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Trabalhos de Inovação

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Instrumento de identificação na prevenção de erros de medicações anestésicas

Autor: Cristiane P. Fragoso Reis

Co-autores: Camila Moreira Paladino, Paula Refinetti Camerini

Ongaro

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-2519

Introdução: o erro de medicação caracteriza-se, segundo defi-nição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), como qualquer evento evitável que, de fato ou potencialmen-te, pode levar ao uso inadequado de medicamento, podendo estar relacionado à prática profissional, produtos usados na área da Saúde, procedimentos, problemas de comunicação, incluindo-se prescrição, rótulos, embalagens, nomes, prepa-ração, dispensação, distribuição, administração, educação, monitoramento e uso de medicamentos. Como profissionais de saúde atuantes no Bloco Operatório, onde as atividades são desenvolvidas em ambiente estressor devido à gravidade dos pacientes e à complexidade do ato anestésico e cirúrgico, sabemos da real necessidade de vigilância contínua, evitando assim o aumento do índice dos eventos adversos relacionados principalmente à administração errônea de medicação na prá-tica anestésica. Estudo realizado pelo Canadian Anesthesiolo-gists Society mostrou que 85% dos anestesiologistas já tiveram alguma experiência com a troca na administração de drogas, 98% com conseqüências mínimas, porém com relato de qua-tro óbitos. Em abril de 2004, criou-se no Hospital Israelita Al-bert Einstein (HIAE) um grupo de erros de medicação, como parte do Departamento de Gerenciamento e Vigilância de Risco, para assegurar a melhoria da qualidade e segurança do paciente, incentivando e conscientizando a equipe assistencial a notificar o erro de medicação como evento adverso grave. A cartela adesiva de identificação das seringas é uma inicia-tiva relevante para minimizar os erros de medicação passíveis de ocorrer dentro do Bloco Cirúrgico. Objetivos: aprimorar o processo de identificação das seringas de medicação durante o procedimento anestésico, visando à segurança do paciente,

da equipe anestésica e de enfermagem; facilitar o acesso ao instrumento de identificação; atualizar e otimizar o uso das etiquetas de identificação dos medicamentos por meio das Normas de Padronização para Drogas NBR 14490, da ABNT, e Resolução RDC/ANVISA n° 9, de 2 de janeiro de 2001; evi-tar acidentes por troca de medicação. Metodologia: após a revisão de literatura, apresentamos o levantamento sobre as drogas mais utilizadas na anestesia, realizado com as lideran-ças das equipes de anestesia mais atuantes no Bloco Cirúrgico do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). A partir desta abordagem, foi disponibilizado um instrumento de identifica-ção na forma de cartela adesiva (anexos – figura 1), contendo os nomes das medicações nas cores padronizadas conforme as normas da ABNT e ANVISA citadas anteriormente. A cartela possui 10 linhas, com 2 colunas em cada linha, totalizando 20 etiquetas. Cada etiqueta é adesiva, o que facilita sua colocação nas seringas que contêm as medicações. A cartela possui 10 cm de altura por 8 cm de largura. Das 20 etiquetas, 7 tiveram pro-positadamente deixadas sem referência o campo do nome da comercialização, mas tiveram mantidas as cores padronizadas, dando liberdade ao anestesista para utilizar outras drogas com a mesma classificação farmacológica de alguns medicamentos apontados. Adicionalmente, foram deixados quatro campos de cor branca que, caso venham a ser utilizados, deverão ser preenchidos com o nome do medicamento. A cartela adesiva de identificação das drogas acompanha a caixa de psicotrópi-cos retirada na farmácia pelo anestesista. Resultados: cabe ini-cialmente uma breve descrição do processo anterior, de difícil acompanhamento e manutenção. O carro de medicação de anestesia, além dos itens que o compunham, tinha cerca de 20 rolos identificados individualmente com os nomes das medica-ções, sendo que cada rolo continha apenas a identificação de um medicamento. A grande quantidade de rolos individuais demandava uma checagem constante pela enfermagem para a reposição dos 24 carros de medicações existentes no setor, assim como gerava desperdício devido à grande quantidade de adesivos num rolo, levando à ausência de aderência destes na seringa, resultando num instrumento não muito confiável e se-guro para ser utilizado na prevenção de erros de medicações. Conclusão: o desenvolvimento da cartela de identificação de drogas foi um passo relevante no aprimoramento da preven-

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ção de eventos adversos relacionados aos erros de medicação passíveis de ocorrer durante a anestesia. Sistematizou o pro-cesso, ao induzir os envolvidos à utilização de um instrumento acessível, e propiciou de forma natural o foco na segurança necessária no contato diário com o paciente, o que representa a melhoria da qualidade da assistência prestada. A cartela de identificação de drogas deve servir de estímulo para o desen-volvimento de novas ferramentas que ampliem a dissemina-ção de uma cultura de segurança nas instituições hospitalares, onde o cuidar jamais pode estar dissociado do prevenir.

I-2

E-learning: estratégia educacional para profissionais da saúde

Autor: Cristina Mizoi

Co-autores: Adriana Martins da Silva, Euma F. Souza, Lélia G. R.

Martin, Lissandra Borba da Cunha, Regina Mayumi Utiyama, Rosana

L. Correa, Sandra Oyafuso, Sandra Cristina P. L. Shiramizo

Instituição: Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-0607

Introdução: o treinamento no ambiente hospitalar tem por fi-nalidade aprimorar as competências e habilidades do profis-sional de saúde, seja no momento da admissão na instituição, na revisão do conhecimento, no desenvolvimento contínuo e nas novas práticas. Atualmente, com a expansão do conheci-mento e o rápido acesso à informação, é imperiosa a busca por novas estratégias de treinamento no ambiente hospitalar, den-tre elas o uso da ferramenta e-learning para auxiliar na trans-missão das informações de forma padronizada e que atenda às necessidades institucionais. O e-learning (e = eletrônico; learning = aprendizagem) é uma metodologia de ensino à dis-tância que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos tecnológicos e de multimídia, veiculado através da internet. O tempo de duração do e-learning pode variar de 15 minutos a várias horas, e no rapid e-learning o tempo pode variar de 5 a 15 minutos. O rapid e-learning tem como objeti-vo atender às necessidades da dinâmica dos profissionais que estão à beira-leito. Os provedores de treinamentos na área da Saúde têm utilizado cada vez mais essa estratégia em decor-rência das vantagens oferecidas, como: possibilidade de rápida atualização dos conteúdos, customização dos conteúdos trans-mitidos, facilidade de acesso e flexibilidade de horários, ritmo de treinamento definido pelo próprio aluno, disponibilidade permanente dos conteúdos do treinamento, redução do tem-po necessário para o aprendizado, possibilidade de treinar um grande número de pessoas ao mesmo tempo e, ainda, contro-le de acesso e emissão de relatório. Metodologia: trata-se de um relato que envolve o uso de recursos tecnológicos como estratégia para treinamento, utilizando o e-learning auto-ins-

trucional. Tem como objetivo mostrar a construção destes re-cursos mediados pelo uso do computador. A metodologia de desenvolvimento do e-learning baseou-se nas seguintes fases: 1) análise da relevância do tema de treinamento, que deve ser justificada por meio de dados, como, por exemplo, indicadores; 2) avaliação, pelos profissionais da área de treinamento, acerca da pertinência e aplicabilidade do e-learning como estratégia educacional para o tema. Neste momento avalia-se também o número de profissionais que serão considerados como público-alvo, o quanto o tema não sofrerá atualizações em um curto período de tempo e o conteúdo propriamente dito; 3) plane-jamento e construção do conteúdo em conjunto com as áreas afins; 4) elaboração do storyboard e formatação do e-learning, com auxílio de designers e instructional designers, utilizando a ferramenta Breeze®, da Adobe. Nesta construção é definida a utilização dos recursos audiovisuais, como filmes, diálogos interativos, locução, imagens. Os recursos didáticos também devem ser considerados, como a inserção de teste de conheci-mento, avaliação de satisfação do curso e tempo de acesso; 5) testes e melhorias; 6) implementação, com definição do perío-do que deverá ser acessado; e 7) monitoração do treinamento por meio de relatórios obtidos da plataforma gerenciadora do Breeze®, realizada por meio de login individualizado. O pla-nejamento de um curso on-line precisa ir além da importação de conteúdos por meio de uma ferramenta de autoria, é um processo que envolve técnicas jornalísticas, não só pela qua-lidade das imagens e vídeos como também pela entonação da voz do locutor. Resultados: no período de julho de 2005 até os dias de hoje foram desenvolvidas 18 iniciativas em e-learning, como preparo de antibiótico em sistema fechado (592), ferra-menta da qualidade PDCA (310), apresentação da fechadura eletrônica do carro de emergência (853), uso do gel alcoólico (1224), rotavirus (294), eventos adversos graves (195), segu-rança do recém-nascido (134), protocolo de sepse (40), strepto B (104), avaliação de conhecimento em anestesia (20), entre outros. O público-alvo destes treinamentos foram as equipes assistenciais, a equipe médica e as equipes das áreas de apoio e administrativas. Utilizamos alguns recursos inovadores como imagem em 3D e interatividade no treinamento de equipa-mentos. Os treinamentos classificados como rapid e-learning têm mostrado bons resultados, facilitados pelo acesso rápido, pela relevância do tema e pela abrangência do público-alvo em um curto período de tempo. Discussão e Conclusões: o uso da estratégia educacional em e-learning tem crescido em nossa instituição. O conteúdo produzido tem um valor agregado que considera o conhecimento, o recurso tecnológico, a otimização de recursos humanos, a estratégia e o conteúdo direcionado. Ademais, é possível o uso desta ferramenta sem o deslocamen-to físico do treinando para outra área, aprendendo e aplicando o conhecimento in loco. Sabe-se que a implementação de novas estratégias de treinamento gera dificuldades, tornando-se im-perativo dispor de métodos que possam avaliar sua eficácia.

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Centro de reabilitação: novos olhares para a monitoria técnica de enfermagem

Autor: Patricia Agostini

Colaboradores: Renata J. S. Negrão, Cristiane Isabela de Almeida

Instituição Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) – Centro de Reabilitação

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3733-3525

Introdução: em um Centro de Reabilitação (CR) privado que atende 700 pacientes entre adultos e crianças, provenientes de seus domicílios ou internados, foi identificada em reuniões in-terdisciplinares a necessidade de otimização de processos ad-ministrativo-assistenciais nas áreas atuantes, optando-se pela realização de um projeto de monitoria para ser desenvolvido nesse campo. É o primeiro projeto de monitoria nessa insti-tuição voltado à melhoria de processos ligados diretamente à assistência e que propicia ao monitor a vivência da assistência interdisciplinar em reabilitação. Objetivos: otimizar processos administrativo-assistenciais, primando pela segurança do pa-ciente durante sua permanência no CR. Material e Método: o setor de enfermagem de reabilitação foi responsável pela idea-lização e cumprimento do projeto, vinculado à Escola Técnica do Instituto de Ensino e Pesquisa da mesma instituição, pelo fato de ela já possuir este programa de monitoria em outras áreas não-assistenciais. A seleção dos monitores foi realizada pelo coordenador do curso juntamente com o setor de enfer-magem de reabilitação. As principais atribuições dos monitores seriam: auxiliar a equipe interdisciplinar para a disposição dos equipamentos terapêuticos, materiais, rouparia e impressos; orientação dos pacientes às suas salas de atendimento, acom-panhando-os se necessário; guarda e deslocamento do prontu-ário do paciente, zelando na manutenção de sua integridade e sigilo; prevenção de quedas em áreas críticas, permanecendo com os pacientes entre seus atendimentos, bem como na área de vestiários da hidroterapia, além de riscos como a não-iden-tificação por pulseira no paciente no CR; acionamento e di-recionamento dos atendimentos de intercorrências, urgências e emergências. Foram divulgadas aos funcionários do CR as atribuições, áreas de atuação e atividades proibitivas aos moni-tores. As atividades dos monitores iniciaram-se em 7 de maio de 2007, com 12 alunos do curso de Técnico em Enfermagem, divididos em dois grupos de 6 alunos cada, com jornada diária de 5 horas, nos turnos da manhã e da tarde. Nas duas primei-ras semanas, foram treinados quanto a: apresentação geral do programa de monitoria e suas atribuições; treinamento obser-vacional em 20 áreas que compreendem o CR; leitura e dis-cussão de protocolos institucionais referentes aos sistemas de qualidade, gerenciais e documentação institucional; treino prá-tico para deslocamento e transferência de pacientes. Após esse período, foram alocados em áreas de maior risco para quedas

e intercorrências e de maior necessidade de auxílio durante as terapias: fisioterapia neurológica, hidroterapia, fisioterapia infantil, terapia ocupacional infantil, fisiatria, ambulatório de acupuntura, avaliação global adulto, avaliação global infantil e enfermagem de reabilitação. Foi solicitado aos monitores, pacientes e profissionais o parecer acerca do projeto, para que pudéssemos analisá-lo qualitativamente. Resultado: após um mês da implantação, analisamos os relatos, dos quais transcre-veremos alguns: “Gosto do D. (monitor) porque ele sabe brin-car comigo” (K. R. A., 11 anos, internado na UTI Pediátrica, cujo atendimento foi viabilizado no CR); “Excelente, muito atenciosos porque ajudam, sempre dispostos, só posso elogiar” (M. A. A., mãe de D. A., paciente há três anos); “Quero con-tinuar ajudando não só os profissionais, mas também e princi-palmente os pacientes, que muitas vezes vêem ao hospital não só para se tratar, mas procurando alguém humano para con-versar e se sentir querido pelas pessoas, independentemente de sua deficiência e limitações” (M. T. M. A., monitora); “O papel do monitor é muito importante, principalmente por es-tar viabilizando um melhor atendimento ao paciente. É grati-ficante poder auxiliar na transferência do paciente” (A. C. F. S., monitora); “Sinto-me muito útil, pois posso ajudar a equipe de saúde, entreter uma criança ou um bebê para ser realiza-da a fisioterapia ou simplesmente buscar um prontuário. São pequenas coisas que a equipe de saúde deixa de fazer, e assim pode ter mais tempo para dar assistência aos seus pacientes” (C. P., monitora); “Nós, monitores, auxiliamos na segurança do paciente, como no transporte de paciente e treino de marcha” (R. S. S., monitora); “No que toca à acupuntura, é fundamen-tal que o médico seja auxiliado para transporte de pacientes e prontuários, formulários, etc. Por ser um procedimento, o mé-dico precisa estar focado no atendimento” (M.S., fisiatra); “Na fisioterapia, o processo fica mais rápido com o auxílio ofereci-do na entrada e saída de pacientes da piscina terapêutica” (D. G. S., fisioterapeuta). Conclusão: verificamos que os relatos fo-ram positivos à manutenção do projeto e, diante dos benefícios verificados na análise inicial, implementaremos as ações para que possam ser mensuradas também por meio de indicadores.

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Prevenção de plagiocefalia em recém-nascido pré-termo

Autor: Maria Fernanda Dornaus

Colaboradores: Junia Jorge Rjeille Cordeiro, Sandrah Murakami,

Alice Deutsch

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-2787

Introdução: os ossos do crânio do feto são maleáveis para per-mitir a passagem da cabeça pelo canal vaginal. Ao nascimen-

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to observamos diferentes formatos e deformações da calota craniana dos recém-nascidos (RN). A deformação é definida como uma alteração em uma parte do corpo em desenvolvi-mento normal até que uma força mecânica é aplicada. As de-formidades do crânio estão relacionadas à modelagem peripar-tal como nos casos de desproporção cefalo-pélvica, trabalho de parto prolongado, gestações múltiplas e tocotraumatismo. De-vido à plasticidade remanescente dos ossos, causas posteriores ao nascimento são relatadas em Unidades de Terapia Intensiva Neonatais, onde os RN são mantidos com movimentos restri-tos, ficando a cabeça praticamente imóvel. Os recém-nascidos prematuros (RNPT) permanecem internados por maiores pe-ríodos e, como conseqüência, podem apresentar achatamento nas laterais do crânio (plagiocefalia) ou um formato de cabeça estreita e alongada (escafocefalia). A prematuridade reduz a habilidade do crânio em resistir a deformidades, já que é no final da gestação que ocorre o fortalecimento ósseo. Como medida preventiva para plagiocefalia postural, recomenda-se manter o bebê de barriga para baixo quando está acordado, sob observação e alternar a posição da cabeça da criança para a di-reita e para a esquerda durante o sono. O uso de órteses como capacete modelador é indicado para corrigir o formato atípico da cabeça. O capacete faz suave pressão e limita o crescimento em áreas proeminentes do crânio. As deformidades cranianas são comuns e, embora sem repercussão clínica, causam des-conforto e embaraço aos pais, com limitações na vida social da família. Para esses RN e suas famílias, tivemos o objetivo de desenvolver um material para prevenir as deformações postu-rais, considerando que os cuidados descritos em literatura têm aplicação limitada em RNPT internados em terapias intensivas e em condições clínicas instáveis. Metodologia: empregamos a metodologia SPARC, reconhecida para inovação em serviços de saúde, composta pelas fases see-plan-act-refine-commu-nicate (olhe-planeje-crie-refine-comunique). A fase see é de busca de novos caminhos para prestar assistência. A fase plan é uma fase de brainstorming e de gerar idéias. A fase act é de criação de protótipos e de obtenção de feedback. A fase refine é aprimorar o protótipo. A fase communicate é a dissemina-ção da informação para a organização, auxiliando equipes a compreenderem a importância e o impacto de uma inovação. Fase see: a equipe de enfermagem observou que, se conseguís-semos manter a cabeça do RNPT alinhada com o corpo e sem exercer pressão na região occipital, evitaríamos a plagiocefa-lia. A idéia partiu da observação de que a instituição usa, com sucesso, protetores de calcâneo, círculo de silicone rígido em formato de donut, durante cirurgias para prevenir ulcera de pressão. Fase plan: foi proposto o uso deste material para po-sicionar a cabeça do RNPT alinhada com o corpo. Entretanto, seu uso não foi viável. A altura do material provocava a flexão da cabeça com risco de extubação acidental e obstrução das vias aéreas. Sua rigidez poderia escarificar a pele do RNPT. Realizou-se uma busca entre as empresas da área hospitalar

dispostas a desenvolver o produto idealizado. Fase act: duas empresas nacionais iniciaram o desenvolvimento de protótipos. A empresa A solicitou medidas de circunferência do crânio dos RNPT internados, a fim de elaborar um protótipo de silico-ne com formato de donut de tamanho adequado. Fase refine: com os protótipos em uso, observamos a necessidade de ajuste na altura para manter a neutralidade da cabeça-pescoço. Esse ajuste foi realizado com sucesso. Observamos dificuldades na higienização do material e quanto à durabilidade para reutili-zação. Compartilhamos com a empresa, que reduziu o custo do produto a fim de viabilizar o uso individualizado. Fase commu-nicate: comunicamos às equipes o processo realizado e o ca-dastro do produto na instituição. Resultado: o uso do donut de silicone nos RNPT da UTIN iniciou em outubro de 2006. Esse material tem sido rotineiramente usado na UTIN em RNPT como medida de prevenção da plagiocefalia. Desde então, não tivemos mais nenhum caso. Conclusão: padrões de prática de instituições de excelência exigem o atendimento integral das necessidades do paciente e de sua família. Isto oferece às equi-pes a oportunidade de participar dos processos de melhoria contínua por meio da avaliação dos recursos disponíveis e os desafia na criação de novos produtos. No desenvolvimento de um material hospitalar, interferimos no resultado assistencial ao atender à expectativa dos pais na melhoria da aparência dos RNPT. Neste cenário, a inovação possibilitou promover a satis-fação e o bem-estar futuro do RN e seus familiares.

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Multiflex®: recurso utilizado para posicionamento dos pacientes acamados

Autor: Luciane Midory Sakuma

Co-autores: Fátima Araci Tahira Colman, Flávia Alves Beraldo,

Wagner Macedo Bezerra, André Aparecido de Oliveira, Cacilda

Aparecida Costa

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi – São Paulo/ SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-1233

Introdução: o posicionador Multiflex® foi desenvolvido para propiciar o posicionamento correto dos pacientes acamados, cirúrgicos, ou seja, aqueles dependentes da enfermagem para a mobilização e que não conseguem manter seu próprio posi-cionamento, por exemplo, devido às seqüelas neurológicas pro-venientes de acidentes vasculares, aneurismas e até mesmo os pacientes em pós-operatório de cirurgias ortopédicas ou neuro-lógicas, entre outras. Outro ponto que nos motivou à elabora-ção dos posicionadores foi o uso indevido dos enxovais (traves-seiros, lençóis, cobertores, edredons) para posicionamento dos pacientes. Contudo, consumíamos muitos enxovais, chegando a faltar para a unidade. Tínhamos de pedir remessas extras, aumentando os gastos com isso, como podemos observar no

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gráfico do custo mensal do enxoval segundo o consumo em kg em 2005, no qual o consumo médio foi de 25.340,84 kg de rou-pa/mês e o gasto médio foi de R$ 19.156,75, capital que poderia estar sendo investido no aperfeiçoamento e especialização dos nossos funcionários. Objetivo primário: redução em até 30% no consumo de lençóis, edredons, travesseiros e toalhas atualmen-te utilizados para posicionar, algumas vezes de forma inadequa-da, ocasionando o desperdício de enxoval. Objetivo secundário: promover o posicionamento anatômico dos pacientes com o uso dos posicionadores. Metodologia: por meio da ferramenta da qualidade 5W2H, desenvolvemos nosso plano de ações para implantar o material desenvolvido. Para apresentar o posiciona-dor Multiflex® aos pacientes e acompanhantes, desenvolvemos um folder que explicava a finalidade dos posicionadores e o fato de pertencerem à nossa instituição. Para garantirmos a manu-tenção da adesão, qualidade e segurança (uso correto) dos po-sicionadores, elaboramos um questionário, verificando mensal-mente a opinião dos pacientes e acompanhantes, e observamos sua correta utilização. Resultados: observou-se que do ano de 2005 para 2006 houve redução de 42,02% do consumo médio, de 25.340,84 kg para 10.821,08 kg de roupa/mês, ultrapassando a meta de 30% estimada no início do estudo. Quanto ao gasto médio anual, entre os anos de 2005 e 2006 foi, respectivamente, de R$ 19.156,75 e R$ 10.000,75, representando uma redução percentual de 52,2%. Em se tratando do posicionamento dos pacientes, comparativamente (conforme figuras 5 e 6) pudemos observar que os posicionadores colaboraram em muito na dimi-nuição do uso indevido do enxoval para posicionar o paciente (conforme gráfico), na adesão da equipe de enfermagem, na redução do tempo de enfermagem para montagem dos coxins, e proporcionou o posicionamento correto, evitando as defor-midades e diminuindo o risco de úlceras por pressão nos pa-cientes acamados. Conclusão: a utilização dos posicionadores contribuiu para a manutenção do posicionamento correto, a diminuição da incidência de úlceras por pressão e deformida-des. Constatou-se a redução de 42,02% do consumo médio de roupa utilizada nos apartamentos, ultrapassando a meta inicial de 30%. Quanto ao custo médio com gastos com os enxovais, conseguiu-se reduzi-lo em 52,2%, no período de 2005-2006. O grau de satisfação do paciente, acompanhante e funcionários com os recursos foi bom, mensurado pela adesão e manutenção dos posicionadores nas mudanças de decúbito.

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Ultra-som para acesso vascular periférico: inovando a prática de enfermagem para promover a segurança do paciente

Autor: Maria Angélica Sorgini Peterlini

Co-autores: Mavilde L. G. Pedreira, Ariane Ferreira Machado,

Priscilla Sete de Carvalho, Myriam A. M. Pettengill, Denise M.

Kusahara

Instituição: Departamento de Enfermagem da Universidade Federal

de São Paulo (UNIFESP)

Endereço: Rua Napoleão de Barros, 754 – Vila Clementino – São

Paulo/SP

CEP 04024-000 – Tel.: (11) 5576-4430

Introdução: a inserção de cateteres intravasculares periféricos (CIP) é um dos procedimentos mais freqüentemente execu-tados em pacientes hospitalizados. A assertividade da punção vascular está diretamente relacionada com as características individuais do paciente, como obesidade, doenças crônicas, hiperpigmentação da pele, uso de terapia intravenosa prolon-gada, doenças vasculares, dentre outras. Além destes fatores, os pacientes pediátricos possuem outros que também podem comprometer o sucesso da punção na primeira tentativa, como o diâmetro diminuto dos vasos, a fragilidade capilar, a agitação psicomotora, a desidratação e a falta de colaboração durante o procedimento, relacionada ao desenvolvimento cognitivo da criança, bem como a habilidade do profissional que executa a técnica. A introdução de novas tecnologias, como o ultra-som, para auxiliar na punção periférica, pode proporcionar aumento na assertividade do acesso venoso ou arterial em pacientes pediátricos, contribuindo para o de-senvolvimento da prática de enfermagem, com melhoria do desempenho do profissional e da segurança do paciente. Ob-jetivo: apresentar uma estratégia educacional para habilitar enfermeiras pediatras para a utilização de ultra-sonografia vascular Doppler durante a punção intravascular periférica. Método: a estratégia educacional foi elaborada e conduzida por enfermeiras especialistas em terapia intravascular, com suporte clínico e técnico de médico especialista em ultra-so-nografia vascular e engenheiro biomédico, em um período de seis meses, sendo dividida em três etapas: teórica, prática e de avaliação. Participaram do programa seis enfermeiras pe-diatras de uma unidade de cirurgia infantil de um hospital universitário da cidade de São Paulo/SP. Resultados: etapa te-órica: aulas referentes às bases da física, da ultra-sonografia e do Doppler, desenvolvidas pelas enfermeiras especialistas, ao funcionamento do aparelho de ultra-sonografia, demons-trado pelo engenheiro biomédico, e às imagens vasculares, de artefatos e de cateteres implantados, realizadas pelo médico. Etapa prática: utilização do equipamento de ultra-sonografia pelas enfermeiras durante três semanas. Cada profissional gravou cerca de 25 imagens, entre artérias, veias e cateteres implantados. Etapa de avaliação: as imagens obtidas foram discutidas e validadas com o médico e com as enfermeiras es-pecialistas. No final do programa, as enfermeiras foram ava-liadas a respeito do conhecimento, habilidade, capacidade em identificar artérias, veias, fluxo sanguíneo e posicionamento de cateteres. Conclusão: o uso do ultra-som é um avanço na prática de enfermagem. Programas educacionais devem in-cluir temas referentes a anatomia, bases da física e das ima-

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gens vasculares, bem como o manuseio do equipamento. A utilização da ultra-sonografia para obtenção de acesso intra-vascular é uma técnica que visa à melhoria da performance da enfermeira e à promoção da segurança do paciente submeti-do à terapia intravascular. Estudos prospectivos, randomiza-dos e controlados estão sendo conduzidos pelo grupo para a análise dos resultados da introdução dessa tecnologia voltada para o sucesso na obtenção do acesso intravascular periférico por enfermeiras. Agradecimento: pesquisa com fomento do CNPq, processo n° 476295/2004-1.

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Dequação do impresso de recuperação pós-anestésica do serviço de medicina diagnóstica e preventiva

Autor: Mara Lúcia Pinheiro Oliveira

Co-autor: Nádia Sueli de Medeiros

Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)

Endereço: Av. Albert Einstein, 627 – Morumbi –São Paulo/SP

CEP 05651-901 – Tel.: (11) 3747-0494

Introdução: a recuperação pós-anestésica (RPA) do serviço de medicina diagnóstica e preventiva (MDP) atende pacientes submetidos a exames com e sem anestesia geral. O tempo de permanência dos pacientes pós-anestesia é, em média, 40 mi-nutos, período em que os cuidados são realizados pela equipe de enfermagem. O impresso utilizado pela RPA é o Índice para Avaliação dos Pacientes no Período Anestésico-Cirúrgico Ime-diato, o qual define uma pontuação mínima para a alta. Ob-servamos que nosso cliente, mesmo em regime de internação, diferia em complexidade dos pacientes do centro cirúrgico, não justificando o emprego deste índice e do plano de cuidados de enfermagem pré-estabelecido. Objetivo: adequar o impresso

de RPA para o perfil dos pacientes admitidos na Unidade de RPA do serviço de MDP. Material e Método: no período de junho de 2006, foram avaliados na RPA 420 pacientes, sendo 195 em regime de internação e 225 ambulatoriais que se sub-meteram a procedimentos com anestesia. Os pacientes acima de 12 anos foram avaliados quanto a: saturação de oxigênio; freqüência cardíaca; pressão arterial; temperatura; ritmo car-díaco; dor; nível de consciência; comportamento; náuseas e vômitos; atividade motora; incisão cirúrgica/curativo e diurese, sendo o escore mínimo para alta de 18 pontos. Os pacientes menores de 12 anos foram avaliados quanto a: saturação de oxigênio; freqüência respiratória; freqüência cardíaca; tempe-ratura; dor; nível de consciência; náuseas e vômitos e incisão cirúrgica/curativo, sendo o escore mínimo para alta de 12 pon-tos. Alguns itens do plano de cuidados de enfermagem pré-es-tabelecido no impresso foram utilizados para a assistência de enfermagem prestada. Resultados: em 225 pacientes externos, 222 eram maiores de 12 anos e 23 menores de 12 anos, sendo encontradas as seguintes intercorrências: 1,3% de queda de saturação de oxigênio; 0,4% de alteração de pressão arterial; 2,6% de episódios de dor e 0,8% de ocorrências de náuseas e vômitos. Os demais itens não ocorreram. Para os 195 pacientes internados, 191 eram maiores de 12 anos e 4 eram menores de 12 anos e encontramos: 12,8% de queda de saturação de oxigênio; 4,1% de alteração de pressão arterial; 5,6% de alte-ração do nível de consciência; 0,5% de alteração da freqüência respiratória e 1,5% para náuseas e vômitos. Os demais itens não ocorreram. O plano de cuidados de enfermagem possuía 23 itens e em 100% dos pacientes somente sete itens foram assinalados. Conclusão: diante dos resultados encontrados, sugerimos uma adequação do impresso de recuperação anes-tésica, otimizando o tempo da equipe de enfermagem no pre-enchimento do escore e garantindo um plano de assistência de enfermagem individualizado.