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H I S T O R I A C U R T A ... A casa, se não era primorosa, era ao menos digna de uma moradia de classe média e estava claramente deslocada no ambiente da favela. Era tudo muito escuro, mas isso não seria problema lançando-o ao sofá e erguendo seu suntuoso vestido para sentar-se sobre seu colo. Disparou-lhe então beijos e mordidas ardentes.

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A casa, se não era primorosa,

era ao menos digna de uma

moradia de classe média e

estava claramente deslocada

no ambiente da favela. Era tudo

muito escuro, mas isso não

seria problema

lançando-o ao sofá e erguendo seu suntuoso vestido para sentar-se sobre

seu colo. Disparou-lhe então beijos e mordidas ardentes.

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O ARTE: HALLOWONE

,

Arf, sério mesmo?

O que foi?

O que foi?

Minha guia me disse que

você tem uma paixão.

um amor verdadeiro. E que você

não terminaria o que começou.

Paixão não

Espera, isso é

ridí...

Este não é o tipo da

coisa que eu começo e

não termino, meu lindo.

como você sabe que...

HIIIII HA HA HA HA HA

HA HA HA!!!!!.

EU SEI DE TUDO O QUE

CORRE NA RUA, MOÇO!!

SEI DA TUA QUIZILA COM O CAPOEIRA QUE

QUEBROU ‘TUAS PERNA’, MOÇO! SEI DO QUE

FIZERAM COM O “MEGANHA” QUE TE CRIOU,

MOÇO! SEI QUE ATÉ TU É “MEGANHA”, MOÇO!

-

Vou tentar lhe

explicar.

Hei!

Está tudo bem?

O que está

acontecendo? Você

está bem?

Sente-se! Vou te contar um segredo. Uma

lição que não se ensina em sua

Escola de Polícia

preocupada com a tão

idolatrada “ciência” que

se julga capaz de

ensinar a pegar

bandidos

Vou tentar lhe

explicar.

preocupada com a tão

idolatrada “ciência” que

se julga capaz de

ensinar a pegar

bandidos

No plano astral o qual não

podemos ver, mas

decerto podemos

sentir

há uma classe de espíritos que

vagam pelas encruzilhadas, pelos

cemitérios, pelas estradas, pela

noite e pelas sombras.

Eles guardam os caminhos e as vias, pelas quais

vagueiam tanto você e seus amigos “meganha”

quanto os gatunos, patifes, prostitutas, capoeiras e

boêmios que perseguem.

Muitos de vocês inclusive

servem a todos eles, ou a

alguns deles.

E o que vocês

fazem?

Muitos de vocês inclusive

servem a todos eles, ou a

alguns deles.

E o que vocês

fazem?

Os seus cabeças insistem

em dizer que isto não passa de

superstição. E os cabeças dos

seus cabeças, aqueles que em

seus termos garbosos escrevem

as leis, insistiram em dizer que o

louvor a esta ‘superstição’ é um

crime. Mas ignoram, com a maior

das empáfias e tolices, que os

bandidos a que perseguem, tanto

quanto muitos policiais que os

caçam como tantos mais homens

honestos, servem a estes espíritos

e a eles consagram suas cabeças.

É curioso

que sua pretensa “ciência de

pegar bandido” ignora todo o

universo que tanto o malfeitor

como o honesto vivenciam

É curioso

que sua pretensa “ciência de

pegar bandido” ignora todo o

universo que tanto o malfeitor

como o honesto vivenciam

Um universo que define as ruas

que vocês mesmo patrulham, as

madrugadas pelas quais vocês mesmo

vagueiam.

E aqui está você.

Todo seu treinamento como

policial não foi capaz de lhe

preparar para enfrentar o

capoeira.

Todo seu estudo foi inútil para compreender a noite e o mundo

pelo qual transita.

Como sabe disso tudo?

Eu tenho vinte dois anos

de “santo”

.

Como sabe disso tudo?

Eu tenho vinte dois anos

de “santo”

Vinte e dois anos? E eu

achando que esta era sua idade!

Quantos anos você tem?

Não é sobre mim que

estamos falando, querido!

E, como já disse, tive minhas experiências

com capoeiras e gente de todo o tipo.

Até ter ser obrigada a me

refugiar aqui

Então, você foi uma garota

muito má?

Não me apego muito a esta

coisa de “bem” e “mal”

por ser cristã demais

para meu gosto. Prefiro dizer que eu andei

desapontando as pessoas

erradas

Desça para as ruas da

cidade, e vá até o Bar do

Maurício

lá encontrará um homem

que poderá ajudá-lo quanto

ao seu problema no

treinamento

Como sabe que o tal

homem estará lá?

Porque ele sempre

está lá

Orishas O Despertar da Nzambi

Texto: Leandro Santos

Diagramação e arte: Leandro Santos

Contribuições: Silva Pacheco e Alex Pina

"Antigamente, os orixás eram homens.

Homens que se tornaram orixás por causa de seus poderes.

Homens que se tornaram orixás por causa de sua sabedoria.

Eles eram respeitados por causa de sua força,

Eles eram venerados por causa de suas virtudes.

Nós adoramos sua memória e os altos feitos que realizaram.

Foi assim que estes homens tornaram-se orixás.

Os homens eram numerosos sobre a Terra.

Antigamente, como hoje,

Muitos deles não eram valentes nem sábios.

A memória destes não se perpetuou

Eles foram completamente esquecidos;

Não se tornaram orixás.

Em cada vila, um culto se estabeleceu

Sobre a lembrança de um ancestral de prestígio

E lendas foram transmitidas de geração em geração para

render-lhes homenagem".

Lendas Africanas dos Orixás,

Pierre Verger

Esta é uma obra de ficção apesar dela se basear em crenças religiosas reais estas crenças são tratadas de forma

puramente ficcional, não é intenção do autor ofender ou deturpar qualquer tipo de crença religiosa. É um jogo

sobre marginalização, exclusão e resistência, trata de temas maduros e exige um discernimento entro fantasia

e realidade. Este jogo não é recomendado para pessoas com menos de 18 anos.

Índice

Orishas

Eshu

Iansã

Iemanjá

Igbeji

Ifá

Nanã

Obá

Oggum

Omulú

Oshóssi

Oshum

Oshumaré

Ossayin

Oxalá

Shangô

Nzambi

Fraquezas

Ferramentas

Orun

Poderes espectrais

Novos Aprimoramentos

Adormecidos

Sacerdotes

Feiticeiros kiumbas

Asima

Asimani

Owenga

Samedi

Anjos jamaicanos

Dalphins

Fichas de personagem

Orishas O Desoertar da Nzambi

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103

105

105

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Agradecimentos: Alex Pina, Alexander “El Brujo” Siqueira,

Silva Pacheco, Marcelo del Debbio, Bernard Coutinho, Alan

Silva, Taliba Almeida, Antônio Fonseca JR e Rick Moreira de

Ávia que me jogou nessa jornada, me aporrinhando porque

queria mais regras para orixás.

Produzido pela abertura da licença Daemon sobre seu

sistema de regras e o cenário Trevas/Arkanun.

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Acompanhe o caminho deste andarilho para você conhecer uma história muito

antiga, agora que já despertou e sabe sua verdadeira natureza. Somos filhos

pródigos de velhos deuses e, sem lar, caminhamos sobre estas terras. Somente

um eshu pode ter guiar por estes caminhos pois estamos em todas as partes,

nossa morada são os caminhos. Escute uma história. Houve um tempo antes da

separação, onde matéria e espírito eram indeterminados, neste momento nada

do que é existia. Alguns eshus que visitaram outros mundos falam que esse foi o

momento do apogeu de velhas civilizações em um mundo que hoje não existe

mais. Mas isso não vem ao caso.

Dizem as velhas lendas, e neste momento é melhor se preocupar com elas e não

com a verdade, pois as lendas são claras e a verdade ninguém sabe, Olorum ou

Mawu-Lissá como também é chamado separou os dois lados do espelho cósmico

criando Ayé, o mundo material, e Orun, o mundo das sombras e então nos

criou, no mundo entre a matéria e as sombras. Meio materiais, meio espíritos,

podemos ser o que os europeus chamam de fadas, crescemos entre os povos ao

sul do deserto e celebramos a prosperidade dos povos subsaarianos ligando-os

ao mundo espiritual, no final, mesmo com nossas divisões internas somos todos

eshus, pois somos todos andarilhos entre os mundos. E ensinamos os povos

nativos a entrarem em contato com os espíritos animais, chamados totens e a

controlar as forças da natureza.

O velho continente esquecido, antes mesmo da ruptura, era habitado por

deuses chamados de não nascidos, pois sua existência é a perenidade, Europeus

falam que eles vieram dos mundos anteriores, mas mesmo hoje eles espreitam

escondidos ou adormecidos no interior da floresta do congo ou em algum lugar

nas savanas, deuses que escravizaram os povos e levaram a morte, a angústia e