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1 Histórias da Sala de Aula O Joca Como Ponte Entre as Escolas e o Mundo C O L E t ÂN e A S do J O C a

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H i s t ó r i a s d a S a l a d e A u l a O Joca Como Ponte Entre

as Escolas e o Mundo

CO L EtÂNeAS do JOCa

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as Escolas e o Mundo

CO L EtÂNeAS do JOCa

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as Escolas e o Mundo

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Quem somos: a EDITORA MAGIA DE LER desenvolve e produz conteúdos infantojuvenis inovadores,

que instigam a curiosidade de crianças e jovens, ensinam de forma lúdica e divertida e estimulam

o hábito da leitura. Um desses produtos é o jornal Joca. Destinado a jovens e crianças, o Joca traz

notícias e matérias sobre o Brasil, o mundo e o universo infantojuvenil com uma linguagem simples e

de fácil compreensão. Nossa missão é promover a formação de leitores cidadãos, buscando estimular

o desenvolvimento das competências necessárias para que as crianças e os jovens possam viver

democraticamente em nossa sociedade. O acesso à informação é um direito de todos, que deve ser

garantido na sociedade brasileira.

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Cresci lendo periódicos europeus para o público infantojuvenil que meus pais assinavam quando nos mudamos para o Brasil, ainda na infância. Eu nasci na Alemanha, meu pai também é alemão e minha mãe é francesa. As publicações chegavam pelo correio, e eu ainda tenho muitas delas guardadas, como se fossem o mais precioso tesouro.

Disso surgiu minha paixão por jornal e notícias. E nasceu minha vontade de empreender e levar às escolas e famílias brasileiras recursos que deem apoio à formação de crianças e jovens do século 21, colaborando para que sejam ci-dadãos críticos e ativos. Cidadãos que lutem por seus direitos e cumpram seus deveres. Cidadãos que tenham as ferramentas necessárias para construir um futuro melhor para a nossa sociedade. Apenas assim teremos líderes responsá-veis e arquitetos de uma nova geração engajada e transformadora.

Acredito que com ferramentas como o Joca, hoje presente em mais de 800 escolas, entre públicas e privadas, podemos reduzir também a desigualdade por meio do acesso à informação, bem como pela garantia de espaço para que crianças e jovens participem do debate público. O jornal é a ponte entre o que acontece na realidade e o que os alunos aprendem na escola.

Por isso, tivemos a ideia de publicar esta primeira coletânea com Histórias da Sala de Aula – O Joca Como Ponte Entre as Escolas e o Mundo. Os exemplos são muitos e não param de chegar a nossa redação. Espero que as próximas pá-ginas traduzam o impacto do uso do jornal por professores e alunos e possam transformar ainda mais pessoas pelo Brasil.

Para finalizar, gostaria de compartilhar o pensamento de dois jornalistas que definem bem a importância de crescer aprendendo a ler jornal. Assunta Ng, editora do periódico semanal Northwest Asian, e Danny Rubin, premiado autor e expert em comunicação para jovens da geração atual, listaram algumas razões para exemplificar a relevância da leitura diária de notícias:

Prefácio

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• AMPLIA A VISÃO DE MUNDO.• FAVORECE A CRIATIVIDADE.• FAZ COM QUE SE APRENDA ALGO NOVO A CADA DIA, RETARDANDO O ENVELHECIMENTO.• APRIMORA LINGUAGEM E ESCRITA.• DÁ AO LEITOR FERRAMENTAS PARA SE CONECTAR FACILMENTE A PESSOAS.• HABILITA O PROFISSIONAL A ALCANÇAR POSIÇÕES DE LIDERANÇA.• É FONTE DE INSPIRAÇÃO, CONHECIMENTO E DESCOBERTA DE SOLUÇÕES PARA QUESTÕES VARIADAS.• DESENVOLVE A CAPACIDADE DE ARGUMENTAÇÃO, TORNANDO O INDIVÍDUO UM COMUNICADOR À FRENTE DE SEU TEMPO.• FORMA O PENSAMENTO CRÍTICO.

Boa leitura!

Stéphanie HabrichFundadora e diretora executiva do jornal Joca

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No jornalismo, o lide é o coração da notícia. São perguntas que todo repórter precisa responder ao longo de um texto. O que aconteceu? Quem fez ou sofreu o ato? Quando ocorreu? Onde e por que os fatos se deram? Como tudo se pas-sou?

Não é diferente no trabalho jornalístico do Joca. Só que no nosso dia a dia temos um lide que vai muito além das notícias que publicamos. Um lide que nos inspira:

O QUE acontece dentro das escolas que usam o Joca? QUEM são os educadores que trabalham com o jornal? QUANDO esse trabalho ocorre? COMO ele é feito? ONDE se passa? POR QUE surge?

Desde a fundação do Joca, em 2011, descobrimos que é preciso incluir mais uma pergunta a essa lista: QUAL é o impacto do uso do Joca na sala de aula?

As respostas são tantas e tão variadas que decidimos reunir algumas aqui. Esperamos que as próximas páginas inspirem você tanto quanto nos inspiram.

Equipe do jornal Joca

Apresentação

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SumárioO Lápis do Poder 10

O Diário de Myriam 12

Do jornal para as ruas 14

Páginas de solidariedade 16

Visão transformadora 20

Movimento sem canudo 22

Criar para aprender 24

A Copa do Mundo é... do Vidigal! 30

Futebol amigo da matemática 32

Da desolação ao êxito 34

Política desvendada 36

Alfabetizado pelo Joca 38

Consumo consciente 40

Em busca de voz (e da batida perfeita) 42

Posfácio 45

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— Bom dia! — disse Matheus, para-do na porta da sala da coordenadora pedagógica Samira Cunha Bueno Lima.

A atitude, aparentemente corriquei-ra, ia muito além das duas palavras ditas pelo aluno do 1º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Pro-fessora Adalgiza Segurado da Silveira. E Samira sabia disso. O interesse de Matheus estava em um único objeto dentro de um porta-lápis em cima da mesa da coordenadora.

Naquela manhã do Jardim Monte Kemel, bairro da zona oeste da cida-de de São Paulo, os olhos do garoto se voltavam para um lápis. Não um lápis qualquer. Um lápis com o desenho de um mico-leão-dourado, a mascote do jornal Joca. Um lápis com um post-it grudado em que se lia “Matheus”. O Lápis do Poder.

“Não é que ele veio dar uma confe-rida se o lápis continuava aqui? Tinha prometido a ele... A gente só dá o Lápis do Poder quando acredita que a crian-ça tem capacidade de melhorar. Assim, o aluno confia que tem, de fato, o po-der de avançar”, conta Samira.

O dia em que Matheus parou na por-ta de Samira para dar uma olhada em seu Lápis do Poder foi em 2018. Reflexo da origem da magia, nascida a cerca de

10 quilômetros de distância, em 2015, na Escola Estadual Henrique Dumont Villares, bairro do Jaguaré, também zona oeste de São Paulo. Foi ali que a coordenadora pedagógica Nádia Moya percebeu o interesse dos alunos por al-guns lápis do Joca, presentes do jornal para a escola. E decidiu chamá-los de Lápis do Poder.

“Naquela época, os lápis eram to-dos laranja, sem desenho, apenas com a palavra Joca escrita. Como eu não tinha muitos, comecei a dar apenas para os aniversariantes, para quem lia o Joca ou havia caprichado na lição. Logo percebi que o desejo entre os alu-nos cresceu e tomou uma proporção enorme na escola”, lembra Nádia.

É comum, onde Nádia e Samira tra-balham, ver alunos desinteressados,

1O Lápis do Poder

Igor V. S., 6 anos, já tem seu Lápis do Poder no 1º ano da E. E. Professora Adalgiza Segurado da Silveira

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com dificuldade de aprendizado e até enfrentando questões relacionadas à agressividade mudando de comporta-mento quando ganham o Lápis do Po-der. A evolução não acontece somente nos estudos, e sim na organização, no comportamento em sala de aula (e fora dela) e, principalmente, na autoestima. “Pode parecer uma fantasia simples, mas na cabeça dos alunos tem grande significado. O Lápis do Poder autoriza as nossas crianças a acreditar nelas mesmas. Muitas vivem em uma reali-dade complicada, na qual o ‘você não pode’ e o ‘você não consegue’ são a re-gra. Elas ouvem isso em casa, dos pais, na rua, e esse conceito preestabelecido fica enraizado — é muito difícil desmis-tificá-lo. Contudo, quando acolhemos a criança e mostramos que ela é, sim, capaz, faz toda a diferença”, diz Samira.

O vínculo é tão forte que há aluno que só faz prova usando o lápis do Joca, como um amuleto, porque “ajuda a dei-xar a cabeça mais inteligente”. Outros levam o objeto para casa para mostrar, com orgulho, aos pais e fazer a lição. Al-guns o guardam como um tesouro.

A intenção de Nádia e Samira é mos-trar que todo mundo melhora quando se dedica. “Costumo dizer a eles que, com informação e estudo, é possível mudar a própria história. E o Joca nos mostrou isso na prática. Crianças de 10 anos com vasto repertório de vo-cabulário e poder de argumentação? É lindo de ver! A função da escola é esta: levar para o mundo! Não adian-

ta ensinar para que eles se saiam bem apenas aqui dentro”, acredita Samira.

O QUE: o Lápis do Poder

QUEM: Nádia Moya e Samira Cunha Bueno Lima

QUANDO: a partir de 2015

ONDE: E. E. Adalgiza Segurado da Silvei-ra e E.E. Henrique Dumont Villares, São Paulo (SP)

POR QUE E COMO: oferecer o Lápis do Poder para alguns alunos faz parte do processo de dar a crianças e jovens o apoio e as ferramentas necessárias para o de-senvolvimento da autoconfiança e para a evolução dentro e fora da escola

QUAL É O IMPACTO: melhora na auto-estima • alunos passam a acreditar na capacidade que possuem • evolução que vai além do ambiente escolar

Samira Lima

Nádia Moya

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“Crianças sírias querem paz.” Era o que anunciava a capa da edição 90 do Joca, de março de 2017. Na foto, um me-nino de braços cruzados com a frase “eu amo meus amigos” escrita na pele.

A imagem marcou o início de uma re-lação intensa entre os alunos do 4° ano da Escola Municipal de Ensino Funda-mental Professor Laerte José dos San-tos, em Osasco, São Paulo, e a Síria. Foi quando esse país do Oriente Médio, a mais de 10 mil quilômetros de distância, entrou na vida da turma pelas mãos da professora Telma Liberti, que havia esco-lhido o tema “jornal” para trabalhar nas aulas de informática.

Não demorou para os estudantes se debruçarem sobre a localização da Sí-ria, quererem saber mais sobre a guerra na região e a vida das crianças que cres-

cem em meio ao conflito. Meses se passaram e, em junho, outra

notícia trouxe a realidade da guerra para ainda mais perto. Foi quando Telma, ao acessar o site do Joca durante a aula, mostrou para os alunos a história de Myriam Rawick, uma menina síria que havia acabado de lançar um livro com re-gistros do que vivera por cinco anos em Aleppo, cidade destruída pelo conflito.

Escrita em árabe, a obra tinha sido traduzida apenas para o francês. A di-ficuldade do idioma, porém, não foi obstáculo para a criatividade. A turma resolveu fazer um abaixo-assinado pe-dindo uma versão em português da história. A iniciativa, cheia de atitude, foi publicada na área de comentários disponível no site do Joca.

“Nós achamos muito triste as pessoas

2 O Diário de Myriam

Myriam Rawick

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terem que abandonar seu lar por causa de bombas. (...) Quando for traduzido para a nossa língua, iremos ler esse livro o mais rápido possível”, diziam as alunas Samantha e Ana Carolina. “Achei muito legal ela ter escrito um livro e queria que traduzissem para o português para a gen-te ter uma noção de como é a vida na Síria”, escreveu Heloísa, outra estudante, nos comentários do Joca on-line. Os alu-nos também enviaram centenas de cartas escritas à mão para a redação do jornal.

Diante do impacto que a notícia cau-sou nessas crianças, a Magia de Ler, que publica o Joca, decidiu procurar parceiros que pudessem realizar o pe-dido dos alunos.

Quem topou trazer O Diário de Myriam para o Brasil foi a editora de livros Dark-Side. A versão em português foi lançada na metade de 2018. “Logo depois, fica-mos sabendo que o Fantástico [progra-ma da TV Globo] ia fazer uma reportagem sobre o livro e gostaria de entrevistar al-guns alunos. Não imaginávamos a emo-ção que viria a seguir!”, lembra Telma.

Foi um grande dia para a escola. Re-presentantes da Secretaria da Educação, jornais da região e o jornalista Philippe Lobjois, que ajudou Myriam a escrever e lançar O Diário de Myriam, marcaram presença na gravação. “As crianças fica-

ram fascinadas e perguntavam ao Philippe onde Myriam comia, o que ela fazia quando sentia fome, se tomava banho... Ele, ob-viamente, respondia em francês, a tra-dutora explicava, e o silêncio era absolu-to. Até que Philippe falou que melhor do que explicar seria as crianças lerem por conta própria. E cada uma ganhou um livro. Foi mágico!”, conta Telma.

A maior emoção, no entanto, ainda estava para acontecer. A produção do programa de televisão providenciou o que ninguém esperava: em vídeo, a pró-pria Myriam Rawick mandou um recado para os alunos. A menina falou sobre a alegria de eles se interessarem pelo que ela escrevera, que estava torcendo para o Brasil na Copa do Mundo da Rússia e que já podia ir à escola e voltar em segurança.

“Se você perguntar, todos os alunos sa-bem na ponta da língua que lá na Síria a guerra ainda não acabou, mas a lição foi muito maior do que uma aula de geogra-fia ou história. Essas crianças provaram o que é ter empatia. O jornal é um material inovador: meus alunos se sentem perten-centes ao mundo, estão engajados e ati-vos na sociedade. Um livro didático não traz esse aprendizado”, conclui Telma.

O QUE: O Diário de Myriam • QUEM: Telma Liberti • QUANDO: 2017/2018 • ONDE: Emef Professor Laerte José dos Santos, em Osasco (SP) • POR QUE E COMO: notícia no site do Joca levou alunos a criarem abaixo-assinado e escrever centenas de cartas pedindo a história de Myriam em português • QUAL É O IMPACTO: alunos engajados • prota-gonismo • empatia • entendimento da sociedade

Telma Liberti

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É certo que o hábito da leitura gera movimento. O movimento pelo saber mais, que aguça a curiosidade humana em qualquer idade. Contudo, para a Es-cola Municipal de Ensino Fundamental Professor Laerte José dos Santos, em Osasco, São Paulo, isso não foi suficien-te. A descoberta do mundo por meio da leitura de notícias no Joca criou um movimento bem além da mente dos alunos e professores.

Sob o título “Mais da metade dos bra-sileiros não pratica esportes”, o texto que fez todo mundo literalmente se me-xer estava na edição 96 do jornal. Trazia os resultados de um estudo da Pesqui-sa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) feito entre 2014 e 2015. O tema

mobilizou as crianças durante as aulas de informática e levantou a importân-cia da atividade física.

Diante do interesse dos estudantes, a professora Telma Liberti, corredora de carteirinha, levou medalhas e tro-féus do próprio acervo para os alunos conhecerem. E logo surgiu a ideia de realizar uma corrida de verdade, que ganhou o aval da diretora Geida Perei-ra, de todos os funcionários da escola — da cozinha à secretaria — e dos pais, alguns também corredores.

Com direito a selo de identificação colado no peito, garrafinha para garantir a hidratação, medalhas e prêmios

3Do jornal para as ruas

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para todos os alunos participantes, do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, a Kids Run Laerte já teve duas edições: uma em 2017 e outra, em 2018.

“Pedimos apoio ao Corpo de Bom-beiros e ao departamento de trânsito para garantir a segurança. Traçamos o percurso de 300 metros, definimos a largada e a chegada, com faixa e tudo, e até montamos uma bonita mesa de frutas. Muitos poderiam desistir só de pensar em crianças correndo na rua. Mas todos abraçaram a ideia, os alunos se envolveram demais e foi uma grande

festa!”, comemora Telma. O projeto ganhou ainda mais fôlego

após a leitura de outra reportagem do Joca, em 2018, também trabalhada na aula de informática, que tratava do esporte como meio de inclusão. A pro-fessora Telma explica: “Todos os alu-nos puderam participar da nossa Kids Run Laerte. Crianças com síndrome de Down, deficiência física ou neurológica completaram corajosamente o percur-so. Não se trata de uma competição, e sim de uma confraternização para ensi-nar respeito às diferenças”.

O QUE: Kids Run Laerte • QUEM: Geida Pereira e Telma Liberti • QUANDO: 2017/2018 • ONDE: Emef Professor Laerte José dos Santos, em Osasco (SP) • POR QUE E COMO: o tema atividade física mobilizou as crianças durante as aulas de informática, após leitu-ra de notícias no Joca • houve empenho de todos na escola, apoio do Corpo de Bombeiros e do departamento de trânsito • QUAL É O IMPACTO: engajamento dos alunos e da comunidade escolar para o evento • valorização da atividade física • respeito às diferenças

Telma Liberti

Geida Pereira

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Solidariedade é aquele sen-timento que aparece quando nos identificamos com os problemas de al-guém – e que nos leva a encontrar for-mas de aliviar o sofrimento do outro.

Para os alunos de 5° ano do Colé-gio Unigrau, em Mococa, interior de São Paulo, esse entendimento veio na prática. “Após o trabalho de leitura e interpretação do texto No Brechó da Vovó, do escritor e ilustrador Ziraldo, as crianças decidiram juntar peças para arrecadar dinheiro. Todas ficaram muito empolgadas, queriam a todo custo marcar uma data e trazer coisas

de casa. Começamos a levantar pos-sibilidades, inclusive do que realizar com os lucros e itens que não fossem vendidos”, lembra a professora Marina Baptistella.

Enquanto estavam envolvidos com a realização do brechó solidário os alunos tiveram contato com notícias sobre refugiados publicadas no Joca: “Brasil recebe cada vez mais refugia-dos. Saiba como ajudar”, dizia uma de-las, no site do jornal, em 20 de junho de 2017. Era o Dia do Refugiado. “Foi um assunto de comoção geral. Assim, ficou decidido que o dinheiro vindo

4 Páginas de solidariedade

Fátima Maziero e Marina Baptistella

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do nosso bazar seria revertido para alguma ONG que ajudasse grupos de refugiados”, explica Fátima Maziero, co-ordenadora pedagógica da escola.

Brinquedos, jogos, roupas, acessó-rios e objetos de decoração foram arre-cadados. “Os alunos identificaram cada item em uma lista, definiram o preço, elaboraram cartazes e divulgaram o evento em toda a escola, um trabalho que envolveu diferentes aprendizados. E, principalmente, sentiram-se úteis ao poder ajudar pessoas e ser solidários”, acrescenta Marina.

Cerca de um ano antes, a Escola Es-tadual Henrique Dumont Villares, no bairro do Jaguaré, na cidade de São Paulo, já sentira os efeitos da solidarie-dade a partir do que se lê no noticiário.

Era outubro de 2016 quando Mariana M., de 7 anos, despertou olhares curio-sos ao chegar de cabelo curto à escola. Quando questionada sobre o porquê

do corte, ela respondia: “Leia no próxi-mo Joca e você vai entender”. A edição 86, de novembro, trouxe o depoimento de Mariana e Maria Eduarda, ambas es-tudantes da Henrique, sobre a decisão de doar o cabelo para a ONG Cabele-gria, responsável por fazer perucas e dá-las a crianças com câncer.

O protagonismo infantil nessa ação solidária foi trabalhado em sala de aula. “Além de fazer a leitura, uma có-pia da matéria sobre a doação foi es-palhada pela escola. Isso incentivou os alunos”, conta a professora Gláucia Aparecida da Silva. Outros três estu-dantes doaram o cabelo após o conta-to com a reportagem. “Um deles levou a notícia para a casa, onde conversou com a mãe. Ele foi até a escola levar o cabelo dele para doação”, diz.

Ainda hoje, mais de dois anos depois da publicação da reportagem, alguns alunos seguem doando cabelo.

COTIDIANO

6 | Joca | Edição 86 | Novembro de 2016 acesse: www.jornaljoca.com.br

COTIDIANOCOTIDIANO

COMPORTAMENTOCOMPORTAMENTO

DOAÇÃO DE CABELO

As alunas da E.E. Henrique Dumont Villares (SP) Maria Eduarda M. e Mariana M. cortaram oscabelos e doaram as mechas para a ONG Cabelegria e para o Hospital do Câncer, que fazem perucas para as pessoas que ficam carecas em consequência do tratamento contra o câncer.

O QUE VAI DENTRODO PEITO?

Você já deve ter sentido um nó na garganta e um

aperto no peito parecendo que ia explodir ou um frio na barri-ga com o coração acelerado. Essas sensações todas fazem parte do nosso dia a dia e, mui-tas vezes, são difíceis de expli-car. Mesmo não conseguin-do defini-las, o importante é prestar atenção nelas, porque são nossas emoções. Algumas são mais fáceis de reconhe-cer como a alegria, a tristeza, o medo e a raiva. Mas, muito mais do que classificá-las, é preciso entender que elas apa-recem por algum motivo, e não devemos escondê-las. Mui-tas vezes achamos errado ter

Professor, veja mais no Portal Joca

Por Fabiana Gutierrez

Carlotas é uma iniciativa que promove o diálogo sobre respeito e em-patia para ajudar as pessoas a viver melhor.Saiba em www.carlotas.org

REPR

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UÇÃ

O W

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raiva de alguma coisa ou em al-guma situação, por exemplo. No entanto, na verdade, precisamos apenas sentir e tomar consciên-cia dessa emoção. Assim, pode-remos reagir a ela de uma ma-neira mais adequada. Ficar com raiva porque seu irmão ou ami-go pegou seu brinquedo sem pe-dir não é o problema; o problema está no impulso da raiva, brigar com ele como forma de expressar o que você sentiu. Se percebemos nossas emoções, podemos traba-lhá-las melhor, inclusive pedin-do ajuda quando não sabemos lidar com uma situação. Isso tam-

bém nos permite reconhecer as emoções nos outros e melhorar nossos relacionamentos com as pessoas. Vamos fazer uma expe-riência? Que tal, durante a próxi-ma semana, você prestar atenção no que está sentindo? Procure nomear essas sensações e senti-mentos, descrevendo o que sen-te. Vale até fazer um desenho, es-colher uma música ou uma cor para representar o que está sen-tindo. Queremos saber quantas emoções diferentes você conse-guiu identificar e como as repre-sentou. Mande para a gente no [email protected].

Como surgiu a ideia de doar o cabelo?"Eu estava na escola do meu primo, a E. E. Deputado Augus-to do Amaral, em que tinha uma atividade sobre o Outubro Rosa, uma campanha para alertar sobre câncer de mama. Quando vi, perguntei para minha mãe se podia cortar o ca-belo para doar para o Hospital do Câncer. Ela deixou, e eu cortei o cabelo lá mesmo. O cabelo cresce e a esperança também." Maria Eduarda M., 10 anos, doou 10 centímetros

Por que você resolveu doar o cabelo?"Queria ajudar os amigos. As crianças que estão com câncer têm que se sentir bonitas. Eu me senti feliz depois de doar o cabelo. Eu contei para todo mundo: minha avó, meus amigos, meu primo e mi-nhas tias." Mariana M., 7 anos, doou 30 centímetros

Por que você resolveu doar o cabelo?"Queria ajudar os amigos. As crianças que estão com câncer têm que se sentir bonitas. Eu me senti feliz depois de doar o cabelo. Eu contei para todo mundo: minha avó, meus amigos, meu primo e minhas tias."

REPÓRTER POR UM DIA

ALERTA MÁXIMOO choking game, ou “jogo da asfixia”, que se espalhou pela internet, dei-xou muitos jovens, pais e escolas em alerta para um desafio ou brinca-deira muito perigosa de interromper o ar com as mãos para desmaiar. Quando o ser humano fica sem oxigênio, o sangue não irriga o cérebro, há perda de consciência e o ato pode levar à morte, causar cegueira, sur-dez ou paralisia. Alessandra Borelli, da Nethics Educação Digital, disse que as mortes acontecem quando o jovem topa o desafio e sofre uma parada cardíaca. “Não podemos fazer nada arriscado para o nosso cor-po. É muito importante conversar com os pais caso veja algo estranho, seja brincadeira ou desafio.Cuide de sua saúde," diz a psicóloga Natércia M. Tiba Machado.

Fomos convidadas para assistir ao Congresso Interna-cional e Interuniversitário Contra a Pobreza Infantil noMundo, no Unicef, e ser repórteres mirins do jornal Joca. No local, assistimos à palestra do Instituto de Reintegração do Refugiado, que falava sobre as pesso-as que viviam na Síria, no Congo e no Haiti e se refugia-ram no Brasil. Aprendemos que vários brasileiros os ajudam com roupas e alimentos, entre outros. Assistimos também à pales-tra “Transtornos mentais” e soubemos que o “comportamento delinquente não é uma doença, é um sinal de que algo não está bem”. Na palestra “Saúde e primeira infância”, entrevistamos a nutricionista Ludmila Soldi. Nós adora-mos essa experiência, aprendemos muitas coisas interessantes e soubemos que muitos produtos industrializados ou enlatados fazem mal à saúde. Essa aventura foi inesquecível. Bianca R., 10 anos, e Ana Beatriz F., 10 anos

ajudam com roupas e alimentos, entre outros. Assistimos também à pales

O QUE VAI DENTRO31/10/2016 a 16/11/2016Nº86 1ª quinzena de

novembro de 2016

O único jornal para jovens e crianças

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Coleção

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>> pág. 2

Abelhas

Datas importantes

Caminhão sem motorista

>>pág. 8

Iêmen negocia paz

>>pág. 4

53% das abelhas desapareceram, entre 2012 e

2013, na Europa. Nos Estados Unidos, 31%

das abelhas sumiram e, no Brasil, foram qua-

se 30%. Já faz tempo que as abelhas estão

desaparecendo por causa da poluição, dos

pesticidas, da urbanização ou pelo excesso

de plantas e animais invasores, que dese-

quilibraram a fauna local. Sem abelhas, fal-

ta mel e muitas plantas que precisam delas

para espalhar o pólen deixarão de existir.

13 de novembro: Dia Mundial da

Gentileza. Surgiu para propagar e ins-

pirar pessoas a viver em um mundo

mais gentil. Joca propõe um desafio: dê bom-dia

para todos, abrace, sorria, agradeça, respeite os

outros e veja o quanto seu dia fica mais feliz.

8 de novembro: a 58ª eleição presidencial dos

Estados Unidos, que elege o presidente e o vice-

-presidente, será disputada entre Hillary Clinton

(Partido Democrata) e Donald Trump (Republicano). A vo-

tação é facultativa, ou seja, os cidadãos não são obrigados

a votar. O eleito tem poder por quatro anos.

SECA HISTÓRICA BATE

RECORDE NO NORDESTEFONTE: EXAME | U.S. FISH AND WILDLIFE SERVICE (FWS)

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Reportagem da edição 86 do Joca, com os depoimentos de

Mariana e Maria Eduarda

Gláucia A. da Silva

Page 18: Histórias da Sala de Aula - jornaljoca.com.br · da Escola Municipal de Ensino Funda-mental Professor Laerte José dos San-tos, em Osasco, São Paulo, e a Síria. Foi quando esse

18

E essa não foi a única experiência do tipo na escola. Quando abriu a edição 105 do Joca, de novembro de 2017, a professora Valdirene Mariano se depa-rou com um rosto familiar: o da peque-na Júlia A., na época com 6 anos. “Ela vive em Tatuí, no interior de São Paulo, onde tenho uma residência. Então, já conhecia a história dela de luta contra o câncer desde os 2 anos”, explica.

A notícia falava sobre um mutirão para cadastrar doadores de medula óssea e ajudar Júlia, que tinha leuce-mia e dependia de um transplante ur-gente para se curar. Também informa-va que só poderia doar quem tivesse de 18 anos a 55 anos.

Enquanto trabalhava interpreta-ção de texto a partir da reportagem e incentivava a busca de mais informa-ções sobre a doença e o caso de Júlia na internet, Valdirene fez com que os alunos se envolvessem com o caso tanto quanto ela. “Eles ficaram emo-

cionados com a história.”Em uma conversa com Nádia Moya,

coordenadora pedagógica da escola, surgiu a ideia de aproveitar outro pro-jeto, de troca de cartas, para que os estudantes enviassem mensagens de apoio à Júlia, já que a idade os impe-dia de ser doadores.

Algumas turmas dos 4os anos es-creveram cartas individuais, outras, assinaram cartões de Natal com men-sagens inspiradoras. Valdirene fez questão de entregar pessoalmente as mensagens à garota. “Encontrei Júlia em uma praça brincando com o pai. Ela é uma criança superpositiva: es-tava feliz, conversou comigo o tempo todo, deu uma lição de fé e solidarie-dade”, diz.

No início de 2018, enfim chegou a notícia de que a medula do pai de Júlia era compatível e a doação havia sido bem-sucedida. “As crianças fica-ram muito felizes, comemoraram…

Joca | Edição 105 | Novembro de 2017 acesse: www.jornaljoca.com.br | 6

MALUQUICESMALUQUICES

VOCÊ SABIA QUE...Moradores fazem mutirão para salvar menina de 6 anos

SOCIAL

CACHORRO-ROBÔ SERÁ VENDIDO A PARTIR DE 2018Um bicho que anda, abana o rabo, brinca com a bolinha e até tira foto será lançado pela Sony. Depois de dez anos sem vender o produto, a empresa voltará a colocar o cachorrinho de 30 centímetros à venda. Desenvolvido com inteligência artificial, o novo modelo faz com que ele interaja com o dono e tenha até personalidade própria. O produto começará a ser vendido no Japão em 2018 e custará 1,7 mil dólares.

O ESPERTO PLANO DAS ARANHAS “PIRATAS”Construir teias exige a produção de vários tipos de seda e cola, além de manobras arriscadas. Algumas aranhas, no entanto, perderam essa habilidade: são as aranhas “piratas”. Para comer, elas têm um plano bem esperto: invadem teias alheias, atraem a “dona” do pedaço e injetam um veneno superpotente, que deixa a outra aranha paralisada. Assim, elas papam tudo o que cair na teia feita pela aranha anfitriã.

Cerca de 1,6 mil pessoas se cadastraram para checar se podem doar medula ós-

sea a uma menina de 6 anos mo-radora de Tatuí, no interior de São Paulo. Júlia Abrame de Oliveira tem leucemia, um tipo de câncer no sangue, desde os 2 anos e já passou por sessões de quimiote-rapia e radioterapia.

Os médicos afirmam que o transplante é a melhor chance de ela se curar da doença.

Quem organizou a campanha de doação foi uma enfermeira

...Os dinossauros viveram na Terra por, aproximadamente, 150 milhões de anos?

...Acredita-se que os dinossauros foram extintos por causa de um meteorito que caiu no sul do México há 66 milhões de anos?

...A espécie mais alta de todas, a Sauroposeidon, tinha pernas e pescoço longos para alcançar as folhas das árvores? Estima-se que os dinos dessa espécie chegavam a ter 18 metros de altura.

...O dinossauro mais pesado de todos se chamava braquiossauro? Ele pesava 80 toneladas, o equivalente a 17 elefantes-africanos.

...O maior dinossauro que viveu no Brasil tinha 25 metros de comprimento e 8 metros de altura? Ele se chamava titanossauro e era herbívoro.

...Pessoas que acharem um fóssil devem avisar um museu especializado, uma universidade ou o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)? No Brasil, existe uma lei que diz que todo fóssil encontrado aqui pertence ao governo.

Moradores fazem mutirão SOCIAL

VOCÊ SABIA QUE

pela aranha anfitriã.

amiga de Adriana Abrame, a mãe de Júlia. A chance de encontrar um doador fora da família é de uma em 100 mil.

A mobilização fez tanto sucesso que cerca de 400 pessoas foram dispensadas porque os kits para coleta de sangue tinham acabado.

Agora, Júlia precisa aguardar a avaliação do sangue dos doa-dores. Após a análise, as informa-ções são cruzadas com os dados genéticos de Júlia. Ao achar um doador compatível, é realizado o transplante.

✓ O QUE É MEDULA ÓSSEA?É um líquido gelatinoso que fica dentro dos ossos e produz células do sangue e de defesa do corpo.

 ✓ QUEM PODE DOAR?Qualquer pessoa entre 18 anos e 55 anos, em bom estado de saúde e sem diagnóstico de doenças infecciosas ou câncer.

...Até hoje, já foram identificadas mais de 700 espécies de dinossauros?

Júlia, a irmã mais nova e a mãe (acima), em tratamento no hospital, e a fila de doadores (à direita)

Júlia, a irmã mais nova

Ce a mãe (tratamento no hospital, e a fila de doadores (

13/11/2017 a 1/12/2017 nº 105

O único jornal para jovens e crianças

Concentração de dióxido de carbono na

atmosfera chega ao índice mais alto da

história. Nações discutem como evitar que a

temperatura do planeta aumente pág. 4

O que esperar de 2018?Leitores do Joca contam suas

expectativas de mudanças para

o ano que vem pág. 3

Os planetas do sistema solarColeção

YouTube.com/tvjocaYouTube.com/tvjoca

Participe do Joca. Mande sugestões para: [email protected] e confira nosso portal: www.jornaljoca.com.br.

O ar nunca esteve

tão poluído

2050: o ano dos carros sem motorista

Veja o que falta para que os automóveis

sejam 100% autônomos pág. 7

“Eu sobrevivi ao

Holocausto”Conheça a história de Nanette, amiga

da Anne Frank que recomeçou a vida

no Brasil pág. 10

68%dos brasileiros até 14 anos

sofreram punição corporal em

casa, segundo a pesquisa “Ending

violence in childhood”, do Global

Report 2017. De acordo com o

levantamento, entre os jovens

de 13 anos a 15 anos, 32%

enfrentaram bullying na escola e

28% participaram de brigas

no colégio

ex

tra! extra!

A próxima edição

do Joca impresso será

publicada em fevereiro

de 2018. Até lá,

acompanhe notícias

diárias no portal:

jornaljoca.com.br.

Reportagem da edição 105 do Joca

Valdirene Mariano

Page 19: Histórias da Sala de Aula - jornaljoca.com.br · da Escola Municipal de Ensino Funda-mental Professor Laerte José dos San-tos, em Osasco, São Paulo, e a Síria. Foi quando esse

19

“Senti uma alegria imensa em poder ajudar os refugiados. Vendendo os

produtos no brechó, também pudemos aprender a trabalhar melhor com

dinheiro. Foi um projeto importantíssimo para a nossa vida: seremos melhores no

futuro.”ALINNE MARIANA B. DE S., 5º ANO

“Nosso dinheiro pode não ser muito se pensarmos que existem milhares de refugiados. Mas, apenas nos dispondo a fazer uma boa ação, já é bastante coisa. Nós nos divertimos, sim, ajudamos os refugiados e também nos tornamos pessoas um pouco melhores. Os refugiados estão nessa situação por causa do desrespeito, da falta de liberdade, da ganância de poder dos governantes e do grupo que quer aplicar as próprias leis, matando outros — desse jeito extremista não dá! E, por isso, pessoas são mortas ou morrem tentando fugir em barcos que não são seguros e que, muitas vezes, acabam naufragando. Estou feliz sabendo que o dinheiro que arrecadamos vai dar comida, roupa e objetos pessoais para eles.” BIANCA R. DE L. D., 5º ANO“Achei muito legal doar dinheiro para

quem precisa mais do que nós! Porque tem pessoas que nem têm casa, comida, roupa,

sapatos etc. E com certeza os refugiados que receberam essas doações ficaram

contentes, ou seja, satisfeitos. Pelo menos, é o que eu espero!”

MARIANA F. X. J., 5º ANO

“Eu senti uma emoção muito grande de poder ajudar os refugiados porque

eles estão passando dificuldade. Foi muito legal a classe se reunir, cada um

deu um pouquinho, e eu sei que, assim, conseguimos colaborar. Espero que dê uma

melhorada na vida deles!”ALICE M. F., 5º ANO

Algumas até choraram de emoção ao ouvir o áudio da Júlia agradecendo pelo apoio das cartas”, recorda Valdire-ne. “Foi um processo de conhecimento

dos alunos sobre a doença e a histó-ria da Júlia por meio do Joca. Isso fez crescer sentimentos de solidariedade, compaixão e afeto dentro deles.”

“O brechó ficou muito bonitinho, e tivemos bom público também — quase todos levaram dinheiro e colaboraram muito. Senti que naquela hora estava ajudando crianças que não têm uma condição muito boa, que não têm nada.”ISADORA S. M., 5º ANO

O QUE: doação de dinheiro para ONG que atende refugiados • doação de cabelo para a ONG Cabelegria • mensagens de apoio para a garota Júlia, que tinha leucemia • QUEM: Fátima Maziero, Gláucia Aparecida da Silva, Marina Baptis-tella e Valdirene Mariano • QUANDO: 2016/2017 • ONDE: Colégio Unigrau, Mococa (SP), e E.E. Henrique Dumont Villares, São Paulo (SP) • POR QUE E COMO: a lei-tura de notícias do jornal levou alunos a se mobilizarem em diversas ações de solidariedade • QUAL É O IMPACTO: estímulo aos sentimentos de solidariedade, compaixão e afeto • crianças e jovens mais ativos e conscientes de seu papel na sociedade em que vivem

Depoimentos de alunos do Colégio Unigrau

Valdirene Mariano

Page 20: Histórias da Sala de Aula - jornaljoca.com.br · da Escola Municipal de Ensino Funda-mental Professor Laerte José dos San-tos, em Osasco, São Paulo, e a Síria. Foi quando esse

20

12/09/2017 a 25/09/2017 nº 101O único jornal para jovens e crianças

Um dos mais intensos fenômenos do Oceano Atlântico deixa o Caribe arrasado e dois terços da Flórida sem luz pág. 4

O devastador furacão Irma

43%é a porcentagem de usuários

brasileiros que só navegaram na internet pelo celular. Os dados são de

2016 e mostram que esse número mais do que dobrou nos últimos três anos, segundo o Centro de Estudos Sobre

as Tecnologias da Informação e da Comunicação

Mais um pulmão do mundo ameaçadoAs algas marinhas produzem mais da metade do oxigênio do mundo. Uma de sua maiores reservas, a Grande Barreira de Corais, da Austrália, corre o risco de desaparecer pág. 7

Cenas da política brasileiraMalas de dinheiro, novas denúncias e muitas dúvidas: os principais acontecimentos no cenário político pág. 2

Menina constrói casa com 32 reaisA invenção de Callie Hilton, que mora na Georgia, nos Estados Unidos, usa energia solar e abriga moradores de rua pág. 6

Coca-Cola lança desafio para cientistasA maior empresa de refrigerantes do mundo vai pagar 1 milhão de dólares para quem conseguir um substituto para o açúcar pág. 5

Como de formam os furacõesColeção

YouTube.com/tvjocaYouTube.com/tvjocaParticipe do Joca. Mande sugestões para: [email protected] e confira nosso portal: www.jornaljoca.com.br.

A ilha São Martinho foi uma das mais afetadas

O único jornal para jovens e crianças

Coleção

O único jornal para jovens e crianças28/1/2019 a 11/2/2019

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59.491é a quantidade de drones registrados

no Brasil, de acordo com dados de dezembro de 2018 da Agência Nacional

de Aviação Civil (Anac). Destes, 21.130 são para uso pro­ ssional e 38.361 são utilizados

pro­ ssionalmente em nosso país. O estado com mais aparelhos registrados

é São Paulo, com 20.896 drones.

Nova tragédia em Minas GeraisCerca de três anos após a catástrofe em Mariana, rompimento de barragem na cidade de Brumadinho causa mortes e deixa centenas de desaparecidos• PÁG. 2

Curiosidades sobre os drones

PÁG. 9

Crise na VenezuelaJuan Guaidó, opositor do atual presidente, Nicolás Maduro, declara-se presidente interino do país PÁG. 5

Ano-novo chinêsA celebração será em 5 de fevereiro PÁG. 8

Novidades tecnológicasEscova de dentes inteligente e carro voador são apresentados em feira nos Estados UnidosPÁG. 7

Quer ajudar Brumadinho?Um bom jeito de estar mais perto de quem está sofrendo em Brumadinho é escrever recados de apoio. O Joca está entrando em contato com escolas da região. Você ou sua escola querem participar, mandando mensagens para as crianças e jovens de lá? Acompanhe a iniciativa em jornaljoca.com.br.

NO SITE DO JOCA, ACOMPANHE

ATUALIZAÇÕES SOBRE A SITUAÇÃO EM

BRUMADINHO E AS INVESTIGAÇÕES SOBRE O CASO.

nº 124

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No lugar do tradicional toque de sirene, os acordes de violino do sone-to As Quatro Estações marcam a transi-ção das aulas na Escola Beit Yaacov, no bairro da Barra Funda, na cidade de São Paulo. O trecho do concerto de Vivaldi embala o dia a dia de cerca de mil alu-nos e traduz o clima no longo corredor onde ficam as salas de 1° a 5° ano do en-sino fundamental. Um ambiente aberto ao diálogo, às relações interpessoais e à construção do aprendizado de forma conjunta e inovadora. Proposta alinhada

a uma das missões do Joca: transformar uma geração, formando cidadãos com senso crítico.

No currículo trilíngue da Beit Yaacov — português, inglês e hebraico — a investi-gação permeia as disciplinas, eviden-ciando a busca pela produção do saber autônomo. “O jornal Joca, desde 2013 na nossa escola, tem um papel importante nisso, uma vez que as notícias ampliam a visão de mundo das nossas crianças, trazendo diferentes perspectivas sobre o mesmo tema. É natural todos os alunos

5 Visão transformadora

5/5/2015 a 18/5/2015Nº58 1ª quinzena

Maio /2015

O único jornal para quem tem de 7 a 12 anos

jornaljoca

Coleção

Maio de 2015 | Edição 58 | Joca | 111

COLEÇÃOCOLEÇÃOPESSOAS QUE MUDAM O MUNDO!100 PESSOAS MAIS INFLUENTES NO MUNDO 2015, SEGUNDO A REVISTA TIMES

A cada ano, a revista Times, dos Estados Unidos, publica uma lista com as cem pessoas mais influentes do mundo. Em 2014, não havia brasileiro na lista, mas, em 2015, dois entraram: o surfista Gabriel Medina e o empresário Jorge Paulo Lemann. A revista não faz um ranking de importância convencional, mas reúne as pessoas em cinco categorias: Titãs, Pioneiros, Artistas, Líderes e Ícones. Veja alguns selecionados pelo Joca em difer-entes áreas.

CATEGORIA: TITÃS - BRASIL O homem mais rico do Brasil é um dos maiores símbolos do capitalismo do país. Comprou quatro das marcas mais conhecidas em todo o mundo: Anheuser-Busch, Burger King, Heinz e Kra� . Além de grande empresário, Lemann se dedica muito a melhorar a educação no Brasil por meio de diversos projetos, fundações, es-

colas e institutos que mantém.

JORGE PAULO LEMANN

CATEGORIA: ÍCONES - BRASIL Campeão mundial de surfe na última temporada, deu o título inédito para o Brasil. De acordo com a revista, Medina se tornou um ícone com a conquista do título mundial porque mostrou ao Bra-sil a importância do surfe e estimulou a

prática do esporte em todo o país.

GABRIEL MEDINA

CATEGORIA: ÍCONES - ESTADOS UNIDOS Campeão mundial de surfe na última temporada, deu o título inédito para o Brasil. De acordo com a revista, Medina se tornou um ícone com a conquista do título mundial porque mostrou ao Bra-sil a importância do surfe e estimulou a

prática do esporte em todo o país.

ABBY WAMBACH

CATEGORIA: PIONEIROS- ESTADOS UNIDOS Começou a dançar balé aos 13 anos, o que pode ser considerado tardio. Mesmo assim, foi nomeada solista (que se apresenta sozinha) no famoso American Ballet Theater, uma das com-panhias de dança mais famosas do mundo. Ela é a primeira solista negra no ABT em 20 anos.

MISTY COPELAND

CATEGORIA: PIONEIRIOS - ESTADOS UNIDOS Astronauta que vai quebrar o recorde de maior tempo no espaço: 342 dias, quase um ano. Ele partiu, no dia 27 de março, com um astronauta russo, que ficará com ele por menos tempo. O objetivo da missão é estu-dar os efeitos do espaço no corpo humano.

SCOTT KELLY

CATEGORIA: PIONEIROS - INGLATERRAConhecida pelo papel de Hermione, nos filmes de Har-ry Potter, a atriz foi nomeada embaixadora da Organ-ização das Nações Unidas (ONU). Ela defende a igual-dade e a liderança das mulheres em todos os setores.

EMMA WATSON

CATEGORIA: PIONEIROS - ESCÓCIA Fundador da organização humanitária Mary’s Meals (Refeições de Maria), um movimento global que começou, em 2002, para alimentar 200 crianças com fome no Malauí. Hoje, a instituição alimenta, dia-riamente, perto de 1 milhão de crianças na

escola em 12 países.

MAGNUS MACFARLANE-BARROW

CATEGORIA: PIONEIROS - ESTADOS UNIDOS Ele é médico e o único cirurgião da região em um hospital que atende cerca de 750 mil pessoas nas montanhas de Núbia, no Sudão. A população enfrenta uma guerra civil há quatro anos, e Catena atende todos diariamente, sem fazer distinção de classe

ou idade, sejam eles rebeldes ou civis.

TOM CATENA

CATEGORIA: TITÃS - CHINABilionário conhecido como o Steve Jobs chinês. Com apenas 45 anos, é dono da maior companhia de telefonia móvel da China, a Xiaomi, que deve chegar ao Brasil com seus

modernos smartphones em breve.

LEI JUN

CATEGORIA: TITÃS - ESTADOS UNIDOSÉ a mais jovem mulher a se tornar bil-ionária com o fruto do trabalho, ou seja, sem herdar nada. Aos 19 anos, ela fun-dou o laboratório Theranos, que está rev-olucionando o setor de diagnóstico de

doenças com testes mais rápidos.

ELIZABETH HOLMES

CURIOSIDADES

A paquistanesa Malala Yousafzai, vencedora do Nobel da Paz, aparece pela primeira na lista, que tem 40 mul-heres, e é a pessoa mais jovem da lista, aos 17 anos.

O veterano é o presidente da Tunísia, Beji Caid Essebsi,de 88 anos2 3Obama foi incluído na lista pela 10ª vez, um

recorde, Hillary Clinton pela oitava vez e Merkel pela sétima.

Para ver a lista completa: XXXXXXXX Fonte: Times, Exame

AS 5 CAPAS FEITAS ESSE ANO

COLEÇÃO

, dos Estados Unidos, publica uma lista com as cem pessoas mais influentes do mundo. Em 2014, não havia brasileiro de importância

em difer-

1

Participe do Joca. Mande sugestões para: [email protected] e confira nosso portal: www.jornaljoca.com.br.

33%ou um em cada três brasileiros ainda deixa a torneira aberta enquanto escova os dentes! Se todos mudassem de atitude, em um mês seria economizada a quantidade de água equivalente ao volume que passa durante um dia e meio nas Cataratas do Iguaçu (PR).

Entrevista: RobertoRivellino, ídolo do futebol brasileiro >>pág. 12

Crianças criarão parque real usando Minecraft>>pág. 5

13 de maio: Abolição da Escravatura no Brasil. A princesa Isabel, que assumiu o trono provisoriamente no lugar do pai, assinou a Lei Áurea, que acabava com a escravidão no Brasil. A lei previu a libertação dos escravos em todo o país e, assim, os cerca de 750 mil escravos conseguiram alforria.

8 de maio: fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A Alemanha nazista se rende e os países aliados (EUA, Reino Unido e França) anunciam o fim das batalhas. Os combates continuaram até 9 de agosto, quando os EUA lançaram bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki e o Japão se rendeu.

>> págs. 4 e 5

Pessoas que mudamo mundo!Datas

importantes

Fonte: Instituto Akatu

NA SEMANA DA TERRA, FENÔMENOS NATURAIS ACONTECEM EM TODO O PLANETA

FOTO

S PÚ

BLIC

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TERREMOTO, VULCÃO, TORNADO, ENCHENTE

13/9/2016 a 26/9/2016Nº83 2ª quinzena de

setembro 2016

O único jornal para jovens e crianças

jornaljoca

Coleção

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>> pág. 10

Reserva marinhaDatas

importantes

Serra da Capivara está ameaçada>>pág. 3

Presas de mamute são retiradas do gelo>>pág. 4

60% dos brasileiros que moram fora do Brasil têm entre 20 anos a 34 anos. As mulheres representam a maioria. A grande motivação dos mais de 2,5 milhões de brasileiros que se mudaram para o exterior foi a busca por um emprego. Os destinos preferidos são: Esta-dos Unidos (23,8%), Portugal (13,4%), Espa-nha (9,4%), Japão (7,4%) e Itália (7%).

14 de setembro: Dia do Frevo, uma dan-ça brasileira que surgiu no Recife (PE), no fim do século 19, e tem um ritmo musical

acelerado, que mistura marcha, maxixe e capoeira. Por ser famosa na cultura nordestina, em 2012, foi declara-da Patrimônio Imaterial da Humanidade, pela Unesco.

11 de setembro de 2001: há 15 anos, aconteceu o maior atentado terrorista da história. Aviões sequestrados pelo

grupo Al Qaeda, de Osama bin Laden, bateram no World Trade Center, em Nova York, matando mais de3 mil pessoas. Os dois prédios desmoronaram.

BRASIL ATINGE A META E ESTÁ EM 5O NA PARALIMPÍADA

DIV

ULG

AÇÃO

FONTE: IBGE | MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES | ITAMARATY.GOV

Daniel Martins, ouro na natação 200 m

Shirlene Coelho, ouro no arremesso de dardo

Ricardo de Oliveira Costa, ouroem salto em distância Claudiney Batista, ouro no arremesso de disco

Daniel Martins, ouro nos 400 m Petrúcio Ferreira dos Santos, ouro no atletismo

RIO

2016

O único jornal para jovens e crianças

jornaljoca

YouTube.com/tvjocaYouTube.com/tvjoca

28/8/2017 a 11/9/2017Nº100 1ª quinzena de

setembro de 2017

Coleção

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>> pág. 2

Índios do BrasilDatas importantes

Ativista nada nas águas do Oceano Ártico>>pág. 11

Após críticas, governo anuncia condições para a mineração em área de reserva nacional extinta

11,8%foi o aumento no número de transplantes neste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o Regis-tro Brasileiro de Transplantes (RBT), os pro-cedimentos envolvendo rins, fígado e cór-neas se tornaram mais frequentes. Nessas operações, os médicos retiram órgãos de pessoas falecidas e os implantam no corpo de indivíduos que precisam de estruturas saudáveis para sobreviver.

5 de setembro: o Dia da Amazônia foi criado para chamar a atenção para a maior reserva natural do planeta. Esse bioma tem 7 milhões de quilô-

metros quadrados e abrange nove países, com apenas 26% da área em território brasileiro.

7 de setembro: nesta data, em 1822, às margens do Rio Ipiranga, D. Pedro I declarou a Independên-cia do Brasil. Com o ato, o país deixou de ser co-lônia de Portugal e passou a ser uma monarquia, com D. Pedro I como primeiro imperador.

O MUNDO DE OLHO NA AMAZÔNIA

Marcha em Barcelona contra o terrorismo>>pág. 4

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Page 21: Histórias da Sala de Aula - jornaljoca.com.br · da Escola Municipal de Ensino Funda-mental Professor Laerte José dos San-tos, em Osasco, São Paulo, e a Síria. Foi quando esse

21

da comunidade virem de casa com opi-niões semelhantes, mas o jornal possibi-lita a abertura do pensamento e o olhar atento para outras realidades”, acredita Claudia Mileo, coordenadora de língua portuguesa do ensino fundamental I.

Mitzi Moniz, professora de língua portu-guesa do 5° ano, já costumava trabalhar com notícias dos grandes jornais em sala de aula, mas reconhece que o jornalismo sob medida para crianças traz vantagens. Na Beit Yaacov, as matérias do Joca são classificadas em rankings, da pauta mais engraçada à mais curiosa, o que permite trabalhar também na disciplina de mate-mática, com números e gráficos.

Os alunos mais velhos, já no ensino fundamental II, lembram com carinho da pasta do Joca em que guardavam, quin-zenalmente, cada edição. A pasta fica na mochila, vai e volta para casa, e não é raro ouvir relatos das crianças contando que membros da família e funcionários da es-cola aproveitam para entender algumas questões “difíceis”, muito bem contextua-lizadas no jornal infantojuvenil.

Em 2015, quando a escola completou 15 anos, o impacto causado pelo Joca le-vou os alunos do 5° ano a colocar a mão na massa e criar o jornal Haiom, que sig-nifica “dia” em hebraico. Durante cerca

de quatro me-ses, as crian-ças vivencia-ram o ofício do jornalista: levan-taram as pautas, fo-ram a campo, criaram as seções do jor-nal, fizeram entrevistas com funcionários atuais e antigos, pesquisaram nos arqui-vos da escola e, por fim, produziram os textos seguindo as premissas do gênero notícia, com direito a título e lide.

“No dia da festa, uma redação de ver-dade foi montada em um dos espaços da escola com estações de computador e máquinas fotográficas. Os alunos pu-deram cobrir o evento em tempo real e compartilhar com os colegas das outras séries a experiência de ser um jornalista. Todo mundo pôde participar”, conta Mitzi.

Pais, convidados e toda a comunida-de escolar receberam os exemplares do Haiom, que noticiava as atividades realizadas no semestre, ressaltando o caráter protagonista dos alunos. “Sendo os próprios autores do jornal Haiom, da criação do logotipo à edição, tenho cer-teza de que a experiência foi marcante. O aprendizado durante uma situação co-municativa real é muito mais rico”, acre-dita Claudia Mileo.

O QUE: o contato com notícias e a ampliação de visão de mundo dos alu-nos • QUEM: Claudia Mileo e Mitzi Moniz • QUANDO: desde 2013 • ONDE: Escola Beit Yaacov, São Paulo (SP) • POR QUE E COMO: o jornal possibili-ta a abertura do pensamento e o olhar atento para outras realidades • as matérias do Joca são classificadas em rankings, da pauta mais engraçada à mais curiosa, por exemplo • QUAL É O IMPACTO: possibilidade de ter contato com diferentes perspectivas sobre o mesmo assunto • entendi-mento de questões complexas • criação do jornal Haiom

Mitzi Moniz e Claudia Mileo

Page 22: Histórias da Sala de Aula - jornaljoca.com.br · da Escola Municipal de Ensino Funda-mental Professor Laerte José dos San-tos, em Osasco, São Paulo, e a Síria. Foi quando esse

22 5 | Abril de 2018 | Edição 109 | Joca

Duas horas após almoçar em um res-taurante em Salisbury, no sudeste da Inglaterra, o ex-espião russo Sergei

Skripal, 66 anos, e a filha Yulia, 33 anos, foram encontrados inconscientes. Os dois e o policial que os socorreu estão em estado grave.

A tentativa de assassinato ocorreu em 4 de março e causou uma crise diplomática entre Londres e Moscou. A primeira-ministra britâ-nica, Theresa May, anunciou a expulsão de 23 diplomatas da Rússia, a qual declarou “culpa-da” do envenenamento. O Kremlin prometeu responder à altura.

No restaurante foi encontrada uma subs-tância altamente tóxica. O produto foi fabri-cado pela antiga União Soviética durante o período da Guerra Fria e é considerado arma de destruição em massa.

Espião duplo. Skripal assumiu dois postos na Europa, em 1980 e 1990, sob o disfarce de di-plomata, para fazer espionagem para a Rús-sia. Nesse período, teria começado a atuar como agente duplo, revelando aos britânicos, em troca de dinheiro, a identidade de espiões russos que atuavam na Europa. Ele foi preso em Moscou, em 2004, acusado de alta traição.

May informou que políticos e membros da família real britânica não irão à Copa do Mun-do na Rússia, em junho.

Créd

itos

: Lab

oko/

iSto

ck

u Proteção aos recifes de coral.u Diminuição da poluição por plásticos.u  Sustentabilidade em eventos esportivos, como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos de Verão da Juventude.u Meio ambiente e migração (pessoas que saíram de casa por causa de mudanças climáticas).u Cidades e alterações climáticas (aumento das emissões dos gases poluentes e aquecimento global).u  Preservação dos grandes felinos.

marinhos, que muitas vezes não re-sistem e morrem. 

Segundo o movimento The Last Plas-tic Straw, estima-se que os americanos usem cerca de 500 milhões de canudos por dia. Já há alternativas no mercado como canudos comestíveis e biodegradá-veis. Todos são feitos com gelatina de ori-gem bovina. Inox e vidro são outros mate-riais reutilizáveis que podem ser usados.

Outros lugares estão se empenhan-do para reduzir a quantidade de plásti-co consumido. A França, por exemplo, criou, em 2016, uma lei que proíbe a ven-da de copos, pratos, talheres e outros pro-dutos descartáveis feitos com o material.

Depois de proibir o urso Pooh, China bane “n” nas redes

de canudos foram retirados das praias nos últimos 30 anos

8MILHÕES

de canudos são usados todos os dias nos Estados Unidos

500 MILHÕES

é o tempos para que um canudo se decomponha na natureza

500 ANOS

bane “n” nas redesChina China bane “n” nas redes

O governo chinês retirou a letra “n” de redes so-ciais como Weibo e We-

Chat temporariamente, após anun-ciar a proposta de acabar com o limite de dois mandatos presi-denciais previsto na Constituição. Os chineses estavam tentando ma-nifestar descontentamento com a medida em expressões como “n anos”, querendo dizer que o presi-dente Xi Jinping ficaria no poder eternamente. Na cultura oriental, o

n é semelhante ao "x" do Ocidente e indica uma projeção infinita.

O Partido Comunista Chinês (PCC), que está acima do Estado e controla todo o acesso à internet na China, suspendeu também o uso de palavras como “eterno”, “controle in-definido” e “reeleição”. Ao tentar di-gitar qualquer uma dessas opções, o usuário vê uma mensagem de erro.A proposta do PCC, anunciada no fim de fevereiro, foi aprovada no dia 11 de março. A medida permiti-

rá que Xi Jinping, presidente desde 2013 e secretário-geral do PCC (car-go mais importante na China), mantenha-se no poder.

Não é a primeira vez que o go-verno censura o que as pessoas estão dizendo nas redes sociais. Em 2017, memes comparando Jinping ao ursinho Pooh, perso-nagem da Disney que se descre-ve como um “urso com cérebro pequeno”, não muito inteligen-te, também foram proibidos.

Ex-espião russo é envenenado na Inglaterra

Seis problemas ambientais para combater em 2018, segundo a ONU

Califórnia discute lei para punir uso de canudos

A alta espionagemOs serviços secretos dependem hoje de dinheiro e bons profissionais para invadir

sistema de informações na rede. A Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana, por exemplo, tem a missão de interceptar todas

as conversas telefônicas, e-mails e mensagens de rádio no planeta.Já no britânico MI6 trabalham espiões internacionais da rainha, como o 007. O serviço depende de agentes como

Sergei Skripal para obter informações sobre espionagens promovidas no

Reino Unido.

Sergei Skripal

Theresa May

| Abril de 2018 |

Um projeto de lei da Califór-nia, nos Estados Unidos, propõe punir restaurantes

que oferecem canudos sem a solicita-ção dos clientes. Se for aprovada, a lei prevê multa de mil dólares e até seis meses de prisão para donos e funcio-nários dos estabelecimentos.

O objetivo é reduzir o uso do mate-rial e conscientizar a população. Os canudos levam até 500 anos para se decompor e causam problemas ambientais. Ao chegar aos oceanos, por exemplo, são confundidos com alimentos e ingeridos por animais

Dizer que a mudança que quere-mos para o mundo começa por nós mes-mos não é uma afirmação vazia e distan-te da vida real para os alunos do Colégio Uirapuru, em Sorocaba, São Paulo.

A partir de um projeto interdisciplinar do 5° ano do ensino fundamental, os es-tudantes começaram a investigar o des-tino correto do lixo. “Iniciamos o trabalho partindo do nosso universo, classificando e fazendo a contagem do lixo produzido na própria escola. Havia mais caixinhas de suco? Canudinhos? Ou o lixo maior era orgânico?”, conta Flávia Cecília de Meletti Corrêa, professora de língua portuguesa.

O foco da discussão ficou mais claro depois da leitura de uma notícia publi-cada na edição 109 do Joca, de abril de 2018: “Califórnia discute lei para punir uso de canudos”, dizia o título da reportagem. Será mesmo verdade que mais de 500

milhões de canudos plásticos são produ-zidos por dia? Por que eles não são reci-clados? Quanto tempo demoram para desaparecer na natureza? Esses e outros questionamentos tomaram a cabeça dos estudantes.

“A professora de inglês Amanda Maria Enei Francatto, que também trabalha com o Joca, apresentou às crianças o projeto Straw No More, de uma menina australiana de 10 anos que luta pelo fim dos canudos nas escolas da Austrália e de outros países”, diz Flávia.

Não demorou para os estudantes toma-rem a primeira medida prática: elaborar cartazes para conscientizar as outras séries da escola. O envolvimento chegou até a hora do recreio: muitos alunos do Colégio Uirapuru encomendam o lanche de uma empresa terceirizada, que tem como prin-cipal pilar a nutrição saudável. “O lanche

6 Movimento sem canudo

Gimena, Silvia, Renata, Flávia, Amanda e Rafael

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vem embalado em um saco de papel, o que evidencia a preocupação com o ex-cesso de uso do plástico. Mas, todo dia, um canudo descartável acompanhava o suco natural, e as crianças, claro, começaram a questionar”, lembra Flávia.

A questão foi levada ao conhecimento da proprietária da empresa. Ela topou a missão de reduzir ainda mais o plástico do lanche, escreveu uma carta para os pais, convidando-os a aderir à causa, e enviou um canudo de alumínio para cada criança. Hoje, quem esquece o canudo reutilizável bebe o suco diretamente da garrafinha ― sem drama!

A ação também invadiu a casa dos alunos. “De manhã, eu e a minha irmã tomávamos leite com canudo. Eu parei de usar, mas ela ainda não se acostu-mou a ficar sem. Minha mãe comprou canudo de papel, só que ele dissolve na boca. Então, vamos tentar o de alumí-nio”, conta Maria Laura, de 11 anos. “Ou-tro dia, no restaurante, o garçom trouxe dois canudos, para mim e minha prima. Agradeci, mas devolvi os dois”, acrescen-ta Maria Luiza, de 10 anos.

Para a professora Flávia, ensinar na prá-tica é melhor, porque o aluno participa do processo de aprendizagem. “Ele não está apenas lendo e devolvendo o que tem no livro. Notícias de jornal, vídeos, pesquisa na internet, enfim, o uso de diferentes lingua-gens ajuda a construir o conhecimento em conjunto. A criança também contribui com informações que já tem, pois já é sujeito na sociedade. Dessa forma, amplia seu reper-tório sobre o tema e, consequentemente, sente-se potente para opinar e defender seu ponto de vista. Aqui, pude comprovar que os alunos adquiriram ótima capacida-de de argumentação, tanto que houve, de fato, transformações importantes na esco-la e nas famílias.”

O QUE: diminuir o uso de canudos de plástico na escola • QUEM: Amanda Maria Enei Francatto, Flávia Cecília de Meletti Corrêa, Gimena Bodelon Carmo-na Ibanhez, Isadora Falleiros Frare, Silvia Mara Martins de Almeida Ambrozio, Rafael Correa Vallin Marques e Renata Silva Viotto • QUANDO: 2018 • ONDE: Colégio Uirapuru, Sorocaba (SP) • POR QUE E COMO: a leitura de uma notí-cia no jornal estimulou o interesse pelo tema lixo, já tratado na escola. Alunos trabalharam para conscientizar outras séries sobre a importância da diminui-ção do uso de canudos plásticos • QUAL É O IMPACTO: os canudos de material plástico deixaram de existir no lanche encomendado para o recreio • a inicia-tiva chegou à casa dos estudantes, onde as famílias passaram a também olhar para a questão do lixo plástico com mais atenção • os alunos ganharam maior capacidade de argumentação

Além dos citados no texto, os pro-fessores que participaram do proje-to interdisciplinar do Colégio Uira-puru são: Gimena Bodelon Carmona IbanhezIsadora Falleiros FrareSilvia Mara Martins de Almeida AmbrozioRafael Correa Vallin MarquesRenata Silva Viotto

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5º ano - Colégio Santo Ivo - Dezembro/2018

PIGGY BURGUER

Learn how

to make the best and the

cutest PIG DECORATED HAMBURGER in

the English section of 5ºB! page 23

Se você acha que as drogas são inofensivas, você está enganado. Crianças são muito raptadas no Brasil para fazer tráfico de drogas, pois não podem ser presas. Então cuidado! Descubra, também, em que época do ano acontecem os maiores problemas com drogas! Leia a seção “Drogas”, página 32

Veja a entrevista sobre “Cuidar do corpo é cuidar da alma” com a professora Yara do Colégio Santo Ivo, e depois aproveite um passatempo para descobrir alimentos não saudáveis para sua vida, página 4.

Saúde é saber cuidar da alma, alimentar-se de maneira saudável e praticar exercícios físicos. Confira na sessão SAÚDE, como ter uma vida saudável e ações para melhorá-la, página 7.

Se você quiser saber várias curiosidades sobre alguns animais e dicas de como “sobreviver” a encontros com eles, vá à página 27. Tenho certeza de que vai gostar.

Já parou para pensar de onde veio seu sobrenome? Se sua resposta foi não, veja de onde veio seu sobrenome na página 17.

Transformar o futuro. Essas são as palavras que saem da boca dos alunos da Escola Estadual Henrique Dumont Villa-res quando o assunto é o jornal Mirante. A publicação, já na sexta edição, foi inspira-da no Joca e surgiu em 2016.

No início, a viabilização financeira para a existência do Mirante veio do próprio Joca e da fundadora e diretora executiva do periódico, Stéphanie Habrich. Houve difi-culdades no meio do caminho (saiba mais no texto “Mirante a salvo”), mas o projeto acabou conquistando outros olhares soli-dários no bairro do Jaguaré, cidade de São Paulo, onde a escola está localizada. “Gra-

ças ao patrocínio de uma empresa vizinha, hoje temos duas edições ao ano, com tira-gem de 1.500 exemplares cada uma. É lin-do ver o aprendizado e protagonismo dos alunos na produção do Mirante e quanto o jornal impacta toda a nossa comunidade. Os pais querem ler, mostrar para o patrão, levar para a Bahia...”, conta Nádia Moya, co-ordenadora pedagógica da escola.

Além do significativo papel pedagógico, existe uma função social na realização do jornal dentro do ambiente escolar. Ao se reconhecer em cada reportagem apurada e noticiada e ver os acontecimentos da própria escola estampados no jornal, os

7 Criar para aprender

1/19 a 6/19Nº6

EEHenrique Dumont Villares henriquedumont2A EE Henrique Dumont Villares está no Facebook e no Instagram. Curta nossas páginas!

pág. 8

Datas importantes

6/3, 7/3 e 8/3: replanejamento, não haverá aula

APOIO

Ela se emocionou com o desempenho dos alunos nas atividades e declarou: “Eu acredito que tem uma medida que está faltando no ambiente escolar: deveria ser contado o número de abraços e sorrisos que as visitas recebem, que nunca se contam”.

A escola convida para

novos cursos de culinária aos sábados.

Não perca a chance de aprender dicas e deliciosas receitas

7,5Foi a nota da EE Henrique Dumont Villares no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Resultado de muito esforço e dedicação de toda a escola.

O JORNAL DO HENRIQUE*Todos os conteúdos trabalhados em sala de aula seguem o currículo do Estado de São Paulo, dentro da proposta “Ler e Escrever”, do Emai e do jornal Joca, que já faz parte do nosso currículo.

Visita da escritora Rachel Lotan agita a escola

Projetos do Henrique são destaque em programas de televisão

MIRANTE

Nádia Moya

Lara Reckziegel e Adriana Correa Lyris Degam

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alunos passam a se enxergar como peças atuantes da comunidade em que vivem. E mostram isso para as famílias, levando o Mirante para casa. Esse sentimento de pertencimento faz surgir, em cada jovem, o desejo pela ação. “Um jornal pensado e produzido pelas crianças, e dentro do contexto em que vivem. Isso concede po-der a elas”, conclui Nádia.

Ter o Joca em sala de aula mudou a realidade da escola nos mais diferentes aspectos. Prova disso está na evolução da Henrique Dumont Villares no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp). Em 2009, a pontua-ção era 4,74. Um salto foi dado depois de muito trabalho interno, em 2015, quando a pontuação passou para 7,71, logo após o trabalho com o Joca ter sido iniciado. “Ficamos em primeiro lugar entre as es-colas do estado de São Paulo e ganha-mos visitas da Secretaria da Educação,

do governador, de redes de televisão... A pergunta era sempre a mesma: como uma escola com tão poucos recursos, que atende crianças de comunidades tão carentes, conquistou uma evolução tão impactante? Eu posso responder: com o uso do Joca passamos a respeitar nossos alunos. Escutamos atentamente o que nos dizem e damos voz a eles. Eles são protagonistas e querem contar uma nova história”, resume Nádia.

A ação não é isolada. São diversos os casos de escolas onde a iniciativa dos professores, por meio do Joca, transfor-ma estudantes, até então consumidores analíticos de informações ― princípio primordial da educação midiática ― em criadores de conteúdo. É o caso de Mu-rilo S. M., 9 anos, aluno da Escola Muni-cipal de Ensino Fundamental Professor Laerte José dos Santos, em Osasco, São Paulo. Em 2017, o Joca passou a ser usa-

Fabíola Baroni

Samira Lima

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do como material nas aulas de informá-tica. Iniciativa que partiu da professora Telma Liberti, após conhecer o projeto de sucesso de Nádia.

As versões impressa e on-line do Joca encantaram os alunos. E não demo-rou muito para Murilo descobrir que a escola vizinha tinha o próprio jornal, o Mirante. Por que não fazer um também? “O Murilo, às vezes, enlouquece a gente. Ele vai andando e lendo as notícias que achou interessantes no Joca. No começo, ele não sabia como ler um jornal: o que era título, subtítulo, como abrir ou virar as páginas, onde achar determinada in-formação... Depois, foi quase automático ter a ideia de criar um jornal personaliza-do para a própria escola”, conta Maristela Rodriguero Salinas, mãe do garoto. Murilo pesquisou sobre o processo jornalístico, fez um resumo e apresentou à sala, que aceitou a proposta com entusiasmo.

― Está para nascer o Jacu: Jornal Animado de Curiosidades Únicas ― anunciou a pro-fessora Telma com empolgação ao fim de 2018. ― Teremos notícias sobre natureza, cul-tura escolar, variedades e já dividimos as tarefas para colocar o jornal em prática. Fizemos uma votação para decidir a nos-sa mascote, que será um pássaro, o Jacu, de boné e tudo! ― nas palavras do próprio Murilo.

Aliás, mascote é assunto sério para os leitores do Joca, fascinados pelo mico--leão-dourado que é símbolo do jornal. A

ilustração ganha vida entre os alunos, per-sonificando o Joca e toda as possibilidades de aprendizado que as notícias trazem.

Na Escola Estadual Professora Adalgiza Segurado da Silveira, zona oeste da capi-tal paulista, o mico-leão-dourado levou os estudantes a criar seu próprio repre-sentante escolar: a arara-azul virou o sím-bolo do Jafa ― Jornal Adalgiza Fala Amigo. O que nasceu como um jornal-mural, em 2018, ganhou a primeira versão impressa em poucos meses.

“Cada sala de 5º ano criou uma mascote. Alunos, funcionários e professores partici-param de uma grande votação. A arara-azul foi vencedora. As crianças se envolveram no processo e adoraram se ver nas notí-cias”, diz Samira Cunha Bueno Lima, coor-denadora pedagógica da escola.

O surgimento de jornais feitos dentro do ambiente escolar se tornou uma rea-ção orgânica entre alunos e professores que leem e usam o Joca na sala de aula. Novos relatos chegam com frequência, como o do Colégio Santo Ivo, na capital paulista. Com tema focado e objetivo cla-ro, a publicação O Que Somos Neste Uni-verso?, feita de maneira digital, tomou o rumo da valorização dos alunos.

Desenvolvido durante o último trimes-tre de 2018, o projeto envolveu as turmas A e B do 5º ano. “Esse jornal é importante porque traz dicas de como ter uma vida saudável, o porquê de ter que nos preve-nir de doenças, saber mais sobre tecno-logia, ciências, esportes que fazem bem à saúde, nossa origem, curiosidades... Conscientizando como os alunos são

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importantes”, explica a professora Lara Reckziegel Lopes Bonfatti. “Eles espe-ravam ansiosamente pela sexta-feira, que era o dia do Joca. A troca de experi-ências entre os alunos se tornou o mo-mento mais marcante”, relembram Lara e a também professora Adriana Correa.

“Considero o jornal um instrumento va-lioso para despertar a consciência crítica da realidade, para nos identificarmos como sujeitos históricos e auxiliar no desenvolvi-mento da criatividade e comunicação oral e escrita”, diz Lyris Degam, professora da Scuola Italiana Eugenio Montale, na cida-de de São Paulo, onde as turmas III, IV e V (o equivalente a 3º, 4º e 5º anos do ensino fundamental I) já produziram duas edições do jornal Folha do Eugenio, com exempla-res distribuídos para toda a comunidade escolar ― alunos, professores, funcionários administrativos e familiares.

São 12 textos escritos pelos estudantes, que se espelharam no Joca para criar as seções da publicação: No Mundo, No Bra-sil, Em Pauta, Coleção e Você Sabia Que... Uma terceira edição será feita em 2019. Desta vez, a professora Lyris quer ir além e já pensa em um grande projeto interdis-ciplinar: “Pretendo estendê-lo para outros segmentos da escola”, explica.

O avanço dos alunos em competências relacionadas à leitura e escrita é explícito quando os professores se envolvem na experiência de criar um jornal. E a evolu-ção não para por aí. “É claro que estamos praticando conteúdos da língua portu-guesa, mas há outros ensinamentos, como trabalhar em equipe, respeitar di-

ferentes opiniões, engajar a comunidade escolar e transmitir conceitos humanitá-rios, como empatia”, conta Fabíola Baroni Grandini, coordenadora pedagógica da Escola Estadual Alcides da Costa Vidigal, localizada na zona oeste da cidade de São Paulo. Por lá, em 2016, surgiu o Vidigal em Ação. “No nosso jornal, alunos propu-seram uma campanha de doação que ba-tizamos de ‘Desapega Que o Vidigal Pega’. Foi um sucesso!”, lembra Fabíola.

Sinais de um futuro em plena trans-formação, parafraseando os alunos de Nádia.

O QUE: jornais criados dentro de esco-las • QUEM: Adriana Correa, Fabíola Baroni Grandini, Joanilia Maria Leite da Silveira, Lara Reckziegel Lopes Bonfatti, Lyris Degam, Nádia Moya, Samira Cunha Bueno Lima e Telma Liberti • QUANDO: a partir de 2016 • ONDE: Colégio Santo Ivo, E. E. Alcides da Costa Vidigal, E. E. Henrique Dumont Villares, E. E. Pro-fessora Adalgiza Segurado da Silveira, Emef Professor Laerte José dos Santos e Scuola Italiana Eugenio Montale • POR QUE E COMO: a leitura e o uso de um jornal infantojuvenil no ambiente escolar estimulam o interesse pelo mundo e pelo consumo consciente de notícias, o que se vê refletido no desejo de retratar, em um jornal próprio, os acontecimentos do ambiente escolar • QUAL É O IMPACTO: alunos passam a se enxergar como parte da comunidade em que vivem • estudantes se tornam criadores de conteúdo • trabalho em equipe • mais respeito às diferenças

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Estava tudo pronto: textos, imagens e muita dedicação faziam o jornal Mirante, da Escola Estadual Henrique Dumont Villares, chegar à terceira edição, em 2017, mas a falta de patrocínio colocava em risco a impres-são do jornal.

Para garantir a conti-nuidade de um material tão importante para a comunidade escolar, os professores tiveram a ideia de fazer uma rifa. Estava em jogo um enfeite de jardim (uma minibicicleta com um arranjo floral) acompa-nhado por duas edições do Mirante embrulhadas em papel azul.

A rifa foi oferecida para os funcionários da Fundação Bunge, em uma tentativa de parceria com a empresa, e para os pro-

fessores. As contribuições somaram 745 reais, valor ainda insuficiente para a impressão do jornal.

Foi quando uma professo-ra doou mais 500 reais e garantiu a terceira edição do Mirante. Na época, a doação foi mantida em sigilo. Hoje, já aposentada e vivendo no litoral de São Paulo, a doa-dora tem tranquilidade em justificar a considerável aju-da. “Eu tinha um dinheirinho guardado e fiz questão de ajudar porque sabia que ele teria um bom destino. Achei até que dei pouco pelo benefício que o jornal trouxe à escola”, diz Joanilia Maria Leite da Silveira, professora na Henrique Dumont Villares entre 2012 e 2018. “Eu me arrependeria se não tivesse feito essa doação que me trouxe alegria e realização.

Afinal, o dinheiro serve para isso: propiciar boa energia”, opina.

Depois do sufoco na terceira edição, o Mirante conseguiu um novo patro-cinador. “Se não houvesse doação, o jornal teria morrido. E um sonho não pode acabar. Ele deve estar sempre em movimento”, acredita Joanilia. “Tiraden-tes falava, e eu repito do meu jeito: ‘Se sete vidas eu tivesse, sete vidas eu daria para o Mirante’. É uma causa maravilhosa!”

Na quinta edição, o jornal fez questão de publicar uma matéria sobre as quatro professoras que se aposentaram em 2018, en-tre elas, Joanilia. “Aparece-ram uma foto nossa e uma grande homenagem. Vou guardar isso para sempre.”

MIRANTE A SALVO Joanilia Leite

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Tornar crianças e jovens protagonistas da socie-dade e transformá-los em cidadãos críticos é uma das missões do Joca. Além de trabalhar nesse sentido por meio de notícias da atualidade, escritas em linguagem adequada para essa faixa etária, o jornal oferece uma ferramenta on-line para que escolas, famílias ou grupos de

amigos façam o próprio jornal. O objetivo é trazer a educação midiática para mais perto da realidade dos leitores.

Entender a importância de pesquisar um tema an-tes de abordá-lo e escrever somente o que é fato, pen-sando que isso será lido por outras pessoas e compar-tilhado das mais diversas maneiras, colaboram para

que crianças e jovens de nosso país se tornem adul-tos mais bem preparados para lidar com a mídia.

O Joca acredita na cons-trução, hoje, de cidadãos que, no futuro, saberão interpretar o mundo por meio do que leem, veem e escutam nos noticiários, identificando fake news, afastando-se delas e agindo por uma sociedade melhor.

Escolas e professores, o Joca quer que mais e mais jornais surjam dentro das salas de aula. Por isso, as equipes de jornalismo e pe-dagogia do Joca elaboraram um manual que vai ajudá-los nesse processo.

O Manual Como Fazer um Jornal, versão para crianças e jovens, explica o passo a passo da produ-ção de conteúdos jornalísticos de

forma objetiva, com exercícios para facilitar o entendimento do tema. Download gratuito aqui: conteudo.jornalJoca.com.br/manual-como-fa-zer-um-jornal.

MANUAL COMO FAZER UM JORNAL

CRIE O SEU JORNAL

1MANUAL COMO FAZER UM JORNAL

MANUAL COMO FAZER UM

JORNAL

4MANUAL COMO FAZER UM JORNAL

VOCÊ É O JORNALISTA

Fazer um jornal é um trabalho em equipe e com diversas etapas. A seguir, saiba quem é quem nesse processo, entenda os tipos de notícia e descubra como or-ganizar textos e imagens nas páginas. Dessa forma, você poderá fazer um jornal com

notícias da escola, da família, do grupo de amigos ou do bairro onde mora.

1. QUEM FAZ O JORNAL?

Diretor de redaçãoComanda o trabalho diário da equipe e é responsável pelas questões administrativas. Diagramador

ou designerRecebe textos, fotos, ilustrações e infográficos e desenha a página do jor-nal, decidindo onde serão publicados cada texto e cada imagem.

EditorGerencia a equipe, escolhe as matérias que serão publicadas, edita (lê e corrige) os textos.

FotógrafoÉ quem retrata a notícia em imagem. Ele vai ao local da notícia para fotografar o que está acontecendo.

RepórterJornalista que vai até o local onde o fato aconteceu, ouve as pessoas envolvidas e apura as diferentes versões da his-tória para relatar o ocorrido em um texto.

RevisorCorrige erros de gramáti-ca, ortografia, incoerên-cias do texto e padroniza a linguagem.

IlustradorFaz as ilustrações das matérias do jornal, além de infográficos – imagens unidas a textos curtos e dados numéricos.

Reúna os amigos que formarão sua equipe do jornal e se dividam entre as funções. A cada edição, vocês podem

trocar de cargo para que todos tenham a chance de experimentar e até escolher o que mais gostam de fazer.

EXERCÍCIO

11MANUAL COMO FAZER UM JORNAL

LIDE

DADOS SECUNDÁRIOS

FINAL

+ importante

- importante

Técnica para escrever: pirâmide invertidaA objetividade é fundamental no texto jornalístico. “Inverter a pirâmide” significa ir direto ao ponto, sem rodeios. Por isso, o primeiro parágrafo de uma matéria, o chamado lide, deve trazer as infor-mações mais importantes da história que será contada, respondendo a estas perguntas: O QUE ACONTECEU?; QUEM PRATICOU (OU SOFREU) O ATO?; QUANDO?; ONDE?; e, MUITAS VEZES, POR QUÊ?

A palavra LIDE tem origem em lead, que, em inglês, significa liderar. É ele que irá capturar a atenção e conduzir o leitor.

A repressão às manifestações contra o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, no poder des-de 2007, já levaram mais de 440 pessoas à morte na Nicarágua. Os conflitos entre manifestantes e sim-patizantes do governo começaram, em 18 de abril, por causa da publicação de um decreto para regula-mentar a reforma da

previdência no país, que reduzia as apo-sentadorias e aumen-tava as contribuições de trabalhadores e empresas para o governo. A reforma da previ-dência foi cancelada pelo presidente nicaraguense, mas os confrontos con-tinuaram diante da nova reivindicação dos manifestantes: a renúncia de Ortega.

Um grupo da Comis-são Interamericana de Direitos Humanos visi-tou quatro cidades no país e fez denúncias sobre o uso abusivo da força policial. A Organização dos Estados Americanos (OEA) pede que Ortega antecipe as eleições para março de 2019 – elas estão marcadas para 2021. O presidente já decla-rou que não deixará

o cargo antes de ter-minar o mandato. Até agora, tentativas de negociação entre o governo e a oposição não avançaram.

u IDIOMA: espanhol u POPULAÇÃO: 6,15 milhões de habitantes u CAPITAL: Manágua

A repressão às manifestações con-tra o presidente nicaraguense, Da-

niel Ortega, no poder desde 2007, já levaram mais de 440 pessoas à mor-

te na Nicarágua. Os conflitos entre manifestantes e simpatizantes do

governo começaram, em 18 de abril, por causa da publicação de um de-creto para regulamentar a reforma

da previdência no país, que reduzia as aposentadorias e aumentava as

contribuições de trabalhadores e empresas para o governo.

Nicarágua vive grave crise política

EXERCÍCIONa notícia a seguir, o que dizem os seguintes itens do lide?

• O que aconteceu:

• Quem praticou ou sofreu o ato:

• Quando aconteceu:

• Onde aconteceu:

• Por que aconteceu:

Fonte: jornal Joca. Edição 116, primeira quinzena de agosto de 2018.

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Quem disse que Copa do Mundo não é assunto para ser tratado em sala de aula? Na Escola Estadual Alcides da Costa Vidigal, no Jardim Peri Peri, cida-de de São Paulo, o mundial da Rússia, em 2018, colocou todo mundo para mexer o esqueleto e aprender mais so-bre os países participantes. Tudo com o auxílio do “Encarte da Copa”, um espe-cial do Joca que, a cada edição, trazia informações e curiosidades sobre as nações que disputariam a taça.

Idealizada pela professora de edu-cação física Cinira Shimizu, a Copinha Vidigal envolveu atividades na quadra

e em sala de aula. Entre os meses de março e outubro, os alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental integraram gincanas, jogos e brincadeiras, fizeram pesquisas sobre os países participan-tes da Copa do Mundo e até elegeram, por meio do voto, uma mascote para a competição.

“O objetivo da Copinha era envolver toda a comunidade escolar em uma ‘gincana pedagógica’, com diferentes tarefas e atividades”, explica Cinira. “Aproveitamos a Copa do Mundo de 2018 para conhecer a cultura dos paí-ses, valorizando-a, respeitando-a e lu-

8 A Copa do Mundo é... do Vidigal!

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tando para combater a discriminação de raça, religião e classe social.”

Nesse processo, o “Encarte da Copa”, feito pelo Joca, serviu como ponto de partida para pesquisas, atividades e de-senhos realizados nas aulas de língua portuguesa, história, geografia, mate-mática e ciências. “A cada quinzena, o encarte falava de um país. E os alunos ficavam interessados em saber mais so-bre ele”, conta a coordenadora Fabíola Baroni. “O Joca contribui para aumen-tar o repertório dos alunos. Vemos isso no dia a dia.”

As pesquisas no laboratório de infor-mática incluíam os esclarecimentos de muitas dúvidas: como é a bandeira de tal nação? Qual é a mascote da Copa?

Por falar em animais, quantos ameaça-dos de extinção há no Brasil, uma das nações participantes do torneio?

O encarte também serviu para apre-sentar os alunos ao mundo da locali-zação geográfica. Utilizando mapas e o globo terrestre, os estudantes eram encorajados a encontrar os continentes em que a Rússia e o Brasil estavam. De-pois, dentro do Brasil, tinham que achar o estado de São Paulo, a cidade de São Paulo e o bairro da escola, trabalhando, assim, conceitos de continente, país, es-tado, município e bairro.

O tão esperado hexacampeonato brasileiro não veio, mas esses estu-dantes certamente levarão o legado da Copa para o resto de sua jornada.

Cinira Shimizu

O QUE: Copinha Vidigal • QUEM: Cinira Shimizu e Fabíola Baroni Grandini • QUANDO: 2018 • ONDE: E. E. Alcides da Costa Vidigal, em São Paulo (SP) • POR QUE E COMO: o contato com o “Encarte da Copa”, um especial do Joca, foi o ponto de partida para os alunos realizarem pesquisas sobre a Copa do Mundo de 2018 e para a realização da Copinha Vidigal, com jogos e brincadeiras • QUAL É O IMPACTO: aumento do repertório dos alunos • contato com o universo da localização geográfica

Fabíola Baroni

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9 Futebol amigo da matemática

Quem acha impossível que os números façam amizade com o esporte mais popular no Brasil ainda não conhe-ce o que professores e alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Profes-sor Mário Marques de Oliveira, na cidade de São Paulo, criaram em 2016.

Por lá, descobrir o número do jogador em quadra fez parte das emoções de uma partida de futebol disputada por alunos do 5º ano do ensino fundamen-tal. Na parte de trás das camisetas, os jogadores estavam identificados com expressões numéricas que, uma vez re-solvidas, revelavam o mistério.

Ideia que surgiu a partir da leitura da notícia “Camisas de jogadores com pro-blemas de matemática”, publicada na edição 76 do Joca, de maio daquele ano. O texto falava sobre uma inciativa da se-leção de futebol da Romênia, que inseriu expressões numéricas na parte de trás

das camisetas dos atletas para estimular as crianças a ir à escola. Na época, a eva-são escolar no país chegava a 18%.

A professora Beatriz Cavalcante resolveu aproveitar que o assunto esportivo estava em voga (a Olimpíada Rio 2016 acontece-ria dentro de três meses) e se inspirar na iniciativa dos romenos para incrementar o ensino de expressões numéricas.

O primeiro passo foi fazer uma pesqui-sa mais aprofundada sobre o assunto. Os alunos exploraram o tema em outras fon-tes e viram como as camisetas poderiam ser feitas. Então, começaram os prepara-tivos para definir os times e números nos uniformes. Foi nesse ponto que Beatriz percebeu que muitos estudantes não conheciam as regras do futebol e não sa-biam como se colocar em quadra.

Para esclarecer as dúvidas, a professora foi além do projeto inicial: criou um “dicio-nário olímpico” com definições de termos

Beatriz Cavalcante

Lilian Lima

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típicos do universo futebolístico ― ata-cante, carrinho, gandula, barreira, entre outros. “A construção do dicionário des-pertou o interesse pela busca de palavras, algo que ajudou na escrita e ampliação do vocabulário”, diz Beatriz.

Com todos prontos para formar os ti-mes e as expressões numéricas, a profes-sora colocou as posições dos jogadores na lousa e pediu que os alunos escolhes-sem as que desejavam preencher. “Fize-mos um esquema de rotação para que todos pudessem ocupar as posições que quisessem”, explica.

Foi aí que a matemática teve início. Utilizando as operações estudadas em sala de aula (adição, subtração, multipli-cação e divisão), os estudantes começa-ram a construir as expressões, que deve-riam terminar em um resultado igual ao número do jogador.

O grande dia chegou em 18 de agosto de 2016: os estudantes se apresentaram na quadra com as expressões coladas na parte de trás das camisetas. Para aumen-tar o desafio, não bastava entrar no jogo a caráter ― era preciso resolver correta-mente a conta antes de começar a jogar. “Eu perguntava partes da expressão que estava escrita na camiseta, e o aluno res-pondia: ‘7’; ‘e mais 18?’. Então: ‘Dividido

por cinco?’. Se errasse, tinha que voltar para o fim da fila”, relembra Beatriz.

A partida, apitada pela professora de educação física Lilian Cristina de Lima, teve a presença de alguns pais e res-ponsáveis. “Foi muito bom ter assistido ao jogo. Foi um incentivo para que eles aprendessem matemática”, contou Ele-nice Barboza, mãe de um dos estudantes, na época do evento.

Mas o desafio ainda não tinha acabado. Para finalizar, a professora propôs que os alunos desenhassem uma quadra e es-crevessem nela o que desejavam para o Brasil depois da Olimpíada. Um país com mais educação, saúde e saneamento bá-sico e menos corrupção, racismo e discri-minação foram as respostas.

“No início, o projeto ia envolver só matemática, mas acabou virando algo muito maior. Começou com uma notícia do Joca e foi se transformando em um trabalho interdisciplinar, que envolveu matemática, português, educação física e discussões sociais. Os alunos aprende-ram de forma divertida”, conclui Beatriz.

O QUE: partida de futebol movida a desafios usando expressões numéricas • QUEM: Beatriz Cavalcante e Lilian Cris-tina de Lima • QUANDO: 2016 • ONDE: Emef Professor Mário Marques de Olivei-ra, São Paulo (SP) • POR QUE E COMO: a leitura de uma notícia no Joca levou à ideia de criar uma atividade envolvendo a partida de futebol’• QUAL É O IMPAC-TO: ampliação do vocabulário dos alu-nos, auxiliando na escrita • possibilidade de trabalho interdisciplinar, envolvendo matemática, português, educação física e discussões sociais

ESPORTE

10 | Joca | Edição 76 | Maio de 2016 acesse: www.jornaljoca.com.br

ESPORTEESPORTE

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Especial Olimpíada

SUPERAÇÃO NO ESPORTEA adolescente ira-quiana Nejla Imad, de

12 anos, sonha em competir nos Jogos Paraolímpicos. Ela nasceu em um país de-vastado pelo conflito arma-do e perdeu a perna direita, parte da perna esquerda e o antebraço direito aos 3 anos, quando uma bomba explodiu perto do carro de sua família, na cidade de Baquba. Apesar dos ferimentos graves, ela sobreviveu e hoje treina tênis de mesa cinco vezes por se-mana como parte da equipe nacional dos Jogos Paraolím-picos. No ano passado, ela

CAMISAS DE JOGADORES COM PROBLEMAS DE MATEMÁTICA

Romênia altera os números das camisas para alertar as criançasQuem é o camisa 10? E o 9? Para combater

o abandono escolar das crianças romenas, o time de futebol do país decidiu fazer um alerta. Todas as camisas dos jogadores de futebol da seleção tiveram os números trocados por problemas de matemática D

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I LOVE ZORROA poucos meses da Olimpíada do Rio, a esgrima con-quistou novos fãs entre as crianças. A Federação Inter-

nacional de Esgrima (FIE) tem levado a modalidade para 40 es-colas públicas, onde os alunos aprendem sobre a modalidade e treinam com as espadas. O esporte, apesar de pouco conhe-cido no Brasil, encantou os alunos, que se imaginam imitando heróis de filmes e desenhos, como Zorro. Além de aprender sobre o esporte, os alunos recebem ingressos grátis para o Grand Prix de Esgrima e o Campeonato Mundial, na Arena Ca-rioca 3, um evento-teste dos Jogos Olímpicos.

Esporte com espada encanta crianças cariocasESGRIMA

EDUCAÇÃO

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para ajudar na educação das crianças do país. Assim, as crianças têm que fazer contas para descobrir os números impressos na parte de trás das camisas dos jogadores da seleção. A ideia foi criada para mostrar para as crianças como é importante estudar e aprender. Desde 2014,

mais de 18% das crianças abandonaram a escola, um dos piores registros na União Europeia. “Queremos uma geração saudável e alunos inteligentes, que tenham bom desempenho na vida”, disse o presidente da Federação Romena de Futebol, Razvan Burleanu.

45 MILHÕES DE MULHERES NO FUTEBOL

A Federação Inter-nacional de Futebol

(Fifa) estima que, em 2019, ano da Copa do Mundo de Futebol Feminino, na França, 45 milhões de mulheres e crianças do sexo feminino estejam ativamente envolvi-das no jogo. A Fifa afirma que uma das principais pri-

oridades da reforma da entidade é ajudar no crescimento do futebol feminino.

CORRIDA NO ESPAÇOPara homenagear a Maratona de Londres, o astronauta britânico Tim Peake resolveu

participar – só que ele está lá no espaço. Tim, de 44 anos, montou uma esteira dentro da Estação Espa-cial Internacional e participou da prova de maneira virtual. Apesar de estar tão longe da Terra, Peake conseguia ver em um iPad o trajeto da maratona. Com os outros 40 mil participantes da prova, ele correu os 42,2 km em 3h35m21s. Por causa da gra-vidade, Peake teve que correr preso à esteira, usan-do cordas elásticas. O queniano Eliud Kipchoge, de 31 anos, conquistou o bicampeonato em terra e fez o tempo de 2h03m05s.

CORRIDA NO ESPAÇOparticipar – só que ele está lá no espaço. Tim, de 44 anos, montou uma esteira dentro da Estação Espa-cial Internacional e participou da prova de maneira virtual. Apesar de estar tão longe da Terra, Peake conseguia ver em um iPad o trajeto da maratona. Com os outros 40 mil participantes da prova, ele correu os 42,2 km em 3h35m21s. Por causa da gra-vidade, Peake teve que correr preso à esteira, usan-do cordas elásticas. O queniano Eliud Kipchoge, de 31 anos, conquistou o bicampeonato em terra e fez o tempo de 2h03m05s.

(Fifa) estima que, em 2019, ano da Copa do Mundo de Futebol Feminino, na França, 45 milhões de mulheres e crianças do sexo feminino estejam ativamente envolvi-das no jogo. A Fifa afirma que uma das principais pri-

oridades da reforma da entidade é ajudar no crescimento do

terminou em segundo lugar no campeonato de tênis de mesa paraolímpico do Iraque na categoria Sub-16 e ganhou uma medalha de prata no campeonato árabe. A menina é um símbolo de superação no Iraque e seu modo de vida representa o mesmo de ou-tras pessoas em seu país: dos

que praticam esportes para escapar dos problemas. Nejla não vai participar nos Jogos Paraolímpicos Rio 2016, mas seus treinadores acreditam que ela estará pronta para a Tóquio 2020.

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10 Da desolação ao êxito

Em 2017, quatro educadoras passa-ram pelo 2º ano B da Escola Estadual Professora Adalgiza Segurado da Silveira, na cidade de São Paulo. Nenhuma delas conseguira controlar a turma, tida como terror das professoras. Foi diante desse histórico que Maria Milza dos Reis Moura assumiu a sala naquele mesmo ano. “Eu saía com dor na nuca de tanta raiva. Em 25 anos como professora, nunca peguei uma turma tão difícil. Tive vontade de de-sistir”, confessa.

A mudança dessa cena desoladora

para outra, em que os alunos estão con-centrados na sala de aula, só foi possível depois da chegada do Joca.

Milza decidiu trabalhar em sala de aula o “jornal colorido”, apresentado pela coordenadora pedagógica da escola, Samira Cunha Bueno Lima. O objetivo era usar a leitura como ferramenta para melhorar a aprendizagem e o comporta-mento dos alunos.

E não é que deu certo? “Chegou o fim do ano, e eles nem pareciam aquelas crianças do começo”, diz Milza. “Se eu

Maria Milza dos Reis

Leitores do Joca recebem o carimbo do jornal

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ainda estivesse na escola, ficaria com eles de novo”, revela a educadora, que se aposentou em 2018.

Os estudantes recebiam o Joca com empolgação porque “cada edição trazia algo diferente, não era aquela coisa repe-titiva do livro didático”, resume Milza, que trabalhava o jornal em disciplinas tão dis-tintas quanto português e matemática.

Depois de ler a capa e folhear o jornal, cada estudante escolhia um texto de seu interesse e o apresentava aos demais alu-nos, em um compartilhamento de conhe-cimento que gerava a liberdade de falar sobre os assuntos preferidos. “Chegamos a trabalhar edições inteiras do jornal. Eu ultrapassava o horário só para não interfe-rir no interesse”, conta Milza. “Eles ficavam tão concentrados lendo que parecia que não tinha ninguém na sala!”

Aqueles que antes tratavam os colegas de sala como inimigos passaram a ter no Joca um motivo de união durante traba-lhos em grupo com o jornal. “Quem não conseguia ler sozinho aprendia interagin-do com os outros. O Joca era como um amigo para eles”, relembra a professora.

Em conjunto, os estudantes criavam as próprias ilustrações e textos para as reportagens. O resultado era exposto nos espaços comuns do colégio. “Chegou um momento em que a gente andava pela escola e só tinha atividade do 2º ano B pelos corredores”, revela Samira. “Isso estimulava as crianças a ler porque elas queriam ter o trabalho exposto.”

Além disso, na sala de aula havia uma caixa com edições antigas do jornal que

os alunos pegavam à vontade. Assim, se uma criança terminava uma atividade que o colega ainda estava fazendo, po-dia ler o Joca.

“Desenvolver o hábito e gosto pela lei-tura foi o principal benefício do Joca no comportamento dos alunos”, resume Mil-za. “Se eu ficasse só nos livros didáticos, eles não teriam se interessado tanto. O Joca veio e mudou tudo.”

O QUE: a sala de aula mais difícil da escola • QUEM: Maria Milza dos Reis Moura e Samira Cunha Bueno Lima • QUANDO: 2017 • ONDE: E. E. Professora Adalgiza Segu-rado da Silveira • POR QUE E COMO: o Joca passou a ser usado para que a leitura fos-se uma ferramenta na me-lhora da aprendizagem e do comportamento dos alunos. Os diferentes assuntos tra-zidos a cada edição saíram da repetição apresentada pelo livro didático • QUAL É O IMPACTO: os alunos se tornaram mais concentrados • o Joca proporcionou união durante trabalhos em grupo com o jornal • desenvolvi-mento do hábito e gosto pela leitura

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MANUALeleições

das

Joca

11 Política desvendada

Em agosto de 2016, uma notícia mudava os rumos da política nacional e estava estampava nas páginas da edi-ção 81 do Joca: o início do impeachment da então presidente Dilma RousseÃ. Na Escola Estadual Henrique Dumont Villa-res, no bairro do Jaguaré, zona oeste da cidade de São Paulo, a reportagem fez outro processo começar: a ampliação de vocabulário dos alunos e o maior enten-dimento sobre o funcionamento do siste-ma político no Brasil.

Sob orientação da professora Joanilia Maria Leite da Silveira, os estudantes do 4º ano se sentaram em círculo para ler a no-tícia. Em uma folha à parte, escreveram as palavras cujo significado desconheciam. Com o auxílio de dicionários, buscaram e registraram o que cada termo queria dizer.

Na leitura feita em seguida, a reporta-gem ganhou mais sentido. Cada aluno explicou o que entendeu, ampliando ain-da mais a compreensão do grupo. Atenta às necessidades dos estudantes, Joanilia foi escrevendo os comentários na lousa. Mas ainda havia um terceiro passo a ser dado: buscar mais dados sobre o sistema político brasileiro na sala de informática. “Lá, eles descobriram que existem três poderes no Brasil e que cada um tem sua competência, além de entenderem o sig-nificado do nome República Federativa do Brasil”, conta Joanilia.A missão, contudo, ainda não havia aca-bado. Os alunos queriam entender tudo sobre o conceito de impeachment, os mo-tivos do julgamento e saber qual dos po-deres definiria o processo. “Levamos uma

Joanilia Leite

Angela Graziela Fagá

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Agosto de 2016 | Edição 81 | Joca | 3

DICASLivros

Gostou das matérias do Joca e quer ler mais sobre os assuntos? Veja as dicas dos Devoradores de Livros e faça os quizzes sobre os livros indicados no site. Use o código para cadastro JOCA01.

Matéria: "Vinho para cachor-ro" A Noite em Que Segui Meu Cachorro, Nina Laden, Ed. Brinque-Book, 36 págs.Algum dia você já imaginou

aonde os cachorros vão à noite e o que eles fazem? Bem, o menino desta história tem mo-tivos para desconfiar que algo estranho vem acontecendo e ele vai descobrir o que é.

Matéria: "Rio 2016"Cordel dos Atletas - o Espírito Olím-pico, Sandra Lopes e Julio Carva-lho, Zit Editora, 40 págs.A poeta fala sobre os princípios do espírito olímpico que devem

nortear os atletas em seus treinos, competi-ções e na vida: superação, disciplina, determi-nação, coragem, honestidade e solidariedade.

Matéria: "Cartas felizes"De Carta em Carta, Ana Maria Machado e Nelson Cruz, Ed. Sala-mandra, 32 págs.Pepe resolveu que iria escrever uma carta e dizer tudo o que

pensava, mas não sabia escrever. Então, ele foi até a Praça dos Escrevedores, onde conhe-ceu o Seu Miguel e descobriu o poder de uma cartinha.

Matéria: "Novidades nos Jogos de Tóquio 2020"Minhas Imagens do Japão, Et-suko Watanabe, Ed. Cosac Nai-fy, 36 págs.Guia ilustrado que traz os hábi-

tos e as principais tradições do Japão. A guia de viagem é Yumi, uma simpática garotinha de 7 anos que mora nos arredores de Tóquio.

SARAMPO ESTÁ ELIMINADO DO BRASIL

Após um ano sem nenhum registro de sarampo, o vírus da doença foi considerado erradicado no país. O Brasil deve receber um certificado

enviado pela Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS). A região será a primeira do mundo em que isso acontece. Em 2015, a rubéola também foi considerada eliminada. O sarampo é grave, contagioso e é uma das principais causas de morte entre crianças no mundo.

FONTE: INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE).

SÃO PAULO SAI DA LISTA DAS DEZ PIORES EM CONGESTIONAMENTO

Um ano depois da redução do limite de

velocidade nas ruas, São Paulo sai da lista das dez ci- FONTE: INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE).FONTE: INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE).

Cidades com mais trânsito

1 - Cidade do México

2 - Bangcoc

3 - Istambul

4 - Rio de Janeiro

5 - Moscou

6 - Bucareste

7 - Salvador

8 - Recife

9 - Chengdu

10 - Los Angeles

Um ano depois da

BRASILEIRO BAIXINHOOs brasileiros au-mentaram em altura,

mas continuam baixinhos, se comparados com habi-tantes de outros países. O homem brasileiro tem, em média, 1,73 m, e a mulher, 1,60 m. Ambos cresceram 8,6 cm de 1914 para cá. Entre os homens, o Brasil está na 68ª colocação, acima de Portu-gal e abaixo da Argentina. Já entre as mulheres, as brasi-

leiras estão na 71ª posição. A pesquisa "Um século de tendências na altura huma-na", conduzida por mais de 800 cientistas, foi feita de 1914 para cá, em 187 países. Iranianos e sul-coreanas fo-ram os que mais cresceram: média de 16 cm e 20 cm. Saneamento, boa nutrição, alimentação na gravidez e boa saúde são os fatores que mais determinam a altura.

FONTE: "UM SÉCULO DE TENDÊNCIAS NA ALTURA HUMANA", ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS).

DILMA VIRA RÉ E VAI A JULGAMENTO

dades com mais congestionamento do mundo. Especialistas dizem que a medida diminuiu o nú-mero de acidentes em 38,5% e que eles causa-vam muita lentidão do tráfego. A capital paulista estava em sétimo lugar e, hoje, está em 58º. Rio de Janeiro, Recife e Salvador continuam no topo da lis-ta de 295 metrópoles com mais de 800 mil habitan-tes, em 38 países.

Mexicanos perdem cinco anos de vida no trânsito

Bangcoc é uma confusão de carros

Após quase 15 horas de debates, o Sena-

do aprovou por 59 votos a 21 o relatório da Comissão Especial do Impeachment para que Dilma Rousse· seja levada a julgamento. Com isso, ela passa a ser ré no processo, ou seja, con-

siderada autora de crime ou delito. Dilma é acusada de crime de responsabilidade por praticar as “pedaladas fiscais” – atraso de pagamen-tos para bancos públicos. O julgamento final da presiden-te afastada deve ser no fim do mês no Senado.

SARAMPO ESTÁ

Julgamento do impeachment será realizado no fim do mês

Dez projetos criados por escolas de sete estados

diferentes foram escolhidos en-tre os mais de 500 inscritos no Prêmio Escola Voluntária 2016. As escolas vão receber R$ 45 mil para desenvolver projetos como o que incentiva a doação de me-dula e o que cuida de velhinhos abandonados em asilos. O prê-mio existe desde 2001, para in-centivar colégios a criar projetos que melhorem a comunidade.

PRÊMIO ESCOLAR

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SARAMPO-) Pode ser evitado com vacina. -) Tratável por um médico com antitérmico e vitamina A. -) Propaga-se pelo contato com a pele e por tosse ou espirros. -) Resolve-se em poucos dias.-) Sintomas: tosse, coriza, dor na garganta, febre e erupções cutâ-neas vermelhas e com manchas.

Ranking globalRanking globalOs homens mais altos As mulheres mais altas

1º2º3º4º5º

HolandaBélgicaEstôniaDinamarca Bósnia- Herzegovina

1º2º3º4º5º

LetôniaHolandaEstôniaRepública Checa Sérvia

1º1º 1º1º

Altura média1,83 m

BrasileiroAltura média1,73 m

Altura média1,70 m

BrasileiraAltura média1,60 m

Internet

Dicas de sites legais para navegar http://book4you.co Site que indica livros pelo seu gosto. Em por-tuguês e dividido em categorias. http://radiooooo.com/ Indica músicas por época/local. Em inglês, mas muito intuitivo e simples. https://500px.com/ Uma das maiores comunidades de fotogra-fia. Para fugir do Instagram e do Snapchat.

Dilma será julgada em agosto

semana para concluir essa questão. Daí, fizemos uma votação em classe como se eles fossem deputados. Teriam que votar sim ou não a favor do impeachment. A vo-tação foi aberta e cada um falou o porquê de seu voto”, relembra a professora.Nesse meio-tempo, Joanilia soube que um pai havia ido à escola agradecer pelo exercício. “Ele disse que estava orgulhoso por sua filha estar tão atualizada sobre como era o regime político do Brasil. E que ela tinha explicado para ele o que era im-peachment”, revela. O pai também elogiou a escola por ser “uma instituição da reali-dade e não da fantasia”, que estimulava o aluno a ser crítico.

“Tudo foi muito simples, mas partiu da curiosidade e do interesse intenso dos alu-nos, o que me causou enorme surpresa. Fiquei muito feliz porque pude aprender com eles e ao mesmo tempo direcioná--los”, afirma Joanilia.

O impacto na escola também gerou re-ações na equipe que produz o Joca. Para auxiliar as crianças a aprofundar os conhe-cimentos sobre política brasileira, o jornal lançou gratuitamente, em 2018, o Manual das Eleições. O objetivo foi contribuir com um debate efetivo, imparcial e esclarece-dor, em casa e na sala de aula, ajudando a formar crianças e jovens politicamente mais conscientes e engajados.

Os resultados da ação foram medidos presencialmente em oito escolas. Uma de-las foi a Wish School, da cidade de São Pau-lo, onde o Manual das Eleições foi trabalha-do do 1º ao 8º ano do ensino fundamental.

A professora Angela Graziela Fagá pre-

senciou uma cena, nas turmas de 1º e 2º ano da escola, que derruba qualquer mito de distância entre crianças e política. “Quando estavam cinco alunos debaten-do comigo fervorosamente e não estáva-mos mais conseguindo ouvir a opinião de nenhum deles, um se levantou e vol-tou com uma régua na mão: o bastão da palavra. De lá em diante, só falava quem tinha a régua em mãos, enquanto os ou-tros ouviam”, relembra.

Lições práticas de respeito, democracia e cidadania.

O QUE: entendimento dos alunos sobre política e cidadania • QUEM: Angela Graziela Fagá e Joanilia Maria Leite da Silveira • QUAN-DO: 2016 e 2018 • ONDE: E.E. Henrique Dumont Villares e Wish School, São Paulo (SP) • POR QUE E COMO: reportagem publicada no jornal e material especial sobre eleições estimularam o debate so-bre política e cidadania na sala de aula, despertando o interesse dos alunos pelo tema,• QUAL É O IM-PACTO: ampliação de vocabulário • entendimento do sistema político brasileiro • exercício da cidadania e do respeito às diferentes opiniões

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12 Alfabetizado pelo Joca

João Vinicius*, de 10 anos, acompa-nhava com o dedo indicador as frases de uma reportagem lida em voz alta por outra aluna do 5º ano C do ensino fun-damental na Escola Estadual Professora Adalgiza Segurado da Silveira, cidade de São Paulo, em 2017. Às vezes, o dedo não conseguia seguir a cadência da leitura da colega, mas, ainda assim, os olhos de João estavam fixos no Joca, em busca da palavra perdida.

Apesar de estar no 5º ano, o aluno ain-da não era alfabetizado. “Ele não sabia ler e era indisciplinado, recusando-se a aprender. A professora Delma me disse que ele era bom em matemática, mas que não gostava de língua portuguesa”, conta a coordenadora pedagógica Sami-ra Cunha Bueno Lima. “Foi aí que entra-mos com o jornal.”

Delma Maria da Silva Torres explica que o Joca chamou a atenção de João

Delma Silva

Leitura do Joca em sala de aula da escola

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e dos colegas pelo formato menor, em tabloide, pelas cores e por trazer depoi-mentos de crianças. “Eu ofereci vários mecanismos de leitura para a sala, mas o jornal tradicional é difícil pelo manuseio e por ser preto e branco. Só o Joca é feito pensando nas crianças”, diz a professora.

Três meses após o início do trabalho com o jornal, João se ofereceu, pela pri-meira vez, para ler uma notícia em voz alta na sala de aula. Pouco depois, ga-nhou o Lápis do Poder (saiba mais nas páginas 10 e 11) em reconhecimento ao seu desempenho escolar.

Antes desinteressado, hiperativo e bri-guento, João passou a ser um estudante prestativo. “Em um dos exercícios, eu co-locava uma figura na lousa e os alunos deviam procurar o texto sobre ela no jornal. Ele achava muito rapidamente e ia ajudar o colega”, relembra Delma. Na reunião de pais, a avó de João agrade-ceu a professora pela mudança.

Além do Joca, João passou a ler li-vros infantojuvenis, didáticos, revistas e aprendeu a escrever. “Ele se identificou com o Joca e viu no jornal a chance de fi-nalmente entender o que estava escrito”, relata Samira.

As estratégias pedagógicas de Delma também foram importantes para que o uso do Joca trouxesse tantos benefícios aos alunos. Nas primeiras aulas, ela mes-ma lia uma reportagem do jornal em voz alta. Depois, estimulou os estudantes a ler a notícia de que mais gostavam.

Outra tática foi ampliar, de uma para duas, as aulas com o jornal. “A primeira

é só para folhear e ler a notícia. Para es-crever e fazer exercícios em cima do Joca é preciso ter mais tempo”, sugere Delma. Um dia do uso do jornal era fixo e o outro podia acontecer em diferentes momen-tos da semana.

Delma aproveitou essa flexibilidade para estimular a disciplina da classe. “Eu dizia que, se eles não se comportassem, o Joca não viria no segundo dia. Aí eles prestavam mais atenção porque adora-vam o jornal.” Uma relação de afeto co-mum entre os leitores do Joca.*Nome fictício usado para preservar a identidade

da criança. A imagem na sala de aula da escola é

meramente ilustrativa.

O QUE: processo de alfabetiza-ção tendo o Joca como estímulo • QUEM: Delma Maria da Silva Torres e Samira Cunha Bueno Lima • QUANDO: 2017 • ONDE: E. E. Professora Adalgiza Segu-rado da Silveira • POR QUE E COMO: diante da dificuldade do aluno na alfabetização, a escola o incentivou por meio do jornal, em momentos como a leitura de uma reportagem em voz alta • QUAL É O IMPACTO: alfabetização do estudante • gosto pela leitura de outras publicações, como livros infantojuvenis e revistas • melho-ra na atenção

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13 Consumo consciente

Foi em uma feira livre próxima ao Colégio Catamarã, na unidade do bair-ro Itaim, cidade de São Paulo, que estu-dantes do 1º ano ao 5º ano começaram a desvendar o desperdício de alimen-tos no Brasil. Tudo começou em maio de 2017, quando as professoras Aman-

da Dominguez, Isabella Galletti, Luana Graziano e Vanessa Sayuri Tanaka apre-sentaram para as turmas formadas por meninas uma notícia sobre um super-mercado sustentável na Austrália.

No local, produtos próximos do ven-cimento e frutas amassadas são doa-

Isabella Galletti

Maio de 2017 | Edição 95 | Joca | 9

SOCIALSOCIALSOCIALSOCIALSOCIAL

FINANÇAS AS MARCAS MAIS VALIOSAS DO MUNDOFINANÇAS

ANIMAIS DÃO ABRAÇOS E FAZEM SUCESSO NA RUA E NA INTERNETL ouboutina, uma cade-

la da raça golden re-triever, é a grande sensação da 5ª Avenida, em Nova York, Estados Unidos. Acompanha-da do dono, Cesar, ela distribui beijos e abraços às pessoas que andam pela rua.

A Brand Finance, uma empresa britânica li-

gada à área de negócios, faz, todos os anos, uma lista com as 500 marcas mais valiosas do planeta. Em 2017, a pesquisa entrevistou 3 milhões de con-sumidores e revelou que o Goo-gle, após cinco anos, voltou a ser a marca mais valiosa do mundo, passando a Apple, que, segundo o estudo, desapon-tou os fãs ao apresentar poucas melhoras nas novas versões do iPhone. Veja ao lado as top 5.

Aos 5 anos, Louboutina tem até um perfil no Ins-tagram (@louboutinanyc) com 165 mil seguidores. Na conta, há fotos dela abra-çando pedestres e distri-buindo carinho.

Na internet, outro animal

MARVEL TERÁ SUPER-HERÓI LATINO

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U m cibercriminoso da Lituâ-nia, chamado Evaldas Ri-

masauskas, roubou US$ 100 milhões (mais de R$ 310 milhões) das duas maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos: Google e Facebook.

De acordo com o FBI, Rimasauskas se passava pelo presidente da fabri-cante taiwanesa Quanta Computer, que tem negócios com Google e Face-book, e mandava para as companhias diversos boletos de cobrança. Desde 2013, ele convencia o departamento de contabilidade das duas empresas a fa-zer o pagamento dos boletos de milhões de dólares. Rima-sauskas pode ficar até 20 anos atrás das grades.

O Facebook tem quase 1,6 bilhão de usuários, o que equivale a um quarto da população mundial. Já o Google recebe cerca de 4 bilhões de consultas por dia ao seu mecanismo de busca. Nomundo todo, 3,3 bilhões dos 7,2 bilhões de habitantes estão conectados à internet.

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Empresa americana de tecnologia. Dona do sistema de buscas mais famoso do mundo.

VALOR DE MARCA: US$ 109,4 bi POSIÇÃO EM 2016: 2

VALOR DE MARCA: US$ 107 bi POSIÇÃO EM 2016: 1

Empresa americana de tecnologia. Responsá-vel por produtos como iPhone e iPad.

VALOR DE MARCA: US$ 106,3 bi POSIÇÃO EM 2016: 3

Empresa americana. Vende livros e produtos online.

VALOR DE MARCA: US$ 87 bi POSIÇÃO EM 2016: 6

Empresa americana de teleco-municações.

VALOR DE MARCA: US$ 76,2 bi POSIÇÃO EM 2016: 4

Empresa americana de tec-nologia. Desenvolve progra-mas como o Windows, usado em computadores do mundo todo.

também anda fazendo su-cesso por dar abraços. Aos cinco meses, a canguru fê-mea Abigail foi encontrada cheia de machucados e leva-da para a entidade The Kan-garoo Sanctuary, que cuida desses animais na Austrália.

Agora, aos 10 anos, ela é co-nhecida por dar abraços nos tratadores do local.

AUSTRÁLIA INAUGURA SUPERMERCADO GRATUITO

U m supermercado em Kensin-gton, na Austrália, está cha-

mando a atenção por não cobrar nada dos clientes. A ideia da OzHarvest, ONG que combate o desperdício de alimen-tos, é ajudar as pessoas que não têm di-nheiro e evitar o desperdício de comida, já que todos os itens vêm de doações.

Muitos produtos doados iriam para o lixo caso não fossem levados para o su-

permercado. São enlatados amassados, frutas e legumes com alguns “hemato-mas” e até produtos de limpeza que es-tão prestes a vencer. Estima-se que, na Austrália, 20% da comida comprada se-ja jogada fora. Entre os alimentos dis-poníveis estão maçã, banana, tomate e feijão.

No Brasil, segundo a Organização das Nações Unidas Para Alimentação e Agri-cultura, um terço da comida produzida é desperdiçada.

O Instituto Akatu, uma organiza-ção que trabalha em prol do consumo consciente, afirma que 41 mil tonela-das de comida são jogadas fora todos os dias no país.

O americano Stan Lee, um dos maiores escritores de

histórias em quadrinhos da Mar-vel, conhecido como criador do Ho-mem-Aranha, Hulk e Homem de Ferro, anunciou que está trabalhan-do no lançamento de um super-he-rói latino até o fim de 2017. O anún-cio foi feito na Conque, a maior con-venção de quadrinhos do México.

Questionado sobre o tipo de herói que po-deria lidar com os pro-blemas do México, Lee, de 94 anos, revelou a novidade aos 20 mil fãs

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que estavam no evento: "Eu queria que fosse uma surpresa, mas vamos criar um herói latino, que vocês de-vem ver no fim do ano. Eu quero fa-zê-lo tão bom quanto posso, tão di-ferente quanto possível”.

Em 2016, a Disney, uma das maio-res empresas de animação do mun-do, também lançou uma persona-

gem latina. Exibida no Disney Channel, a sé-rie Elena de Avalor con-ta a história de Elena, uma princesa corajosa que tem que aprender a governar o reino de Avalor.

GOOGLE E FACEBOOK CAEM NO CIBERCRIME

Louboutina abraça as pessoas

U m supermercado em Kensin

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O OzHarvest não desperdiça comida

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dos com o objetivo de diminuir o des-perdício e garantir refeições para quem não tem condições financeiras de fazer compras. “No Brasil, segundo a Organi-zação das Nações Unidas Para Alimen-tação e Agricultura, um terço da comida produzida é desperdiçada”, informava a notícia publicada na edição 95 do Joca.

Após a leitura, surgiu uma discussão em sala de aula sobre o que acontecia com esses produtos em nosso país. Para responder a pergunta, as professo-ras propuseram uma pesquisa de cam-po: visitar uma feira livre.

Lá, as alunas questionaram os feiran-tes sobre o que faziam com os alimen-tos que não eram vendidos. A resposta foi inesperada: enquanto alguns disse-ram doar para instituições de caridade, outros afirmaram jogar muita coisa fora porque, se doassem e alguém passasse mal com o alimento, eles seriam consi-derados responsáveis.

De volta ao colégio, a leitura da notí-cia seguida pela visita à feira permitiu ampliar ainda mais a discussão. Isa-bella e Luana puderam explicar temas como desigualdade, legislação e o ca-minho do lixo ― desde o desperdício dos alimentos, passando pelos catado-res, até os lixões. “As alunas questiona-ram para onde vai o alimento que sobra no colégio, no supermercado… e se ele poderia ser doado ou reaproveitado”, conta Luana.

  Já Vanessa aproveitou para matar a curiosidade das meninas do 1° ano sobre raízes comestíveis, folhagens e

frutas que elas não conheciam. As par-tes que formam uma planta foi o tema da disciplina de ciências, lecionada por Amanda no 2° ano. “Em paralelo com a nutricionista da escola, trabalhamos re-ceitas de sucos e sanduíches a partir de ingredientes como caules e cascas, que costumam ser jogados fora”, explica ela.

  Após as pesquisas, as alunas tam-bém foram orientadas a pôr no prato apenas a quantidade de comida que re-almente irão comer, estimulando o con-sumo consciente. “No começo do ano, elas colocavam no prato muito mais do que iriam consumir. No fim do ano, já tinham desenvolvido essa noção”, resu-me Vanessa.

O QUE: visitar uma feira livre • QUEM: Amanda Dominguez, Isabella Galletti, Luana Graziano e Vanessa Sayuri Tanaka • QUANDO: 2017 • ONDE: Colégio Catamarã, São Paulo (SP) • POR QUE E COMO: uma notí-cia publicada no Joca estimulou as professoras e alunas a explorarem o desperdício de alimentos, em momen-tos dentro da escola e diretamente em uma feira livre • QUAL É O IMPACTO: descoberta de informações antes desconhecidas pela turma • mais consciência para o não desperdício de alimentos

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14 Em busca de voz (e da batida perfeita)

“Hoje na escola vamos rimar Vamos falar sobre racismo

e preconceito Para impor respeito”

Assim começa o rap “Negros, Racis-mo e Preconceito”, composto por alunos dos 5os e 6os anos da Escola Municipal Al-meida Garrett, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Com rimas afiadas e olhares atentos ao mundo ao redor, os estudan-tes fazem uma comovente análise sobre a realidade dos negros no Brasil.

E se por trás de uma boa música sem-pre há uma boa história, esta começa com uma reportagem publicada na edi-ção 116 do Joca (julho/agosto de 2018)

e apresentada para os alunos pela pro-fessora Elisabeth Fonseca. “Clipe de rap feito por jovens viraliza na rede” era o título da matéria no jornal. O encanto foi imediato. Na mesma hora, os estu-dantes pediram para ouvir a música e saber mais sobre ela. “O texto falava so-bre um grupo de meninos de periferia, algo muito semelhante à realidade de-les”, explica Elisabeth, ressaltando que a escola atende comunidades carentes, como Tijuquinha, Morro do Banco, Rio das Pedras e Rocinha.

Depois de escutar a música várias vezes, os alunos receberam a letra, can-taram e conversaram sobre as palavras reunidas ali. “É um rap positivo, esperan-

Elisabeth Fonseca e a letra do rap

feito pelos alunos

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çoso. A letra incentiva os estudos. Eles fi-caram fascinados ao saber que crianças como eles criaram um rap que fez suces-so na internet”, conta a professora.

Diante de tanto interesse, por que não incentivar os estudantes a criar seu pró-prio rap? Elisabeth lançou a proposta, aceita no mesmo instante. Assim, co-meçaram os preparativos. Primeiro, os alunos decidiram qual seria o tema da canção. O racismo foi escolhido de for-ma unânime, realçando a importância do projeto pedagógico desenvolvido ao longo do ano, no qual os jovens apren-deram sobre as raças que formam o povo brasileiro.

Com o tema na cabeça, eles se dividi-ram em grupos para escolher a batida e fazer os versos. A vontade de compor era tanta que, mesmo quando o tempo para o trabalho na sala de leitura se es-gotou, um grupo de 13 alunos seguiu firme na tarefa de produzir a canção. Encontravam-se entre uma aula e ou-tra, conversavam durante a subida e descida das escadas... davam um jeito de elaborar a música.

“Eles iam discutindo. Quando acha-vam que uma palavra não era forte, mu-davam, buscavam rimas, procuravam pela batida certa... Eles fizeram tudo. Eu fiquei como mediadora”, relembra Elisabeth. “Trabalho com música, mas não tinha a menor noção de rap. Nós fomos aprendendo juntos, eles foram me ensinando.”

Tudo pronto, letra e batida definidas, faltava só lançar o trabalho para o mun-

do. Com muita pompa e circunstância, os alunos prepararam uma coreografia, ensaiaram a música e apresentaram a composição no Encontro com as Famí-lias, evento da escola, e na VI Jornada de Educação e Relações Étnico-Raciais do Museu de Arte do Rio, em novembro de 2018.

“As famílias dos alunos e o pessoal do seminário adoraram”, afirma Elisabeth. “Eles se descobriram fazendo a música, todo mundo elogiou o trabalho. No fim, o rap contribuiu muito para a elevação da autoestima dos estudantes.” Estu-dantes, agora, conscientes de que são parte integrante e ativa da sociedade.

O QUE: o rap “Negros, Racismo e Preconceito” • QUEM: Elisabeth Fonseca • QUANDO: 2018 • ONDE: Escola Municipal Almeida Garrett, Rio de Janeiro (RJ) • POR QUE E COMO: a leitura de uma reporta-gem publicada no Joca levou os alunos a se organizarem para criar o seu próprio rap • QUAL É O IMPACTO: elevação da autoesti-ma dos estudantes • os jovens se tornaram mais conscientes de sua cidadania

EM PAUTAClipe de rap feito por jovens viraliza na rede

Por Joanna Cataldo

Um rap feito por crianças e adolescentes de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, está fazendo sucesso na internet. Com versos que falam sobre respeito à diversidade e importância da educação, o vídeo da música “Eu Acredito” já foi visualizado mais de um milhão de vezes nas redes sociais. “Eu não esperava que o clipe fosse fazer tanto sucesso”, afirma o jovem cantor Rhyan A., de 12 anos. “Achava que só as pessoas que nos conheciam assistiriam. Nunca imaginei que o Brasil inteiro veria.”

Rhyan é um dos integrantes do UniVersos, grupo formado nas oficinas de rap do CEU das Artes Aristides dos Santos

Ministradas pelo rapper Robertinho Filho, as aulas têm mais de 20 alunos, de 6 anos a 14 anos. Nos encontros, além de aprender características típicas do rap, como ritmo e improviso de rimas, os participantes discutem como podem ser cidadãos melhores no dia a dia. “Nós conversamos sobre como eles estão na escola e em casa. Acreditamos que temos que cantar sobre o que vivemos”,

diz o rapper. A música “Eu Acredito”,

por exemplo, surgiu a partir das lições aprendidas na oficina. Antes de ir para o estúdio e gravar o clipe, os alunos fizeram uma sessão de rimas improvisadas, na qual cada um contribuiu um pouco. “Eu fiz algumas questões a eles: ‘Por que vocês vieram aqui?’; ‘o que acham que está ruim na vida?’; ‘o que pode melhorar?’”, conta Robertinho. “Eles respondiam, e eu ia anotando as palavras deles. Em seguida, transformamos tudo em

rimas. Eu perguntava: ‘O que rima com essa palavra?’, e eles respondiam.”

Para o integrante Ruan C., de 12 anos, o sucesso do vídeo se deve justamente à letra, que, segundo ele, procura “tocar as pessoas”. “Nós tentamos passar uma mensagem positiva. Eu aprendi muito fazendo esse rap”, afirma o jovem, que participa da oficina desde 2016 e não pensa em abandonar as rimas. “Quero ser rapper quando crescer. Acho que temos que continuar a fazer esse trabalho.”

OUTROS JOVENS RAPPERSCypher Kidz Grupo formado por rappers entre 11 anos e 16 anos. Uma das integrantes é a MC Soffia, que se apresentou na Olimpíada do Rio, em 2016.

Mc’s Pela Educação Neste projeto social, crianças e jovens cantam raps que falam sobre a importância da educação. A iniciativa já impactou mais de 300 mil pessoas.

ASSISTA AO VÍDEO DE “EU ACREDITO”goo.gl/ug6kkD

Mais jovem vencedora do Nobel da Paz visita o Brasil

Malala fala sobre a importância da educação em palestra em São Paulo

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ATUAÇÃO NO BRASILNa visita ao Brasil, Malala anunciou que ajudará três instituições do país, selecionadas por sua equipe. Saiba mais sobre elas:

u Ação Educativa (São Paulo): promove projetos que incentivam discussões sobre gênero e raça. A coordenadora, Denise Carreira, conta que a organização ficou muito feliz de ter sido escolhida pelo Fundo Malala. “Receberemos recursos para fazer nossos projetos, mas a grande conquista foi o reconhecimento dado à Ação Educativa”, diz. “A Malala passa uma mensagem de esperança, de que juntos somos mais fortes. Precisamos nos unir para mudar o Brasil.” u Associação Nacional de Ação Indigenista – Anaí (Bahia): trabalha para incentivar

a educação dos indígenas no Brasil. O presidente do conselho e a coordenadora do Anaí, José Augusto Sampaio e Ana Paula Lima, explicam que o projeto atual da organização foi criado com o Fundo Malala e focará na educação de meninas indígenas. “Ensinaremos questões de direitos humanos e educação indígena e promoveremos campanhas para lutar por um ensino melhor para as garotas.”

u Movimento Infantojuvenil de Reivindicação – Mirim (Pernambuco): fundado em 1990, atua para garantir os direitos de crianças e adolescentes brasileiros. A organização denuncia ações que desrespeitam os direitos dos menores, realiza estudos para analisar as condições em que vivem e os estimula a se envolver em projetos para lutar por respeito e dignidade para si próprios.

Quem é Malala?Ela ficou conhecida mundialmente quando morava no Paquistão e postava textos que defendiam o direito das meninas de ir à escola em um blog. Na época, a cidade dela, Swat, havia sido dominada pelo Talebã, grupo que propaga uma versão distorcida do islamismo e não permite que garotas estudem.Os posts de Malala incomodaram a facção, que, em 2012, atacou o ônibus

escolar em que ela estava. Atingida por um tiro na cabeça, a garota foi levada para um hospital na Inglaterra, sobreviveu e se mudou para o Reino Unido com a família. Em 2014, aos 17 anos, Malala recebeu o prêmio Nobel da Paz, um reconhecimento por sua luta pela educação das meninas. Hoje, ela estuda na Universidade de Oxford, na Inglaterra, e continua batalhando para que mais garotas tenham acesso à educação.

A paquistanesa Ma-lala Yousafzai, de 21 anos, esteve no

Brasil para falar sobre edu-

cação e anunciar institui-ções brasileiras que serão beneficiadas por sua orga-nização, o Fundo Malala. Conhecida no mundo todo por lutar pelo direito das meninas de estudar, ela fez uma palestra para con-vidados, estudantes de es-colas públicas e organiza-ções não governamentais (ONGs) na cidade de São Paulo, no dia 9 de julho.

Malala ressaltou a im-portância de os jovens não desistirem do que acre-ditam. “Sei que às vezes sentimos raiva ou falta de esperança, mas sua luta e seu ativismo têm o poder de provocar mudanças”, disse, referindo-se aos es-tudantes presentes.

No palco, além de Ma-lala, estavam presentes pessoas ligadas à educa-ção, como a presidente do

Instituto Alana, Ana Lu-cia Villela; a cientista po-lítica Tabata Amaral (en-trevistada do “Repórter Mirim” da edição 111 do Joca); a escritora Concei-ção Evaristo; e Dagmar Ri-vieri, fundadora da ONG Casa do Zezinho. “Duran-te a conversa, Malala pe-diu que falássemos sobre os maiores problemas da educação no Brasil”, es-creveu Tabata em um tex-to publicado no portal da revista Glamour. “Sugeri que ela olhasse com aten-ção para os professores. Atrair gente boa, apoiá--los em sua formação co-mo mestres e valorizar a carreira do professor.”

3 | Julho/Agosto de 2018 | Edição 116 | Joca

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“Hoje na escola vamos rimar Vamos falar sobre racismo e preconceito Para impor respeito

Somos fãs do rapO rap é a nossa canção Nossa forma de expressão Para o racismo sair do seu coração Cor da pele não define posição Fomos escravos, colonizados e maltratadosNos fizeram sentir dor Achavam que a pele branca tinha esplendor Desigualdade racial, realmente não é legalOs negros humilhados, ficam de baixo-astral

Nós somos negros, temos orgulho dissoSomos pardos, mulatos e mestiços

(Refrão)

Olho para lá, olho para cá, vejo um monte de racistasEstou na rua, ouço: ‘Olha lá aquele negroQuando apanha pede arrego’

Imagina se fosse com vocêOs caras lhe fazendo sofrerCentenas morrem por diaTudo isso por causa da hipocrisiaImagina como é o nosso dia a dia Nos desvalorizam, não conhecem o nosso domO preconceito está em todo lugarNa rua, na escola, não tem como escaparSe juntos lutarmos

Um dia, no lugar do preconceitoHaverá respeito

Nós somos negros, temos orgulho dissoSomos pardos, mulatos e mestiços (Refrão) Gente! Vamos lá! O mundo mudarA todos respeitar Isso!Racismo negandoA gente lutando E o mundo conquistando!”

“Negros, Racismo e Preconceito”

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As histórias que você acabou de ler são apenas algumas entre as tantas que comprovam, na prática do dia a dia escolar, a importância de levar informação de qualidade para crianças e jovens. E o quanto o pro-fessor tem papel fundamental nesse processo.

Produzir e difundir informação para crianças e jovens, por meio do jor-nalismo infantojuvenil, não é apenas uma das missões do jornal Joca. É um direito previsto na Convenção Sobre os Direitos da Criança, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 20 de novembro de 1989.

Por isso, convidamos você, profes-sor, a compartilhar suas histórias e memórias de uso do Joca em sala de aula. Envie um relato sobre o momen-to em que os olhos dos seus alunos brilharam diante de uma notícia no jornal; sobre o instante em que eles começaram a se sentir parte da so-ciedade em que vivem; sobre o exato minuto em que o seu sorriso se abriu ao ver estudantes mais participativos e atuantes.

A sua experiência com o Joca pode ajudar a transformar o Brasil no próxi-mo volume desta coletânea. Participe!

Artigos da Convenção Sobre os Direitos da Criança que falam sobre o acesso à informação:Art. 13 1 – A criança terá direito à liberdade de expres-são. Esse direito incluirá a liberdade de procu-rar, receber e divulgar informações e ideias de todo tipo, independentemente de fronteiras, de forma oral, escrita ou impressa, por meio das artes ou de qualquer outro meio escolhido pela criança. 

Art. 17 1 – Os Estados Partes reconhecem a função importante desempenhada pelos meios de co-municação e zelarão para que a criança tenha acesso a informações e materiais procedentes de diversas fontes nacionais e internacionais, especialmente informações e materiais que vi-sem promover seu bem-estar social, espiritual e moral e sua saúde física e mental.

Posfácio

COMPARTILHE A SUA HISTÓRIA INCRÍVEL COM O JOCA NA SALA DE AULA:POR E-MAIL

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POR CARTARua Dr. Antônio Bento, 560, conjunto 1.007, Santo Amaro São Paulo, SP CEP: 04750-001

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1.007, Santo Amaro São Paulo, SP

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