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I. GERAIS
Curso: História da Igreja Pós-reforma
Professor: Jaime Morales Herrera
Duração: 8 semanas
II. DESCRIÇÃO
No presente curso se estudará a igreja cristã na perspectiva histórica iniciando nos sucessos
posteriores a Reforma até a chamada “era inconclusa”, considerando os movimentos de caráter
eclesiástico, social, cultural e político que contribuíram em seu desenvolvimento teológico, litúrgico
e missionário da cristandade.
III. CRONOGRAMA
A ERA DOS DOGMAS E AS DÚVIDAS
Semana 1: Capítulos 29-32 do livro de Justo González
Semana 2: Capítulos 33-36 do livro de Justo González
Semana 3: Capítulos 37-39 do livro de Justo González
A ERA DOS NOVOS HORIZONTES
Semana 4: Capítulos 40-42 do livro de Justo González
Semana 5: Capítulos 43-46 do livro de Justo González
Semana 6: Capítulos 47-50 do livro de Justo González
A ERA INCONCLUSA
Semana 7: Capítulos 51-56 do livro de Justo González
Semana 8: Exame
IV. AVALIAÇÃO
1. Assistência a cada uma das oito sessões. 10%.
2. Ler os correspondentes capítulos do livro de Justo González, História do Cristianismo, Tomo II,
designados a cada lição e responder as perguntas referentes a estes. Estas leituras vão da página
255 a 558 do livro, isto é, correspondem a um total de 303 páginas. 40%.
3. Leitura dos anexos, e fazer um relatório de cada um deles (uma página cada um). 25%
4. Exame final. 25%
V. AVALIAÇÃO A NÍVEL DE MESTRADO
1. Cumprir com os itens 1-5 da avaliação a nível de licenciatura. 2. Ser auxiliador para a aula e ser avaliado por: a. os estudantes b. o professor supervisor c. uma auto avaliação
3. Em vez de ler 300 páginas de leitura, tem que ler 500 páginas.
A ERA DOS DOGMAS E AS DÚVIDAS
SEMANA 1
Guia de Perguntas
Capítulos 29-32 do livro de Justo González
1. Por que causa se organizou a União Evangélica?
2. Quem foi o diretor da Liga Católica?
3. Descreva o documento Majestat.
4. A que se chamou a Defenestração da Praga?
5. Por que causa Gustavo Adolfo se converteu em um herói lendário?
6. Qual tratado pôs fim a Guerra dos Trinta anos?
7. Por que depois de tomar os postos fortes dos huguenotes se promulgou um edito de
tolerância?
8. O que promulgou o edito de Fontainebleau?
9. Quem eram os camisards?
10. Quem eram os puritanos?
11. O que afirmavam os cânones aprovados em 1604 com o influxo de Bancroft?
12. A que se chamou a Conspiração da Pólvora?
13. Mencione algumas medidas tomadas pelo Parlamento Largo.
14. O que organizou Cromwell para lutar contra o rei?
15. Quem eram os diggers?
16. Em que consistia o título de Protetor?
17. Quais são as duas grandes figuras literárias do puritanismo? Mencione suas obras
principais.
SEMANA 2
Guia de Perguntas
Capítulos 33-36 do livro de Justo González
1. O que era o galicalismo?
2. Quem eram os ultramontanos?
3. Descreva o febronianismo.
4. O que afirmava o jesuíta Luís de Molina em seu livro Da concordância do livre arbítrio e
os dons da graça?
5. Mencione as teses de Jansênio.
6. Quem foi o grande herói da segunda geração do jansenismo? Em que consistiu sua obra?
7. Descreva o ensinamento de Molinos.
8. Qual é a obra principal de Melachthon?
9. Descreva a posição de Martín Chemnitz sobre a teologia luterana.
10. Mencione a diferença entre heresia e erro segundo Calisto.
11. Para Calisto como se sabe o que é fundamental e o que não é?
12. Em que cria Arminio sobre a predestinação?
13. Mencione as cinco doutrinas promulgadas pelo Sínodo de Dordrecht.
14. Explique a postura de dúvida universal de Descartes.
15. Quem é o exponente do ocasionalismo?
16. Quem é o exponente do monismo?
17. Quem é o exponente da “harmonia preestabelecida”?
18. Quem é o exponente do empirismo?
19. Mencione as principais figuras da ilustração francesa.
20. Qual é a obra principal de Kant?
SEMANA 3
Guia de Perguntas
Capítulos 37-39 do livro de Justo González
1. Como se chamou o primeiro livro escrito por Boehme?
2. Segundo González, qual era a direção fundamental dos ensinamentos de Boehme?
3. Como se chamou aos seguidores de John Fox? Por quê?
4. Como se chamou o mais famoso dos seguidores de Fox?
5. Como se chamou a igreja fundada pelos seguidores de Swedenborg?
6. O que são os “colégios de piedade”?
7. Qual obra se conhece como a carta fundamental do pietismo?
8. Mencione alguns lugares onde Zinzendorf e os moravos estabeleceram missões.
9. Quem fundou a Igreja Metodista Calvinista?
10. Por que os metodistas americanos têm bispos e os britânicos não?
11. Qual foi a grande fonte de riqueza da colônia de Virgínia?
12. Por que esta iniciou com a sociedade escravista?
13. Descreva a obra de John Eliot?
14. Descreva as duas classes de batistas: os gerais e os particulares.
15. Qual das colônias inglesas foi primariamente católica?
16. Em que cria Jonathan Edward?
17. Por que se pôs em dúvida o batismo de crianças?
Relatório de Leitura dos Apêndices 3 e 4 “Pecadores nas mãos de um Deus irado” (Jonathan
Edward) e “O Testemunho do Espírito” (Juan Wesley).
A ERA DOS NOVOS HORIZONTES
SEMANA 4
Guia de Perguntas
Capítulos 40-42 do livro de Justo González
1. Quando se proclamou a independência das treze colônias inglesas?
2. Descreva o unitarismo.
3. Em que consiste o universalismo?
4. Quando foi organizada a Igreja Protestante Episcopal?
5. Quando se organizou a Igreja Metodista Norte americana?
6. Por que a igreja católica voltou a ser uma das igrejas mais numerosas do Norte da América
nos meiados do séc. XIX?
7. Por que se caracterizou o Segundo Grande Avivamento?
8. Mencione algumas sociedades fundadas para difundir a mensagem do evangelho.
9. Descreva o que é o “Destino Manifesto”.
10. O que se definiu no tratado Guadalupe-Hidalgo?
11. Qual era o propósito da Sociedade Colonizadora?
12. Por que se fundaram a Igreja Metodista Episcopal do Sul e a Convenção Batista do Sul?
13. Que posturas tomaram as igrejas ante a guerra civil?
14. Por que se originaram várias denominações negras paralelas a denominação brancas?
15. Qual foi a figura principal dos avivamentos urbanos?
16. A que se chamou “igrejas de santidade”? Qual é a mais numerosa?
17. Como surgiram as Assembléias de Deus?
18. O que é o fundamentalismo?
19. Mencione os “cinco fundamentos”.
20. Descreva brevemente o dispensacionalismo.
21. Quem é o fundador do mormonismo?
22. Quem é o fundador das testemunhas de Jeová?
23. Quem é o fundador da Ciência Cristã?
24. O que sucedeu em 14 de julho de 1789?
25. Mencione algumas características do movimento do “Culto a Razão”.
26. Descreva o movimiento de Oxford.
27. Mencione os anos em que os diversos países latino-americanos obtiveram sua
independência.
28. Quando se nomearam os primeiros bispos latino-americanos?
29. Por que foi notável Benito Juárez?
SEMANA 5
Guia de Perguntas
Capítulos 43-46 do livro de Justo González
1. Em que se baseia a religião segundo Schleiermacher? Defina este elemento.
2. No que cria Hegel sobre o cristianismo?
3. Em que cria Kierkegaard sobre o cristianismo
4. No que cria Ritschl sobre o cristianismo?
5. Descreva a conclusão sobre os monarcas que chegou Lamennais.
6. Que fato marca o fim do poder temporal do papa?
7. Quando foi declarado o dogma da imaculada conceição de Maria?
8. A quais inovações se opõe a encíclica Quanta cura?
9. Quando foi promulgado o dogma da infabilidade papal?
10. Em que consistia “a carga do homem branco”?
11. Mencione alguns nomes de sociedades cujo propósito era apoiar a obra missionária.
12. O que é a igreja de Mar Thoma?
13. A quem se conhece como o fundador das missões modernas?
14. Quais os dois costumes da Índia horrorizavam aos missionários?
15. Quem foi o missionário mais notável da segunda geração na Índia?
16. Na Birmânia qual foi a figura missionária mais notável?
17. Quais os dois homens que foram os gestores da Bíblia na china?
18. Descreva o propósito da missão de Hudson Taylor?
19. Quem fundou a igreja ortodoxa japonesa?
relatório de Leitura do Apêndice 2 “Provisão Oportuna” (Hudson Taylor).
SEMANA 6
Guia de Perguntas
Capítulos 47-50 do livro de Justo González
1. Quem foi o diretor da Igreja Filipina Independente?
2. O que são as “igrejas orientais unidas”?
3. Onde tiveram sua base de operações na África os católicos e os protestantes?
4. Quem foi a figura missionária na África do séc. XIX?
5. Mencione o nome do missionário episcopal que chegou a ser o primeiro bispo da Igreja
Apostólica Ortodoxa Haitiana.
6. Como se estabeleceram as primeiras igrejas protestantes em Cuba?
7. Como foi fundada a Igreja Mexicana?
8. Como foi fundada a Igreja de Jesus no México?
9. Qual era o fim da igreja cristã Discípulos de Cristo?
10. O que quer dizer em seu sentido original a palavra “ecumênico”?
A ERA INCONCLUSA
SEMANA 7
Guia de Perguntas
Capítulos 51-56 do livro de Justo González
1. Em que cria Franco sobre a igreja católica?
2. Em que cria Hitler sobre o cristianismo?
3. Mencione as duas escolas ortodoxas russas que se inclinavam uma para o catolicismo e a
outra ao protestantismo.
4. De que trata a encíclica Mit Brennender Sorge?
5. De que trata a encíclica Divini Redemptoris?
6. Qual dogma foi proclamado em 1950?
7. Quando iniciou o Segundo Concílio do Vaticano?
8. Que resolução indica a Constituição sobre a Sagrada Liturgia?
9. O que proíbe a encíclica Humanae vitae?
10. Como entendia a evolução Pierre Teilhard de Chardin?
11. Qual é a força que determina o processo evolutivo segundo Pierre Teilhard de Chardin?
12. Mencione outros teólogos católicos desta época.
13. Qual era a característica central da escola fundada por Barth?
14. Mencione as obras mais importantes de Karl Barth.
15. O que são os “Cristãos Alemães”?
16. O que é a Declaração de Barmen?
17. Quem foi o teólogo mais destacado dos que se opuseram ao regime de Hitler?
18. Quais são os principais livros de Jurgen Moltmann?
19. Qual é o principal ensinamento de Bultmann?
20. Qual foi a grande causa comum que uniu aos protestantes nos anos 20?
21. Mencione as obras principais de Richard Niehbuhr.
22. Explique o “método de correlação” de Tillich.
23. Qual é a principal inovação da Associação Evangelizadora Billy Graham?
24. Explique em que consiste a “teologia negra”.
25. Explique brevemente em que consiste a teologia da libertação.
Relatório de Leitura dos Apêndices 6, 5 e 1 “Decreto “Dignitatis Humanae” do Concílio Vaticano
II, “A Comunidade” de Dietrich Bonhoeffer e “A Maldição do Licor” pelo evangelista Billy
Sunday.
APÊNDICES
1. A Maldição do Licor (evangelista Billy Sunday).
2. Provisão Oportuna (Hudson Taylor).
3. Pecadores nas mãos de um Deus irado (Jonathan Edwards)
4. O Testemunho do Espírito (Juan Wesley)
5. A Comunidade (Dietrich Bonhoeffer)
6. Decreto “Dignitatis Humanae” do Concílio Vaticano II.
A MALDIÇÃO DO LICOR
Por evangelista Billy Sunday
"Para quem são os ais? Para quem, os pesares? Para quem, as rixas? Para quem, as queixas?
Para quem, as feridas sem causas?
Para quem, os olhos vermelhos? Para os que demoram em beber vinho, para os que andam
buscando bebida misturada. Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando
resplandece no copo e se escoa suavemente; pois ao cabo morderá como a cobra e picará como
basilisco”. Provérbios 23:29-32
Jurei ser o inimigo eterno do tráfico de licor. Levantei minha espada em defesa de Deus, do lar,
esposa, filhos, minha terra, e a guardarei até que a morte venha e até que meu corpo seja sepultado.
Há uma razão principal pela qual o bar, licoreira ou 'barreira não foi excluída da face da terra há
anos atrás, e é mentira que se necessitam das licoreiras para ajudar nos impostos. Desafiei que me
mostre qualquer comunidade onde a permissão de uma barra tenha contribuído com os impostos.
1. PIOR QUE A GUERRA
Noventa por cento dos adultos criminosos, são homens que tomaram e cometeram esses crimes sob
a influência do álcool. O Chicago Tribune
(Periódico secular dos Estados Unidos) manteve um registro do número de homicídios cometidos
antes da proibição do álcool, nos bares durante um período de 10 anos. O número que resultou foi
de 53,436 homicídios.
. Vejo o crime social e me pergunto: "Qual foi a causa? A bebida. L a r e s destruídos, pobreza,
homens atrás das grades?" Pergunto: "O que fez um homicida? "
Se Deus me desse uma varinha mágica com a qual pudesse tirar os males da intemperança do
álcool, tocaria cada porta de toda cervejaria, e de toda licoreira até que o tráfico de álcool
desaparecesse de sobre a face da terra. O licor é pior que a guerra, pestilência e fome. É o crime dos
crimes, a mãe dos pecados, fonte da miséria. É a fonte de 3/4 de todos os crimes, resultando as 3/4
de todos os impostos para o processo dos criminosos e seu mantimento na prisão. Dar permissão a
tal demônio M inferno é uma das manchas mais negras no governo.
2. O DIABO ENGARRAFADO
“Porque anti-licor?" pergunta alguém. "Por que não anti-supermercado, ou anti-móveis, anti-
padaria, anti-açougue, anti-sapataria?" Por que escolher e atacar somente este negócio?"
Quem está contra o licor? A igreja, as escolas, o lar, o mundo científico, o mundo militar, o mundo
dos negócios, as ferrovias, e cada interesse no mundo está contra ele, exceto o mundo da
obscuridade, o mundo criminal.
"É o Diabo em forma de garrafa," disse o Senhor Wilfrid Lawson. "Condenação destilada," disse
Robert Hall. "Um artista da matança humana", disse o Senhor Chesterfield. "O General de
Prisioneiros levando homens ao inferno," disse Wesley. "Mais destrutivo do que qualquer,
pestilência, e fome," disse Gladstone. "Um câncer na sociedade humana que consome seus órgãos
vitais e ameaça sua destruição, disse Abraham Lincoln. A pior e degradante de todas as
perseguições humanas," disse William McKinley. "O mais criminoso método artístico de
assassinato jamais inventado pelos assassinos de qualquer tempo ou nação," disse Charles
Parkhurst. Um negócio que contribui ao quebrantamento da lei pela parte dos que a conduz e
criminalidade por parte desses que a solicita, "disse Theodore Roosevelt. Um negócio que está
habituado produzir ociosidade, enfermidade, pobreza, e crime," disse a Corte Suprema dos Estados
Unidos. O Senhor e Chefe de Justiça Alverstone, no Congresso Internacional sobre o alcoolismo,
disse: "Depois de quarenta anos no bar e dez anos de juiz, não tardo em dizer que noventa por cento
do crime é causado pela bebida forte.
Todos os homens tinham razão.
3. O TRABALHADOR É O QUE PAGA
Quem paga as contas? O cobrador que cobra os aluguéis ou o padeiro, ou açougueiro, ou
negociante? Todos eles têm os bens que o bêbado necessita para ele e sua família, mas não tem com
que comprá-los; as pessoas da rua que pede caridade, a quem com lástima, dão dinheiro para que
não morram de fome; os que pagam impostos para apoiar os cárceres, penitenciárias, hospitais, lares
de caridade, reformatórios, que esta bebida segue enchendo.
Quem sai ganhando? As cervejarias, a destiladora, os que vendem o licor, que são privilegiados em
encher a terra com pobreza, miséria, loucura, crime, enfermidade, condenação. A licoreira é o mais
próximo a uma lixeira onde o homem trabalhador pode tirar seu salário.
O homem que vota em deixar abertas as licoreiras, ajuda o Diabo levar os homens ao inferno. O
homem que não crê no inferno, nunca viu o lar de um bêbado. O Diabo e o grupo de pessoas que
aprovam o licor estão na mesma equipe.
4. O CUSTO DO LICOR
O Canal do Panamá, talvez o maior projeto da engenharia humana de todos os tempos, custou
$400,000,000.00 de dólares Ainda assim poderíamos construir seis Canais do Panamá cada ano com
o dinheiro que se gasta em licor. Penso que dar licença a uma indústria que produz tal miséria é um
dos pontos mais negros dos governos.
Quando uma cidade anuncia que está prosperando, quantas também anunciam que devem aos
bares? Não há lugar como este, para encontrar com a pessoa mais vil. É a raiz que acolhe a maioria
das infâmias ao seu redor. Usualmente estão afiliados politicamente com os donos e os que apóiam
os jogos de azar. As casas de Jogo e casas de prostituição quase sempre estão afiliadas com os
bares, e quando estes fecham, as casas de jogos também seguem.
As licoreiras usualmente estão em aliança com os inimigos do bom governo. Dão, ajuda, ao
legislador corrupto, ao político que está no controle. Pedem somente permissão para seguir com
seu trabalho criminoso e não há lei que os detenha. Nunca se soube de um movimento do governo
contra estes antros de vícios. Você crê em melhores condições civis em uma melhor e maior cidade,
em homens indo para casa sóbrios, em homens indo ao céu em lugar do inferno, então: "Abaixo
com o negócio do licor! "
5. COMO NEGÓCIO É: ABUNDANTE E RICO
O homem que vende o licor diz: "Se não temos bares, perderemos o negócio do agricultor. Não
viria às cidades trocar e fazer negócios”.
Os interesses do licor seguem sendo lucrativos, ricos, complacentes de si mesmos, e poderosos com
muitos governos locais, estatais, e federais que estariam suas mãos sujas para estrangular, e
assassinar, o caráter dos que não podem seduzir e que se atrevem atacar seu infernal negócio.
Muitas vezes se argumenta que se fecham os bares, se fecham com eles as cervejarias, e
destiladoras, e que com isso trará consigo um pânico, porque cortaria o negócio do milho aos
agricultores, e que a cervejaria, que provê o negócio ao agricultor que se auto nomeia benfeitor.
O agricultor - traz para cervejaria uma medida de milho. Faz negócio e ganha cinqüenta centavos, e
vai por seu caminho com o pensamento de que a cervejaria é o benfeitor. A cervejaria toma a
medida de milho do agricultor e extrai quatro galões e meio de álcool. Põe que não sabemos
quantos produtos a mais se acrescenta para dilatá-la, somente a cervejaria destiladora e Deus sabem.
O homem que o toma não o sabe, mas se não está dilatada, põe no mercado 4 galões e meio de licor
intoxicante.
6 UMA FERRAMENTA INFERNAL
Faz poucos anos na cidade de Chicago, um jovem de bons pais e bom caráter, certo domingo,
entrou em um bar que operava ilegalmente. Ali se encontrou com amigos. Havia risos, canções,
piadas, e muita bebida.
Depois de ter tomado loucamente, já sem dinheiro, o jogaram na rua. Se dirigiu à casa de sua mãe.
Exigiu dinheiro para comprar mais bebida, e quando ela se negou, sacou bruscamente de uma
gaveta um revólver e correu para rua com a determinação de voltar ao bar para beber mais, com
dinheiro ou sem dinheiro. Sua querida mãe o seguiu e quando pôs sua mão para detê-lo, ele a
pegou. Veio então, sua irmã a rogá-lo em vão.
Logo, um vizinho que o conhecia, em quem confiava e respeitava, veio e levantou sua mão em sinal
de amizade. Em sua insanidade e embriaguez, o jovem levantou o revólver e o matou, seu próprio
amigo a sangue frio. Foi levado ante um tribunal, o achou culpado do assassinato e foi sentenciado
a prisão perpétua. Quando sua mãe, uma mulher pequena e frágil, ouviu o veredicto, atirou seus
braços ao ar e caiu desmaiada. Três horas mais tarde, morreu.
7. DESTRUIDOR DE LARES
Um jovem de boa família se envolveu em uma controvérsia com uma mulher indecente do povo.
Foi-se em estado louco e bêbado a casa de seu pai, pegou uma arma, e voltou a cidade em busca da
mulher com quem havia brigado. A primeira pessoa com quem se encontrou na praça central era
uma das mulheres mais refinadas e educadas dessa cidade. Trazia em seus braços seu bebê. Mas
este jovem em sua insana bebedeira, a confundiu com a mulher que procurava e a matou no meio da
rua com seu bebê nos braços.
Foi levado ao tribunal e o Juiz o sentenciou e lhe disse: "Você é o sétimo homem nos últimos dois
anos a ser sentenciado por assassinar enquanto andava intoxicado."
Outro jovem chegou intoxicado, exigindo dinheiro de sua mãe. Quando ela se negou, ele tomou
bruscamente da caixa de lenha, um machado, e a matou, e logo roubou o dinheiro. O jovem fugiu.
Os oficiais da lei o perseguiram e o prenderam. O veredicto o declarou culpado, acusando-o de
assassinato de sua mãe, que havia passado pelo vale da morte para dar-lhe vida. O Juiz também o
sentenciou a prisão perpétua.
Agora, três histórias dos 4 galões de bebida M produto M agricultor de só uma medida de milho, e
esta bebida tomou sete vidas: os três jovens que cometeram homicídio, as três pessoas assassinadas,
e a mãe que morreu de um coração quebrantado. Você ainda quer-me dizer que foi um bom
negócio?
8. HOUVE JÚBILO NO INFERNO
Se alguma vez houve júbilo no inferno, foi o dia em que se inventou a cerveja. Qualquer coisa que
tira as comodidades do lar, qualquer coisa que degrada o homem ou mulher, qualquer coisa que
invade a santidade do lar, é o mais fatal inimigo do lar, da igreja, do estado e da escola.
Na ilha da Jamaica quando a população de ratazanas aumentou de tal maneira que destruíram toda a
colheita, introduziu o mangusto uma espécie de mapache. Estes animais dão cria três vezes ao ano,
cada cria consiste de doze a quinze cachorros, e são inimigos mortais das ratazanas. O resultado foi
que as ratazanas desapareceram e como não houve mais ratazanas que comer, os mangusto
começaram atacar as serpentes, as rãs, os lagartos; tudo comia.
O resultado, então, foi que aumentou os insetos e estes acabaram com os jardins, consumindo a
alface e chícharos. Logo, os mangusto atacaram as ovelhas, os gatos, os cachorrinhos, os bezerros, e
os gansos. Então, Jamaica teve que gastar cem mil dólares para desfazer-se dos mangusto.
O mangusto na América é a licoreira ou bar com licença. Consome os alimentos do lar, a roupa, o
dinheiro; e consome o caráter e segue até deixar o lar resto de um cadáver que antes fora feliz.
9. É MAL
Lincoln disse: "Se a escravidão não é má, nada é mal." Eu digo que se a licoreira ou bar, com seu
trem de enfermidade, crime e miséria, não for mal, então, não há nenhuma coisa que seja má no
mundo. Se quisermos ganhar a guerra, então, necessitamos de homens que parem de brigar. A igreja
deve lutar ou fugir. Graças a Deus que não fugirá, mas lutará até o fim.
Quem trabalha pesado por seu dinheiro? Você ou o vendedor de licor? O único interesse que paga o
bar ou licoreira é; olhos roxos, mal hálito, e a perda da sua saúde. Você entra com seu dinheiro, e
sai com seus bolsos vazios! Entra com caráter, e sai arruinado! Entra com uma boa posição, e a sai
perdendo! Perde sua boa posição no banco, no táxi, e no trem. E a licoreira ou bar não dá nada de
volta senão que enfermidade e condenação.
Este lugar não é uma boa instituição, senão a coisa mais imunda da face da terra. Não tem sobre o
que se manter e nada bom que oferecer ao homem ou mulher decente. Não há lugar para um homem
que se venda este negócio sujo. Não importa se toma sobre um barril de cedro ou sobre um barril
pinho, o álcool terá o mesmo efeito.
10. CORTA A FONTE DE SUSTENTO
Se você quer provar, se um homem está louco, dê a ele um pedaço de pano e diga-lhe que limpe o
piso enquanto a água corre sobre o mesmo. Se ele tiver bom senso para deter a água e logo secá-la,
então não está louco. mas, se deixa a água correr, saberá que ele está loco.
Isso é exatamente o que se deve fazer com o álcool. Trate de limpar (o álcool) com os impostos,
sanatórios, cárceres, e reformatórios. A única decisão que tem de fazer é cortar a fonte de sustento.
11. É UM COVARDE E UM LADRÃO
O demônio do licor ataca a noite. Briga na escuridão e assassina aos que não pode condenar. Ataca
a feminidade e a infância. A licoreira ou bar são um covarde, é um ladrão; não é um inimigo do qual
podemos defender-nos na corte, não é um inimigo qualquer, que simplesmente rouba seu dinheiro.
Este rouba sua hombridade, o deixa nas garras da pobreza, e tira suas amizades.
Rouba sua família, empobrece seus filhos, e traz insanidade e suicídio. Tirará a mesma camisa,
roubará o baú de uma criança morta, e tirará a última migalha de pão da mão de crianças famintas.
Tirará o último pedaço de lenha, e o último centavo de seu bolso; e logo o mandará para casa com
olhos chorosos e com seu corpo cambaleando para ver sua esposa e filhos. Tirará a virtude da sua
filha.
É o mais sujo e baixo, e o mais condenável negócio que já saiu do inferno. É um infiel. Não tem fé
em Deus. Não tem nenhuma religião. Fecharia todas as igrejas na terra. Penduraria seus anúncios de
cerveja nos altares abandonados. Enche as prisões e as penitenciárias. Odeia o céu, odeia o amor, e
burla a virtude, põe em tentação a paixão. Sua canção é o som das sirenes policiais e de
ambulâncias. Seus sermões são uma coleção de contos vis e sujos. Põe um manto sobre a esperança
deste mundo, e a esperança do porvir. Suas mesas estão cheias das mais vis literaturas.
12. A LICOREIRA OU BAR FAZEM MENTIR.
Promete alegria, e manda tristeza. Promete boa saúde, e causa enfermidade. Promete prosperidade,
e manda adversidade. Promete felicidade, e manda miséria. Sim, manda o esposo para casa com
mentiras nos lábios; e o rapaz a sua casa com a mentira em seus lábios a sua mãe; e faz com que o
empregado minta a seu patrão. É o pior inimigo de Deus e, melhor amigo do Diabo.
Setenta e cinco por cento da impureza vem do boteco ou licoreira. Não perdoa a juventude nem a
velhice. Espera com um pano sujo para receber um bebê neste mundo. Aponta a pistola do ladrão.
Põe a corda ao alcance das mãos dos mafiosos. É o anarquista do mundo. Sua bandeira vermelha e
suja está tingida com sangue inocente de mulheres e crianças, sim, é um assassino! Cada complô
anarquista contra o governo e a lei, nação saiu da licoreira para condenar os países. Cada ano,
milhões de nossos jovens entram nos bares e começam uma carreira pública para o inferno.
13. LIBERDADE PESSOAL
Conhece alguém que foi morta porque não bebeu? Conhece alguém que matou sua esposa porque
bebeu café demais? A licoreira é uma empresa de assassinato e de veneno. A única diferença entre
um bar refinado e outro de classe baixa é que um cheira mal e a outra fede.
Nestes dias a pergunta mais popular de ter ou não ter licoreiras se apresenta quase em qualquer
comunidade Ouve-se bastante sobre a chamada "liberdade pessoal." Estas são palavras finas e soam
de primeira classe, mas quando se analisam a luz do sentido comum, descobre-se que significam o
seguinte: "Liberdade Pessoal" é para o homem que, se tiver a inclinação e o preço, se pode levantar
um bar e encher tanto de licor vermelho, que é transformado por esse tempo a um néscio
irresponsável, perigoso, e fedido.
Mas, “liberdade pessoal" não é para sua esposa paciente, que tem que agüentar com força
necessária, seus golpes e maldições; nem tampouco é para seus filhos, os quais tentam escapar de
sua raiva, e aos quais tem roubado toda alegria e privilégio da infância, e muitas vezes crescem em
negligência, sem cuidado e imorais como resultado do exemplo que foi dado.
"Liberdade Pessoal" não é para o cidadão sóbrio e industrial, que, de seu proceder de trabalho duro
e conduta ordenada, tem que pagar, voluntariamente ou involuntariamente, os recibos de impostos
que se ajuntam pelo resultado direto da bebedeira, desordem e pobreza, antecedentes escritos nos
arquivos de cada estação de polícia e lar de nome caridade na terra.
Nem é tampouco a “liberdade pessoal” para a boa mulher que vai através da cidade e se arrisca a ser
baleada por um bêbado enlouquecido.
14. OS CRIMINOSOS
Estive nos cárceres e penitenciárias e me encontrei com todos os criminosos por causa do álcool.
Um me disse: "Sim, Bill, eu disparei a pistola." Outro disse: “Sim, eu matei minha esposa." Outro
disse: "Sim, eu matei meu amigo. Estou esperando que me coloquem na cadeira elétrica."
E segue uma procissão interminável disso. Há cem e cem de órfãos por causa do álcool nos Estados
Unidos, o suficiente para dar a volta ao mundo três vezes. Até que haja sobriedade e alegria sobre
nossa terra algum dia, poderemos ser como uma nação livre e sóbria e cantar: “Meu país é teu, terra
doce de liberdade, é de ti de quem canto".
Os bares prejudicam negócios legítimos como disse um amigo meu: “Lhe coça a garganta,
prejudica seus órgãos vitais, inflama o estômago, e mete os pregos ao caixão." Os mercadores saem
ganhando pela era seca do álcool. Estamos jogando dinheiro no buraco do licor que deveria
ser gasto em farinha, carne e roupa.
15. VOTA PELOS BARES?
Perguntei a um homem:
"Você é membro de uma igreja?"
"Sim, sou!”
"Aonde vai?"
“Vou ao céu. "
“Vota a favor das licoreiras?"
"Sim.”
"Então deveria ir ao inferno!”
Se o homem que toma licor for ao inferno, o homem que vota pelos bares, e o que vendeu o licor,
deveriam ir ao inferno também. Se o homem que toma o licor, for ao inferno, o homem que vendeu
for ao céu, então, o pobre bêbado terá o direito de parar a beira da condenação eterna, levantar sua
mão para o Todo-poderoso e dizer: "Injusto! Injusto!”.
Se você vota 'por esse negócio sujo, você deveria ir ao inferno. Alguém diz: "Se fecham os bares, os
edifícios ficarão vazios."
O que prefere? Edifícios vazios ou cárceres, penitenciárias, e hospitais cheios? O que anda mal em
nossos países?
As empresas de licor nos Estados Unidos têm que ter 7% de um milhão de rapazes ou fechariam
suas portas. E isto é o que contesta o que vende licor: "Não tenho um só interesse nos rapazes. Ao
inferno com os rapazes."
Pergunto as empresas de licor: "Qual é teu produto acabado?" Homens baixos. Delirados, caindo, e
o lixo da terra de Deus que caiu no piso e não se tem podido levantar. Vete os cárceres; Vete aos
sanatórios mentais e as penitenciárias e aos hospitais! Ali se encontrará o produto final do teu sujo
negócio. É o pior dos negócios deste lado do inferno.
Sinto-me como o homem ancião em Tenesse que ganhava a vida pegando cascavel. Pegou uma
cascavel que tinha catorze guizos e a guardou em uma caixa com um vidro em cima.
Um dia quando ele estava cortando lenha, seu filho de cinco anos de idade, Jim, tirou o vidro de
cima. A cobra saiu e o mordeu no rosto. O menino rapidamente correu para seu pai e disse: "A
cobra me mordeu."
O pai matou e cortou em pedaços a cobra e com uma navalha cortou o rosto da criança para extrair
o veneno. O pai angustiado observava como o pequeno Jim pouco a pouco se dilatavam as pupilas e
como seu corpo se inchava repentinamente. Finalmente Jim morreu. O pai tomou em seus braços, e
o levou para a cobra e de joelhos exclamou: "Oh Deus meu, não daria a mim o pequeno Jim, nem
por todas as cobras de cascavel que jamais viu!"
E eu não daria nenhum jovem por todo o dinheiro que você tira do negócio infernal do licor!
PROVISÃO OPORTUNA
Hudson Taylor
"A vida do homem não consiste na abundância dos bens que possui"
(Lucas 12:15).
Frequentemente nosso Deus deixa o seu povo em dificuldades com o fim de que eles possam
conhecê-lo, pois, não poderiam fazê-lo de outra forma. Então Ele se revela como "nosso pronto
auxílio nas tribulações", e nos alegra verdadeiramente o coração em cada nova manifestação da
fidelidade de um Pai. Nós que só vemos uma parte tão pequena das doces conseqüências das
provas, frequentemente sentimos que não as teríamos perdido por nada; quanto mais bendizemos e
magnifiquemos seu nome quando todas as coisas ocultas são trazidas à luz!
No Outono de 1857, justo um ano depois que estabelecí-me em Ningpo, ocorreu um pequeno
incidente que fez muito para fortalecer nossa fé na ternura e no cuidado permanente de Deus.
Um irmão no Senhor, o Rev. John Quarterman, da Missão Americana Presbiteriana do Norte, foi
acometido de uma forte varíola, e foi meu triste privilégio cuidá-lo na sua penosa enfermidade até
seu fatal término. Quando tudo acabou, foi necessário jogar as roupas utilizadas em seu tratamento,
por medo de transmitir a infecção a outros. Não tendo dinheiro suficiente para adquirir o necessário
para fazer esta troca, a oração foi o único recurso. O Senhor respondeu pelo inesperado arribo de
uma caixa perdida há tempo com roupas desde Swatow, esta havia permanecido ao cuidado do Rev.
William Burns quando o deixei para Shangai, no início do verão do ano anterior. O arribo das
coisas justo nesta crise foi tão apropriado como notável, e trago uma doce percepção da provisão do
Pai.
Aproximadamente dois meses mais tarde foi escrito o seguinte:
18 de Novembro de 1857
Muitos pensam que sou muito pobre. Isto certamente está correto em um sentido, mas agradeço a
Deus que somos "como pobres, mas rico em muitas coisas; como não tendo nada, mas possuindo
tudo." E meu Deus suprirá toda minha necessidade, a Ele seja toda a glória. Eu não seria se pudesse
ser, outra coisa que sou eternamente do Senhor, e usado como um canal de benção para outros.
O sábado 4 de novembro, chegou nosso correio habitual. Essa manhã ministramos, como sempre,
um desjejum para os pobres, que vieram num número de setenta. Às vezes não são mais que
quarenta, às vezes superam os oitenta. Eles vem à nós todos os dias exceto no Dia do Senhor,
porque então não podemos atendê-los e além do mais realizar todos nossos deveres. Bem, nessa
manhã de sábado pagamos todos os gastos, e nos provemos para a manhã seguinte, depois do qual
não nos restou um só dólar. Como o Senhor ia prover para segunda-feira? Não sabíamos; mas sobre
nossa prateleira penduravam duas tiras de papel escritas em caracteres chineses - Ebenézer, "Até
aqui nos ajudou o Senhor"; e Jeová-Jirê, "Deus proverá" e ele nos guardou de duvidar por algum
momento. Esse mesmo dia chegou o correio, uma semana mais pronto do que esperávamos, e o Sr.
Jones recebeu um cheque de $214. Agradecemos a Deus e tomamos ânimo. O cheque foi levado a
um comerciante e ainda que usualmente tenha uma demora de vários dias para obter a troca, desta
vez ele disse: "Envia-o na segunda-feira". Enviamos, e ainda que ele não possa comprar tudo com
os dólares, nos deixou setenta na conta; assim tudo esteve bem. Oh, como é doce viver assim
diretamente dependentes do Senhor, que nunca falha!
Na segunda-feira os pobres tiveram seu desjejum como sempre, porque não os havíamos dito que
não viessem, estando seguros de que esta era a obra do Senhor, e que o Senhor proveria. Não
podíamos evitar que nossos olhos se enchessem de lágrimas de gratidão quando vimos supridas não
só nossas próprias necessidades, senão a da viúva e do órfão, do cego e do coxo, o que não tem
amigos e o desamparado, abastecidos juntos pela generosidade daquele que alimenta os corvos.
"Engrandecei a Jeová comigo, e louvemos seu nome a uma... Provai e vede que o Senhor é bom:
Bem-aventurado o homem que nele confia. Temei a Jeová, vós seus santos; Porque não há falta para
os que o temem. Os leõezinhos necessitaram, e tiveram fome; Mas os que buscam a Jeová, não
terão falta de nada" e se não for bem, para que querer?
Contudo $200 não podem durar para sempre, e para o dia de ano novo as provisões de novo
estavam reduzindo. Finalmente, o 6 de Janeiro de 1858, só ficou um solitário efetivo - a vigésima
parte de uma ínfima parte- na possessão conjunta do Sr. Jones e eu; mas ainda que provados
olhamos uma vez mais para Deus para que manifestasse seu gracioso cuidado. Em casa se
encontrava provisão suficiente para suprir um magro desjejum; depois do qual, sem ter nenhuma
comida para o resto do dia, nem dinheiro para comprar nada, só podíamos recorrer Àquele que foi
capaz de suprir todas nossas necessidades através da oração, "Dai-nos hoje o pão de cada dia."
Depois de orar e decidir pensamos que talvez devêssemos dispor de algo que possuíssemos para
satisfazer nossas necessidades imediatas. Embora olhando ao redor não víssemos nada do que
pudéssemos desprender-nos bem, e pouco que os chineses comprariam por dinheiro em efetivo.
Poderíamos haver tido crédito em alguma medida, poderíamos ter empregado este cuidadosamente,
mas sentíamos que isso era inescritural, assim como incompatível com a posição em que estávamos.
Tínhamos, verdadeiramente, um artigo - uma estufa de ferro - que sabíamos que os chineses
comprariam rapidamente; mas lamentávamos muito a necessidade de separar-nos desta. Finalmente,
sem embargo, fomos aos fundadores, e depois de caminhar certa distância chegamos ao rio, no que
intentamos cruzar por meio de uma ponte flutuante de botes; mas aqui o Senhor fechou nosso
caminho. A ponte tinha sido levada durante a noite anterior, e o rio poderia ser passado somente por
meio de uma balsa, cuja tarifa era de duas moedas chinesas por pessoa. Como só possuíamos uma,
nosso curso claramente era retornar e esperar a intervenção de Deus a favor de nós.
Depois de chegar em casa, vimos que a Sra. Jones tinha ido com as crianças comer na casa de uma
amiga, de acordo com um convite aceito previamente alguns dias antes. O Sr. Jones, embora
estivesse incluso no convite, recusou ir agora e deixar-me comer sozinho. Então nos pusemos a
trabalhar e buscar cuidadosamente nos armários da cozinha; e embora não tivesse nada para comer,
encontramos um pequeno pacote de cacau, que, com um pouco de água quente, nos reanimou.
Depois deste novamente clamamos ao Senhor em nosso apuro, e o Senhor ouviu e nos salvou de
todas nossas angústias. Enquanto estávamos sobre nossos joelhos chegou uma carta da Inglaterra
contendo alguma coisa.
Esta oportuna provisão não só satisfez a necessidade imediata e urgente do dia; porque na plena
confiança de que Deus, de quem éramos e a quem servíamos, não envergonharia aqueles cuja
verdade completa e única estava nele, meu casamento havia sido preparado previamente para tomar
lugar só catorze dias depois desta data. E esta expectativa não foi desiludida; porque "os montes se
moverão, e os firmamentos tremerão; mas não se apartará de ti minha misericórdia, nem o pacto da
minha paz vacilará." E embora durante os anos subseqüentes nossa fé fosse posta à prova
frequentemente, e às vezes severamente, ele sempre se mostrou fiel à suas promessas, e nunca
permitiu que carecêssemos de qualquer coisa boa.
"E se não fosse boa, para que a queríamos?"
PECADORES NAS MÃOS DE UM DEUS IRADO
Jonathan Edwards
"A seu tempo seu pé resvalará"
(Deuteronômio 32:35).
Neste versículo a vingança de Deus ameaçava os israelitas ímpios e incrédulos, que eram o povo
visível de Deus, e quem viveram sob os meios da graça; mas quem não obstante todas as obras
maravilhosas de Deus para com eles permaneceram (como diz o v.28) desprovidas de conselhos,
não tendo entendimento. De todos os cultivos do céu, colheram a luz frutos amargos e venenosos;
como nos dois versículos que precedem o texto. A expressão que escolhi para meu texto, a seu
tempo seu pé resvalará, parece indicar as seguintes coisas com respeito ao castigo e destruição a que
estão expostos estes ímpios israelitas.
Estão sempre expostos a destruição; como alguém que permanece ou caminha em lugares
escorregadios está sempre exposto a queda. Isto está implicado na maneira da sua destruição
quando vem à eles, estando representada por seus pés resvalando. O mesmo é expresso no Salmo
73:18. "Tu certamente os põe em lugares escorregadios e os fazes cair em destruição."
Implica que estiveram sempre expostos a uma rápida destruição. Como o que caminha em lugares
escorregadios está exposto em cada momento a cair, não pode dizer se no seguinte momento
permanecerá de pé ou cairá; e quando cai, cai de supetão sem advertência, o qual está também
expresso no Sal. 73:18-19. "Tu certamente os põe em lugares escorregadios e os fazes caie em
destruição. Como ficam de súbitos assolados!".
Outra coisa implicada é, que estão expostos a cair por eles mesmos, sem serem lançados por terra
pela mão de outro; como aquele que caminha em solo escorregadios não necessita de outra coisa do
que seu próprio peso para cair.
A razão pela qual não caem, todavia, nem caem agora, é somente porque o tempo designado por
Deus não é chegado. Porque diz que quando esse esperado tempo, ou momento designado chegue,
seus pés resvalarão. Logo se deixarão cair, da maneira em que estão inclinados a isso por seu
próprio peso. Deus não os sustentará mais nestes lugares escorregadios, senão que os deixará ir; e
logo, nesse mesmo instante cairão em destruição; como aquele que se encontra em solos inclinados
e escorregadios, ou na beira de um abismo, que não pode manter-se firme por si só; quando se deixa
sem apoio imediatamente cai e se perde.
A observação destas palavras nas que vou insistir agora é esta: "Não há outra coisa que mantenha os
homens ímpios fora do inferno em todo momento que o mero agrado de Deus." Pelo mero agrado
de Deus quero expressar seu prazer soberano, sua vontade arbitrária, não é restringida por nenhuma
obrigação, nem impedida por nenhuma dificuldade, nem outra coisa; como se a pura vontade de
Deus não tivesse em nenhum momento, em menor grau, ou em nenhum outro aspecto, nenhum
lugar na preservação dos ímpios. A verdade desta observação parece considerar o seguinte:
Deus não deseja em nenhum instante mostrar seu poder lançando os ímpios no inferno. As mãos
dos homens não podem ser fortes quando Deus se levanta; o mais forte não tem poder para resisti-
lo, nem pode livrar-se de suas mãos. Ele não só é capaz de lançar os ímpios no inferno, senão que
pode fazê-lo facilmente. Algumas vezes um príncipe se encontra com dificuldade de sujeitar um
rebelde que encontrou meios para fortalecer-se a si mesmo, e se fez forte pelo número de seus
seguidores. Embora não é assim com Deus. Não há fortaleza que se defenda contra o poder de
Deus.
Ainda que com uma mão, e uma vasta multidão dos inimigos de Deus se combine e associe, são
facilmente quebrados em pedaços. São como grandes montões de palha ante o redemoinho; ou
grandes quantidades de restolho seco ante as chamas devoradoras. É fácil pisotear e amassar um
verme que vemos arrastar-se na terra; também é fácil para nós cortar ou queimar uma linha fina que
agarre a qualquer coisa; assim é fácil para Deus, quando lhe agrada, lançar seus inimigos no
inferno. O que somos nós para que permaneçamos de pé frente a ele, ante cuja repreensão a terra
treme, e as rochas são arremessadas?
Eles merecem ser lançados no inferno; de maneira que a justiça divina se encontra no caminho, não
há objeção eficaz contra o uso do poder de Deus para destruí-los. Antes, pelo contrário, a justiça
clama fortemente por um castigo infinito de seus pecados. A justiça divina diz da árvore que dá luz
as uvas de Sodoma, "corta-o, para que inutilize também a terra?" (Lc. 13:7). A espada da justiça
divina está em cada momento agitada sobre suas cabeças, e não é outra coisa que a misericórdia
arbitrária e a pura vontade de Deus que a detém.
Eles já estão sob uma sentença de condenação ao inferno. Não só merecem justamente ser lançados
ali, senão que a sentença da lei de Deus, essa regra eterna e imutável de justiça que Deus fixou entre
Ele e a humanidade, tem ido contra, e permanece contra; de maneira que já estão dispostos para o
inferno. "Ele que não crê, já tem sido condenado" (João 3:18). De modo que cada não convertido
pertence propriamente ao inferno; esse é seu lugar. "Vós sois de baixo" (João 8:23), e ali estais
atados; é o lugar que a justiça, a palavra de Deus, e a sentença de sua lei imutável lhes tem
designado.
Eles agora são os objetos dessa mesma raiva e ira de Deus que é expressa nos tormentos do inferno.
E a razão pela qual não descem ao inferno em qualquer momento, não é porque Deus, em cujo
poder estão, não está então muito irado com eles, como está com muitas criaturas miseráveis que
agora estão sendo atormentadas no inferno, e ali sentem e experimentam o furor de sua ira. Se, Deus
está más irado com outros tantos que agora estão na terra; sim, sem dúvida está com muitos que
estão agora nesta congregação, com quem está irado com mais facilidade que com muitos dos que
se encontram agora nas chamas do inferno. Mas não é porque Deus tenha esquecido de sua
impiedade nem se ressente por eles que a razão pela que não desata sua mão e os corta. Deus não é
em conjunto como um deles, para eles sua condenação não dorme; o abismo está preparado, o fogo
já está preparado, o forno está quente, pronto para recebê-los; as chamas se inflamam e ardem. A
espada resplandecente está afiada e se sustém sobre eles, e o abismo abriu sua boca sob eles.
O diabo esta pronto para cair sobre eles e prendê-los para si; momento que Deus permitirá. Eles lhe
pertencem; ele tem suas almas em sua possessão e sob seu domínio. A Escritura os representa como
suas boas dádivas (Lc. 11:13). Os demônios os vigiam; sempre estão a sua destra por eles;
permanecem esperando por eles como leões famintos e ávidos que vêem sua presa e esperam tê-la,
mas pelo momento se retém. Se Deus retirasse sua mão, pela qual eles são restringidos, voariam
sobre suas pobres almas. A serpente antiga os olha com assombro; o inferno abre sua ampla boca
para recebê-los; e se Deus permitisse seriam apressadamente tragados e se perderiam.
Nas almas dos ímpios reinam princípios infernais que estão atualmente acesos e ardendo no inferno
de fogo se não fosse pelas restrições de Deus. Na natureza de cada homem carnal está colocado um
fundamento para os tormentos do inferno. Há esses princípios corrompidos reinando e na plena
posse deles, que são a semente do inferno de fogo. Estes princípios são ativos e poderosos,
excessivos e violentos em sua natureza, e se não fosse pela mão restrita de Deus pronto estourariam
e se inflamariam da mesma maneira que o fariam as corrupções e inimizade nos corações das almas
condenadas, e provocariam os mesmos tormentos que criam neles. As almas dos ímpios são
comparadas na Escritura ao mar em tempestade (Is. 57:20). Pelo momento, Deus restringe sua
impiedade por meio de seu grande poder, da mesma maneira que faz com as coléricas ondas do mar
turbulento, dizendo, "até aqui chegarás e não passarás;" mas se Deus retirasse esse poder
restringido, rapidamente se levaria tudo por diante. O pecado é a ruína e a miséria da alma; é
destrutiva em sua natureza; e se Deus o deixasse sem restrição não faltaria nada para fazer a alma
algo perfeitamente miserável. A corrupção do coração do homem não é moderado e ilimitada em
sua fúria; e embora o ímpio vivesse aqui seria como um fogo contido pelas restrições de Deus, que
se fosse deixado em liberdade atacaria com fogo o curso da natureza; e já que o coração é agora um
montão de pecado, de não ser restringido, imediatamente converteria a alma em um forno ardente,
ou em um forno de fogo e enxofre.
Não é seguro para os ímpios que em nenhum momento tenha em mãos meios visíveis da morte. Não
é seguro para um homem natural que está agora com saúde veja a hora de partir deste mundo por
um acidente, nem que tenha algum perigo visível em nenhum aspecto em suas circunstâncias. A
experiência múltipla e contínua do mundo em todas as idades mostra que não há evidência de que
um homem não está a margem da eternidade, e de que o próximo passo não seja em outro mundo. O
invisível, o esquecimento de modos e meios pelas que as pessoas saem subitamente do mundo são
inumeráveis e inconcebíveis. Os homens não convertidos caminham sobre o abismo do inferno em
um telhado podre, e há inumeráveis lugares tão débeis neste telhado que não podem suportar seu
peso; lugares que além do mais não se vêem a simples vista. As flechas da morte voam ao meio-dia
sem serem vistas; a vista mais aguda não as pode discernir. Deus tem tantas maneiras diferentes e
inescrutáveis de tomar o ímpio fora do mundo e enviá-lo ao inferno, que não há nada que faça
parecer que Deus tivesse necessidade de estar a custa de um milagre, ou sair curso da sua
providência, para destruir o ímpio em qualquer instante. Todos os meios pelos que os ímpios partem
do mundo estão de tal maneira nas mãos de Deus, e tão universal e absolutamente sujeitos a seu
poder e determinação, que não depende senão da pura vontade de Deus que os pecadores vão em
qualquer momento ao inferno, que os meios nunca sejam usados ou estejam envolvidos no caso.
A prudência e o cuidado dos homens naturais para preservar suas próprias vidas, ou o cuidado de
outros para preservá-los, não lhes brinda segurança em nenhum momento. Disto dão testemunho a
providência divina e a experiência universal. Há clara evidência de que a própria sabedoria dos
homens não é segurança para eles quando estão frente a morte; se fosse de outra maneira veríamos
alguma diferença entre os homens sábios e políticos e os demais com respeito a sua tendência a uma
morte antes da hora e inesperada; mas como é isto de fato? "Também morrerá o sábio como o
néscio" (Ec.2:16).
Todas as lutas e maquinações que os homens ímpios usam para escapar do inferno, ao passo que
continuam rejeitando a Cristo, permanecendo assim como ímpios, não os livram do inferno em
nenhum momento. Talvez todo homem natural que ouve do inferno se adula a si mesmo de que
escapará; depende de si mesmo para sua segurança; se elogia a si mesmo no que tem feito, no que
está fazendo, ou no que intenta fazer. Cada quem dispõe as coisas em sua mente sobre como evitará
a condenação, e se engana a si mesmo planejando seu próprio bem, e pensando que seus esquemas
não falarão. Eles ouvem sem embargo que são poucos os que se salvam, e que a maior parte dos
homens que morrem até agora tem ido ao inferno; mas quem imagina que planeja melhores coisas
para seu escape que outros tem feito. Ele não pretende ir a esse lugar de tormento; diz dentro de si
que tenta tomar um cuidado efetivo, e ordenar as coisas de tal maneira que não falhe.
Embora os filhos insensatos dos homens se enganem miseravelmente a si mesmos em seus próprios
esquemas, e confiam em sua própria força e sabedoria; não confiam mais na mesma sombra. A
maioria desses que até agora viveram sob os mesmos meios da graça e morreram, foram sem dúvida
ao inferno; a razão não é que eles não eram tão sábios como os que agora estão vivos; não foi
porque não planejaram coisas que asseguraram seu escape. Se pudéssemos falar com eles, e
perguntar, um a um, se eles esperavam quando estavam vivos e quando ouviam falar acerca do
inferno que seriam objetos dessa miséria, indubitavelmente escutaríamos um por um contestar:
"Não, eu nunca pretendi vir aqui; tinha disposto as coisas de outra maneira em minha mente; pensei
ter planejado o bem para mim; projetei um bom modelo. Intentei tomar um cuidado eficaz; mas
veio sobre mim inesperadamente. Não esperava nesse momento e dessa maneira; veio como um
ladrão. A morte me enganou. A ira de Deus foi demasiadamente rápida para mim. 0h! minha
maldita insensatez! Estava-me enganando e agradando com sonhos vãos acerca do que eu teria mais
além; e quando me encontrava dizendo, “paz e segurança, veio sobre mim destruição repentina."
Deus em nenhum momento se pôs sob nenhuma obrigação por alguma promessa que tenha dado, de
manter o homem natural fora do inferno. Certamente Deus não deu promessas acerca da vida eterna
ou de alguma libertação ou preservação da morte eterna, senão aquelas que estão contidas no pacto
da graça, as promessas são sim e Amém. Embora certamente aqueles que não são filhos do pacto,
que não crêem em nenhuma das promessas, não tem interesse nas promessas do pacto da graça, e
não tem interesse no Mediador do pacto. De maneira que, ainda que alguém tenha tido imaginações
e pretensões acerca das promessas feitas a homens naturais que buscam com sinceridade, é claro e
manifesto que não importa as dores que um homem natural sofra na religião, nem as orações que
faça, até que não creia em Cristo, Deus não está de nenhuma maneira na obrigação de livrá-lo em
nenhum momento da destruição eterna. De maneira que assim for que os homens naturais estão
voltados pela mão de Deus sobre o abismo do inferno; tem merecido o terrível abismo, e já estão
sentenciados a ele; Deus tem sido terrivelmente provocado, sua ira é tão grande para com eles como
aqueles que estão atualmente sofrendo as execuções da fúria da sua ira no inferno, e não tem feito
nada para apaziguar ou diminuir essa raiva, nem Deus está atado a nenhuma promessa de perdoá-los
em nenhum momento.
O diabo está esperando por eles, o inferno está aberto para eles, as chamas acesas e cintilam ao seu
redor, os capturarão e os tragarão; o fogo contido em seus corações está lutando para estourar; e eles
não tem nenhum interesse em nenhum mediador; não há meios ao alcance que possam servir de
segurança. Em resumo, não tem refúgio, nada de que aferrar-se; tudo que os preserva em todo
instante é a pura vontade e a paciência não obrigada de um Deus encolerizado.
APLICAÇÃO
Este terrível tema pode ser útil para despertar algumas pessoas não-convertidas nesta congregação.
Isto que ouviu é o caso de que cada um de vocês que se encontra fora de Cristo. Esse mundo de
miséria, esse lago de enxofre ardente se estende sob ti. Ali está o espantoso abismo das chamas
ardentes da ira de Deus; ali está a boca larga do inferno aberta; e não tem nada sobre que
permanecer em pé, nem nada onde agarrar; não há nada entre ti e o inferno senão só o ar; é tão só o
poder e o puro prazer de Deus que te suporta.
Possivelmente não era sensível a isto; se vê fora do inferno, mas não vê a mão de Deus nisso; mas
contempla outras coisas, como o bom estado da tua constituição corporal, o cuidado da tua própria
vida, e os meios que usa para tua preservação. Contudo verdadeiramente estas coisas não são nada;
se Deus retirasse sua mão, elas não te beneficiariam quanto a evitar tua queda, o que faz o delicado
fio ao sujeitar uma pessoa que se suspende nele.
Tua impiedade te faz como se fosse tão pesado como o chumbo, e te dirigirá para baixo com grande
peso e pressão direto ao inferno; e se Deus te deixasse cair, imediatamente te submergiria e
rapidamente desceria dentro do golfo sem fundo; e tua constituição saudável, e teu próprio cuidado
e prudência, e teu melhor plano, e toda tua justiça, não teriam mais influência para sujeitar e livrar
do inferno, que uma teia de aranha pode fazer para frear uma pedra ao cair.
De não ser pelo soberano agrado de Deus, a terra não te sustentaria um instante porque era uma
carga para ela. A criação geme contigo; a criatura está sujeita a escravidão de tua corrupção, não
para te ajudar voluntariamente a servir ao pecado e a Satanás; a terra não produz seu incremento
voluntariamente para satisfazer tuas paixões; nem é voluntariamente um cenário sobre o que tuas
impiedades atuam; o ar não te serve voluntariamente para manter a chama de vida de teus órgãos
vitais, ao passo que passa tua vida a serviço dos inimigos de Deus. As criaturas de Deus são boas, e
foram afeitas para que o homem servisse a Deus com elas, e para que não servissem
voluntariamente a nenhum outro propósito, e para que gemessem quando fossem usadas para
propósitos tão diretamente contrários a sua natureza e fim. O mundo te vomitaria de não ser pela
mão soberana daquele que o tem sujeitado em esperança. As negras nuvens da ira de Deus estão
agora flutuando diretamente sobre suas cabeças, cheias de terríveis tormentas e trovões; a não ser
pela mão restritiva de Deus tivessem arrebentado imediatamente sobre ti. O prazer soberano de
Deus, pelo presente, detém seu vento agitado; de outro modo viria com fúria, e tua destruição
chegaria como redemoinho. Seria como a palha pequena no solo depois de ser debulhada no verão.
A ira de Deus é como a água contida em uma grande represa, que cresce mais e mais com a chuva e
que enquanto conter mais água mais rápido e poderoso será seu curso quando forem rompidas.
É verdade que o juízo contra tuas obras perversas não tem sido executado todavia; os dilúvios da
vingança de Deus tem sido retidos; mas tua culpa entretanto está constantemente aumentando, e
está cada dia acumulando mais ira; as águas estão aumentando constantemente, e crescendo mais e
mais poderosas; e não há nada fora do puro agrado de Deus que refreia as águas, as quais não
querem ser detidas, e pressionam duramente para ir adiante. Se Deus tão somente retirasse sua mão
da comporta, se abriria imediatamente, e os terríveis dilúvios do furor e ira de Deus empurrariam
com fúria inconcebível, e veria sobre ti com poder onipotente; e se tu fosses dez mil vezes maior do
que é, sim, dez mil vezes maior que a força do mais corpulento e robusto diabo no inferno, não
serias nada para resisti-la ou suportá-la.
O arco da ira de Deus está encurvado e a flecha pronta na corda, e a justiça dirige a flecha ao teu
coração, e estica o arco, e não é outra coisa que o mero prazer de Deus, e o que um Deus irado que
sem nenhuma promessa e obrigação de tudo, retém a flecha de embriagar-se com teu sangue. Assim
tudo o que você nunca passou por uma grande mudança de coração, pelo grande poder do Espírito
de Deus sobre suas almas; todos vocês que nunca nasceram de novo, nem foram feitos novas
criaturas, nem tem sido levantados da morte no pecado a um novo estado, nem experimentaram a
luz e a vida, estão nas mãos de um Deis irado. Embora tenham reformado suas vidas em muitas
coisas, e tinham afeições religiosas, e puderam manter certa forma de religião com seus familiares e
vizinhos, e ainda na casa de Deus, não é outra coisa que Sua mera paciência que os preserva de
serem consumidos pela destruição eterna. No importa quão pouco convencidos estejam agora da
verdade que ouvem, a seu tempo estarão plenamente convencidos dela. Aqueles que partiram
estando nas mesmas circunstâncias em que estão vocês, vêem que assim foi com eles; porque a
destruição veio bruscamente sobre a maioria deles; quando não a esperavam, e enquanto estavam
dizendo, “paz e segurança”. Agora vêem que essas coisas nas que dependiam para a paz e a
segurança, não eram mais que um fino fio e uma sombra vazia. O Deus que te sustém sobre o
abismo do inferno, tem sido terrivelmente provocado mais que um que sustém uma aranha, ou
qualquer inseto asqueroso sobre o fogo, te aborrece. Sua ira para contigo se acende como fogo; se
vê como digno, mas não para outra coisa que para ser lançado no fogo; é tão puro de olhos que não
pode manter a sua vista; é dez mil vezes mais abomináveis a seus olhos que a serpente venenosa
mais odiada é aos nossos. O ofendeu infinitamente mais do que um rebelde obstinado ofende o seu
príncipe; e sem embargo, não é outra coisa que sua mão que te sustém de cair no fogo em qualquer
momento. Não deve ser atribuído a ninguém mais que não tenha ido ao inferno na última noite; que
sofreu outra vez o despertar neste mundo, depois de ter fechado os olhos para dormir. E não há
outra razão do porque não tem caído no inferno desde que levantou na manhã, que o fato de que a
mão de Deus te sustenta. Não há outra razão que dar do porque não foi ao inferno, desde que sentou
aqui na casa de Deus, provocando seus olhos puros por teu modo pecaminoso e ímpio de atender a
sua solene adoração. Se não há outra coisa que dar como razão de por que não cai no inferno neste
preciso momento. Oh, pecador, considera o terrível perigo em que está. É sobre um forno de ira, um
abismo grande e sem fundo, cheio do fogo da ira, que está suportado pela mão de Deus, cuja ira foi
provocada e inflamada contra ti, como muitos dos que estão condenados no inferno. Pendurado por
um fio, com as chamas da ira divina cintilando redor, e prontas em todo momento para chamuscá-lo
e queimá-lo; e não tem interesse nem por um instante em nenhum Mediador, nem em nada que
assegure para salvar a ti mesmo, nem para livrar das chamas da ira. Nem sequer há algo em ti, nada
do que tenha feito e nem pode fazer, para induzir a Deus a perdoá-lo. Por isso te peço que considere
os seguintes pontos do modo mais particular:
Veja de quem é a ira. É a ira de um Deus infinito. Se fosse somente a ira de um homem, embora
fosse a do príncipe mais poderoso, seria comparativamente pequena para ser considerada. A ira dos
reis é muito mais terrível especialmente a dos monarcas absolutos, que tem as possessões e as vidas
de seus súditos inteiramente em seu poder para dispor delas a sua mera vontade. "Como rugido do
leão é o terror do rei; o que te enfurece peca contra si mesmo" (Pv.20:2). O súdito que se enfurece
muito contra um príncipe arbitrário está exposto a sofrer os tormentos mais extremos que a arte
humana pode inventar ou que o poder humano pode infligir. Embora as maiores potestades terrenas,
em sua maior majestade e força, quando estão vestidos de seus maiores terrores, não são mais que
vermes e depreciáveis da terra em comparação ao Grande e Todo-poderoso Criador e Rei do céu e
da terra. É na realidade pouco o que eles podem fazer no momento em que eles estão mais
enfurecidos, e quando tem exercido o extremo de sua fúria. Todos os reis da terra são como
gafanhotos diante de Deus; são nada e menos que nada; tanto seu amor como seu ódio é reduzido
em pouco. A ira do grande Rei dos reis é mais terrível que a deles, como o é sua majestade. "Mas
vos digo, amigos meus: Não temais aos que matam o corpo, e depois nada mais podem fazer.
Contudo vos ensinarei a quem deveis temer: Temei aquele que depois de haver tirado a vida, tem
poder de lançar no inferno; sim, vos digo, a este temei" (Luc. 12:4,5).
É a fúria de sua ira a que está exposto. Ao passo lemos da fúria de Deus; como em Is. 59:18. "Como
para retribuir com ira aos seus inimigos, e dar o pago a seus adversários." Assim também Is. 66:15.
"Porque eis aqui que Jeová virá com fogo, e seus carros como redemoinho, para descarregar sua ira
com furor, e sua repreensão com chama de fogo." E em muitos outros lugares. Também Ap. 19:15;
ali lemos "do lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso." As palavras são em extremo
terríveis. Se somente tivesse dito, "a ira de Deus," os termos implicariam algo infinitamente terrível;
mas é "o furor e a ira de Deus." A fúria de Deus! o furor de Jeová! Oh, quão terrível deve ser isso!
Quem pode pronunciar ou conceber o que estas expressões implicam em si mesmas? Além do mais,
"o furor e a ira do Deus Todo-poderoso." Como se tivesse uma grande manifestação de seu poder
onipotente no que o furor de sua ira realiza; como se a onipotência estivesse encolerizada e exercida
de tal maneira que os homens não possam exercer sua força contra o furor de sua ira. Oh! Então,
qual será a consequencia! Que será daqueles pobres vermes que a sofrerão! Quem terá mãos fortes
para isto? Que coração a poderá resistir? A que terrível, indescritível, inconcebível profundidade de
miséria está submergida a pobre criatura que esteja sujeita a isto! Considera isto, você que está aqui
presente, e ainda permanece em um estado não regenerado. Que Deus executará o furor de sua ira,
implica, que Ele infligirá sua ira sem piedade. Quando Deus observa a extremidade inefável de teu
caso, e vê que teu tormento está tão vastamente desproporcional a tua força, e vê como tua pobre
alma é moída, e se funde como se estivesse em trevas infinitas; não terá compaixão de ti, não
conterá as execuções de sua ira, e nem sequer aliviará sua mão não terá moderação nem
misericórdia, não apaziguará seu vento agitado; não terá cuidado do teu bem-estar, nem será em
nenhum sentido cuidadoso, ao menos que sofra muito em qualquer outra maneira, o que sofreria
com o que a justiça estrita requer. Nada será retido pelo fato de que seja demasiadamente forte de
sofrer. "Pois também eu procederei com furor; não perdoará meu olho, nem terei misericórdia; e
gritarão a meus ouvidos com grande voz, e não os ouvirei (Ez. 8:18). Agora Deus está preste a ter
piedade de ti; este é um dia de misericórdia; pode gritar agora com o alento de obter misericórdia.
Mas quando o dia de misericórdia passar, teus gritos e gemidos de lamento e dor serão em vão;
estará inteiramente perdido e distante de Deus, como para que ninguém se interesse em teu bem-
estar. Deus não terá outra coisa que fazer contigo que por você a sofrer miséria; não continuará em
existência para outro fim que não seja esse; porque será um vaso de ira preparado para destruição; e
não fará outro uso para este vaso, que ser enchido da plenitude da ira. Deus estará tão distante de ter
piedade de ti quando gritar, que se diz que somente "rirá e zombará" (Pv. 1:25,26). Quão terríveis
são essas palavras, as quais procedem do grande Deus, "os pisei com minha ira, e os desprezei com
meu furor; e seu sangue salpicou meus vestidos, e manchei todas minhas roupas" (Is. 63:3). É talvez
impossível conceber outras palavras que expressem com mais clareza a idéia de desprezo, ódio, e
fúria de indignação. Se clamas a Deus para que tenha piedade de ti, Ele estará tão longe de fazer tal
coisa em teu doloroso caso, ou de mostrar nenhum cuidado ou favor, que, em lugar dele, te calcará
sob seus pés. E todavia saberá que não poderá aliviar o peso da onipotência sobre ti, não terá
consideração, senão que te esmagará sob seus pés sem misericórdia; fará voar teu sangue ao te
moer, e salpicará sobre seus vestidos, de tal maneira que manchará todas suas roupas. Não só te
odiará, senão que te terá sob o desprezo mais extremo; não fará outro lugar mais adequado para ti
que o estar sob seus pés, ser pisoteado como a lama das ruas.
A miséria a que está exposto é aquela que Deus infligirá com o fim de mostrar o que a ira de Jeová
é. Deus tem tido em seu coração mostrar aos anjos e aos homens quão excelente é seu amor, e
também quão terrível é sua ira. Algumas vezes os reis terrenos têm em mente mostrar quão terrível
é sua ira, pelos castigos extremos que executam contra aqueles que o provocam. Nabucodonosor,
esse monarca poderoso e orgulhoso do império caldeu, esteve preste a mostrar sua ira quando se
encolerizou contra Sadraque, Mesaque e Abednego; e dessa maneira deu ordem de que o terrível
forno ardente fosse esquentado sete vezes mais de como estava. Sem dúvida, foi levantado ao grau
mais extremo do furor que a arte humana podia levantar.
Todavia o grande Deus está também preste a mostrar sua ira, e magnificar sua terrível majestade e
onipotência, nos sofrimentos extremos de seus inimigos. "E que, se Deus, querendo mostrar sua ira
e fazer notório seu poder, suportou com muita paciência os vasos de ira preparados para
destruição?" (Rm. 9:22). E vendo que este é seu desígnio, aquele que Ele determinou mostrar quão
terrível é a ira, a fúria e o furor de Jeová quando não é refreado, Ele o levará a cabo. Sucederá ante
uma testemunha que algo que será espantoso. Quando o grande Deus irado se levantou e executado
sua terrível vingança sobre o pobre pecador, e quando o miserável esteja sofrendo o peso e o poder
infinito de sua indignação, então Deus chamará o universo completo para que contemple essa
terrível majestade e onipotência que será vista nela. "E os povos serão como a cal queimada; como
espinhos cortados que serão queimados com fogo. Ouvi, os que estão distantes; e vós os que estais
perto, conhecei meu poder. Os pecadores se assombraram em Sião, espanto surpreendeu os
hipócritas" (Is. 33:12-14). Assim será com aqueles que estão em um estado de não convertido, si
continuar nele. O poder infinito, a majestade e o terrível do Deus onipotente será magnificado sobre
ti, na inefável força de teus tormentos. Será atormentado na presença dos santos anjos, e na do
Cordeiro; e quando te encontrar nesse estado de sofrimento, os habitantes gloriosos do céu irão e
verão o terrível espetáculo, para que possam ver o que é a ira e o furor do Todo-poderoso; e quando
o vir, cairão e adorarão o grande poder e majestade. "E de mês em mês, e do dia de repouso, no dia
de repouso, virão todos adorar diante de mim, disse Jeová. E sairão, e verão os cadáveres dos
homens que se rebelaram contra mim; porque seu verme nunca morrerá, nem seu fogo se apagará, e
serão abominável a todo homem" (Is. 66:23-24).
É uma ira eterna. Seria terrível sofrer este furor e esta ira do Deus Todo-poderoso por um momento;
portanto deve sofrê-la por toda a eternidade. Não terá fim para esta aguda e horrível miséria.
Quando olhar para frente, olhará uma duração infinita diante de ti, a qual tragará teus pensamentos,
e surpreenderá tua alma; e estará absolutamente desesperado de não ter libertação, de não ter fim, de
não mitigar, de não ter repouso do tudo. Conhecerá certamente que deverá consumir-te lutando
contra esta vingança toda poderosa e ausente de misericórdia durante muito tempo, muito tempo
mesmo. e quando assim o tenha feito, quando esse muito tempo tenha passado sobre ti dessa
maneira, conhecerás que isso é só o início. De maneira que teu castigo será verdadeiramente
infinito. 0h, quem pode expressar qual é o estado da alma em tais circunstâncias! Tudo o que
podemos dizer acerca disso somente da uma representação muito débil; é inexpressável e
inconcebível, porque "quem conhece o poder da ira de Deus?"
Quão terrível é o estado desses que diariamente e a cada hora estão em perigo desta grande ira e
miséria infinita! Embora esse seja o lúgubre caso de cada alma nesta congregação que, todavia não
tem nascido de novo, não importa quão moralistas, estritos, sóbrios e religiosos possam ser. Oh, se
tão só considerasse isto, seja jovem ou velho! Há razão para pensar, que há muitos agora nesta
congregação ouvindo este discurso, que eventualmente serão sujeitos desta miséria por toda a
eternidade. Não sabemos quem são, nem em que assentos estão, nem que pensamentos têm agora.
Pode que agora estão acomodados, e ouviram todas estas coisas sem muita perturbação, e estão
agora se enganando a si mesmos de que eles não são essas pessoas, prometendo também que
escaparão. Se conhecêssemos uma pessoa, só uma nesta congregação, que fosse sujeita desta
miséria, que terrível seria pensar nisso! Se soubéssemos quem é, que vista mais terrível seria o olhar
para tal pessoa! Como surgiria um grito de lamento amargo por parte do resto da congregação!
Embora haja! Quantos de vocês recordarão deste discurso no inferno! Seria um milagre se alguns
dos que estão agora presentes não se encontrarão no inferno dentro de pouco tempo, ou antes, de
que este ano termine. E não seria um milagre se algumas pessoas, das que agora estão aqui sentadas
em alguns assentos desta casa de reunião, com saúde, quietos e seguros, se encontrassem ali antes
de amanhã de amanhã. Aqueles de vocês que continuam em um estado natural, que pensam que
serão livres do inferno mais tempo, estarão ali em pouco tempo! Sua condenação não tarda; virá
velozmente, e, com toda certeza, muito prontamente, sobre muitos de vocês. Vocês têm razão ao
admirar-se de que não estão já no inferno. É duvidoso o caso de que alguns de vocês tem visto e
conhecido, que nunca mereceram o inferno mais do que vocês, e que uma vez parecessem
igualmente estar vivos como você.
Seu caso perdeu toda esperança; agora estão gritando em extrema miséria e desespero; mas vocês
estão aqui na terra dos viventes, na casa de Deus, e tem uma oportunidade de obter salvação. Que
não dariam essas pobres, condenadas e desesperançadas almas por um dia de oportunidade como o
que agora desfruta! E agora tem uma oportunidade extraordinária, um dia em que Cristo tem
amplamente aberto a porta da misericórdia, permanece ali chamando, e gritando com alta voz aos
pobres pecadores; um dia em que muitos estão unindo-se a Ele, e apressando para entrar no reino de
Deus. Muitos vêm diariamente do leste, oeste, norte e sul; muitos que estiveram ultimamente na
mesma condição miserável em que estão vocês, e que agora estão em um estado de alegria, com
seus corações cheios de amor por aquele que os amou e os lavou de seus pecados com seu próprio
sangue, e gozam na esperança da glória de Deus. Quão terrível será ser lançado de lado naquele dia!
Ver tantos festejando,enquanto te estás consumiendo e perecendo! Ver a
tantos regozijándo-se e cantando com gozo no coração, enquanto tens motivo para lamentar-te com
pena interior, e clamar a gritos com humilhação de espírito! Como podem descansar até um
momento em tal condicão? Não são suas almas tão preciosas como as almas das pessoas de Suffield
(um povo dos arredores) que estão yendo a Cristo dia após dia? Não há muitos dos senhores aqui
que tem vivido um largo tempo no mundo, e até este dia não tem nascido de novo? e são assim
estrangeiros da nação de Israel, e não tem feito outra coisa desde sua existência que atesourar ira
em contra do dia da ira?
Oh, senhores, seu caso, de uma maneira especial ,é perigoso em extremo. Sua culpa e dureza de
coracão é extremamente grande. Não vêem senhores como geralmente as pessoas de sua idade são
passados por alto e deixados em notável presente e maravilhosa dispensacão da misericórdia de
Deus? Tenham necessidade de considerarem-se os senhores mesmos, e despertar por completo do
sono. Não podem levar a carga do furor e a ira do Deus infinito. E senhores, homens e mulheres
jovens, negaram esta preciosa época que agora desfrutam, quando tantos outros de sua idade estão
renunciando a todas as vaidades juvenis, e indo a Cristo? Tens agora uma oportunidade
extraordinária; porém se a recusam, passarão como essas pessoas que gastaram todos os dias
preciosos de sua juventude no pecado, e agora tem passado por um estado de cegueira e
endurecimento. E senhores, filhos, que estão se convertendo, não sabem que vão para o inferno, e
sobrevir a terrível ira desse Deus, que agora está indignado contigo cada dia e noite? Estarão os
senhores contentes de ser filhos do diabo, quando tantos outros meninos na terra que estão se
convertendo, e tem vindo a ser os filhos santos e alegres do Rei dos reis? Que cada um que está sem
Cristo, e pendurado sobre o abismo do inferno, seja ancião ou anciã, de meia idade, jovem ou
meninos, ouvem agora os fortes chamados da palavra e a providência de Deus. Este ano aceitável
do Senhor, um dia de tanto favor para alguns, será sem sombra de dúvida um dia de notável
vingança para outros. Os corações dos homens se endurecerão, e sua culpa se incrementaria presa
em um dia como este, se negam saúde a suas almas. Nunca houve tanto perigo para estas pessoas de
ser entregues a dureza de coração e cegueira de mente. Deus agora parece estar reunindo
apressadamente a seus escolhidos de toda parte da terra; e provavelmente a maior parte dos adultos
que se salvarão, serão traídos dentro de pouco tempo, e será como o grande repartimento do Espírito
sobre os judeus nos dias dos apóstolos. Os eleitos obterão a salvação, e o resto será cegado. Se este
for teu caso, maldirás este dia eternamente, e maldirás o dia em que nasceste ao ver o tempo do
repartimento do Espírito , e desejarás ter morrido e ter ido ao inferno antes de tê-lo contemplado.
Agora, indubitavelmente, como se foi nos dias de João Batista, a fala está colocada de uma maneira
extraordinária à raiz das árvores, para que toda árvore que não dê bom fruto, seja cortado, e lançado
ao fogo. Por tanto, todo aquele que está sem Cristo, desperte agora e fuja da ira por vir. A ira do
Deus Todo Poderoso se pende agora sobre uma grande parte desta congregação. Que cada um fuja
de Sodoma: "Pense rápido e escapem por suas vidas; não olhem para trás , escapem ao monte, não
seja como os que perecem."
O TESTEMUNHO DO ESPÍRITO
Juan Wesley
"O mesmo Espírito dá testemunho a nosso espírito, que somos filhos de Deus." - Romanos 8:16.
I. POR QUE É NECESSÁRIO ESTE SERMÃO
1. Ninguém que crê nas Escrituras como a Palavra de Deus, pode duvidar da importância de uma
verdade como esta - uma verdade revesada nelas não uma vez nada. Mas, nem obscuramente, nem
de maneira acidental, senão frequentemente e em termos expressos, solenemente e com deliberado
propósito, como quer que esta verdade anuncie um dos privilégios peculiares dos filhos de Deus.
2. E se faz tanto mais necessário explicar e defender esta verdade, quanto que os perigos que
assediam a torta a direita. Se a negamos, então tem risco de que nossa religião degenera em meras
formalidades. E se a aceitamos, sem entendê-la, então não expomos a desabar nos excessos do
fanático entusiasmo. Por conseqüência, urge que expliquemos, com os argumentos e os exemplos
da Escritura e da razão, o significado desta importante verdade.
3. E esta imperiosa necessidade se acentua com o fato de que muito pouco se tem escrito com
clareza sobre este assunto, e em vez de, muito do que se tem escrito, distante de afirmar, parece
melhor desvirtuar seu significado.
O metodismo tem restituído esta doutrina
4. Toca mais diretamente aos metodistas entender, explicar e defender esta doutrina, porque ela
forma a parte muito importante do testemunho que Deus lhes tem encomendado para que o
proclamem a todo o mundo. Graças a sua especial benção sobre eles no estudo das Escrituras, e
confirmada pela experiência de seus filhos, é que tem sido restituída esta verdade, que durante
muitos anos estava quase perdida e esquecida.
II. QUE COISA É O TESTEMUNHO DO ESPIRITO
1. Por testemunho se entende a declaração de um depoimento. Segundo nosso texto, o Espírito
Santo é a pessoa que dá testemunho, ao nosso espírito, e seu testemunho é que somos filhos de
Deus.
2. Faz muitos anos manifesto que "é difícil encontrar no idioma humano, palavras adequadas para
explicar as coisas profundas de Deus". Por isso me limito a insinuar que o testemunho do Espírito
Santo é uma impressão interior da alma, por meio da qual o Espírito testifica diretamente a meu
espírito que sou filho de Deus, que Cristo Jesus me tem amado e até se entregou a si mesmo por
mim, que todos meus pecados tem sido apagados, e que eu, eu mesmo, estou reconciliado com
Deus.
3. Depois de vinte anos ponderando este assunto, não creio que tenha que modificar minhas
palavras; creio haver me expressado com suficiente clareza. Sem embargo, sem alguém encontrar
termos mais claros e mais apegados a Palavra de Deus, eu os adotaria com sumo agrado.
4. Nota-se que não quero dizer que o Espírito testifique com voz exterior, nem que sempre o faça
com voz interior (se bem que se ele assim fazê-lo. Tão pouco quero dizer que o Espírito sempre
toque o coração com uma ou mais passagens da Escritura (se bem frequentemente assim o faz). O
certo é que o Espírito obra de tal maneira na alma por sua influência imediata, ou por outra patente
a inexplicável operação direta, que o vento enfurecido se apazigua e as ondas turbulentas se
sossegam e reina doce serenidade: o coração repousa tranqüilo como nos braços do Senhor Jesus e,
o pecador recebe a clara certeza e o gozo inefável de que Deus se tem reconciliado com ele, que
todas suas iniqüidades têm sido perdoadas a apagados todos seus pecados (Salmo 32:1) .
É diferente de uma boa consciência
5. Nada pode negar que o testemunho do Espírito Santo seja realidade. O que pretendia negá-la, se
oporia abertamente a Escritura, e acusaria de mentiroso ao Deus da verdade.
6. Nem nada pode por em duvida a realidade do testemunho indireto, ou seja, o testemunho de uma
boa consciência para com Deus. A mesma Palavra de Deus ensina que todo aquele que teme o fruto
do Espírito, é filho de Deus; minha própria experiência, minha, própria consciência interior me diz
que tenho o fruto do Espírito (que é amor, gozo, paz, tolerância, benignidade, bondade, fé,
mansidão, temperança, Gálatas 5:22-23) ; por tanto, posso dizer que sou filho de Deus.
7. Por outro lado, não afirmamos que possa haver um verdadeiro testemunho do Espírito, sem o
fruto do Espírito. Pelo contrário, afirmamos categoricamente que o testemunho indireto brota do
testemunho direto, e é inseparável dele.
8. Então, o verdadeiro nervo da questão é este: realmente há um testemunho direto do Espírito
Santo, um testemunho imediato, distinto do testemunho indireto de nosso espírito, distinto da
consciência de ter o fruto do Espírito?
III. EVIDÊNCIA DA ESCRITURA E A EXPERIÊNCIA
1. Nosso texto claramente indica que este testemunho direto é uma realidade: "o mesmo Espírito dá
testemunho a nosso espírito, que somos filhos de Deus." O Espírito mesmo, o mesmo, é o que
testifica.
2. É certo que o fruto do Espírito demonstra que somos filhos de Deus. Mas que este testemunho se
apóie na convicção interior de nossa sinceridade, ou seja que se apóie na convicção exterior de
nossas boas obras, é um testemunho indireto, posto que se deduza de uma boa consciência ou de
uma conduta irrepreensível.
3. Em troca nosso texto dá a entender que há um testemunho direto. Como prova disso é o versículo
anterior: "Tens recebido o espírito de adoção, pelo que clamamos: Aba, Pai." (Romanos 8:15.)
4. E a passagem idêntica a esta confirma: "Por quanto sois filhos, Deus enviou o Espírito de seu
Filho em nossos corações. O qual clama: Aba, Pai." (Gálatas 4:6.) Não vemos claramente que este
testemunho é direto a imediato, e que não se deriva de nenhum raciocínio ou argumentacão?
5. Agora bem, este testemunho direto do Espírito é anterior ao testemunho de nosso espírito. Antes
que possamos ter consciência de que somos santos, é preciso que sejamos santos de coração e de
vida; e antes que possamos ser santos de coração e de vida, é preciso que amemos, porque o amor é
a raiz da santidade; e antes que possamos amar a Deus, é preciso que saibamos que ele nos ama, já
que "nós o amamos a ele, porque ele nos amou primeiro" (1 Jo 4:19) ; e para que saibamos que ele
nos ama, é preciso que o Espírito mesmo dê testemunho dele a nosso espírito. Vemos, pois, que
pela mesma natureza das coisas, o testemunho do Espírito Santo é anterior ao testemunho de nosso
espírito.
O argumento da experiência
6. Alguns a propósito chegam a confirmar esta doutrina a experiência dos filhos de Deus: a
experiência não de um ou de dois, nem de dez ou de cem, sim de uma grande multidão que ninguém
pode contar. E minha própria experiência, e tua própria experiência o confirmam: o Espírito mesmo
deu testemunho a nosso espírito que somos filhos de Deus, e nos deu tal segurança nele, que
imediatamente clamamos: ¡Aba, Pai! E isto foi antes que você e eu tivéssemos podido planejar o
raciocínio ou que tivéssemos tido a consciência interior de que temos o fruto do Espírito.
7. Também fortalece a experiência daqueles que começam a dar os primeiros passos ao caminho da
salvação. Se dissermos a um que se encontra ferido a convicção de pecado e que sente que a ira de
Deus está sobre ele: "Tu podes saber que éreis filho de Deus, no amor, no gozo e a paz que
experimentas em teu coração", essa pessoa imediatamente replicará: "Ao contrario, eu só sei que
sou filho do diabo, pois que amor pode haver em mim se a intenção da minha carne é inimizade
para com Deu? Que gozo pode haver em mim, se minha alma está triste até a morte? Que paz pode
haver em mim, se meu coração é um mar atormentado?"
Uma alma cansada desta agonia só pode encontrar conselho pelo testemunho do Espírito que lhe
revela que Deus justifica, isto é, que Deus perdoa, não ao justo, não ao que faz boas obras, sim ao
ímpio (Romanos 4:5 ) . Não é possível que essa alma sumida na angústia da convicção do pecado,
possa alegar obras meritórias; pela troca, o Espírito mesmo lhe dá testemunho da misericórdia de
Deus e deu muito amor com que ele a amou (Tito 3:5; Efésios 2:4); o Espírito mesmo lhe dá
testemunho de que Cristo sofreu na cruz por ela, e que o homem é justificado somente pela fé
(Romanos 3:28), que é justificado gratuitamente pela graça de Deus pela redenção que está em
Cristo Jesus (vs. 24).
8. Por maneira que ao que nega da realidade do testemunho do Espírito, nega também a verdade e a
justificação pela fé. E isto se deverá a dois motivos: ou porque nunca experimentou na realidade, ou
porque duvidou da purificação de seus antigos pecados (2 Pedro 1:9).
9. E também fortalece a uma experiência dos filhos do mundo. Muitos destes sinceramente desejam
agradar e servir a Deus; pois eles não têm convicção de que seus pecados tenham sido perdoados.
Estarão persuadidos de sua sinceridade, isto é, terão óbvios testemunhos de seu próprio espírito;
pois não podem ter consciência do perdão de seus pecados e de que são filhos de Deus. Ao
contrário, enquanto mais profunda for sua sinceridade, maior será sua inquietude espiritual.
Portanto, não é só pelo testemunho de nosso espírito, mas também; primeiramente pelo testemunho
direto do Espírito Santo, que tenhamos a certeza de que somos filhos de Deus.
IV. REFUTAÇÃO DE ALGUMAS OBJEÇÕES
1. Alguém dirá: "Não basta com a experiência, para provar que é certa uma doutrina que não se
encontra na Escritura." Mui certo; pois esta doutrina se baseia categoricamente na Escritura; a
experiência somente fortalece.
2. Porém o mesmo objetor acrescentará: "Muitos fanáticos tem professado tê-la. “E isto tem sido
assim; pois a ação de que alguns dementes afirmem ser reis, não prova que não existam reis de
verdade”. Mas porfiará: "E muitos que te dizem, tem vituperado a Bíblia." Possivelmente, sim; mas
isso não prova nada, porque há milhares de pessoas que tem dito esta experiência, e que tem a
Bíblia em mui alta estimação. E o mesmo oponente alegará: "E muitos se tem enganado a si
mesmos tão tremendamente, já que não é possível persuadi-los de seu erro." Provavelmente, sim;
pois nenhuma doutrina bíblica se desvirtua pela de que homens insensatos torçam por sua própria
destruição.
3. E, todavia alterará: "Basta, pois, com o testemunho de nosso próprio espírito." Não basta, porque
em muitas ocasiões este testemunho falta por completo, se encontra oculto pela incerteza. Em troca
o testemunho do Espírito não teme tal propósito, sendo que seu objeto é transmitido e resplandece
meridianamente, todavia este outro está nublado em seu reflexo.
4. Outro formulará esta objeção: "O testemunho do Espírito não prova genuinidade da profissão de
fé; a fé se demonstra com as obras." Em efeito, assim o é. O testemunho do Espírito não teme tal
propósito, sendo que seu objeto é transmitir ao crente a certeza do perdão de seus pecados e a
convicção de que é filho de Deus; por tanto, é anterior às boas obras. Supondo que vem depois
delas, equivaleria admitir que Deus justificasse ao homem por suas boas obras, e não pela fé em
Cristo o Salvador.
5. Também se objetará: "Em um Evangelho se lê que nosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos
que o pedirem dele (Lucas 11:13), e em outro Evangelho se lê que nosso Pai dará boas coisas aos
que lhe pedirem (Mateus 7:11); por conseguinte, o Espírito dá testemunho por meio das boas
dádivas que Deus nos dá." Pois em nenhum destes textos se menciona o ato de dar testemunho; por
conseguinte, esta objeção está fora do assunto em questão.
6. Outro contenderá: "A Escritura diz: Por seus frutos é conhecida a árvore." (Mateus 12:33.)
Evidentemente que sim; mas isto não significa que o fruto do Espírito seja dar testemunho do
Espírito. O testemunho de nosso espírito, ou seja, o testemunho indireto do fruto do Espírito
procede do testemunho direto do Espírito, e confirma; são inseparáveis, mas distintos entre si. Mas
ainda contradirá: "E o Livro de Deus não faz nenhuma referência ao testemunho direto." Admitimos
que isto seja certo no sentido de que nunca o menciona como afastado e independente em si mesmo.
O testemunho de nosso espírito sempre acompanha ao testemunho do Espírito Santo, e o confirma.
7. E, todavia controverteria: "Em troca, a Bíblia se refere constantemente ao testemunho que resulta
da transformação do coração e da vida." Nada o impugna; e este testemunho indireto confirma ao
testemunho direto do Espírito.
Três objeções
8. Outro se oporá: "O testemunho direto é inútil, porque não basta para livrarmos do perigo de cair
no erro, visto que necessita recorrer a outro testemunho a fim de comprovar sua afirmação. '' Nós
rebatemos: Deus tem unido indivisivelmente ambos testemunhos; por tanto, não podemos separá-
los, e logo contestamos que são insuficientes para sua finalidade. Justamente, para obter uma
completa certeza, e evitar toda critica ao erro, é que Deus nos tem dado isto dois testemunhos
conjuntos, porque o testemunho de dois homens é verdadeiro (João 8:17).
9. Outro disputará: "Você admite que certa reforma de vida seja evidente testemunho, menos no
caso de terríveis sofrimentos, como os de nosso Salvador na cruz; pois nenhum de nós pode sofrer
de tal maneira; por tanto, basta permanecer em pé o testemunho indireto da consciência e a
conduta." Ao qual contesto: Há de convir em que nenhum de nós pode sofrer como sofreu o Senhor;
pois você e eu, como todo filho de Deus, podemos sofrer de tal maneira, que seria impossível que
conservássemos no coração a confiança filial que temos em Deus, se não fora pelo testemunho
direto que seu Espírito Santo nos dá.
10. E finalmente, não faltará quem se oponha, argumentando: "Entre os defensores mais denotados
desta doutrina; há pessoas muito mais orgulhosas e faltas de toda caridade." Talvez alguns dos mais
escandalosos defensores desta verdade sejam pessoas soberbas e violentas. Pois muitos dos mais
firmes defensores dela são cristãos eminentemente mansos e humildes de coração.
E estou convencido de que toda pessoa que considera serenamente a imparcialmente estas objeções,
e as respostas que lhes é dado, verá facilmente que as objeções ditas não destroem, nem sequer
debilitam, a evidência desta grande verdade: que o Espírito de Deus dá testemunho, diretamente e
imediatamente, a nosso espírito, que somos filhos de Deus.
V. SUMÁRIO DO TEMA
1. Os resumos de tudo é este: O testemunho do Espírito consiste em uma impressão interior na alma
dos crentes, e por meio dessa impressão, o Espírito mesmo dá testemunho diretamente a nosso
espírito, que somos filhos de Deus.
Nada põe em duvida que exista o testemunho do Espírito; o que se impugna e se dito testemunho é
direto, é dizer, se existe, além disso, a boa consciência o fruto do Espírito Santo a nosso próprio
espírito. E já demonstramos que na verdade existe o dito testemunho direto: assim o declara a
mesma Escritura, assim o exige a mesma natureza das coisas, assim o confirma a experiência
mesma dos homens.
2. As objeções que se endereçam contra o dito testemunho, perdem toda sua força quando se lhes
aplica o rigor da evidência bíblica, a argumentação do raciocínio, e a comprovação da experiência.
E fica incólume a principio que temos explicado e defendido: que existe o testemunho direto do
Espírito, o qual nos dá a certeza de que somos filhos de Deus, que Cristo Jesus nos tem amado e se
tem entregado a si mesmo por nós, que todos nossos pecados foram apagados, e que cada um de
nós, cada um pessoalmente está reconciliado com Deus.
Duas exortações
3. Ninguém confie no suposto testemunho do Espírito, se este não vier acompanhado do fruto do
Espírito. Se de fato o Espírito testifica ao nosso espírito que somos filhos de Deus, a imediata
conseqüência será o fruto do Espírito em nossa vida: amor, gozo, paz, tolerância, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança.
E assim, por mais que a tentação oculte o dito fruto, quando a alma não pode perceber porque
Satanás a agita como trigo, sem embargo, perdurará a substância desse fruto, ainda sob a nuvem
mais obscura. O gozo poderá abandonar-nos nas horas da prova, e nossa alma estará muito triste,
até a morte, e na hora do poder das trevas; pero este gozo será restaurado com traces, de tal maneira
que nos alegraremos "com gozo inefável e glorificado" (1 Pedro 1:8).
4. E ninguém confie no suposto fruto do Espírito, se isto não vai acompanhá-lo ao testemunho do
Espírito. É possível que gozemos antecipadamente da delícia do gozo, a paz e o amor, assim como
da bem aventurança da humildade, a fidelidade e a temperança, antes de que o Espírito Santo dê
testemunho a nosso espírito que tenhamos redenção pelo sangue de Cristo, a remissão de pecados
pelas riquezas da graça de Deus (Efésios 1:7), e que somos aceitos no Amado (vs. 6). Isto é
possível, em virtude da graça de Deus que é dada a todos os homens; e é assim como o incrédulo
pode desfrutar as ditas bênçãos, não ilusoriamente ou insubstancialmente, sendo dela mesma em
verdade, sem que ele signifique que já é filho de Deus na realidade. Por isso, não deve conformar-se
com estas bênçãos parciais e transitórias; permanecer assim seria por em grave perigo a sua alma.
Se formos sábios, clamaremos continuamente a Deus, até que seu mesmo Espírito dê em nosso
coração: Aba, Pai! . . . Talvez o privilégio de todos os filhos de Deus, e sem este testemunho, nunca
poderá estar cabalmente seguros de que somos seus filhos. E sem este testemunho tão pouco
poderemos reter a paz perdurável, nem poderemos evitar que nos cansem a desconfiança e o terror.
Embora, uma vez que tenhamos recebido este Espírito de adoção, então "a paz de Deus que excede
todo entendimento", espanta a dor de modo duvidoso e terror, e "guardará nosso coração e nossa
sentimento em Cristo Jesus" (Filipenses 4:7).
E quando este testemunho do Espírito produzir em nós seu fruto genuíno, de toda santidade de
caráter e conduta, então se fará evidente que a vontade daquele que nos chamou, é dar-nos sempre o
que já uma vez nos deu; de maneira que jamais sucederá que nos falte o testemunho do Espírito de
Deus, nem o testemunho de nosso próprio espírito: a consciência de que andemos em toda retidão e
em verdadeira santidade.
Newry, condado de Down, Irlanda del Norte, 4 de abril de 1767.
A COMUNIDADE
Dietrich Bonhoeffer
Texto extraído do Livro "Vida em Comunidade".
A vida em comum
“Que doce e agradável é para os irmãos viver juntos e em harmonia" (Sl. 133, 1). Vamos examinar
a continuação de alguns ensinamentos e regras da Escritura sobre nossa vida em comum sob a
palavra de Deus.
Contrariamente ao que poderia parecer à primeira vista, não se deduz que o cristão tenha que viver
necessariamente entre outros cristãos. O mesmo Jesus cristo viveu no meio de seus inimigos e, ao
final foi abandonado por todos seus discípulos. Encontrou-se na cruz só, rodeado de malfeitores e
blasfemos. Havia vindo para trazer a paz aos inimigos de Deus. Por esta razão, o lugar da vida do
cristão não é a desolação da clausura sendo o acampamento mesmo do inimigo. Aí está sua missão
e sua tarefa. "O reino de Jesus cristo deve ser edificado no meio de teus inimigos. Quem recusa isto
renuncia a formar parte deste reino, e preferem viver rodeado de amigos, entre rosas e lírios,
distantes dos malvados, em um círculo de gente piedosa. Não vês que assim blasfemas e trais a
Cristo? Se Jesus tivesse agido como vocês. Quem havia podido salvar-se?" (Lutero).
"Os dispersarei entre os povos, e, lembrar-se-ão de mim" (Zc. 10:9). É a vontade de Deus que os
cristãos sejam um povo disperso, dispersado como a semente "entre todos os reinos da terra" (Dt 4,
27). Esta é sua promessa e sua condenação. O povo de Deus deverá viver distante, entre infiéis, mas
será a semente do reino dispersado no mundo inteiro.
"Os reunirei porque os tenho resgatado... e voltarão" (Zc. 10:8-9). Quando sucederá isto? Sucedeu
em Jesus Cristo que morreu "para reunir em um a todos os filhos de Deus dispersos" (Jo. 11:52), e
se fará visível ao final dos tempos, quando “os anjos de Deus” reúnem aos eleitos dos quatro
ventos, desde um extremo ao outro dos céus" (Mt. 24, 31). Desde então, o povo de Deus
permanecerá disperso. Somente Jesus Cristo impedirá sua desagregação; distante, entre os infiéis,
os manterá unidos ao recordo de seu Senhor.
Ao ato de que, no tempo compreendido entre a morte de Jesus Cristo e o último dia, os cristãos
podem viver com outros cristãos em uma comunidade visível sobre a terra não está sendo uma
antecipação misericordiosa do reino que há de vir. É Deus, em sua graça, que permite a existência
no mundo de semelhante comunidade, reunida ao redor da palavra e o sacramento. Pois esta graça
não é acessível a todos os crentes. Os prisioneiros, os enfermos, os isolados na dispersão, os
missionários, estão sós. Eles sabem que a existência da comunidade visível é uma graça. Por isso
sua súplica é do salmista: "Recordo com emoção quando marchava à frente da multidão, fui com,
eles à casa de Deus entre gritos de alegria e júbilo de um povo em festa" (Sal 42). Sem embargo,
permanece só como a semente que Deus queria espalhar. Não obstante, captam intensamente pela fé
quanto lhes é negado como experiência sensível. Assim é com o apóstolo João, desterrado na
solidão da ilha de Patmos, celebra o culto celestial "em espírito, ao dia do Senhor" (Ap. 1, 10), com
todas as igrejas. Os sete candelabros que vê são as igrejas, as sete estrelas, seus anjos; no centro,
dominando tudo, Jesus Cristo, o filho do Homem, na glória de sua ressurreição, João é fortalecido e
consolado por sua palavra. Esta é a comunidade celestial que, no dia do Senhor, puebla a solidão do
apóstolo desterrado.
Pese a todos a presença sensível dos irmãos é para o cristão fonte incomparável de alegria e
consolo. Prisioneiro e ao final de seus dias, o apóstolo Paulo não pode pelo menos de chamar a
Timóteo, "seu amado filho na fé", para voltar a vê-lo e tê-lo a seu lado. Não ter esquecido as
lágrimas de Timóteo na última despedida (2 Tm. 1, 4). Em outra ocasião pensando na igreja de
Tessalônica, Paulo ora a Deus "noite e dia com grande ânsia para voltar a vê-los" (1 Ts. 3, 10); E o
apóstolo João, já ancião, sabe que seu gozo não será completo até que não se esteja junto aos seus e
possa falar -lhes de viva voz, ao invés de usar papel e tinta (2 Jo. 12). O crente não se envergonha
nem se considera demasiado carnal por desejar ver um rosto de outros crentes. O homem foi criado
com um corpo, em um corpo apareceu a nós o Filho de Deu sobre a terra, em um corpo foi
ressuscitado; sobre o corpo o crente recebe a Cristo em sacramento, e a ressurreição dos mortos
dará lugar a plena comunhão dos filhos de Deus, formados de corpo e espírito.
Através da presença do irmão na fé, o crente pode louvar ao Criador, ao Salvador e ao Redentor,
Deus Pai, Filho e Espírito Santo. O prisioneiro, o enfermo, o cristão isolado reconhece no irmão que
o visita um sinal visível e misericordioso da presença do Deus trino. É a presença real de Cristo que
eles experimentam quando se vêem, e seu encontro é um encontro gostoso. A benção que
mutuamente se dão é a do mesmo Jesus Cristo. Agora bem, se o mero encontro entre dois crentes
produz tanto gozo, que inefável felicidade não sentirá aqueles a quem Deus permite viver
continuamente em comunidade com outros crentes! Sem embargo esta graça da comunidade que o
isolado considera como um privilégio é desprezada e pisoteada por aqueles que a recebem
diariamente. Esquecemos facilmente que a vida entre cristãos é um dom do reino de Deus que nos
pode ser arrebatado em qualquer momento e que, em um instante também, pode ser abandonados a
mais completa solidão. Pois é, a quem lhe havia sido concedido experimentar esta graça
extraordinária da vida comunitária que jubile a Deus com todo seu coração, que, ajoelhe, lhe dê
graças, e confesse que é uma graça, só graça!
À medida que Deus concede o dom da comunhão visível, varia. Uma visita, uma oração, um gesto
de benção, uma simples carta, é suficiente para dar ao cristão isolado a certeza de que nunca está só.
A saudação que o apóstolo Paulo escrevia pessoalmente em suas cartas certamente era um sinal de
comunhão visível. Alguns experimentam a graça da comunidade no culto dominical; outros, no seio
de uma família crente. Os estudantes de teologia gozam durante seus estudos de uma vida
comunitária mais ou menos intensa. E, atualmente, os cristãos mais sinceros sentem necessidade de
participar nos "retiros", para conviver com outros crentes sob a palavra de Deus. Os cristãos de hoje
descobrem novamente que a vida comunitária é verdadeiramente a graça que sempre foi algo
extraordinário, "o momento de descanso entre os lírios e as rosas" a que se referia Lutero.
A comunidade cristã
Comunidade cristã significa comunhão em Jesus Cristo e por Jesus Cristo. Nenhuma comunidade
cristã poderá ser nem mais nem menos que isso. E isto é válido para todas as formas de comunidade
que podem formar os crentes, desde o que nasce de um breve encontro até o que resulta de uma
larga convivência diária. Se pudermos ser irmãos é unicamente por Jesus Cristo e em Jesus Cristo.
Isto significa, em primeiro lugar, que Jesus Cristo é o que fundamenta a necessidade que os crentes
têm uns dos outros; Em segundo lugar, que só Jesus Cristo fez possível sua comunhão e,
finalmente, que Jesus Cristo nos tem escolhido desde toda a eternidade para que nos acolhamos
durante nossa vida e nos mantenhamos unidos sempre.
Comunidade de crentes. O cristão é o homem que não busca sua salvação, sua liberdade e sua
justiça em si mesmo, mas unicamente em Jesus Cristo. Sabe que a palavra de Deus, em Jesus Cristo
o declara culpado ainda que ele não tenha consciência de sua culpa, e que esta mesma palavra o
absolve e justifica ainda quando não tenha consciência de sua própria justiça.O cristão já não vive
por si mesmo, de sua auto-acusação e sua auto-justificação, senão da acusação e justificação que
provém de Deus. Vive totalmente submetido à palavra que Deus pronuncia sobre ele, declarando-
lhe culpado ou justo. O sentido de sua vida e de sua morte já não o busca em seu próprio coração
ainda na palavra que o chega desde fora, da parte de Deus. Este é o sentido de aquela afirmação dos
reformadores: nossa justiça é uma "justiça estrangeira" que vem de fora (extra nos). Com isto nos
remetem a palavra de Deus mesmo nos dirige, e que nos interpela desde fora. O cristão vive
integramente da verdade da palavra de Deus em Jesus Cristo. Quando se lhe pergunta onde está tua
salvação, tua bem-aventurança, tua justiça? Nunca poderá designar a si mesmo, senão que designará
a palavra de Deus em Jesus Cristo. Esta palavra lhe obriga a tornar-se continuamente em direção ao
exterior de onde unicamente pode vir essa graça justificante que espera que cada dia coma comida e
beba. Em si mesmo não encontra somente pobreza e morte, e se há socorro para ele, só poderá vir
de fora. Pois bem, esta é a boa notícia; o socorro tem vindo e se nos oferece cada dia na palavra de
Deus que, em Jesus Cristo, nos traz libertação, justiça, inocência e felicidade.
Esta palavra tem sido posta por Deus na boca dos homens para que seja comunicada aos homens e
transmitida entre eles. Quem é alcançado por ela não pode por menos de transmiti-la a outros. Deus
quer que busquemos e encontremos sua palavra no testemunho do irmão, na palavra humana. O
cristão, portanto, tem absoluta necessidade de outros cristãos; são quem verdadeiramente podem
tirar sempre suas incertezas e desesperanças. Querendo arranjar por si mesmo, não faz senão
extraviar, todavia mais. Necessita do irmão como portador e anunciador da palavra divina de
salvação. Necessita-lhe a causa de Jesus Cristo. Porque o Cristo que levamos em nosso próprio
coração é mais frágil que o Cristo na palavra do irmão. Isto é certo; aquilo, incerto. Dessa maneira
fica clara a meta de toda comunidade cristã: permitir nosso encontro para que nos revelemos
mutuamente a boa noticia da salvação. Esta é a intenção de Deus ao reunirmos. Em uma palavra, a
comunidade cristã é obra somente de Jesus Cristo e de sua justiça "estrangeira". Portanto, a
comunidade dos crentes é o fruto da justificação do homem só pela graça de Deus, tal e como se
anuncia na Bíblia e ensinam os reformadores. Esta é a boa noticia que fundamenta a necessidade
que tem os cristãos uns dos outros.
Cristo mediador. Este encontro, esta comunidade, somente é possível por mediação de Jesus Cristo.
Os homens estão divididos pela discórdia. Pois "Jesus cristo é nossa paz" (Ef. 2,14'). E a
comunidade dividida encontra sua unidade. Sem ele há discórdia entre os homens e entre isto e
Deus. Cristo é o mediador entre Deus e os homens. Sem ele não poderíamos conhecer a Deus, nem
invocar-lhe, nem chegarmos a ele; Tão pouco poderíamos reconhecer aos homens como irmãos e
achegarmos a eles. O caminho está bloqueado pelo próprio "eu". Cristo, sem embargo, tem
franqueado o caminho obstruído de forma que, em adiante, os seus podem viver em paz não
somente com Deus, mas também entre eles. Agora os cristãos podem amar-se e ajudar-se
mutuamente; podem chegar a ser um só corpo. Pois só é possível por meio de Jesus Cristo. Somente
ele torna possível nossa união e desenvolve o vínculo que nos mantém unidos. Ele é para sempre o
único mediador que nos aproxima de Deus e dos irmãos.
A comunidade de Jesus Cristo. Em Jesus Cristo temos sido eleitos para sempre. A encarnacão
significa. Que, por pura graça e vontade do Deus trino, o Filho de Deus se fez carne e aceito real e
corporalmente nossa natureza, nosso ser. Desde então, nós estamos nele. Leva nossa carne, nos leva
consigo. Tomou-nos com ele em sua encarnação, na cruz e em sua ressurreição. Formamos parte
dele porque estamos nele. Por esta razão a Escritura nos chama o corpo de Cristo. Agora bem, se,
antes de poder sabê-lo e querê-lo, temos sido eleitos e adotados em Jesus Cristo com toda a igreja,
esta eleição e esta adoção significam que lhe pertencemos eternamente, e que um dia comunidade
que formamos sobre a terra será uma comunidade eterna junto a ele. Em presença de um irmão
devemos saber que nosso destino é estar unido com ele em Jesus Cristo por toda a eternidade.
Repitamos: comunidade cristã significa comunidade em e por Jesus Cristo. Sobre este princípio
descansam todos os ensinos e regras da Escritura, referidas a vida comunitária dos cristãos.
"Acerca do amor fraterno não tens necessidade de que os escreva, porque vocês mesmos tens
aprendido de Deus a amar, uns aos outros... Pelo que rogamos irmãos que abundeis nele mais e
mais" (1 Ts. 4:9-10). Deus mesmo se encarrega de instruir-nos no amor fraterno; tudo quanto nós
podemos acrescentar a isto não será apenas recordar a instrução divina e exortar a perseverar nela.
Quando Deus se fez misericordioso revelando-nos a Jesus Cristo como irmão, ganhando-nos para
seu amor, começando também ao mesmo tempo a instruir-nos no amor fraternal; seu perdão, a
perdoar a nossos irmãos. Devemos a nossos irmãos quanto Deus fez a nós. Portanto, receber
significa ao mesmo tempo dar, e dar tanto quanto se havia recebido da misericórdia e do amor de
Deus. Deste modo, Deus nos ensina a receber como ele mesmo nos recebeu em Cristo. "Recebei-
vos, pois, uns aos outros como Cristo os recebeu" (Rm. 15:7). Partindo daí, e chamados por Deus
a viver com outros cristãos, podemos compreender o que significa ter irmãos, "Irmãos no Senhor"
(Fl. 1:14) chama Paulo aos seus de Filipos. Só por intermédio de Jesus cristo nos é possível ser
irmãos uns dos outros. Eu sou irmão do meu próximo graças ao que Jesus Cristo fez por mim; meu
próximo se converteu em meu irmão graças ao que Jesus Cristo fez por mim. Tudo isto é de grande
transcendência. Porque significa que meu irmão, na comunidade, não é tal homem piedoso
necessitado de fraternidade, sendo o homem que Jesus Cristo tem salvado a quem tem perdoado os
pecados e tem chamado quanto a mim a fé e a vida eterna. Por tanto, o decisivo aqui, o que
verdadeiramente fundamenta nossa comunidade, não é o que nós podemos ser em nós mesmos, com
nossa vida interior e nossa piedade, sendo aquilo que somos pelo poder de Cristo. Nossa
comunidade cristã se constrói unicamente pelo ato redentor do qual somos objeto, e isto não
somente é verdadeiro para seu começo, de tal maneira que pudera acrescentar outro elemento com o
passar do tempo, mas que segue sendo assim em todo tempo e para toda a eternidade. Somente
Jesus Cristo fundamenta a comunidade que nasce, ou nascerá um dia, entre os crentes. Quanto mais
autêntica e profunda chega a ser, tanto mais retrocederam nossas diferenças pessoais, e com tanta
maior claridade se fará patente para nós a única realidade: Jesus Cristo e o que ele tem feito por nós.
Unicamente por ele nos pertencemos uns aos outros real e totalmente, agora e por toda a eternidade.
A fraternidade cristã
Em adiante, devemos renunciar ao obscuro anseio que, neste âmbito, nos empurra sempre a desejar
algo mais. Desejar algo mais que o que Cristo tem fundado entre nós não é desejar a fraternidade
cristã, mas ir em busca de quem sabe que experiências extraordinárias que pensava encontrar na
comunidade cristã e que não tem encontrado em outra parte, introduzindo assim na comunidade o
obscuro fermento dos próprios desejos. É precisamente neste aspecto onde a fraternidade cristã se
vê ameaçada quase sempre e já desde seus começos-pelo mais grave dos perigos: a intoxicação
interna provocada pela confusão entre fraternidade cristã e um sonho de comunidade piedosa; pela
mistura de uma nostalgia comunitária, própria de todo homem religioso, e a realidade espiritual da
irmandade cristã. Por isso é importante adquirir consciência desde o principio de que, em primeiro
lugar, a fraternidade cristã não é um ideal humano, mas uma realidade dada por Deus, e, em
segundo lugar, que esta realidade é de ordem espiritual e não de ordem psíquica.
Muitas tem sido as comunidades cristãs que tem fracassado por ter vivido com uma imagem
fabulosa da comunidade. É lógico que o cristão, quando entra na comunidade. Leve consigo um
ideal do que isto deve ser, e que trata de realizá-lo. Sem embargo, a graça de Deus destrói
constantemente esta classe de sonhos. Decepcionados pelos demais e por nós mesmos, Deus nos vai
levando ao conhecimento da autêntica comunidade cristã. Em sua graça, não permite que vivamos,
nem sequer umas semanas, na comunidade de nossos sonhos, nessa atmosfera de experiências
embriagadoras e de exaltação piedosa que nos enerva. Porque Deus não é um deus de emoções
sentimentais, mas o Deus da realidade. Por isso, só a comunidade que é consciente de suas tarefas,
não sucumbe a grande decepção, começa a ser o que Deus quer, e alcança pela fé a promessa que
lhe está acontecendo. Quanto antes chegar esta hora de desilusão para a comunidade que, consciente
de suas tarefas, não sucumbe a grande decepção, começa a ser o que Deus quer, e alcança pela fé a
promessa que lhe está acontecendo. Quanto antes chegar esta hora de desilusão para a comunidade e
para o mesmo crente, tanto melhor para ambos. Querer evitá-lo a qualquer preço pretender aferrar-
se a uma imagem fabulosa de comunidade, destinada de todos os modos a desinflar-se, é construir
sobre areia e condenar-se, mas tarde ou mais cedo à ruína.
Devemos persuadir-nos de que nossos sonhos de comunhão humana, introduzidos na comunidade,
são uns autênticos perigos e devem ser destruídos sob pena de morte para a comunidade. Quem
prefere o próprio sonho à realidade se converte em um destruidor da comunidade. Por mais
honestas, sérias e sinceras que sejam suas intenções pessoais.
Deus aborrece os sonhos piedosos porque nos fazem duros e pretensiosos. Fazem-nos exigir o
impossível a Deus, aos demais e a nós mesmos. Constitui-nos em juízes dos irmãos e de Deus
mesmo. Nossa presença é para os demais uma recriminação viva e constante. Conduzimos-nos
como se nos correspondera, a nós, criar uma sociedade cristã que antes não existia, adaptada a
imagem ideal que cada um tem. E quando as coisas não saem como nós gostaríamos, falamos de
falta de colaboração, convencidos de que a comunidade se afunda quando vemos que nosso sonho
se derruba. Deste modo, começamos por acusar aos irmãos, depois a Deus e, finalmente,
desesperados, dirigimos nossa amargura contra nós mesmos.
Todo o contrário sucede quando estamos convencidos de que Deus mesmo tem posto o fundamento
único sobre o que edificar nossa comunidade e que, antes de qualquer iniciativa por nossa parte, nos
tem unido em um só corpo por Jesus Cristo; pois então não entramos na vida em comum com
exigências, mas agradecidos de coração e aceitando receber. Damos graças a Deus pelo que ele tem
feito em nós. Agradecemos-lhe que nos tem dado irmãos que vivem, eles também, sob seu
chamado, sob seu perdão, sob sua promessa. Não nos queixamos pelo que não nos dá, mas que lhe
damos graças pelo que nos concede cada dia. Dá-nos irmãos chamados a compartilhar nossa vida
pecadora sob a benção de sua graça. Não é suficiente? Não nos concede cada dia, inclusive nos
mais difíceis e ameaçadores, esta presença incomparável? Quando a vida em comunidade está
gravemente ameaçada, pelo pecado e a incompreensão, o irmão, ainda que pecador, continua sendo
meu irmão. Estou com ele sob a palavra de Cristo, e seu pecado pode ser para mim uma nova
ocasião de dar graças a Deus por permitimos viver sob sua graça. A hora da grande decepção por
causa dos irmãos pode ser para todos nós uma hora verdadeiramente saudável, pois nos faz
compreender que não podemos viver de nossas próprias palavras e de nossas obras, mas unicamente
da palavra da obra que realmente nos une uns com os outros, isto é, o perdão de nossos pecados por
Jesus Cristo. Portanto, a verdadeira comunidade cristã nasce quando, deixando como em sonhos,
nos abrimos à realidade que nos tem sido dada.
A gratidão
Igual que sucede no âmbito individual, a gratidão é essencial na vida cristã comunitária. Deus
concede o muito a quem sabe agradecer o pouco que recebe cada dia. Nossa falta de gratidão
impede que Deus nos conceda os grandes dons espirituais que nos tem reservados. Pensamos que
não devemos dar-nos por satisfeitos com a pequena medida de sabedoria, experiência e caridade
cristã que nos tem sido concedida. Lamentamos de não haver recebido a mesma certeza e a mesma
riqueza de experiências que outros cristãos, e nos parece que estas queixas são um sinal de piedade.
Oramos para que nos concedam grandes coisas e nos esquecemos de agradecer as pequenas
(pequenas?) que recebemos cada dia. Como vai conceder Deus o grande a quem não sabe receber
com gratidão o pequeno?
Tudo isto é também aplicada à vida de comunidade. Devemos dar graças a Deus diariamente pela
comunidade cristã a que pertencemos. Ainda que não tenha nada que oferecermos, ainda que seja
pecadores e de fé vacilante. O que importa! Pois se não fazemos mais que lamentarmos diante de
Deus por sermos todos tão miseráveis, tão mesquinhos, tão pouco conforme com o que havíamos
esperado, estamos impedindo que Deus faca crescer nossa comunidade segundo a medida e riqueza
que nos tem dado em Jesus Cristo. Isto diz respeito de um modo especial a essa atitude permanente
de queixa de certos pastores e membros "piedosos” a respeito de suas comunidades. Um pastor não
deve queixar-se jamais de sua comunidade, nem sequer diante de Deus. Não lhe tem sido confiada a
comunidade para que se converta de seu acusador ante Deus e os homens. Qualquer membro que
cometa o erro de acusar a sua comunidade deveria perguntar-se primeiro se não é precisamente
Deus quem destrói a quimera que ele havia feito. Se for assim, que lhe dê graças por esta tribulação.
E se não o é, que se guarde de acusar a comunidade de Deus; que se acuse, mas bem assim mesmo
por sua falta de fé; que pedi a Deus que lhe faça compreender no que tem desobedecido ou pecado e
o livre de ser um escândalo para os outros membros da comunidade; que rogue por eles, e também
por si mesmo, e que, a também faça cumprir o que Deus lhe tem encomendado, lhe dê graças.
Com a comunidade cristã ocorre o mesmo que com a santificação de nossa vida pessoal. É um dom
de Deus a que nós temos direito. Somente Deus sabe qual é a situação de cada um. O que a nós nos
parece insignificante pode ser muito importante aos olhos de Deus. Assim como o cristão não deve
estar perguntando-se constantemente pelo estado de sua vida espiritual tão pouco Deus nos tem
dado a comunidade para que estejamos constantemente medindo sua temperatura. Quanto maior for
nosso agradecimento pelo recebido a cada dia, tanto maior será seu crescimento para o agrado de
Deus.
A espiritualidade da comunidade cristã
A fraternidade cristã não é um ideal a realizar, mas uma realidade criada por Deus em Cristo, da
qual ele nos permite participar. À medida que aprendemos a reconhecer que Jesus Cristo é
verdadeiramente o fundamento, o motor e a promessa de nossa comunidade nessa mesma medida
aprenderemos a pensar nela, a orar e esperar por ela, com paciência.
Fundada unicamente em Jesus cristo, a comunidade cristã não é uma realidade de ordem psíquica,
mas de ordem espiritual. Nisto precisamente se distingue de todas as demais comunidades. A
sagrada Escritura entende por "espiritual" o dom do Espírito Santo que nos faz reconhecer a Jesus
cristo como Senhor e Salvador. Por "psíquico" em troca, o que é expressão de nossos desejos, de
nossas forças e de nossas possibilidades naturais em nossa alma.
Toda realidade de ordem espiritual descansa sobre a palavra clara e evidente que Deus nos tem
revelado em Jesus Cristo. Pelo contrário, o fundamento da realidade psíquica é o conjunto confuso
de paixões e desejos que sacodem a alma humana. Fundamento da comunidade espiritual é a
verdade revelada; o da comunidade psíquica, o homem e seus desejos. Essência da primeira é a luz
"porque Deus é luz e nele não há trevas" (1 Jo. 1,5), e "se andamos na luz, como ele está na luz,
estamos em comunhão uns com os outros" (1 gan. 1,7). Essência da segunda, as trevas- "porque de
dentro do coração do homem procedem os maus pensamentos"(Mc. 7,21)- que envolvem toda
iniciativa humana, incluindo os impulsos religiosos.
Comunidade espiritual é a comunhão de todos os chamados por Cristo, comunidade psíquica é a
comunhão das almas da caridade fraternal, do ágape; a outra, do Eros, do amor mais ou menos
desinteressado, do equívoco perpétuo. A uma implica o serviço fraternal ordenado; a outra, a
cobiça. A primeira se caracteriza por uma atitude de humildade e de submissão aos irmãos; a
segunda, por uma servidão mais ou menos hipócrita aos próprios desejos. A comunidade espiritual
unicamente é a palavra de Deus a que domina; na comunidade "piedosa" é o homem que, junto a
palavra de Deus, pretende dominar com sua experiência, sua forca, sua capacidade de sugestão e
sua magia religiosa. Naquilo que só obriga a palavra de Deus; nesta, os homens pretendem também
sujeitar-nos a si mesmos. E assim, enquanto uma se deixa conduzir pelo Espírito Santo, na outra se
buscam e cultivam esferas e poder e influência de ordem pessoal - entre protestos de pureza de
intenções - que destronam ao Espírito Santo, afastando prudentemente, porque aqui a única
realidade é o "psíquico", é dizer, a psicotécnica, o método psicológico o psicanalítico, aplicado
cientificamente, e de onde o próximo se converte no objeto de experimentação. Na comunidade
cristã autêntica, pelo contrário, e o Espírito Santo, único maestro que torna possível uma caridade e
um serviço em estado puro, despojado de todo artifício psicológico.
Talvez pudesse ilustrar-se com maior clareza o contraste entre comunidade espiritual e comunidade
psíquica. Na comunidade espiritual não existe, em nenhum caso, uma relação "direta" entre os que
integram a comunidade, ao passo que na comunidade psíquica está acostumado a dar uma nostalgia
profunda e totalmente instintiva de uma comunhão direta e autenticamente carnal. Instintivamente a
alma humana busca outra alma com quem confundir-se, seja no plano amoroso ou bem, o que é o
mesmo, no submeter do próximo a própria vontade de poder. Tal é o esforço extenuante do forte em
busca da admiração, amor ou temor do fraco.
Ou dominar a meu próximo. Meu próximo quer ser amado tal como é, independentemente de mim,
é dizer, como aquele por quem Cristo se fez homem, morreu e ressuscitou; a quem Cristo perdoou e
destinou a vida eterna. Em vista de que, antes de toda intervenção por minha parte, Cristo tem
atuado decisivamente nele, devo deixar livre o meu próximo para o Senhor, a quem pertence, e cuja
vontade é que eu o reconheço assim. Isto é o que queremos dizer quando afirmamos que não
podemos encontrar ao próximo, mas através de Cristo. O amor psíquico cria sua própria imagem do
próximo, do que é e do que deve ser; quer manipular sua vida. O amor espiritual, em troca, parte de
Cristo para conhecer a verdadeira imagem do homem; a imagem que Cristo tem acalentar e quer
acalentar com seu selo.
Por isso o amor espiritual se caracteriza, em tudo o que diz e faz, por sua preocupação de situar ao
próximo diante de Cristo. Não busca atuar sobre a emotividade do outro dando a sua ação um
caráter demasiado pessoal e direto; renunciará em introduzir-se indiscretamente na vida do outro e
agradar-se em manifestações puramente sentimentais e exaltadas da piedade. Contentar-se-á em
dirigir-se ao próximo com a palavra transparente de Deus, disposto abandonar-se solas com ela para
que Cristo possa atuar sobre ele com inteira liberdade. Respeitará a fronteira que Cristo quer
interpor entre nós e se contentará com a comunidade fundada em Cristo. Porque sabe que o
caminho mais curto para achegar aos outros passa sempre pela oração, e que o amor ao próximo
esta' indissoluvelmente unido à verdade em Cristo. Isto é o amor que faz dizer ao apóstolo João:
"Não há para mim maior alegria que ouvir de meus filhos que andam na verdade" (3 Jo. 1:4)
O amor psíquico vive do desejo turbador incontrolado e incontrolável; o amor espiritual vive na
claridade do serviço que lhe designa a verdade. Um escraviza, prende e paralisa ao homem; o outro
lhe faz livre debaixo da autoridade da palavra. E uns cultivam flores de estufa; o outro produz frutos
saudáveis que crescem, por vontade de Deus, em liberdade debaixo do céu, expostos a chuva, ao sol
e ao vento.
A comunidade forma parte da igreja cristã
É de vital importância para toda comunidade cristã lograr distinguir o tempo entre ideal humano e
realidade de Deus, entre comunidade de ordem psíquica e comunidade de ordem espiritual. Por isso
é questão de vida ou morte alcançar quanto antes uma visão lúcida a este respeito. Em outras
palavras, a vida de uma comunidade debaixo da autoridade a palavra só se manterá vigorosa na
medida em que renuncie em querer ser um movimento, uma sociedade uma agrupação religiosa, um
collegium pietatis, e aceite ser parte da igreja cristã, uma, santa e universal participando ativa ou
pacientemente nas angustias, nas lutas e a promessa de toda a igreja. Por isso toda tendência
separatista que não está objetivamente justificada por circunstâncias locais, uma tarefa comum ou
alguma outra razão parecida, constitui um gravíssimo perigo para a vida da comunidade a quem
priva de eficácia espiritual empurrado-a para o sectarismo. Excluir da comunidade ao irmão frágil e
insignificante, com o pretexto de que não se pode fazer nada com ele, pode supor, nada menos, a
exclusão do mesmo Cristo, que bate a nossa porta sob o aspecto desse irmão miserável. Isto nos
deve induzir a proceder com sumo cuidado.
Poderia parecer à primeira vista que a confusão entre ideal e realidade, entre psíquico e espiritual,
teria que dar-se melhor nas comunidades como matrimônio, a família ou a amizade, onde o psíquico
joga desde o principio um papel essencial e onde o espiritual não se agrega, mas depois. Resultaria
assim que o perigo de confusão dessas duas realidades não existiria, mas para esse tipo de
associação, e que seria praticamente inexistente em uma comunidade de caráter puramente
espiritual. Pensar assim é um grave erro. A experiência é um exame objetivo da realidade provam
exatamente o contrário. Geralmente, no matrimonio, na família ou em uma amizade cada um é
consciente de suas verdadeiras possibilidades com respeito a vida em comum; estas formas de
sociedades humanas, quando permanecem sanas, permitem distinguir muito bem onde se encontra o
limite entre o psíquico e o espiritual. Fazem que sejamos conscientes da diferença que há entre estas
duas ordens da realidade. E ao inverso, é precisamente na comunidade de ordem puramente
espiritual onde é de temer mais a irrupção desordenada e sutil obrigações, influências e servidão
estão tudo aqui; e nos dão a caricatura de edificar a autêntica comunidade na que Cristo é o
mediador.
Existe uma conversão de ordem "psíquica". Apresenta-se com toda a aparência de uma verdadeira
conversão. É o que sucede quando um homem, abusando conscientemente de seu poder pessoal,
consegue inquietar profundamente e obrigar um indivíduo ou a uma comunidade inteira. Que tem
sucedido? A alma tem atuado diretamente sobre outras almas e se tem produzido um verdadeiro ato
de violência do forte sobre o débil quem, sob a pressão experimentada, termina por sucumbir. Pois
sucumbe a um homem, não a causa em si. Isto se demonstra claramente no momento em que se
requer um sacrifício por causa, independente da pessoa a que está obrigada ou em contradição com
a vontade deste. Aqui o convertido "psiquicamente" falha estrepitosamente, manifestando assim que
sua conversão não era obra do Espírito Santo, mas obra humana; por tanto, uma ilusão.
Também existe um amor ao próximo de ordem puramente "psíquico". Capaz dos sacrifícios mais
inacreditáveis, entregando-se com tal fervor as realidades tangíveis, que muitas vezes supera a
autêntica caridade cristã. Além disso, se consome e subjuga. Sem embargo, é este amor de que o
apóstolo diz: "E ainda que repartisse todos meus bens entre os pobres e entregasse meu corpo para
ser queimado - é dizer, se alcançasse o topo do amor e do sacrifício - se não tiver caridade de nada
me serve" (1Co. 13:3).
O amor de ordem psíquico ama ao outro por si mesmo, ao passo que o amor de ordem espiritual o
ama por Cristo. Daí que o amor psíquico corre o perigo de buscar um contato direto com o amado
sem respeitar sua liberdade; considerando-o como seu bem, intenta consegui-lo por todos os meios.
Se sente irresistível e quer dominar. Um amor desta classe faz caso omisso da verdade; a relativa
porque nada, nem a mesma verdade, deve interpor-se entre ele e a pessoa amada. O amor psíquico é
ânsia, no serviço; se deseja ao próximo, sua companhia, seu amor. É desejo ainda ali onde todas as
aparências falam de serviço.
Em dois aspectos - na realidade não são mais que um - se manifesta a diferença entre amor
espiritual e amor psíquico: o amor psíquico não suporta que, em nome da verdadeira comunidade,
se destrói a falsa comunidade que ele imaginou; e é incapaz de amar seu inimigo, isto é, a quem se
oponha seria e obstinadamente. Ambas as reações surgem da mesma fonte: o amor psíquico é
essencialmente desejo, e o que deseja é uma comunidade a sua medida. Portanto encontra meios
para satisfazer este desejo, não o abandonará nem pela mesma verdade ou a verdadeira caridade.
Quando não possa satisfazê-lo, terá chegado ao final de suas possibilidades e se encontrará em um
ambiente hostil. Então se trocará fácilmente em ódio, desprezo e calúnia.
Aqui é precisamente onde entra em cena o amor de ordem espiritual, em que o próprio é servir e
não desejar. Ante sua presença, o amor puramente psíquico se converte em ódio. Porque o próprio
do amor psíquico é buscar a si mesmo e converter-se em ídolo que exige adoração e submissão
total. É incapaz de consagrar sua atenção e seu interesse a algo que não seja ele mesmo. O amor
espiritual, cuja raiz é Jesus Cristo, serve somente a ele e sabe que não há outro acesso direto ao
próximo. Cristo está entre o próximo e eu. Eu não sei de antemão, baseando-me em um conceito
geral de amor e em uma nostalgia interior, o que é o amor ao próximo - para Cristo tal sentimento
poderia não ser senão ódio ou a forma mais refinada de egoísmo, senão que é unicamente Cristo que
me diz em sua palavra. Contrária minhas idéias e convicções pessoais, ele me diz como posso amar
verdadeiramente ao meu irmão. Por isso o amor espiritual não aceita outra atadura que a palavra de
seu Senhor. Cristo pode exigir em nome de sua caridade e sua verdade, que mantenha ou rompa o
laço que me une a outros. Em ambos os casos, devo obedecer apesar de todos os protestos do meu
coração. O amor espiritual se estende também aos inimigos, porque quer servir e não ser servido.
Não nasce este amor do homem, seja amigo ou inimigo, senão de Cristo e sua palavra. Procede do
céu, por isso o amor meramente terrestre é incapaz de compreender, para ele é algo estranho, uma
novidade incompreensível.
Entre meu próximo e eu está Cristo. Por isso não me está permitido desejar uma comunidade direta
com meu próximo. Unicamente Cristo pode ajudar como unicamente Cristo pôde ajudar-me. Isto
significa que devo renunciar a meus intentos de manipular, forçar o elemento psíquico. Cremos que
esta classe de comunidade é não somente perigosa senão que constitui um fenômeno absolutamente
anormal. Onde a vida familiar, o trabalho em comum, em suma, a existência diária com todas suas
exigências, não ocupa seu lugar, é especialmente necessária à vigilância e a sangue frio. A
experiência demonstra que os pequenos momentos de ociosidade são os mais propícios a irrupção
do psíquico. É muito fácil despertar uma embriaguez comunitária entre pessoas chamada a viver
alguns dias a vida em comum; mas é uma empresa extremamente perigosa para a vida diária que
estamos a viver em uma fraternidade sã e lúcida.
A união com Jesus Cristo
Provavelmente não existe nenhum cristão a quem Deus não conceda, ao menos uma vez na vida, a
graça de experimentar a felicidade que dê uma verdadeira comunidade cristã. Sem embargo, tal
experiência constitui um acontecimento excepcional acrescido gratuitamente ao pão diário da vida
cristã em comum. Não temos direito de exigir tais experiências, nem convivemos com outros
cristãos graças a elas. Mais que a experiência da fraternidade cristã, o que nos mantém unidos é a fé
firme e segura que temos nessa fraternidade. O fato de que Deus tenha atuado e segue querendo
obrar em todos nós é o que aceitamos pela fé como seu maior presente; o que nos enche de alegria e
gozo; o que nos permite renunciar a todas as experiências as que ele quer que renunciemos.
"Que doce e agradável é para os irmãos viver juntos e em harmonia". Assim celebra a Sagrada
Escritura a graça de poder viver unidos sob a autoridade da palavra. Interpretando mais exatamente
a expressão "em harmonia", podemos dizer agora: é doce para os irmãos viver juntos por Cristo,
porque unicamente Jesus Cristo é o vínculo que nos une. "Ele é nossa paz". Só por ele temos acesso
uns aos outros e nos regozijamos unidos no gozo da comunidade reencontrada.
DECRETO “DIGNITATIS HUMANAE” DO CONCÍLIO VATICANO II
DECLARAÇÃO SOBRE A LIBERDADE RELIGIOSA
O DIREITO DA PESSOA E DAS COMUNIDADES A LIBERDADE SOCIAL E CIVIL EM
MATÉRIA RELIGIOSA
1. Os homens do nosso tempo se fazem cada vez mais conscientes da dignidade da pessoa humana,
[1] e aumenta o número daqueles que exigem que os homens em sua atuação gozem e usem do
próprio critério e liberdade responsáveis, guiados pela consciência do dever e não movidos pela
coação. Pedem igualmente a delimitação jurídica do poder público, para que a amplitude da justa
liberdade tanto da pessoa como da associação não se restrinja demasiada. Esta exigência de
liberdade na sociedade humana se refere sobre todos os bens do espírito humano, principalmente
aqueles que pertencem ao livre exercício da religião na sociedade. Auxiliando com diligência estes
anelos dos espíritos e propondo declarar quão conformes são com a verdade e com a justiça, este
Concílio Vaticano estuda a sagrada tradição e a doutrina da Igreja, das quais extrai a luz coisas
novas, de acordo sempre com as antigas.
Em primeiro lugar, professa o sagrado Concílio que Deus manifestou ao gênero humano o caminho
pelo que, servindo-o, podem os homens salvar-se e ser felizes em Cristo. Cremos que esta única e
verdadeira religião subsiste na Igreja Católica e Apostólica, a qual o Senhor Jesus confiou a missão
de difundi-la a todos os homens, dizendo aos Apóstolos: "Ide, pois, e ensinai a todas as pessoas,
batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo quanto
eu vos tenho mandado" (Mt. 28: 19-20). Por sua vez, todos os homens estão obrigados a buscar a
verdade, sobre tudo no que se refere a Deus e a sua Igreja, e, uma vez conhecida, a abraçá-la e
praticá-la.
Confessa a si mesmo o santo Concílio que estes deveres afetam e ligam a consciência dos homens, e
que a verdade não se impõe de outra maneira, senão pela força da mesma verdade, que penetra
suave e fortemente nas almas. Agora bem, posto que a liberdade religiosa que exigem os homens
para o cumprimento de sua obrigação de render culto a Deus, se refere a imunidade de coação na
sociedade civil, deixa íntegra a doutrina tradicional católica acerca do dever moral dos homens e
das sociedades para com a verdadeira religião e a única Igreja de Cristo. Propõe-se, ademais, o
sagrado Concílio, ao tratar desta verdade religiosa, desenvolver a doutrina dos últimos Pontífices
sobre os direitos invioláveis da pessoa humana e sobre o ordenamento jurídico da sociedade.
CAPÍTULO I: NOÇÃO GERAL DA LIBERDADE RELIGIOSA
Objeto e fundamento da liberdade religiosa
2. Este Concílio Vaticano declara que a pessoa humana tem direito a liberdade religiosa. Esta
liberdade consiste em que todos os homens tem de estar imunes de coação, tanto por parte de
indivíduos como de grupos sociais e de qualquer potestade humana, e isto de tal maneira que, em
matéria religiosa, nem se obrigue a ninguém a obrar contra sua consciência, nem se impeça que atue
conforme a mesma no privado e em público, só ou associado com outros, dentro dos limites
devidos. Declara, ademais, que o direito a liberdade religiosa está realmente fundado na dignidade
mesma da pessoa humana, tal como se a conhece pela palavra revelada de Deus e pela mesma razão
natural. Este direito da pessoa humana a liberdade religiosa tem de ser reconhecido no ordenamento
jurídico da sociedade, de tal maneira que chegue a converter-se em um direito civil.
Todos os homens, conforme a sua dignidade, por serem pessoas, isto é, dotados de razão e de
vontade livre, e enriquecidos por tanto com uma responsabilidade pessoal, estão impulsionados por
sua mesma natureza e estão obrigados ademais moralmente a buscar a verdade, sobre tudo a que se
refere a religião. Estão obrigados, do mesmo modo, a aceitar a verdade conhecida e a dispor toda
sua vida segundo suas exigências. Mas os homens não podem satisfazer esta obrigação de forma
adequada a sua própria natureza, se não goza de liberdade psicológica ao mesmo tempo em que de
imunidade de coação externa. Por conseguinte, o direito a liberdade religiosa não se funda na
disposição subjetiva da pessoa, senão em sua mesma natureza. Pelo qual, o direito a esta imunidade
permanece também naqueles que não cumprem a obrigação de buscar a verdade e de aderir a ela, e
seu exercício, com tal de que se guarde a justa ordem pública, não pode ser impedido.
A liberdade religiosa e a vinculação do homem com Deus
3. Tudo isto se faz mais claro ainda a quem considere que a norma suprema da vida humana é a
mesma lei divina, eterna, objetiva e universal, pela que Deus ordena, dirige e governa o mundo e os
caminhos da comunidade humana segundo o desígnio de sua sabedoria e de seu amor. Deus faz
partícipe ao homem desta sua lei, de maneira que o homem, por suave disposição da divina
Providência, pode conhecer mais e mais a verdade imutável. Portanto, cada qual tem a obrigação e,
por conseguinte também o direito de buscar a verdade em matéria religiosa, a fim de que, utilizando
os meios adequados, se forme, com prudência, retos e verdadeiros juízos de consciência.
Agora bem, a verdade deve buscar-se de modo apropriado a dignidade da pessoa humana e a sua
natureza social, isto é, mediante uma livre investigação, servindo do magistério ou da educação, da
comunicação e do diálogo, por meio dos quais uns expõem a outros a verdade que tem encontrado
ou crêem haver encontrado, para ajudar-se mutuamente na busca da verdade; e uma vez conhecida
esta, tem que aceitá-la firmemente com assentimento pessoal.
O homem percebe e reconhece por meio de sua consciência os diagnósticos da lei divina;
consciência que tem obrigação de seguir fielmente, em toda sua atividade, para chegar a Deus, que
é seu fim. Portanto, não se pode forçar a obrar contra sua consciência. Nem tampouco se pode
impedir que obre segundo sua consciência, principalmente em matéria religiosa. Porque o exercício
da religião, por sua própria índole, consiste, sobre tudo, nos atos internos voluntários e livres, pelo
que o homem se relaciona diretamente a Deus: atos deste gênero não podem ser mandados nem
proibidos por uma potestade meramente humana. E a mesma natureza social do homem exige que
este manifeste externamente os atos internos de religião, que se comunique com outros em matéria
religiosa, que professe sua religião de forma comunitária.
Faz-se, pois, injúria a pessoa humana e a ordem que Deus tem estabelecido para os homens, se,
ficando salvo o justo ordem público, se nega ao homem o livre exercício da religião na sociedade.
Ademais, os atos religiosos com que os homens, partindo de sua íntima convicção, se relacionam
privada e publicamente com Deus, transcendem por sua natureza a ordem terrestre e temporal. Por
conseguinte, a autoridade civil, cujo fim próprio é velar pelo bem comum temporal, deve
reconhecer e favorecer a vida religiosa dos cidadãos; mas excede sua competência se pretende
dirigir ou impedir os atos religiosos.
A liberdade das comunidades religiosas
4. A liberdade ou imunidade de coação em matéria religiosa, que compete as pessoas
individualmente, tem de ser reconhecida também quando atuam em comum. Porque a natureza
social, tanto do homem como da religião mesma, exige as comunidades religiosas.
A estas comunidades, com tal que não se violem as justas exigências da ordem pública, se lhes deve
por direito a imunidade para reger-se por suas próprias normas, para honrar a Divindade com culto
público, para ajudar a seus membros no exercício da vida religiosa e sustentá-los com a doutrina, e
para promover instituições nas que colaborem os membros com o fim de ordenar a própria vida
segundo seus princípios religiosos.
As comunidades religiosas competem igualmente o direito de que não se lhes empeça por meios
legais ou por ação administrativa da autoridade civil a eleição, formação, nomeação e traslado de
seus próprios ministros, a comunicação com as autoridades e comunidades religiosas que tem sua
sede em outras partes do mundo, nem a construção de edifícios religiosos e a aquisição e uso dos
bens convenientes.
As comunidades religiosas têm também o direito de que não se lhes empeça o ensino e a profissão
pública, da palavra e por escrito, de sua fé. Mas na divulgação da fé religiosa e na introdução de
costumes tem que abster-se sempre de qualquer classe de atos que possam ter sabor a coação ou a
persuasão desonesta ou menos reta, sobre tudo quando se trata de pessoas insensíveis ou
necessitadas. Tal comportamento deve considerar-se como abuso do direito próprio e lesão do
direito alheio.
Forma também parte da liberdade religiosa o que não se proíba as comunidades religiosas
manifestar livremente o valor peculiar de sua doutrina para a ordenação da sociedade e para a
vitalização de toda atividade humana. Finalmente, na natureza social do homem e na mesma índole
da religião se funda o direito pelo que os homens, impulsionados por seu próprio sentimento
religioso, possam reunir-se livremente ou estabelecer associações educativas, culturais, caritativas e
sociais.
A liberdade religiosa da família
5. Cada família, quanto sociedade que goza de um direito próprio e primordial, tem direito a
ordenar livremente sua vida religiosa doméstica sob a direção dos pais. A estes correspondem o
direito de determinar a forma de educação religiosa que se tem de dar a seus filhos, segundo suas
próprias convicções religiosas. Assim, pois, a autoridade civil deve reconhecer o direito dos pais a
eleger com verdadeira liberdade as escolas ou outros meios de educação, sem impor nem direta ou
indiretamente encargos injustos por esta liberdade de eleição. Violam-se, ademais, os direitos dos
pais, se se obriga aos filhos a assistir a lições escolares que não correspondem a persuasão religiosa
dos pais, ou se, se impõe um único sistema de educação do que se exclui totalmente a formação
religiosa.
A promoção da liberdade religiosa
6. Posto que o bem comum da sociedade, que é o conjunto das condições da vida social mediante as
quais os homens possam conseguir com maior plenitude e facilidade sua própria perfeição, se
assenta sobre tudo na observância dos direitos e deveres da pessoa humana, a proteção do direito a
liberdade religiosa concerne aos cidadãos, as autoridades civis, a Igreja e demais comunidades
religiosas, segundo a índole peculiar de cada uma delas, tendo em conta sua respectiva obrigação
para com o bem comum.
A proteção e promoção dos direitos invioláveis do homem é um dever essencial de toda autoridade
civil. Deve, pois, a potestade civil tomar eficazmente a seu cargo a tutela da liberdade religiosa de
todos os cidadãos com leis justas e outros meios aptos, e facilitar as condições propícias que
favoreçam a vida religiosa, para que os cidadãos possam exercer efetivamente os direitos da religião
e cumprir seus deveres, e a mesma sociedade goze assim dos bens da justiça e da paz que
demandam da fidelidade dos homens para com Deus e para com sua santa vontade.
Se, consideradas as circunstâncias peculiares dos povos, se dá a uma comunidade religiosa um
especial reconhecimento civil na ordenação jurídica da sociedade, é necessário que a vez se
reconheça e respeite o direito a liberdade em matéria religiosa a todos os cidadãos e comunidades
religiosas.
Finalmente, a autoridade civil deve prover que a igualdade jurídica dos cidadãos, que pertence
também ao bem comum da sociedade, jamais, nem aberta nem ocultamente, seja lesionada por
motivos religiosos, e que não se faça discriminação entre eles.
Daqui se segue que a autoridade pública não pode impor aos cidadãos, por força, ou por medo, ou
por outros recursos, em profissão ou o abandono de qualquer religião, nem impedir que alguém
ingresse em uma comunidade religiosa ou a abandona. E tanto mais se obra contra a vontade de
Deus e contra os sagrados direitos da pessoa e da família humana, quando a forca se aplica sob
qualquer forma, com o fim de eliminar ou coibir a religião, ou em todo o gênero humano, ou em
alguma região, ou em um determinado grupo.
Os limites da liberdade religiosa
7. O direito a liberdade religiosa se exerce na sociedade humana e, pelo, seu uso está sujeito a certas
normas que o regulam.
No uso de todas as liberdades tem que observar o princípio moral da responsabilidade pessoal e
social: no exercício de seus direitos, cada um dos homens e grupos sociais está obrigado pela lei
moral a conservar em nota os direitos dos outros, os próprios deveres para com os demais e o bem
comum de todos. Com todos há que obrar segundo justiça e humanidade.
Ademais, posto que a sociedade civil tenha direito a proteger-se contra os abusos que podem dar-se
sob pretexto de liberdade religiosa, corresponde principalmente a autoridade civil prestar esta
proteção. Sem embargo, isto não deve fazer-se de forma arbitrária, ou favorecendo injustamente a
uma parte, mas segundo normas jurídicas conformes com a ordem moral objetivo. Normas que são
requeridas pela tutela eficaz destes direitos em favor de todos os cidadãos e pela pacífica
composição de tais direitos, pela adequada promoção desta honesta paz pública, que é a ordenada
convivência na verdadeira justiça, e pela devida custódia da moralidade pública. Tudo isto constitui
uma parte fundamental do bem comum e está compreendido na noção de ordem pública. No mais,
se deve observar na sociedade a norma da liberdade íntegra, segundo a qual, a liberdade deve
reconhecer-se ao homem o mais amplamente possível e não deve restringir-se, mas quando é
necessário e na medida em que o seja.
A educação para o exercício da liberdade
8. Os homens de nosso tempo são pressionados de distintas maneiras e se encontram no perigo de se
encontrarem privados de sua própria liberdade de escolha. Por outra parte, não são poucos os que se
mostram propensos a recusar toda subjeção sob pretexto de liberdade e a ter em pouco a devida
obediência.
Pelo qual, este Concilio Vaticano exorta a todos, principalmente aqueles que cuidam da educação
de outros, a que se esmerem em formar aos homens de tal forma que, acatando a ordem moral,
obedeçam a autoridade legítima e sejam amantes da genuína liberdade; homens que julguem as
coisas com critério próprio a luz da verdade, que ordenem suas atividades com sentido de
responsabilidade, e que se esforcem para ajudar todo o verdadeiro e ao justo, associando
gostosamente sua ação com os demais.
Portanto, a liberdade religiosa se deve também ordenar a contribuir a que os homens atuem com
maior responsabilidade no cumprimento de seus próprios deveres na vida social.
CAPÍTULO II: A LIBERDADE RELIGIOSA A LUZ DA REVELACÃO
A doutrina da liberdade religiosa aprofunda suas raízes na Revelação
9. Quando este Concilio Vaticano declara acerca do direito do homem a liberdade religiosa, tem seu
fundamento na dignidade da pessoa, cujas exigências se tem ido fazendo mais patentes cada vez a
razão humana através da experiência dos séculos. E mais; esta doutrina da liberdade tem suas raízes
na divina Revelação, pelo qual há de ser tanto mais religiosamente observada pelos cristãos. Pois
ainda que a Revelação não afirme expressamente o direito à imunidade de coação externa em
matéria religiosa, sem embargo manifesta a dignidade da pessoa humana em toda sua amplitude,
demonstra o proceder de Cristo respeito à liberdade do homem no cumprimento da obrigação de
crer na palavra de Deus, e nos ensina o espírito que devem reconhecer e seguir em todos os
discípulos de tal Mestre. Tudo isto aclara os princípios gerais sobre os que se fundam a doutrina
desta Declaração acerca da liberdade religiosa. Sobre tudo, a liberdade religiosa na sociedade está
de acordo inteiramente com a liberdade do ato de fé cristã.
A liberdade do ato de fé
10. É um dos mais importantes princípios da doutrina católica, contido na palavra de Deus e
ensinado constantemente pelos Padres, que o homem, ao crer, deve responder voluntariamente a
Deus; e que, portanto, ninguém pode ser forçado a abraçar a fé contra sua vontade. Porque o ato de
fé é voluntário por sua própria natureza, já que o homem, redimido por Cristo Salvador e chamado
por Jesus Cristo a filiação adotiva, não pode aderir-se a Deus que se revela a si mesmo, ao menos
que, atraído pelo Pai, renda a Deus o obséquio racional e livre da fé. Está por conseguinte em total
acordo com a índole da fé que fique excluído qualquer gênero de imposição por parte dos homens
em matéria religiosa. Por conseguinte, um regime de liberdade religiosa contribui não pouco a
favorecer aquele estado de coisas em que os homens possam ser convidados facilmente a fé cristã, a
abraçá-la por sua própria determinação e a professá-la ativamente em toda a ordenação da vida.
O comportamento de Cristo e dos Apóstolos
11. Deus chama certamente aos homens a servi-lo em espírito e em verdade, e por isso estes fiquem
obrigados em consciência, mas não coagidos. Porque Deus tem em conta a dignidade da pessoa
humana que Ele mesmo tem criado, que deve reger-se por sua própria determinação e gozar da
liberdade. Isto se fez patente sobre tudo em Cristo Jesus, em quem Deus se manifestou
perfeitamente a si mesmo e descobriu seus caminhos. Em efeito, Cristo, que é Mestre e Senhor
nosso, manso e humilde de coração, chamaram pacientemente e convidou aos discípulos. É verdade
que apoiou e confirmou sua pregação com milagres, para excitar e fortalecer a fé dos ouvintes, mas
não para exercer coação sobre eles. Reprovou certamente a incredulidade dos que ouviam, mas
deixando a Deus o castigo para o dia do juízo. Ao enviar aos Apóstolos ao mundo lhes disse: "O
que crer e for batizado se salvará; mas o que não crer será condenado" (Mc 16:16). Mas Ele,
sabendo que se havia semeado joio juntamente com o trigo, mandou que os deixassem crescer
ambos até o tempo da sega, que se efetuará ao fim do mundo. Renunciando a ser Messias político e
dominador pela força, preferiu chamar-se Filho do Homem, que veio "servir e dar sua vida para
redenção de muitos" (Mc. 10:45). Se manifestou como perfeito Servo de Deus, que "não esmagará a
cana quebrada nem apagará a torcida que fumega" (Mt., 12, 20). Reconheceu a autoridade civil e
seus direitos, mandando pagar o tributo a César, mas avisou claramente que havia que guardar os
direitos superiores de Deus: "dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus" ( Mt. 22:21).
Finalmente, ao consumar na cruz a obra da redenção, para adquirir a salvação e a verdadeira
liberdade dos homens, completou sua revelação. Deu testemunho da verdade, mas não quis impô-la
pela força aos que o contradiziam. Pois seu reino não se defende a golpes, senão que se estabelece
dando testemunho da verdade e prestando atenção, e cresce pelo amor com que Cristo, levantado na
cruz, atrai os homens a Si mesmo.
Os Apóstolos, ensinados pela palavra e pelo exemplo de Cristo, seguiram o mesmo caminho. Desde
os primeiros dias da Igreja os discípulos de Cristo se esforçaram em induzir aos homens a confessar
Cristo Senhor, não por ação coerciva nem por artifícios indignos do Evangelho, mas diante de tudo
pela virtude da palavra de Deus. Anunciavam a todos resolutamente o desígnio do Deus Salvador,
"que quer que todos os homens se salvem, e cheguem ao conhecimento da verdade" (1 Tim., 2, 4);
pois ao mesmo tempo respeitavam os fracos, ainda que estivessem no erro, manifestando deste
modo como "cada qual dará conta de si mesmo a Deus" (Rom., 14, 12), devendo obedecer
entretanto a sua consciência. O mesmo que Cristo, os Apóstolos estiveram sempre empenhados em
dar testemunho da verdade de Deus, atrevendo-se a proclamar cada vez com maior abundância, ante
o povo e as autoridades, "a palavra de Deus com confiança" (At . 4: 31). Pois criam com fé firme
que o Evangelho mesmo era verdadeiramente a virtude de Deus para a salvação de todo o que crê.
Desprezando, pois, todas "as armas da carne", e seguindo o exemplo da mansidão e a modéstia de
Cristo, pregaram a palavra de Deus confiando plenamente na força divina desta palavra para
destruir os poderes inimigos de Deus e levar aos homens a fé e acatamento de Cristo. Os
Apóstolos, como o Mestre, reconheceram a legítima autoridade civil: "não há autoridade que não
provenha de Deus", ensina o Apóstolo, que consequentemente manda: "toda pessoa está submetida
as potestades superiores...; quem resiste a autoridade, resiste a ordem estabelecido por Deus"
(Rom., 13, 1:2). E ao mesmo tempo não tiveram medo de contradizer ao poder público, quando este
se opunha a santa vontade de Deus: "antes importa obedecer a Deus do que aos homens" (At 5: 29).
Neste caminho seguiram inumeráveis mártires e fiéis através dos séculos e em todo o mundo.
A Igreja segue os passos de Cristo e dos Apóstolos
12. A Igreja, por conseguinte, fiel a verdade evangélica, segue o caminho de Cristo e dos Apóstolos
quando reconhece e promove a liberdade religiosa conforme a dignidade humana e a revelação de
Deus. Conservou e ensinou no decorrer dos tempos a doutrina recebida do Mestre e dos Apóstolos.
Ainda que na vida do Povo de Deus, peregrinou através das vicissitudes da história humana, se tem
tido as vezes um comportamento menos conforme com o espírito evangélico, e incluso contrario a
ele, não obstante, sempre se manteve a doutrina da Igreja de que ninguém seja forçado a abraçar a
fé.
Deste modo o fermento evangélico foi atuando durante largo tempo na mente dos homens e
contribuiu poderosamente a que éstos, no decorrer dos séculos, perceberam com mais amplitude a
dignidade de sua pessoa e amadureceram a persuasão de que, em matéria religiosa, esta dignidade
devia conservar-se dentro da sociedade imune de qualquer coação humana.
A liberdade da Igreja
13. Entre as coisas que pertencem ao bem da Igreja, mais ainda que, ao bem da mesma sociedade
temporal, e que tem de conservar-se em todo tempo e lugar e defender-se contra toda injustiça, é
certamente importantíssimo que a Igreja desfrute de tanta liberdade de ação, quanto requer o
cuidado da salvação dos homens. Porque se trata de uma liberdade sagrada, com a que o Unigênito
Filho de Deus enriqueceu a Igreja, adquirida com seu sangue. É em verdade tão própria da Igreja,
que quem a impugna, obram contra a vontade de Deus. A liberdade da Igreja é um princípio
fundamental nas relações entre a Igreja e os poderes públicos e tudo na ordem civil.
A Igreja vindica para si a liberdade na sociedade humana e diante de qualquer autoridade pública,
posto que é uma autoridade espiritual, constituída por Cristo Senhor, ao que por divino mandato
incumbe o dever de ir por todo o mundo e de pregar o Evangelho a toda criatura. Igualmente
reivindica a Igreja para si a liberdade, enquanto é uma sociedade de homens, que tem direito a viver
na sociedade civil segundo as normas da fé cristã.
Agora bem, aonde vige como norma a liberdade religiosa, não somente proclamada com palavras,
nem somente sancionada com leis, mas também levada a prática com sinceridade, ali, em definitiva,
logra a Igreja a condição estável, de direito e de acontecimento, para uma necessária independência
no cumprimento da missão divina, independência que tem reivindicado com a maior insistência
dentro da sociedade as autoridades eclesiásticas. E ao mesmo tempo os fieis cristãos, como todos os
demais homens, gozam do direito civil o que não se lhes impeça viver segundo sua consciência. Há,
pois, concordância entre a liberdade da Igreja e aquela liberdade religiosa que deve reconhecer-se
como um direito a todos os homens e comunidades e sancionar-se no ordenamento jurídico.
Obrigação da Igreja
14. A Igreja católica, para cumprir o mandato divino: "ensinado a todas as gentes" (Mt., 18, 19-20),
deve ocupar-se devotadamente "para que a palavra de Deus seja difundida e glorificada" (2 Tes., 3,
I).
Rogo, pois, encarecidamente a todos seus filhos que antes de tudo elevem "petições, súplicas,
intercessões e ações de graças por todos os homens... Porque isto é bom e grato a Deus nosso
Salvador, o qual quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade" ( I
Tim., 2, 1-4).
Por sua parte, os fieis, na formação de sua consciência, devem prestar diligente atenção a doutrina
sagrada e certa da Igreja. Pois por vontade de Cristo a Igreja católica é a mestra da verdade, e sua
missão consiste em anunciar e ensinar autenticamente a verdade, que é Cristo, e ao mesmo tempo
declarar e confirmar com sua autoridade os princípios de ordem moral que fluem da mesma
natureza humana. Procurem ademais os fieis cristãos, comportando-se com sabedoria com os que
não crêem, difundir "no Espírito Santo, em caridade não fingida, em palavras de verdade" (2 Cor.,
6, 6-7) a luz da vida, com toda confiança e fortaleça apostólica, incluso até o derramamento de
sangue.
Porque o discípulo tem a obrigação para com Cristo Mestre de conhecer cada dia melhor a verdade
que dele tem recebido, de anunciá-la fielmente e de defende-la com valentia, excluindo os meios
contrários ao espírito evangélico. Ao mesmo tempo, sem embargo, a caridade de Cristo lhe induz
para que trate com amor, prudência e paciência aos homens que vivem no erro ou na ignorância da
fé. Devem, pois, ter em conta tanto os deveres para com Cristo, o Verbo vivificante que há que
pregar como os direitos da pessoa humana e a medida da graça que Deus por Cristo tem concedido
ao homem, que é convidado a receber e professar voluntariamente a fé.
Conclusão
15. É patente, pois, que os homens de nosso tempo desejam poder professar livremente a religião
em particular e em público; e ainda mais, que a liberdade religiosa se declara como direito civil em
muitas Constituições e se reconhece solenemente em documentos internacionais.
Mas não faltam regimes no que, se bem na sua Constituição reconhece a liberdade de culto
religioso, sem embargo, as mesmas autoridades públicas se empenham em apartar os cidadãos de
professar a religião e em fazer extremadamente difícil e insegura a vida das comunidades religiosas.
Saudando com alegria os venturosos sinais deste tempo, mas denunciando com dor estes fatos
deploráveis, o sagrado Concílio exorta aos católicos e roga a todos os homens que considerem com
toda atenção quão necessária é a liberdade religiosa, sobre tudo nas presentes condições da família
humana.
É evidente que todos os povos se unem cada vez mais, que os homens de diversa cultura e religião
se ligam com laços mais estreitos, e que se acrescenta a consciência da responsabilidade própria de
cada um. Por conseguinte, para que se estabeleçam e consolidem as relações pacíficas e a concórdia
no gênero humano, se requer que em todas as partes do mundo a liberdade religiosa seja protegida
por uma eficaz tutela jurídica e que se respeitem os supremos deveres e direitos dos homens para
desenvolver livremente a vida religiosa dentro da sociedade.
Queira Deus, Pai de todos, que a família humana, mediante a diligente observância da liberdade
religiosa na sociedade, pela graça de Cristo e o poder do Espírito Santo, chegue a sublime e
indeferível "liberdade da glória dos filhos de Deus" (Rm., 8, 21).
Todas e cada uma das coisas desta Declaração foram do agrado aos Padres do Sacrossanto Concílio.
E nós, com a Apostólica autoridade conferida por Cristo, juntamente com os Veneráveis Padres, no
Espírito Santo, as aprovamos, decretamos e estabelecemos e mandamos que, decretadas
sinodalmente, sejam promulgadas para glória de Deus.
Roma, em São Pedro, dia 7 de dezembro do ano 1965.
Eu, PABLO, bispo da Igreja Católica.
Seguem as assinaturas dos Padres
Respostas
Semana 1
Capítulos 29-32
R1. Com o propósito de defender-se dos católicos.
R2. Maximiliano de Baviera.
R3. Era um documento que concedia aos protestantes boêmios toda sorte de garantias.
R4. Chama-se assim um episódio sucedido quando em uma reunião em Praga, o Conselho Real
se negou a prestar-lhes ouvido aos reparos dos protestantes, estes se encolerizaram-se, e
arremessaram pela janela dois dos principais católicos, que não resultaram em ferimentos
graves porque caíam sobre um montão de sujeira.
R5. Devido a que nas cidades conquistadas tratava aos habitantes com dignidade e moderação.
Além do mais, este não pretendia impor sua fé sobre os católicos, mas apenas voltar a
estabelecer o equilíbrio.
R6. A Paz de Westfalia firmada en 1648.
R7. Porque sem seus fortes, os hunguenotes não eram uma ameaça para a coroa.
R8. A proibição de ser protestante na França. Este edito aboliu o de Nantes.
R9. Eram camponeses e montanheses que durante a semeadura e a colheita trabalhavam nos
campos, e durante o resto do tempo formavam grupos armados que atacavam as tropas reais.
R10. Eram protestantes radicais que pensavam que a Reforma não havia ido suficientemente
longe da Inglaterra, e que isso se devia principalmente a política dos reis.
R11. Afirmavam que a hierarquia dos bispos era uma instituição de origem divina, sem a qual
não poderia haver verdadeira igreja.
R12. Foi um plano falido que consistiam em introduzir em uma adega barris de pólvora, como
se fossem de vinho, e explodi-los quando o rei estivesse abrindo a próxima sessão da
assembléia.
R13. As vítimas vivas do arcebispo Laud foram postas em liberdade.
a. Aprovou-se uma lei segundo a qual a assembléia não poderia ser dissolvida pelo rei
sem o deferimento de seus membros.
b. Recrutou-se uma milícia em nome do Parlamento.
R14. Um contingente de cavalaria.
R15. Um grupo inglês cujo profeta propunha uma nova ordem social no que haveria um direito
universal, não só a liberdade e ao auxílio, senão também a propriedade.
R16. Uma figura que governaria com a assistência de um Parlamento que representaria a
Inglaterra, Escócia e Irlanda.
R17. Juan Bunyan cuja obra principal era “O Peregrino” e Juan Milton cuja jóia literária era
“Paraíso Perdido”.
SEMANA 2
Capítulos 33-36
R1. O sentimento nacionalista que tratava de limitar os poderes do papa.
R2. Os que sustentavam que o centro da autoridade eclesiástica se encontrava em Roma.
R3. Era um movimento fundado sobre as idéias de Justino Febronio o qual afirmava que a
igreja é a comunidade dos fiéis, e são eles a quem corresponde o poder em última instância.
Portanto, um concílio tem maior poder que o papa.
R4. Afirma que a predestinação se devia a presciência divina.
R5. Ele propunha mostrar que Agustinho havia ensinado a primazia e necessidade da graça de
um modo que não concordava com as doutrinas comumente aceitadas na igreja.
R6. Blas Pascal. Sua obra chamada as Epístolas Provinciais foi escrita com perspicácia
teológica e fino humor nas quais atacava aos jesuítas e demais adversários do jansenismo.
R7. A doutrina espiritual de Molinos consistia em uma passividade absoluta frente a Deus. O
que o crente tem que fazer é simplesmente desaparecer, deixar que seu próprio eu morra, e se
perca em Deus. Todo ativismo, se do corpo ou espiritual deve ser rejeitado.
R8. Temas teológicos
R9. Para Chemnitz o importante era reconciliar as diversas posições dentro do luteranismo, e
sublinhar seus pontos de divergência tanto com o catolicismo como com os outros ramos
protestantes.
R10. A heresia consiste em negar parte do que é essencial para a salvação, o erro consiste em
negar algum outro aspecto da verdade revelada.
R11. Por meio do “consenso dos primeiros séculos”.
R12. Cria que Deus predestinou aos eleitos porque de antemão sabia que teriam a fé em Jesus
Cristo.
R13. Eleição incondicional, expiação limitada, depravação total, graça irresistível e
perseverança dos santos.
R14. Unicamente o que fosse necessariamente certo devia crer. O demais deviam ficar em
dúvida até que fosse comprovado.
R15. Arnaldo Geulincx e Nicolás de Malebranche.
R16. Baruch Spinoza.
R17. Godofredo Guillermo Leibniz.
R18. John Locke.
R19. Voltaire e o Barão de Montesquieu.
R20. Crítica da Razão Pura.
SEMANA 3
Capítulos 37-39
R1. “Brillante amanhecer”.
R2. Sua direção é uma reação contra o dogmatismo frio dos teólogos, e contra a liturgia ao
parecer vazio da igreja.
R3. “Cuáqueros”, dado que sua exaltação religiosa era tal que tremiam.
R4. Guillermo Penn.
R5. Igreja da Nova Jerusalém.
R6. Grupos dedicados a devoção e ao estudo cuidadoso da Bíblia.
R7. “Pia desideria” de Jacobo Spener.
R8. As Ilhas Virgens, Guayana, Georgia (EU).
R9. Jorge Whitefield.
R10. Porque Wesley não concordou com Coke e Asbury no nomeação de bispos.
R11. O tabaco.
R12. O cultivo do tabaco requeria maior mão-de-obra, e, portanto começou a importá-la da
África.
R13. Este iniciou o trabalho entre os moicanos, este traduziu a Bíblia ao seu idioma, e os guiava
em seu estudo bíblico. Ademais, ensinou-os artes agrícolas e mecânicas.
R14. Os batistas gerais sustentavam que Jesus Cristo teria morrido por todo gênero humano. Os
particulares sustentavam a postura do calvinismo ortodoxo, segundo o qual Jesus Cristo morreu
unicamente pelos que estavam predestinados a salvação.
R15. Maryland.
R16. Na necessidade de uma experiência pessoal de conversão.
R17. Devido a suma importância de ter uma experiência de conversão para a vida cristã.
SEMANA 4
Capítulos 40-42
R1. O 4 de julho de 1776.
R2. Nome que levaram um grupo de igrejas que rejeitavam a doutrina da Trindade e eram
essencialmente racionalistas.
R3. Uma doutrina segundo a qual todos têm de salvar-se.
R4. Em 1783.
R5. 1784.
R6. Pela imigração de irlandeses, italianos, polacos, etc.
R7. De modo inusitado as pessoas começam a levar sua fé com maior seriedade, e reformavam
seus costumes para ajustarem-se melhor as exigências dessa fé.
R8. A Sociedade Bíblica Americana, a Junta Americana de Comissionados para Missões
Estrangeiras, etc.
R9. Esta resumia a convicção dos brancos norte-americanos de que seu país teria o propósito
designado pela providência divina de guiar o resto do mundo nos caminhos do progresso e da
liberdade.
R10. México cedia aos Estados Unidos, em vez de quinze milhões de dólares, um território de
mais de três milhões de quilômetros quadrados e reconhecia Rio Grande como fronteira entre
Texas e México.
R11. Arrecadar fundos para comprar escravos, liberá-los e devolvê-los ao continente africano.
R12. Devido que estas igrejas estavam contra a abolição da escravidão.
R13. As igrejas do norte declararam que a escravidão era desumana, e as do sul afirmando que a
Bíblia falava da escravidão sem condená-la.
R14. Porque as igrejas do Sul instaram aos negros que pertenciam a elas a abandoná-las.
R15. Dwight L. Moody
R16. Grupos de igrejas que sublinhavam a doutrina wesleyana da santificação. A mais
numerosa foi a Igreja do Nazareno.
R17. Em 1914, o diretor de uma publicação pentecostal convocou uma grande reunião de
“crentes no batismo do Espírito Santo”; e desta se fundaram as Assembléias de Deus.
R18. Uma reação ao liberalismo que ameaçava os “fundamentos” da fé, negando a autoridade
das Escrituras.
R19. A inefabilidade das Escrituras, a divindade de Jesus Cristo, seu nascimento virginal, seu
sacrifício expiatório na cruz em substituição pelos pecados humanos, e sua ressurreição física e
pronto retorno.
R20. Um esquema que dividia a história humana em sete dispensações, das quais a sexta é a
presente.
R21. John Smith.
R22. Carlos Tazé Russell.
R23. Mary Baker Hedí.
R24. O povo francês amotinado se apoderou da Bastilha.
R25. Criou-se um novo calendário com nomes de meses tomados da natureza, e cerimônias
como a procissão que acompanhava os restos de Voltaire ao “Panteon da República”, se
construíram templos a razão, etc.
R26. Este era um movimento anglo católico, cujo objetivo era dar realce as grandes tradições
cristãs.
R27.
Haiti, 1804
Chile, 1810
México, 1810
O Paraguai, 1813
O Prata, 1816
A Gran Colômbia, 1819
A Capitania Geral da Guatemala, 1821.
Brasil, 1822
Uruguai, 1828
R28. Em 1827.
R29. Porque foi um sacerdote que apoiou projetos para a formação de uma igreja nacional
mexicana.
SEMANA 5
Capítulos 43-46
R1. Baseia-se no afeto (em alemão, Gefuhl). O afeto religioso não é coisa sentimental, nem
tampouco uma emoção passageira, ou uma experiência que aparece de momento, senão que é
mais o sentimento profundo que nos permite perceber-nos de modo direto da existência de
Aquele que é a base de toda a existência, tanto a nossa como a do mundo que nos rodeia.
R2. Ele cria que o cristianismo era a religião absoluta, a culminação de todas as religiões, na
qual se resume o pensamento que se tem ido desenvolvendo em todo o progresso religioso da
humanidade.
R3. O cristianismo é questão de fé, fé no Deus que se revelou nas Escrituras e em Jesus Cristo.
R4. Para Ritschl o cristianismo não é questão de especulação racional, nem de sentimento
subjetivo senão de vida prática.
R5. Lamennais chegou à conclusão de que os monarcas absolutos sempre tratariam de governar
a igreja, e, portanto, o que os cristãos deveriam fazer era lançar-se n prol da liberdade política,
com o apoio e sob a direção do papado.
R6. Quando as tropas do Reino da Itália tomaram os estados pontifícios em 20 de setembro de
1870.
R7. Em 1854.
R8. A separação da igreja e o estado, a liberdade de culto, a liberdade de imprensa e as escolas
públicas sob a supervisão do estado.
R9. O 18 de julho de 1870.
R10. Na crença de que Deus havia colocado nas mãos dos europeus, e dos brancos norte-
americanos, os benefícios da civilização ocidental, inclusive a fé cristã, para que os
compartilhassem com o resto do mundo.
R11. A Sociedade para Fomentar o Conhecimento Cristão, a Sociedade para a Propagação do
Evangelho em Terras Estrangeiras, a Sociedade Batista Particular para Propagar o Evangelho
entre os Pagãos, a Sociedade Missionária de Londres, etc.
R12. Uma igreja fundada sobre o “remanente” da igreja Índia que dizia ser fundada pelo
apóstolo Tomás, e que recebeu o influxo do protestantismo, especialmente dos anglicanos.
R13. Guillermo Carey.
R14. Os sacrifícios de meninos no rio Ganges, e a queima de viúvas nas piras fúnebres de seus
esposos.
R15. Alexander Duff.
R16. Adoniram Judson.
R17. Marshman e Morrison.
R18. Evangelizar o interior da China sem introduzir no país as divisões que existiam entre os
protestantes no Ocidente.
R19. O sacerdote russo Nicolai.
SEMANA 6
Capítulos 47-50
R1. Gregório Aglipay.
R2. São igrejas que saíram das antigas igrejas orientais que conservam seus antigos ritos e
tradições, mas no doutrinal são católicas.
R3. Os católicos tiveram sua base de operações nas colônias francesas, belgas, italianas e
espanholas, e os protestantes nas britânicas e alemãs.
R4. David Livingstone.
R5. James Theodore Holly.
R6. Mediante o retorno dos cubanos exiliados nos Estados Unidos.
R7. Mediante um cisma da igreja católica iniciado pelo sacerdote mexicano Ramón Lozano.
R8. Mediante um cisma com a igreja católica promovido por Manuel Aguas sob o apoio dos
episcopais norte-americanos.
R9. Esta surgiu com a esperança de por fim a divisão entre as diversas denominações, e criar
uma igreja que seguisse os padrões do Novo Testamento, e na que todos pudessem se unir.
R10. Incluir “toda a terra habitada”.
SEMANA 7
Capítulos 51-56
R1. A considerava sua melhor aliada.
R2. Para este movimento com seu ensinamento do amor universal e seu chamado a oferecer a
outra face, era essencialmente antagônico a seus propósitos.
R3. A escola de Kiev de Pedro Mogila se inclinava para o catolicismo e a escola de Teófanes
Prokópovich se inclinava ao protestantismo.
R4. Declarava que o nazismo era uma nova forma de paganismo, e acusava Hitler de haver
violado o concordato de 1933.
R5. Condenava o comunismo.
R6. O dogma da assunção de Maria.
R7. O 11 de outubro de 1962.
R8. Autorizava o uso dos idiomas vernáculos.
R9. Proíbe todos os métodos artificiais de controle da natividade.
R10. Para ele a teoria da evolução não era uma negação da criação senão mais um modo
científico de interpretar e entender o poder criador de Deus.
R11. “A lei cósmica da complexidade e a consciência”.
R12. Henri de Lubac, Jean Daniélou, Karl Rahner.
R13. A insistência em um Deus que nunca é nosso, senão que sempre nos confronta como
“outro”, cuja palavra pronuncia sobre nós em vez um “sim” e um “não”, e cuja presença traz
não a simples e feliz confirmação do valor de nossos esforços, senão crises.
R14. O Comentário a Romanos, Dogmática Cristã e Dogmática Eclesiástica.
R15. Um partido que unia as crenças cristãs tradicionais, tal como o liberalismo alemão as
havia reinterpretado, com idéias de superioridade racial e com um nacionalismo extremo.
R16. É o documento básico da “Igreja Confessante”, um corpo que em nome do evangelho se
oporia aos ensinamentos e ações dos nazistas.
R17. Dietrich Bonhoeffer.
R18. Teologia da Esperança e o Deus crucificado.
R19. A desmitificação.
R20. A proibição das bebidas alcoólicas.
R21. “As fontes sociais do denominacionalismo” e “O Reino de Deus na América”.
R22. Examinar as perguntas existenciais mais profundas das gentes modernas – especialmente o
que ele chamava seu “interesse último” – e então mostrar como o evangelho responde a essas
perguntas.
R23. Contava com abundantes recursos que lhe faziam possível fazer uso dos últimos meios e
técnicas de comunicação.
R24. Uma teologia basicamente ortodoxa que ao mesmo tempo era uma afirmação das tradições
negras, e um chamado a luta e a esperança.
R25. É uma teologia que vê todo o sistema de doutrina cristã desde a perspectiva dos pobres e
os oprimidos a quem Deus oferece liberdade. Por isto a doutrina cristã deve ser interpretada de
modo que se veja seu poder libertador.