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CURSO BÍBLICO INTERNACIONAL ENCONTRO COM A PALAVRA Livro 2 PR. DICK WOODWARD ESTUDO PANORÂMICO DO VELHO TESTAMENTO (I Reis a Cântico dos Cânticos)

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CURSO BÍBLICO INTERNACIONAL

ENCONTRO COM A PALAVRA

Livro 2

PR. DICK WOODWARD

ESTUDO PANORÂMICODO VELHO TESTAMENTO(I Reis a Cântico dos Cânticos)

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Toda glória e honra ao Senhor nosso Deus! Este material foi escrito e impressopelo Ministério Cooperativo Internacional (ICM - International CooperatingMinistries) para ser uma bênção em sua vida.

É permitida a reprodução total e parcial deste livro sem a autorização porescrito do ICM, para uso pessoal e na sua igreja.

“Portanto, fortifique-se na graça que há em Cristo Jesus. E as coisas que meouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confia a homens fiéis, quesejam também capazes de ensinar a outros” (II Timóteo 2.1,2).

Tradução em Português: Ruth Gialluca

Correção Ortográfica: Lídia Damasceno Gialluca Marlene Frade

Capa e Editoração Eletrônica: Jersio Dreissig

Colaboração: Paulo Sergio

Impresso no Brasil por: Obra Impressa Gráfica e Editora Ltda.

Supervisão Geral: Pr. Leandro Ferreira E-mail: [email protected]

1ª Edição: Março/2005 = 1.000 exemplares2ª Edição: Maio/2008 = 2.000 exemplares3ª Edição: Março/2012 = 3.000 exemplares4ª Edição: Julho/2015 = 3.500 exemplares

Woodward, Dick

Estudo Panorâmicodo Velho Testamento

(I Reis a Cantares de Salomão)

Curso Bíblico InternacionalENCONTRO COM A PALAVRA

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Nota ImportanteO material que você tem em mãos é um complemento dos estudos

que vêm sendo ministrados por uma rede variada de emissoras derádio e pela internet (www.desfrutedeus.com) e é enviado, gratuita-mente, apenas aos ouvintes que estão acompanhando, regularmente,os estudos por uma dessas emissoras. Para recebê-lo, basta solicitar,escrevendo para o endereço divulgado no final de cada aula.

Por se tratar de um curso, é necessário responder o questionário decada livro; com isto você garante o recebimento do próximo, bem comode um lindo Certificado de Conclusão ao término do curso.

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Introdução ........................................................................................................ 05Capítulo 1I e II Livros de Reis - Reis e Profetas.............................................................. 07Capítulo 2A Ascenção e Queda do Reino....................................................................... 12Capítulo 3Os Livros de Crônicas - As Omissões............................................................ 17Capítulo 4Os Evangelhos Sinópticos do Velho Testamento............................................ 21Capítulo 5Forças Opositoras à Obra de Deus................................................................. 25Capítulo 6O Perfil de Um Líder......................................................................................... 28Capítulo 7Adivinhe Quem Vem Para o Jantar?............................................................... 33Capítulo 8Os Livros Poéticos - Panorama Geral............................................................. 38Capítulo 9O Livro de Jó.................................................................................................... 39Capítulo 10Trinta Razões Bíblicas Porque o Povo de Deus Sofre..................................... 44Capítulo 11O Livro de Salmos............................................................................................ 49Capítulo 12O Livro de Provérbios........................................................................................ 64Capítulo 13O Livro de Eclesiastes....................................................................................... 67Capítulo 14O Cântico dos Cânticos de Salomão............................................................... 70

ÍNDICE

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Quando você se aprofunda na Palavra de Deus e deixa que a Pala-vra transforme sua vida, coisas maravilhosas e tremendas acontecem.

Bem-vindo ao ENCONTRO COM A PALAVRA. Juntos faremos um es-tudo de toda a Bíblia, dividido em 13 livros. Essa jornada nos levará doLivro de Gênesis ao Apocalipse e nos dará uma visão panorâmica de cadalivro da Bíblia. Observaremos a estrutura do livro, o seu contexto históricoe, o que é mais importante, buscaremos uma aplicação para nossas vidas,a partir do ensino de cada livro.

Algumas pessoas acham a Bíblia um livro confuso. Realmente, não éfácil relacionar os acontecimentos com a sua época e o seu significado.Mas, cada versículo da Bíblia é um pedacinho desse quebra-cabeça, cujoconteúdo é muito glorioso. Minha oração é que, no final dessa jornada,você tenha adquirido uma compreensão maior de cada livro da Bíblia, domodo como eles se completam, e possa situá-los dentro da história de Deuscom o homem. No final, você terá uma compreensão de como Deus tra-balhou nos tempos do Velho Testamento; terá também compreendido o quemudou com a vinda de Jesus Cristo e a razão da mudança; aquilo em quevocê antes cria no coração, será confirmado em sua mente, e você poderátestemunhar sua fé com mais confiança e conhecimento.

Espero que você faça todo o curso e convide outras pessoas para quenos acompanhem nesse estudo da Bíblia, o livro mais importante do mundo.Faça suas malas e prepare-se para embarcar. Estamos prestes a partir!

Segundo o apóstolo Paulo, a única maneira de não passarmos ver-gonha, quando se trata de Bíblia, é tornarmo-nos obreiros que manejembem a Palavra. A única maneira de entender a Bíblia é saber usá-la. Porisso, o meu desafio é que você assuma o compromisso de estudá-la comdedicação e sinceridade. Nenhum livro merece mais dedicação e empe-nho da nossa parte que a Bíblia. Se você quiser se aprofundar ainda maisneste estudo, além de dedicação e empenho há outras ferramentas queo ajudarão a ir mais fundo no conhecimento das Escrituras.

Antes de qualquer coisa você precisa de uma Bíblia e, se possível,adquira mais de uma tradução. Você também vai precisar de um cader-no para anotações.

Como qualquer outro trabalho, esse será cumprido com mais facili-dade e atingirá melhores resultados, se você possuir as ferramentas cer-tas. O estudo da Bíblia fica mais produtivo, quando se utilizam os re-cursos disponíveis. Procure equipar-se com as ferramentas que mencio-namos e você se surpreenderá com os resultados.

Introdução (ao aluno iniciante)

Ferramentas que serão utilizadas

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Capítulo 1I e II Livros de Reis - Reis e Profetas

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ESTUDO PANORÂMICO DO VELHO TESTAMENTO (I Reis a Cântico dos Cãnticos)

Depois de termos estudado oslivros de Samuel, estudaremos, ago-ra, os livros de Reis, onde enfocare-mos dois temas: de que forma Deustratou o povo de Israel durante operíodo de apostasia e como Deus foipaciente com os reis corruptos. Es-tes dois temas são a base deste es-tudo, à medida que descobrirmos osaltos e baixos da História dos He-breus, relatada nos livros do Reino.

Visão panorâmica dos reis e seusreinos

Os livros de I e II Samuel falamde um homem que se tornou monar-ca, porque o povo de Israel rejeitouDeus como seu Rei. No Livro de IReis, lemos sobre a divisão dessereino governado por homens e, noLivro de II Reis, temos os detalhesdos lamentáveis cativeiros a que opovo foi submetido.

O relato dos péssimos reis queIsrael teve serve de advertência paranós. As consequências para o povoforam terríveis, mas devemos ter emmente que Deus não foi o respon-sável por essas consequências, massim o povo, por sua escolha, e osreis, por sua perversidade.

Os dois livros de Reis destacama divisão, a queda e o cativeiro dos

reinos de Israel e de Judá. Podería-mos chamá-los de “A Ascensão e aQueda da Nação Hebraica”. O ca-pítulo 17 do Livro de II Reis descre-ve o cativeiro das dez tribos quecompunham o Reino do Norte, quefoi conquistado pelo Império As-sírio. O povo caminhou para aAssíria acorrentado e, depois disso,as Escrituras não fazem mais ne-nhuma menção dessas dez tribos;elas foram chamadas de “As DezTribos Perdidas de Israel”.

O capítulo 25 de II Reis relataa conquista do Reino do Sul, o Rei-no de Judá, pelos babilônios, cujoimperador era Nabucodonozor. Naqueda da cidade de Jerusalém, osque não foram aniquilados, foramlevados cativos para Babilônia.Depois de setenta anos, a Pérsiaconquistou a Babilônia e Ciro, oGrande, imperador da Pérsia, toca-do pelo Deus Todo-Poderoso, emi-tiu um decreto permitindo aos ca-tivos hebreus, que viviam na Pérsia,voltarem para Jerusalém, a fim dereconstruírem o Templo, a cidade,o país e suas vidas despedaçadas.

Os Livros Históricos da EraPós-Cativeiro, Esdras, Neemias eEster dão continuidade ao relato dahistória do povo de Deus, depois da

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ESTUDO PANORÂMICO DO VELHO TESTAMENTO (I Reis a Cântico dos Cânticos)

volta do cativeiro babilônico. O Li-vro de Ester descreve alguns fatosque aconteceram na Pérsia e naMédia com os hebreus que preferi-ram não voltar. O Livro de Esterconclui o estudo dos Livros Histó-ricos do Velho Testamento.

Os profetasCada escritor dos Livros Profé-

ticos do Velho Testamento se encai-xa no contexto relatado nos LivrosHistóricos. Vamos ficar conhecendomais sobre esses valorosos servos deDeus, depois de estudarmos os LivrosPoéticos do Velho Testamento.

O que é um profeta?A palavra “profeta” é formada

por duas palavras: “pro”, que sig-nifica “que está diante de” e pelapalavra derivada de “phano”, quesignifica “que faz brilhar”. Literal-mente, “profeta” significa “aqueleque fala por Deus”. Era exatamen-te isto que o profeta fazia: pregavaa Palavra de Deus, escrita nos livrosde Moisés, além de anunciar asrevelações de Deus para o povo. Aquestão de profetizar sobre o futu-ro é fascinante, mas o profeta, pri-mordialmente, pregava a Palavra deDeus. Eles ficavam entre a Palavrae o povo, e faziam com que a Pala-vra de Deus brilhasse para o Seupovo. O ministério deles tambémincluía confrontar o povo que, cons-tantemente, se desviava do Senhor

e, por isso, era necessário que fos-se repreendido por Deus, atravésdos Seus fiéis emissários.

Elias, é o profeta destacado noLivro de I Reis, enquanto que, emII Reis, o destaque é para seu su-cessor, o profeta Eliseu. Apesar deestes dois profetas receberem des-taque em nosso estudo, não deixa-remos de fazer menção aos menosconhecidos, como Micaías, um dosmeus preferidos, que é mencionadono capítulo 22 de I Reis.

Mesmo depois de o Reino tersido dividido em dois, Reino do Nor-te e Reino do Sul, houve ocasiões emque seus reis mantinham um bomrelacionamento, embora, na maioriadas vezes, eles tenham sido inimigosdeclarados. É importante ressaltarque todos os reis do Reino do Norteforam pervertidos e apóstatas, en-quanto que no Reino do Sul, o Rei-no de Judá, alguns reis foram bons;nenhum, entretanto, foi tão bom reiquanto Davi. Alguns deles foram te-mentes a Deus como, por exemplo,Ezequias, Josafá e Josias.

O capítulo 22 de I Reis registraa aliança entre Acabe, rei de Israel,e Josafá, rei de Judá. Acabe eraperverso e Josafá era temente aDeus. Qual o motivo, então, dessaaliança? Eles tinham netos em co-mum, pois seus filhos tinham-seunido em casamento. Mas, a razãoprincipal dessa união foi o fato deAcabe necessitar do auxílio de Josafá,

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numa batalha contra a Síria.Antes de concordar com essa

aliança, Josafá, seguindo a tradi-ção da época, quis consultar osprofetas. Acabe perguntou: “vocêquer consultar os profetas? Entãoeu vou arrumar uns profetas paravocê; tenho quase 400 profetas aomeu dispor”. Estes encorajaramAcabe a entrar na batalha e prome-teram vitória, mas Josafá quis ou-vir um profeta do Deus Verdadeiro.Relutante, Acabe respondeu: “Háum ainda, pelo qual se pode con-sultar o Senhor, porém eu o abor-reço, porque nunca profetiza demim o que é bom, mas somente oque é mau. Este é Micaías, filho deInlá” (I Reis 22.8).

Quando o mensageiro estavalevando Micaías para o palácio,disse a ele para ser razoável e con-cordar com o que os outros profe-tas já tinham falado, mas Micaíasdisse: “Tão certo como vive o Se-nhor, o que o Senhor me disser, issofalarei” (14).

Micaías foi levado diante dosdois reis, no palácio de Acabe, quelhe perguntou: “Micaías, devemoslutar contra os sírios?”. Micaíasrespondeu: “claro, vá em frente! Vaiser uma vitória e tanto!”. Acabe fi-cou chocado com a resposta e per-guntou: “você está falando o queDeus mandou você dizer, Micaías?”.Micaías respondeu: “Vi todo o Israeldisperso pelos montes, como ove-

lhas que não tem pastor; e disse oSenhor: ‘Estes não têm dono; tornecada um em paz para a sua casa’”(I Reis 22:17).

Mesmo assim, Acabe e Josafáresolveram lutar contra a Síria.Micaías advertiu: “Vi o Senhor as-sentado no seu trono, e todo o exér-cito do céu estava junto a ele, à suadireita e à sua esquerda. Pergun-tou o Senhor: Quem enganará Aca-be, para que suba e caia emRamote-Gileade. Um dizia destamaneira, e outro, de outra. Então,saiu um espírito, e se apresentoudiante do Senhor, e disse: Eu oenganarei. Perguntou-lhe o Senhor:Com quê? Respondeu ele: Sairei eserei espírito mentiroso na boca detodos os seus profetas. Disse oSenhor: Tu o enganarás e ainda pre-valecerás; saí e faze-o assim. Eisque o Senhor pôs o espírito menti-roso na boca de todos estes teusprofetas e o Senhor falou o que émau contra ti” (19-23).

Quando Acabe ordenou queMicaías fosse preso e posto apenasa pão e água, até que ele voltasse,este profeta disse: “Se voltares empaz, não falou o Senhor, na verda-de, por mim” (28). Acabe e Josafálevaram seus exércitos para a ba-talha com os sírios. Acabe não vol-tou com vida dessa batalha e nãosabemos se Micaías chegou a sairdaquela prisão.

Em meio à batalha, a profecia

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de Micaías foi cumprida à risca. Osexércitos de Acabe e de Josafá eramcomo ovelhas espalhadas peloscampos. Um soldado sírio atirouuma flecha a esmo, que atingiuAcabe sob sua armadura. Ele san-grou até morrer e os exércitos vol-taram derrotados.

Os livros de Reis citam váriosprofetas que não foram mencionadospelo nome. No capítulo 13 de I Reis,por exemplo, lemos sobre um profe-ta que confrontou o perverso reiJeroboão. Este, ao estender o bra-ço, apontou para o profeta e orde-nou: “Prendam este homem”. Quan-do ele disse isto, seu braço ficouparalisado na posição em que esta-va. Então, o rei implorou ao profe-ta: “Clame ao Senhor, teu Deus, orapor mim, para que eu possa recolhera mão”. O profeta interveio em fa-vor do rei, diante de Deus e o rei foicurado miraculosamente (4-6).

Uma das coisas que observa-mos a respeito dos profetas é queDeus lhes deu poder sobrenatural e,dessa forma, eles podiam confron-tar os reis perversos.

Elias é o profeta mais mencio-nado no Livro de I Reis e, no capí-tulo 18, está registrado aquele quefoi o seu momento de glória. Na-quele tempo, quase todo o povo deDeus tinha-se voltado para deusespagãos, representados pelos seusrespectivos falsos profetas. Eliasdesafiou para uma disputa os 450

profetas de Baal, que serviam arainha Jezabel, mulher de Acabe (IReis 18.21,22). Eles construíramum altar e Elias outro; em seguida,invocaram que o fogo consumisse osacrifício que ambos ofereceram. Oaltar que fosse consumido pelo fogoprovaria ser o do Deus verdadeiro.

Todos os profetas se reuniramno Monte Carmelo e os profetas deBaal clamaram ao seu deus, corta-ram-se e mutilaram-se, tentando con-seguir a atenção do seu deus. “Aomeio dia, Elias zombava deles, di-zendo: Clamai em altas vozes, por-que ele é deus, pode ser que estejameditando, ou atendendo a necessi-dades, ou de viagem, ou a dormir edespertará” (27). Aqueles profetasficaram clamando até o final do diae, finalmente, acabaram desistindo.

Então, Elias cavou uma vala aoredor do seu altar e encharcou osacrifício com água, inclusive amadeira para o fogo. Depois, orou aDeus: “Ó Senhor, Deus de Abraão,de Isaque e de Israel, fique, hoje,sabido que tu és Deus em Israel, eque eu sou teu servo e que, segundoa tua palavra, fiz todas estas coi-sas. Responde-me, Senhor, respon-de-me, para que este povo saibaque tu, Senhor, és Deus e que a tifizeste retroceder o coração deles”(I Reis 18.36,37).

Imediatamente, veio fogo docéu e consumiu o sacrifício e todaa água ao seu redor. “O que vendo

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todo o povo caiu de joelhos, com orosto em terra e clamou: O Senhoré Deus! O Senhor é Deus!” (39).Em seguida, foram mortos os 450profetas de Baal. Que avivamentoimpressionante!

Quase não podemos reconhecerElias, no capítulo seguinte. Jezabel,a mulher de Acabe, que introduziu aadoração a Baal entre o povo deDeus, ficou furiosa com o que Eliastinha feito aos seus profetas e oameaçou de morte (I Reis 19.2. Oaté então corajoso profeta Elias fu-giu para o deserto e, exausto, sen-tou-se sob uma árvore, pedindo aoSenhor que o recolhesse, porque sesentia deprimido e derrotado.

Um dos problemas de Elias éque ele estava exausto. Aliás, pode-ríamos dar outro nome para o Livrode I Reis: “Como Ficar Física, Emo-cional e Espiritualmente Exausto”.De maneira gentil e paciente, Deusdeu ao Seu profeta instruções bempráticas. Ele mandou que Elias

dormisse um pouco e ordenou queum anjo lhe desse alguma coisa queo fortalecesse.

“Voltou segunda vez o anjo doSenhor, tocou-o e lhe disse: Levan-ta-te e come, porque o caminho teserá longo”. O texto continua comElias caminhando quarenta dias equarenta noites até Horebe, ondeentrou numa caverna para passar anoite. Então, Deus lhe perguntou:“Que fazes aqui, Elias?” (19.7-9).

Alguma vez Deus já fez esta per-gunta para você? Espiritualmente fa-lando, eu não sei onde você se encon-tra; talvez Deus esteja lhe perguntan-do, através da história de Elias: “Oque você está fazendo no lugar ondese encontra?” Você está realmenteonde Deus quer que você esteja?

Lembre-se: nos livros de Reis,você encontrará mensagens de aler-ta, através da vida dos monarcas,além de exemplos impressionantesna vida dos profetas fiéis a Deus,como Elias, Eliseu e Micaías.

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Capítulo 2A Ascensão e Queda do Reino

Os livros de I e II Reis ensinamsobre a ascensão e queda do Reinodos filhos de Israel. O Reino atingiuo auge da sua glória durante o rei-nado de Salomão; entretanto, essaglória não durou muito, poisSalomão não fez a vontade diretivade Deus, mas a vontade permissiva.

O Livro de I Reis relata a divi-são do Reino, enquanto que II Reisdescreve a queda dos Reinos do Nor-te e do Sul. O Reino do Norte, Isra-el, foi devastado pela Assíria e oReino do Sul, Judá, foi conquistadoe levado para o exílio na Babilônia.

Estudando a história do Reinodo Sul, aprendemos que sua conquis-ta e exílio não aconteceram de umasó vez. Durante um período de vin-te anos, houve três diferentes inva-sões e tomadas da cidade. Na pri-meira invasão, o rei Jeoaquim ren-deu-se ao poder do inimigo e passoua servir o rei da Babilônia durantetrês anos. Mais tarde, ele se rebeloucontra o poder babilônico, quandoaconteceu a segunda invasão da ci-dade e grande parte do povo foi sim-plesmente massacrada; quem esta-va no poder, nessa ocasião, era Jo-aquim, filho de Jeoaquim. Nomea-do rei pelos babilônios, Zedequiasserviu como “ fantoche” dos

babilônios durante dez anos, masacabou também se rebelando e acidade foi conquistada pela terceiravez. Esta foi a última invasão deJerusalém, quando toda a cidade foidestruída e queimada.

Mas, estamos indo rápido de-mais. Voltemos para o apogeu doReino, quando ele ainda não tinhasido dividido e estava sob o reina-do de Salomão.

O legado duplo de SalomãoNum aspecto, Salomão e Saul

são parecidos: os dois começarambem seus reinados e terminarammal. Por algum tempo, depois deDavi passar o poder para Salomão,parecia que o terceiro rei de Israel se-guiria os passos de seu pai. O capí-tulo 3 de I Reis relata como ele foihumilde ao pedir sabedoria a Deuspara guiar o povo. Deus se agradoudo pedido de Salomão e lhe conce-deu sabedoria, riqueza e honra comonenhum outro rei jamais teve.

A atitude de Salomão é umexemplo para nós, pois ele pediu sa-bedoria ao invés de riquezas; ape-sar disto, ele sofreu uma terrível de-cadência espiritual, quando come-çou a desobedecer ao Senhor e aandar no sentido oposto ao que lhe

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ensinara seu pai, Davi. Lembre-seque a divisão e a queda do Reino,seguida pelo cativeiro do povo, nãoforam conseqüências do pecado deDavi, pois ele o havia confessado esido perdoado por Deus. Toda ca-lamidade que sobreveio ao Reino,foi resultante do pecado e da deca-dência espiritual de Salomão.

Quando o Reino de Israel atin-giu o seu apogeu, Salomão se afas-tou de Deus. Ele teve setecentasmulheres e trezentas concubinas,que adoravam outros deuses e, tra-gicamente, ele se deixou levar pelaidolatria dessas mulheres.

Acredito, entretanto, queSalomão tenha se voltado para oSenhor. Ele escreveu o Salmo 127,e o iniciou dizendo: “Se o Senhornão edificar a casa, em vão traba-lham os que a edificam” (1). Salo-mão foi um grande construtor; elenão construiu apenas o Templo,mas, também, cidades, parques enavios. Neste salmo, ele dá umalição sobre prioridades, quando dizque podemos acabar trabalhandodemais e construindo muitas coisasem vão; que a coisa mais importan-te que podemos construir é a vidade nossos filhos.

Ele tinha muitas razões paraescrever este salmo, onde parecedemonstrar arrependimento por tergasto tanto tempo construindo tan-tas coisas e não ter investido navida de seus filhos.

O Livro de Eclesiastes foi umsermão que Salomão pregou para osjovens do seu Reino; nele e no Sal-mo 127 há duas boas razões paracrermos que, no final de sua vida,ele tenha se voltado para o Senhor.

Uma terceira razão para crer-mos na reconciliação de Salomãocom Deus é que o relato de II Crôni-cas omite, completamente, tanto opecado de Davi, como o de Salomão,o que indica que este, assim comofez seu pai, tenha se arrependido econfessado o seu pecado.

Conforme você poderá conferir,no Livro de I Reis, a vida de Salomãoé ao mesmo tempo um importanteexemplo e um alerta para todos nós.

Ezequias: um bom reiEzequias foi um dos maiores

reis de Judá (II Reis 18-20). Eleacabou com a idolatria, que tinhase enraizado no meio do povo, con-fiou no Senhor e Lhe obedeceu. Naverdade, nenhum rei anterior a ele,com exceção de Davi, viveu tãoperto de Deus. No entanto, além dogrande exemplo, ele deixou um aler-ta para todos nós.

Quando Ezequias ficou doente,Deus usou o profeta Isaías para lhedizer que pusesse sua casa em or-dem, porque ele iria morrer (II Reis20.1-11). Ezequias virou-se para aparede e orou a Deus, pedindo queo livrasse da morte. Deus, então,mandou Isaías transmitir-lhe esta

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bela mensagem: “Ouvi a tua oraçãoe vi as tuas lágrimas; eis que eu tecurarei; ao terceiro dia, subirás àCasa do Senhor” (II Reis 20.5).Deus vê nossas lágrimas; é impor-tante que compreendamos isso.Deus acrescentou quinze anos à vidade Ezequias. Que exemplo para nós!Aquele homem apelou para Deus,mesmo depois de ouvir sua senten-ça de morte pelo profeta do Senhor.

Ezequias, porém, se tornou umalerta para nós, por ocasião de umestranho incidente. Um dia, osbabilônios o visitaram e Ezequiaslhes mostrou tudo de valor que ha-via no Reino: o exército, seu arse-nal e todos os tesouros. Depois dis-so, o profeta Isaías lhe perguntou:“Que viram em tua casa? Ezequiasrespondeu: Viram tudo quanto háem minha casa”. Então, Isaías lheadvertiu que aquilo tinha sido umgrande erro de sua parte, e dissemais: “Eis que virão dias em quetudo quanto houver em tua casa,com o que entesouraram teus paisaté o dia de hoje, será levado paraa Babilônia; não ficará coisa algu-ma, disse o Senhor” (II Reis 20.15-17). Isaías estava profetizando aconquista de Jerusalém pelosbabilônios. De acordo com a profe-cia de Isaías, os filhos de Ezequiasseriam transformados em eunucose mandados como escravos para aBabilônia (18). Qual foi a respostado rei? Ele ficou feliz porque tudo

isso não aconteceria com ele: “Boaé a palavra do Senhor que disses-te. Pois pensava: Haverá paz esegurança em meus dias” (19). Eleaceitou bem a Palavra do Senhor,porque achou que seus últimosquinze anos de vida seriam bons,não parecendo se importar com oque aconteceria aos seus filhos enetos. Ezequias demonstrou possuirum caráter egoísta, o que não dei-xa de ser um alerta para nós.

O excelente exemplo de EliseuO profeta Eliseu é um ótimo

exemplo para nós. O capítulo 5 de IIReis conta que o general do exércitosírio procurou este profeta em buscade cura. Naquele momento, o exérci-to sírio estava preparado para atacare conquistar o Reino de Israel, sen-do que já haviam se iniciado algunsconfrontos ao longo da fronteira.

Enquanto isso, na Síria, ogrande general do exército, Naamã,estava acometido de lepra. Umamenina escrava, de origem judaica,que servia à mulher de Naamã,contou que havia um profeta emIsrael que tinha o poder de curaraquela lepra.

Naamã, junto com alguns dosseus soldados, em sua carruagem,foi até a pequena cabana de Eliseu,esperando ser recebido de formaespetacular, mas Eliseu sequer che-gou a sair para cumprimentar o fa-moso general. Ele, simplesmente,

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mandou um recado através do seuservo: “Vai, lava-te sete vezes noJordão, e a tua carne será restau-rada, e ficarás limpo” (10). Naamã,indignado com aquele tratamento,subiu em sua carruagem, dizendo aum dos seus assistentes: “Não são,porventura, Abana e Farfar, rios deDamasco, melhores que todas aságuas de Israel? Não poderia eu la-var-me neles e ficar limpo?” (12).Afinal, por que ele precisaria daságuas do Rio Jordão, se no seu paíshavia rios muito melhores queaquele?

Os servos de Naamã, porém,encorajaram-no a seguir as instru-ções de Eliseu até que, no sétimomergulho, estava curado da lepra.O milagre não aconteceu como eleesperava, mas o resultado foi me-lhor que ele imaginava!

A cura de Naamã é uma alego-ria da salvação. Muita gente vem atéCristo, buscando salvação comideias pré-concebidas, sobre comosua salvação vai acontecer; achamque será uma “panaceia espiritual”,porque, se for algo simples, prova-velmente, não terá valor algum. Ge-ralmente, os mais intelectualizadostêm essa opinião e, quando vêem asimplicidade do Evangelho, acabamnão tendo fé. Mas, o Evangelho ésimples mesmo, tão simples comomergulhar sete vezes no Rio Jordãoe não é necessária nenhuma quali-ficação espiritual para que isso

aconteça. Eliseu não se adaptou àsexpectativas de Naamã, mesmosabendo que poderia ser gratifica-do pelo general com aquela cura.

Antes de encerrarmos o estudodos livros históricos, ainda queroabordar com você a vida de algunsprofetas e fazer algumas observa-ções finais sobre eles. Os profetasnão foram apenas homens, atravésdos quais Deus falou, e através dequem a Palavra de Deus brilhou;eles também foram homens queDeus levantou, sempre que haviaum problema no meio do povo. Porisso, podemos dizer que “quandonão havia problema, não havia pro-feta”. Mas, sempre que surgia umproblema, um profeta aparecia.

Um dos papeis do profeta deDeus era tratar do problema queestava obstruindo a Sua obra.

Os livros de I e II Reis mos-tram a ascensão e a queda do Rei-no e, à medida que aprendemosmais sobre este Reino, podemosdiscernir o que Deus quer de SuaIgreja hoje. Por isso, procure apren-der com a vida dos reis, seus aler-tas e exemplos.

Últimas observações sobre I e II ReisA primeira coisa que devemos

observar é como Deus tratou aquestão de o povo ter preferido sergovernado como o eram os povosde outras nações. Outra coisa queobservamos é como Deus foi paci-

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ente com os reis pervertidos, prin-cipalmente os do Reino do Norte;observe como Deus os advertiu,pacientemente, antes de permitirque a calamitosa escravatura so-breviesse a eles. Note, ainda, queDeus respondeu a oração de algunsreis ímpios, o que levanta algumasdúvidas teológicas (cf. II Reis13.4,5). Algumas pessoas achamque Deus só ouve as orações dequem está em comunhão com Ele,mas eu não encontro confirmação

deste conceito nas Escrituras. Deusouviu a oração do publicano (Lucas18.10-14), e Jesus ouviu a oraçãodo ladrão na cruz (Lucas 23.42,43). Você acha que Deus nãoresponderia a oração de um pai,para poupar a vida do seu filho, queestá à beira da morte, por causa deum acidente que sofreu? Creio queDeus ouve a oração de qualquerpessoa e a qualquer momento. Éisso que vemos ilustrado nos livrosde Reis.

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Capítulo 3Os Livros de Crônicas - As Omissões

Visão geral de I e II CrônicasOs livros de I e II Samuel, I e II

Reis e I e II Crônicas cobrem o mes-mo período da História dosHebreus, de 1000 a.C. até 500a.C. Os estudiosos mais antigos daBíblia classificavam os livros deCrônicas junto com os livros deEsdras e Neemias; o conteúdo da-queles livros é tão semelhante ao dolivro de Neemias, que alguns estu-diosos costumavam agrupá-los namesma classificação; pelo mesmomotivo, outros acreditam queEsdras tenha sido seu autor. Sódepois de algum tempo, os livros deSamuel, Reis e Crônicas foram agru-pados na mesma classificação, porpossuírem a mesma estrutura.

Por que a Bíblia é repetitiva?Por que a Bíblia fala duas ou

mais vezes do mesmo assunto? Porvárias razões. Primeiro, porque érepetindo que se aprende, como oseducadores dizem; segundo, porquea Bíblia quer enfatizar certos concei-tos. Por exemplo, o relato da criaçãoaparece duas vezes no Livro deGênesis; a Lei de Moisés é apresen-tada em Êxodo e repetida emDeuteronômio; a biografia de JesusCristo é registrada quatro vezes no

Novo Testamento; o período da His-tória dos Hebreus, que estudamosnos livros de Reis, também é abor-dado nos livros de Crônicas.

Mas, qual é a ênfase nos livrosde Crônicas? A resposta para estapergunta é: o Reino de Deus. Jesusensinou que o Reino de Deus e onovo nascimento devem ter priori-dade em nossa vida (Mateus 6.33;João 3.3,5). O conceito de Reino deDeus foi enfatizado na literatura his-tórica do Velho Testamento, porqueDeus quer que compreendamos queEle é o Rei e que estejamos subor-dinados ao Seu reinado.

A terceira razão para essa repe-tição é que Deus quer que entenda-mos que o Seu povo O rejeitou comoRei, e que agora estamos vivendo asconsequências dessa rejeição. Deusquer que entendamos essa rejeição,porque ela mostra que hoje nós,também, podemos rejeitá-Lo comoRei em nossas vidas.

Tempos e estaçõesQuando o Reino do Sul foi le-

vado cativo para a Babilônia, ini-ciou-se a “Era dos Gentios”. Deusqueria que Seu povo tivesse umgoverno teocrático; mas, quando osfilhos de Israel rejeitaram esse go-

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verno, Deus disse: “muito bem,agora vocês serão dispersos entreos gentios e serão governados poreles”; ou seja, eles estariam subor-dinados a povos incrédulos, não-judeus. A partir do cativeirobabilônico, Deus deixou de tratarcom o povo através de reis comoDavi e outros reis tementes a Ele,e passou a usar reis pagãos, comoNabucodonozor e Ciro, o Grande.Os Livros Históricos da Bíblia mos-tram que os planos de Deus paraSeu povo não são impedidos porcausa dos governos pagãos, poisDeus continuou a trabalhar atravésdesses governos. Os planos de Deuscontinuam a ser cumpridos, mesmoque O rejeitemos como Rei.

A partir da “Era dos Gentios”,o Reino de Deus passou a ser nointerior de cada indivíduo que crê emDeus e faz dEle o seu Rei, mesmoque viva no meio de povos incrédu-los e sob o regime de governos pa-gãos. Os filhos de Deus foram es-palhados pela terra para, como osal, darem sabor a ela. Nenhumanação, hoje, pode ser consideradacristã. Desde que os judeus rejeita-ram o governo teocrático que Deustinha para eles, nenhuma outranação foi governada por Deus. Nãoexiste uma “nação cristã”. O Reinode Deus agora é vivido no coraçãodos indivíduos.

A quarta razão porque os Li-vros de Crônicas falam outra vez do

mesmo período histórico é porquea narração estava incompleta, istoé, os autores dos livros de Samuele de Reis tinham contado a histó-ria sob o ponto de vista dos ho-mens, enquanto que nos livros deCrônicas a história é narrada sob oponto de vista de Deus.

OmissõesApesar dos livros de Samuel,

Reis e Crônicas tratarem do mesmoassunto, estes últimos se distin-guem dos primeiros. Uma dessasdistinções pode ser explicada coma palavra “Omissão”. Alguns dadosforam relatados nos livros deSamuel e Reis e omitidos nos livrosde Crônicas; por exemplo, os peca-dos de Davi e Salomão.

A omissão do pecado de Davie de Salomão nos livros de Crôni-cas é um bom sinal para nós. A a-plicação que tiramos é que nossospecados serão omitidos, quandonos apresentarmos diante de Deus,porque confiamos em Jesus Cristopara sermos salvos.

Hoje, quando um evento é tele-visionado, várias câmeras captamdiferentes ângulos da mesma cena.Os livros de Samuel e de Reiscorrespondem às câmeras que cap-taram a perspectiva humana de umperíodo da História dos Hebreus eos livros de Crônicas correspondemà câmera que captou a perspectivade Deus do mesmo momento histó-

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rico. Podemos refletir como algu-mas dessas “omissões” são impres-sionantes. Por exemplo, o Reino doNorte, Reino de Israel, que foi ab-solutamente pervertido e desviadodos propósitos de Deus, não é se-quer mencionado nos livros de Crô-nicas, depois da divisão do Reino.Isto se deve ao fato de os livros deCrônicas enfatizarem a linhagem deDavi e as tribos de Judá, pois de-les descenderia o Messias.

Além disso, os livros de Crôni-cas dão ênfase aos reis que foraminstrumentos de Deus para levaravivamento e restauração ao povocomo, por exemplo, Josafá, Joás,Ezequias e Josias, reis do Reino doSul, Reino de Judá. Quanto aos reisímpios, que não trouxeram nenhumbenefício espiritual para o povo,não são mencionados.

Josias foi responsável pela re-forma do Templo, ocasião em queforam encontrados alguns rolos dasEscrituras. O povo tinha se torna-do tão apóstata que havia se esque-cido completamente da Lei de Deus.O rei Josias, depois que leu os ro-los e percebeu que os mandamen-tos de Deus não estavam sendoobedecidos, levou a nação inteira aviver de acordo com a Palavra deDeus (II Crônicas 34).

Os livros de Crônicas são, decerta forma, uma interpretação oucomentário dos livros de Reis. Poresta razão, encontramos a reco-

mendação, nos livros de Reis, paraconsultar as Crônicas, porque oAutor daqueles livros, o EspíritoSanto, quer que tenhamos a pers-pectiva divina de um determinadorei ou acontecimento.

Tomemos por exemplo Davi. AsCrônicas explicam que o sucessopolítico e todas as bênçãos queestiveram presentes na vida de Daviforam para que o povo de Deus sealegrasse. Nestes livros podemosconstatar a grande contribuição deDavi na adoração que o povo pres-tava a Deus. Os capítulos 15 e 23de I Crônicas contam como Daviorganizou os corais e os músicos.Ele tinha uma imensa orquestra eum coral formado por quatro millevitas. Tudo isso é destacado noslivros de Crônicas e omitido nos li-vros de Samuel, porque, nos livrosde Crônicas, Deus revela a impor-tância da adoração para Ele.

Além disso, os livros de Crôni-cas explicam porque Deus não per-mitiu que Davi construísse a SuaCasa. Ele tinha sido um guerreiro emuito sangue foi derramado (I Crô-nicas 22.8,9). Através destes li-vros, ficamos sabendo que o reiJosafá, aliou-se ao perverso reiAcabe, devido a laços de parentes-co (cf. II Crônicas 18.1).

Uma oração de reavivamentoO versículo que transcrevemos,

a seguir, é um dos versículos mais

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marcantes dos livros de Crônicas:“Se o meu povo, que se chama

pelo meu nome, se humilhar, e orar,e me buscar, e se converter dosseus maus caminhos, então, euouvirei dos céus, perdoarei os seuspecados e sararei a sua terra” (IICrônicas 7.14).

Esta é uma palavra do Templopara o palácio, da vida religiosa paraa vida política da nação; uma alian-ça que Deus fez com o povo. Deusdisse que está pronto para perdoar ecurar, mas, para isso, Seu povo pre-cisa andar em caminhos de justiça.Devemos todos aplicar este versículo,primeiro em nossas vidas e, depois,de maneira coletiva, como nação.

A chave para compreendermoso porquê da diferença e da repeti-ção da História dos Hebreus, nos

livros de Crônicas, é: os caminhosde Deus não são os nossos cami-nhos; os pensamentos dEle nãosão os nossos. Assim como os céussão mais altos que a terra, tambémé diferente a forma de pensar e deagir de Deus, da maneira como nóspensamos e agimos (Isaías 55.8-9). Se você quer enxergar a Histó-ria dos Hebreus, sob a perspectivade Deus, leia os livros de Crônicas.Você descobrirá como sua mensa-gem e perspectiva são preciosas.

Minha oração é que, depois decomparar os livros de Crônicas comos livros de Samuel e Reis, vocêpossa também comparar a perspec-tiva de Deus com a perspectivahumana, não apenas sob o pontode vista histórico, mas também soba perspectiva da sua própria vida.

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Capítulo 4Os Evangelhos Sinópticos do Velho Testamento

Neste capítulo, faremos umestudo superficial dos livros deEsdras e Neemias, os quais, juntoscom o Livro de Ester, são conheci-dos como os Livros Históricos dopós-cativeiro. O cativeiro babilônicoé uma linha divisória na Históriados Hebreus. Os profetas, inclusi-ve, são classificados como profetaspré-cativeiro, do cativeiro e pós-cativeiro. Os livros de Esdras,Neemias e Ester registram o perío-do da história do pós-cativeiro.Durante este período, profetas es-creveram, pregaram, viveram emorreram.

O retorno do cativeiro babilônicoUma das coisas que você deve

ter em mente, quando lê os livrosde Esdras, Neemias e Ester, é queo retorno do cativeiro babilônicoaconteceu em três etapas. O primei-ro retorno aconteceu logo depoisque o imperador Ciro, o Grande,emitiu um decreto, permitindo aosjudeus voltarem para sua terra. Ogovernador Zorobabel e o sumosacerdote Jesua lideraram este re-torno, que ocorreu por volta de 537a.C. e visava, especificamente, a re-construção do Templo.

Quando os que tinham retorna-

do começaram o trabalho de recons-trução, levantaram-se os opositoresque usaram os mais diversos mei-os para tentar impedir o progressoda obra, o que fez com que o tra-balho fosse interrompido, até que,incentivado pelos profetas Ageu eZacarias, o povo terminou o quehavia começado. A obra de restau-ração do Templo foi concluída em516 a.C., vinte e um anos depois,em grande parte por causa do mi-nistério daqueles profetas.

Em 458 a.C., Esdras, o sumosacerdote e também escriba, versa-do na Lei de Moisés, lidera o segun-do retorno, que aconteceu setentae nove anos após o primeiro e cin-qüenta e oito anos depois que a re-construção do Templo havia sidoconcluída.

Passados treze anos, Neemiasliderou o terceiro retorno, cujo pro-pósito era a reconstrução dos mu-ros da cidade de Jerusalém. Paratanto, Neemias contou com a aju-da do profeta Malaquias.

Livros de Esdras e Neemiascontém o mesmo conteúdo

Os livros de Esdras e Neemiasforam denominados “Os Evange-lhos Sinópticos do Velho Testamen-

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to”, porque os dois possuem con-teúdos muito semelhantes. Estassão algumas semelhanças:1 - Os dois livros possuem o mes-mo estilo de linguagem hebraica epodem ter sido escritos pelo mesmoautor, possivelmente Esdras;2 - O tema central dos dois livros serefere ao mesmo episódio histórico:o retorno do cativeiro babilônico;3 - Os dois livros abordam a mes-ma obra: a reconstrução do Temploem Jerusalém;4 - Os dois livros enfatizam os pa-drões e princípios que devem serseguidos na execução da obra deDeus;5 - Neemias e Esdras foram dois lí-deres muito diferentes, mas, apesarda diferença, os dois são excelentesexemplos de liderança. Esdras erasacerdote e escriba, e ensinava aPalavra de Deus; sua atividade era,primariamente, pastoral. Neemias,um leigo, era mais pragmático, umconstrutor muito prático;6 - Os dois levaram o povo a bus-car e a receber um reavivamento daparte de Deus;7 - Os dois livros possuem carac-terísticas semelhantes. Os primeiroscapítulos registram a obra a ser fei-ta e, depois da obra concluída, elesnarram como o povo se desviou deDeus. Os capítulos de número 9,nos dois livros, mostram as oraçõesde confissão, tristeza e arrependi-mento dos dois líderes, em razão do

comportamento do povo;8 - Os dois livros mencionam impe-radores pagãos que deram permissãoe ajuda, a fim de que a obra de Deusfosse realizada através do Seu povo;9 - Por fim, os dois livros terminamcom um texto otimista e encorajador.

Lições específicas de EsdrasApesar das muitas semelhanças,

os livros de Esdras e de Neemiaspossuem características muito distin-tas. Agora, vamos estudar e entendermelhor o Livro de Esdras. Para isso,vamos nos concentrar em sua pes-soa, que pode ser comparada a gran-des homens de Deus, como Moisés,Samuel e Davi, já que ele exerceu umpapel muito significativo no aviva-mento espiritual que reacendeu o in-teresse do povo pela Palavra de Deus.

Em Esdras 7.10 lemos o seguin-te: “Porque Esdras tinha disposto ocoração para buscar a Lei do Senhor,e para a cumprir, e para ensinar emIsrael os seus estatutos e os seusjuízos”. Este versículo divide a vidade Esdras em três períodos, sendoque o primeiro foi uma preparaçãopara os outros dois; ele dedicou seucoração a aprender, a conhecer e aestudar, diligentemente, a Palavrade Deus. Em seguida, ele se dedi-cou a viver e a aplicar a Palavra deDeus. Por fim, Esdras se dedicou,totalmente, a ensinar a Palavra deDeus ao povo, conduzindo-o noscaminhos do Senhor.

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Os professores mais eficientesque conhecemos são aqueles quevivem o que ensinam. Lamentavel-mente, o que mais vemos hoje emdia são pessoas que ensinam umacoisa e vivem outra. No segundoperíodo da sua vida, Esdras praticouo que tinha aprendido no primeiro,o que tornou muito mais produtivoo terceiro período, o do ensino.

A contribuição de Esdras paraa obra de Deus o inclui na mesmaclassificação de homens comoDavi, Samuel e Moisés. A ele é atri-buída, por alguns teólogos, a auto-ria dos livros de Crônicas, Esdrase Neemias, bem como a do maiorcapítulo da Bíblia, o Salmo 119,que, com 176 versículos, é maisextenso que alguns livros da Bíblia.Com exceção de apenas doisversículos deste Salmo, todos osoutros falam da Palavra de Deus, oque comprova a sua dedicaçãoirrestrita às Escrituras Sagradas.

Os teólogos acreditam queEsdras esteve no cativeiro e, porisso, não exerceu o seu sacerdóciono Templo. Acredita-se que Esdrastenha exercido um papel muito im-portante na organização do VelhoTestamento, na forma que o conhe-cemos hoje. Ele também liderou osegundo retorno do cativeirobabilônico e implantou o ministériode ensino no Templo, após a suarestauração; trouxe consigo daBabilônia um grupo de sacerdotes e

escribas, que se dedicaram ao ensi-no da Palavra de Deus, no Templo.

Princípios e padrõespara a execução da obra de Deus

O Livro de Esdras traz ensinosreferentes à obra de Deus, que setornaram padrões a serem seguidos:

1º Princípio: Deus é a força motrizda Sua obra (cf. Romanos 11.36).Deus é a Fonte e o Poder para exe-cução da Sua obra; a glória de Deusé o objetivo da Sua obra. Baseadonos primeiros versículos do Livro deEsdras, pode-se afirmar que foi as-sim que Esdras priorizou a obra deDeus em sua vida.

2º Princípio: Deus quer executarSua obra através de pessoas, porisso Ele dá orientações precisas aosseus servos para cumpri-la.

3º Princípio: Deus, que é a forçamotriz da Sua obra, e que dá ori-entações precisas para que ela sejaexecutada, provê tudo que é neces-sário para que tal aconteça. Este éum princípio muito importante econfirmado várias vezes nas Escri-turas. Em Mateus 6.33, Jesus dis-se aos Seus discípulos: “Buscai,pois, em primeiro lugar, o seu rei-no e a sua justiça, e todas estascoisas vos serão acrescentadas”.

4º Princípio: Para cumprir Sua obraatravés de nós, Ele nos dá muitoalém daquilo que pedimos ou pen-samos (cf. Efésios 3.20). Ao voltardo cativeiro, a fim de reconstruir o

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Templo, o povo tinha mais que pre-cisava para executar aquela obra.

5º Princípio: Quando nos dispomosa fazer a obra de Deus, o poder domal neste mundo se levanta contranós. Satanás combate contra o “me-lhor” de Deus, em prol daquilo que

parece apenas “bom”. Ele tenta nosdistrair com a ideia de que, se exe-cutarmos o que é apenas “bom”, serásatisfatório e, assim, tenta evitar quedediquemos nosso melhor paraDeus. Falaremos mais sobre esteprincípio, no próximo capítulo.

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Capítulo 5Forças Opositoras à Obra de Deus

Precisamos estudar as estraté-gias do nosso adversário com cui-dado, para entender o que Esdrase os judeus que voltaram do cati-veiro tiveram de enfrentar, como oapóstolo Paulo nos orienta em IICoríntios 2.11; 10.3-5; 11.13-15.Nosso adversário é enganador esabe que o pior inimigo do “melhor”é o “bom”; por isso, ele não querque experimentemos o melhor deDeus. Como é muito astuto, sabeque não vai nos distrair e nos im-pedir de fazer o que é o “melhor” deDeus, sugerindo que roubemos umbanco. A estratégia de Satanás éapresentar algo que seja “bom” eque desvie nossa atenção do “me-lhor” de Deus. Se você vive numabela casa e o melhor de Deus paravocê é ser médico missionário en-tre povos que não têm assistênciamédica, Satanás vai sugerir quevocê seja um bom médico cristão aímesmo onde você está, no seu can-tinho confortável. Isso não é ruim,é bom, mas não é o melhor de Deuspara sua vida.

O 6º Princípio está relacionadocom o anterior: sempre encontrare-mos oposição ao tentar fazer a obrade Deus. Quando nos dispomos afazê-la e surgem obstáculos, por

não estarmos esperando nenhumaoposição, facilmente passamos aduvidar da direção de Deus e do queEle realmente quer para nós, o queé um erro. Deus trabalha atravésdos homens, mas Satanás também;como ele se opõe a tudo o que Je-sus está fazendo, devemos estarpreparados para enfrentar obstácu-los, quando estivermos sendo usa-dos por Jesus Cristo. As pessoas,muitas vezes, não percebem queestão sendo embaixadoras do ad-versário (cf. Marcos 8.27-33).

O Livro de Esdras ensina quea oposição vem de todos os lados.Existe a oposição externa, das pes-soas do mundo, que não queremque executemos a obra de Deus.Quando os exilados voltaram paraJerusalém para reconstruir o Tem-plo, os que lá viviam tentaram de-sencorajá-los e assustá-los. Elesmandaram mensagens para o reiArtaxerxes, contando várias menti-ras, e, por causa disso, o povo tevede interromper a obra de reconstru-ção (Esdras 4). O Livro de Neemiastambém conta que, quando elesestavam construindo o muro, comuma mão trabalhavam e com aoutra seguravam armas, para seprotegerem dos opositores (Neemias

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4.17). De certa forma, é mais fácillidar com a oposição externa, por-que ela é mais perceptível.

A oposição interna está emnosso meio. Quando os exiladosvoltaram para reformar o Templo, ospovos pagãos, que estavam viven-do em Jerusalém e na Judéia, pro-curaram Zorobabel e Jesua, dizen-do: “Deixai-nos edificar convosco,porque, como vós, buscaremos aovosso Deus, como também já lhesacrificamos desde os dias de Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos fezsubir para aqui” (Esdras 4.2). Aisso Zorobabel e Jesua responde-ram: “Nada tendes conosco naedificação da casa ao nosso Deus;nós mesmos a edificaremos”(Esdras 4.3). Zorobabel e Jesuaestabeleceram um princípio referen-te à obra de Deus: ela tem que serfeita pelo povo de Deus; os incré-dulos não devem tomar parte nela.“O plano de Deus é usar o poderde Deus no povo de Deus, paracumprir os propósitos de Deus,de acordo com o plano de Deus”.

Creio que uma das fraquezasda igreja de hoje resulta da misturaque há entre incrédulos e cristãos.Muitos líderes de igrejas costumamengajar pessoas de prestígio na co-munidade, usar o seu dinheiro ou oseu nome, para obter benefício paraseus projetos, sem se importarem sesão ou não cristãs.

Imagine um profissional incré-

dulo, cuja atividade exija que eleconheça muitas pessoas; por exem-plo, um dentista que trabalhe comcrianças. Esta pessoa pode ter in-teresse em se tornar um professorde Escola Dominical, para ter achance de conhecer outras criançase seus respectivos pais. A igrejadeve tomar cuidado com isso e se-guir os princípios que aprendemosno Livro de Esdras.

7º Princípio: Deus, que é a forçamotriz da Sua obra, que a conduze provê tudo o que é necessário paraa sua realização, vai superar e ven-cer qualquer obstáculo que se opo-nha a ela. Isto deve servir deencorajamento e esperança para osservos do Senhor em todo mundo,que dia-a-dia lutam contra os obs-táculos que se levantam.

O mesmo Deus de Esdras eNeemias, que venceu os obstáculosdaquele tempo, continua derruban-do as barreiras que se levantamcontra Sua obra até os dias de hoje.O rei Artaxerxes recebeu a notíciade que os judeus, que historicamen-te já tinham sido rebeldes com ou-tros reis, estavam se rebelando e,por isso, não era prudente que lhesfosse permitido reconstruir o Tem-plo (Esdras 4.11-16). Mas, quan-do outro rei, chamado Dario, tomouconhecimento dos rolos que infor-mavam que Ciro emitira um decre-to e fornecera material para que opovo reconstruísse o Templo, ele

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escreveu: “Não interrompais a obradesta Casa de Deus, para que ogovernador dos judeus e os seusanciãos reedifiquem a Casa deDeus no seu lugar. Também pormim se decreta o que haveis defazer a estes anciãos dos judeus,para que reedifiquem esta Casa deDeus, a saber, que da tesourariareal, isto é, dos tributos de além dorio se pague, pontualmente, a des-pesa a estes homens, para que nãose interrompa a obra” (Esdras 6.7-8). Deus venceu mais um obstácu-lo e a Sua obra foi concluída.

8º Princípio: Os expectadorespagãos serão salvos ao observarema obra de Deus sendo executadaatravés do Seu povo. Eles vêemDeus trabalhando através de nós,simples vasos de barro, e passama compreender e a aceitar que Deusé o mentor da obra.

Em Esdras 6.21,22, lemos quealguns dos grupos pagãos que esta-vam em Judá, ao participarem dacomemoração da Páscoa dos Judeus,desistiram dos seus costumes imoraise passaram a adorar o Senhor, o queé diferente de incrédulos envolvendo-se na obra de Deus. Quando alguémé salvo, passa a pertencer ao povo deDeus e se torna Seu instrumento, nocumprimento da Sua obra.

9º Princípio: Todos os que sãochamados para liderar descobrirão aobra que lhes está destinada pelarevelação da própria Palavra, no

que, mais uma vez, Esdras se des-taca como exemplo. Ele determinouem seu coração estudar e obedecera Palavra de Deus, ensinando-a,depois que ela lhe foi revelada. A obraque Deus tinha para Esdras era im-plantar um ministério de ensino, porocasião da reconstrução do Templo.

10º Princípio: Depois que a obrade Deus é realizada, Ele pode per-mitir que alguns líderes caiam, paraque fique manifesto que toda reali-zação foi dEle, o que, lamentavel-mente, tem acontecido com certafrequência em nosso meio.

O 11º Princípio expressa que ou-tra razão para a queda de um líderestá na ação de Satanás. Depoisque alguém realiza uma obra, Sa-tanás procura colocar em descrédi-to essa pessoa que foi usada comoinstrumento de Deus.

Estes são alguns dos princípi-os sobre a obra de Deus encontra-dos no Livro de Esdras. Finalizan-do, eu gostaria de enfatizar a liçãoque aprendemos com este livro:“O plano de Deus é usar o poderde Deus no povo de Deus, paracumprir os propósitos de Deus,de acordo com o plano de Deus”.

Você faz parte do povo deDeus? Você tem consciência de queé um instrumento do poder de Deus?Você sabe que o propósito do poderde Deus em você é que a obra dEleseja realizada, através de você, deacordo com os planos dEle?

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Capítulo 6O Perfil de Um Líder

Enquanto o Livro de Esdrasapresenta princípios para execuçãoda obra de Deus, o Livro de Neemiasenfoca o tipo de líder, através dequem Deus quer trabalhar.

Na época em que Neemias eragovernador de Jerusalém o povo tevenecessidade de um reavivamento. Osjudeus estavam se casando com ospagãos, o que era uma violação àLei de Deus. No capítulo 13,versículos 23-25, Neemias repreen-deu o povo: “Vi também, naquelesdias, que judeus haviam casado commulheres asdoditas, amonitas emoabitas. Seus filhos falavam meioasdodita e não sabiam falar judai-co, mas a língua de seu respectivopovo. Contendi com eles e os amal-diçoei, espanquei alguns deles elhes arranquei os cabelos e os con-jurei por Deus, dizendo: Não dareismais vossas filhas a seus filhos enão tomareis mais suas filhas, nempara vossos filhos nem para vósmesmos”.

Neemias tinha um estilo de li-derança bem diferente! Acho quenão conheço nenhum pastor quetenha repreendido sua igreja destejeito; mas, se Neemias foi tão enér-gico, é porque era disso que o povode Deus estava precisando.

Esdras planejou a obra deDeus e Neemias colocou seus pla-nos em prática. Neemias era perse-verante e não se conteve enquantonão viu a obra de Deus concluída.Embora dotados de temperamentosdiferentes, estes dois homens sãoexemplos de liderança, cujos prin-cípios devemos adotar. O Livro deNeemias, que passamos a estudar,mostra qual é o “Perfil de um Líderna Obra de Deus”.

1ª Característica: O líder é dota-do de senso de responsabilidadepela obra de Deus. Se você se sen-te assim, comece a orar; talvezDeus queira que você seja parte daresposta à sua oração.

2ª Característica: O líder deve teruma palavra de Deus a respeito daobra. No capítulo 1, versículo 9,Neemias lembrou as palavras deMoisés: “...mas se vos converterdesa mim, e guardardes os meus man-damentos, e os cumprirdes, então,ainda que os vossos rejeitados este-jam pelas extremidades do céu, delá os ajuntarei e os trarei para o lu-gar que tenho escolhido para ali fa-zer habitar o meu nome”. O que Deusquer dizer com estas palavras é queo “lugar escolhido” é Jerusalém, porisso a necessidade de Neemias re-

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construir os muros ao seu redor.3ª característica: O líder possui

um compromisso com o término daobra de Deus. A pessoa que é es-colhida para liderar Sua obra deveter não apenas senso de responsa-bilidade e conhecimento da Palavra,mas, também, um compromissocom Deus e com a Sua obra. Certaocasião, quando Neemias serviacomo copeiro do rei, colocou emrisco sua própria vida. A lei daPérsia e da Média determinava quefosse morta a pessoa que se apre-sentasse com uma expressão tristediante do rei. No capítulo 2, lemosque o rei fez a seguinte pergunta aNeemias: “Por que está triste o teurosto, se não estás doente? Tem deser tristeza do coração” (2).

Neemias conta que ficou commedo e respondeu ao rei: “Viva o reipara sempre! Como não estariatriste o meu rosto se a cidade ondeestão os sepulcros de meus paisestá assolada e tem as portasconsumidas pelo fogo?” (3). Comoo Senhor estava com Neemias, vejaa resposta do rei: “Que me pedesagora?” (4). Orando, Neemias res-ponde ao rei, dizendo que gostariade voltar para Jerusalém e recons-truir seus muros (5). O rei não sóconcordou como lhe forneceu tudoo que ele precisava para a realiza-ção da obra. Deus abençoouNeemias pelo seu compromissocom a Sua obra.

4ª característica: O líder tem avisão da obra de Deus. “Não haven-do profecia, o povo se corrompe”(Provérbios 29.18). O líder deve teruma profecia, uma visão, para con-tar. Quando Neemias voltou paraJerusalém, ele inspecionou a cidadeaté que tivesse as informações deque precisava. Depois se reuniu comos sacerdotes, nobres e autoridades,e disse: “...vinde, pois, reedifique-mos os muros de Jerusalém e dei-xemos de ser opróbrio” (Neemias2.17). Quando ele soube exatamen-te o que fazer, contou aos outros.

5ª característica: O líder contacom o envolvimento de outros naobra. Quando um líder de Deuscompartilha sua visão com o povo,este o segue. Devemos ter em men-te que a falta de seguidores é ummau sinal para uma liderança, por-que um dos atributos do líder deDeus é sua capacidade de motivarpessoas para o seguirem na reali-zação da obra.

6ª característica: O líder ungido deDeus sofre críticas. Você vai sem-pre enfrentar críticas, quando esti-ver desenvolvendo um projeto deDeus, as quais podem, não rarasvezes, vir de pessoas cristãs, te-mentes a Deus (Neemias 4:1-3).

7ª característica: O líder tem aoração enfocada na obra de Deus.Observe quantas vezes Neemiascontou que orou: ele orou quandoo povo duvidou e até escarneceu do

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seu projeto (Neemias 4.4-5), antesde falar com o rei (Neemias 2.4) eem muitas outras circunstânciasque poderíamos mencionar, poisNeemias foi o exemplo do que Pau-lo recomenda em I Tessalonicenses5.17: “Orar sem cessar”.

8ª característica: O líder está sem-pre com o povo durante a execuçãoda obra. Neemias ficou todo o tem-po ao lado do povo, trabalhando naconstrução do muro.

9ª característica: O líder possuiindignação diante da oposição edos obstáculos que se levantamcontra a obra de Deus. Qual é adiferença entre indignar-se e ficarcom raiva? Se você está com raivade alguma coisa ou de alguém queestá no seu caminho e está deter-minado a resolver as coisas do seujeito, este tipo de raiva é pecado.Porém, se você está fazendo a obrado Senhor e está com raiva dospoderes do inferno, que estão impe-dindo a realização da obra de Deus,então a sua raiva é uma indignaçãojusta. Quando Jesus viu que os lí-deres religiosos tinham transforma-do a casa de Deus em mercado ecovil de ladrões, Ele pôs para forasua justa indignação (cf. João2.12-16). Um líder da obra de Deuspode, portanto, ficar com raiva ouindignado contra os obstáculos quese opõe à obra do Senhor. Neemiasera este tipo de líder.

10ª característica: O líder é dedi-

cado em tudo o que faz para o Se-nhor. Considere esta passagem deNeemias: “Assim trabalhávamos naobra; e metade empunhava as lan-ças desde o raiar do dia até ao sairdas estrelas. Também nesse mes-mo tempo disse eu ao povo: Cadaum com o seu moço fique em Jeru-salém, para que de noite nos sir-vam de guarda e de dia trabalhem”(Neemias 4.21,22).

11ª característica: O líder possuiuma visão objetiva, a qual pode serdirecionada positiva ou negativa-mente. Ela é negativa, quando ateimosia impede que ouçamos arazão; mas, pode ser positiva,quando ela nos direciona aos obje-tivos de Deus, mesmo que tudoconcorra para nos desestimular.Ninguém conseguia convencerNeemias a desistir da obra de re-construção do muro; muitos tenta-ram, de todas as maneiras, distraí-lo. No entanto, sua visão objetivado que Deus esperava dele, impe-diu que tal acontecesse.

12ª característica: O líder possuifortes convicções. O capítulo 5 re-gistra que, ao perceber que algunsdos judeus exploravam seus irmãoscom a cobrança de juros, Neemiaschamou essas pessoas e as fez as-sumir o compromisso de não defrau-dar mais seus companheiros judeus(Neemias 5.1-13).

13ª característica: O líder é dota-do de uma confiança inabalável.

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Neemias tinha convicção de queestava fazendo uma grande obra,para a qual Deus o havia chamadoe capacitado.

14ª característica: O líder de Deusé uma pessoa corajosa. Com todacerteza, a coragem é uma das ca-racterísticas mais importantes numlíder usado por Deus.

15ª característica: O líder é per-severante. Em Romanos 5.3-5, oapóstolo Paulo falou sobre a perse-verança: “E não somente isto, mastambém nos gloriamos nas própri-as tribulações, sabendo que a tri-bulação produz perseverança; e aperseverança experiência; e a ex-periência, esperança. Ora, a espe-rança não confunde, porque o amorde Deus é derramado em nossocoração pelo Espírito Santo, que nosfoi outorgado”. Perseverar significanão desistir, mesmo que nos encon-tremos em situações difíceis.

16ª característica: O líder possuio dom de administração. A Bíbliaapresenta uma estrutura bem defini-da, para a execução da obra deDeus. O texto de I Coríntios 12.28fala sobre o dom do governo, entreoutros, na tradução Revista e Atua-lizada, enquanto na Nova VersãoInternacional encontramos a palavra“administração”. No capítulo 7, le-mos que Neemias nomeou levitas,comandantes e guardas; também fezuma relação de todas as famílias queretornaram à Jerusalém. Este é um

exemplo de verdadeira organização.17ª característica: O líder estabe-

lece prioridades. Observe os princí-pios estabelecidos por Neemias, nocapítulo 10. Ele fez o povo se com-prometer que não entregaria seusfilhos para se casarem com pesso-as de outros povos; que guardariao sábado e que, a cada sete anos,não plantaria na terra. Também fezo povo se comprometer que paga-ria uma taxa para conservação doTemplo, dedicaria ao Senhor os fi-lhos primogênitos, bem como os deseus rebanhos, e daria a Deus dezpor cento de tudo que recebesse.Neemias tinha suas prioridades bemdefinidas e queria que o povo tam-bém as tivesse.

18ª característica: O líder nãonegligencia o seu cajado de pastor.Todo bom pastor conduz e discipli-na o povo de Deus com o seu caja-do. Um bom líder deve amar seupovo o suficiente para discipliná-lo.

19ª característica: O líder temconsciência de suas limitações hu-manas. Ele tem noção não só dassuas, mas das limitações do povoque está sob a sua liderança.

20ª característica: O líder tem umcompromisso com o término daobra, para a glória de Deus. Nee-mias concluiu a obra de restauraçãodos muros de Jerusalém, para a gló-ria de Deus. Ao executarmos a obraque o Senhor nos destina, jamaispodemos nos desviar do objetivo de

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Deus, que será alcançado através denós, a fim de que possamos decla-rar como Jesus: “Eu te glorifiquei na

terra, consumando a obra que meconfiaste para fazer ...Está consu-mado!” (João 17.4; 19.30).

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Capítulo 7Adivinhe Quem Vem Para Jantar?

O Velho Testamento registragrandes livramentos do povo deDeus. O primeiro aconteceu atravésde José, que salvou o povo hebreuda fome; o segundo foi o Êxodo, queos libertou da tirania e da escrava-tura egípcia; o terceiro ocorreu coma volta do povo de Israel do cativei-ro babilônico, e o quarto está regis-trado no Livro de Ester.

Os livros de Rute e de Esterregistram a história de duas mulhe-res de excelente caráter, que contri-buíram para a obra de Deus. Rutefoi uma mulher do povo gentio, quese casou com um judeu, e entroupara a linhagem messiânica. Esterfoi uma judia, que se casou com umhomem gentio, e salvou o povo ju-deu de um genocídio, preservandoa linhagem messiânica. O Livro deEster assemelha-se a um drama e,por isso, nosso estudo será dividi-do como o roteiro de uma peça.

Primeiro Ato: Os Planos HumanosCena 1: Uma festa persaO ano é 482 a.C. e o cenário

da festa é o Império Persa. Os con-vidados são cento e vinte e seterepresentantes das províncias doreino da Pérsia e da Média. A per-sonagem principal é uma rainha de

nome Vasti, que é destituída da suaposição. Seu marido é o rei Xerxes,ou Assuero, conforme a traduçãobíblica. Nesta festa, cuja duraçãofoi de seis meses e uma semana, abebida alcoólica era servida à von-tade (Ester 1.8).

A rainha Vasti ficou com asoutras mulheres, num lugar separa-do dos homens. O problema todocomeçou quando ela foi chamadapelo rei, seu marido, para se apre-sentar na festa e desfilar sua bele-za para aqueles homens, que jáestavam bebendo há um bom tem-po. Dessa forma, é compreensível asua recusa, mas o rei Xerxes pare-ce não ter compreendido e, menosainda, aceitado.

Cena 2: O fim da rainha VastiOs nobres da corte explicaram

ao contrariado rei Xerxes que a ati-tude da rainha Vasti não ofendiaapenas o rei, mas a todos os ho-mens do reino. Ela havia desobede-cido a uma ordem do rei e, agora,todas as mulheres também seriaminsubmissas; por isso, eles instruí-ram o rei para que banisse Vasti doseu cargo de rainha, e que encon-trasse outra mais dócil e submissapara ocupar o seu lugar. Desta for-ma, as outras mulheres veriam o que

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tinha acontecido a Vasti e respeita-riam seus maridos (Ester 1.16-20).

O rei Xerxes e todos os seussubordinados acharam que isso erasensato, acataram o conselho dosnobres e mandaram cartas para ascento e vinte e sete províncias, emsuas respectivas línguas, declaran-do que todo homem deveria fazervaler sua autoridade na sua casa(Ester 1.21,22).

Cena 3: Um concurso de bele-za persa

Foi organizado um concursode beleza em todo o império, a fimde escolher a nova rainha. Aquelenão era um concurso de belezaqualquer. As mulheres mais bonitasde todo o reino seriam levadas parao harém do rei, que, depois de dor-mir com cada uma delas, escolhe-ria a sua preferida para ser a novarainha (Ester 2.2-4).

Na verdade, esse concurso erauma maneira cruel de levar mulhe-res para o harém do rei. Assim quechegavam, as mulheres recebiamum tratamento de beleza duranteum ano; depois disso eram levadaspara um lugar onde passavam oresto de suas vidas, só vendo o reiquando este assim o quisesse.

Os personagens seguintes sãoMordecai, um exilado judeu, e suaencantadora prima Ester, que eletinha criado desde a morte de seuspais, a qual era dotada de grandebeleza, por isso também foi esco-

lhida para participar do evento re-alizado no palácio, sem que nin-guém soubesse a origem de ambos,conforme a providência de Deus.

Quando Ester foi escolhidapara assumir o lugar deixado porVasti, ninguém poderia imaginar queuma judia ocupava o trono do im-pério mais poderoso do mundo.Tempos depois, outro rei chamadoArtaxerxes, afilhado de Ester, dariapermissão a Neemias para que vol-tasse à Jerusalém e reconstruísseos muros da cidade.

Um dia em que Mordecai esta-va sentado junto aos portões dopalácio, escutou dois homens pla-nejando assassinar o rei. Mordecaicontou à rainha Ester e esta levouao conhecimento do rei o que inten-tavam contra ele. A vida do rei foisalva, os dois conspiradores foramenforcados e a intervenção deMordecai apenas foi registrada nascrônicas do rei, sem que recebessequalquer recompensa pelo seu ato.Como sabemos, este incidente tam-bém foi uma providência de Deusnesta intrigante história.

Cena 4: Uma expurgação persaNesta cena, deparamo-nos

com o vilão da trama, um homemímpio chamado Hamã, um dos ofi-ciais mais importantes do rei, queexigia que todos se inclinassem di-ante dele, o que todos faziam, me-nos Mordecai.

Esta atitude de Mordecai fez

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com que Hamã se enchesse de fu-ror e começasse a intentar contraele e seu povo, persuadindo o rei aemitir um decreto em que ordena-va que todos os judeus do ImpérioPersa fossem mortos (Ester 3.5-11). Ele e o rei jogaram dados paradeterminar a data. Na língua persaa palavra “jogar dados” é Pur. Afesta judaica chamada “Festa doPurim”, que até hoje é comemora-da, relembra este episódio.

Quando Mordecai soube do ter-rível decreto, rasgou suas roupas,vestiu-se com pano de saco e saiupela cidade chorando em voz alta(Ester 4.1). Todos os judeus, emtodas as cento e vinte e sete provín-cias do Império Medo Persa, levan-taram um lamento desesperado.

Quando Ester soube queMordecai estava clamando a Deus,vestido de pano de saco, enviou-lheuma mensagem para saber o que es-tava acontecendo. Em resposta,Mordecai pede a ela que intercedajunto ao rei, em favor de todos os ju-deus do império; mas, Ester replica,dizendo que se ela se apresentasse aorei, sem ser chamada, poderia sermorta. Mordecai enviou outro recadoem que dizia: “Não imagines que, porestares na casa do rei, só tu escapa-rás entre todos os judeus. Porque, sede todo te calares agora, de outra partese levantará para os judeus socorro elivramento, mas tu e a casa de teu paiperecereis; e quem sabe se para

conjuntura como esta é que foste ele-vada a rainha?” (Ester 4. 13,14).

“Então, disse Ester que respon-dessem a Mordecai: Vai, ajunta atodos os judeus que se acharem emSusã e jejuai por mim; não comais,nem bebais por três dias, nem denoite nem de dia; eu e as minhasservas também jejuaremos. De-pois, irei ter com o rei, ainda queé contra a lei; se perecer, pereci”(Ester 4.15,16).

Quando a rainha Ester se apre-sentou ao rei Xerxes, ele logo lhe es-tendeu o cetro e prometeu que lhedaria até metade do seu reino (Ester5.1-3). Ester o convidou, junto comHamã, para um banquete, durante oqual o rei lhe perguntou novamentequal era a sua petição. Ester formu-la ao rei e a Hamã novo convite parao banquete que ela iria preparar nodia seguinte (Ester 5.6-8).

Embora se sentisse imensa-mente lisonjeado com o convite,Hamã continuava furioso com aousadia de Mordecai. Quando elechegou em casa, depois do primei-ro banquete, incentivado pela mu-lher e por seus amigos, mandoulevantar uma forca para Mordecaie preparou-se para, no dia seguin-te, pedir permissão ao rei paraenforcá-lo (14).

Segundo Ato: A Providência de DeusCena 1: Uma noite em claroPor providência divina, naquela

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noite, depois do primeiro jantarcom Ester e Hamã, o rei não con-seguiu dormir e, por isso, pediu quefossem lidas para ele as crônicasdo reino. Entre muitas leituras, foilido o episódio em que Mordecaidescobriu a conspiração para o seuassassinato, quando sua vida foisalva. Ao saber que Mordecai ain-da não tinha sido recompensado poraquele feito, perguntou se alguém jáhavia chegado para trabalhar,quando seus servos o informaramque Hamã tinha vindo para o tra-balho mais cedo.

Cena 2: A viradaO rei quis honrar Mordecai e,

por isso, chamou Hamã, que já sepreparava para pedir licença ao reipara enforcar Mordecai. Quando orei o viu, perguntou-lhe o que sedeveria fazer ao homem que mere-cesse as honras do rei. Hamã, pen-sando ser ele este homem, deu aseguinte sugestão ao rei: “coloqueeste homem sobre um cavalo bran-co, e peça que o mais importantedos seus oficiais ande pela cidadepuxando este cavalo, gritando ‘esteé um homem a quem o rei desejahonrar’” (Ester 6.6-9). O rei replicou:“Apressa-te, toma as vestes e ocavalo, como disseste, e faze assimpara com o judeu Mordecai, que estáassentado à porta do rei; e nãoomitas coisa nenhuma de tudo quan-to disseste” (10). Sem alternativa,Hamã obedece às ordens do rei e vai

às pressas para sua casa, agora commuito medo. Quando chega emcasa, é chamado para o segundobanquete com Ester.

Neste banquete, o rei perguntounovamente a Ester qual era o seupedido. Ester respondeu que gostariaque a sua vida e a de seu povo fossepoupada (Ester 7.3,4). Quando orei lhe pergunta quem estava inten-tando tirar a vida dela e a do seupovo, Ester responde: “Hamã, quemanipulou o rei para decretar queeu e todo o meu povo sejamos ex-terminados no dia 28 de fevereiro”.

Furioso, o rei se levantou esaiu, enquanto Hamã permaneceusuplicando a Ester por sua vida.Quando o rei retorna, vê Hamã nosofá de Ester e diz: “Será que ago-ra ele quer violentar a rainha? O quedevo fazer com este homem?”. Umdos soldados do rei informa-o arespeito da forca que Hamã tinhaconstruído para Mordecai. Então, orei ordena que Hamã seja enforca-do nela (Ester 7.9,10).

Cena 3: O decreto do livramentoMas, os judeus da Pérsia ain-

da têm um grande problema paraenfrentar: o decreto do rei, ordenan-do a matança. Como as leis dosmedos e persas não podem sermudadas, Xerxes, Ester e Mordecaiescrevem um segundo decreto, per-mitindo aos judeus se defendereme aniquilarem seus inimigos, o quesalva a vida de todos os judeus.

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Aplicação pessoalQual a aplicação pessoal do

Livro de Ester? Primeira: precisa-mos espalhar as boas novas deJesus Cristo para um mundo queestá sob um decreto de morte. Se-gunda: podemos descansar nas pro-messas de Deus como Ester, queconfiou no cumprimento da aliançaentre Deus e Abraão, na qual Deusprometeu abençoar os que abenço-assem Abraão e amaldiçoar os queo amaldiçoassem (Gênesis 12.3).

A terceira aplicação para nósestá inserida na lei de ouro “comoquereis que os homens vos façam,assim fazei-o vós também a eles”(Lucas 6.31). Exatamente o contrá-rio ocorreu com Hamã, que foi víti-ma de sua própria armadilha.

Por fim, aprendemos que a pro-

vidência e o cuidado de Deus estãosobre aqueles que O amam e Lheobedecem. O apóstolo Paulo escre-veu o seguinte: “Sabemos que todasas coisas cooperam para o bem da-queles que amam a Deus, daque-les que são chamados segundo o seupropósito” (Romanos 8.28). O Se-nhor só cumpriu os Seus propósitosna vida de Ester, porque ela semprese manteve sob Seu controle.

A providência de Deus em nos-sa vida é a mensagem mais impor-tante do Livro de Ester. Você acre-dita que Deus é soberano sobre to-das as circunstâncias de sua vida?Existe uma condição para receberesta promessa: se você ama a Deus,e Lhe obedece, Ele fará com quetodas as coisas cooperem para oseu bem.

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Capítulo 8Introdução aos Livros Poéticos

Estudaremos agora os cincoLivros Poéticos: Jó, Salmos, Provér-bios, Eclesiastes e o Cântico dosCânticos de Salomão. Os Livros Po-éticos também são conhecidos noVelho Testamento como “Os Livrosde Sabedoria” ou “Os Escritos”, e sedistinguem dos Livros da Lei, His-tóricos e Proféticos.

Nos Livros Poéticos, Deus falapara o coração daqueles que estãosofrendo, através do Livro de Jó;dos que adoram, através dos Sal-mos; dos que enfrentam problemasdo dia-a-dia com casamento, famí-

lia, criação de filhos e trabalho,através dos Provérbios; para oscorações dos que passam por dú-vidas, através de Eclesiastes, e paraos corações que querem aprendermais sobre o relacionamento físico,entre marido e esposa, através doCântico dos Cânticos de Salomão.

Ao lermos os cinco Livros Po-éticos, devemos estar sensíveis aotoque de Deus em nossos corações,para que nossa fé seja verdadeira esejamos transformados, de dentropara fora, pela nossa experiênciacom Deus.

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Capítulo 9O Livro de Jó

Através do primeiro Livro Poé-tico da Bíblia, vemos que viver nãoé fácil e que pode, muitas vezes,implicar em sofrimentos e perplexi-dades. O povo de Deus sempre pas-sou por muito sofrimento. Acredita-se que o número de pessoas quemorreram por professarem sua fé,depois da 2ª Guerra Mundial, é su-perior ao número de vítimas em todaa História da Igreja. O que o livromais antigo da Bíblia pode estarfalando é que “o sofrimento é inevi-tável, mas o desespero, opcional”.O Livro de Jó é a Palavra de Deuspara os corações feridos.

Muitos estudiosos concordamem afirmar que o Livro de Jó foiescrito durante o período dos patri-arcas. Consta que Jó viveu 140anos, depois do seu sofrimento, eque morreu “velho e farto de dias”(42.17). O número de anos que Jóviveu coincide com o número deanos que as pessoas citadas noLivro de Gênesis viveram.

O estilo literário do Livro de JóPara saber qual é o estilo literá-

rio do Livro de Jó, basta verificarentre quais livros ele foi compiladonas Escrituras Sagradas. Este livro éum dos poemas mais importantes já

escritos e pode ser apresentado comoo roteiro de uma peça de teatro comtrês atos. Quando as cortinas se le-vantam, no primeiro ato, o cenárioque surge pode estar retratando ahistória mais antiga da Bíblia.

Primeiro ato: o cenárioNa primeira cena do primeiro

ato, Satanás aparece diante deDeus. Esta cena é importante paranós, no que se refere à batalha dobem e do mal, este último personi-ficado em Satanás, que levantadúvidas sobre os reais motivos por-que Jó é um homem bom. Algunsteólogos definem esta questãocomo a “vontade permissiva deDeus”, que estabelece um limitepara que o mal atue e Satanás tiretudo o que Jó possui, inclusive seusfilhos. Como resultado da vontadepermissiva de Deus e dos intentossinistros de Satanás, Jó perde setefilhos e três filhas, sete mil ovelhas,três mil camelos, mil bois, quinhen-tos jumentos e vários servos.

Apesar de estas perdas assola-rem Jó, ele não amaldiçoou, nem serebelou contra Deus, mas declarou:“Nu saí do ventre de minha mãe enu voltarei; o Senhor o deu e o Se-nhor o tomou; bendito seja o nome

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do Senhor” (1.21). O filósofo chinês,Confúcio, afirmou: “Viemos ao mun-do com as mãos fechadas, desejan-do tudo, e deixamos este mundo comnossas mãos abertas, levandonada”. O que Jó queria expressar eraque tudo o que ele possuía era deDeus, por isso Ele podia tomar parasi na hora que quisesse.

Jó perdeu seus dez filhos emconseqüência de um vento do deser-to chamado “siroco”, que derruboua casa do filho mais velho sobretodos eles; perdeu suas ovelhas eseus pastores num “fogo do céu”,que pode ter sido um raio. As se-guradoras costumam chamar estesacontecimentos de “casos fortuitosou força da natureza”. Sabemosque, no caso de Jó, não foram “for-ças da natureza”, mas “forças deSatanás”, permitidas por Deus.

Em seguida, Satanás questio-na com Deus as razões que levavamJó a ser um homem justo, sugerin-do que Jó amaldiçoaria Deus, casofosse tocado em sua própria carne,o que Deus permite, com a condi-ção de não lhe tirar a vida. Jó foi,então, afligido com uma terríveldoença. Os estudiosos acreditamque ele tenha contraído uma doen-ça semelhante à “elefantíase”, umaenfermidade que deixa a pele da corde um elefante, cheia de feridas. Jósofreu o máximo que uma pessoapode suportar.

Quando sua mulher sugere que

ele amaldiçoe Deus e morra, Jó res-ponde: “Falas como qualquer doida;temos recebido o bem de Deus enão receberíamos também o mal?”(2.10). Jó estava perguntando: oque um homem justo pode esperarque Deus coloque nas suas mãospor ser justo?”.

Um pouco antes das cortinasse fecharem, encerrando o Primei-ro Ato, Jó recebe a visita de trêsamigos (2.11-13), que viajaram desuas terras com o propósito deconfortá-lo. Durante sete dias e setenoites, chocados com o sofrimentode Jó, seus amigos ficam ao seulado sem dizer qualquer palavra. Ascortinas baixam, encerrando o Pri-meiro Ato, com Jó sentado em si-lêncio e seus amigos ao seu redor.

Segundo Ato: compartilharQuando levantam as cortinas

para o Segundo Ato, os três ami-gos de Jó, Elifaz, Bildade e Zofar,estão reunidos. Neste momento,eles dão um exemplo de como con-fortar alguém em sofrimento: estãojunto de Jó calados. Quando esta-mos sofrendo, a simples presençade um amigo é mais importanteque qualquer palavra.

Jó inicia o Segundo Ato, quechamei de “compartilhar”, amaldiço-ando o dia em que nasceu e a noiteem que foi concebido, mas nãoDeus, como Satanás disse que Jófaria. Esta parte do Livro de Jó é

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marcada por uma fala dele, seguidada resposta de um dos seus amigose, novamente, as suas considera-ções, o que se repete três vezes.

Elifaz alegou ter recebido umapalavra diretamente de Deus, atra-vés de uma experiência espiritual,a respeito da misericordiosa justi-ça de Deus. Por causa dessa reve-lação divina, Elifaz se sentiu auto-rizado a dizer a Jó que o seu sofri-mento era decorrente de algum pe-cado na sua vida ( 4.12-21). Em-bora também considerasse Jó peca-dor, Bildade chegou à conclusão deque tudo o que sobreveio à vida deJó foi em consequência dos peca-dos dos seus filhos (8.1-7).

Quanto a Zofar, uni-se ao corodos seus amigos, conclamando Jó ase arrepender, enquanto exaltam ajustiça e a grandeza de Deus. Todoseles concordam que Deus coloca umacoisa boa na mão do homem bom euma coisa ruim na mão do homemmau. O dilema era que Jó pareciaser um homem bom, mas Deus tinhacolocado algo ruim em suas mãos,o que torna a discussão acirrada emalguns momentos.

Jó insistia que era justo e che-gou a questionar a justiça de Deus,por causa de todo aquele sofrimen-to. O diálogo se encerra, quando osamigos de Jó concluem que jamaisconseguirão convencê-lo de que eleé um pecador.

Apesar de esses amigos serem

homens espirituais e muito instruí-dos, mais tarde Deus lhes disse:“...não disseste de mim o que erareto, como o meu servo Jó” (42.7).Depois de conversar com Deus, Jó,que sempre afirmou aos seus ami-gos que era justo, diz que é indig-no (40.4). Ao ler os discursos dosamigos de Jó, lembre-se de que, nofinal do livro, Deus lhes diz quetudo o que eles haviam dito sobreJó e sobre Ele estava errado. Ao lero discurso de Jó, que aparece en-tre suas alegações de que é justo,lembre-se de que, no final do livro,Jó amaldiçoa a si mesmo, arrepen-dido. Faça a você mesmo a seguin-te pergunta: “Por que Jó se amal-diçoa e do que ele se arrepende?”.

Terceiro ato: a soluçãoQuando levantam as cortinas

para o Terceiro Ato, Jó e seus ami-gos ainda estão sentados em umcírculo, mas existe outro homemcom eles, cujo nome é Eliú, quealega ter sido impedido de falar, porser mais jovem. Encontrando oca-sião, ele argumenta que necessitafalar por duas razões: a primeira,porque entendeu que a sabedoriavem do Espírito Santo, independenteda idade da pessoa; em segundolugar, ele percebeu que aqueles ho-mens não chegariam a lugar ne-nhum, porque estavam fazendo apergunta errada.

A solução para o dilema do sofri-

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mento de Jó se encontra no diálogoque ele travou com Eliú, o qual acon-selha Jó a olhar para cima e procu-rar enxergar o seu sofrimento sob aperspectiva de Deus. De acordo comeste jovem, Jó não deveria pergun-tar “o que um homem pode esperarque Deus coloque em suas mãos, porele ser justo?” Eliú desafiou Jó coma seguinte pergunta: “Você acha queé certo dizer ‘minha justiça é melhorque a justiça de Deus?’ Porque o quevocê está perguntando é: ‘que van-tagem eu tenho em ser justo, ou oque eu ganho em não ter pecado?’.Eu tenho uma palavra para você eseus amigos: ‘Atenta para os céus evê; contempla as altas nuvens aci-ma de ti. Se pecas, que mal lhecausas tu? Se as tuas transgressõesse multiplicam, que lhe fazes? Se éjusto, que lhe dás ou que recebe eleda tua mão?” (35.1-7).

Em nossa relação com Deus,não podemos indagar “o que Deus vaicolocar em minhas mãos?”. Deve-mos, sim, visualizá-Lo com as mãosabertas, no centro do nosso relaci-onamento, do nosso sofrimento, dasnossas vidas, e perguntar: “o que euvou colocar nas mãos de Deus?”.

Depois de Jó exclamar: “Eu teconhecia só de ouvir, mas agora osmeus olhos te vêem. Por isso, meabomino e me arrependo no pó e nacinza” (42.5-6), Deus repreende osseus amigos e, quando isto acon-tece, Jó ora por eles. Quando bai-

xam as cortinas, no final do Tercei-ro Ato, Deus já duplicou a riquezade Jó, e lhe concedeu sete outrosfilhos e três outras filhas.

Aplicação pessoalO Livro de Jó fala aos corações

feridos. Esta saga de sofrimento éuma ilustração de uma das Bem-Aventuranças, ensinadas no Sermãoda Montanha: “Bem-aventurados osque choram, porque serão consola-dos” (Mateus 5.4). Geralmente, umensino do Novo Testamento é umaversão ampliada de um ensino ilus-trado no Velho Testamento. Emapenas uma frase, Jesus deu umgrande ensino; mas, o Livro de Jóaplica este ensino para uma situa-ção específica e apresenta três pas-sos para obtermos o consolo e asbênçãos que Cristo prometeu aosque choram.

Primeiro passo: deixe que oseu choro o leve a fazer as pergun-tas certas. Jó estabeleceu um exem-plo para nós: “Deus está vendo oque está acontecendo comigo? Se aminha única esperança é a sepultu-ra, então onde está a minha espe-rança? Quem o homem acha que é,quando o Senhor o coloca sob tes-te? Por que Deus me trouxe do ven-tre da minha mãe? Será que eu pos-so fazer alguma coisa por mimmesmo? Quando um homem morre,para onde ele vai? Será que depoisque morre o homem torna a viver?”.

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Estas são as perguntas sobre asquais Deus quer que reflitamos,enquanto estamos em sofrimento.

Segundo passo: deixe que oseu choro o leve a ouvir as respos-tas de Deus às suas perguntas cor-retas. Jó perguntou: “Morrendo ohomem porventura tornará a viver?”(14.14). Deus respondeu a Jó, du-plicando o seu rebanho, mas não onúmero de filhos. A explicação paraisso é que, quando os animaismorreram, estava tudo acabadopara eles; porém, quando os filhosmorreram, continuaram a existir noestado espiritual. Para que Jó tives-se o dobro do número de filhos,Deus só precisou dar mais sete fi-lhos e três filhas. Portanto, sob a

perspectiva da eternidade, Jó temquatorze filhos e seis filhas.

Encontramos a mesma respos-ta que Deus deu a Jó várias vezes naBíblia, como no Salmo 23, e quan-do Jesus afirmou ser a ressurreiçãoe a vida; que todo o que nEle crê ja-mais morrerá (João 11.25). Quandolemos as Escrituras, encontramosmuitas mensagens com este teor. Emoração, procure estas passagens eouça atentamente a voz de Deus.

Terceiro passo: deixe que o seuchoro o leve a crer nas respostas deDeus. Quando você fizer as pergun-tas certas a Deus, ouça as suasrespostas e creia nelas. Você des-cobrirá as bênçãos e o consolo queJesus prometeu aos que choram.

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Capítulo 10Trinta Razões Bíblicas Para o Sofrimento do Povo de Deus

Há séculos que as pessoasperguntam: “Por que o povo de Deussofre tanto? Por que uma pessoajusta sofre?” Embora de Gênesis aoApocalipse esta questão seja abor-dada, o Livro de Jó é a melhor res-posta da Bíblia para esta pergunta.

1. Podemos aprender com o sofri-mento que Deus é a fonte de todoconforto. Em meio a terríveis prova-ções, Paulo foi confortado com oseguinte pensamento: “Bendito sejao Deus e Pai de nosso Senhor JesusCristo, o Pai de misericórdias e Deusde toda consolação!” (II Coríntios1.3). O sofrimento levou Paulo adescobrir que a presença de Deuspodia confortá-lo. Ele nos desafia afazermos esta mesma descoberta.

2. O sofrimento nos treina, equi-pa e prepara para confortarmosoutras pessoas. Paulo continuou oseu pensamento escrevendo: “É eleque nos conforta em toda a nossatribulação, para podermos consolaros que estiverem em qualquer an-gústia, com a consolação com quenós mesmos somos contempladospor Deus” (II Coríntios 1.4). Certavez, ouvi que um evangelista écomo se fosse um ex-mendigo, con-tando a um mendigo onde está opão. Apenas aqueles que já sofre-

ram e descobriram o conforto deDeus podem dizer onde ele está.

3. O sofrimento nos leva a bus-car a sabedoria de Deus. De acor-do com Tiago, quando não souber-mos mais como agir em meio aosofrimento, devemos pedir sabedo-ria a Deus. “Se, porém, algum devós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberal-mente e nada lhes impropera; eser-lhe-á concedida” (1.5). Tiagoassegura que Deus nos dará a sa-bedoria de que precisamos.

4. O sofrimento nos leva à matu-ridade espiritual. Tiago afirmou quea perseverança na provação nostorna “perfeitos e íntegros, emnada deficientes” (1.4). Diz, ainda:“porque, depois de ter sido aprova-do, receberá a coroa da vida, a qualo Senhor prometeu aos que oamam” (Tiago 1.12).

5. O sofrimento dá acesso à gra-ça de Deus. Para aplicarmos a sa-bedoria necessitamos da graça deDeus. Paulo escreveu, também,sobre isto: “Deus pode fazer-vosabundar em toda graça, a fim deque, tendo sempre, em tudo, am-pla suficiência, superabundeis emtoda boa obra” (II Coríntios 9.8).Toda graça, ampla suficiência, boa

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obra superabundante! Por meio dosofrimento, descobrimos o tesouroda sabedoria e da graça.

6. O sofrimento produz um cará-ter espiritual. O sofrimento produzum tipo de caráter, que não mudaquando as coisas ficam difíceis:“...nos gloriamos nas próprias tribu-lações, sabendo que a tribulaçãoproduz perseverança” (Romanos5.3). As palavras “perseverança” e“estabilidade” têm que fazer parte docaráter do crente, independente dograu de dificuldade que ele enfrenta.

7. O sofrimento faz do jovem umadulto forte. Lemos em Lamentações3.27: “Bom é para o homem supor-tar o jugo na sua mocidade”. Quan-do os jovens passam por provações,acabam desenvolvendo força e esta-bilidade necessárias, para enfrenta-rem as dificuldades da vida adulta.

8. O sofrimento treina os ministrospara o Evangelho. Paulo escreveuque o sofrimento é um teste para osministros de Deus: “...em tudo re-comendando-nos a nós mesmoscomo ministros de Deus: na muitapaciência, nas aflições, nas priva-ções, nas angústias” (II Coríntios6.4). O desejo de Deus é que respon-damos em “pureza, no saber, nalonganimidade, na bondade, no Es-pírito Santo, no amor não fingido, napalavra da verdade, no poder deDeus” (II Coríntios 6.6,7a). O sofri-mento é usado por Deus como um“seminário”, para preparação de

ministros do Evangelho.9. O sofrimento produz “marcos

de milagre” em nossa jornada de fé.Quando Davi orou, pedindo livra-mento durante um período de crise(Salmos 3.1-4), ele o fez com fé econfiança, porque já tinha provadoa fidelidade de Deus antes. Toda vezque provamos que Deus nos socor-re em tempos de crise, conseguimosum tipo de “marco de milagre”, quefortalece e inspira nossa fé paracrises do presente e do futuro.

10. O sofrimento abre o caminhopara a salvação de Deus. Isaíasanunciou que o Messias seria umcaminho, através do qual Deus tra-ria salvação para este mundo:“Todo vale será aterrado, e nivela-do, todos os montes e outeiros; oque é tortuoso será retificado, e oslugares escabrosos, aplanados”(Isaías 40.4). A vida de Jesus foium caminho, pelo qual a salvaçãoveio ao mundo. Ser como Cristosignifica ser este caminho, atravésdo qual Deus traz a salvação parao mundo. Somos usados por Deuspara oferecer salvação, quandoDeus nivela nosso orgulho, aplainanossas depressões e endireita nos-sos caminhos tortos.

11. O sofrimento manifesta opoder de Deus. Quando Paulo oroua Deus, pedindo que tirasse seuespinho na carne, Deus lhe disse:“A minha graça te basta, porque opoder se aperfeiçoa na fraqueza” (II

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Coríntios 12.9a). A nossa fraquezapode ser o meio, através do qualDeus manifesta Sua força e Seupoder. Isto pode ser uma das expli-cações da fadiga crônica que acom-panha muitos males. A nossa inca-pacidade e deficiência podem ser ummeio da manifestação da capacida-de e da eficiência de Deus.

12. Nossa insuficiência manifes-ta a suficiência de Deus. O sofri-mento nos enfraquece. Paulo ficoufraco por causa do seu espinho nacarne (II Coríntios 12.7-9); mas,quando somos fracos, Deus nos fazfortes; quando somos incapazes,Ele nos capacita. Deus pode usarnosso sofrimento para nos ensinaronde nossa força termina e onde aforça dEle começa.

13. O sofrimento pode ser umaoportunidade para aprendermos aser humildes. Segundo Paulo, o seuespinho na carne o impediu de seensoberbecer (II Coríntios 12.7).Somos tentados a ouvir elogios e anão dar a glória devida a Deus; porisso, Deus usa o sofrimento paranos manter humildes.

14. O sofrimento, freqüentemen-te, nos leva a experiência de alegria.O versículo 5, do Salmo 126, diz:“Os que com lágrimas semeiam,com júbilo ceifarão”. As lágrimasque derramamos nos momentos dedificuldades, geralmente, são como“sementes” que um dia frutificarãoem alegria.

15. O sofrimento funciona comouma “poda/podadura”, mas queparece um “corte/talho”. Jesus en-sinou que somos os ramos e Ele éa Videira. Para que produzamos fru-tos, devemos estar em constantecomunhão com Ele, da mesma for-ma que os ramos estão ligados àvideira. Para que tenhamos umacolheita constante, temos que su-portar o doloroso processo da poda(João 15.1,2,11).

16. O sofrimento revela Cristo aomundo. De acordo com Paulo, so-mos como vasos de barro e revela-mos o Tesouro de Cristo, quandosuportamos o sofrimento e deixa-mos que a Sua luz brilhe através denós (II Coríntios 4.7-10).

17. O sofrimento pode estimularo crescimento do homem interior. Ohomem exterior é temporal, mas ointerior é eterno. Enquanto o ho-mem exterior se corrompe, o ho-mem interior é renovado e prepara-do para a vida eterna (II Coríntios4.16). Nosso sofrimento é tempo-rário, mas as consequências donosso sofrimento podem ser eter-nas. Este é um conceito maravilho-so que devemos compartilhar comos que sofrem. Leia Romanos 8.18.

18. O sofrimento nos ensina va-lores eternos. Nos últimos dias, aterra e o céu serão abalados e só oque é eterno permanecerá (Hebreus12.25-29). Às vezes, Deus usa osofrimento para tirar nossos olhos

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das coisas terrenas e fixá-los emvalores eternos.

19. O sofrimento nos refina. “Onosso Deus é fogo consumidor”(Hebreus 12.29). O sofrimento, porvezes, queima o que em nossa vidanão está em conformidade com osensinamentos de Deus. Tal refina-mento, mesmo que doloroso, nosprepara para o que iremos desfru-tar na eternidade.

20. Às vezes, o sofrimento é re-sultado de escolhas erradas que fi-zemos. Colhemos o que plantamos.Algumas vezes, o sofrimento é ape-nas um “banquete de consequên-cias”, resultante do plantio erradoque fizemos, no jardim das nossasvidas (Gálatas 6.7,8).

21. O sofrimento confirma quesomos filhos de Deus. Se somosrealmente filhos de Deus, seremosdisciplinados por Ele (João1.12,13; Hebreus 12.5-11).

22. Às vezes, o sofrimento é umindício de que Cristo quer ter comu-nhão conosco. Jesus está batendo àporta dos corações que não sãoquentes nem frios, para que firmemum compromisso com Ele; isto poderepresentar uma repreensão ou umcastigo, porque O chamamos deSalvador, mas não de Senhor danossa vida (Apocalipse 3.20). Jesusquer participar de todas as áreas danossa vida e este “bater” de Cristopode vir na forma de sofrimento.

23. Os sofrimentos preparam a

volta do filho pródigo. Assim comoo filho pródigo “caiu em si”, quan-do foi parar num chiqueiro (Lucas15.15-17), nós também podemosreavaliar nossos valores, quandopassarmos pelo sofrimento dos“chiqueiros da vida”; isto pode noslevar ao arrependimento e a reatar-mos nossa comunhão com o Pai.

24. O sofrimento nos torna par-ticipantes da santidade de Deus(Hebreus 12.10). Não existe meiomais eficaz para sermos aperfeiço-ados que o sofrimento, quando oaceitamos como um remédio deDeus contra os nossos pecados, quenos afastam da Sua santidade.

25. Sofremos porque o mundoodeia Cristo e Seus seguidores. Oapóstolo Paulo escreveu: “Ora, to-dos quantos querem viver piedosa-mente em Cristo Jesus serão per-seguidos” (II Timóteo 3.12).

26. O sofrimento purifica nossafé. “Nisto exultais, embora, no pre-sente, por breve tempo, se neces-sário, sejais contristados por vári-as provações, para que o valor davossa fé, uma vez confirmado,muito mais precioso que o ouro pe-recível, mesmo apurado por fogo,redunde em louvor, glória e honrana revelação de Jesus Cristo” (IPedro 1.6,7).

27. Ao sofrermos, seguimos oexemplo do nosso Salvador. Pedroescreveu que fomos chamados paraseguir os passos de Cristo (I Pedro

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2.21). Jesus nos ensinou que deve-mos tomar nossa cruz e seguir o Seuexemplo (Lucas 9.23-26; 14.25-27).

28. O sofrimento abre a portapara o Reino de Deus. Quando Pau-lo e Barnabé foram perseguidos,durante suas viagens missionárias,encorajaram outros crentes, dizendoque “através de muitas tribulações,nos importa entrar no reino de Deus”(Atos 14.22). Mesmo não sendouma exigência específica para entrarno Reino de Deus, muitas pessoassão convencidas a crer e a aceitarJesus, por causa da tribulação.

29. Todos devemos entrar na eter-nidade, através da morte e da res-surreição. Durante um velório, Je-sus falou que os dois problemasmais difíceis de serem solucionados,a doença e a morte, servem de aces-so à vida eterna (João 11.25,26).Podemos transformar estes doisproblemas em bilhetes para o céu,quando cremos que Jesus é a úni-

ca solução para eles. Deus nãoacaba com a doença e a morte, poisé por meio delas que deixamos estemundo. Esta é mais uma razão bí-blica porque, às vezes, sofremos.

30. A filosofia bíblica da morte.Para que as ovelhas se deitem, opastor costuma impor sua autorida-de, batendo com o cajado na cabe-ça delas. O mesmo acontece conos-co: depois de estabelecida a relaçãode Pastor e ovelha, como Davi des-creve no Salmo 23, Deus nos levaàs águas de descanso e aos pastosverdejantes, até que o cálice trans-borde. Para atingirmos estes valo-res eternos, experimentamos doisproblemas, aparentemente, insolú-veis: a doença e a morte.

A Palavra de Deus tem muito anos dizer sobre o sofrimento, mas,mesmo assim, não compreendemosmuita coisa que acontece em nossavida, pois os mistérios de Deus sãoinsondáveis (Deuteronômio 29.29).

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Capítulo 11O Livro de Salmos

O Livro de Salmos é uma cole-tânea de 150 hinos de louvor dopovo de Deus, dirigido aos coraçõesadoradores. Deus deu os salmos aoSeu povo para ajudá-los a expres-sar o seu amor, louvor e oração,durante a adoração. Estes hinoslevavam o povo de Deus, do VelhoTestamento, à Sua presença; hoje,da mesma forma, nos ajudam a ex-pressar o nosso amor, louvor e ora-ção a Ele.

Visão panorâmica do Livro de SalmosAntes de o Velho Testamento

ser traduzido para o grego, o Livrode Salmos era dividido em 5 livrosdiferentes: do salmo 1 ao 41, do 42ao 72, do 73 ao 90, do 91 ao 107e do 108 ao 150. A autoria de 73salmos é atribuída a Davi, 12 aAsafe e 11 aos filhos de Coré. Es-tudiosos acreditam que Moisés,Esdras e Salomão tenham escritoum salmo cada um e Ezequias, dez.Muitos salmos são anônimos e épossível que os levitas, os ministrosde louvor estabelecidos por Davi,sejam seus autores.

InstruçõesAs instruções que aparecem na

epígrafe de alguns salmos, referem-

se à execução do hino, como, porexemplo, se deveria ter o acompa-nhamento de instrumentos de soproou de cordas. A palavra “Selá” in-dicava que o salmo deveria ser can-tado “pausada e reverentemente”.Algumas pessoas acham que estapalavra seria a indicação da entra-da de um interlúdio dos instrumen-tos musicais.

Para quem e sobre quemQuando o compositor de um

hino, tanto de um antigo salmo,como de um cântico moderno, falacom Deus, a respeito de Deus, oseu cântico é um louvor; quando amúsica é dirigida a Deus e fala arespeito do homem, ou é uma con-versa com Deus, o cântico é umaoração; quando a letra é dirigida aohomem e fala sobre Deus, é umapregação. Ao ler os salmos, faça avocê mesmo a seguinte pergunta:para quem e sobre quem o salmistaestá falando? Desta forma, vocêcompreenderá melhor a mensageme a aplicação do Salmo.

Temas dos salmosO Livro dos Salmos possui

quatro temas e o mais destacadodeles é sobre o “Homem Abençoa-

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do”, tema que está presente emtodo o livro. Através de um salmodo “Homem Abençoado”, aprende-mos que as bênçãos dadas a estehomem não existem por acaso, poruma coincidência; elas são o resul-tado da sua fé e das suas priorida-des. Os salmos 1, 23, 32, 128 emuitos outros são exemplos destetipo de salmo.

Os “Salmos Emocionais” perten-cem à outra classificação; eles pos-suem uma resposta para os senti-mentos do homem. Não importa qualseja o seu estado emocional, vocêencontra um salmo com o qual seidentifica. Se você está passando poruma crise depressiva, sobrecarrega-do, com sentimentos de culpa oumagoado, com certeza encontraráconsolo neste livro; se o seu coraçãoestá transbordando de alegria e grati-dão, e você quer expressar sua ado-ração a Deus, encontrará salmosque irão expressar as emoções doseu coração. Procure sempre obser-var como o salmista lidou com osseus sentimentos, e siga o seuexemplo. Alguns dos “Salmos Emo-cionais” são: 3, 4, 32, 51 e 55.

Nos “Salmos de Adoração”, osalmista, além de falar com Deus esobre Deus, exorta-nos a adorá-Lo enos ensina a fazê-lo. Alguns deles sãoos salmos 8, 63, 100, 103 e 107.

Os salmistas, também, profe-tizaram e compuseram os “SalmosMessiânicos”, os quais falam sobre

a vida do Messias. Davi falou, pro-feticamente, sobre o primeiro ad-vento de Jesus Cristo e Sua ressur-reição, no salmo 16, que foi cita-do por Pedro no dia do Pentecostes.Outros exemplos são os salmos 2,8, 46, 22 e 110.

O contexto histórico dos salmosPodemos ter uma idéia do ce-

nário em que a maioria dos salmosforam escritos, através dos livros deSamuel e Crônicas. Davi escreveumetade dos salmos e naqueles Li-vros Históricos podemos encontrarsua biografia. O conteúdo dos sal-mos de Davi e as inscrições que osprecedem servem de indicação docontexto histórico em que foramescritos, o que muito nos ajudaráa interpretá-los e aplicá-los em nos-sas vidas.

Não é raro encontrarmos emalguns salmos orações dos salmis-tas, onde eles pedem a Deus que oslivre das garras dos seus inimigoscom suas espadas, o que contradizo ensino de Cristo, de “amar os ini-migos e orar pelos que nos perse-guem” (Mateus 5.44). Esta é outrarazão porque devemos ter conheci-mento sobre o contexto históricodos salmos. Nos tempos da Lei, eraensinado que podia se odiar os ini-migos que tinham ofendido ao Se-nhor (Deuteronômio 23.3-6). Deacordo com o contexto histórico,não havia problema algum nesta

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oração de Davi: “Não aborreço eu,Senhor, os que te aborrecem? E nãoabomino os que contra ti se levan-tam? Aborreço-os com ódio consu-mado; para mim são inimigos defato” (139.21,22).

O Salmo 23 - “conversa de cordeiro”O Salmo 23, de Davi, é o pre-

ferido de milhões de judeus, católi-cos e protestantes. É um salmo depregação, porque Davi se dirige aoshomens e fala sobre Deus. Estesalmo é como se fosse uma ovelhafalando a outras acerca da grande-za do seu Pastor:“O Senhor é o meu pastor, nadame faltará.Ele me faz repousar em pastosverdejantes.Leva-me para junto das águas dedescanso;Refrigera-me a alma.Guia-me pelas veredas da justiçapor amor do seu nome.Ainda que eu ande pelo vale dasombra da morte,Não temerei mal nenhum, porquetu estás comigo;O teu bordão e o teu cajado meconsolam.Preparas-me uma mesa na presen-ça dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meucálice transborda.Bondade e misericórdia certamen-te me seguirão todos os dias daminha vida; e habitarei na Casa do

Senhor para todo o sempre”.Além de ser um “Salmo de Pre-

gação”, o Salmo 23 também é um“Salmo do Homem Abençoado”. Emtodo “Salmo do Homem Abençoa-do” existe uma condição que deveser cumprida. Neste, Davi fala dealgumas das bênçãos que são: pas-tos verdejantes, águas tranquilas ecálice que transborda. A condiçãobásica para estas bênçãos é “OSenhor é o meu Pastor”.

Os pastos verdejantes repre-sentam as bênçãos. Quando Davifala, no versículo 5, sobre o “cáli-ce que transborda”, ele está usan-do uma metáfora para a alegria. Eleé um homem feliz, e qual é a chaveda sua felicidade? Enquanto o Se-nhor for o Pastor de Davi, ele terátudo o que precisa: pastos verdejan-tes, águas tranquilas, cálice quetransborda, provisão, etc. Existe,porém, uma condição para todasestas bênçãos: o relacionamentocom o Pastor. Na verdade, este sal-mo fala sobre o relacionamentomais importante do mundo: nossorelacionamento com Deus.

O cenário para este relacionamentoQuando percebemos a impor-

tância deste relacionamento, deve-mos nos perguntar o que devemosfazer para estabelecê-lo em nossavida. A resposta para nossa pergun-ta encontra-se no segundo versículodeste salmo: “Ele me faz repousar

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em pastos verdejantes...”. O pas-tor estabelece sua autoridade sobrea ovelha, batendo em sua cabeçacom o cajado, fazendo-a repousar”.É assim que o Senhor se torna nos-so Pastor: batendo em nossa cabeçacom um problema, que não pode-mos evitar, nem resolver.

O relacionamento na práticaO Senhor só encontra liberdade

para nos conduzir, quando permiti-mos que Ele seja o nosso Pastor.Então, Ele nos conduzirá às águastranquilas, que representam as situ-ações e os lugares que são apropri-ados para nós. Quando nos levan-tamos e começamos a agir comoovelhas sem pastor, nosso relaciona-mento com Deus é desestruturado.

A perspectiva do relacionamentoAo colocar este relacionamen-

to em perspectiva, Davi apresentauma das mais belas descrições dorelacionamento entre Deus e o ho-mem encontradas na Bíblia. Segun-do ele, não importa para onde oPastor nos leve, Ele estará sempreconosco, à nossa frente, nos guian-do com o Seu amor incondicional,Sua bondade e provisão, fazendonosso cálice transbordar. Tambémnos promete que este relacionamen-to fará parte da nossa vida, agorae eternamente!

Aplique a mensagem do salmo23 à sua própria vida. Você vai se lem-

brar de quando fez do Senhor o seuPastor, que o conduziu aos pastosverdejantes, junto às águas tran-quilas; de quando o seu cálice trans-bordou com as bênçãos do Senhor.

Entenda que você precisa derestauração e deixe que Deus leve oseu relacionamento com Ele paraonde Ele quer, consciente de que oSeu Pastor está com você e vai à suafrente, com sua bondade e misericór-dia, colocando diante de você umamesa com provisão, fazendo o seucálice transbordar de alegria. Vivacom a confiança de que Ele podefazer isto todos os dias da sua vida.

Salmo 1 - O Homem AbençoadoO Salmo 1, sem dúvida algu-

ma, é um “Salmo do Homem Aben-çoado”. Todos os outros salmosassim classificados seguem o mes-mo padrão, mostrando que as bên-çãos não são fruto do acaso, umacoincidência, mas o resultado dasconvicções e escolhas que fazemosao longo de nossa vida.“Bem-aventurado o homem quenão anda no conselho dos ímpios,não se detém no caminho dospecadores, nem se assenta naroda dos escarnecedores.Antes, o seu prazer está na lei doSenhor, e na sua lei medita de diae de noite.Ele é como árvore plantada juntoà corrente de águas, que, nodevido tempo, dá o seu fruto, e

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cuja folhagem não murcha; e tudoquanto ele faz será bem sucedido.Os ímpios não são assim; sãoporém, como a palha que o ventodispersa.Por isso, os perversos não preva-lecerão no juízo, nem os pecado-res na congregação dos justos.Pois o Senhor conhece o caminhodos justos, mas o caminho dosímpios perecerá”.

Quem é o homem abençoado?O Salmo 1 apresenta dois ho-

mens: o abençoado e o ímpio. Estesalmo usa uma forma poéticahebraica, que estabelece uma verda-de, através de uma afirmação nega-tiva. Davi apresenta o perfil do “Ho-mem Abençoado”, falando sobre oque ele não é. Por exemplo, ele “nãoanda no conselho dos ímpios”, o quequer dizer que ele anda no conselhode Deus, contido na Sua Palavra, naqual “medita de dia e de noite”.

O “Homem Abençoado” “nãose assenta na roda dos escarnece-dores”, o que significa que ele seassenta junto aos que crêem emDeus e O temem, cujo prazer estána Lei do Senhor. Ele sabe que achave para que a Palavra de Deusseja poderosa em sua vida é a obe-diência, é seguir os conselhos con-tidos na Palavra de Deus.

Este salmo foi escrito por Davi,o segundo e melhor rei que Israel játeve. De acordo com a Lei de Moi-

sés, o rei deveria copiar toda a Lei efazer dela sua constante companhei-ra: “...quando se assentar no trono doseu reino, escreverá para si um tras-lado desta lei num livro, do que estádiante dos levitas sacerdotes. E o teráconsigo, e nele lerá todos os diasda sua vida, para que aprenda atemer o Senhor, seu Deus, a fimde guardar todas as palavras des-ta lei e estes estatutos, para cum-pri-los” (Deuteronômio 17.18,19).

A seguir, descrevemos as bên-çãos decorrentes das convicções eescolhas do “Homem Abençoado”:

EstabilidadeO “Homem Abençoado” é como “a

árvore plantada junto a corrente deáguas”, onde o solo é úmido, asraízes podem se expandir e crescer.Quando um caminhão vai de encon-tro a um grande carvalho, somenteele é atingido, pois a árvore não seabala. Este é o tipo de estabilida-de do “Homem Abençoado”. Jesusfalou a este respeito quando se re-feriu ao homem que ouve e praticao Seu ensino (Mateus 7.24,25).

FertilidadeO “Homem Abençoado” é frutífero

e “dá frutos no devido tempo”. Comoele crê na Palavra de Deus e a ama,o seu conhecimento sobre Deus vaialém das páginas escritas e esten-de-se a um relacionamento com aPalavra Viva, o qual é a chave paraseus frutos. Jesus ensinou que de-vemos estar ligados a Ele, como o

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ramo está ligado à videira, se qui-sermos ser frutíferos (João 15.4).

LongevidadeO “Homem Abençoado” não fica

amargo com o passar dos anos; sua“folhagem não murcha”. Cada diaque vivemos nos prepara para o diaseguinte. Se estivermos em Cristo, aqualidade da nossa vida deve aumen-tar, à medida que os anos passam.

ProsperidadeO Salmo também diz que “...tudo

quanto ele (o “Homem Abençoado”)faz, será bem sucedido”. Davi nãoestava se referindo à prosperidadematerial, mas à espiritual. Os LivrosPoéticos se referem ao homem inte-rior e não ao homem exterior, por issoa prosperidade do “Homem Abenço-ado” tem resultados na qualidade dasua vida eterna. Não vale a pena vi-ver em função de tudo que deixamospara trás, quando morremos.

SegurançaQuando Davi escreveu: “os perver-

sos não prevalecerão no juízo, nemos pecadores na congregação dos jus-tos” (5), ele estava querendo afirmarque, ao contrário do ímpio, o “Ho-mem Abençoado” usufrui segurançanesta vida e na próxima, porque andasegundo o conselho de Deus, encon-trado na Sua Palavra. Ele vai seapresentar diante de Cristo, no Dia doJulgamento, e se juntará à congrega-ção dos justos, por toda a eternida-de. Semelhantemente às bênçãosapresentadas no Salmo 23, as do

“Homem Abençoado”, no Salmo 1,são para toda a eternidade.

Dois homens sentados no bancoda igreja: qual deles você é?

Davi se referiu ao homem ímpiodizendo: “Os ímpios não são assim”(4a). O ímpio, por não ter prazer naPalavra de Deus, não tem estabilida-de, fertilidade, longevidade, prospe-ridade, nem segurança; consequen-temente, não poderá desfrutar a vidaeterna com Cristo, como está desti-nado ao homem que teme a Deus eanda de acordo com a Sua Palavra.

O desafio que o Salmo 1 lan-ça para nós é: “dois homens sen-tados no banco da igreja, qual de-les você é?” Você é um homemabençoado?

Salmo 128 - Quem é abençoado?“Bem-aventurado aquele que teme aoSenhor e anda nos seus caminhos!Do trabalho de tuas mãos come-rás, feliz serás, e tudo te irá bem.Tua esposa, no interior de tuacasa, será como a videira frutífera;teus filhos, como rebentos daoliveira, à roda da tua mesa.Eis como será abençoado ohomem que teme ao Senhor!O Senhor te abençoe desde Sião,para que vejas a prosperidade deJerusalém durante os dias de tuavida, vejas os filhos de teusfilhos. Paz sobre Israel!”.

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Será que todo mundo é abençoado?A Bíblia ensina que as bênçãos

são derramadas, mediante algumascondições: “Bem-aventurado aqueleque teme ao Senhor e anda nosseus caminhos!” (1). Contudo,aprendemos, no Livro de Jó, quenão é sempre que Deus abençoa oSeu povo, quando os seus amigosdisseram que Deus pune os pecado-res e abençoa os que O temem,mas, no final, Deus lhes diz que elesestavam errados. Como aprende-mos com os salmos do “HomemAbençoado” que ele colhe o queplanta, temos que considerar a ex-periência de Jó como uma exceçãoe não como uma regra.

A estratégia de DeusO Salmo 128 ensina que o “Ho-

mem Abençoado” e suas bênçãos seencaixam na estratégia de Deus,para impactar o mundo. Conformeaprendemos com o Livro de Jó, aresposta certa para as nossas bên-çãos não é ter a atitude: “Senhor, oque o Senhor vai me dar?”. Antes,devemos perguntar-Lhe: “Senhor,como posso te servir com as minhasbênçãos?”. A estratégia de Deus se-gue um padrão: Ele encontra umhomem, que crê nEle e O obedece;então, o abençoa (1). Estas bênçãosalcançam sua esposa, “que serácomo a videira frutífera” (3a), em suacasa; depois, seus filhos se tornam“como rebentos de oliveira”, à roda

da sua mesa (3b).As bênçãos de Deus passam,

através da unidade familiar, paraSião, que representa a comunidadeespiritual, no Velho Testamento. Apartir daí, estas bênçãos impactama cidade, Jerusalém, a nação, Isra-el, e, por fim, o mundo. Basicamen-te, este salmo ensina que Deus usaa família para Se revelar ao mundo.Quando Ele quer impactar a cida-de, o país e o mundo, Ele começacom o “Homem Abençoado” e coma sua família.

Salmo 127 - Prioridadesprovidenciais “Se o Senhor não edificar a casa,em vão trabalham os que aedificam; se o Senhor não guardara cidade, em vão vigia a sentinela.Inútil vos será levantar de madru-gada, repousar tarde, comer o pãoque penosamente granjeastes; aosseus amados ele o dá enquantodormem.Herança do Senhor são os filhos;o fruto do ventre, seu galardão.Como flechas na mão do guerreiro,assim são os filhos da mocidade.Feliz o homem que enche deles asua aljava; não será envergonha-do, quando pleitear com osinimigos à porta.”

Não é de se estranhar queSalomão, que foi um grande cons-trutor, usasse a metáfora de uma

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construção ao escrever este salmo.Ele construiu o Templo, que levouo seu nome, cidades, parques, es-tábulos e uma frota de navios. Con-tudo, ele mesmo diz que é possívelque uma pessoa construa tantacoisa, em vão: “Se o Senhor nãoedificar a casa, em vão trabalhamos que a edificam” (1).

Este Salmo assemelha-se àsúltimas palavras de sabedoria deSalomão, no Livro de Eclesiastes,onde ele pregou que tudo o que fezna vida foi em vão. Ao passar dametáfora da construção para a dosfilhos, ele diz aos pais que a “em-preitada” mais importante da nossavida refere-se à construção da vidados nossos filhos, como se ele esti-vesse confessando que gostaria deter ocupado mais tempo construin-do a vida dos seus filhos, ao invésde construir tantas outras coisas.

Salomão afirma que “como fle-chas na mão do guerreiro, assim osfilhos da mocidade” (4). As flechas,nesta metáfora, são os filhos e oarco, os pais. A força e a direçãocom as quais os filhos são lança-dos no mundo são determinadaspelo arco.

A mensagem básica deste Sal-mo está em sua primeira frase: “Seo Senhor não edificar a casa, emvão trabalham os que a edificam”.Existem muitas coisas que só Deuspode fazer, como dar vida nova aosSeus filhos e lhes conceder o dom

da fé. De certa forma, Ele só podecomeçar a fazer isto, se você per-mitir. Este conceito está embutidonesta bela metáfora. Salomão afir-ma: “Ele o dá enquanto dormem”,o que quer dizer que, enquanto vocêestiver acordado, Deus não poderátrabalhar em seu corpo; mas, quan-do nos tornamos passivos e descan-samos, Deus se torna ativo e nosdá nova vida. Aplique esta metáfo-ra às responsabilidades e aos desa-fios de ser pai ou mãe.

O que isto significa?É possível que você esteja se

preocupando, trabalhando e cons-truindo em vão, porque estápriorizando coisas erradas em suavida. Este salmo é um desafio parainvestirmos em nossos filhos. Éatravés da família que Deus impactao mundo e, por isso, devemos nosdedicar a ela com afinco. O diabosabe desta verdade e está determi-nado a sabotar esta obra vital deDeus, cortando o cordão destearco. O que podemos chamar de“epidemia de famílias desfeitas” éum testemunho claro disso.

Será que todo mundo é aben-çoado? Não é isso que aprendemoscom os salmos do “Homem Aben-çoado”. Somente através da fé e daobediência o homem é abençoado.

Salmo 4 - Solução para o stressDepois de estudar vários sal-

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mos do “Homem Abençoado”,estamos prontos para enfocar os“Salmos Emocionais”, que são, emsua maioria, orações em que osalmista fala com Deus a respeitodele mesmo ou de alguém. Um des-ses salmos é o 4:“Responde-me quando clamo,ó Deus da minha justiça; naminha angústia, tens-me aliviado;tem misericórdia de mim e ouve aminha oração.Ó homens, até quando tornareis aminha glória em vexame, eamareis a vaidade e buscareis amentira?Sabei, porém, que o Senhorseparou para si o piedoso; oSenhor me ouve quando eu clamopor ele.Irai-vos e não pequeis; consultaino travesseiro o coração esossegai.Oferecei sacrifícios de justiça econfiai no Senhor.Há muitos que dizem: Quem nosdará conhecer o bem?Senhor, levanta sobre nós a luz doteu rosto.Mais alegria me puseste no cora-ção que a alegria deles, quandolhes há fartura de cereal e devinho.Em paz me deito e logo pego nosono, porque, Senhor, só tu mefazes repousar seguro”.

Como devemos reagir aostress? O autor deste salmo nos

mostra que devemos enfrentar osdesafios diários, confiando no Se-nhor e entregando a Ele as nossasansiedades.

OraçãoNo Salmo 4, Davi reage à pres-

são emocional com uma oração:“Responde-me quando clamo, óDeus da minha justiça” (1). Orar éconversar com Deus e, para conver-sarmos, é necessário que haja outrapessoa para ouvir. Deus quer quevocê converse com Ele, mas Ele tam-bém quer falar com você. Na maio-ria dos salmos de oração, ouvimosprimeiro o salmista falar com Deuse, depois, Deus responder a ele.

Davi começou sua oração,contando a Deus a razão da suaangústia (2). Deus respondeu, dan-do uma revelação a Davi: “Sabei,porém, que o Senhor separou parasi o piedoso; o Senhor me ouvequando eu clamo por ele. Irai-vos enão pequeis” (3,4a).

Pense que uma oração respondi-da significa que o Deus do Universo,o Todo-Poderoso, está tão interessa-do em nós, que nos ouve e nos res-ponde, quando conversamos com Ele,o que é motivo mais que suficientepara não sermos mais os mesmos.

Examine seu coraçãoQuando Deus falou com Davi:

“consultai no travesseiro o coraçãoe sossegai” (4b), Ele queria que

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Davi examinasse os seus questiona-mentos e, depois de ponderá-los,sossegasse.

Faça o que é certoQuando Davi examinou o seu

coração, Deus lhe mostrou o quefazer com a sua angústia: “ofereceisacrifícios de justiça e confiai noSenhor” (5). Por que Davi precisa-va fazer isto? Porque muitas pesso-as estavam perguntando “quem nosdará conhecer o bem?” (6a). Daviestava sendo observado e as pes-soas estavam aprendendo quem eraDeus, através dele.

Podemos presumir que Daviestava diante de um dilema: elepodia fazer o que era mais fácil esobreviver, ou fazer o que era certoe justo. Como ele era um homemíntegro, não poderia conviver coma culpa de fazer o que era mais fá-cil. Quando ele teve este diálogocom Deus, resolveu colocar todasua energia para fazer o que eracerto. Ele sabia que o povo queriaver nele alguém que fazia o que eracerto, mesmo que isto envolvessesacrifícios.

Ao oferecer sacrifícios de jus-tiça, Davi experimentou tamanhatransformação interior, a ponto dedizer: “Mais alegria me puseste nocoração que a alegria deles, quan-do lhes há fartura de cereal e devinho. Em paz me deito e logo pegono sono, porque, Senhor, só tu me

fazes repousar seguro” (7,8).Se você se identificar com o

estado emocional de Davi, mediteno seu coração e converse comDeus. Caso você esteja em confli-to, sem saber se faz o que é maisfácil ou o que é certo, ofereça sa-crifícios de justiça e coloque suaconfiança em Deus. Você vai ver quea solução que Davi encontrou tam-bém funciona para você; a tensãoe o medo serão substituídos pelodescanso e pela confiança, pela paze por uma boa noite de sono.

Salmo 139 - O ConselheiroTodo-Poderoso“Sonda-me, ó Deus, e conhece omeu coração; prova-me e conheceos meus pensamentos; vê se há emmim algum caminho mau e guia-mepelo caminho eterno” (23,24).

O Salmo 139 é mais um exem-plo de Salmo de Oração, no qual oescritor, inspirado pelo Espírito San-to, fala com Deus a respeito de simesmo. Vemos neste salmo que Deusera o Grande Conselheiro de Davi.Quando Deus falou para Saul, atra-vés de Samuel, que tinha encontra-do um substituto para o trono de Is-rael, Deus se referiu a Davi como umhomem “segundo o coração de Deus”,isto é, que procurava agradar a Deuse fazer a Sua vontade. A parte prin-cipal desta oração são seus dois úl-timos versículos. Se dividirmostodo o salmo em parágrafos, vere-

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mos que cada um deles mostraquem é o Deus a quem Davi ora.

No primeiro parágrafo (1-5),Davi está orando a um Deus que oconhece ilimitadamente: “Senhor, tume sondas e me conheces” (1).Talvez você conheça alguém famo-so, pessoalmente, o prefeito da suacidade ou o governador; mas, vocênão acha que seria muito mais im-pressionante se alguém famoso oreconhecesse publicamente? Daviestá impressionado por ser conhe-cido pelo Deus do Universo!

Qualquer pessoa que dê umconselho a você não possui plenoconhecimento a seu respeito ou dasituação que você está vivendo.Não importa se a pessoa é ou nãoum excelente conselheiro, o conhe-cimento dele a seu respeito é limi-tado. Porém, com Deus é diferente,pois Ele o conhece plenamente.

No segundo parágrafo (6-12),vemos que Davi está orando aoDeus Onipotente e Onipresente, dequem ele não pode escapar: “Paraonde me ausentarei do Teu Espíri-to?”. Será que você consegue fugirda presença de Deus? Se conseguis-se, para onde você iria?

O terceiro parágrafo mostraque Davi está orando ao Deus Cri-ador (13-16): “Pois tu formaste omeu interior, tu me teceste no seiode minha mãe”. Este salmo tambémnos faz entender que nenhum de nósfoi gerado acidentalmente, pois to-

dos somos um projeto de Deus.O quarto parágrafo (17,18)

mostra Davi orando a um Deus,cujos pensamentos são preciosos einfinitos (17). Uma das maneirasde expressar sua consideração pelapessoa que você ama é confessan-do-lhe que você pensa nela o tem-po todo. O que Deus pensa a res-peito de nós é mais importante queo que pensamos de nós mesmos.

No quinto parágrafo (19-22),Davi pede a Deus que o defenda dosseus inimigos, confiando inteira-mente na Sua proteção.

Depois de descrever o perfil doDeus a quem ele ora, Davi pede:“Sonda-me, ó Deus, e conhece omeu coração, prova-me e conheceos meus pensamentos, vê se há emmim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (23,24).

Quando não sabemos quaissão as reais intenções do nossocoração, mas queremos andar noscaminhos eternos, pela vontade deDeus, devemos nos aproximar dotrono do Grande Conselheiro aquem Davi orou.

Peça a Deus que abra o seucoração e lhe mostre as motivaçõesque não deveriam estar nele. Peça-Lhe que abra a sua mente e adirecione, a fim de que tudo o quevocê fizer contribua para o seu beme para a glória de Deus.

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Salmo 100“Celebrai com júbilo ao Senhor,todas as terras.Servi ao Senhor com alegria, apre-sentai-vos diante dele com cântico.Sabei que o Senhor é Deus; foiele quem nos fez, e dele somos;somos o seu povo e rebanho doseu pastoreio.Entrai por suas portas com açõesde graças e nos seus átrios comhinos de louvor; rendei-lhe graçase bendizei-lhe o nome. Porque oSenhor é bom, a sua misericórdiadura para sempre, e, de geraçãoem geração, a sua fidelidade”.

O Salmo 100 é, sem dúvida al-guma, um Salmo de Adoração. Osalmista define o termo adoraçãocomo o ato de apresentar-se diantede Deus com ações de graças e hinosde louvor. O coração grato é a “por-ta” que nos leva à presença de Deus.

Quando adoramos a Deus comações de graça pelas bênçãos queEle nos tem concedido, passamosa louvá-Lo pelo que Ele é, comorecomenda o salmista: “Sabei queo Senhor é Deus... Entrai por suasportas com ações de graça” (3,4).

Davi foi chamado de “o homemsegundo o coração de Deus”, porsua fé inabalável, seu despojamentoe adoração ao Deus que ele conhe-cia intimamente. Foi ele quem es-colheu os quatro mil levitas queadoravam o Senhor com os instru-mentos que ele mesmo fez para tal

fim (I Crônicas 23.5).Existem momentos em nossa

vida em que temos a necessidadede expressar o inexprimível; porexemplo, quando estamos com apessoa que amamos. Esta necessi-dade é ainda maior, quandoestamos na presença de Deus. Poresta razão existe o louvor: paraexpressarmos nossa adoração, quese tornaria inexpressível com sim-ples palavras.

Quando entramos na presençade Deus, passamos a viver o queantes só conhecíamos intelectual-mente. Talvez tenha sido isto o queo apóstolo Paulo quis dizer, quan-do afirmou que “ninguém pode di-zer: Senhor Jesus! senão pelo Es-pírito Santo” (I Coríntios 12.3).

Temos experimentado que o“Senhor é bom”. Geralmente hesita-mos muito, antes de nos compro-metermos totalmente com Deus,porque, ao invés de confessarmos“o Senhor é bom”, afirmamos, atra-vés do nosso comportamento, exa-tamente o contrário. Este salmoafirma que, além de compreender-mos que “o Senhor é Deus” (3),também reconhecemos que “o Se-nhor é bom” (5). A vontade de Deuspara nós é boa, porque Ele é bom.

O primeiro versículo deste sal-mo diz: “Celebrai com júbilo aoSenhor, todas as terras”; o últimoversículo diz: “o Senhor é bom, suamisericórdia dura para sempre, e,

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de geração em geração, a sua fide-lidade” (5). Aqueles que adoram oSenhor sabem que Ele quer que to-dos O conheçam. A Bíblia e a His-tória da Igreja estão repletas denarrativas de pessoas, que tiveramuma experiência marcante ao seaproximarem de Deus.

O segundo versículo deste sal-mo fala do serviço que prestamosa Deus: “Servi ao Senhor com ale-gria, apresentai-vos diante delecom cânticos”. Quando adoramos aDeus com sinceridade, nós O servi-mos com alegria, não apenas por-que este é nosso dever, mas porquesomos gratos pela nossa salvaçãoe por seus incontáveis benefícios.Neste salmo de Adoração, aprende-mos o que acontece em nossas vi-das, quando adoramos a Deus ver-dadeiramente, ao colhermos os re-sultados desta experiência genuína.

Salmo 34 - Solução para osfracassados e falidos

O salmo 34 é um dos SalmosEmocionais e, também, de Adora-ção. Sua epígrafe oferece informa-ções acerca do seu contexto histó-rico. Este salmo foi escrito duranteum período difícil da vida de Davi,quando ele fugia de Saul, cujo re-lato se encontra em I Samuel, ca-pítulos 21 e 22.

Em sua fuga, juntaram-se a Davihomens que estavam em condiçõessemelhantes à dele, renegados pela

sociedade, endividados e amargura-dos de espírito. Nas culturas anti-gas, estar em débito poderia signifi-car prisão, conforme Jesus ilustrouem Mateus 18.23-34. É interessan-te observar que foi nesta ocasiãoque Davi conheceu os homens quemais tarde seriam denominadoscomo os “valentes de Davi”.

O Homem que tem esperançaO homem que tem esperança

acredita que existe algo de bom navida e vai ao seu encontro. Deuscoloca a esperança no coração dohomem, porque a esperança leva àfé, por isso o autor da Carta aosHebreus, no capítulo 11, inicia di-zendo que a fé dá substância paraas coisas que esperamos. É a fé quenos leva a Deus.

No Brasil, acontecem dezenasde milhares de suicídios todo ano.Uma das explicações que psiquia-tras e psicólogos dão para esta es-tatística é que as pessoas cometemsuicídio, quando perdem a esperan-ça de que algo bom possa aconte-cer para elas. A esperança que Deusplanta em nossos corações devenos levar à fé; quanto ao plano deDeus é que esta fé nos leve a ter umrelacionamento com Ele.

O apóstolo Paulo escreveu que:“permanecem a fé, a esperança eo amor, estes três, porém, o maiordestes é o amor” (I Coríntios 13.13).O amor não é simplesmente algo que

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nos leva a Deus; ele é o próprio Deus.

O homem sem esperança(Salmo 34.16,21)

O homem que tenta viver semDeus não tem esperança. Quando ohomem começa a trilhar o caminhocontrário ao que o conduz a Deus,ele passa a ser movido pela deses-perança. Davi escreveu neste sal-mo: “O rosto do Senhor está contraos que praticam o mal... O infortú-nio matará o ímpio” (16,21).

O homem feliz, o homem bem-aven-turado (Salmo 34.15,17-20,22)

A vida do homem que teme aDeus será evidenciada por conseqü-ências positivas, mesmo que mui-tas vezes entremeadas por tribula-ções, como ocorreu com Jó. Leia“30 Razões Bíblicas Porque o Povode Deus Sofre”, neste livro.

O testemunho de DaviDavi expressou sua esperança,

quando disse: “Busquei ao Senhor...clamou este aflito e o Senhor oouviu e o livrou de todas as suastribulações” (4,6). Ele estava falan-do da sua experiência de fé em meioàs provações, às quais muitas ve-zes era submetido.

A prescrição de Davi paraos que se sentiam fracassados

“Provai e vede que o Senhor ébom” (8). Através da sua experiên-

cia pessoal de conversão, descubraque o Senhor é a única esperançaque você pode ter nesta vida.

A aliança entre Davie seus homens valentes

“Engrandecei o Senhor comigo,e todos a uma lhe exaltemos onome” (3). Davi conclamou seus va-lentes a adorarem a Deus com estaspalavras de estímulo à fé genuínano Deus que ele tão bem conhecia.

Vemos, na vida dos “valentesde Davi”, a verdade ilustrada na fi-gura de Moisés, dos juízes e dopróprio Davi, através dos quaisDeus realizou coisas extraordinári-as. O Salmo 34 e tudo o que acon-teceu com os homens de Davi sãoum retrato do que chamei de “OsQuatro Segredos Espirituais”:Eu não sou, mas Deus é e estácomigo. Eu não posso, mas Deuspode e está comigo. Eu nãoquero, mas Deus quer e Ele estácomigo. Eu não fiz, mas Deus fezporque Ele estava comigo.

Salmo 46“Deus é nosso refúgio e fortaleza,socorro bem presente nas tribula-ções. Portanto, não temeremos,ainda que a terra se transtorne eos montes se abalem no seio dosmares; ainda que as águas tumul-tuem e espumejem e, na sua fúria,os montes se estremeçam. Há umrio, cujas correntes alegram a

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cidade de Deus, o santuário dasmoradas do Altíssimo. Deus estáno meio dela; jamais será abalada;Deus a ajudará desdeantemanhã... Aquietai-vos e sabeique eu sou Deus; sou exaltadoentre as nações, sou exaltado naterra. O Senhor dos Exércitos estáconosco; o Deus de Jacó é onosso refúgio”(1-5,10,11).

Para os autores deste salmo, osfilhos de Coré, o conceito de umamontanha submergindo no mar erauma metáfora inimaginável. A essên-cia da mensagem destes levitas éque, quando nosso mundo estiverdesabando, precisamos nos aquietare saber que o Senhor é um Deus quepode submergir todos os obstáculosque se interpõem em nosso caminho.

As águas de um rio represen-tam os valores eternos que fluem,através deste mundo corrompidopelo pecado. O que este salmo ex-prime é que, em meio ao esfacela-mento deste mundo, precisamosnos aquietar o suficiente, para en-tendermos que tudo o que se rela-ciona a Deus é imutável e eterno.

Aprendemos, também, noNovo Testamento, que “é necessá-rio que aquele que se aproxima deDeus creia que ele existe e que setorna galardoador dos que o bus-cam” (Hebreus 11.6). O salmo 46nos fala que, em tempos de calami-dade, precisamos conhecer a von-tade de Deus para a nossa vida e

para o mundo.Este salmo apresenta uma pers-

pectiva espiritual para nós, quandonossa vida está à beira da destrui-ção. O versículo “Aquietai-vos esabei que eu sou Deus” aparece emoutras traduções como “Parem delutar! Saibam que eu sou Deus!”Seria como dizer: “Saibam que Deusé tudo o que a Sua Palavra diz queEle é! Saibam que Deus está presen-te em tempos de calamidade e envi-ará o socorro no tempo oportuno”.

Deus pode usar calamidadescomo terremotos, enchentes, incên-dio ou guerra para ensinar ao Seupovo a diferença entre tesouros no céue tesouros na terra. Jesus nos ensi-nou a acumular tesouros no céu,porque os tesouros na terra estragame são roubados (cf. Mateus 6.19-21).

Os autores deste salmo apre-sentam o Dia do Senhor como se elejá tivesse acontecido e nos levam auma visão de devastação. Nestecontexto, o primeiro e o últimoversículo nos desafiam a confiarmosem Sua proteção e em Seu socorro.

Quando as duas torres do WorldTrade Center foram atacadas, nosEstados Unidos, além de todas asvidas que foram perdidas, também foidestruído um marco que representavaos valores materiais daquele povo.Embora Deus não aprove o terrorismo,Ele permite que ocorram tragédiascomo esta para que o povo de Deusseja alertado para os valores eternos.

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Capítulo 12O Livro de Provérbios

Em uma transação de negóci-os ganhamos duas coisas: dinhei-ro e experiência. Geralmente, quan-do pessoas tementes a Deus entramem um negócio, ficam com a expe-riência, enquanto as pessoas domundo, que partilharam do negócio,ficam com o dinheiro. No Livro deProvérbios aprendemos a discerniro que é melhor para a nossa vida,a fim de que não tenhamos quesofrer as conseqüências de decisõesimpensadas.

O Livro de Provérbios é o livromais prático da Bíblia. Salomãoescreveu três mil provérbios (I Reis4.32) e boa parte deles foramregistrados na Bíblia Sagrada. Elefoi considerado um dos homensmais sábios do mundo e, neste li-vro, ele e outros homens sábiosmostram como aplicar a sabedoriaem áreas práticas da nossa vida.

Além dos provérbios, Salomãoé autor de mais de mil cânticos;porém, apenas um deles chegou aonosso conhecimento, que é o“Cântico dos Cânticos”.

Os primeiros seis versículosdeixam claro qual é o propósito dolivro, ou seja, ensinar a sabedoria.Os Provérbios de Salomão se encon-tram nos capítulos 10.1 até o ca-

pítulo 22.16; os Provérbios do Sá-bio, nos capítulos 22.17 até o ca-pítulo 24.34; os Provérbios deSalomão, compilados pelos sábiosde Ezequias, encontram-se nos ca-pítulos 25 a 29; no capítulo 30,encontramos os Provérbios de Agure, no capítulo 31, os provérbiosregistrados pelo rei Lemuel, que elerecebeu de sua mãe. Os capítulos1 a 10 foram escritos para os jo-vens; 11 a 20, para todos os ho-mens e 21-31, para os governantes.

Apesar de Salomão ter sidoconsiderado o homem mais sábiodo mundo (I Reis 4.31), cometeumuitos erros. Como já observamos,quando estudamos os Livros Histó-ricos, a divisão do Reino e os doiscativeiros do povo de Deus sãoconsequência do pecado deSalomão. A pergunta é: como umhomem que cometeu tantos errospôde ensinar com tanta sabedoria?

Existem várias respostas paraesta pergunta. A sabedoria dos pro-vérbios não implica que seu autora tenha aplicado em sua própriavida, porque eles apresentam a sa-bedoria inspirada de Deus.

Além de Provérbios, Salomãoescreveu o Salmo 127 e o Livro deEclesiastes, nos quais ele ensina

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que não devemos cometer os errosque ele cometeu.

Salomão explicou o propósitodestes provérbios: “Portanto, come-rão do fruto do seu procedimento edos seus próprios conselhos se far-tarão... No caminho da sabedoria teensinei e pelas veredas da retidãote fiz andar... O temor do Senhor éo princípio da sabedoria e o conhe-cimento do Santo é prudência”(1.31;4.11;9.10). Estes versículosresumem o que foi a vida deSalomão. Ele sabia que havia erra-do, mas queria que soubéssemosque aprendemos através dos errose com as suas consequências.Quando experimentamos os frutosamargos das nossas escolhas erra-das, pagamos um alto preço paraadquirir sabedoria; então, descobri-mos que “a melhor coisa da vida éfazer o que é certo”.

Alertas contra a mulher sedutoraO texto de Provérbios 5.1-10 é

um alerta aos jovens contra as ten-tações da mulher sedutora. Estesversos mostram que a melhor defesacontra a imoralidade é uma boa ofen-siva, ou seja, um bom casamento.Os jovens devem estar constantemen-te seduzidos pelo amor de suas res-pectivas esposas. Salomão escreveuaos jovens: “Seja bendito o teu ma-nancial, alegra-te com a mulher datua mocidade” (18). A advertência deSalomão para o homem que se ren-

de à imoralidade é: “...com as cor-das do seu pecado será detido. Elemorrerá pela falta de disciplina, e,pela sua muita loucura, perdido,cambaleia” (5.22,23).

AutodisciplinaPara ensinar a importância da

auto-disciplina, Salomão disse: “Vaiter com a formiga, ó preguiçoso, con-sidera os seus caminhos e sê sábio.Não tendo ela chefe, nem oficial,nem comandante, no estio, preparao seu pão, na sega, ajunta o seumantimento” (6.6-8). Quando so-mos jovens, nossos pais e professo-res nos guiam para fazer o que écerto, sempre falando que teremosque responder pelas nossas atitudese, quando amadurecemos, temosque aprender a ter autodisciplina. Deacordo com Salomão, a formiga éum exemplo de autodisciplina que,sem supervisão, prepara provisão noverão e, na época da colheita, paratodo o ano.

Dar e receberO ensino de Provérbios 11.24,25

assemelha-se aos ensinos de Jesus:“A quem dá liberalmente, ainda selhe acrescenta mais e mais; ao queretém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda. A alma generosaprosperará, e quem dá a beber serádessedentado”. Este provérbio en-sina que nossas almas são alimen-tadas quando somos generosos;

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mas, quando somos egoístas, nos-sas almas secam. Se ficarmos pre-sos ao que temos, podemos perdertudo. Se, porém, dermos generosa-mente, enriquecemos. Jesus apre-sentou este mesmo princípio, quan-do ensinou que devemos perdernossa vida a fim de ganhá-la parasempre (Mateus 16.25; Atos20.35). De acordo com Jesus, sevocê quiser encontrar sua vida,deve perdê-la ou sacrificá-la paraDeus e em favor de outros.

As pessoas deveriam usar estelivro e os seus 31 capítulos comoum calendário, e ler um capítulo deProvérbios em cada dia do mês. Aminha sugestão é que você façauma tabela com doze colunas; paracada coluna, escreva uma palavra:

autodisciplina, mulher, educação defilhos etc. À medida que você ler oLivro de Provérbios, escreva a refe-rência de cada provérbio na suarespectiva coluna. Quando vocêacabar, terá um índice com os prin-cipais temas ensinados neste livrode sabedoria.

As palavras espírito e alma(coração) são mencionadas 70 ve-zes neste livro, o que mostra queDeus se dirige ao nosso espírito eà nossa alma para nos ensinarcomo viver. Um dos meus provérbiospreferidos é: “Confia no Senhor detodo o seu coração e não te estri-bes no teu próprio entendimento.Reconhece-o em todos os teus ca-minhos, e ele endireitará as tuasveredas” (Provérbios 3.5,6).

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Capítulo 13O Livro de Eclesiastes

O Livro de Eclesiastes é dirigi-do aos corações que buscam respos-tas para os dilemas da vida. A pa-lavra “Eclesiastes” significa “Prega-dor” e, na verdade, este livro é umapregação de Salomão, no final desua vida, a qual nos faz perceberque, apesar da experiência ser umótimo método de aprendizado, nãoé o único. Não precisamos experi-mentar tudo na vida para aprendero que é bom e o que não é. O pre-gador nos exorta a aprendermos coma sua própria experiência. Este ser-mão ensina como um homem quetinha a reputação de ser o mais sá-bio do mundo buscou, diligentemen-te, o significado e propósito da vida.Deus usou “As Últimas Palavras deSabedoria” deste sermão para falaraos corações daqueles que estive-rem buscando o significado da vida.

Visão panorâmica deste sermãoO Livro de Eclesiastes é o se-

gundo Livro Poético escrito porSalomão. Conforme aprendemos noSalmo 127, quando Salomão ficouvelho e reviu sua vida com os olhosda sabedoria que a idade lhe haviadado, confessou que tinha traba-lhado muito, mas que tudo haviasido em vão. Este sermão é uma

versão ampliada do Salmo 127, queele pregou para os jovens, mostran-do que eles não precisavam apren-der passando o que ele havia pas-sado, mas que podiam aprendercom a experiência dele.

A busca pelo significado da vidaNo Livro de Eclesiastes, Salo-

mão contou aos jovens porque ha-via tentado encontrar o propósito eo significado da vida de três manei-ras diferentes e, no final, viu quetudo era vaidade. Salomão confes-sou seus erros ao dizer, no Salmo127, que é possível alguém se preo-cupar, trabalhar e construir em vão:“Se o Senhor não edificar a casa, emvão trabalham os que a edificam; seo Senhor não guardar a cidade, emvão vigia a sentinela. Inútil vos serálevantar de madrugada, repousartarde, comer o pão que penosamen-te granjeastes” (Salmo 127.1,2).Salomão fala mais amplamentedesta questão e, também, sobre opropósito e o significado da vida.

RiquezasQuando buscou o significado e o

propósito da vida nas riquezas, tor-nando-se o homem mais rico domundo, ao constatar a sua mortali-dade, Salomão escreveu: “Aborreci

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todo o meu trabalho, com que meafadiguei debaixo do sol, visto queo seu ganho eu havia de deixar aquem viesse depois de mim” (2.18).

SabedoriaPercebendo que as riquezas não

davam significado à vida, Salomãopassou a buscar a sabedoria e setornou o homem mais sábio domundo; porém, também não encon-trou sentido nesta busca “Porque namuita sabedoria há muito enfado;e quem aumenta ciência, aumen-ta tristeza” (1.18). A intensa bus-ca do conhecimento não aumenta afelicidade; por isso, Salomão disseque isto também é “vaidade”.

PrazerSalomão também buscou o sentido

da vida na alegria, no prazer “Tudoquanto desejaram os meus olhos nãolhes neguei, nem privei o coração dealegria alguma, pois eu me alegravacom todas as minhas fadigas, e issoera a recompensa de todas elas”(2.10). Depois de desfrutar tudoquanto desejava, Salomão foi inqui-etado com três dúvidas: O que istome trouxe de bom? Qual o propósi-to de todas estas coisas que tenhoadquirido e usufruído? Onde tudoisto me levará?

O veredictoA conclusão que Salomão nos

apresenta é: “De tudo o que se temouvido, a suma é: Teme a Deus eguarda os seus mandamentos, por-que isto é o dever de todo homem.

Porque Deus há de trazer a juízotodas as obras, até as que estãoescondidas, quer sejam boas, quersejam más” (12.13,14). A versãooriginal destes versículos, nohebraico, dá a ideia de que o temora Deus e a obediência aos Seusmandamentos torna o homem ple-namente realizado. O temor de Deusé o princípio da sabedoria, porquecumpre no homem o propósito,para o qual ele foi criado. A sabe-doria de Salomão o levou a concluirque a vida é cheia de injustiça; queos homens herdam riquezas quenão conquistaram; que o oprimidonão tem conforto e os que o têmvivem descontentes; que tudo, nofinal, não passa de mera vaidade.

Sabedorias preciosas doLivro de Eclesiastes

Descobrimos certo dualismono Livro de Eclesiastes. Em deter-minadas passagens, Salomão pare-ce fazer o papel de uma pessoacética e questionadora, sem revela-ção da parte de Deus, com um ra-ciocínio totalmente secular; emoutras, ele se expressa como umhomem espiritual. Apesar de todasas suas dúvidas, Salomão fala demaneira profunda e apresenta umavisão significativa a respeito davida: “Tudo tem o seu tempo deter-minado, e há tempo para todo pro-pósito debaixo do céu: há tempo denascer e tempo de morrer; tempo

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de plantar e tempo de arrancar oque se plantou” (Eclesiastes 3.1,2).Esta passagem nos lembra o Salmo1, o qual diz que o “Homem Aben-çoado”, no devido tempo, dá o seufruto (Salmo 1.3).

Salomão também falou sobre ocasamento: “Melhor é serem doisque um, porque têm melhor paga doseu trabalho. Porque se caírem, umlevanta o companheiro; ai, porém,do que estiver só; pois, caindo, nãohaverá quem o levante. Também, sedois dormirem juntos, eles seaquentarão; mas um só como seaquentará? Se alguém quiser preva-lecer contra um, os dois lhe resisti-rão; o cordão de três dobras não serebenta com facilidade” (4.9-12).

Ao criar o casamento, Deusprojetou o homem e a mulher paraserem uma só carne. O Seu planoera e é que a união do espírito e damente fosse expressa através darelação sexual. Salomão sabia dis-to e, por esta razão, afirmou que “ocordão de três dobras não se reben-ta com facilidade”. Dentro do casa-mento, o sexo é uma forma de co-municação muito importante. Se orelacionamento sexual não expres-sar a união da mente e do espírito,o sexo será uma relação meramen-te física na vida de um casal.

No capítulo 9, Salomão des-creveu uma cidade que foi salva

pelo conselho de um homem:“Houve uma pequena cidade emque havia poucos homens; veiocontra ela um grande rei, sitiou-ae levantou contra ela grandes ba-luartes. Encontrou-se nela um ho-mem pobre, porém, sábio, que alivrou pela sua sabedoria; contudo,ninguém se lembrou mais daque-le pobre” (9.14,15). Salomão con-siderou o fato de a cidade ter se es-quecido deste homem como umainjustiça. Apesar do homem sábionão ter sido recompensado, a con-clusão de Salomão foi que: “Aspalavras do sábio, ouvidas em si-lêncio, valem mais que os gritos dequem governa entre tolos” (17).Para ele, executar uma obra eramais importante que ganhar a famapelo trabalho feito.

Ao encerrar este sermão, eleaconselhou os jovens: “Lembra-te doteu Criador nos dias da tua mocida-de, antes que venham os maus dias,e cheguem os anos dos quais dirás:Não tenho neles prazer” (12.1). Osjovens devem se lembrar de Deus eviver de maneira digna, porque, nofim, se apresentarão diante dEle.

A conclusão de Salomão a res-peito do significado da vida foi: “Detudo o que se tem ouvido, a sumaé: Teme a Deus e guarda os seusmandamentos; porque isto é o de-ver de todo homem” (12.13).

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Capítulo 14O Cântico dos Cânticos de Salomão

O Cântico dos Cânticos deSalomão é o último Livro Poético.Embora tenha escrito mais de milcânticos, este foi o único preserva-do nas Escrituras.

Os jovens hebreus não tinhampermissão para ler este livro antesde completarem 30 anos. Você devese perguntar como este livro passoupelo Cânon e há várias respostaspara esta pergunta.

No Livro de Gênesis, Deus dis-se que não era bom que o homemfosse só; por isso, criou a mulherpara complementá-lo. De acordocom o relato da criação, depois queDeus os criou, declarou que tudo oque tinha feito era bom.

Este livro contém mais que umamensagem; porém, se ele se restrin-gisse à santidade do sexo, já justifi-caria ele estar entre os livros da Bí-blia. É importante que os pais ensi-nem aos seus filhos que sexo é algobom. É um desafio ensiná-los a res-peito do sexo seguro no casamento,sem dar a eles a impressão de que épecado. Se passarmos para nossosfilhos a impressão de que sexo é er-rado, podemos prejudicar a vida se-xual que eles terão no casamento.Eles poderão se casar com um con-ceito puritano de sexo, que limitará

o prazer dentro do seu casamento.Ao ler o Cântico de Salomão,

você verá quais são as intenções deDeus para o relacionamento sexualentre os cônjuges. Ele traça um pa-ralelo muito profundo entre o relaci-onamento de um homem e uma mu-lher, no casamento, e o nosso relaci-onamento com Ele. Ao ler o NovoTestamento, descobrimos que a me-táfora do casamento aplica-se a Cris-to, o Noivo, e à Sua Igreja, a Noiva(Mateus 25.1-13; Apocalipse 21.2).

Aplicação do Cântico de SalomãoUma última alegoria neste

cântico refere-se ao nosso relaciona-mento individual com o Cristo Vivo.No Velho Testamento, Israel recebeuo mandamento de amar a Deus detodo o coração. Jesus confirmou esteensino, quando foi questionado arespeito do mandamento mais im-portante na Lei (Mateus 22.35-40).

Nosso relacionamento comCristo é representado, alegoricamen-te, pelo casal apaixonado descritoneste cântico. A interpretação e aaplicação do Cântico de Salomãofazem deste livro um dos mais sig-nificativos da Bíblia, no que se re-fere à intimidade do nosso relacio-namento com Jesus Cristo.

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O paralelo do Cântico de AmorO noivo do Cântico de Salomão

primeiro levou sua noiva ao seu quar-to (1.4) e, depois, à sala do banque-te (2.4). Isto sugere que nosso rela-cionamento com Cristo deve ser ín-timo, antes de se tornar público. Foiisto que Jesus fez no Sermão daMontanha. Ele criticou aqueles queoravam e davam oferta em público,porque faziam isto buscando bene-fício próprio e não para agradar aDeus (Mateus 6.5-7).

A ênfase de Jesus foi que nos-sas orações deveriam ser feitas paraDeus, em particular, e nossas ofer-tas deveriam ser anônimas. Seráque você dá prioridade para a suaintimidade com Jesus? Será quevocê separa um espaço em suacasa para ter o seu encontro comCristo? Martinho Lutero escreveu:“Santo Jesus, inocente infante, façado meu coração um lugar para oSenhor se aquietar e descansar”.Será que você abre o seu coraçãoassim para Jesus?

Sempre que a comunhão entreos dois amantes do Cântico deSalomão era quebrada contrariavaa vontade do noivo, ilustrando per-feitamente nossa comunhão comCristo. Quando nossa comunhãocom Ele é interrompida, a culpa

nunca será dEle.Quanto à noiva do Cântico de

Salomão, ela entende a obra donoivo, como depreendemos destetexto: “Levantemo-nos cedo, demanhã, para ir às vinhas; vejamosse florescem as vides, se a flor seabre, se já brotam as romeiras;dar-te-ei ali o meu amor” (7.12).

Qual é a principal aplicaçãodeste belo poema? Ele usa a lingua-gem do coração para falar acerca dosentimento mais importante queexiste, que é o amor.

O Novo Testamento descreve oamor de Deus de forma magistral nocapítulo 13, de I Coríntios, e em IJoão. Nestes textos, temos a oportu-nidade de conhecer os qualificativosque caracterizam este amor como:indescritível, insubstituível, inspirador,espiritual, eterno e sobrenatural.

Quando temos em nosso cora-ção este tipo de amor, adquirimosa capacidade de amar nosso côn-juge, nossos filhos, nossos pais e,principalmente, aqueles que sãomais difíceis de serem amados. OCântico de Salomão ensina que oamor que compartilhamos comCristo é pessoal, íntimo, exclusivo,intenso, altruísta, mútuo,edificante, frutífero, insaciável e fazmuito bem à nossa vida!

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C.B.I. ENCONTRO COM A PALAVRA – QUESTIONÁRIO DO LIVRO 2ESTUDO PANORÂMICO DO VELHO TESTAMENTO (I REIS A CÂNTICO DOS CÂNTICOS)

Leia com atenção o livro e responda o questionário. Em cada questão ape-nas uma das três alternativas está correta e deverá ser assinalada. Ao rece-bermos este questionário respondido, enviaremos GRÁTIS o próximo núme-ro, na medida em que o estudo pelo rádio for avançando.

QUESTIONÁRIO01. O profeta mais mencionado no Livro de I Reis é:

A ( ) EliseuB ( ) IsaíasC ( ) Elias

02. Quando o Reino de Israel atingiu seu apogeu, Salomão:A ( ) Construiu o TempoB ( ) Orou a DeusC ( ) Afastou-se de Deus

03. Os Livros de Esdras e Neemias foram denominados:A ( ) “Os Evangelhos Sinópticos do Velho Testamento”B ( ) “Os Evangelhos apócrifos do Velho Testamento”C ( ) “As Epístolas do Velho Testamento”

04. O judeu Mordecai (ou Mardoqueu) era:A ( ) Pai de EsterB ( ) Avô de EsterC ( ) Primo de Ester

05. Muitos estudiosos acreditam que o Livro de Jó foi escrito no período:A ( ) Dos JuízesB ( ) Dos ReisC ( ) Dos Patriarcas

PICO

TE

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06. O primeiro livro poético da Bíblia (Jó) fala:A ( ) Aos corações feridosB ( ) Aos corações arrependidosC ( ) Aos corações deprimidos

07. O Salmo 100 é, sem dúvida alguma, um salmo:A ( ) Do “Homem Abençoado”B ( ) De “Adoração”C ( ) Emocional

08. O Livro de Provérbios é o livro:A ( ) Mais profético da BíbliaB ( ) Mais Poético da BíbliaC ( ) Mais prático da Bíblia

09. O Livro de Eclesiastes é dirigido aos corações que buscam respos-tas para:A ( ) Os dilemas da vidaB ( ) Os dilemas da morteC ( ) Os dilemas do povo

10. Os jovens hebreus não podiam ler o Livro dos Cânticos dos Cânticosde Salomão antes de:A ( ) 20 anosB ( ) 25 anosC ( ) 30 anos

Enviar para:ENCONTRO COM A PALAVRACaixa Postal: 2011Cep: 89201-970 - Joinville - SCObs.: Você também pode digitalizar e enviar pelo e-mail:[email protected]

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MEU TESTEMUNHOPI

COTE

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