Humor e Persuasao Na Publicidade Da Televisao Brasileira

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    HUMOR E PERSUASÃO NA PUBLICIDADE DA TELEVISÃO BRASILEIRA

    Celso Figueiredo Neto1 Rodrigo Mantovani Pereira2 

    RESUMO

    O presente artigo tem como finalidade contribuir para uma melhor compreensão do uso

    do humor, em suas mais variadas formas de expressão, nos comerciais de televisão no

    Brasil. Foi feito um estudo com levantamento bibliográfico, onde foi possível entender

    o humor como componente cotidiano do ser humano, sua evolução bem como alguns

    sistemas de categorização das maneiras de se fazer humor. Em seguida, aplicou-se a

    teoria de tipos de uso nas mais variadas formas de criação em propagandas de marcas

    selecionadas por utilizar consistentemente do humor em sua comunicação, Nissan,

    Havaianas e Skol. Buscamos entender através de um estudo empírico, quais os tipos de

    humor mais usados por cada uma e se os mesmos possuem alguma importância quanto

    a capacidade de deixar a mensagem mais atraente, mais jovem e proporcionar uma

    maior lembrança ou afeto pela marca.

    Palavras-chaves: Propaganda, Marca, Humor, Comerciais, Persuasão

    O humor muitas vezes é usado como uma ferramenta de persuasão para conectar

    telespectadores com anunciantes.

    Podemos encontrar o humor como um constante chamariz nas publicidades

    televisivas, ele está tão presente em nossa cultura que é natural sua exploração nos mais

    diversos tipos de meios. O humor é próprio da natureza pensante do homem, é uma

    forma de expressão intelectual, exprime a capacidade de pensar em seu mundo real e

    concreto, refletir em diversos formatos irreverentes e construir, a partir disso, o seu

    universo humorístico.

    Podemos encontrar o humor como um tema que atrai pensadores de todas as

    correntes em todos os tempos. “de Aristóteles, que o enquadra no campo da poética uma 

    vez que serve à representação, ao teatro até os pensadores contemporâneos como o semi

    1 Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC-SP), docente pesquisador em comunicação da Universidade

    Presbiteriana Mackenzie, membro do núcleo estruturante do programa de mestrado em comunicação,

    responsável pela pós-graduação lato sensu em Marketing e Comunicação Integrada. [email protected] 

    2 Graduando em publicidade na Universidade Presbiteriana Mackenzie, participa do Programa de

    Iniciação Científica, Pibic Mackenzie 2012. [email protected] 

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]

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    oticista Umberto Eco em O Nome da Rosa, romance em que o humor é leitmotiv da

    trama detetivesca em um mosteiro medieval.” (FIGUEIREDO, 2011).

    O brasileiro é conhecido mundialmente pelo espirito alegre e por ter bom humor,

    mais do que nos meios de comunicação, em nossas propagandas ou em nossos

     programas de TV, o humor convive conosco em nosso cotidiano.

    O recurso humorístico pode ser utilizado como ferramenta humana de diálogo que

    retrata várias situações de nossas vias, desejáveis ou não. Assim nossa pesquisa buscou

    identificar se o humor, uma das mais comuns e antigas ferramentas utilizadas na

     publicidade, tem eficácia como estratégia de comunicação e se o mesmo ajudou na

    construção de grandes marcas.

    A princípio foi levantada uma relevante bibliografia acerca do humor, utilizado

    como ferramenta humana de diálogo que retrata várias situações de nossas vidas,

    desejáveis ou não. Assim nossa pesquisa buscou identificar quais os tipos de humor

    mais utilizados por cada uma dessas marcas, e se esse humor teve papel fundamental ou

    secundário na evolução de seus discursos de comunicação.

    O humor chega à publicidade como uma estratégia vista pelos profissionais de

    comunicação de atrair e persuadir o público-alvo. Persuadir, como a própria etimologia

    da palavra nos diz, do latim,  persuadere, é um aconselhamento que levar o outro à

    aceitação de uma ideia.

    Tomamos como base teórica para nosso estudo a principal a tabela da Anatomia

    do Humor, desenvolvida por Arthur Berger (1998), e também as Quatro Grandes

    Teorias (FIGUEIREDO: 2012) que explicam porque rimos. Assim nossa pesquisa

     buscou identificar quais os tipos de humor mais utilizados por cada uma dessas marcas

    e se esse humor teve papel fundamental ou secundário na evolução de suas marcas.

     Na hora de construir uma mensagem publicitária um contínuo esforço de inovação

    e criatividade é requerido pelo profissional de publicidade, exigindo uma boa bagagemde conhecimento. A fim de persuadir cada vez mais seu público-alvo são utilizados

    inúmeros recursos que pretendem envolver o consumidor e atingir o objetivo

    mercadológico proposto.

    Foram levantados dados atuais do mercado, sobre a situação das marcas

    escolhidas, através de rankings e pesquisas especializados em participação da marca na

    mente e na vida dos consumidores. Junto disso, foi levantado também um histórico

    sobre a comunicação de Havaianas, Nissan e Skol, para assim sabermos onde começoua se usar o recurso humorístico nessas propagandas e se depois disso houve alguma

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    mudança de percepção perante aos consumidores. Com os dados teóricos em mãos foi

     possível um realizar um estudo empírico das marcas e de suas propagandas.

    Selecionamos cerca de 60 comerciais, veiculados na televisão brasileira em canais

    abertos e com transmissão nacional nos últimos três anos.

     Não é possível garantir, mesmo com todos os cuidados, se a campanha será um

    sucesso ou um tremendo fracasso, porém saber qual recurso é melhor do que o outro em

    determinada situação é um grande passo para o sucesso.

    Uma recente pesquisa realizada pelo grupo de comunicação norte americano, Ace

    Metrix3, mostrou que o uso do humor tende a acumular maiores níveis de atenção do

    espectador, melhora a disposição para assistir o anuncio novamente no futuro, tende a

    ser leve de conteúdo informativo e por último que não garante sucesso nas vendas.

    É natural que os profissionais que atuam em diferentes setores da propaganda se

    envolvam com outros elementos pertinentes ao processo de comunicação e acabem se

    desviando da visão pragmática das vendas e resultados financeiros para o anunciante.

    (KOTLER: 2000). David Ogilvy um dos maiores publicitários de todos os tempos

    afirmou certa vez:

    Sabendo que o humor é muito eficaz na comunicação em geral, mas que não

    garante o sucesso das vendas, nos propusemos a verificar de que outra maneira ele pode

    ser usado como ferramenta mercadológica. Chegamos então em pensar o humor como

    ferramenta de construção ou de rejuvenescimento de marcas, que envolvem aspectos

    mais emocionais. Será que nesses casos o humor pode ser mais eficiente?

    Primeiramente, podemos dizer que o uso do humor nas propagandas televisivas possui uma relação com o processamento de informação do consumidor, chamado

    Modelo Experimental Hedonista (SHIMP : 2007). Neste modelo o consumidor não se

    encontra diretamente interessado no produto, mas o apelo emocional com situações

    envolventes que provocam diversão e fantasia, acaba quebrando a percepção seletiva do

    consumidor que fica mais exposto à mensagem abrindo caminho para a persuasão.

    3 http://www.acemetrix.com/spotlights/insights. Acesso em: (06 de agosto de 2012.)

    Se vocês usarem o seu orçamento para divertir o consumidor, são completos

    idiotas. As donas de casa não compram um detergente porque o fabricante

    contou uma piada na televisão. Elas compram se ele prometeu algum beneficio. (OGILVY, Apud ROMAN 2011: 240). 

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    Assim, o humor funciona como um chamariz aproxima o consumidor da marca

    anunciada, provocando, através de seu aspecto emocional, uma espécie de afeto pelo

     produto ou marca anunciada. Expor uma mensagem que provoca um sorriso, ou uma

    gargalhada, gera no receptor uma seleção perceptiva mais eficiente da informação que

    está sendo passada, o que pode aumentar a afeição pela marca e aumentar seu índice de

    lembrança.

    Contudo, buscamos saber quais os principais aspectos que fazem uma

     propaganda ser engraçada. Recorremos, portanto, às quatro teorias mais aceitas para

    explicar o humor, são elas: teoria da superioridade, teoria do alívio, teoria da

    incongruência e teoria conceitual.

    A teoria da superioridade, com raízes mais antigas, o é um método usado pelo

    ser humano para se sobressair uns sobre os outros, assim o discurso bem humorado

    diminui o potencial de prepotência daquele que verbaliza sua condição de ser superior.

    O humor mascara o mal-estar e faz com que a afirmação seja mais socialmente aceita.

    Segundo Figueiredo (2012) uma rica fonte de piadas de superioridade seria o universo

    dos grupos sociais e seus códigos não ditos de pertença e exclusão. Trafegam no dito

     pelo não dito, ambiguidades e interpretações diversas.

    Já na segunda teoria, a do alívio. O humor seria uma válvula de escape para as

    situações tensas vividas no dia-a-dia. Não só as trocas de informações como as

    competições e pressões que nos cercam geram uma tensão que deve ser liberada entre os

    interlocutores. Serve também para exprimir tensão sexual ou agressiva de modo

    socialmente aceitável. Na terceira teoria, chamada de teoria da incongruência, o uso

    cômico vem do resultado de uma dissonância cognitiva, ou seja, da quebra de

    expectativa. Por fim a quarta, teoria conceitual, pode ser descrita, segundo Berger

    (1993) como um tipo de humor poderá ser mais bem compreendido a partir da análise

    do paradoxo que se estabelece (pela dissonância cognitiva).Fizemos uma comparação do que provoca riso, seguindo as quatro teorias do

    humor, com as principais campanhas das marcas escolhidas.

    Filmes da Skol Tipo de Humor

    Humor por Incongruência  70% 

    Humor Conceitual  15% 

    Humor por Superioridade  10% 

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    Filme das Havaianas Tipo de Humor

    Humor Conceitual 91%

    Humor por Superioridade 9%

    Filmes da Nissan Tipo de Humor

    Humor por Superioridade 43%

    Humor Conceitual  37%

    Humor por Incongruência 20%

    Em análise, identificamos a presença do humor por superioridade tanto nos

    anúncios das Havaianas (9%) quanto Skol (10%) em menor expressividade, mas comum ponto em comum. Notou-se que ambas trabalham um aspecto mais estereotipado

    quando usam esse método. O uso mais comum encontrado foi usar “argentinos” como

    elemento de chacota.

     Na imagem 1, cena do comercial que mostra os argentinos sendo alvo de piada

     por questionarem se existe chinelo Havaianas com bandeira Argentina. Esse uso foi

    usado também em outro anúncio “País Perfeito” onde brasileiros podem apontar os

     problemas do país, mas não permitem que os argentinos entrem nesse assunto.

    O comercial número 2 “Hermanos”, da Skol, veiculado entre maio e julho de

    2010, usa da mesma piada com argentinos para anunciar a promoção das latinhas que

    cantavam hinos da torcida brasileira, para desespero dos argentinos que tentam afogar

    as latinhas no balde de gelo. O período de veiculação coincidiu com a época que ocorria

    a Copa do Mundo de futebol de 2010.

    1. Argentinos “mucho” engraçados. 

    http://www.youtube.com/watch?v=sykAz3m1wdY. 

    2. Hermanos. http://www.youtube.com/watch?v=GJNM729GJLU&feature=related 

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    Skol e Havaianas apresentam uma valorização nacional em sua comunicação,

    exaltando, por exemplo, a beleza e alegria dos brasileiros, ao usar a rivalidade contra os

    argentinos, que já faz parte do imaginário social brasileiro devido ao futebol, a piada já

    estava pronta de certo modo, o que se mudou foi sua forma de apresentação, é um

    humor mais sutil do que ferino, onde essa piada se torna “privada”, por ser exibida só

     para brasileiros, garantindo o sucesso desse tipo de humor. E aproveitam do tipo de

    humor por estereótipo para compor o sucesso da piada.

    A Teoria da Conceitual é a que mais se apresenta para gerar o humor nas

     propagandas das três marcas na maioria dos casos. Elas utilizam situações com desfecho

    inesperado, com um ponto de virada no discurso provocando o riso aparecem mais de

    uma vez em todas as marcas. Ocorre um salto, com mudança de sentido, é o paradoxo a

    ser analisado.

    A marca Havaianas tem como estratégia de humor situações cotidianas, com

    celebridades, tendo um desfecho cômico, seu diferencial é o uso do discurso em dois

    tempos, muito comum esse em  stand up comedy. Os desfechos dessas situações sempre

    são inusitados e o cômico se dá sempre no final do comercial, momentos antes de

    aparecer a assinatura visual e a vinheta, mantida há anos.

     No comercial número 3, a esquerda, Mariana Ximenes, ao comprar Havaianas,

    fica na dúvida de qual levar e pede ajuda ao vendedor que desabafa sobre a indecisão

    das mulheres. O fazer rir das Havaianas se caracteriza pelo famoso colocado numa

    situação irreverente e incomum em quase em todas as peças da campanha. Na direita,

    imagem 4, Rodrigo Santoro ajuda seu amigo estrangeiro a se livrar das mentiras

    contadas por um vendedor ambulante. Essa peça afirma o estereótipo de malandragem

    que está presente no imaginário social da cultura brasileira.

    3. Contrariar Mariana Ximenes. 4. Rodrigo Santoro.http://www.youtube.com/watch?v=XajE3TjMEbg 

    3. Contrariar Mariana Ximenes. http://www.youtube.com/watch?v=CtCDCtKtsik  

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    Conforme o próprio histórico das Havaianas, sua mudança de comunicação se

    deu quando mudaram seu posicionamento, investindo na marca como item de desejo,

    desde famosos até os mais simples. O slogan “todo mundo usa” é prova disso. O uso

    constante de celebridades veio como elemento que atribui valor ao produto assim como

    lojas estilizadas e presença constante em itens  fashion, é presença garantida ao lado de

    ícones da moda nas principais Semanas de Moda internacionais. Na década de 90 se une

    humor e celebridades, gerando o sucesso de vendas e sendo a marca de chinelos mais

    lembrada do Brasil.

    A Skol por sua vez também usa além do conceitual (15%), a incongruência

    (70%) , ela não usa situações cotidianas como a Havaianas, ela apela mais para

    inusitado que gera estranhamento pelos elementos fantasiosos ou excêntricos que

     percorrem quase todos os seus filmes.

    O anúncio a esquerda, imagem 5, faz parte de uma campanha da Skol com o

     proposito de expor situações que “queimam o filme”. O uso de ícones de moda

    ultrapassados e figuras relacionadas ao “estilo brega”, como Beto Barbosa.

    Já a propaganda da direita, imagem 6, faz parte de uma sequência de comerciais,

    colocando bebedores de Skol em situações fantasiosas e exageradas, como ir até o

    inferno para salvar suas latas de cerveja.

    A Skol é a marca mais lembrada no segmento cerveja, segundo o Top of Mind  da

    Folha de SP. O uso do humor das propagandas fez com a Skol de 8.500 fãs na sua

     pagina do Facebook fosse para mais de 2 milhões de fãs em menos de um ano, segundo

    dados da própria Skol.

    5. Beto Barbosa.http://www.youtube.com/watch?v=wD6-QeagcAE 

    6. Terremoto.http://www.youtube.com/watch?v=93KU92qmyf0 

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    A Nissan trabalha o humor para atacar, na maioria dos casos, seus concorrentes

    diretos, usando o humor de superioridade com mais evidência. Nissan por varias vezes

    apresentou seus concorrentes como elemento inferior, da forma mais escancarada, como

    no caso das propagandas, “Concorrentes do Nissan Livina” e “Não compre um Fiat

    Idea”, onde cita explicitamente as rivais. Nesses casos o humor ocorre por um sarcasmo

    direto aos concorrentes, essas propagandas foram direcionadas ao CONAR.

    O uso de uma provocação mais sutil também aparece, como o grande sucesso da

    televisão e internet “Pôneis Malditos”, com um discurso de humor mais sútil para falar  

    sobre o concorrente, a Nissan garantiu seu maior sucesso de propaganda. Foi feito um

    humor por a alusão, fazendo referencia ao concorrente sem menciona-lo

    expressivamente, aparece portanto a superioridade (43%).

    A imagem 7, cena do comercial “Pôneis Malditos”, que foi visto e

    compartilhado por milhares de pessoas, usou nesse comercial especifico a

    incongruência, o que provavelmente é mais agradável do que a superioridade quando

    falamos de humor e propaganda. A Nissan não aparece nos rankings e pesquisas como

    marca lembrada. Porém “Pôneis Malditos, foi a propaganda mais lembrada de 2011 e as

    vendas subiram 81%, segundo a revista Veja.

    Outro modo que a Nissan usa o humor é por incongruência, levando o comercial

    a um desfecho inusitado, como no caso de “Descongelando Ariosvaldo” imagem 8, em

    que a mulher descongela o marido depois de anos porque conseguiu finalmente ter um

    carro japonês. Esse é o atual discurso dos comerciais da Nissan.

    As marcas possuem tendências em usar tipos de humor específicos que estão

    ligados ao posicionamento de sua comunicação, e isso traz resultados positivos àsempresas, graças a essa irreverência verifica-se um alto nível de lembrança, simpatia e

    8. Descongelando Ariosvaldo.http://www.youtube.com/watch?v=nVlIR xTXKvw 

    7. Pôneis Malditos. http://www.youtube.com/watch?v=rVfPQrLty-8 

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    disposição para assistir a o comercial novamente, segundo os rankings e pesquisas

    consultados.

    A Havaianas, tem um posicionamento de valorizar o nacional, em sua história de

    comunicação sempre usa o atributo “celebridade”, para agregar valor a marca, porém

     para despertar a atenção e memorização, o humor aparece, sendo mais usado o tipo

    conceitual e o incongruente, assim a mudança de sentido e o inesperado provoca o riso.

    Skol apela para uma linguagem de humor mais jovem e incongruente, com

    elementos fantasiosos e situações inusitadas. Isso fez com que ela chegasse no top of

    mind, de marcas de cervejas mais lembrada e mais curtida no Facebook.

    Já a Nissan, acumula um maior nível no humor por superioridade, onde a piada

    fica subentendida, destinada ao público-alvo que entende sua provocação ao

    concorrente mais facilmente do que alguém que não entenda sobre os modelos de

    automóveis. Esse tipo de Humor já levou a Nissan para o CONAR, é usado também

     pelas outras marcas, mas de forma mais estereotipada, como piadas para argentinos,

    evitando possíveis problemas com a comunicação. Nas ultimas peças, a partir de 2012,

     Nissan muda seu posicionamento do uso de humor, usando situações irreverentes de

    forma conceitual e incongruente.

    O conhecimento sobre os tipos de humor ajudaria compor o sucesso da

    mensagem e evitar desperdício no investimento publicitário. O que acontece é que o

    humor entra como um complemento na mensagem publicitária despertando uma

    simpatia maior e gerando maiores níveis de atenção o que isso consequentemente gera

    um valor maior para a marca, mas os tipos coincidem mais pelo acaso, do que por um

    conhecimento sobre o tema, por mais que exista uma unidade de humor em algumas

    campanhas, quando comparamos o humor na marca como um todo, há uma grande

    variação. O uso do humor, por mais presente e bem sucedido que seja, deve ser usado

    em situações especificas e os usos de um tipo específico pode gerar uma identidade paraa marca.

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    BERGER, Arthur A. An Anatomy of Humor.1a ed. Transaction Publishers, NewJersey, 1998

    FIGUEIREDO, Celso Neto. Porque Rimos: Um Estudo Sobre o Funcionamento doHumor na Sociedade. Revista Comunicação e Sociedade No 57, 2012 p. 171-198

    SHIMP, Terence A. Propaganda e Promoção. Bookman, 7a  Edição, 2009. PortoAlegre.

    ROMAN, Kenneth. O Rei da Madison Avenue. 1ª Edição. Cultrix. São Paulo, 2011 p.240.

    ACE METRIX. Is Funny Enough?. New York, 2012.

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