Homoparentalidade e Escola

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A relação entre as famílias homoafetivas com filhos e a escola

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A relação entre as famílias homoafetivas com filhos e a escola

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Objetivo do trabalho:

Conhecer a relação entre as famíliashomoparentais e a instituição escolar.

Queremos saber se as escolas e osprofissionais da educação estão preparadospara lidar com a família homoparental.

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Escolha do tema:

Em minha experiência como professora deEducação Infantil tive contato com um casalhomoparental, composto por mulheres, e pudeobservar a tensão entre a família e a escola. Osprofissionais da educação (diretores,coordenadores e professores) tinhamdificuldades em se relacionar com umaconfiguração familiar diferente da tradicionalfamília nuclear.

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Justificativa:

De acordo com pesquisa realizada em 2010pelo Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE), existem 60 mil casaishomoafetivos vivendo em união estável noBrasil, sendo que a maioria dos casais gays,32.202 do total, concentra-se na RegiãoSudeste.

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Não há um índice que comprove o número defamílias homoafetivas brasileiras com filhos.Porém, como observado nos meios decomunicação, o aumento de casos de casaisgays que recorrem à adoção e a reproduçãoassistida tem crescido bastante.

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Partindo da concretude dahomoparentalidade no Brasil, é possívelafirmar que os novos arranjos familiares e adiversidade sexual estão impondo novosdesafios à comunidade escolar.

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O QUE É HOMOSSEXUALIDADE?

CHAUÍ, M. S. Repressão Sexual essa nossa (des)conhecida. SãoPaulo: Brasiliense, 1985.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber.Rio de Janeiro: Graal, 1988.

“Hipótese Repressiva”

“A Confissão e a Proliferação dos Discursos”

“Scientia Sexualis”

“Patologização das Manifestações Sexuais que não fossemheterossexuais.”

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A REAÇÃO DAS SEXUALIDADES REPRIMIDAS.

REALI, Noeli Gemelli. Homoparentalidade e Escola: que conjugação é essa? 2009

Fim da Segunda Guerra Mundial e a organização de diversasentidades coletivas, buscando a manutenção da paz.

Movimentos sociais dos anos 60, especialmente o Movimentofeminista, precursor do Movimento Gay, atualmente conhecidocomo Movimento LGBT.

Os corpos não estariam mais sujeitos às normas estabelecidaspelo poder regulador, mas às vontades dos indivíduos.

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Devido a falta de comprovação científica, a AssociaçãoAmericana de Psiquiatria retirou a homossexualidade da lista detranstornos mentais em 1973.

Em 1975, a Associação Americana de Psicologia adotou a mesmaposição e orientou os profissionais a não lidarem mais com estetipo de pensamento, evitando preconceito e estigmas falsos.

Porém, a Organização Mundial de Saúde incluiu ahomossexualidade na classificação internacional de doenças de1977 (CID) como uma doença mental, mas, na revisão da lista dedoenças, em 1990, a homossexualidade foi retirada. Por estemotivo, o dia 17 de maio ficou marcado como Dia Internacionalcontra a Homofobia.

Fonte: http://saude.terra.com.br

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A FAMÍLIA HOMOPARENTAL.

LIMA, Sabrina Souza de. Escola e família: problematizações a partir da homoparentalidade.

A conquista de direitos pelas comunidades LGBT rompeu com a lógicasegregacionista, colocando fim ao privilégio heteronormativo epossibilitando a formação de novos arranjos familiares, com alegalização da união estável entre pessoas do mesmo sexo e,consequentemente, a formação de uma família.

O homossexual possui parentalidade legítima a partir do momento queconstrói laços afetivos com a criança e zela por seu bem-estar, nãoimportando se a filiação se dá por adoção ou proveniente de filiaçãoanterior à união homossexual ou por reprodução assistida.

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PESQUISA DE CAMPO.

Entrevista com as famílias.

Entrevista com profissionais da Educação.

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Entrevistas realizadas com as FamíliasHomoparentais.Três famílias, uma chefiada por homens e duaschefiadas por mulheres.

Uma das famílias entrevistadas encontrouresistência na escola, pois o profissionais daeducação mostravam-se desconfortáveis e atéincomodados perante a homossexualidade dasmães.

Duas das famílias entrevistadas encontraram naescola dos filhos um ambiente acolhedor.

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Entrevistas realizadas com os profissionais da Educação.

A Escola já havia registrado três casos decrianças filhas de famílias homoafetivas.

Problemas observados:

1 – Não definição do conceito de família nadocumentação escolar.

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2 - Adoção de atividades que trabalham com omodelo de família nuclear, composta por pai,mãe e filhos, excluindo definitivamente outrasconfigurações familiares, como a homoparental,por exemplo.

3 - Apesar do discurso em favor da diversidade eda igualdade de direitos entre pais homossexuaise pais heterossexuais, os professoresapresentaram um modelo rígido do conceito defamília, baseando-se na heteronormatividade edistanciando-se da realidade vivida pelacomunidade escolar.

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4 - Diretores, coordenadores pedagógicos eprofessores sentem desconforto ao discutir ahomoparentalidade dentro e fora da sala de aula,preferindo, muitas vezes, fingir que nãoenxergam a diversidade de configuraçõesfamiliares existentes na nossa sociedadeatualmente.

5 - Mesmo com o pluralismo preconizado nocurrículo escolar, a homoparentalidade continuafora de discussão. O que se encontra é o silêncio.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Dois relatos colhidos com as famíliassinalizam para mudanças positivas nasescolas no que tangem ao tratamento e ainclusão da homoparentalidade no cotidianoescolar.

Entretanto, a invisibilidade dahomoparentalidade do cotidiano escolarpermanece.

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A escola organiza-se de acordo com o modeloheteronormativo, ignorando as famíliashomoafetivas. Mesmo quando se discute o temada diversidade sexual, os profissionais daeducação se sentem desconfortáveis para discutira homossexualidade. Tal postura não refleteapenas o comportamento da instituição escolar,mas da sociedade como um todo, que continuapresa aos discursos heteronormativos no que serefere à sexualidade.