Homens e mulheres em busca da paz - combonianos.pt · novo de 2018 sob o signo da paz, e somos...

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Publicação BIMESTRAL N.º 251 janeiro-fevereiro 2018 ISSN 0871-5688 O PREÇO - 0,10 (IVA incluído) P. e Dário Balula Chaves [email protected] Homens e mulheres em busca da paz D epois do Natal, começamos o ano novo de 2018 sob o signo da paz, e somos incentivados para uma atitude de acolhimento e de solidariedade. A mensagem do Papa Francisco para este Dia Mundial da Paz, que se celebra a 1 de janeiro, é dedicada à situação dos migrantes e refugiados, homens e mulheres em busca da paz. Missão faz-se com abraços e solidariedade A paz, que os anjos anunciaram aos pastores na noite de Natal, é uma aspi- ração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta. Dentre estes, atenção especial merecem os mais de 250 milhões de migrantes e refugiados no mundo. É uma multidão imensa de homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que fogem da guerra e da fome e que procuram um lugar onde viver em paz. Para fugirem à situação desesperada em que se encontram, arriscam a vida sujeitando-se a viagens cheias de perigos; enfrentam arames far- pados e muros erguidos para os manter longe da meta que desejam alcançar. Na sua mensagem, Francisco faz uma pergunta: Porque há tantos refugiados e migrantes no nosso mundo atual? A resposta a esta pergunta exige uma reflexão profunda. As pessoas migram por muitas e diversas razões. As des- locações de populações dentro e fora das fronteiras dos países e em muitas regiões do globo são provocadas por conflitos armados e por várias formas de violência organizada. As pessoas fo- gem das situações de desespero em que vivem para realizar o desejo de uma vida melhor, para se juntar à família e para encontrar um pouco de paz. É também bastante evidente que a degradação ambiental é uma das causas do aumento de migrantes em fuga de situações de miséria e de conflito. Tudo indica que as migrações globais continuarão a marcar o nosso futuro. Alguns consideram-nas uma ameaça. Há no mundo de hoje muitas forças do mal interessadas em fomentar o medo contra os migrantes, em semear violên- cia, discriminação racial e xenofobia. Nós, como Igreja, somos convidados a vê-las como oportunidade para cons- truir um futuro de paz. Na sua mensagem, o Papa Francisco faz um apelo forte para que saibamos acolher e abraçar, com espírito de mi- sericórdia, aqueles que fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental. Mas é preciso passar da teoria à prática. Acolher o outro requer um compromisso concreto de solidariedade e de partilha e uma atenção vigilante e abrangente. Ao longo de 2018, vamos todos ser construtores de paz à nossa volta. © Flickr/Nieves Caballero

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Publicação BIMESTRAL

N.º 251 janeiro-fevereiro 2018

ISSN 0871-5688 PREÇO - 0,10 (IVA incluído)

P.e Dário Balula [email protected]

Homens e mulheres em busca da paz

Depois do Natal, começamos o ano novo de 2018 sob o signo da paz, e

somos incentivados para uma atitude de acolhimento e de solidariedade. A mensagem do Papa Francisco para este Dia Mundial da Paz, que se celebra a 1 de janeiro, é dedicada à situação dos migrantes e refugiados, homens e mulheres em busca da paz.

Missão faz-se com abraços e solidariedade

A paz, que os anjos anunciaram aos pastores na noite de Natal, é uma aspi-ração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta. Dentre estes, atenção especial merecem os mais de 250 milhões de migrantes e refugiados no mundo. É uma multidão imensa de homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que fogem da guerra e da fome e que procuram um lugar onde viver em paz. Para fugirem à situação desesperada em que se encontram, arriscam a vida sujeitando-se a viagens cheias de perigos; enfrentam arames far-pados e muros erguidos para os manter longe da meta que desejam alcançar.

Na sua mensagem, Francisco faz uma pergunta: Porque há tantos refugiados e migrantes no nosso mundo atual?

A resposta a esta pergunta exige uma re)exão profunda. As pessoas migram por muitas e diversas razões. As des-locações de populações dentro e fora das fronteiras dos países e em muitas regiões do globo são provocadas por con)itos armados e por várias formas de violência organizada. As pessoas fo-gem das situações de desespero em que vivem para realizar o desejo de uma vida

melhor, para se juntar à família e para encontrar um pouco de paz. É também bastante evidente que a degradação ambiental é uma das causas do aumento de migrantes em fuga de situações de miséria e de con)ito.

Tudo indica que as migrações globais continuarão a marcar o nosso futuro. Alguns consideram-nas uma ameaça. Há no mundo de hoje muitas forças do mal interessadas em fomentar o medo contra os migrantes, em semear violên-cia, discriminação racial e xenofobia. Nós, como Igreja, somos convidados a vê-las como oportunidade para cons-truir um futuro de paz.

Na sua mensagem, o Papa Francisco faz um apelo forte para que saibamos acolher e abraçar, com espírito de mi-sericórdia, aqueles que fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental. Mas é preciso passar da teoria à prática. Acolher o outro requer um compromisso concreto de solidariedade e de partilha e uma atenção vigilante e abrangente. Ao longo de 2018, vamos todos ser construtores de paz à nossa volta.

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2 FAMÍLIA COMBONIANA

JUSTIÇA E PAZ

Migrações, oportunidade para a paz

Comissão Nacional Justiça e Paz

A paz é o que buscam muitos dos migrantes e refugiados: os que

fogem da guerra, mas também os que fogem da fome ou da opressão. Para a encontrar, diz a mensagem, «muitos deles estão prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em grande parte dos casos, longa e perigosa, a sujeitar-se a fadigas e sofrimentos, a enfrentar arames farpados e muros er-guidos para os manter longe da meta».

Mas em que medida podem as mi-grações contribuir para a construção da paz? «O desenvolvimento é o novo nome da paz» – disse Paulo VI na en-cíclica Populorum progressio. «Todos têm o mesmo direito de usufruir dos bens da terra, cujo destino é universal» – diz o papa nesta mensagem, citando Bento XVI. As migrações podem con-tribuir para concretizar este direito. E – dizem-no vários estudos – contri-buem para o desenvolvimento quer dos países de origem dos migrantes, quer dos países de destino.

E não é só esse o contributo que podem dar os migrantes e refugiados aos países de destino. O Papa Francisco a*rma que eles «não chegam de mãos vazias: trazem uma bagagem feita de coragem, capacidades, energias e as-pirações, além dos tesouros das suas culturas nativas, e deste modo enrique-cem a vida das nações que os acolhem». O diálogo de culturas traduz-se em enriquecimento recíproco.

Acolher, proteger, promover e inte-grar são os quatro verbos que devem inspirar as políticas dos governos e as ações das sociedades de acolhimento

– já o disse o Papa Francisco em várias ocasiões.

A mensagem sublinha a importân-cia de que se revestem os dois pactos globais sobre migrações (seguras, or-denadas e regulares) e refugiados que se espera venham a ser aprovados em 2018 no âmbito das Nações Unidas. Porque se exigem soluções globais, não isoladas ou unilaterais. A*rma o papa a respeito destes pactos: «É importante que sejam inspirados por sentimentos de compaixão, clarividência e coragem, de modo a aproveitar todas as ocasiões para fazer avançar a construção da paz: só assim o necessário realismo da polí-tica internacional não se tornará uma capitulação ao cinismo e à globalização da indiferença.»

É bom que estas palavras tenham um particular eco em Portugal, um país marcado pela emigração desde há séculos (e que dela tanto bene*ciou e continua a bene*ciar) e também, mais

recentemente, pela imigração. Tam-bém esta vem bene*ciando o nosso país. Os dados mais recentes, do Ob-servatório para as Migrações (ver www.om.acm.gov.pt), revelam, mais uma vez, que os contributos *nanceiros dos imigrantes para o Estado português são maiores do que as prestações de que bene*ciam.

E apesar de estes conhecerem maior risco de pobreza e privação material severa do que os nacionais.

As migrações podem ser uma opor-tunidade para a paz é o que diz, em síntese, esta mensagem. Como disse São João Paulo II, citado no texto: «Se o “sonho” de um mundo em paz é partilhado por tantas pessoas, se se valoriza o contributo dos migrantes e dos refugiados, a humanidade pode tornar-se sempre mais família de todos e a nossa terra uma real “casa comum”.»

Quando cada vez mais, em diversos países, se reforçam correntes hostis a migrantes e refugiados, o Papa Francisco, na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, associa as migrações à construção da paz.

© L

usa

Família de imigrantes sírios que foram acolhidos na Nazaré

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para a missão em portugal e na europa

P.e Claudino Gomes [email protected]

Para comemorar os 500 anos da pu-blicação das Teses de Lutero, gesto

fundador do movimento reformador protestante, realizou-se em Lisboa um congresso internacional, de 9 a 11 de novembro de 2017. Promovido pela Universidade Lusófona e a Sociedade Portuguesa da História do Protestan-tismo, o congresso foi rico em análises e horizontes, abertos por grande nú-mero de professores das universidades de muitos países. A presença brasileira foi maciça e deu o tom a muitas ses-sões. A Igreja Católica colaborou com professores portugueses e estrangeiros.

No dizer do presidente da comissão organizadora, o congresso seria o lugar «de uma grande re<exão» sobre o sig-ni*cado do gesto de Lutero e das suas consequências na Europa e no mundo. Para o Professor José E. Franco, estes 500 anos foram tempo de debates, ruturas, lutas confessionais, produção de mitos e estereótipos por católicos e protestantes.

Entretanto, sob o impulso do Con-cílio Vaticano II, a Igreja Católica tem reconhecido no movimento ecuméni-co – iniciado pelos protestantes, vista a necessidade de superar, nas missões, o escândalo da divisão dos cristãos – um grande sinal de Deus, a interpelar e mobilizar para a unidade os que invocam o Nome de Jesus. E tem-se empenhado muito na sua promoção. Neste congresso, foram os conferen-cistas católicos quem mais falaram de ecumenismo. Como participante, tive a penosa impressão de essa sensibilidade não ser forte nos relatores protestan-

tes e particularmente nos brasileiros. Enquanto se continuar a reivindicar a total liberdade individual na inter-pretação das Escrituras e a recusar a missão de uma autoridade eclesial, continuaremos a assistir, com dor, ao esfrangalhamento do corpo cristão nomeadamente entre os protestantes.

O ecumenismo interpela-nos

O Papa Francisco tem avançado com iniciativas próprias e aproveitado outras, para animar uma nova abor-dagem ecuménica. De 31 de outubro a 1 de novembro de 2016, deslocou-se a Lund, na Suécia, para participar na comemoração dos 500 anos da Refor-ma protestante.

Em 7 de dezembro de 2017, recebeu, no Vaticano, a presidência da Federa-ção Luterana Mundial e louvou o cami-

A caminho da reconciliação cristãDe 18 a 25 de janeiro, sobretudo, mas não unicamente nestes dias, oramos intensamente e damos as mãos uns aos outros, cumprindo a intenção fundamental da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

nho de diálogo feito por católicos e lu-teranos: «Demos graças a Deus porque as divisões, muito dolorosas, que nos mantiveram afastados e opostos du-rante séculos con<uíram nas últimas décadas num caminho de comunhão, no caminho ecuménico suscitado pelo Espírito Santo, que nos levou a aban-donar os antigos preconceitos mútuos […]. Com a memória puri*cada, hoje podemos olhar com con*ança para o futuro. Nunca mais nos poderemos permitir ser adversários ou rivais. Se o passado não pode ser mudado, o futuro interpela-nos, em vista de um testemu-nho cristão comum ao mundo de hoje, que tem muita sede de Deus e da sua misericórdia», confessou Francisco.

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Há 500 anos, o frade franciscano Martinho Lutero publicou 95 teses que deram início ao movimento reformador protestante

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linha direta

A comunidade comboniana de Granada ofereceu abrigo a 19 jovens imigrantes subsarianos que deram à costa no sul de Espanha. Os jovens, prevenientes sobretudo da Guiné Conacri e dos Camarões, dormiam ao relento nas ruas geladas da cidade. Um deles sofre de malária e foi internado. Três têm queimaduras.

«Vista a situação, decidimos dar teto a 19 imigrantes num espaço da nossa comunidade: dar-lhes de comer, que estejam resguardados do frio intenso, dar-lhes roupa, assistência de saúde», explicou o P.e Rafael Pérez.

Os Combonianos de Espanha, juntamente com as Missio-nárias Combonianas e os Leigos Missionários Combonianos, vão abrir uma comunidade entre os imigrantes africanos que trabalham nas estufas de Almería (P.e José Vieira).

Animadores missionários assumem compromissos para 2018Os religiosos masculinos e femini-

nos dos institutos missionários presen-tes em Portugal e o diretor das Obras Missionárias Portuguesas reuniram-se para a sua assembleia anual na casa das Irmãs de S. José de Cluny, em Torres Novas.

Nas conclusões do encontro, os participantes assumiram como com-promisso para 2018: ajudar mais as dioceses na criação e/ou dinamização dos Centros Diocesanos Missio-nários; incentivar mais sacerdotes, religiosos(as) e leigos a participar no Curso de Missiologia e Jornadas Missionárias; divulgar mais o Guião

Missionário; insistir com a Faculdade de Teologia da Universidade Católica para inserir a Missiologia no mestrado integrado; dar maior contributo para que se apronte a nova Exposição Mis-

Combonianos em Espanha acolhem imigrantes africanos

Estatuto EditorialO jornal Família Comboniana é uma publicação

bimestral de inspiração missionária. Pretende promo-ver os valores da paz, da justiça, da solidariedade e do respeito pelo ambiente e os direitos humanos. Quer dar a conhecer os problemas mundiais (sociais, eclesiais, económicos e políticos), especialmente os dos países menos desenvolvidos, informar sobre o trabalho dos missionários portugueses em Portugal e espalhados pelo mundo e alimentar a vocação histórica universa-

lista e solidária. Deste modo, a Família Comboniana é um elo com todos os missionários e um instrumento de cooperação missionária. O jornal Família Comboniana é associado da Missão Press e da Associação de Impren-sa de Inspiração Cristã (AIC). Não tem *ns lucrativos. É distribuído por assinatura (não se vende nas bancas) no âmbito nacional a partir de Lisboa e das outras casas dos Missionários Combonianos em Portugal.

Como publicação jornalística, respeita os princípios deontológicos e a ética pro*ssional dos jornalistas, assim como a boa-fé dos leitores.

sionária itinerante; e tudo fazer para que outubro de 2019 seja um grande mês missionário, marcado por um congresso e outros momentos fortes de missão.

Durante o encontro fez-se a avalia-ção dos principais eventos missioná-rios realizados em 2017. Realçaram-se

as Semanas Missionárias de norte a sul do País, o Outubro Missionário, as Jornadas Missionárias Nacionais e o Curso de Missiologia. E de eventos internacionais, aludiu-se ao Festival da Missão realizado em Bréscia e ao V Congresso Missionário Americano, a realizar na Bolívia (Tony Neves).

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«Gosto de trabalhar com a juventude»

Parte pela segunda vez para a África do Sul em 1997. Até 2001, será outra a sua missão, na cidade de Burgers-fort. Dedica-se à formação de líderes pastorais: ministros extraordinários da Eucaristia, líderes dos grupos de jovens, líderes da ação sociocaritativa, além de ser o tesoureiro da paróquia e de também aqui apoiar as escolas, públicas e privadas.

Toca a vez de regressar a Portugal e, desta feita, vai para Famalicão, para se dedicar à animação missionária e para dar apoio aos seus pais.

Trabalha em equipa com o P.e Sil-vano Barbieri e sobressaem na sua atividade os Encontros de Zona, ou, como ele gosta de lhes chamar, en-contros de sensibilização missionária paroquial. Consiste na presença nas missas, falando das missões e dando testemunho vocacional, e encontros

O irmão Artur Fernandes Pinto é natural de Boticas, distrito e diocese de Vila Real. Conheceu os Combonianos em 1978, em Coimbra. A sua missão tem sido sempre a África do Sul, desde que partiu para lá, pela primeira vez, em 1987.

Um ano depois de ter conhecido os Missionários Combonianos em

Coimbra, o irmão Artur Pinto ingressa na antiga casa comboniana em Aradas, Aveiro, fundada para ser um centro de formação para os irmãos missionários combonianos. Segue-se o noviciado, em Santarém, durante dois anos, e ainda uma passagem pela Irlanda, para aprender inglês, e dois anos de estudo em Teologia da Vida Religiosa e Sagrada Escritura, no Quénia. Até que chega o ano de 1987, em que parte pela primeira vez para a África do Sul.

Durante quatro anos, a sua missão é na cidade de Acornhoek, na diocese de Witbank. As suas atividades distri-buem-se entre a juventude e o apoio aos refugiados que migravam de Mo-çambique. O trabalho com os jovens faz-se no âmbito paroquial, mas tam-bém é professor de Educação Moral e Religiosa católica de 1330 alunos que frequentavam 23 escolas secundárias. O apoio aos refugiados moçambica-nos é alimentar, jurídico, clínico e de artigos de primeira necessidade, como cobertores, em benefício de 25 mil fa-mílias, e assistência ao ensino primário em 166 escolas, frequentadas por cerca de 298 mil crianças.

Em 1991, regressa a Portugal, e faz os votos perpétuos. Graças à pre-paração prévia, em Inglaterra e em Salamanca (Espanha), formando-se em Pastoral Juvenil, é destinado à comunidade comboniana do Areeiro, em Coimbra, e é um dos fundadores, com o P.e Dário Chaves, do movimen-to de pastoral juvenil e vocacional JAMIC-Jovens Amigos Missionários Combonianos.

abertos a todas as pessoas da paróquia, envolvendo os colaboradores e amigos combonianos locais. Faz o mesmo em Viseu, a partir de 2005, onde forma equipa com um casal.

«Trabalhei em dez dioceses de Portugal», realça o Ir. Artur: «Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragan-ça, Guarda, Lamego, Viseu, Coimbra, Aveiro e Leiria.»

Em 2015, regressa à África do Sul, à mesma diocese de sempre, e atual-mente reside no paço episcopal em Witbank. O bispo nomeou-o diretor das Obras Missionárias Pontifícias e do fundo nacional interdiocesano Apeal, para apoio aos pobres e promoção de projetos de formação e habilitação humana, que são apresentados pelos párocos e conselhos paroquiais. E, por *m, dá apoio à comunidade portugue-sa nesta diocese.

O Ir. Artur com um grupo de jovens da missão de Waterval, Witbank, África do Sul

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Jovens em missão (JIM)

FAMÍLIA COMBONIANAPropriedade: Missionários Combonianos do Coração de Jesus Pessoa Colectiva n.º 500139989Diretor: Bernardino Frutuoso (CP 10020)Redação: Fernando Félix (CP 2838)/Carlos Reis (CP 4073)Gra%smo: Luís FerreiraArquivo: Amélia Neves

Redação e Administração: Calç. Eng. Miguel Pais, 91249-120 LISBOARedação: Tel. 213 955 286 E-mail: [email protected]: Manuel Ferreira HortaAdministração: Fax: 213 900 246E-mail: [email protected]

N.º de registo: 104210Depósito legal: 7937/85Impressão: Jorge Fernandes, Lda.Rua Quinta do Conde Mascarenhas, 92825-259 CHARNECA DA CAPARICATiragem: 27 650 exemplares

O NATAL+ é uma atividade do mo-vimento JIM-Jovens em Missão

que se tem feito na paróquia de Cama-rate por altura do Natal. Realizou-se, desta vez, de 20 a 24 de dezembro e nela participaram 35 jovens vindos de norte a sul do País. Houve também alguns jovens da paróquia de Camarate que participaram ocasionalmente.

O NATAL+ tem várias caracterís-ticas: é uma vivência em comunidade, em grupos de jovens que são generosa-mente acolhidos por famílias locais; é a participação na oração e em celebrações de grupo e da paróquia; é ir em missão, em equipa, ao encontro das crianças em três lugares da paróquia: Bairro da Torre, Quinta das Mós e Fetais; é visitar os idosos e doentes nos três lares da paróquia e alguns em suas casas.

Testemunho de uma participante

A Joana Leandro é natural de Lavre (Vendas Novas). Fre-quenta a Escola Superior de Educação em Santarém e é uma jovem cheia de espírito de missão e um sorriso que brilha e atrai! Participou no Natal+ pela primeira vez e foi-lhe pedido que desse o seu testemunho durante a missa *nal:

«O que foi o Natal+ para mim? Foi ver e sentir Deus nos outros de uma maneira especial, pela primeira vez na minha vida! Os outros são a equipa coordenadora que se dedicou para organizar o Natal+ e nele nos desa*ou e animou para viver a alegria do momento; são os meus colegas jovens que participámos nesta atividade, sempre prontos a dar um pou-co mais de cada um de nós; são as crianças que sempre nos receberam com os seus sorrisos puros e olhos de felicidade; são os idosos com as suas mãos estendidas para receber um carinho e uma palavra amiga; são as famílias que nos acolheram e amaram como *lhos e *lhas seus; e por *m, o P.e Alexandre Ferreira e a sua comunidade paroquial, que nos receberam com tanto carinho e amor.

E Deus é muito mais do que isto! Com esta experiência *quei ansiosa por participar em mais atividades como esta e realizar os próximos planos que Ele tem para mim... Obri-gada, Jesus pelo Natal+.»

O lema JIM ano pastoral 2017-2018 é «Sai do sofá, agarra a missão». Por isso, teremos retiros de Quaresma, um a Norte, na Maia, de 9 a 11 de março; e outro a Sul, em Santarém, de 16 a 18 de março; e o Páscoa Jovem, em Arouca, de 29 a 31 de março e, em Lamarosa (Coruche), de 28 de março a 1 de abril.

Colaboradoras e colaboradores, informem jovens – rapazes e raparigas – com mais de 16 anos acerca destas atividades e incentivem-nos a participar. Que planeiem a sua participação com tempo para que não percam a oportu-nidade de conhecer e experimentar o que é ser missionário.

Além do movimento JUM-Jovens em Missão, há também o grupo vocacional Fé e Missão, com delegações no sul e no norte de Portugal. Destina-se a todos os jovens que queiram fazer, num *m de semana de cada mês, discernimento de fé e vocação com a possibilidade de uma experiência missionária em Moçambique.

NATAL+ convidou a nascer para a missão

Jovens de norte a sul de Portugal participaram na atividade missionária Natal+, em Camarate, levando Jesus na forma de sorrisos e muito carinho

P.e Carlos Alberto Nunes, [email protected]