I• A L T 1 A D 1 A Campanha...

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ANO . IV-- NUMERO 1.177 ·- I .. REÇO 20 CENTAVOS ....................................................... ! REDACÇÃO, ADMINlSTRAyÃO E CôMPOStÇÃO t " ' ' ,,..,,,... ·" .- -- PR O'PRl E DA DE DAS C ' OIUSS' ÕES no P. R. P., EM LISBOA + li ltnba; 2.•, 5«X>; 3.•, MOO. Sec- 6t00; Pro11incias, trimestre, lst()l; ..... + + +++•++ + + + ++ +. + ++++ + :i: Jl11a11cfoe1 1,a Pâ!lfna, JOIOO l :l\aainaturas: Li> boa, 1 mêi• Travessa da Agua de Flôr, 33, 1. 0 -LISBOA + 1 EDITOR: Raul das Neves Lopes 1 + TELEFONE 8475 N. + Directór-ANTONIO JOSÉ CORREIA ção de anuncios Cmedlda esttei- Colónias, trimel!tre, 4'*10; &. · ta, t40 a linha.-Todas esttlS pu• tran11Clro, trimestre, ootOO. bl!cações sllocontadaspelotlno· Numero awlso, t®centa\loJ; ... - 6 .... + JMPRESSAO- Ru.a. da. Atalaia., 114 e 11 + @++••································ ····· CHEFE DE REDACÇAO-JOSÉ DO VALE ADMINISTRADOR-MANUEL J. SANTOS !. metro de corp_o 6. -Repetições Depois do dia dapublicaçào U1 + preço con11enctonal. . centa9os. ............................................ A p o L í T 1 e AD o o 1 A ...... O assunto q e se encontra na ordem do dia, prendendo as atenções de quantos acampa• nham a marcha dos aconteci• mentas políticos, é a renuncia do sr. Presidente da Republica que deve ser hoje comunicada oficialmente ao sr. Presidente do Senado, Correia Barreto. Ha muito que o sr. Teixeira Oo· mes manifestou o proposito de resignar, por motivo da sua abalada, por certa in· compatibilidade com a atmosfera política que se respira, envene• nada por egoísmos e ambições alheiados de todo o espírito de· mocratico. O mo vimento de 18 de Abril, representando um agravo á Coas· tituição e á propria Republica, acentuou esse proposito, só re· tirado após uma calorosa ma· nifestação parlamentar, á qual não correspondeu a vida nova de que no lance se falou. Pro- meteu-se enveredar por um ca· minha mais patriotico e con- sentaneo com as necessidades ào paí s, mas, passada a tor .. menta, continuou.se na pratica dos mesmos condenaveis pro· cessa s. E1 ·a a reincidencia manifesta. Nessas condições, o ilustre cida- dão sr. Teixeira Gomes delibe• rou renunciar, mantendo-se até agora na sua alta magistratura, em que tanto honrou a -Repu• blica, por sacrificio patriotico, no desejo bem sincero de não criar graves dificuldades ao rê- ' gim e. E' es sa renuncia que o país ainda hoje deve conhecer. Devemos dizer que o sr. Tei- xeira Gomes durante os dois anos e pouco mais da sua ma- gistratura conservou o mais completo aprumo moral, tor- , nando-se digno das mais vivas simpatias e criando em volta de si uma aureola de solidarieda• de que o podia auxiliar do de· sempenho do seu honroso man- .dato. O seu temperamento, porém, e ainda 11. sua delicada saude, não lhe permitem reagir e tira n do-se sem saudades do pos .. to que lhe confiaram, pode com orgulho a certesa de bem ter cumprido o seu de- ver. Quem vai assumir a alta ma- gistratura da nação? Segundo todas as probabili· dades o sr. dr. Bernardino Ma- chado. O nome de s. ex.ª não sur- pre ende ninguem. As suai altas ,quali clades morais, intelectuais PRESIDENCIA DA REPUBLICA O s r. Presidente cli::i Republica, acom- panhado do seu ofi cial ás ordens, cap t ão sr. E'lorentino Martin s, vi•itou on- t em a sua casa particular fila Gibalta . Com o sr. Teix eira Go mes, almoçou hoj d no Palacio de Belem o sr. Colum- bano Bürdalo PinLeiro. Um processo pendente A Uuec\)1ío Geral .dos Impostos rnli. citou providencías ás bstancias cornpe- tent . es para que com rapidez seja ju gado o processo judicial peodente na comarca de Santa Cruz, liha da Ma- deira, contra os it1dividuos que em 1023 assaltaram a respectiva repart1ção de ânanças, deixando como morto o com- petente chefe sr. Fernando de Assunção Mcrniz, e civicas lmpõem:no ã consid&i ração de todos. Para nós, republicanos, ê uma figura de alto relevo, cujo apostolado infatigavel fez de- sabrochar fotensamente a idea republicana em Portugal, guian- do·a carinhosamente á vitoria. Caracter são, espírito são, es· truturalmente democrata, fazen· do da Democracia o mais alto conceito, o sr. dr. Bernardino Machado nunca em circunstan· eia alguma deixou de ocupar o posto que lhe fôsse indicâdo para servir a Republica. E em cada um desses postos, no Governo Provisorio, na Le· gação do Rio de Janeiro, na Presidencia da Republic a, mar· cou sempre, constantemente, a sua poderosa individualide, afirmando.se como um grande patriota e um grande republi• cano. Presidente da Republica, um movimento criminoso contra o regime e a Patria, arrancou.o violentamente do seu lugar, não sem que ele lavrasse perante o país e perante a Eur_opa o seu protesto justo e eloquentissimo. Encerrado esse periodo ver· gonhoso e sinistro da nossa his- toria politica, esmagada a trai- ção, tudo indicava que ao sr. dr. Bernardino Machado fosse dada a natural e logica reparação de ser reconduzido no lugar que honrava e de que fôra esbulha· do pelo crime, triunfante duran· te treze meses. Mas 1 falta de coragem mo· rai determinou que não se pro· cedesse assim, e, ao mesmo tempo, como que se consagran· do o dezembrismo, - nem se- quer a sua legislação reaciona· ria foi imediatamente revogada, -deixavam.se sem reparação ai .. guns dos homens que havia afrontado, e entre eles o chefe do Estado, o presidente da Re· publica Portuguesa, o sr. dr. Bernardino Macha'cfo. A eleição de agora, recaindo no honrado nome do grande ci- dadão, pode e deve ser um acto reparador que até agora se dei• xou de praticar. O seu espírito conciliador e inexcedivelmente republicano, o seu perfeito conhecimento dos homens e dos negocios publi .. cos, a sua allare que o tornam atraente, a generosidade do seu coração, são qualidades que o impõem para presidir a obra nacional e democratica a reali· zar. O Congresso da Republica realizará um nobre gesto de re• paração elegendo o sr. dr. Ber .. nardino Machado. O enigmatico Abd-el-Krim Não aceita a paz? ... LONDRES, 10-0 presidei:te da mis- são liuanceira britanica qae foi a Mar- 1ocos, regressou da sua visita a Abd-el- Krim, sem ter conseguido toma r em consideração as propos tas da paz que lhe foram feitas pela França e pela Espanha, cm Juaho ultimo. ... Ou resolve-se a aoeita·la? LONDRES, 10 - A a Westminster Gazzete» anuncia que o seu correspon· dente em Taagor, sr. Cauning, foi en- carregado c>ficialmente por Abd-el-Krim de negociar a p az nas bases das condi- •;ões franco-espanholas. "0 REBATE" .ll!lll,•vu.1so ao oenta.vo!ill Os monarquicos adotam para 1 seu uso o protocolo da indelicadesa Ontem na primeira sessão da Camara dos Deputados, os mo• nar.quicos demonstraram á sa· ciedade que andam bastante abandonados de gente de valor e por esse motivo o nível men .. tal do seu grupo parlamentar desceu sensivelmente. Procedendo•se á eleição da Mesa, o ilustre homem publico sr. Alfredo Rodrigues Gaspar, ocupou o seu lugar, agradecen· do a eleição. Os diversos j"rupos parlamen .. tares manifestaram-se por medio dos seus " leaders, apre- sentando as suas saudações e ho menagens ao novo presiden· te. Palavras de sincera amisade ou de polida cortesia foram proferidas e aplaudidas por to· da a Camara. Mas os monarquicos, culto..; res rto ancien régime, querendo ter os papyrus da gentilesa, julgaram necessario apresentar uma amostra do seu protocolo e, pela voz do seu leader sr. Antonio Cabral, manifestaram· se grosseiramente. Declarou o famoso leader não se associar aos cumprimentos ao novo pre- sidente da Camara e, a propo- sito dêsses cumprimentos, co- meçou "divagando asnaticamen· te, aproveitando até o ensejo de não estar presente o sr. Nu_. no Simões para aludir á cam- panha miseravel que contra esse homem publico se está fazendo em certa imprensa. Essas palavras inconvenientes tiveram imediata resposta, sen- do censuradas com aplauso de toda a Camara. A impressão causada foi de- sagradabilissima, não pelo as• pecto politico, pois de inimi- gos não se podem esperar ama .. bilidades, más, principalmente, pelo aspecto moral. Verificou-se desde logo que o nivel monarquico desceu bastante. Registou·se logo que o sr. Aires de Ornelas, quando lea• der monarquico, sendo como é um implacavel inimigo do re- . gime republicano, foi sempre de uma grande correcção, nun- ca hesitando em fazer justiça aos homens oü, pelo menos, em ter para com eles as atenções devidas. Da mesma maneira procedia sem'pre o sr. Morais de Carva• lho, que era o mai s estudioso e correcto dos deputados monar. quicos que assictuamente assis• tiam ás sessões. Ontem foi o que se viu. Depois do sr. Antonio Ca- bral falar houve um intervalo comico pelo sr. Elmano da Cunha e Costa, que obteve um suctsso de gargalhada, por tal forma se apresentou. Isto é, os monarquicos es• treíaram-se mal nesta legislatu· ra, deixando provada a sua de .. cadencia. Sociedade das O problema do desarmamento e a situação da Slrla GENEBRA, 10. - O oonselho execu- tivo da Sociedade das Nações iniciou ontem o debate sobre o probl ema do de- sarmamento, tendo nomeado uma comis- são para preparar a respectiva confe- re ncia internacienal. O conselho aprovou o relatorio da co- missão financeira para a restauração economica da Hungria e da Austria. O conselho deliberoa que a comissão permanente de mandatos se reuna em sesHão extraordinaria em fevereiro pro- ximo, na cidade de Roma, para delibe- rar sobre a situação da Síria. A Franca e a Inglaterra de acordo GENEBRA, 10. -A França e a la.; glaterra cheg-iram a Mordo sobre o pro- blema do Campanha ignobil Porque tem probabilidades de ser eleito Presidente da Republic:. o · aus- tero democrata, figura inesquecinl dos tempos da propaganda e personalidade marcante na sociedade portuguesa que se chama Bernardino Machado, intensi- fica-se na imprensa monarquica a mais torpe e inadmissível de todas as cam- panhas, torpe porque é tão faha como injusta, inadmissivel por partir de gen· te que não tem a minima autoridade moral para discutii a eleição do chefe do E stado, visto que, nessa importan· tissi ma questão, aceitam de bom grado o Manuel da Ericeira ou o Nuno das coécas do pacto de Douvres, de que tem sido ama seca a D. Aldegundes, sempre de olhos revirados, travessamente putos cm alvo na corôa •.. de qualquer homem que venha a ser rei, e que disso tenha simples afastadas probabilida- des. O 1not de ordre é este: o dr. Bernar- dino ?liachado não é portug uês. lembraria aos filhos daquelas mães que crearam os futuros directores de semelhantes jornais e de que seme- lhantes processos fazem uzo. Porque é mesmo assim que devem ser tratados. O dr. Bernardino Mach ado foi, na vi- gencia da monarquia, um dos mais dis. tintos professores da Universidade de Coimbra. A' cHedra, que exemplarmente hon; rava, o foram buscar para ministro des- sa mesma monarqui a,-por sinal que não se rviu muito tempo, pouco disposto que esteve a sancionar adeantamentos. Pois se o dr. Bernardioo Machado; nesse tempo era portugoêi, tão portn- guê:1 que servia para ministro, deixou por ventura de o ser, só porque aderiu á, Republica e esta, muito lhe reconhece os predicados necessarios para exercer a mais alta magistratura da nação? Que respondam aqueles anj i11hos que fazem parte das côrtes das S. Anas, porque os serafins foram i carqueja. DR. CMtDOSO DE OLIVEIRA !u&t.\S referencias â sua per- sonalidade RIO DE JANEIRO, 9.-0 volume em que o sr. dr , Cardoso de Oliveira, embaixador do Br asil em Lisboa, publi- cou os seus nota veis discursos no Con- g1·esso para · o Avanço das sciencias, de Coi mb ra, e, em consequencia, na Lo usã e no Porto, tem sido lido com interesse, merecendo a obra e autor grandes elo- gio s. A perso ua lidade !iteraria e diplo- rn at i ca do sr. dr. Cardoso de Oliveira é encorniastic amente apreciad a, recordan- do-se 11 prop os ito os se us trabalhos an- teri ores que lhe haviam garantid o urna so li da reputagão de eminente ho- mem de letras e de grande diplomata.' A e as do Baz e Nova me nte se reuniu ontem a Comis- ,.Ál ão de Vereadores encarregada de re- solver o ultimo conflito entre a Camara e l1> Companhia do Gaz, conflito que provem do facto da Companhia ter pos- to de parte as disposições dos contractos vigentes no tocante a preços de ilumi· naçã o e acessorios. Na da transpirando do que nesta reu- ni ão se passou, parece todavia que a referida Comissão já. tem completa a nota oficial de dive r sos casos recentes em que a Companhia tem agido em de- trimento dos mesmos contractos e do publico consumido r. A Comissão torna a reunir-se hoje. V alidação de candida- turas Pelas comissõ es de verificação de po- deres foram validados mais os seguin- t es mandatos de deputados Co vilhã - Autonio J º'é Pe reira, José Vice nte Barata e Carvalho da Silva. S ;nl1rrem -'l' a vares Ferreirn, Dago- berto Gueiles, Queirós Vaz Guedes e Gi- nesbl Machado. Lisboa - Ori:ental - Antonio Jo de Almeida, Afonso Costa, A ot onio Maria da Sil va, Barros Queirós, Alfredo Gui· zado, Nun es Loureiro, i>estana Junior . e Alfredo Nordeste. L isboa - Ocidental - Alfredo Rodei· gues Gaspar, Daniel Rodrigues, Ale- xandre Ferreira, João Luís Ricardo, Alberto da Silveira, Amancio de Al- poim, Antonio Cabral e Elmano da Cunha e Costa, tendo este candidato monarquico substituido o seu correli- g:ionario Lopo Vaz, que havia sido pro- clamado na assembleia de apuramento. Evora-Alberto Jordão. Para os ou- tros dois candidatos foi mandada repe- tir a eleição na assembleia de Portel. Macau - Manuel Ferreira ,da Rocha. Portalegre - Baltazar Tei.xe1ra, João Carnoesas e Severino Santa na Ma.rques. Coimbra - Dias Pereira, Torres Gar- cia, Domingos Lara e José de Napoles. 81J.nto Tir110 - Pires Monteiro, Cunha Araujo e Crispiniano da Foaseca. Etvaa - Rui Andrade e Fernandes de Oliveira. Poucos processos ficaram po_r julgar, e dêstes parece que a nova comissãe> de poderes permanede, a eleger depois de constituída a camara, poderá ocupar- ... Partido Republicano Português O Directorio do P. R. P., sentindo as injustas e ofensivas afirmações que o Directorio do Partido Nacionalista fez na sua nota oficiosa, ontem publi .. cada pela imprensa, sobre os intuitos e o procedimento poli- tico .do Dir:!ctorlo do P. R. P., desta agremiaçãô partidaria e dos membros da maioria das Comissões de Verificação de Poderes no tocante ao julga• menta de algumas eleições de deputados, repele integralmen- te as ditas afirmações, contra as quais aliás. protesta a propria atitude de lealdade e evidente boa vontade que o P. R. Nacio. nalista, durante o acto eleito· ral, sempre notou e reconhe- ceu da parte do nosso Partido e dos seus corpos dirigentes. O P. R. P. elegeu os seus de- putados por força propria, e esses lhe bastam para cumprir cabalmente a sua missão nacio· nal, não necessitando de usar de meios ilegítimos ou menos decorosos para aumentar o seu numero. Sente o Directorio que, com base em decisões livre e ho- nestamente tomadas pelas co· missões sobreditas, onde o P. R. N. tinha v.ogais da sua es• colha e confiança, se declare uma irredutibilidade politica que os altos interesses da Re- ·publica e do País não justifi- cam, nem toleram; mas, confia• do na ponderação que, a breve trecho, trará a indispensavel reconsideraçâo, aguarda serena· mente os acontecimentos, sau• dando todos os ilustres correli• gionarios, vogais da s comissões de Verificação de Poderes, aos quais outorga uma perfeita so· lidaríedade. Para esclarecimento da opi· nião publica, dão.se á estampa as seguintes informações: No circulo de Alcobaça fo· ram julgados definitivamente eleitos os candidatos Adolfo Teixeira Leitão, Viriato Serto- rio dos Santos Lobo e José de Moura Neves, não obstante ha- ver sido proclamado na assem .. leia de apuramen to outro can· didata em preterição deste ul• timo, por ter havido viciação na acta duma assembleia pri- maria, alteraado o numero de votos o qu al no entanto se en- contrava previamente verifica- do por certidão passada nos termos do Codigo Eleitoral. Sobre a proclamação do can. didata dr. Dias Pereira, pelo circul9 de Coimbra, com pre- terição do candidato naciona• tista dr. João Bacelar, convém esclarecer: -- que a Comissão de Verificação, a quem o res• pectivo processo ficou afecto, tentou, durante duas sessões, convencer os vogais da mino• ria de que os motivos ou fun"'. damentos invocados pelo can- didato, agora eleito, eram fua. damentados, jurídicos e apoia- dos na opinião dos melhores comentadores. E assim, conta- dos 112 votos que a Assembleia de Apuramento, indevidamen .. de, lhe não contou, procedeu conforme o criterio adotado e seguido no processo de Aveiro e outro, com plena concordan• eia dos vogais nacionalistas que assinaram os respectivos acór- dãos. Dando a eleição de Seixo, concelho de Montemor-o·Velho, como inexistente, procedeu con- forme a Lei eleitoral e as me• lhores opiniões, visto que não passou de uma pseudo-eleição a que não assistiram nem presi· dente ou suplente nomeados, nem nem candidatos ou seus delegados, e, como se isto não bastasse, foi feita por uma oseudo·cópia do I• . ATITUDES INCONVENIENTES Na sessdo parlamentar de ontem alguns nacionalistas, com o maM séstro de prejudicarem os traba .. lhos, fizeram das suas. A proposi- to do trabalho das comissões dtJ verificar/lo de poderes, os sra.· Marques Loureiro e Francisco Cruz fizeram grande alarido, e alarido tão grande que obrigaram o sr. Presidente da Gamara, sar da sua benevolencia, a inter- rompe1· os trabalhos .. lvlaus proces- sos. Deixa prever que· esses senho- res, longe de quererem cooperar na obra nacional que o parlamento se deve impôr, pensam apenas em estabelecer a confusão que desa- creditou o ultimo parlamento, des· moralizando-o e tornando.o quast absolutamente inutil. Então admite-se que republica· nos, devendo respeito á Republica e a si proprioe, procedam tão ar..: bitrariamente que provoquem tumul- to, num dia destinado pela praxe a saudações amistosas ou pelo me-: nos corretas? Procedendo assim, os naciona;; listas que , prov ocaram o assunto · deram uma prova manifesta de in-: sensatez que só os monarquico1 apreciaram. Estes que lhes agrade9am, Deputados sem votos é que n<la podem - Boataria · Ontem á tarde começaram · correwÚ no Parlamento boatos tétricos sobre a or• · dem public:J.. Afinal nada se confirmava, o que não impediu de se tomarem as videncias aconselhadas em tal caso. Sant11 gente, estes boateiros• Que miseria. A proposito da renunaia presidencial e da eleição que hoje deve realisar-se como consequeneia dessa renuncia, teem- se levantado mo ntanhas de intrigas. E' uma miseria com o aspecto mais repu- gnante da miseria -a moral, aquela que. não merece simpatia nem pieiade. Po lic ia administrativa A imprensa tem-se referi.do, lia tres dias, ao es tranho caso que representa a prisão arbitraria de alguns interpretes oficiais, só porque, como se afirma, resol· veram dar mais gratificações a se<o melhante policia, que, com essas rias p risões, est e rioriz ou a sua 11atural vingança. O Reb ate ocupou-se e ha-de ocupar-se detidamente do caso, que reveste, não a6 a gravidade que lhe um per feitc abuso de au t or idade, porque os presos ftwa• mandados em paz sem outras consequen- cias que não f ôssem as de pa88arem uma noite no Governo Civil, como ainda aquela que lhe empresta o aspecto moral, que não pode ser descurado só porque, segundo corre, ha de empresas de porte em jogo, que se servem dos dádos da policia administrativa para vezarent quem se recusa a facilitar-lhes os trun". /os. E' de esperar que as prov1:deneia1 to eleitoral; passada com data de Março ou Maio, quando é certo as operações de recensea- mento terminarem em 8 de Ju• lho. E' doutrina assente que, em casos tais, o acto se deve dar como inexistente e não como nulo. De resto, em nada seria melhorada a situação do candi- dato Bacelar, embora se repe·' tisse tal eleição, pois que, pre- sentementemente, a sua ilegibi-: tidade é manifesta. * Esta mesma doutrina foi se: guida pela Comissão no julga. mento da eleição do circulo do Santo Tirso, sendo de notar que aqui foi excluido o candi· dato democratico em beneficio do erquerdista. Não serl isto uma prova do imr arcial:dade e isenç'.io?

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ANO . IV--NUMERO 1.177 ·-

I .. REÇO 20 CENTAVOS

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PR O'PRl E DA DE DAS C'OIUSS'ÕES no P. R. P., EM LISBOA + li ltnba; 2.•, 5«X>; 3.•, MOO. Sec- 6t00; Pro11incias, trimestre, lst()l;

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ção de anuncios Cmedlda esttei- Colónias, trimel!tre, 4'*10; &. · ta, t40 a linha.-Todas esttlS pu• tran11Clro, trimestre, ootOO. bl!cações sllocontadaspelotlno· Numero awlso, t®centa\loJ;

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A p o L í T 1 e A D o o 1 A I~ rlRLl~RT~ ......

O assunto q e se encontra na ordem do dia, prendendo as atenções de quantos acampa• nham a marcha dos aconteci• mentas políticos, é a renuncia do sr. Presidente da Republica que deve ser hoje comunicada oficialmente ao sr. Presidente do Senado, Correia Barreto. Ha muito que o sr. Teixeira Oo· mes manifestou o proposito de resignar, já por motivo da sua ~_!!de abalada, já por certa in· compatibilidade com a atmosfera política que se respira, envene• nada por egoísmos e ambições alheiados de todo o espírito de· mocratico.

O movimento de 18 de Abril, representando um agravo á Coas· tituição e á propria Republica, acentuou esse proposito, só re· tirado após uma calorosa ma· nifestação parlamentar, á qual não correspondeu a vida nova de que no lance se falou. Pro­meteu-se enveredar por um ca· minha mais patriotico e con­sentaneo com as necessidades ào país, mas, passada a tor .. menta, continuou.se na pratica dos mesmos condenaveis pro· cessas.

E1·a a reincidencia manifesta. Nessas condições, o ilustre cida­dão sr. Teixeira Gomes delibe• rou renunciar, mantendo-se até agora na sua alta magistratura, em que tanto honrou a -Repu• blica, por sacrificio patriotico, no desejo bem sincero de não criar graves dificuldades ao rê-

' gim e. E' essa renuncia que o país

ainda hoje deve conhecer. Devemos dizer que o sr. Tei­

xeira Gomes durante os dois anos e pouco mais da sua ma­gis tratura conservou o mais completo aprumo moral, tor- , nando-se digno das mais vivas simpatias e criando em volta de si uma aureola de solidarieda• de que o podia auxiliar do de· sempenho do seu honroso man­.dato.

O seu temperamento, porém, e ainda 11. sua delicada saude, não lhe permitem reagir e r~­tira n do-se sem saudades do pos .. to que lhe confiaram, pode guard~r com orgulho a certesa de bem ter cumprido o seu de­ver.

Quem vai assumir a alta ma­gistratura da nação?

Segundo todas as probabili· dades o sr. dr. Bernardino Ma­chado.

O nome de s. ex.ª não sur­preende ninguem. As suai altas ,quali clades morais, intelectuais

PRESIDENCIA DA REPUBLICA O s r. Presidente cli::i Republica, acom­

panhado do seu oficial ás ordens, capi· t ão sr. E'lorentino Martins, vi•itou on­t em a sua casa particular fila Gibalta.

Com o sr. Teixeira Gomes, almoçou hoj d no Palacio de Belem o sr. Colum­bano Bürdalo PinLe iro.

Um processo pendente A Uuec\)1ío Geral .dos Impostos rnli.

citou providencías ás bstancias cornpe­tent.es para que com rapidez seja ju gado o processo judicial peodente na comarca de Santa Cruz, liha da Ma­deira, contra os it1dividuos que em 1023 assaltaram a respectiva repart1ção de ânanças, deixando como morto o com­petente chefe sr. Fernando de Assunção Mcrniz,

e civicas lmpõem:no ã consid&i ração de todos.

Para nós, republicanos, ê uma figura de alto relevo, cujo apostolado infatigavel fez de­sabrochar fotensamente a idea republicana em Portugal, guian­do·a carinhosamente á vitoria. Caracter são, espírito são, es· truturalmente democrata, fazen· do da Democracia o mais alto conceito, o sr. dr. Bernardino Machado nunca em circunstan· eia alguma deixou de ocupar o posto que lhe fôsse indicâdo para servir a Republica.

E em cada um desses postos, no Governo Provisorio, na Le· gação do Rio de Janeiro, na Presidencia da Republica, mar· cou sempre, constantemente, a sua poderosa individualide, afirmando.se como um grande patriota e um grande republi• cano.

Presidente da Republica, um movimento criminoso contra o regime e a Patria, arrancou.o violentamente do seu lugar, não sem que ele lavrasse perante o país e perante a Eur_opa o seu protesto justo e eloquentissimo.

Encerrado esse periodo ver· gonhoso e sinistro da nossa his­toria politica, esmagada a trai­ção, tudo indicava que ao sr. dr. Bernardino Machado fosse dada a natural e logica reparação de ser reconduzido no lugar que honrava e de que fôra esbulha· do pelo crime, triunfante duran· te treze meses.

Mas 1 falta de coragem mo· rai determinou que não se pro· cedesse assim, e, ao mesmo tempo, como que se consagran· do o dezembrismo, - nem se­quer a sua legislação reaciona· ria foi imediatamente revogada, -deixavam.se sem reparação ai .. guns dos homens que havia afrontado, e entre eles o chefe do Estado, o presidente da Re· publica Portuguesa, o sr. dr. Bernardino Macha'cfo.

A eleição de agora, recaindo no honrado nome do grande ci­dadão, pode e deve ser um acto reparador que até agora se dei• xou de praticar.

O seu espírito conciliador e inexcedivelmente republicano, o seu perfeito conhecimento dos homens e dos negocios publi .. cos, a sua allare que o tornam atraente, a generosidade do seu coração, são qualidades que o impõem para presidir a obra nacional e democratica a reali· zar.

O Congresso da Republica realizará um nobre gesto de re• paração elegendo o sr. dr. Ber .. nardino Machado.

O enigmatico Abd-el-Krim Não aceita a paz? ...

LONDRES, 10-0 presidei:te da mis­são liuanceira britanica qae foi a Mar-1ocos, regressou da sua visita a Abd-el­Krim, sem ter conseguido persuadi-lo~ tomar em consideração as propostas da paz que lhe foram feitas pela França e pela Espanha, cm Juaho ultimo.

... Ou resolve-se a aoeita·la? LONDRES, 10 - A a Westminster

Gazzete» anuncia que o seu correspon· dente em Taagor, sr. Cauning, foi en­carregado c>ficialmente por Abd-el-Krim de negociar a paz nas bases das condi­•;ões franco-espanholas.

"0 REBATE" .ll!lll,•vu.1so ao oenta.vo!ill

Os monarquicos adotam para 1

seu uso o protocolo da indelicadesa

Ontem na primeira sessão da Camara dos Deputados, os mo• nar.quicos demonstraram á sa· ciedade que andam bastante abandonados de gente de valor e por esse motivo o nível men .. tal do seu grupo parlamentar desceu sensivelmente.

Procedendo•se á eleição da Mesa, o ilustre homem publico sr. Alfredo Rodrigues Gaspar, ocupou o seu lugar, agradecen· do a eleição.

Os diversos j"rupos parlamen .. tares manifestaram-se por inter~ medio dos seus "leaders, apre­sentando as suas saudações e homenagens ao novo presiden· te. Palavras de sincera amisade ou de polida cortesia foram proferidas e aplaudidas por to· da a Camara.

Mas os monarquicos, culto..; res rto ancien régime, querendo ter os papyrus da gentilesa, julgaram necessario apresentar uma amostra do seu protocolo e, pela voz do seu leader sr. Antonio Cabral, manifestaram· se grosseiramente. Declarou o famoso leader não se associar aos cumprimentos ao novo pre­sidente da Camara e, a propo­sito dêsses cumprimentos, co­meçou "divagando asnaticamen· te, aproveitando até o ensejo de não estar presente o sr. Nu_. no Simões para aludir á cam­panha miseravel que contra esse homem publico se está fazendo em certa imprensa.

Essas palavras inconvenientes tiveram imediata resposta, sen­do censuradas com aplauso de toda a Camara.

A impressão causada foi de­sagradabilissima, não pelo as• pecto politico, pois de inimi­gos não se podem esperar ama .. bilidades, más, principalmente, pelo aspecto moral.

Verificou-se desde logo que o nivel monarquico desceu bastante.

Registou·se logo que o sr. Aires de Ornelas, quando lea• der monarquico, sendo como é um implacavel inimigo do re-

. gime republicano, foi sempre de uma grande correcção, nun­ca hesitando em fazer justiça aos homens oü, pelo menos, em ter para com eles as atenções devidas.

Da mesma maneira procedia sem'pre o sr. Morais de Carva• lho, que era o mais estudioso e correcto dos deputados monar. quicos que assictuamente assis• tiam ás sessões.

Ontem foi o que se viu. Depois do sr. Antonio Ca­

bral falar houve um intervalo comico pelo sr. Elmano da Cunha e Costa, que obteve um suctsso de gargalhada, por tal forma se apresentou.

Isto é, os monarquicos es• treíaram-se mal nesta legislatu· ra, deixando provada a sua de .. cadencia.

Sociedade das Na~oos O problema do desarmamento

e a situação da Slrla

GENEBRA, 10. - O oonselho execu­tivo da Sociedade das Nações iniciou ontem o debate sobre o problema do de­sarmamento, tendo nomeado uma comis­são para preparar a respectiva confe­rencia internacienal.

O conselho aprovou o relatorio da co­missão financeira para a restauração economica da Hungria e da Austria.

O conselho deliberoa que a comissão permanente de mandatos se reuna em sesHão extraordinaria em fevereiro pro­ximo, na cidade de Roma, para delibe­rar sobre a situação da Síria.

A Franca e a Inglaterra de acordo

GENEBRA, 10. -A França e a la.; glaterra cheg-iram a Mordo sobre o pro­blema do de~armame11w.

Campanha ignobil Porque tem probabilidades de ser

eleito Presidente da Republic:. o ·aus­tero democrata, figura inesquecinl dos tempos da propaganda e personalidade marcante na sociedade portuguesa que se chama Bernardino Machado, intensi­fica-se na imprensa monarquica a mais torpe e inadmissível de todas as cam­panhas, torpe porque é tão faha como injusta, inadmissivel por partir de gen· te que não tem a minima autoridade moral para discutii a eleição do chefe do E stado, visto que, nessa importan· tissima questão, aceitam de bom grado o Manuel da Ericeira ou o Nuno das coécas do pacto de Douvres, de que tem sido ama seca a D. Aldegundes, sempre de olhos revirados, travessamente pus· tos cm alvo na corôa •.. de qualquer homem que venha a ser rei, e que disso tenha simples e · afastadas probabilida­des.

O 1not de ordre é este: o dr. Bernar­dino ?liachado não é português.

~>to EÓ lembraria aos filhos daquelas mães que crearam os futuros directores de semelhantes jornais e de que seme­lhantes processos fazem uzo.

Porque é mesmo assim que devem ser tratados.

O dr. Bernardino Machado foi, na vi­gencia da monarquia, um dos mais dis. tintos professores da Universidade de Coimbra.

A' cHedra, que exemplarmente hon; rava, o foram buscar para ministro des­sa mesma monarquia,-por sinal que não serviu muito tempo, pouco disposto que esteve a sancionar adeantamentos.

Pois se o dr. Bernardioo Machado; nesse tempo era portugoêi, tão portn­g uê:1 que servia para ministro, deixou por ventura de o ser, só porque aderiu á, Republica e esta, muito legitimam~nte, lhe reconhece os predicados necessarios para exercer a mais alta magistratura da nação?

Que respondam aqueles anj i11hos que fazem parte das côrtes das S. Anas, porque os serafins foram i carqueja. •

DR. CMtDOSO DE OLIVEIRA !u&t.\S referencias â sua per­

sonalidade RIO DE JANEIRO, 9.-0 volume

em que o sr. dr, Cardoso de Oliveira, embaixador do Brasil em Lisboa, publi­cou os seus nota veis discursos no Con­g1·esso para· o Avanço das sciencias, de Coimb ra, e, em consequencia, na Lousã e no Porto, tem sido lido com interesse, merecendo a obra e autor grandes elo­gios. A persoua lidade !iteraria e diplo­rnatica do sr. dr. Cardoso de Oliveira é encorniasticamente apreciada, recordan­do-se 11 proposito os seus trabalhos an­teriores que já lhe haviam garantido urna so lida reputagão de eminente ho­mem de letras e de grande diplomata.'

A ~amara triunici~al ~e u~n~a e as Comuan~ia~ do Baz e Electrici~a~e

Novamente se reuniu ontem a Comis-,.Álão de Vereadores encarregada de re­

solver o ultimo conflito entre a Camara e l1> Companhia do Gaz, conflito que provem do facto da Companhia ter pos­to de parte as disposições dos contractos vigentes no tocante a preços de ilumi· nação e acessorios.

Nada transpirando do que nesta reu­ni ão se passou, parece todavia que a referida Comissão já. tem completa a nota oficial de diversos casos recentes em que a Companhia tem agido em de­trimento dos mesmos contractos e do publico consumidor.

A Comissão torna a reunir-se hoje.

Validação de candida­turas

Pelas comissões de verificação de po­deres foram validados mais os seguin­t es mandatos de deputados

Covilhã - Autonio J º'é Pereira, José Vicente Barata e Carvalho da Silva.

S ;nl1rrem-'l'avares Ferreirn, Dago­berto Gueiles, Q ueirós Vaz Guedes e Gi­nesbl Machado.

Lisboa - Ori:ental - Antonio José de Almeida, Afonso Costa, Aotonio Maria da Silva, Barros Queirós, Alfredo Gui· zado, Nunes Loureiro, i>estana Junior

. e Alfredo Nordeste. L isboa - Ocidental - Alfredo Rodei·

gues Gaspar, Daniel Rodrigues, Ale­xandre Ferreira, João Luís Ricardo, Alberto da Silveira, Amancio de Al­poim, Antonio Cabral e Elmano da Cunha e Costa, tendo este candidato monarquico substituido o seu correli­g:ionario Lopo Vaz, que havia sido pro­clamado na assembleia de apuramento.

Evora-Alberto Jordão. Para os ou­tros dois candidatos foi mandada repe­tir a eleição na assembleia de Portel.

Macau - Manuel Ferreira ,da Rocha. Portalegre - Baltazar Tei.xe1ra, João

Carnoesas e Severino Santana Ma.rques. Coimbra - Dias Pereira, Torres Gar­

cia, Domingos Lara e José de Napoles. 81J.nto Tir110 - Pires Monteiro, Cunha

Araujo e Crispiniano da Foaseca. Etvaa - Rui Andrade e Fernandes

de Oliveira. Poucos processos ficaram po_r julgar,

e dêstes parece que só a nova comissãe> de poderes permanede, a eleger depois de constituída a camara, poderá ocupar­...

Partido Republicano Português

O Directorio do P. R. P., sentindo as injustas e ofensivas afirmações que o Directorio do Partido R· Nacionalista fez na sua nota oficiosa, ontem publi .. cada pela imprensa, sobre os intuitos e o procedimento poli­tico . do Dir:!ctorlo do P. R. P., desta agremiaçãô partidaria e dos membros da maioria das Comissões de Verificação de Poderes no tocante ao julga• menta de algumas eleições de deputados, repele integralmen­te as ditas afirmações, contra as quais aliás. protesta a propria atitude de lealdade e evidente boa vontade que o P. R. Nacio. nalista, durante o acto eleito· ral, sempre notou e reconhe­ceu da parte do nosso Partido e dos seus corpos dirigentes.

O P. R. P. elegeu os seus de­putados por força propria, e esses lhe bastam para cumprir cabalmente a sua missão nacio· nal, não necessitando de usar de meios ilegítimos ou menos decorosos para aumentar o seu numero.

Sente o Directorio que, com base em decisões livre e ho­nestamente tomadas pelas co· missões sobreditas, onde o P. R. N. tinha v.ogais da sua es• colha e confiança, se declare uma irredutibilidade politica que os altos interesses da Re­·publica e do País não justifi­cam, nem toleram; mas, confia• do na ponderação que, a breve trecho, trará a indispensavel reconsideraçâo, aguarda serena· mente os acontecimentos, sau• dando todos os ilustres correli• gionarios, vogais das comissões de Verificação de Poderes, aos quais outorga uma perfeita so· lidaríedade.

• Para esclarecimento da opi· nião publica, dão.se á estampa as seguintes informações:

No circulo de Alcobaça fo· ram julgados definitivamente eleitos os candidatos Adolfo Teixeira Leitão, Viriato Serto­rio dos Santos Lobo e José de Moura Neves, não obstante ha­ver sido proclamado na assem .. leia de apuramento outro can· didata em preterição deste ul• timo, por ter havido viciação na acta duma assembleia pri­maria, alteraado o numero de votos o qual no entanto se en­contrava previamente verifica­do por certidão passada nos termos do Codigo Eleitoral.

• Sobre a proclamação do can.

didata dr. Dias Pereira, pelo circul9 de Coimbra, com pre­terição do candidato naciona• tista dr. João Bacelar, convém esclarecer: -- que a Comissão de Verificação, a quem o res• pectivo processo ficou afecto, tentou, durante duas sessões, convencer os vogais da mino• ria de que os motivos ou fun"'. damentos invocados pelo can­didato, agora eleito, eram fua. damentados, jurídicos e apoia­dos na opinião dos melhores comentadores. E assim, conta­dos 112 votos que a Assembleia de Apuramento, indevidamen .. de, lhe não contou, procedeu conforme o criterio adotado e seguido no processo de Aveiro e outro, com plena concordan• eia dos vogais nacionalistas que assinaram os respectivos acór­dãos.

Dando a eleição de Seixo, concelho de Montemor-o· Velho, como inexistente, procedeu con­forme a Lei eleitoral e as me• lhores opiniões, visto que não passou de uma pseudo-eleição a que não assistiram nem presi· dente ou suplente nomeados, nem v~ais, nem candidatos ou seus delegados, e, como se isto não bastasse, foi feita por uma oseudo·cópia do recenseamea~

I•

fÍOOúESii:RÊêilÊ~ (~ .

ATITUDES INCONVENIENTES

Na sessdo parlamentar de ontem alguns nacionalistas, com o maM séstro de prejudicarem os traba .. lhos, fizeram das suas. A proposi­to do trabalho das comissões dtJ verificar/lo de poderes, os sra.· Marques Loureiro e Francisco Cruz fizeram grande alarido, e alarido tão grande que obrigaram o sr. Presidente da Gamara, ap~

sar da sua benevolencia, a inter­rompe1· os trabalhos .. lvlaus proces­sos. Deixa prever que· esses senho­res, longe de quererem cooperar na obra nacional que o parlamento se deve impôr, pensam apenas em estabelecer a confusão que desa­creditou o ultimo parlamento, des· moralizando-o e tornando.o quast absolutamente inutil.

Então admite-se que republica· nos, devendo respeito á Republica e a si proprioe, procedam tão ar..: bitrariamente que provoquem tumul­to, num dia destinado pela praxe a saudações amistosas ou pelo me-: nos corretas?

Procedendo assim, os naciona;; listas que ,provocaram o assunto · deram uma prova manifesta de in-: sensatez que só os monarquico1 apreciaram.

Estes que lhes agrade9am, Deputados sem votos é que n<la

podem ur.~ -Boataria ·

Ontem á tarde começaram· correwÚ no Parlamento boatos tétricos sobre a or• · dem public:J.. Afinal nada se confirmava, o que não impediu de se tomarem as pro~ videncias aconselhadas em tal caso. Sant11 gente, estes boateiros •

Que miseria. ~. A proposito da renunaia presidencial

e da eleição que hoje deve realisar-se como consequeneia dessa renuncia, teem­se levantado montanhas de intrigas. E' uma miseria com o aspecto mais repu­gnante da miseria -a moral, aquela que. não merece simpatia nem pieiade.

Policia administrativa A imprensa tem-se referi.do, lia tres

dias, ao estranho caso que representa a prisão arbitraria de alguns interpretes oficiais, só porque, como se afirma, resol· veram n~o dar mais gratificações a se<o

melhante policia, que, com essas arbitra~ rias prisões, esteriorizou a sua 11atural v ingança.

O R ebate ocupou-se e ha-de ocupar-se detidamente do caso, que reveste, não a6 a gravidade que lhe dá um per feitc abuso de autoridade, porque os presos ftwa• mandados em paz sem outras consequen­cias que não f ôssem as de pa88arem uma noite no Governo Civil, como ainda aquela que lhe empresta o aspecto moral, que não pode ser descurado só porque, segundo corre, ha int~resset de empresas de trans~ porte em jogo, que se servem dos dádos da policia administrativa para vezarent quem se recusa a facilitar-lhes os trun".

/os. E' de esperar que as prov1:deneia1 o~

to eleitoral; passada com data de Março ou Maio, quando é certo as operações de recensea­mento terminarem em 8 de Ju• lho.

E' doutrina assente que, em casos tais, o acto se deve dar como inexistente e não como nulo. De resto, em nada seria melhorada a situação do candi­dato Bacelar, embora se repe·' tisse tal eleição, pois que, pre­sentementemente, a sua ilegibi-: tidade é manifesta.

* Esta mesma doutrina foi se: guida pela Comissão no julga. mento da eleição do circulo do Santo Ti rso, sendo de notar que aqui foi excluido o candi· dato democratico em beneficio do erquerdista.

Não serl isto uma prova do imr arcial:dade e isenç'.io?