Holismo e Transdiciplinaridade Em Jung

download Holismo e Transdiciplinaridade Em Jung

of 20

description

Holismo e Transdiciplinaridade Em Jung

Transcript of Holismo e Transdiciplinaridade Em Jung

TRANSDISCIPLINARIDADE NA OBRA DE C. G. JUNG[footnoteRef:1] [1: Artigo introdutrio desenvolvido para o curso de formao de analistas da Unipaz Gois em agosto e setembro de2015 . http://on.fb.me/1z4XXOE e-mail para contato: [email protected]]

As influncias da obra de C. G. Jung em nossa atualidade.

Jorge Antnio Monteiro de LimaAnalista pesquisador em sade mental, psiclogo clnicoMestre em Antropologia social pela UFGCoordenador do curso de formao de analistas da Unipaz Gois.http://on.fb.me/1z4XXOETodos os direitos reservados a Jorge Antonio Monteiro de lima 2015 Copyright 2015 Jorge Antonio Monteiro de lima

O Sobrevivente

Impossvel compor um poema a essa altura da evoluo da humanidade.Impossvel escrever um poema - uma linha que seja - de verdadeira poesia.O ltimo trovador morreu em 1914.Tinha um nome de que ningum se lembra mais.

H mquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.Se quer fumar um charuto aperte um boto.Palets abotoam-se por eletricidade.Amor se faz pelo sem-fio.No precisa estmago para digesto.

Um sbio declarou a O Jornal que ainda faltamuito para atingirmos um nvel razovel decultura. Mas at l, felizmente, estarei morto.

Os homens no melhorame matam-se como percevejos.Os percevejos hericos renascem.Inabitvel, o mundo cada vez mais habitado.E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilvio.(Desconfio que escrevi um poema.) Carlos Drummond de Andrade

Pensar na obra de Carl Gustav Jung e seus desdobramentos em nossa atualidade rever os preceitos bsicos de uma rea de atuao da psicologia analtica em mais de um sculo de pesquisas cientficas que se desdobram em vrias reas da cincia.Tentaremos de uma forma resumida mostrar as principais contribuies do pensamento de Jung para a cincia e seus desdobramentos. Dar luz aos que iniciam sua jornada de sobrevivncia nos estudos da rea da psicologia analtica, trazer a tona lembranas para os que h anos estudam o legado de Jung e respeitosamente dar aos crticos que questionam uma breve resposta, sobre o atual campo de ao na atualidade da psicologia analtica.

Particularmente sou contra qualquer forma de idolatria ou reverncia a teorias e tericos. A cincia no pode ser dogmtica. Fanticos e fanatismos se incumbem diariamente de evitar avanos cientficos de toda ordem fechando-se em feudos, guetos, em inimizades, em discusses falhas e prendendo-se mincias, lustrando seu ego, a vaidade e o orgulho. O pensamento cientfico no pode ser isento de criatividade. E a cincia criativa a necessidade de nossa atualidade.

I - Dos princpios gerais:

O primeiro legado da obra de C. G. Jung foi em 1912 romper paradigmas com o cartesianismo, com o mecanicismo, com as hiper especialidades vigentes a sua poca. Apresentando um novo conceito de psiquiatria e psicologia que interligaria biologia, filosofia, antropologia, psiquiatria, histria e arqueologia, questionando na poca os modelos mecanicistas e reducionistas que tendem a generalizar em diagnsticos e rtulos os aspectos da personalidade humana. Jung em 1912 iniciaria uma trajetria de rompimento com os meandros vigentes das especialidades e datendncia de compartimentalizar a cincia em feudos. Jung abriria a discusso da transdiciplinaridade buscando por toda sua obra a horizontalidade da cincia, em profcuos dilogos entre reas distintas do saber. Ele colocaria em discusso dentro da psiquiatria e de sua psicologia, a fsica, filosofia, religio, medicina, matemtica, histria, antropologia, literatura, artes, arqueologia, sociologia, educao. Isto todavia gerou um problema a seus estudiosos e crticos, a necessidade de comportar cultura e erudio para entender os desdobramentos tericos apresentados. No bastaria mais ao futuro analista estudar apenas os esquemas de cognio e pensamento, agora o estudante aspirante a analista tem de mergulhar em aspectos culturais, antropolgicos, da religio, da histria, da literatura, das artes, para poder ir alm abarcando as diversidades da existncia humana.

Em nossa atualidade existe uma hiper especializao de teor esquemtico e reducionista, as idias de Jung apresentadas a mais de um sculo atrs trouxeram uma ruptura significativa proporo de que a cincia de ponta abarca este teor de transdiciplinaridade, de dilogo entre as vrias cincias. A diviso clara entre ampliao e reducionismo.

O segundo ponto da cincia proposta por Carl Gustav Jung foi o de questionar toda e qualquer forma de esquema reducionista, em especial os que tentariam reduzir a um padro especfico as nuances da psiqu humana. Assim a obra de Jung anteciparia a idia de individualidade, de sujeito, de pessoa. O resgate do individuo e das particularidades de indivduos e de grupos foi extremamente bem demarcada por Jung em 1900 quando no incio de sua carreira, na teoria dos Complexos. A forma como cada um vivncia um elemento cultural, uma tradio, uma patologia, um trauma, um modismo, um sistema de pensamento. Tais idias estariam na fundamentao cientfica da Psicanlise e depois seriam apropriadas por vrias abordagens da psiquiatria e da psicologia. Desta forma, Jung questionou o reducionismo cientfico que hipervalorizaria os diagnsticos, os rtulos, os esteretipos, os estigmas.

O terceiro ponto interessante do pensamento de Jung foi a constante inquietao de sua obra. Em Jung no existe uma linha terica, uma abordagem, uma linearidade de pensamento. No existiram limites diante da curiosidade de Jung. Isso sempre tornou o ensino e a teoria da psicologia analtica ampla. Cada leitor pode encontrar folheando a obra de Jung um fragmento inusitado- uma citao extica ou curiosa em um paralelo com outra rea- ou mesmo uma contradio ante um pensamento j expresso. Estudar Jung exige muita cultura geral, a capacidade de divagar em vrios horizontes, de cruzar idias, de migrar. Como um cientista de renome Jung no permaneceu preso a uma linha de estudos ou pensamentos. Sua curiosidade era evidente e para ele no existia nenhum tema que no seu merecesse respeito ou sua ateno. Isto o fez ter um esprito empreendedor, cientfico, ousado, mas tambm gerou um problema para os que pretendiam estudar sua obra: diante de um conhecimento enciclopdico ousado por onde podemos e devemos comear?

Acredito que devemos comear estudando sua formao e estudo na rea de psiquiatria e psicologia. Observando-o em um avano histrico e cronolgico, seguindo as publicaes de suas obras completas. Todavia tambm neste ponto que os crticos, em especial os que apresentam escassa cultura, mais se apegam. Por no ter a capacidade de perceber o eixo central da obra de Jung, e tambm por no apresentarem condies de lidar com o pensamento estruturado no simblico e no processo de ampliao apresentados na obra de Jung. Para os mecanicistas de viso objetiva, e para os materialistas, Jung se torna facilmente um herege da cincia.

Por sua maleabilidade, a obra de C. G. Jung foi apropriada por vrios tericos estudiosos e leigos de vrias reas. Ele ampliou a discusso que retiraria o ser humano do mecanicismo, atribuindo valores como essncia, uma cincia capaz de analisar a espiritualidade humana e ao mesmo tempo propondo novas formas de tratamento para o sofrimento humano. Foi este campo abrangente que faz com que hoje em dia Jung se tornasse um dos autores mais citados na histria da psicanlise e psicologia. Sua obra legitima a experincia do humano em sua singularidade, rompe com o universalismo categrico de teor reducionista, que enquadra o ser humano como uma mquina, que legitima o rotular, e apresenta o indivduo, a pessoa, o humano que se emociona, que sente, que regido pelas emoes na busca de sua plenitude.

O quarto ponto importante da obra de Jung foi o de ampliar a pesquisa qualitativa fazendo referncias nos estudos da rea de sade. A validao da subjetividade como processo emprico cientfico. A validao cientfica da existncia dos Complexos, base de sustentao cientfica da psicanlise. A partir de seu teste de associao de palavras, defendido em sua tese de doutorado, Jung evidencia a influncia da mente sobre o corpo fsico trazendo luz processos psicossomticos, ressaltando o teor subjetivo necessrio psiquiatria, psicologia e as demais reas da sade.

O quinto ponto chave da obra de Jung est no emprego amplo do simblico e do subjetivo. Inicialmente no estudo do inconsciente e depois se alastrando para a criao de uma clnica do simblico e do imaginrio. Simblico e imaginrio que discorreria em especial nos aspectos scio culturais, nas tradies, ritos, na vida pessoal e nisto Jung seria um dos precursores e expoentes. O estudo do imaginrio que tambm abarca a obra de C. G. Jung esta nas principais universidades do mundo .No Brasil[footnoteRef:2] est nas universidades, em reas do ps-doutorado, doutorado, mestrado, graduao interligando psiquiatria, psicologia, educao, artes, histria, geografia, fsica, comunicao, filosofia, antropologia, sociologia, administrao cincias polticas, literatura, cincias da religio, e educao fsica. [2: Sobre os estudos a cerca de Jung nas principais universidades do pas , so elas a USP , UFSC, UFPE, UFMG, UFGRS, UNICAMP,UNB,UFRJ,PUC SP dentre outras.]

O nmero de pesquisas e autores que hoje estudam o imaginrio e seus desdobramentos gigantesco. O imaginrio tornou-se uma ampla fonte de investigao cientfica, uma linha de pesquisa que hoje procura compreender a fundo o teor da subjetividade humana e seus desdobramentos simblicos, seu eixo biogrfico, o teor mtico e simblico das relaes sociais, pessoais, de gnero. E isto tudo influenciado pelo pensamento de C. G. Jung.

II- C. G. Jung na sade:

Uma das maiores contribuies da cincia produzida por C. G. Jung se encontra nos processos de humanizao que ele e seus discpulos empregaram na psiquiatria e no modelo de atendimento clnico ambulatorial. A ruptura com o materialismo cientfico e com a ampliao do eixo de estudos da transferncia e contra transferncia na psicologia analtica, embasou um novo modelo de atuao humanizado, no qual um paciente ganharia status de pessoa, identidade, acolhimento, lhe dando voz. Sua singularidade seria respeitada e este novo modelo apresentaria resultados surpreendentes inicialmente na rea de sade. Posteriormente a idia de humanizao se alastraria s cincias humanas, sociais, a poltica, medicina, ao direito e seus desdobramentos legislativos. A palavra humanizar devia ser entendido como capacidade de compreender a diversidade humana em suas vrias matizes. Em 1928 em sua obra Tipos psicolgicos Jung ao estudar a conscincia e seus desdobramentos, evidencia a pluralidade existente nas vrias formas de existir. Pe por terra os generalsmos e reducionismos que eram uma tendncia cientfica. Apresenta evidencias cientficas que questionam uma idia de pensamento hegemnico. Mostra que as diferenas no podem evidenciar valorao hierrquica. A urgncia atual de maior respeito a diversidade, a vida urbana, que nos impe maior necessidade de tolerncia frente as diferenas j era seu questionamento em 1928. Pensamento trazido sua experincia psiquitrica, sua prtica como analista e profissional de sade. Respeito ao outro, independentemente de quem seja este outro, a singularidade, a diversas formas de expresso.

Se hoje falamos de humanizao da sade, da psiquiatria, da psicologia, das empresas, da poltica, da vida em sociedade, um cientista pesquisador a quem devemos o reconhecimento desta influncia foi Jung que j nos primrdios da psicanlise questionava Freud na construo do modelo clnico distante e frio. A experincia teraputica envolve-se na experincia do humano, na troca de experincias e esta influncia se alastraria por vrias abordagens como o Psicodrama, a Gestalt, a psicologia transpessoal.

de suma importncia ressaltar a importncia dos trabalhos de Jung como psiquiatra. A formao do conceito moderno da esquizofrenia, e a concepo que as psicoses tm uma origem psicolgica, portanto podendo ser tratveis pela psicoterapia em uma nova metodologia. Jung criou uma estrutura para os tratamentos de sade para pacientes psiquitricos. A criao de uma metodologia testada e retestada para o auxlio de doenas como a esquizofrenia, as psicoses, o transtorno bipolar, a depresso, as compulses. O grande foco dos estudos de Jung centravam-se na psiquiatria. Este pesquisador dedicou toda sua vida para compreender e tratar os fenmenos ligados as doenas mentais, e de sua experincia prtica na clnica psiquitrica surgiu sua teoria.

Toda obra de Jung surge dentro dos sanatrios e dentro de seu consultrio particular. O dilogo com outras reas da cincia e deu pela necessidade de estreitar conceitos e a viso, na altura muito pequena, do fenmeno patologia. Alm da contribuio em criar toda uma metodologia hoje explorada por mdicos, psiquiatras, analistas, psiclogos, terapeutas ocupacionais, arte terapeutas, musicoterapeutas, o maior legado de Jung esta em ampliar o conhecimento da psicanlise, e aprofundar a metodologia que traria aos profissionais de sade uma viso mais ampla da realidade de um paciente. Ir alm. Este modelo clnico que hoje chamado psicologia analtica a base de todo pensamento de C. G. Jung e versa em especial na capacidade de tratar doenas mentais e tambm de auxiliar um indivduo a compreender seu processo evolutivo. Trazer s pessoas a conscincia, encontrar um sentido a sua vida. Assim, em seu modelo clnico, se apresentam dois eixos: o de tratar psicopatologias e o de auxiliar na evoluo das pessoas. Em ambos, o respeito singularidade, subjetividade, peculiaridade.

No Brasil, o trabalho reconhecido da psiquiatra Dr. Nise da Silveira humanizou a psiquiatria mostrando sociedade como tcnicas expressivas melhorariam a qualidade de vida de pacientes psiquitricos. Um exemplo da influncia do pensamento de C. G. Jung na psiquiatria e na sade. Hoje o modelo interdisciplinar reconhecido e aplicado em todas as instituies srias que querem a melhora dos pacientes. Neste modelo o paciente no tratado como um "diagnstico ambulante", como um rtulo, uma "coisa" sem identidade. O modelo trouxe o retorno da noo de pessoa, da identidade, da cidadania a pacientes outrora largados e isolados. O emprego das tcnicas expressivas criado por Jung fundamentou reas como a Terapia Ocupacional, a arte terapia. A tcnica desenvolvida se mostra no manuseio da arte como manifestao do inconsciente, ajudando o paciente em crise a reorganizar seu pensamento. A resposta dos tratamentos de sade em locais humanizados diferenciada com a melhora evidente na resposta do sistema imunolgico. A humanizao da rea de sade hoje se alastra por toda parte. Os pacientes no aceitam mais a viso mdica que destitui o indivduo de sua identidade. A imposio de maior respeito, dignidade, hoje meta no Ministrio da Sade e crivo de avaliao crescente por parte de seus usurios. Tambm faz parte das normativas da Organizao Mundial de Sade o preceito que um hospital ou clnica psiquitrica apresente um trabalho transdisciplinar envolvendo no mnimo a psiquiatria, clnica geral, psicologia, terapia ocupacional e atividade fsica.

Ainda para a rea de sade foi C. G. Jung que ressalta a importncia de todo mdico, psiclogo, psicanalista, analista, profissional de sade, cuidador, de se cuidar e manter seu equilbrio. O risco do adoecimento mental entre profissionais de sade e sua imerso em processos psicopatolgicos havia sido alertada na constituio do movimento psicanaltico se tornando uma obrigatoriedade a anlise como parte do treinamento de novos psicanalistas e a todos que pretendiam seguir a atividade. Ter auto conhecimento e manter uma sanidade obrigatoriedade para poder ajudar a fundo as pessoas que necessitam. Isto posteriormente derivou da psicanlise a todas demais abordagens que empregam o modelo clnico de atuao, uma forma predominante de treinamento da psicoterapia moderna.

Poucos estudiosos ou crticos da obra de C. g. Jung atentaram se a importncia de seus estudos sobre a conscincia humana, em especial em sua obra Tipos Psicolgicos de 1928, que para ns a ltima obra de sua primeira fase, que constitui as bases da psicologia analtica. Nela Jung dedica-se a esmiuar os mecanismos da conscincia em atitudes extrovertidas e introvertidas. As atitudes, evidenciando como nos manifestamos para o mundo pontuando sobre as funes psquicas de assimilao de contedo, abarcando as funes: pensamento, sentimento, sensao e intuio. Um dos trabalhos mais eruditos, profundos e complexos de C. G. Jung. A meu ver uma das obras mais importantes e que poucas pesquisas cientficas conseguiram a refutar ou acrescentar algo a esta teoria.

Outro diferencial importante da obra de C. G. Jung foi a criao de uma clnica especfica que ampliaria a idia de uma abordagem focada no trauma. A viso de patologia e de busca do feitio de doenas era central at os desdobramentos propostos por Jung. Os desdobramentos para a psiquiatria e psicologia foram catastrficos, tudo centrado em diagnsticos, sintomas, doenas destituindo o indivduo de sua identidade, do status de pessoa. Aps a criao da teoria dos Complexos Jung dedicou sua vida para criar uma metodologia de atuao clnica. Este mtodo clnico teria no simblico e no imaginrio sua estrutura. Simblico este que em essncia constituiria a base epistemolgica de uma transdiciplinaridade elementar visto que a compreenso do elemento do simblico s se d por meio comparativo na tcnica de ampliao. O reducionismo interpretativo daria lugar a uma elaborao centrada pelo prprio paciente retirando do terapeuta o poder da interpretao. O simblico como mtodo no redutivoe causal. Esta viso clnica de Jung aplicada na psiquiatria e psicologia clnica daria chance a todos os estudiosos dos fenmenos humanos uma nova perspectiva proporo que com isto se rompe definitivamente o processo de universalizao e generalsmo. Era o surgimento da abordagem teraputica focada na pessoa, no cliente, paciente. Vrias tcnicas e abordagens teraputicas derivariam deste ponto. O foco agora seria o de estudar a subjetividade, as particularidades e minucias, os aspectos individuais de uma biografia, os pontos centrais dos complexos pessoais de um paciente em um sistema de tratamento individualizado.

A tcnica da associao de palavras, de anlise de sonhos, a imaginao ativa, a anlise do discurso com foco na afetividade, as tcnicas expressivas, a imaginao ativa seriam por Jung explorados como tcnicas suplementares a escuta teraputica com foco na anlise do simblico ecomo este simblico estruturaria a personalidade, os complexos, o inconsciente. O pensamento de Jung influenciaria vrios outros autores da psicanlise, Freud, Lacan, e boa parte da psicologia do sculo XX.

Ainda na rea de sade o pensamento de Jung influenciou vrias abordagens teraputicas como a Gestalt-especialmente com o emprego macio da tcnica da imaginao ativa e do uso das tcnicas expressivas em sua metodologia de tratamento; O psicodrama de Moreno teve profundasinfluencias a partir do conceito de Persona -as mscaras sociais- influenciando tambm em uma metodologia clnica; a bioenergtica ou a transpessoal se apropria de parte da ideia do conceito de individuao e das tcnicas da imaginao ativa; e hoje parte das novas tendncias psicolgicas como a constelao familiar, processo holfman de quadrinidade, eneagrama as terapias de vidas passadas, as tcnicas de hipnose da atualidade bebem na fonte de uma clnica do simblico sem se ater a profundidade da teoria dos complexos, ou seja usam elementos retirados da teoria analtica como a tcnica da imaginao ativa, tudo sobre influencia direta da obra de Jung.

Outra contribuio fantstica da obra de C. G. Jung est em trazer para a discusso cientfica a religio como elemento constitutivo de vrios processos psicopatolgicos. A ousadia de Jung em trazer com o crivo de cincia os estudos sobre a religio, sobre o sagrado culminando em sua teoria sobre a individuao, a busca de plenitude, auto realizao, um sentido para a vida. Desde o incio de sua carreira observando pacientes esquizofrnicos Jung percebia aspectos de "delrios sagrados". Embora imerso nos estudos de psiquiatria e psicologia experimental, em laboratrio, Jung acaba orientando boa parte de sua obra e vida para tentar compreender o que pode ser chamado de instinto religioso. Posteriormente com o desdobramento de seus estudos associa as complicaes da existncia crises de identidade e de ordem religiosa no cerne de uma parte das psicopatologias como causa de vrios problemas psicolgicos. Jung seria o precursor deste tipo de estudo que traria uma ampla aproximao entre a rea de sade, e a religio.A influencia de Jung neste sentido est em boa parte das universidades espalhadas pelo mundo em nossa atualidade. Os temas religio, f , estados alterados de conscincia, meditao, busca de plenitude, realizao, hoje compem uma boa parte das investigaes cientficas.

Por fim, outra contribuio de suma importncia de C. G. Jung foi o auxilio e orientao para o desenvolvimento de sistemas de tratamento em grupo como os Alcolicos Annimos A.A. O mdico Bill Wilson fundador do A. A. foi paciente e orientando de Jung. Assim, alm de criar uma nova forma teraputica para as terapias individuais Jung tambm foi precursor de uma nova sistemtica de terapia em grupo, hoje os sistemas teraputicos com troca de experincias, os grupos teraputicos, os grupos sistmicos, os grupos de ajuda em boa parte seguem o modelo criado nos Alcolicos Annimos, derivado direto do tratamento e orientao de Jung para Bill Wilson.Hoje esta sistemtica de atuao em grupos teraputicos est espalhada por toda sociedade. Grupos com pacientes, focais, no focais, esto presentes nas redes hospitalares, de ateno primria a sade, em CAPS, CAES. Dirigidos a temtica das dependncias ou direcionados a outras temticas como grupos de gestantes, grupos com pacientes diabticos. Aos estudos de Jung devemos este desdobramento que pode auxiliar a milhares de pessoas por todo planeta. No Brasil criamos por meio de nossas pesquisas o Grupo de Apoio em Sade Mental G.A.S.M. um derivativo adaptado no tratamento em grupo de vrias psicopatologias como a depresso, transtorno de ansiedade, transtorno de pnico, fobias, transtorno bipolar. Criado em 2000 os trabalhos desenvolvidos foram apresentados em vrios congressos e seminrios, a metodologia que criamos baseada na obra de Jung hoje auxilia a milhares de pacientes e familiares e est espalhada por todo Brasil.

III- Jung na fsica:

Foi na fsica, em especial na rea da mecnica quntica que se deu uma das colaboraes mais significantes e fantsticas dos trabalhos de pesquisa de C. G. Jung. Em colaborao com Wolfgang Pauli (1900-1958)- ganhador do prmio Nobel de fsica de 1945- ambos criam em pesquisa a teoria da sincronicidade - um prncipio de conexes causais publicado em 1952. Ambos pesquisadores lecionavam na Politcnica de Zurique naSua.

Jung j pontuava em seus primeiros estudos a idia do pensamento como energia, e tambm a idia de energia psquica. Focado em uma possibilidade de elementos subjetivos, um caminho comum na poca da discusso da fsica que evidenciaria a subjetividade como parte do elemento da mecnica quntica.

A sincronicidade seria um principio de conexes causais. "Coincidncias significantes". Um exemplo seria o ato de pensar em uma determinada pessoa no momento em que o aparelho de telefone toca, e ao atender descobrir que a chamada era da pessoa em que se estava pensando. Seria o incio de uma vasta pesquisa acerca de uma das possibilidades dos estados alterados de conscincia, a ligao dos pensamentos, das idias diante do postulado por Jung de um inconsciente coletivo. Dobra de espao e tempo aplicadas ao pensamento, em pontos de energia comum. Segundo Pauli, a irracionalidade (manifesta nos sonhos e no inconsciente coletivo) e a racionalidade seriam aspectos complementares da unidade do pensamento. Para ele, a cincia materialista representada pela fsica quntica no poderia ser uma descrio completa da realidade, pois ela deixa de fora todo o fenmeno da conscincia humana. A realidade teria dois lados: o fsico e o psquico, o quantitativo e o qualitativo.

Outro importante fsico quntico com quem Jung correspondeu e influenciou foi Pascual Jordan, que publicou artigos buscando uma base fsica para a telepatia. A ideia da sincronicidade reverberou nas pesquisas na poca feitas no emaranhamento de duas partculas, descrito no artigo de Einstein, Podolsky & Rosen (EPR, (1935), posteriormente desdobrado nas pesquisas de Schrdinger e Furry. a ideia da si cronicidade influenciaria na mecnica quntica a ideia de "no localidade Quntica" que hoje tem sido bastante estudada.

Se hoje lidamos com a mecnica quntica aplicada nas novas tecnologias na telecomunicao, nas redes sociais, na possibilidade aplicada de dobras de tempo e espao em sua relatividade, no podemos deixar de fora de tudo isto a percepo que Tanto Jung quanto Pauli foram precursores indiretos de tais ideias, em uma colaborao que durou mais de 25 anos.

Nas cincias exatas as ideias de Jung tambm reverberariam. Na matemtica a proposta da interpretao subjetiva associada a percepo psicolgica traria novas implicaes ao conceito de tempo. A subjetividade dos processos de percepo evidenciariam pela afetividade, um tempo dissociativo capaz de unir presente , passado e futuro. A filosofia j deixaria implcita esta temtica, mas seria no campo da psicologia que as evidncias deste processo se tornariam mais marcantes, em especial na problemtica da memria, da percepo seletiva, na compreenso dos fenmenos traumticos e na abreao. A mente humana , nossa afetividade e os estados alterados de conscincia tem uma temporalidade prpria que no segue de forma especfica uma linearidade cronolgica.

IV- Jung e a psicanlise:

A importncia de C. G. Jung para a psicanlise foi por vrios anos renegada. Em especial pelo fato de existir um centramento da teoria psicanaltica na figura de Freud relegando todos demais pesquisadores a um segundo plano.A primeira grande colaborao de Jung a Freud foi a de constituir a teoria dos Complexos. Em 1900 Jung defendia sua tese de doutorado na qual criou o teste de Associao de palavras consolidando cientificamente no apenas um conceito mas provando a influncia da mente sobre o corpo fsico. O termo Complexo refere-se a um processo psquico que pode ser definido por: conjunto de idias carregadas afetivamente. Por exemplo nossa identidade, nosso ego um Complexo. E Jung provou que so os complexos os responsveis pela constituio e pelas experincias do inconsciente. Tais idias foram apropriadas por Freud que assim que as adota na teoria da psicanlise, forma os conceitos de Complexo de dipo, ponto central da teoria da psicanlise.

Freud no era bem visto junto a comunidade cientfica por dois fatores distintos sua poca: ele era um pesquisador que no estava vinculado a nenhuma universidade especfica, suas experincias estavam ocorrendo em sua clnica, em seu consultrio particular; Freud aventurou-se discutindo temas que eram tabus sociais como a sexualidade (dos adultos e crianas), o incesto, a histeria e outras doenas de fundo nervoso. Soma-se a isto tambm o fato de existir na Europa um movimento antissemita complicado com uma perseguio aos Judeus.

Porm foi Jung, que na altura j era um cientista renomado, que sai em defesa de Freud e de suas pesquisas revalidando-as, trazendo para o contexto das universidades as pesquisas feitas por Freud. A colaborao entre ambos dura quase uma dcada. Jung aprofunda todos os conceitos criados por Freud , ao longo de sua obra e os amplia. O rompimento entre ambos se deu pela divergncia terica, tcnica e por que Freud no conseguia se distanciarde sua teoria da sexualidade, central em sua obra renegando todas as demais formas instintivas.

Porm interessante observarmos que Freud jamais se distancia de Jung, questionando e respondendo a seu antigo colaborador. As notas de rodap ao longo de toda produo de Freud direcionadas, questionando as novas descobertas de Jung, evidenciam quanto Freud se transformou em um assduo devorador da obra de Jung. A influencia de Jung torna se de tal monta que faz Freud criar a teoria de Eros e Tanatos a estrutura de Pulso de vida e morte aproximando Freud no final de sua vida e obra de um processo mais humanista.

At hoje existe um tolo ressentimento entre seguidores de ambos tericos. Como processo de evoluo cientfica cada um pode dar ao mundo colaboraes de extrema importncia, e nenhum deles fechou uma teoria completa. Todavia o amadorismo existe querendo transformar teorias emprofisses, f em dogmas. Freud nos trouxe um vasto domnio sobre a teoria da sexualidade, das neuroses, da libido, do tratamento da histeria, para tratamento de doenas somatomrficas, criou o modelo clnico empregado por todas as abordagens e tcnicas teraputicas usadas na psiquiatria e psicologia.

Evidenciou o modelo que emprega a fala e a escuta como mtodo de tratamento, iniciou os estudos sobre os sonhos, e iniciou a pesquisa sobre o inconsciente. Jung por sua vez fundamentado na pesquisa cientfica acadmica inicia a pesquisa sobre os complexos; valida cientificamente um processo de mensurao capaz de validar e dar a psicanlise seu reconhecimento como cincia; abre a discusso da psicanlise sobre estados alterados de conscincia, sobre a possibilidade de tratamento para as psicoses; reformula a teoria da neurose; cria a clnica do simblico(e do imaginrio); cria um mtodo humanizado de tratamento clnico individualizado; inicia o emprego das tcnicas expressivas aliadas a escuta teraputica; aprofunda o estudo sobre os sonhos; versa para alm do instinto sexual acerca dos instintos de poder, criativo e religioso; inicia os estudos de personalidade sobre Sombra, persona, anima e animus, Self, individuao. Traz para a clnica a busca de evoluo, a busca de realizao redimensionando o objetivo teraputico para alm da clnica dos traumas.

O eixo transdisciplinar da obra de Jung tambm extremamente importante para a psicanlise. Por ele foi possvel o emprego do discurso psicanaltico em todas as reas como cincias humanas e sociais, pelo direito, pelas polticas pblicas, pela educao. Tentando responder a Jung, Freud passou a abrir a discusso da psicanlise para as artes, para os fatos do cotidiano, para tentar discutir religio dentro de um contexto limitado).

Estudar a obra de Jung sem compreender as bases psicodinmicas das duas tpicas iniciais da obra de Freud complicado. Da mesma forma que seria impossvel estudar a psicanlise sem a compreenso da teoria dos Complexos de Jung, o que constitui um dos pilares mais importantes da teoria psicanaltica.

Particularmente no gosto de freudianos nem de junguianos. Infelizmente a histria da psicanlise gerou vrios seguidores fanticos que por falta de estudo descartam a importncia complementar de ambas as obras, cada uma a seu momento histrico na evoluo de uma cincia. Este o lado de um amadorismo que questiono. Hoje importante seguir um referencial terico como base para uma abordagem, porm isto muito diferente de idolatria, ou de seguir ao extremo , como um dogma, uma teoria. Este o ponto falho da evoluo da psicanlise e de outras abordagens tratadas como profisso de f. E cincia alguma pode ser dogmtica.

V- Outras colaboraes de Jung nas cincias:

A obra de C. G. Jung foi cunhada dentro de um sistema transdisciplinar. O dilogo constante e frequente com vrias reas era a marca registrada do pensamento de Jung. aqui vamos listar algumas colaboraes e apropriaes evidenciando a influencia de seu pensamento. Iniciamos primeiro com as colaboraes de Jung com vrios colaboradores e depois mostrando vrios pesquisadores de renome internacional que seguem os estudos da psicologia analtica e do imaginrio. na rea da antropologia os estudos clssicos sobre mitologia, sobre o comportamento de outras culturas, o teor arquetpico fizeram com que vrios antroplogos se aproximassem de Jung. Primeiro Marcel Mauss um dos pais da sociologia; embora Mauss no faa uma citao direta sobre Jung, o mesmo emprega em 1938 em seu artigo "Uma categoria do esprito humano a noo de pessoa" o estudo cunhado por C. G. Jung de 1916, sobre sua teoria da persona, usando ainda o exemplo sobre a cultura dos ndios pueblos a quem Jung visitou em uma expedio. Mera coincidncia ou influncia direta sem as devidas citaes ou referncias? Seja como for, Mauss emprega o mesmo conceito e exemplos citados por Jung. Os estudos inaugurais da sociologia recebendo influncias da escola analtica?

Jung teria um breve dilogo com outro antroplogo que no era bem visto por seus pares, e novamente Jung entraria na defesa de outro pesquisador. Em suas palavras: "interessa tanto ao mdico como ao bilogo, e tambm ao filsofo. para quem estudou e conhece a psicologia de povos primitivos parece manifesto existir uma relao entre o conceito de "identidade" e o que lvy-bruhl designa como participation mystique ("participao mstica"). E fato curioso que muitos etnlogos ainda se recusem a aceitar esta concepo genial"...(Jung 1996). O estudo dos estados alterados de conscincia e sobre o enfraquecimento da conscincia individual diante dos fenmenos de grupo seria um ponto crucial do pensamento de Jung e das discusses vindouras das cincias sociais. discutir influencia do meio, o rebaixamento da conscincia diante dos movimentos de grupo e de massa, e os mergulhos nos estados alterados de conscincia.

A aluna Mary Douglas outra clebre antroploga, foi bem influenciada por Jung a quem cita em sua obra Pureza e Perigo, 1966. O teor mtico religioso dos processos de higiene fazem uma anlise simblica interessante a semelhana dos estudos de Jung. Ainda na antropologia, a obra de Jung questionada pelo antroplogo e filsofo Claude Lvi - Strauss em seu pensamento estruturalista. A obra "O mito e a reconciliao dos opostos" publicada em 1981 evidencia o questionamento da antropologia estruturalista que se afasta do teor simblico, antropologia que posteriormente seria deixada de lado e criticada a exausto pelos prprios antroplogos. Todavia como passar dos anos, com o abandono do estruturalismo e com os estudos do imaginrio os antroplogos e socilogos voltam a se aproximar dos postulados da escola analtica de C. G. Jung. A obra de Jung revivifica a anlise mtica e sociolgica no contexto da compreenso da cultura, de ritos e tradies. um trabalho que acaba sendo apoderado pela rea da antropologia e das cincias sociais. O mesmo ocorre na discusso cientfica do contexto da religio, e com toda sua pesquisa sobre a cultura oriental. Fizeram parte das colaboraes de C. G. Jung trabalhos interdisciplinares com pensadores de vrias outras reas:

FSICA - WOLFGANG PAULI; FILOLOGIA - KARL KERNYI; SINOLOGIA - RICHARD WILHELM; INDULOGIA - WILHELM HAUER;MITOLOGIA - HEINRICH ZIMMER;TEOLOGIA - VICTOR WHITE.

Com todos estes clebres pensadores Jung desenvolveu vasta correspondncia. Mas a rea analtica no vive de um passado remoto. Ao contrrio, o pensamento analtico se alastrou em vrias reas. Neste pequeno trabalho provavelmente vou deixar de fora colaboradores importantes. Porm citemos alguns pensadores da atualidade que abarcam tanto a psicologia analtica quanto os desdobramentos pelos estudos do imaginrio:antropologia marc beigbeder; psicologia marie-louise von franz, james hillman, jean chateau; sociologia michel maffesoli, patrick / monneyron, carlos augusto cerbena; teologia david l. miller, leonardo boff, teilhard de chardin; imaginrio gilbert durand, jean perrin e simone vierne; mitologia e religio mircea eliade e joseph campbell sistemas bertalanffy; biologia franois jacob, matemtica thom2,

VI- Jung nas universidades hoje:

Com o avano dos estudos qualitativos, com o migrar dos estudos para o teor da subjetividade, com a ampliao da necessidade de discusso da compreenso das bases do imaginrio, do simblico, com os avanos ps coloniais, para maior compreenso da natureza e do psquico humano vrias instituies foram buscando ampliar seus estudos sobre o imaginrio e sobre Jung. O interesse pelos estudos do imaginrio se deu a partir da metade do XX para maior compreenso da diversidade, histria e subjetividade, cultura, para o estudo das representaes, das mentalidades, da compreenso biogrfica, da ideologia, da constituio de categorias, das tradies e ritos, do simblico, do design.

Inicialmente o Eth Z rich; antiga escola politcnica federal sua ,o Centre de Recherches sur l'imaginaire, Universit Paris-V e o Greco-cri (groupement de recherches coordonnes), os dois ltimos inscritos no Cnrs - Frana. Instituies que formaram a base da aceitao cientfica sobre o pensamento analtico e sobre as teorias do imaginrio. O estudo da psicologia analtica vem sendo desenvolvido sistematicamente em vrias instituies, associaes, organizaes no governamentais, que tem se multiplicado por todas as direes. importante ressaltar que hoje os estudos sobre o imaginrio esto em reas como a educao, psicologia, psiquiatria, cincias da sade, cincias polticas, sociologia, histria, antropologia, artes, comunicao social, arquitetura e urbanismo, filosofia, educao fsica, geografia, cincias sociais, cincias da religio, jornalismo, arqueologia, literatura, publicidade, letras, medicina. o imaginrio constitui um vasto campo e linha de pesquisas de nossa atualidade e sua base referencial e inicial esta na obra de C. G. Jung.

Seria um trabalho imenso abarcar todas as instituies no brasil que mantem linhas de pesquisa e ou produes acadmicas ligadas a psicologia analtica e ao imaginrio. Complemento esta pequena resenha com uma breve lista de universidades brasileiras que tem abordado a psicologia analtica e o imaginrio como linha de pesquisa e ou referencia terica. Existem ainda vrios outros pesquisadores e ou departamentos iniciando seus estudos na rea mas nossa lista j evidencia a consagrao dos estudos do imaginrio como uma nova rea de pesquisa cientfica.

1)Ncleo Interdisciplinar de Estudos sobre o ImaginrioUFPE - Universidade Federal de Pernambuco , criado em 1975,http://www.ufpe.br/imaginario2)CICE - Centro de Estudos do Imaginrio, Culturanlise de Grupos eeducao - USP http://paje.fe.usp.br/estrutura/CICE/public_html/index.htm3)GEPI - Grupo de Estudo e Pesquisa sobre o Imaginrio - UFF http://www.uff.br/facedu/programas/gepi.htm/4)Ncleo de Pesquisa e Estudos sobre o Quotidiano, Imaginrio e Sade deSanta Catarina NUPEQUIShttp://www.nfr.ufsc.br/pesquisa.htm#5)LISE - Laboratrio do Imaginrio Social e Educaowww.educacao. ufrj .br/lise/Links_Nacionais.html6) (CEHISP-IEL) Faculdade de Educao da Unicamp7) CRI2 / UFRGS8)Centro Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa do Imaginrio UNIR/ UFMG{25} NEPPCOM - Ncleo de Estudos e Pesquisa do Pensamento ...www.fae. ufmg .br/pagina.php?page=neppcom9)UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDNIA - Unirwww.ppghisec.unir.br10)NUPLIN - Ncleo de pesquisa: lngua, imaginrio e narratividade - PUC-SPhttp://www.pucsp.br/pos/lgport/grupo_pesquisa/lingua_imaginario_narratividade.html11) UESC - Universidade Estadual de Santa Cruzwww.uesc.br/nucleos/kawe/index.php?item=conteudo_ linhas p...12) ppgac / ufba - Universidade Federal da Bahiawww.ppgac.tea.ufba.br/

Referncias bibliogrficas:

ARTHUR I. MILLER- Deciphering the cosmic number: The strange friendship of Wolfgang Pauli and Carl Jung . Norton, Nova Iorque, 2009).

DOUGLAS, Mary. Pureza e perigo(1966). So Paulo: Perspectiva, 1976

DURAND, Gilbert. As estruturas antropolgicas do imaginrio. Introduo arquetipologia geral. Traduo Hlder Godinho. So Paulo: Martins Fontes, 2002.

GLEICK, James - Caos: a Criao de uma Nova Cincia . Rio de Janeiro,Elsevier/Campus, 1989.

FOUCAULT, Michel. O nascimento da clnica. Traduo de Roberto Machado. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitria, 2001. 241 p.

FREUD, Sigmund -"Prefcio para cinco lies de psicanlise "Obras Completas VOLUME XI (1910) Ed. Imago So Paulo 1979.

______. A psicoterapia da histeria, 1893. In: ______. Estudos sobre a histeria. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 271-316. (Edio standard brasileira dasobras psicolgicas completas de Sigmund Freud, 2)

JUNG, Carl Gustav - O Homem e seus Smbolos . Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1977.

___________ - Sincronicidade: um Princpio de Conexes Acausais . Petrpolis, Vozes, 14a. Edio.

_______"A PERSONA COMO SEGMENTO DA PSIQUE COLETIVA "( 1916)in O Eu e o inconsciente. Traduo de Dra. Dora Maria Ferreira da Silva. Petrpolis: Vozes, 2001, 15 edio, volume VII/2 das Obras Completas, parte I, captulo3.

______. O esprito na arte e na cincia. Paracelso (1929). Petrpolis: Ed. Vozes, 1999.

MAFFESOLI, Michel. Tempo das tribos: o declnio do Individualismo nas sociedades de massa. Rio de Janeiro: Forense Universitria, 2006. pags 54 e 55.

MAUSS. Marcel. Uma categoria do esprito humano: a noo de pessoa (1938). In: MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. So Paulo: Cosac & Naif, 2003, p. 367-397.

PAULI,Wolfgang- The interpretation of nature and the psyche (Pantheron,Nova Iorque, 1955).

SERBENA, Carlos Augusto. Imaginrio, Ideologia e Representao Social. Cadernos de Pesquisa Interdisciplinar em Cincias Humanas, UFSC, Florianpolis, n. 52, dez.2003. Disponvel em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ cadernosdepesquisa/article/download/1944/4434. Acesso em: 08 ago. 2013.

Shamdasani, Sonu-. Jung e a construo da Psicologia Moderna.(2003)Coleo Psi-Atualidades. Editora Psique e & Letras Aparecida 2011