritório do PNUD para a América Latina e Caraíbas, Heraldo Muñoz, do secretário-geral da Organização dos Esta-dos Americanos (OEA), José Miguel Insulza, e da embaixadora de Espanha no Uruguai, Aurora Díaz-Rato.

O ministro Almagro salien-tou a importância que tem para o Uruguai ser sede de tão prestigiado curso e re-feriu aspetos essenciais da função diplomática nestes tempos de globalização e aceleradas mudanças no

mundo. Salientou que esta realidade determina a ne-cessidade permanente de formação e adaptação dos serviços diplomáticos, que são os responsáveis por exe-cutar as políticas exteriores dos países elaboradas pelos ministérios dos Negócios Estrangeiros, tarefa para a qual o curso possui uma elevada relevância.

Durante o evento, Enrique V. Iglesias explicou que o conjunto do programa, tal como os cursos de Madrid e Montevideu, parte do re-conhecimento da crescente importância das dinâmicas globais e transnacionais da governabilidade. Tais dinâmicas afetam de diver-sos modos as capacidades

do Estado para o cumpri-mento das suas funções na provisão de segurança, bem-estar económico, coesão social, preservação ambiental, e em geral para a governabilidade democráti-ca, do mesmo modo que o maior peso dos novos ato-res internacionais exige ao Estados um maior envol-vimento na gestão coletiva das interdependências e riscos globais, introduzindo uma crescente procura na criação de políticas públicas globais. Em conjunto, estas podem ir construindo uma rede dinâmica de governa-bilidade global que coexis-ta com a autoridade dos Estados e o poder do resto dos atores.

Neste contexto, os ministé-rios das Relações Exterio-res, a política exterior e em particular a diplomacia, a negociação e o direito internacional adquirem uma relevância crescente. Configuram-se como ins-trumentos e atores para articular as políticas pú-blicas internas com a ação do Estado, para mobilizar a ação coletiva internacional e o adequado abastecimen-to de bens públicos globais ou regionais, para canalizar a atividade dos atores esta-tais e não estatais a favor de uma ação multilateral eficaz.

O maior peso dos novos

atores internacionais

exige ao Estados um

maior envolvimento

na gestão coletiva das in-terdependên-

cias e riscos globais

Curso sobre globalização, cidadania e diplomacia

Vanguarda Ibero-Americana

Vanguarda Ibero-Americana é o fórum juvenil de

universitários que há cinco anos se tem vindo a reali-zar no âmbito da Cimeira Ibero-Americana de Che-fes de Estado e de Governo em cada país-sede.Vanguarda Ibero-Ame-ricana pretende vincular jovens da região para con-tribuir com ideias e em-penhar ações que ajudem a desenhar a agenda pan-regional.

Na mesa, da esquerda à direita, Enrique V. Iglesias, Heraldo Muñoz, Luis Almagro, José Miguel Insulza e Aurora Díaz Rato.

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Cooperação IBERO-AMÉRICA EM MARCHA1º Trimestre 2012

Com uma breve aná-lise das alterações e desafios que im-

plica o novo cenário da cooperação e salientando o momento positivo que a América Latina vive no seu desenvolvimento, começaram no dia 14 de março as Jornadas de Coo-peração Ibero-Americana organizadas pela Secreta-ria Técnica da Cooperação Internacional (SETECI) e a Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB) em Quito, Equador.

O evento foi inaugura-do com a intervenção do Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias; do ministro das Relações Exteriores (e), Kintto Lucas, e do em-baixador de Espanha no Equador, Federico To-rres, que planearam olhar a cooperação como um complemento dos objeti-vos das populações.

Na inauguração salientou-se a necessidade de for-talecer a cooperação em setores como educação, pequenas e médias empre-sas, cultura, infraestrutu-ra, alianças público-priva-das e recursos humanos, esta última como uma das potencialidades que a América Latina possui.

Estes eixos farão parte dos temas prioritários na Cimeira de Chefes de Es-tado Ibero-Americanos a celebrar-se em Cádiz, em novembro deste ano.

Pelo seu lado, a Secretária Técnica de Cooperação Internacional, Gabriela Rosero, afirmou que o ob-jetivo da Jornada realizada em Quito é dar a conhe-cer e avaliar os programas ibero-americanos que se desenvolvem no Equador para potenciar a sua im-plementação.

Durante o primeiro dia de trabalho, após uma intro-

dução do estado atual da cooperação ibero-ameri-cana e o trabalho realizado pela SEGIB, os delegados das unidades técnicas dos programas ibero-america-nos relacionados com eco-nomia e municipalismo, educação, acesso à justiça e televisão, cultura e mi-grações, educação expuse-ram o trabalho realizado, como aceder à informação sobre o trabalho e as ferra-mentas geradas.

A este encontro da coo-

peração assistiram mais de cem pessoas, entre re-presentantes das unidades técnicas dos programas ibero-americanos, em-baixadores dos países ibe-ro-americanos e delegados dos ministérios e secreta-rias do Equador e dos grê-mios dos governos locais, para aceder à informação

de mais de 11 programas ibero-americanos que se executam no Equador e que se apresentaram du-rante a reunião.

Atualmente a cooperação ibero-americana conta com 23 programas, uma iniciativa ibero-americana e 6 projetos adstritos. En-tre as áreas em que a SE-GIB também amplia o seu trabalho salientam-se: ar-quivos públicos e privados (em temas de indígenas, afrodescendentes, direitos das mulheres); cultura: orquestras juvenis como mecanismo de integração social juvenil; rede de di-reitos humanos, redução da mortalidade infantil, bancos de leite; apoio em segurança social para ido-sos; formação de recursos hídricos para a gestão de bacias e saneamento; for-talecimento das políticas públicas; gestão territorial e desenvolvimento rural.

Na Jornada de Coope-

ração Ibero-Americana apresentou-se também o Relatório de Cooperação Sul-Sul (CSS), a cargo da SEGIB, em coordenação com o Programa Ibero-Americano para o Fortale-cimento da CSS.

Pelo seu lado, o delegado da Secretaria-Geral Ibe-ro-Americana, José Ma-ría Vera, o Coordenador do Escritório Técnico de Cooperação da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Des-envolvimento (AECID) no Equador, José Luis Pimentel, e o catedrático argentino Javier Surasky planearam a Cooperação Sul-Sul como um dos ins-trumentos de cooperação que sairá mais favoreci-do em tempos de crises e cortes que se vive à escala mundial.

Neste contexto, a Secretá-ria Técnica de Cooperação Internacional, Gabriela Rosero, salientou que a

relevância da Cooperação Sul-Sul não se deve apenas ao montante de dinhei-ro que canaliza, mas que implica também horizon-talidade e trabalho entre parceiros, focado no in-tercâmbio mútuo de expe-riências e conhecimentos numa lógica de reciproci-dade. A “América Latina e o Caribe, no seu processo para fortalecer a inte-gração regional, promove-ram a Cooperação Sul-Sul como uma das estratégias para avançar no desen-volvimento harmonioso e equilibrado da região. A Cooperação Sul-Sul aposta em estabelecer me-canismos de intercâmbio compensados e solidários entre países com níveis de desenvolvimento semelhan-te, problemas análogos e visões mais próximas do mundo; pode trazer res-postas inovadoras às difi-culdades que enfrentam os países da região contri-buindo para a redução das assimetrias na América Latina”, manifestou duran-te a sua intervenção.

José María Vera, Diretor de Planificação da Secreta-ria para a Cooperação da SEGIB, manifestou que a CSS representa maior efi-ciência na utilização dos recursos, devido à proxi-midade e à horizontalida-de da sua proposta de país a país com realidades mais próximas.

O Equador celebra Jornadas de Cooperação Ibero-Americana

Atualmente a

cooperação

ibero-americana

conta com 23

programas,

uma iniciativa

ibero-americana

çe 6 projetos

adstritos

Em cima, uma das mesas de trabalho das jornadas. À esquerda, o secretário-geral ibero-americano, junto do ministro das Relações Exteriores (e) Kintto Lucas e a secretária técnica da cooperação internacional, Gabriela Rosero.

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CooperaçãoIBERO-AMÉRICA EM MARCHA 1º Trimestre 2012

A Secretaria-Geral Ibero-Americana participou nos dias

5 e 6 de março na primeira reunião do Comité Intergo-vernamental do Programa Ibero-Americano sobre a situação dos Adultos Idosos, celebrada em Montevideu, Uruguai. A reunião foi con-vocada pela Organização Ibero-Americana da Segu-rança Social (OISS), que atua como Unidade técnica do Programa, e contou com a participação de represen-tantes dos governos e ins-tituições de todos os países aderentes – Argentina, Bra-sil, Chile, Equador, Espanha, México, Paraguai e Uruguai.

O encontro celebrou-se na sede do Centro de Estudos de Segurança Social, Saúde e Administração do Banco de Previdência Social (BPS) e contou com o apoio do pes-soal do BPS, que mais uma vez colocou o seu profissio-nalismo, eficácia e simpatia ao serviço da cooperação ibero-americana.

No passado mês de outubro de 2011, a XXI Cimeira Ibe-ro-Americana celebrada em Assunção, Paraguai, apro-vava o “Programa de Coo-peração Ibero-Americano sobre a situação dos adultos idosos na região”, cumprin-do assim os requisitos para o seu arranque ao longo deste ano de 2012.

Na tarde de 5 de março teve início a reunião com as pa-lavras do Presidente do BPS, Ernesto Murro, que deu as boas-vindas a Montevideu a todos os participantes, e apontou o compromisso do Uruguai para com as políti-cas sobre adultos idosos, o qual se reflete também na convocatória da reunião de organizações de idosos e reformados que é celebrada nas mesmas instalações; por fim, transmitiu os seus me-lhores desejos para a reunião

atingir os objetivos previs-tos. Por seu lado, a Direto-ra da Divisão de Assuntos Sociais da SEGIB, Beatriz Morán, afirmou que o pro-grama pertencia aos países, e que nesta primeira reunião se deviam adotar acordos de especial transcendência para o seu futuro, não só no que se refere à aprovação dos órgãos de Governo mas também, e fundamental-mente, nas atividades que se irão desenvolver nos próxi-mos dois anos. Por último, o Secretário-Geral da OISS referiu-se aos antecedentes do Programa e salientou a importância de abordar o processo de envelhecimento da população ibero-ameri-cana, que em alguns países da região atinge taxas próxi-mas de 20 % da população, daí a importância de adotar políticas públicas que pos-sam atender as novas neces-sidades.

De seguida, os represen-tantes dos países fizeram uma apresentação das suas diferentes instituições, pois em alguns casos contou-se

com a participação de vários Ministérios, bem como das Instituições de Previdência Social.

Nesta primeira reunião fo-ram abordadas questões relacionadas com o lança-mento de um Programa de

alto interesse para os países: constituição do Comité In-tergovernamental, apro-vação do regulamento de funcionamento de acordo com o Manual Operacional da Cooperação Ibero-Ame-ricana, aprovação do Plano Operacional para 2012 e do calendário de atividades e reuniões.

Procedeu-se também à eleição do Presidente do Comité Intergovernamental que terá caráter rotativo e cujo mandato terá a duração de um ano. A decisão, adota-da por unanimidade, recaiu no México, e será exercida por Alejandro Orozco, Dire-tor do Instituto Nacional das Pessoas Adultas Idosas.

O Plano Operacional foi de-batido e aprovado, devendo ser desenvolvido ao longo de 2012 e 2013, tomando em conta o calendário. O plano conta com um leque de in-teressantes propostas, que vão da implementação do Observatório Permanente de Idosos e da apresentação de um relatório anual na Ci-

meira de Chefes de Estado e de Governo ao lançamen-to de um site na Internet, aberto a qualquer pessoa interessada na matéria, da celebração do III Encontro sobre a situação dos Adultos Idosos no Brasil, em 2013, da elaboração de catálogos de programas, de serviços sociais e boas práticas sobre centros de dia para idosos, cuidados domiciliários e serviços de teleassistência à celebração de fóruns vir-tuais, cursos de formação

ou realização de assistências técnicas.

Relativamente a estas últi-mas atividades, destaca a disponibilização do México, que ofereceu 3 bolsas por país para assistir ao curso de formação sobre cuida-dos médicos e sociais para idosos, oferecendo-se tam-bém para acolher uma visita institucional em agosto de 2012.

Finalmente, foram estabe-lecidas as datas da próxima reunião nos dias 27, 28 e 29 de junho em Buenos Aires, acrescentando-se também a visita a vários projetos de interesse que se realizam na cidade.

Como chave de ouro da reunião, é de salientar aqui-lo que se partilhou com os representantes das as-sociações de reformados e pensionistas, que saudaram o lançamento do programa e receberam com agrado a proposta de trabalho em comum.

Programa Ibero-Americano de Adultos IdososCelebração da primeira reunião do Comité Intergovernamental

Alejandro Orozco,

presidente do Instituto dos Adultos

Idosos do México,

foi eleito presidente

pelo período de

um ano

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Atualidade IBERO-AMÉRICA EM MARCHA1ºTrimestre 2012

Fórum de Altas Autoridades Econômicas

O Fórum de Al-tas Autoridades Econômicas, or-

ganizado pela Associação Latino-Americana de In-tegração (ALADI), a Cor-poração Andina de Fo-mento (CAF), a CEPAL e o Escritório de Represen-tação da SEGIB em Mon-tevidéu, celebrou-se no dia 16 de março no Uru-guai. O evento foi convo-cado para analisar o tema “Modelos de Desenvolvi-

mento na América Latina: Busca de Convergências e Complementaridades” e contou com a presença de um grande número de mi-nistros e vice-ministros da Economia da região, que expressaram os seus pon-tos de vista sobre o tema e o estado da situação dos seus países.

As palavras de boas-vin-das estiveram a cargo da Secretária de Relações

Exteriores do México, Pa-tricia Espinosa, e antes do desenvolvimento das ex-

posições, a Secretária Exe-cutiva da CEPAL, Alicia Bárcena, realizou a apre-

sentação de um Relatório sobre Balanço e Perspecti-vas Econômicas da região.

O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, fez uma análise do estado atual da crise financeira internacional e dos possíveis cenários pós-crise nos diferentes âmbitos: político, econô-mico, social e cultural. Também se referiu ao conceito de modelo de desenvolvimento ante-riormente referido pelo Ministro da Economia e Finanças do Uruguai, Fernando Lorenzo. Em representação dos orga-nismos internacionais também participaram o Presidente Executivo da CAF, Enrique García, e o Secretário-Geral da OEA, José Miguel Insulza, que fizeram um diagnóstico sobre a situação da região no quadro das grandes mudanças que estão a ocorrer no plano interna-cional.

O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Igle-

sias, participou na con-ferência de inauguração do I Encontro “Triângu-lo Estratégico: América Latina-Europa-África” ce-lebrada na segunda-feira, 12 de março, em Lisboa. O encontro, organizado pelo Instituto para a Promoção e o Desenvolvimento da América Latina (IPDAL), contou também com a presença do Ministro dos Assuntos Parlamentares de Portugal, Miguel Relvas, da Secretária de Estado do Turismo português, Cecília Meireles, do Secretário de Estado Adjunto do Gover-no de Portugal, Feliciano Barreiras Duarte, bem como representantes do

Real Instituto Elcano, da Fundação Euroamérica, do Instituto Cervantes, da Fundação Luso-Espanho-la, do MERCOSUL, CAN, UNASUL, CELA, LIDE, e representantes diplomáti-cos de diversas embaixadas latino-americanas.

Durante o encontro re-fletiu-se sobre as relações

comerciais e empresariais, a integração regional, a correta governação, a cul-tura e a língua, entre ou-tras questões de interesse. O principal objetivo desta reunião foi a elaboração de um relatório com pro-postas criativas que sirvam para fortalecer a relação entre os três continentes, o qual será posteriormen-

te entregue à Secretaria-Geral Ibero-Americana, à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e à Co-missão Europeia.

Por seu lado, o Ministro Relvas salientou a impor-tância estratégica da África e América Latina, conside-rando-as zonas prioritárias de projeção e cooperação, e incentivou as respetivas so-ciedades civis a promover e fortalecer ainda mais esta relação e realidade parti-lhada.

Do mesmo modo, Enrique V. Iglesias insistiu no facto de a relação entre os três espaços constituir uma enorme oportunidade que deve ser aproveitada. Lembrando a presença

tradicional das empresas da Península Ibérica na América Latina, destacou as oportunidades que se abrem graças aos novos investimentos nas áreas de infraestruturas e energias renováveis. Além disso, salientou a importância de impulsionar uma pro-moção conjunta das PME através da cooperação entre empresas latino-americanas e ibéricas com que se permita au-mentar a competitividade através da sua interna-cionalização, incentivar a circulação de recursos humanos e a colaboração científica e tecnológica, bem como a promoção e defesa das duas línguas do espaço ibero-americano, o português e o espanhol.

A SEGIB participa no I Encontro “Triângulo Estratégico: América Latina-Europa-África”

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Atualidade IBERO-AMÉRICA EM MARCHA 1º Trimestre 2012

Na sua visita de trabalho à Amé-rica Central, o

Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, foi recebido pelo Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega Saavedra, na terça-feira 21 de feve-reiro, em Manágua. Du-rante o encontro, ambos trataram de temas de in-teresse para o desenvol-

vimento desse país e no quadro das relações ibero-americanas, incluindo a participação do Presidente

Ortega na futura Cimeira Ibero-Americana de Che-fes de Estado e de Gover-no, que terá lugar no mês

de novembro em Cádiz, Espanha.Foi um encontro alta-mente positivo, no qual o Presidente Ortega expôs os seus planos de projetos de investimento para o de-senvolvimento da Nicará-

gua e conversaram sobre áreas de possíveis colabo-rações.Também, na sua passagem pela Nicarágua, o Secre-tário-Geral Ibero-Ame-ricano reuniu-se com o Presidente da Assembleia Nacional, René Núñez Téllez. Entre os temas que conversaram destacou o do futuro encontro em Cádiz de deputados ibero-americanos e a celebração dos duzentos anos das Cortes de Cádiz, na qual os deputados da América Central tiveram uma im-portante participação.

O Secretário-Geral Ibero-America-no, Enrique V.

Iglesias, reuniu-se com o Presidente da Guatemala, na quarta-feira, 22 de fe-vereiro, na cidade da Gua-temala. Durante a reunião, ambos analisaram temas de interesse para o país e no contexto ibero-ameri-cano. O Presidente Pérez explicou a Iglesias as suas prioridades relativamente à segurança, à competiti-

vidade, à reforma tribu-tária e à transparência na gestão dos recursos públi-cos, temas centrais para o desenvolvimento atual da Guatemala.Menos de um mês após a tomada de posse, o novo governo da Guatemala conseguiu feitos históri-cos, como planear uma re-forma tributária, tema que se vinha a discutir durante algum tempo. Em mea-dos de março, espera ter

prontos todos os projetos de lei relativos à melhoria da transparência na gestão dos recursos públicos.O Secretário-Geral Ibero-Americano e o mandatá-rio guatemalteco conver-saram também sobre a futura Cimeira de Chefes de Estado e de Governo que terá lugar em Cádiz, Espanha, no próximo mês de novembro. O Presiden-te Pérez manifestou a sua disponibilidade e interesse

em participar nesta Ci-meira.De igual forma, foram revistas outras questões como o Convênio Multi-lateral Ibero-Americano de Segurança Social, ten-do o presidente mostrado especial interesse na sua analise por parte das au-toridades da Guatemala responsáveis pela questão, uma vez que atualmente o país não é subscritor deste Convênio.Por outro lado, o Secre-tário-Geral Ibero-Ame-ricano manteve também um encontro com o Pre-sidente do Congresso da Guatemala, Gudy Rivera. Entre os temas tratados, referiu-se o futuro encon-tro de deputados ibero-americanos como parte

dos eventos da Cimeira, e a celebração dos duzentos anos das Cortes de Cádiz. Importa recordar que nas Cortes de Cádiz partici-pou como deputado An-tonio Larrazábal, cuja casa atualmente alberga parte das salas de sessões do Congresso da Guatemala.Enrique V. Iglesias apro-veitou também a visita à Guatemala para participar num encontro organizado pelo Instituto Holandês para a Democracia Mul-tipartidária, com Chefes Representantes do Con-gresso da Guatemala e Secretários Gerais dos Partidos Políticos deste país, com quem analisou a situação econômica inter-nacional e os seus desafios.Estes encontros fazem parte dos eventos progra-mados pela Secretário-Geral Ibero-Americano durante a sua visita a paí-ses da América Central, na qual também participa o Assessor do Secretário em políticas de tecnolo-gias para o desenvolvi-mento, Hernán Caamaño, e a Diretora do Escritório de Representação para a América Central e Haiti, Doris Osterlof.

Reuniões de alto nível na América Central

O presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, cumpri-menta o secretário-geral ibero-americano.

O secretário-geral ibero-americano reuniu-se com os presidentes da Guatemala, Honduras e Nicarágua, e com o ministro das Relações Exteriores da Costa Rica

Na Guatemala, com Otto Pérez Molina

Na Nicarágua,

com Daniel Ortega

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, posa junto do secretário-geral ibero-americano.

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Atualidade IBERO-AMÉRICA EM MARCHA1º Trimestre 2012

No quadro de uma visita de traba-lho à Costa Rica,

o Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Igle-sias, reuniu-se no dia 20 de fevereiro com o Ministro de Assuntos Exteriores do país, Enrique Castillo. Também participaram no encontro a Ministra da Economia, Indústria e Comércio da Costa Rica, Mayi Antillon, e o Reitor da Universidade EARTH, José Zaglul.Durante a reunião foram analisadas questões de in-teresse para a agenda ibe-ro-americana, incluindo a

próxima Cimeira de Chefes de Estado e de Governo que se celebrará este ano em Cádiz, Espanha. Outras questões discutidas foram a das alterações climáticas, a situação econômica interna-cional e o desenvolvimento da pequena e média em-presa, em particular, a cele-bração do II Fórum Meso-americano de PME, que terá lugar na Costa Rica nos dias 23 e 24 de abril e contará com o apoio da SEGIB.Importa assinalar que a SEGIB e a Universidade EARTH subscreveram um Convênio Quadro de Coo-

peração em novembro de 2011, contando como tes-temunha de honra com o Ministro de Assuntos Exte-riores Castillo. Um dos ob-jetivos é dotar de conteúdo o referido convênio e cola-borar em temas de interesse mútuo, como o das alte-rações climáticas.Por outro lado, na sua visita à Costa Rica, o Secretário-Geral Ibero-Americano reuniu-se com o Diretor Geral do Instituto Intera-mericano de Ciências Agrí-colas (IICA), Víctor Villa-lobos, com quem analisou áreas de colaboração futura,

em especial nas áreas de alterações climáticas, agri-cultura e desenvolvimento rural e tecnologias da infor-mação.A SEGIB E o IICA contam com um Convênio Qua-dro de Cooperação, que assinaram em 2010. Em 2011, o IICA e a SEGIB colaboraram através do Es-critório de Representação da SEGIB para a América Central e Haiti na análise das interseções em matéria de políticas públicas entre alterações climáticas, segu-rança alimentar e comércio, conjuntamente com a Rede

Latino-Americana de Po-lítica Comercial (LATN). Também se realizaram dois workshops de trabalho, um em setembro na Costa Rica e outro em novembro de 2011 no Panamá.Durante a sua passagem pela Costa Rica, o Secretário-Geral Ibero-Americano foi acompanhado por Hernán Caamaño, Assessor do Se-cretário Geral em políticas de Tecnologias para o Des-envolvimento e por Doris Osterlof, Diretora do Escri-tório de representação da SEGIB para a América Cen-tral e Haiti.

No quadro de uma frutífera visita do Secretário-Geral

Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, à América Cen-tral, teve lugar o encontro com o Presidente da Repú-blica das Honduras, Porfirio Lobo, na sexta-feira, 24 de fevereiro, na cidade de Tegu-cigalpa.Ambos dialogaram sobre os temas que mais preocupam a população das Honduras, em particular, os temas da segurança e desenvolvimen-to econômico e social. Tam-bém discutiram sobre dife-rentes áreas de colaboração no quadro ibero-americano. O Presidente Lobo transmi-tiu a sua disposição em par-ticipar na próxima Cimeira de Chefes de Estado e de

Governo da Ibero-América, a celebrar-se em Cádiz, no próximo mês de novembro.Pelo seu lado, o Ministro de Assuntos Exteriores das Honduras, Arturo Corrales, acompanhou-os no encon-tro participando também o Assessor do Secretário em políticas de tecnologias para o desenvolvimento, Hernán Caamaño, e a Diretora do Escritório de Representação para a América Central e Haiti, Doris Osterlof.O Secretário-Geral Ibero-Americano apresentou as suas condolências à popu-lação das Honduras, na fi-gura do seu Presidente, pela recente tragédia ocorrida nesse país que levou a 249 mortes no incêndio em Co-mayagua.

Nas Honduras, com Porfirio Lobo

O presidente das Honduras, Porfirio Lobo, deu as boas-vindas a Enrique V. Iglesias.

Na Costa Rica, com o ministro dos Assuntos Exteriores Enrique Castillo

O ministro dos Assuntos Exteriores da Costa Rica, Enrique Castillo, e o secretário-geral ibero-americano cumprimentam-se no início da reunião.

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O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Igle-

sias, reuniu-se com altos representantes afro-des-cendentes e africanos na sexta-feira, 10 de fevereiro, na sede da SEGIB em Ma-drid. Durante a reunião, trataram-se temas como a Cimeira Mundial de Afro-descendentes, que terá lugar na capital espanhola em 2014 (AfroMad 2014) e que contará com o apoio da SEGIB; a apresentação do Panamá como sede em 2012 da pre-Cimeira Afro-Mad 2014; os resultados de AfroXXI; a declaração do Decénio por parte da ONU, e a situação dos afro-descendentes na Ibero-América e na Europa.

Doudou Diène, ex relator da Onu, sublinhou que a Europa está a viver uma crise de identidade que, intensificada pela crise econômica, prejudica a percepção de uma Europa onde a diversidade cultural e étnica são uma realidade tangível.

Pelo seu lado, Juca Ferrei-ra, embaixador especial da SEGIB para a questão dos Afro-descendentes, referiu que “em momen-

tos de crise, a intolerância aumenta e devemos estar muito atentos a esta si-tuação”. Também indicou que a Ibero-América se apresenta como um mo-delo a seguir no combate à intolerância. Neste sentido, o Ano Internacional dos

Afro-descendentes deixou a sua marca na Ibero-América com resultados concretos produzidos no Encontro de Salvador da Baía AfroXXI, que se tra-duzem em compromissos dos governos para avançar num decênio de políticas e ações em equidade racial e étnica.

Numa análise da realida-de atual dos afro-descen-dentes e os avanços que se alcançaram, Enrique V. Iglesias, identificou os três principais atores que tor-

nam este momento mais promissório para o avanço do tema afro: a maturidade e o trabalho constante das organizações de afro-des-cendentes; o impulso que o Brasil deu ao tema lide-rando a nível mundial as políticas de equidade racial e étnica; e o terceiro fator definitivo, “Africa is Back”, que reflete como o conti-nente africano volta a ser uma região que desempe-nha um papel importante no cenário internacional.

Na reunião estiveram pre-

sentes os representantes afro-descendentes e africa-nos Doudou Diène, Guiller-mo Ponce, Pastor Murillo, Jenny de la Torre, Ricardo Weeks, Edna Roland, Luis Beltrán, Mamadú Baldé, Si-mon Nong, Márcia Moraes, Roland Roebuck, Ámbar Ruiz, Cristian Guevara, Ro-berto Sharpe; e, por parte da SEGIB, o Secretário-Geral Ibero-americano, Enrique V. Iglesias; o Diretor de Ga-binete, Fernando García Ca-sas, e os especialistas em te-mas afro-descendentes, Juca Ferreira e Pablo Pascale.

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AtualidadeIBERO-AMÉRICA EM MARCHA 1º Trimestre 2012

Altos representantes afro-descendentes e africanos reunidos na SEGIB

Trataram-se temas como a Cimeira

Mundial de Afro-descendentes,

que terá lugar na capital espanhola em

2014 (AfroMad 2014) e que contará com o

apoio da SEGIB; a apresentação do

Panamá como sede em 2012 da pre-Cimeira

AfroMad 2014; os resultados de AfroXXI;

a declaração do Decénio por parte

da ONU, e a situação dos

afro-descendentes na Ibero-América e

na Europa.

Jenny de la Torre, assessora internacional da câmara municipal de Quibdó (Colômbia), entrega a Enrique V. Iglesias o diploma que o reconhece como cidadão de honra.

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Atualidade IBERO-AMÉRICA EM MARCHA1º Trimestre 2012

O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias,

proferiu no dia 7 de março a conferência “Ibero-Amé-rica Hoje”, no quadro de um curso de especialização do Instituto da Ibero-América da Universida-de de Salamanca. Iglesias destacou a importância de canalizar um acordo global de cooperação com Espa-nha para a formação nas universidades deste país de profissionais destinados à América Latina e reco-nheceu que em alguns paí-ses da região existe escassez de mão de obra qualificada, porque essa formação não aconteceu a tempo.

Para ultrapassar esta defi-ciência, acrescentou Igle-sias, estão a analisar-se

meios de formalizar um processo de cooperação para o tornar efetivo

“quanto antes” e “torná-lo um fator importante de ati-vidade nos próximos anos”.

As relações entre as univer-sidades espanholas, espe-cialmente a de Salamanca e os centros acadêmicos da América Latina “são muito boas e são um bom exem-plo do enorme interesse que existe na região em aproveitar o grande capital intelectual de existe aqui e a formação das suas pes-soas”, sublinhou.

O Secretário-Geral Ibero-Americano considerou também que “é necessário aprofundar este aspecto porque o tema da formação de profissionais para a América Latina é hoje um dos grandes desafios”.

No dia 20 de de-zembro celebrou-se em Montevi-

deu a XLII Cimeira do MERCOSUL com a par-ticipação dos Presidentes da Argentina, Brasil, Para-guai e Uruguai. Estiveram também presentes os Pre-sidentes do Equador e da Venezuela, altos represen-tantes dos Estados Asso-ciados, o secretário-geral da OEA, o secretário-geral da ALADI, a secretária executiva da SACU, o vi-ce-ministro das Relações Exteriores e Comércio da Austrália, a secretária-geral da UNASUL, o vice-presidente da União Eu-ropeia e representantes de outros organismos inter-nacionais. A SEGIB foi re-

presentada pelo diretor do Escritório de Montevideu.

Durante a reunião, deci-diu-se criar um Grupo de Alto Nível destinado a im-pulsionar a integração de novos membros no bloco regional; foram analisadas medidas de defesa comer-cial face a exportações externas; foi assinado um acordo de livre comércio com a Palestina; foi apro-vado o protocolo de Mon-tevideu sobre compromis-so com a Democracia e o compromisso dos países do MERCOSUL e estados associados para impedir a entrada nos seus portos de navios que hasteiem a bandeira das Ilhas Malvi-nas.

SEGIB NA XLII Cimeira do Mercosul

Iglesias aposta em Espanha como centro de formação para a América Latina

Desafios do Desenvolvimento

O S ecretár io-Gera l Ibero-Americano,

Enrique V. Iglesias, par-ticipou como expositor principal na Conferên-cia Internacional sobre os Desafios do Desen-volvimento, celebrada em 21 de fevereiro na

capital da Nicarágua, organizada pelo Institu-to Centroamericano de Administração de Em-presas (INCAE), Conse-lho Superior da Empresa Privada, e a Fundação da Nicarágua para o Desen-volvimento (FUNIDES).

Enrique V. Iglesias rodeado por um grupo de jovens universitários uruguaios em Salamanca

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Os cidadãos da Amé-rica Latina estão a pedir “mais Esta-

do” na região, que permita fazer frente “com eficácia” a problemas como a delin-quência e a pobreza, expli-cou o sub-secretário geral da ONU, Heraldo Muñoz, ao apresentar em Madrid, na terça-feira, 6 de março, o livro-estudo “O Estado da Cidadania, transformações, conquistas e desafios do Es-tado na América Latina no século XXI”, que analisa o tema a partir da perspectiva dos direitos que o cidadão reclama ao Estado.

“O Estado está de regresso à agenda política latino-americana”, afirmou Mu-ñoz, diretor regional para a América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi-mento (PNUD), organismo responsável pela publicação que se apresentou na sede da SEGIB; conjuntamente com Muñoz, intervieram o secretário-geral ibero-americano, Enrique V. Igle-sias; o secretário de Estado espanhol de Cooperação Internacional e para a Ibero-América, Jesús Gra-cia Aldaz, e o investigador

principal para a região do Real Instituto Elcano, Car-los Malamud.Entre outros assuntos, o estudo destaca o aumento da despesa social na última década, apesar de nos países mais pobres esse aumento ter sido dez vez menor do que nos países desenvolvi-dos da região. À frente dos países latino-americanos com maior investimento social nas últimas décadas, o livro coloca o Uruguai, a Argentina, o Chile e a Costa Rica, apesar do maior salto quantitativo se ter dado na Venezuela e no Peru.

“É necessário contar com estados mais capazes, mais inclusivos, mais democráti-cos”, cujo desenvolvimento, disse Heraldo Muñoz, de-pende da assinatura de “um novo contrato social” mas sobretudo de “um pacto fiscal” e uma reforma tribu-tária que diminua os atuais fossos de desigualdade que afetam a região.

Por outro lado, o secretá-rio de Estado espanhol de Cooperação Internacional e para a Ibero-América salientou que é necessário “rever as relações” entre os

indivíduos e o Estado, “em direitos e em deveres”, e re-cordou o encontro que no próximo mês de novembro os países ibero-americanos terão na Cimeira de Cá-diz, onde se comemorará também a Constituição de 1812. Esta carta magna é “a origem do estado da cidadania”, o Estado “que defende os interesses dos ci-dadãos”, acrescentou Garcia Aldaz.

De acordo com o analista político Carlos Malamud, o livro apresentado ago-ra em Madrid “de algum

modo atualiza todas aque-las alterações que ocorre-ram na região nas últimas décadas”. “Implica falar da consolidação democrática”, com feitos como “a emer-gência das classes médias” na América Latina, referiu. Malamud.

Nos seus comentários fi-nais, o secretário-geral ibero-americano também destacou a importância da Constituição de 1812 como o “ponto de partida do edifício constitucio-nal da América Latina”. O tema do Estado é um tema

de debate permanente, constata-se que o merca-do sozinho não chega para uma boa evolução social. A pergunta é: qual é o Estado de que precisamos para o mundo em que vamos viver? Iglesias advogou a importância do Estado na hora de “gerar solidarie-dade como princípio fun-damental da sociedade” e sublinhou a necessida-de de que seja “eficiente”, que tenha “capacidade de conseguir consensos” e que permita alcançar esse “pacto fiscal” destacado no livro-relatório do PNUD.

O I Fórum Global de Sustentabili-dade, organiza-

do pela Secretaria-Geral Ibero-Americana e a con-sultora Ernst & Young, celebrou-se durante os dias 19 e 20 de janeiro em Madrid.No evento participaram mais de 150 personali-dades internacionais de alto nível pertencentes a governos, organismos multilaterais e empresas,

entre as quais destacam oradores como José María Aznar, ex-presidente do Governo espanhol, Enri-que V. Iglesias, secretário-geral ibero-americano, Juan Costa, responsável pelas Alterações Climá-ticas e Sustentabilidade da Ernst & Young, Jaime García-Legaz, secretário de Estado do Comércio de Espanha, José Manuel Entrecanales, presiden-te da Acciona, Kiyoshi

Okamura, vice-presidente corporativo da Toshiba, Mauro Arce, presidente da Companhia Energéti-ca de São Paulo ou Jordi Herrera, secretário da Energia do México, entre outros.As questões abordadas

durante as sessões de tra-balho concentraram-se nas principais incertezas sobre a combinação ade-quada de fontes energé-ticas do futuro, a viabili-dade de uma economia baixa em emissões e a possibilidade de impul-

sionar o emprego verde, mesmo em tempo de cri-se. A “I Global Sustaina-bility Summit” analisou também os resultados da Cimeira sobre Al-terações Climáticas de Durban ou a agenda da próxima Conferência sobre De-senvolvimento Sustentável que se irá celebrar no próximo mês

de Junho no Brasil.O fórum contou tam-bém com a colaboração do Instituto para a Di-versificação e Poupança da Energia (IDAE) do ministério da Indústria, Energia e Turismo de Es-panha.

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IBERO-AMÉRICA EM MARCHA 1º Trimestre 2012

Heraldo Muñoz: A cidadania latino-americana reclama “mais Estado”

I Fórum Global de Sustentabilidade

Atualidade

Da esquerda para a direita: Carlos Malamud, Jesús Gracia, Enrique V. Iglesias e Heraldo Muñoz.

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IBERO-AMÉRICA EM MARCHA1º Trimestre 2012

Por ocasião do Bicente-nário da Constituição de Cádiz, tiveram lu-

gar dois eventos comemo-rativos, um “Encontro Ibero-Americano” com o tema “As ideias constitucionais da América Latina”, de 7 a 9 de fevereiro, convocado pelo Senado da República Mexicana, o Instituto Ibero-Americano de Direito Cons-titucional, o Museu das Constituições do México e a Universidade Autónoma do México. O segundo foi um “Colóquio Internacional” com o tema “Cádiz a deba-te, a sua atualidade, o seu contexto, a sua importância e o seu legado”, de 1 a 2 de março, organizado pelo Co-légio do México.

Em ambos os eventos, o diretor do Escritório, em representação do secretá-rio-geral ibero-americano, prestou homenagem aos deputados americanos nas-cidos no México que se diri-giram a Cádiz para se unir àquele grito de liberdade.

As palavras do secretário-geral reafirmaram a convic-ção de que a Comunidade Ibero-Americana poderá ser um campo fértil para mostrar que a América Latina, como região emergente, pode ser parte da solução dos proble-mas económicos que hoje preocupam os países desen-volvidos europeus.

O “Encontro Ibero-Ameri-

cano” contou com partici-pantes como José Narro Robles, reitor da Universi-dade Nacional Autónoma do México, que exprimiu a ne-cessidade de uma política social mais ativa orientada para o combate da pobreza e a diminuição da desigual-dade. O senador José Gon-zález Morfín, presidente do Senado da República Mexi-cana, referiu que passados

200 anos da promulgação da Constituição de Cádiz é indispensável tomar o seu texto como ponto de par-tida para compreender o desenvolvimento do nosso constitucionalismo como antecessora dos valores fundamentais e dos direi-tos sociais. O ministro Juan Silva Meza, presidente do Supremo Tribunal de Jus-tiça da Nação, defendeu

que a Constituição referida é, tanto em Espanha como no México, génese dos po-deres judiciais autónomos, consolidados e independen-tes e que ambos os Estados partilham o ideal para a pro-teção dos direitos humanos.

O “Colóquio Internacional” no Colégio do México de-bateu alguns dos aspetos historiográficos, políticos e ideológicos, indispensáveis não só para compreender a Constituição de Cádiz mas todo o contexto histórico-cultural que a rodeia.

As comemorações tiveram três sedes na Cidade do México: a principal foi no Senado da República Mexi-cana, posteriormente no Museu das Constituições e finalmente no Colégio do México.

A SEGIB é responsável por organizar, dar seguimento e coordenar o cumprimento dos mandatos das Cimeiras Ibero-Americanas dos Chefes de Estado e de Governo. A fim de projetar uma presença direta e interagir com os governos e a opinião pública dos países, a SEGIB mantém escritórios regionais em Montevideu, para o Cone Sul Latino-Americano; no Panamá, para a região centro-americana; em Brasília, para o Brasil e a Bolívia; e na Cidade do México, para o México, República Dominicana e Cuba.

Escritórios de representação da SEGIB

MéxicoOs Conversatórios Ibero-Americanos irão ter um es-paço na Universidade Nacio-nal Autónoma do México

Numa recente en-trevista entre o reitor da UNAM,

José Ramón Narro Robles, e o diretor do

Escritório de Represen-tação, Manuel Guedán, foi acordado que esta Casa de Estudos seria a sede de alguns des-

tacados Conversatórios Ibero-Americanos.A UNAM foi fundada a 21 de setembro de 1551 com o nome da Real e

Pontifícia Universidade do México. Atualmente é uma das maiores e mais importantes uni-versidades no espaço ibero-americano, pelo que estas edições po-derão ter um eco subs-tantivo nas universida-des da América Latina.O reitor da Universida-de reiterou o seu com-promisso pela melhoria do ensino superior na região ibero-americana e a cooperação com o conjunto das universi-dades. Apontou que as

ações que visam fortale-cer a Comunidade Ibe-ro-Americana poderão ajudar as economias da região a enfrentar as cri-ses económicas.Aproveitando esta reu-nião, o diretor do Escri-tório de Representação fez a entrega formal da “Declaração de As-sunção” como resultado da XXI Cimeira Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo celebrada a 28 e 29 de outubro em Assunção, Paraguai.

México comemora o Bicentenário da

Constituição de Cádiz

O reitor da UNAM, esquerda, junto do diretor do Escritório do México

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IBERO-AMÉRICA EM MARCHA 1º Trimestre 2012

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O seminário sobre “As políticas de Pre-venção e Contenção

do Crime em Sociedades De-mocráticas”, organizado con-juntamente pela Pontifícia Universidade Católica Madre y Maestra (PUCAMyMA), a Embaixada de Espanha na República Dominicana e o Escritório de Representação da Secretaria-Geral Ibero-Americana para o México, celebrou-se em fevereiro na cidade de Santo Domingo.

Na sessão de inauguração estiveram presentes Mon-senhor Agripino Núñez Co-llado, reitor da Universidade Pontifícia Católica, Madre y Maestra; Jaume Segura, embaixador de Espanha na República Dominicana; Radhamés Jiménez, procu-rador-geral da República;

Mariano Germán Mejía, pre-sidente do Supremo Tribunal de Justiça e do Conselho do Poder Judicial; José Ramón Fadul, ministro do Interior da República Dominicana e Manuel Guedán, diretor do Escritório de Representação da SEGIB.

A direção do seminário este-ve a cargo dos professores Manuel Villoria, diretor do GOBERNA-Instituto Uni-versitário Ortega y Gasset; José Oviedo, da PUCAMy-MA; e do diretor do Centro da Estudos de “PUCAMy-MA”. Contou também com a participação de destacados especialistas internacionais como Monte Alejandro Ru-bido, secretário geral do Centro de Investigação e Segurança Nacional (Cisen); o comissário Manuel Sergio

Gamón, ex-diretor da Área de Segurança da Comunida-de de Madrid e responsável pela segurança na República Dominicana.

Na sessão de inauguração Monsenhor Agripino agra-deceu à SEGIB e particular-mente ao seu secretário- ge-ral, Enrique V. Iglesias, por terem confiado à Universida-de Pontifícia a organização deste seminário. O reitor destacou também que a educação é o pilar essencial para todas as sociedades que se encontram no ca-minho da democracia. “Não

se pode perder de vista, sublinhou Monsenhor, que é na educação que as nações jogam o seu futuro, uma vez que além disso é por nature-za um direito, é necessária e indispensável para o des-envolvimento harmonioso e insegurança dos países da região”.

O embaixador de Espa-nha Jaume Segura destacou a vontade do seu país de apoiar o desenvolvimento e a melhoria da qualidade democrática da República Dominicana e reiterou o seu compromisso com os

projetos de cooperação em realização.

Pelo seu lado, o diretor do Escritório de Representação da SEGIB mencionou os pla-nos preparatórios da próxima Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, que se cele-brará na Cidade de Cádiz por ocasião do bicentenário da Constituição e referiu que para esse efeito realizar-se-ão uma série de atividades na República Dominicana em colaboração com a Embaixa-da de Espanha, país que os-tenta a Secretaria Permanen-te, e o governo Dominicano.

Seminário sobre Políticas de Prevenção

e Contenção do Crime emSociedades Democráticas

O Escritório de Represen-tação da Secretaria-Geral Ibero-Americana,

com o patrocínio do grupo FEMSA, organizou um Con-versatório Ibero-Americano intitulado “A Profissionalização da Política”, com Manuel Al-cántara, catedrático de Ciência Política da Universidade de Sa-lamanca.O diretor do Escritório, Manuel Guedán, fez a apresentação de Alcántara, de quem desta-cou o percurso académico e o empenho em criar uma Escola Ibero-Americana de Ciência Política. Guedán afirmou que as obras do professor Alcán-tara sobre sistemas políticos e partidos são uma referência imprescindível, e que serão certamente complementadas

com o aparecimento do seu último livro sobre os políticos profissionais.Manuel Alcántara salientou a necessidade de se aproximar de outras áreas e disciplinas para a melhor compreensão da profissionalização da política. Referiu que apenas uns quan-tos, em milhares de pessoas em cada país, foram escassa-mente estudados como pro-fissionais do sistema político. Trata-se de alterar o centro de interesse, que tem estado prin-cipalmente centrado na perspe-tiva da sua condição de líderes e não de profissionais.Apontou que a profissionali-zação da política é uma face-ta socialmente mal vista por motivos muito diferentes, com raízes culturais baseadas em

experiências históricas e em más práticas que resultaram em frequentes escândalos de corrupção, de enriquecimento ilícito e de abuso de poder.

Concluiu que o repúdio do político profissional, com to-dos os defeitos que possa acarretar, é uma alternativa muito pior para a saúde do

sistema democrático.

O evento contou com a inter-venção, como comentador, de Carlos Heredia, diretor da Divisão de Estudos Interna-cionais do CIDE, e, durante o colóquio, de Pablo Macedo, diretor do Instituto Matías Ro-mero; José Antonio Zabalgoitia, diretor-geral dos Organismos e

Mecanismos Regionais Ameri-canos do Serviço Exterior mexi-cano; Luis Maira, ex-ministro de Planeamento e Cooperação do Chile; Carlos Heriberto Rive-ros, da República do Paraguai; Elizabeth Astete, da República do Peru; o cônsul Augusto Freyre, da República do Peru; e Claudia Cálvin, da Mujeres Construyendo.

A profissionalização da política

Conversatório Ibero-Americano

Da esquerda para a direita: Antonio José Aranibar, representante da OEA no México; Carlos Heredia, diretor da divisão de assuntos internacionais do CIDE; Pedro Martínez Avial, ministro Conselheiro da Embaixada de Espanha no México; Manuel Guedán, diretor do Escritório de Representação da SEGIB; José Antonio Zabalgoitia, diretor-geral dos Organis-mos e Mecanismos Regionais Americanos do Serviço Exterior mexicano; Manuel Alcántara, catedrático da Universidade de Salamanca; Mauricio Reyes, diretor das relações institucionais do FEMSA; Javier Garciadiego, diretor do COLMEX; Pablo Macedo, diretor do Instituto Matías Romero do Serviço Exterior mexicano.

Escritórios de representação da SEGIB

México

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IBERO-AMÉRICA EM MARCHA1º Trimestre 2012

No seguimento das visitas aos diferentes depar-

tamentos do Uruguai, no dia 14 de outubro de 2011, o diretor do Escritório de Repre-sentação da SEGIB em Montevideu, Norberto Iannelli, manteve reu-niões com o intenden-te de Colónia, Walter Zimmer, e o secretário-

geral da Intendência, Pablo Manito.

Igualmente, durante os dias 11 e 13 de no-vembro, reuniu-se com o Intendente Municipal de Rivera, Marne Oso-rio, e com o atual se-nador e ex-intendente,

Tabaré Vieira, em cuja ocasião percorreu uma das principais explo-rações de adegas da zona e deu uma entre-vista jornalística à Ra-dio Internacional.

Prosseguindo a re-ferida missão oficial,

reuniu-se com o in-tendente municipal de Tacuarembó, Wilson Ezquerra.Tomou-se assim con-tacto com a situação dos referidos departa-mentos, relativamente às suas necessidades e projetos de desen-

volvimento (mineiros, turísticos e agroin-dustriais). Do mesmo modo, foram divulga-das as atividades da SEGIB e do Escritório de Representação, a relevância da comuni-dade ibero-americana no atual contexto inter-nacional e os projetos e iniciativas existentes em matéria de coope-ração. Fez-se particu-lar referência às ques-tões desenvolvidas durante a última Ci-meira Ibero-Americana realizada em Assunção do Paraguai.

Montevideu

No dia 8 de de-zembro foi apre-sentado em

Montevideu o relatório sobre Cooperação Sul-Sul com a presença do secretário-geral ibero-americano, Enrique V. Iglesias; do pró-secre-tário da Presidência, Diego Cánepa; do sub-secretário das Relações Exteriores, Roberto Conde; e do diretor da

Agência Uruguaia de Cooperação Internacio-nal (AUCI), Martín Ri-vero. Durante o evento foram apresentadas as principais linhas de ação do Programa de Fortale-cimento da Cooperação Sul-Sul.

Quanto ao relatório, deve-se destacar que nele se incluem dados fornecidos por todos os

países ibero-america-nos sobre as ações e projetos de cooperação Sul-Sul, tanto a nível de cooperação horizon-tal – entre dois estados – como triangular – a que se acrescenta um terceiro estado. Duran-te o ano de 2010 foram realizados 529 projetos integrais e 313 ações de cooperação horizon-tal Sul-Sul bilateral.

Ato de apresentação do relatório de Cooperação

Sul-Sul na Ibero-América

Encontro com os intendentes

de Rivera, Tacuarembó e Colónia

Escritórios de representação da SEGIB

No passado dia 8 de dezembro de 2011, o Escritó-

rio de Representação da SEGIB organizou em Montevideu, com o apoio das Comissões de Relações Internacionais do Senado e da Câma-ra de Representantes do Parlamento do Uruguai,

a conferência “Crise Económica Internacional e Integração Regional: Problemas do norte e respostas do sul”.O ato de inauguração contou com a partici-pação do Presidente da Assembleia-Geral, Dani-lo Astori; do Presidente da Câmara de Repre-

sentantes, Luis Lacalle Pou; e do Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias.O especialista em Fi-nanças e investigador do CEDES, Roberto Frenkel, o Ministro da Economia do Uruguai, Fernando Lorenzo, e o Secretário Geral Ibero-Americano analisaram a partir de diversas perspetivas a atual crise

internacional, particular-mente o caso europeu, tanto nos seus aspetos financeiros como institu-cionais e as suas conse-quências, segundo dife-rentes cenários.As implicações sobre a integração regional foram analisadas pelo Secretário-Geral da ALADI, Carlos Álva-rez, o Coordenador de Macroeconomia, Es-

tatística e Serviços da Secretaria-Geral da Comunidade Andina, Santiago Segovia, e o Representante do Uru-guai perante a ALADI, Gonzalo Rodríguez Gi-gena. A questão também foi comentada pelo mi-nistro das Relações Ex-teriores Luis Almagro, o ex-ministro Didier Opertti e o ex-subsecretário do ministério das Relações Exteriores, José Gamio.

As palavras finais foram proferidas pelos presi-dentes das Comissões das Relações Interna-cionais do Senado e dos Representantes, Enri-que Rubio, e a deputada Maria Elena Laurnaga.

Crise económica internacional e integração regional

Problemas do norte e respostas do sul

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IBERO-AMÉRICA EM MARCHA 1º Trimestre 2012Cultura

Nos dias 8 e 9 de março realizou-se em Málaga, Es-

panha, a X Sessão Plenária do Conselho Universitário Ibero-Americano (CUIB). A reunião contou com a participação de respon-sáveis de diversas univer-sidades ibero-americanas e de instituições relacio-nadas com o ensino su-perior, como também da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), da Secre-taria-Geral Ibero-Ameri-cana e da Coordenadora de Representantes de Es-tudantes de Universidades Públicas (CREUP).

Nela participaram várias dezenas de representantes de universidades da Ar-gentina, Colômbia, Cuba, Espanha, Honduras, Mé-xico, Nicarágua, Panamá, Paraguai e Portugal. No caso de Espanha, partici-param representantes de mais de 15 universidades.A inauguração contou com a presença de Adelai-da de la Calle, presidente da Conferência de Reito-res das Universidades Es-panholas (CRUE) e reitora da Universidade de Mála-ga; Franciso Triguero, se-cretário das Universidades da Junta da Andaluzia, e Félix García Lausín, secre-tário-geral do CUIB.

De la Calle afirmou que a reunião irá contribuir para “consolidar o Espaço Ibe-ro-Americano do Conhe-cimento, pois irá salientar todas as forças que nos unem e trar-nos-á novas possibilidades para gerar estratégias”.

As questões abordadas foram as seguintes: o pa-pel dos estudantes na construção do Espaço Ibero-Americano do Co-nhecimento; a cooperação América Latina e Caraí-bas-União Europeia no ensino superior, ciência e

inovação; apresentação de boas práticas, etc. Reali-zou-se também a apresen-tação do VIII Centenário da Universidade de Sala-manca.Deve-se salientar, como novidade neste espaço, a participação de Maria José Romero, secretária-geral da Coordenadora de Representantes de Es-tudantes das Universida-des Públicas (CREUP), organização formada por estudantes eleitos entre to-dos os alunos de cada Uni-versidade. Contam com interlocução direta com o Ministério da Educação, Cultura e Desporto e fa-zem parte da organização europeia de estudantes.

A secretária-geral da CREUP, partidária do diálogo como instru-mento fundamental para avançar na resolução dos conflitos, considera que a universidade (reitores, es-tudantes, instituições) tem interesses comuns para salvaguardar a Universi-dade pública de eventuais cortes que possam ocorrer. Pelo seu lado, Alejandro Tiana, diretor-geral do Centro de Altos Estudos da OEI, e Beatriz Morán,

diretora da Divisão de As-suntos Sociais da SEGIB, apresentaram a estratégia e a estrutura do Espaço Ibero-Americano do Co-nhecimento (EIC), bem como a sua articulação no âmbito da Cooperação Ibero-Americana.

Manifestou-se a necessi-dade de divulgar mais a Estratégia e o Espaço, me-lhorando os atuais canais de comunicação. O reitor da Universidade de La Laguna propôs igualmen-te vincular a Estratégia àquelas questões de maior interesse neste momen-to, como por exemplo a criação de emprego.

As conclusões da reunião destacam a importância da formação, da investi-gação, da mobilidade e da transferência de resulta-dos para fortalecer o Es-paço Ibero-Americano do Conhecimento.

Tanto a reitora da Univer-sidade de Málaga e presi-dente da Conferência de Reitores das Universida-des Espanholas (CRUE), Adelaida de la Calle, como o presidente do Conse-lho Nacional de Univer-sidades da Nicarágua, Telémaco Talavera Siles, incidiram na necessidade de trabalhar em conjunto.

Adelaida de la Calle insis-tiu no facto de a função do Conselho de Universida-des Ibero-Americanas não ser gerar fundos, mas sim procurar projetos e fontes de financiamento para po-der desenvolver estes pro-gramas específicos com a colaboração dos governos ou entidades privadas.

Pelo seu lado, Francisco Telémaco Talavera sa-lientou a importância das sessões plenárias do CUIB para refletir sobre os de-safios do ensino superior, “que se assumem melhor com unidade e esforço”. Acrescentou que os paí-ses da América Latina e das Caraíbas, bem como Espanha e Portugal, “têm uma história de irmanda-de e um futuro para con-tinuar a construir juntos”.

É importante destacar que foi aprovada a participação da CREUP na próxima ses-são plenária do Conselho Universitário Ibero-Ame-ricano que se irá celebrar no ano que vem na Nicará-gua, para continuar a anali-sar o papel das universida-des na procura de soluções na sociedade atual. Foi também aprovada a elabo-ração de um Plano de Ação entre a universidade e a pequena e média empre-sa, que reconheça o papel ativo que as universidades podem ter nos processos de criação de emprego.

X Sessão Plenária do Conselho Universitário Ibero-Americano (CUIB)

No âmbito do Fes-tival Ibero-Ame-ricano de Teatro

em Bogotá, Colômbia, decorreu a XXI Reunião do Conselho Intergover-namental do Programa Iberescena.

Na reunião, que teve lu-gar de 27 a 30 de março, trabalhou-se sobre o en-quadramento jurídico do Programa, os desafios do futuro, a aprovação dos critérios de aplicação do sistema de quota mínima por trechos e a proposta

de alteração do Regula-mento de funcionamento.

Foram também anali-sadas as linhas de apoio do programa tendo em conta a sua modificação para o período trianual 2012-2015, deu-se se-guimento à execução dos projetos aprovados na passada reunião e foram propostos e aprovados novos projetos e revistos

os indicadores e modelos de análise para a seleção de projetos.

Pelo seu lado, Leonor Esguerra, diretora da Di-visão de Cultura da SE-GIB, deu a conhecer o resultado da licitação para a avaliação do Programa e informou sobre a propos-ta de novos esquemas de integração nos programas Iber.

Conselho Intergovernamental do Programa Iberescena

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Cultura IBERO-AMÉRICA EM MARCHA1º Trimestre 2012

Com as palavras de boas-vindas do secretár io-geral

ibero-americano, Enrique V. Iglesias, deu-se início à VI Reunião do Conselho Intergovernamental do Programa Iberorquestras Juvenis em Madrid a 29 de fevereiro. Iglesias salien-tou o profundo significa-do das orquestras infantis e juvenis na formação dos nossos jovens e a oportu-nidade de vida que repre-senta para os músicos que aprendem não só o esfor-ço pessoal mas também o trabalho de conjunto e do convívio, valores funda-

mentais tanto para a prá-tica musical como para o exercício da democracia.

Nesta ocasião foram es-tabelecidos os termos da nova convocatória de apoios, tendo sido apre-sentado um relatório sobre o progresso e con-clusão de projetos apro-vados e em execução. O Comité Executivo foi for-mado com a participação da Argentina, Colômbia e Costa Rica, e aprovou-se por unanimidade re-novar a vigência do Pro-grama durante mais três anos.

Terceira Mesa Técnica de reflexão sobre indústrias culturais

A Secretaria-Geral Ibero-Americana e a Rede de Pro-

dutores Culturais Latino-Americanos, REDLAT, com o apoio do Ministério da Cultura de Espanha e da AECID, convidaram uma dúzia de personali-dades relacionadas com as indústrias musicais criativas dos países ibero-americanos para irem a São Salvador (El Salvador) nos dias 12 e 13 de janeiro.

O objetivo foi apro-fundar o debate e a reflexão sobre as-petos de-cisivos na atual con-juntura da i n d ú s t r i a musical e apresentar o Programa de Coope-ração Cul-

tural Iber-m ú s i c a s ,

como um dos resultados concretos do III Congres-so Ibero-Americano de Cultura (Medellín, Co-lômbia, 2010).

Os participantes apontaram como ações prioritárias a instalação de uma mesa virtual de diálogo perma-nente que mantenha trocas e sinergias entre os agentes profissionais e as autori-dades responsáveis pelos

programas de cooperação cultural afins. Foram tam-bém propostas agendas e presenças para os Congres-sos Ibero-Americanos de Cultura como um espaço de oportunidades para as nos-sas indústrias. Outro pro-gresso igualmente impor-tante foi o consenso para o destaque de informação (mapeamento) que per-mite identificar o universo das indústrias culturais na região ibero-americana. To-das estas ações pretendem identificar experiências e modelos de excelência, bem como a presença constante em mercados, feiras, festi-vais e encontros de espe-cialistas em que a indústria musical compete com su-cesso renovado.

O encontro contou com Enrique Vargas, subdire-tor da Divisão de Cultura da SEGIB, e Doris Oster-loff, diretora do Escritório de Representação no Pa-namá.

Brasil junta-se ao Programa Iberorquestras Juvenis

A música ibero-americana e as cadeias de valor, o seu potencial como fator de desenvolvimento económico e de coesão social Por ocasião da cres-

cente reformulação do Programa Ibero-

Americano em Matéria de Bibliotecas Públicas, o Co-mité Diretivo do Programa reuniu-se na cidade de Medellín, Colômbia, nos dias 21 e 22 de março.A Secretaria-Geral Ibero-Americana, o CERLALC, a Biblioteca Nacional da Colômbia, o Ministério da Cultura da Colômbia e a Biblioteca Piloto de Mede-llín foram os responsáveis pela organização da reunião.Durante o primeiro dia de sessões, os países atualmente aderentes ao Programa deliberaram sobre o sistema de quotas diferenciadas, constituíram os órgãos de governo, aprovaram o regulamento e as linhas de ação prioritárias.

No segundo dia do encontro, que contou com a par-ticipação de representantes de países com intenção de aderir, Leonor Esguerra, diretora da Divisão de Cultura da SEGIB, salientou a importância de o Iberbibliotecas ser concebido e desenvolvido como um verdadeiro programa de cooperação, que se reja pelos critérios e prescrições incluídos no Manual Operacional da Cooperação Ibero-Americana 2010 e que tenha me-canismos claros de seguimento e fiscalização por parte da SEGIB.

Foi igualmente apresentado o relatório do Comité Intergovernamental e criada a Convocatória de apoios 2012.

Reunião do Comité Diretivo do Programa Iberbibliotecas após a sua reformulação

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CulturaIBERO-AMÉRICA EM MARCHA 1º Trimestre 2012

Em maio de 1972 foi assinada a De-claração da Mesa

Redonda de Santiago do Chile, documento que destacou a importância e o desenvolvimento dos museus no mundo con-temporâneo e a sua con-tribuição nos planos da educação e do desenvolvi-mento social. O documen-to tornou-se num grande marco da museologia social e numa referência para as políticas públicas no espaço ibero-america-no, marcando o progresso da área dos museus nas quatro décadas seguintes em termos de institucio-nalização e cooperação.

Seguindo essas diretrizes, e como celebração dos quarenta anos da Mesa Redonda de Santiago do Chile em 2012, os re-presentantes de museus ibero-americanos pro-puseram, no âmbito do Programa Ibermuseus, a criação de uma década comemorativa do patri-mónio museológico, ini-ciativa que foi aprovada pelos Ministros da Cultura ibero-americanos na Con-ferência de Assunção, em agosto de 2011.

A Década do Património Museológico irá incluir uma série de celebrações e propostas de fortaleci-mento destes preceitos e arrancará em Santiago do Chile no próximo mês de maio, e em Paris em junho, na sede central da UNESCO.

Objetivos da Década

l Reafirmar os princípios decorrentes da Declaração da Mesa de Santiago do Chile de 1972.

l Incentivar a criação e di-vulgação de ações que cele-brem os princípios da Mesa

de Santiago do Chile em todos os países da região.

l Dar visibilidade às ações no âmbito do pa-trimónio material e ima-terial ibero-americano dirigidas a entender os museus como agentes de transformação social, dan-do assim continuidade ao Ano Ibero-Americano dos Museus (2008), cujo lema foi “Museus como Agen-tes de Mudanças Sociais e Desenvolvimento”.

l Evidenciar o papel do património museológico na preservação e cons-trução das memórias e identidades do espaço ibero-americano.

l Fortalecer a Declaração da Cidade de Salvador, do-cumento inspirado na De-claração da Mesa de San-tiago do Chile e norteador

das políticas públicas na área dos museus no espaço ibero-americano.

l Divulgar a cooperação e voz comum dos países ibe-ro-americanos, expressos no programa Ibermuseus.

l Estimular e fortalecer a integração e as trocas en-tre países ibero-america-nos no setor dos museus e da cultura em geral.

Cooperação com a UNESCO

Por iniciativa do programa Ibermuseus, os ministros da Cultura ibero-ame-ricanos ratificaram, du-rante a XIV Conferência Ibero-Americana da Cul-tura, em agosto de 2011, a intenção de iniciar no seio da UNESCO o deba-te sobre a necessidade de um instrumento norma-

tivo internacional para a proteção e promoção do património museológi-co e coleções. Durante a 36.ª Conferência Geral da UNESCO, em novembro de 2011, diferentes países juntaram-se a esta inicia-tiva, e a Comissão da Cul-tura da UNESCO aprovou uma resolução para avaliar a proteção internacional dirigida ao património museológico e estudar a possibilidade de promover um instrumento interna-cional sobre o assunto.

Como resultado disso, terá lugar no mês de julho, no Brasil, uma reunião de especialistas para estudar e realizar propostas sobre o referido instrumento. O encontro será coorde-nado pela UNESCO, o Conselho Internacional dos Museus (ICOM) e uma Delegação brasileira

(composta pelo Instituto Brasileiro de Museus, o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Cultura e a Delegação do Brasil na UNESCO).

Ambas as iniciativas evi-denciam os avanços a fa-vor do fortalecimento de políticas públicas de mu-seus e de cooperação, bem como da construção de uma voz harmónica e con-solidada da região, dentro do âmbito de ação do Pro-grama Ibermuseus.

O programa Ibermuseus

O programa Ibermuseus é uma iniciativa de in-tegração e cooperação ibero-americana para o fortalecimento da área de museus e da museologia que existe no âmbito ins-titucional da Cooperação Ibero-Americana.

Tem origem no I Encontro Ibero-Americano dos Mu-seus (Salvador da Bahia, 2007) e os seus objetivos são promover o desenvol-vimento e a articulação de instituições (públicas e privadas) e profissionais do setor museológico ibe-ro-americano, bem como otimizar a proteção e ges-tão patrimonial e inter-câmbio de práticas, expe-riências e conhecimentos resultantes.

O Ibermuseus, que está ligado à SEGIB, conta com o apoio técnico da OEI (Organização dos Esta-dos Ibero-Americanos) e do IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus) e com o apoio financeiro da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID).

A década do património museológico 2012-2022

À esquerda, Museu da Marinha, em Lisboa. Em cima, uma das salas do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro.

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Cultura IBERO-AMÉRICA EN MARCHA1º Trimestre 2012

Os responsáveis das bibliotecas públicas de sete países da

Ibero-América (Colômbia, México, Espanha, Brasil, Equador, El Salvador e Chi-le) reuniram-se em Mede-llín (Colômbia) nos dias 21 e 22 de março para definir o futuro do programa Iber-bibliotecas, cujo propósito é fortalecer a rede de bibliote-cas públicas da região atra-vés da cooperação ibero-americana.

O encontro realizou-se na Biblioteca Pública Piloto, com presença do Comitê In-tergovernamental do Iberbi-bliotecas, onde se destacou a presença da cidade de Medellín como o primeiro governo local da América Latina a aderir a um projeto Iber. A segunda cidade que está em processo de adesão é Puebla (México).

Leonor Esguerra Portoca-rrero, diretora de Assuntos Culturais da Secretaria-Ge-ral Ibero-Americana, afir-mou que “o propósito deste

encontro é formar um fun-do de ajudas, provenientes dos países membros, que se destinará ao fortalecimento e modernização das redes e serviços das bibliotecas pú-blicas da região”.

A SEGIB estima que da adesão dos 21 países ibero-americanos ao programa Iberbibliotecas se poderiam arrecadar cerca de 900 mil dólares, que se destinariam

a projetos de desenvolvi-mento e modernização; apoio de iniciativas nacio-nais, especialmente a bi-bliotecas situadas em zonas vulneráveis; produção de informação sobre bibliote-cas públicas em cooperação com universidades; progra-mas de formação, comu-nicação e ajuda à criação de bibliotecas públicas na região.

Fernando Zapata López, diretor do Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e no Caribe (CERLALC- UNESCO), salientou que “na XXI Ci-meira Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo que se celebrou em Assunção (Paraguai) em 2011, os mandatá-rios comprometeram-se a lançar um novo modelo de cooperação internacional para as bibliotecas públicas da região sob um programa IBER, liderado pela SEGIB”.

“O mais importante deste projeto é a adesão dos paí-

ses. Quanto mais países, melhor é o fundo”, afirmou Leonor Esguerra, que asse-gura que é necessário an-gariar 500 mil dólares no mínimo para conseguir um

programa de cooperação sustentável. Neste novo es-quema, a quota estabelece-se dependendo da econo-mia do país e do produto interno bruto”.

Ibero-américa em marcha

Secretário-Geral Ibero-Americano: Enrique V. Iglesias m Diretor: Fernando Pajares m Redatora-Chefe: Isabel Vázquez m Conselho de Redação: Fernando García Casas, Juan Ignacio Siles, José María Vera m Edição: Secretária Geral Ibero-Americana, Paseo de Recoletos, 8. Madrid 28001. Espanha. Tel. 34 91 590 19 80. m Web: http://www.segib.org. m Realização: Estudio de Comunicación Corpo-

rativa S.L. m Design: Laureano Suárez. m Impressão: Central de Artes Gráficas S.A.

Depósito Legal: M 14876-2008 Ibero-América em Marcha não partilha necessariamente a opinião dos seus colaboradores.

Iberbibliotecas em Medellín

Cultura

Ibero América em MarchaBoletim da Secretaria-Geral Ibero-Americana, Primeiro trimestre de 2012

À esquerda, a biblioteca León de Grieff, de Medellín. Em cima, a biblioteca Palafoxinana de Puebla, no México.

A SEGIB estima que da adesão dos 21 países

ibero-americanos ao programa

Iberbibliotecas se poderiam arrecadar

cerca de 900 mil dólares, que se destinariam a

projetos de desenvolvimento e modernização

O filme “Um conto chinês”, dirigido

pelo argentino Sebastián Borensztein e protago-nizado pelo ator Ricardo Darín, foi galardoado no domingo, 19 de fevereiro, com o prêmio Goya do cinema espanhol como o melhor filme ibero-americano de 2011. Este filme conta com o apoio do Programa Ibero-Americano de Coope-ração IBERMEDIA.

“Um conto chinês” arre-cadou quase dois milhões de euros na Argentina e calcula-se que na sua apre-sentação local e interna-cional conseguiu cerca de 10 milhões de dólares, o que o torna o filme argen-tino mais bem sucedido

mundialmente desde “O segredo dos seus olhos”, também com Darín como protagonista.

Gerardo Herrero agrade-ceu em várias ocasiões ao Programa Ibermedia o seu apoio para este filme e o seu trabalho em nome de todo o cinema ibero-americano.

“Um conto chinês” melhor filme ibero-americano