Hormônios Vegetais
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Aula 10
Hormônios vegetais: Auxina e tropismos
Mário Luís Garbin
Curso de Ciências Biológicas
Fisiologia Vegetal - 2015/2
Roteiro desta aula
1. Introdução
2. Transporte
3. Efeitos fisiológicos
4. Geotropismo
5. Dominância apical, enraizamento, sistema vascular, regeneração e crescimento
Objetivo: obter uma visão geral sobre o papel das auxinas do funcionamento das plantas.
Referências
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 5ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 819p. (Capítulo 19)
Introdução• A forma e função em organismos multicelulares dependem da comunicação
eficiente entre células tecidos e órgãos.
• Metabolismo crescimento e morfogênese dependem de sinais químicos entre as diferentes partes da planta.
HORMÔNIOS são mensageiros químicos que são produzidos em uma célula e que modulam processos celulares em uma outra
célula ao interagir com proteínas específicas que funcionam como receptores conectados à vias de transdução celulares.
• Transdução ocorre quando uma molécula sinalizadora extracelular ativa um receptor específico localizado na superfície da célula ou no seu interior. Este receptor dá início a uma cadeia bioquímica de eventos dentro da célula, levando a uma resposta.
• O desenvolvimento das plantas é controlado por SEIS tipos de hormônios principais:
Auxinas, giberelinas, citocininas, etileno, ácido abscísico, e os brassinosteróides.
Auxina
Darwin (1880) - Curvatura de plantas em direção à luz (fototropismo). Estímulode crescimento produzido no ápice e transmitido para o zona de crescimento.
Boysen-Jensen (1913) - Estímulo do crescimento passava pela gelatina enão em barreiras impermeáveis à água, como a mica.
Paál (1919) - Estímulo de crescimento de natureza química.
Went (1926) - Estímulo de crescimento pode se difundir em cubos degelatina (isolamento da substância auxina (auxein (grego): crescer).
Alongamento de segmentos de coleóptilo de aveia
Segmentos incubados em água ou auxina (18h)
Água Auxina
Auxinas naturais
AIA 4-Cl-AIA
AIB
Ácido indol-3-acético
Ácido indol-3-butírico
Ácido 4-cloroindol-3-acético
Auxinas são definidas como compostos com atividades biológicas similares à do AIA, incluindo a habilidade de promover o alongamento celular em
coleóptlos e caules, divisão celular, formação de raízes adventícias em folhas e caules excisados, e outros fenômenos de desenvolvimento.
Auxinas sintéticas
O Agente laranja é uma mistura de dois herbicidas: o 2,4-D e o 2,4,5-T. Na Guerra do Vietnã, foi produzido com inadequada purificação, apresentando teores elevados de um subproduto cancerígeno da síntese do 2,4,5-T: a dioxina
(tetraclorodibenzodioxina).
Atividade auxinínica
• Síntese se dá em meristemas e em tecidos jovens!
• Em margens de folhas, o acúmulo se dá nos futuros sítios de hidatódios.
Rota IAN (indol-3-acetonitrila) ���� Biossíntese
Triptofano
Indol-3-glicerol fosfato (IGP)
Rota AIP (indol-3-pirúvico) Rota TAM (triptamina)
Auxinas
���� Local de síntese
(tecidos com rápida divisão celular e crescimento)
Ápices caulinaresFolhas jovensSementes (desenvolvimento)Frutos (desenvolvimento)
���� Regulação dos níveis internos
Muitas rotas – Refletindo o papel essencial desse hormônio no desenvolvimento vegetal
Transporte
Transporte polar
não ocorre transporte
ocorre transporte
Envolve gasto energético e independe de gravidade.
Permeasedo H+-AIA-
Ápice
Base
Vacúolo
MP
ParedeCitosol
Modelo quimiosmótico para o transporte polar de auxina
DEPENDENTE DE ENERGIA
INFLUXO DE AUXINA: impulsionado pela forçamotriz de prótons via membrana.
1. Difusão passiva da forma protonada (AIAH) pelabicamada lipídica.
2. Transporte secundário ativo na forma dissociada(AIA-) por um simporte com 2H+.
EFLUXO DE AUXINA: dirigido pelo potencial demembrana (potencial negativo da membrana).
Proteínas transportadoras nas extremidades basaisdas células (proteínas PIN).
MODELO QUIMIOSMÓTICO
• Esses hormônios atuam sobre a parede celular do vegetal,provocando sua distensão e, consequentemente, o seucrescimento. Contudo, os efeitos das auxinas são bastantevariados, dependendo de fatores como local de atuação econcentração, podendo assim ter efeitos antagônicos.
• As auxinas também promovem o crescimento de raízes e caules,através do alongamento das células recém-formadas nosmeristemas, porém a sensibilidade das células à auxina varia deum órgão da planta para outro.
Efeitos fisiológicos das auxinas
Efeitos fisiológicos das auxinas
Fatores que afetam a função fisiológica:
- estádio do desenvolvimento do tecido/órgão
- tipo de auxina
- envolvimento de outros hormônios
- uso de tecidos intactos/cortados
- concentração de auxina
Curva de dose-resposta do crescimento induzido pelo AIA
Em concentrações muito altas a auxina inibe a elongação celular e,portanto, o crescimento do órgão.
(Sensibilidade diferencial)
Concentração de AIA (M)
10-11 10-9 10-8 10-6 10-4
Cre
scim
ento
rel
ativ
o d
os
seg
men
tos
po
r al
on
gam
ento
Segmentos radiculares
Segmentos caulinares
� Alongamento celular
� Desenvolvimento
Dominância apicalFormação de raízes laterais
Retardamento da abscisão foliarDesenvolvimento de frutos
Diferenciação vascular
� Tropismos
Fototropismo (luz)
Gravitropismo (gravidade)
Tigmotropismo (toque)
Efeitos fisiológicos das auxinas
Redistribuição lateral de auxina estimulada pela luz unidirecional em coleóptilos de milho
Não há degradação de auxina, há redistribuição.
Bloco de ágar não-dividido Bloco de ágar dividido
No escuro (A) e com luz unilateral (B) o bloco de ágar provocou o mesmo efeito (~
25,7°°°°)
Gradiente lateral de auxina formado em hipocótilo durante resposta fototrópica
Planta de Arabidopsistransformada com a
construção DR5::GUS
Luz unidirecional →→→→ redistribuição lateral de auxina
Redistribuição lateral de auxina →→→→ é o centro do modelo de
tropismo
Crescimento diferencial (aumento do
lado sombreado e redução do lado iluminado) produz a curvatura em direção à luz.
Com uma maior concentração de auxinas no lado não iluminado, o cauletende a se deslocar no sentido da luz, pois o lado escuro irá crescer maisque o lado iluminado,
o contrário ocorrerá com a raiz, já que seu crescimento é inibido por altasconcentrações de auxina.
Resposta fototrópica em caules e raízes
A região do caule voltada para baixo alonga-se mais rapidamente que a região superior, dirigindo-se a
curvatura do caule para cima (luz).
Na raiz, a zona inferior cresce mais lentamente originando uma curva dirigida para baixo (solo).
Resposta em caules e raízes
Geotropismo
O geotropismo é um resposta dos órgãos vegetais à força da gravidade.
Quando a planta é colocada em posição horizontal, o acúmulode auxinas na parte inferior do caule provoca um maiorcrescimento dessa parte, ocorrendo curvatura em uma direçãooposta à força da gravidade, fazendo com que o caule se dirijapara cima.
Na raiz em posição horizontal ocorre um maior alongamento na parte superior comparada à inferior, provocando curvatura da raiz na direção da força gravitacional.
Resposta gravitrópica no sistema caulinar de uma planta jovem de tomate (Solanum lycopersicum)
Geotropismo
Como os vegetais percebem a gravidade?
A única maneira pela qual a gravidade pode ser percebida é pelomovimento de um corpo em queda livre ou em sedimentação.
Sensores de gravidade intracelular são os amiloplastos (plastídiosque contêm amido). Grandes e densos, estão presentes emcélulas especializadas sensíveis à gravidade. Sedimentam nofundo das células!
Plastídios densos servem como sensores de gravidade
Amiloplastos que funcionam como sensores de gravidade sãochamados estatólitos, e as células especializadas nas quais elesocorrem são chamadas de estatócitos!
Onde?
Nas pontas das raízes.
Remoção das pontas previne o gravitropismo sem inibir ocrescimento.
Mecanismo é ainda obscuro de como os estatócitos percebem suaqueda!
Auxina, estatócitos e percepção da gravidade
M-meristema apical, C-columela, P-células periféricas
Córtex
Estelo
Coifa
Célula da coifa
(aumentada)
AIA (PA Raiz)
Estatólito(amiloplastosque funcionamcomo sensoresda gravidade)
Raiz
Coifa
Experimentos de microcirurgia na coifa
“Produção de um Inibidor”
A remoção da metade da
coifa leva à curvatura da
raiz da posição
vertical para o lado em que
a coifa foi mantida.
Pequeno alongamento
Curvatura gravitrópica normal
Não ocorre resposta gravitrópica (pequeno
crescimento)
Diagrama de uma raiz orientada verticalmente
amiloplastos pressão uniforme
retículoendoplasmático
Córtex
Estelo
Coifa
Célula da coifa(aumentada)
Estatólitos
Zona dealongamento
Transporte basípeto
Orientação vertical (raízes de milho)
Mudanças durante a reorientação
Orientação horizontal (raízes de milho)
EstatólitosCórtexAIA
AIA
Inibição do alongamento da metade inferior
Estimula o alongamento da metade superior
Dominância apical em
Coleus
Ápice (fonte de auxina)
Ápice caulinar removido
Nas plantas, a gema apical exerce um efeito inibidor sobre o desenvolvimento das gemas laterais.
Auxina regula a dominância apical
Dominância apical em Phaseolus vulgaris
Hormônios envolvidos: auxinas, citocininas, ácido abscísico.
Formação raízes adventícias em violeta africana
Auxina / 10 dias Água / 10 dias
Auxina promove a formação de raízes laterais
Auxina � diferenciação do sistema vascularCotilédone Planta NormalCotilédone planta mutante deficiente
na resposta a auxina
Regeneração do xilema induzida por AIA
Remoção da folha jovem previne a regeneração do tecido vascular, e a auxina
aplicada pode substituir a folha em estimular a regeneração.
Crescimento do morango regulado por auxina