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Currículo
QUAL É A SUA CONCEPÇÃO DE
CURRÍCULO?
Currículo
“O currículo não é um conceito, mas uma construção cultural. Isto é, não se trata de um conceito abstrato que tenha algum tipo de existência fora e previamente à experiência humana. É, antes, um modo de organizar uma série de práticas educativas”
GRUNDY, 1987; P.5 apud SACRISTAN, 2000;
Currículo
Designa um conjunto de disciplinas a ser desenvolvida em um dado curso ou série, bem como a definição dos conteúdos; aborda em alguns momentos aspectos didáticos e metodológicos. Consiste do resultado de um movimento mais amplo que se processa nas políticas educacionais e na sociedade como um todo.
Solange Aparecida Zotti Mestre em educação Unicamp
Atualmente, o currículo é uma construção social, vinculado a um momento histórico, à determinada sociedade e às relações com o conhecimento.
O Currículo e a Aprendizagem
A escola não é apenas um espaço social emancipatório ou libertador, mas também é um cenário de socialização da mudança. Sendo um ambiente social, nota-se a existência de três tipos de currículos:
Currículo Oficial, Real e Oculto
Currículo Oficial, Real e Oculto
O Currículo Oficial é uma imagem da cultura digna de ser transmitida, com o recorte, a codificação e a formalização correspondentes a esta intenção didática; é encontrado nas leis, nos parâmetros e diretrizes curriculares.
Currículo Oficial, Real e Oculto
O Currículo Real que acontece no âmbito das escolas e, mais concretamente, no âmbito da sala de aula, está sujeito a uma série de injunções de ordem política, sociológica, administrativa, financeira, pedagógica, bem como a uma série de negociações que terminam por desenhar um perfil de aluno nem sempre muito semelhante àquele traçado no currículo formal.
Philippe Perrenoud (1995)
O Currículo Oculto consiste num conjunto de atitudes, valores e comportamentos que não fazem parte explícita do currículo, mas que são implicitamente ensinados através das relações sociais, dos rituais, das práticas e da configuração espacial e temporal da escola”.
Educação no Período Jesuítico 1549-1759
Catequizar ( Fé Catolica);
Combater o avanço da Reforma Protestante;
Pedagogia do Ratio Studiorum (Inácio de Loiola);
Educação voltada para a transmissão do conhecimento;
Escola para meninos.
Linha do Tempo da Educação no Brasil
Período Pombalino e Joanino 1760 – 1821
Estado x Igreja;
Expulsão dos Jesuítas;
Surge o ensino público, financiado pelo estado;
Professores desqualificados;
Linha do Tempo da Educação no Brasil
Período Pombalino e Joanino 1760 – 1821
Impostos para financiar a educação;
Simplificação e abreviação dos estudos para a formação do Trabalho;
Criação do ensino superior no Brasil;
Criação de Escolas de Direito e Medicina;
Biblioteca Real;
Linha do Tempo da Educação no Brasil
Período Imperial 1822 – 1888
Educação primária gratuita a todos os cidadãos (1824)
Privilegiava a educação primária e profissionalizante;
Método Lancaster ( um aluno treinado ensina um grupo de 10 alunos);
Decreto prevê escola para menina ( 1827);
Criação do Colégio D. Pedro II.
Linha do Tempo da Educação no Brasil
PERÍODO DA PRIMEIRA REPUBLICA:1989 – 1929
Escola quartel;
Formação de alunos para o curso Superior;
1911 formar o aluno cidadão;
1920: educação elitista entra em crise;
Aulas de Moral e Cívica;
Ensino continuava tradicional e autoritário, sob influência positivista.
Linha do Tempo da Educação no Brasil
Período da Segunda República 1930 – 1936
Criação do Ministério da Educação;
1932 Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova;
1934 A educação como um direito de todos;
1934 Criação da USP.
Linha do Tempo da Educação no Brasil
Período do Estado Novo 1937 – 1945
Inspiração nas escolas Italiana e Alemã, grupo Escolar (Italiano) Escola Armadilha – Muitos entram, mas poucos saem; Obrigatoriedade de trabalhos manuais; Estudos intelectuais para os ricos, ensino profissionalizante para os pobres Testes pré vocacionais; 1942 criação do SENAI.
Linha do Tempo da Educação no Brasil
Período da Nova República 1946 – 1963
Em 1962 é criado o Conselho Federal de Educação;
Conselhos Estaduais de Educação;
Plano Nacional de Educação;
Programa Nacional de Alfabetização;
Ministério da Educação e Cultura.
Linha do Tempo da Educação no Brasil
PERÍODO MILITAR:1964: O golpe militar aborta todas as iniciativas de revolucionar a educação, sob o pretextos de que as propostas eram “comunistas e subversivas”;
Caça aos professores;
Educação profissionalizante;
vestibular classificatório;
LDB (Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional), fundamentada em uma concepção tecnicista.
Linha do Tempo da Educação no Brasil
PERÍODO de REDEMOCRTIZAÇÂO 1988 - 2011
1988: promulgada a nova Constituição, que defende a educação como direito de todos e dever do Estado e da família; Nova LDB, que seria promulgada em 20/12/96 (Lei nº9394/96);
PCN 1997
Implementação de novas Metodologias;
Linha do Tempo da Educação no Brasil
Linha do Tempo da Educação no Brasil
“Na medida em que o homem cria, recria e decide, vão se formando as épocas históricas. E é também criando, recriando e decidindo que resolve como deve participar nessas épocas. É por isso que obtém melhor resultado toda vez que, integrando-se no espírito delas, se apropria de seus temas e reconhece suas tarefas concretas. Ponha-se ênfase, desde já, na necessidade permanente de uma atitude crítica, a única com a qual o homem poderá apreender os temas e tarefas de sua época e ir se integrando nela.”
(Paulo Freire, Educação e mudança. p. 64, 2007).
Proposta Curricular
1983 – Elaboração da Proposta Curricular para o Ciclo Básico. Projeto Ipê – Multimeios.
1984 – Iniciou-se a elaboração da Nova Proposta Curricular para o Estado de São Paulo. • USP – PUC – CENP – autores de livro didático – professores representantes de 148 DEs de todas as disciplinas;
Proposta Curricular
1985 – Edição Preliminar da Proposta Curricular – CENP – SEESP.
1991 – Publicação e lançamento oficial da Nova Proposta Curricular para o Estado de São Paulo:• A educação escolar deve propiciar o domínio de competências que permitam a plena participação do indivíduo, enquanto cidadão, nas múltiplas e complexas atividade exigidas pela vida moderna;• Trabalhar na formação de um cidadão crítico;• Maior preocupação voltada para a aprendizagem.
Proposta Curricular da CENP – 1993 – 1995.
1996 – LDB – Lei 9394/1996. • Mudança do foco do ensino para a aprendizagem; • Direito de aprender;1998 – PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais. • Referência curricular em nível nacional; • Direito de ter acesso aos conhecimentos indispensáveis para a construção de sua cidadania; • Ética, meio ambiente, orientação sexual, pluralidade cultural, temas transversais; • Saúde, trabalho e consumo; • Uso de tecnologias para a educação;2000 – Projeto Ensinar e Aprender corrigindo o fluxo do Ciclo II.
2008 - SEE propõe um currículo básico para o ensino fundamental e médio.
2010 – Currículo Oficial do Estado de São Paulo - Objetivos - garantir a toda a população do Estado uma base comum de conhecimentos e organizar a rede (não havia um fio condutor).
APRESENTAÇÃO DO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Uma escola que também aprende;
O currículo como espaço de cultura;
As competências como referência;
PRINCÍPIOS DO CURRÍCULO.
Prioridade para a competência da leitura e escrita;
PRINCÍPIOS DO CURRÍCULO.
Articulação com o mundo do trabalho;
Articulação das competências para aprender;
A escola deve atender às demandas sociais: A rapidez das informações; Volume de conhecimentos acumulados; Preparo para as relações humanas e sociais; O domínio da tecnologia; A resolução de problemas;
Currículo baseado em Competências para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.
Uma escola que também aprende; Ninguém é detentor absoluto do conhecimento; A soma do conhecimento coletivo é maior do que a soma do conhecimento individual;Currículo que contempla as necessidades atuais;Centrado num ser humano que aprende sempre;O professor como aprendente (mudança de paradigma);
Princípios para um currículo comprometido com o seu tempo
Currículo é a soma do que existe na cultura científica, artística e humanística, e que é utilizado para uma situação de ensino e aprendizagem;
O Currículo deve estar articulado à vida;
O CURRÍCULO COMO ESPAÇO DE CULTURA
Competência nos âmbitos do trabalho, família, autonomia etc. ,visando desenvolvimento, qualidade de vida, sustentabilidade, ou seja, todos os valores que assegurem a vida e a oportunidade para todos;
A escola deve articular os saberes disciplinares;
AS COMPETÊNCIAS COMO REFERÊNCIAS
Trabalhar para assegurar o aperfeiçoamento de competências individuais (condições estruturais e profissionais);
Respeitar o esforço da educação tradicional e incorporar as novas tendências educacionais;
AS COMPETÊNCIAS COMO REFERÊNCIAS
Responsabilidade de todas as disciplinas; Leitura → abre as portas do conhecimento. (várias leituras... de mundo, de imagens, de contextos,de diferentes textos etc.); Escrita → capacidade de comunicar-se, de interagir, de participar, de se fazer entender; A leitura e a escrita promovem a cidadania e tem impacto sobre o desenvolvimento cognitivo – sobre a consciência de mundo;
COMPETÊNCIA DA LEITURA E DA ESCRITA
Promover o aprender a aprender (humildade);
Espírito aberto a mudanças, a retomada de direções, à aceitação, às criticas enfim...
Valorizar a busca do conhecimento nas relações humanas;
A ARTICULAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS PARA APRENDER.
Considerar as áreas do conhecimento (importância), os avanços da tecnologia, e os desafios do mundo contemporâneo;
O currículo deve articular seus saberes com o mundo do trabalho; além de atender a formação para a cidadania, as demandas sociais de produção de bens e serviços;
ARTICULAÇÃO COM O MUNDO DO TRABALHO
Assegurar o desenvolvimento sim, mas preocupado primeiramente com o ser humano;
Pensar o ser humano em suas relações com o trabalho, com os outros seres humanos e em compromisso com a ética e com a vida;
ARTICULAÇÃO COM O MUNDO DO TRABALHO
Teorias que permeiam o currículo
1. Construtivismo – Piaget2. Sociointeracionismo - Vigotsky
1. Construtivismo – Piaget
Corrente pedagógica que, como o próprio nome diz, entende que o conhecimento é um processo construído pelo indivíduo de dentro para fora, durante toda a vida;
O ser humano elabora os conhecimentos, transformando-os continuamente através da relação com as pessoas e com os objetos;
Para Piaget, o conhecimento é gerado através de uma interação do sujeito com seu meio, a partir de estruturas existentes no sujeito;
O homem não nasce inteligente, mas também não é passivo sob a influência do meio, isto é, ele responde aos estímulos externos agindo sobre eles para construir e organizar o seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada;
1. Construtivismo – Piaget
O sujeito está o tempo todo modelando suas ações e operações conceituais com base nas suas experiências;
O próprio mundo sensorial com que se depara é um resultado das relações que se mantém com este meio, de atividade perceptiva para com ele, e não um meio que existe independentemente;
1. Construtivismo – Piaget
Na aquisição de novos conhecimentos o ser humano, segundo Piaget, adota dois procedimentos: a assimilação e a acomodação;
Estes dois processos buscam reestabelecer um equilíbrio mental perturbado pelo contato com um dado incompatível com aquilo que se conhece até então (princípio de equilibração);
1. Construtivismo – Piaget
A assimilação é o processo cognitivo pelo qual uma pessoa integra (classifica) um novo dado perceptual, motor ou conceitual às estruturas cognitivas prévias (WADSWORTH, 1996). Ou seja, quando a criança tem novas experiências (vendo coisas novas, ou ouvindo coisas novas) ela tenta adaptar esses novos estímulos às estruturas cognitivas que já possui.
1. Construtivismo – Piaget
(...)a acomodação acontece quando a criança não consegue assimilar um novo estímulo, ou seja, não existe uma estrutura cognitiva que assimile a nova informação em função das particularidades desse novo estímulo (Nitzke et alli, 1997a). Diante deste impasse, restam apenas duas saídas: criar um novo esquema ou modificar um esquema existente. Ambas as ações resultam em uma mudança na estrutura cognitiva. Ocorrida a acomodação, a criança pode tentar assimilar o estímulo novamente, e uma vez modificada a estrutura cognitiva, o estímulo é prontamente assimilado.
1. Construtivismo – Piaget
O construtivismo propõe que o aluno participe ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estímulo à dúvida e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos;
Uma pessoa aprende melhor quando toma parte de forma direta na construção do conhecimento que adquire. O construtivismo enfatiza a importância do erro não como um tropeço, mas como um trampolim na rota da aprendizagem;
1. Construtivismo – Piaget
2. Sociointeracionismo - Vigotsky
Enquanto Piaget defende que a estruturação do organismo precede o desenvolvimento, para Vigotsky é o próprio processo de aprender que gera e promove o desenvolvimento das estruturas mentais superiores;
Um ponto central da teoria vigotskyana é o conceito de Zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que afirma que a aprendizagem acontece no intervalo entre o conhecimento real e o conhecimento potencial;
Seria neste campo que a educação atuaria, estimulando a aquisição do potencial, partindo do conhecimento da ZDP do aprendiz, para assim intervir;
As interações têm um papel crucial e determinante. Para definir o conhecimento real, Vigotsky sugere que se avalie o que o sujeito é capaz de fazer sozinho, e o potencial daquilo que ele consegue fazer com ajuda de outro sujeito;
2. Sociointeracionismo - Vigotsky
Para Vigotsky (1998), a interação social exerce um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo. Para ele, cabe ao educador associar aquilo que o aprendiz sabe a uma linguagem culta ou científica para ampliar os conhecimentos daquele que aprende, de forma a integrá-lo histórica e socialmente no mundo, ou ao menos, integrá-lo intelectualmente no seu espaço vital.
2. Sociointeracionismo - Vigotsky
O conceito de interação com o qual trabalha o sociointeracionismo não é um conceito amplo e apenas opinativo, mas significa, no âmbito do processo de aprendizagem, especificamente, afetação mútua (Villardi, 2001), uma dinâmica onde a ação ou o discurso do outro causam modificações na forma de pensar e agir, interferindo no modo como a elaboração e a apropriação do conhecimento se consolidarão.
2. Sociointeracionismo - Vigotsky
O bom ensino, portanto, é o que incide na zona proximal. Ensinar o que a pessoa já sabe é pouco desafiador e ir além do que ela pode aprender é ineficaz. O ideal é partir do que ela domina para ampliar seu conhecimento;O professor é o condutor do processo, atuando na zona de desenvolvimento proximal. Sua intervenção é direta, pois deve ajudar a criança a avançar. No sociointeracionismo, o professor é responsável por sistematizar os conhecimentos e tem um papel ativo no processo;
2. Sociointeracionismo - Vigotsky