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1ª Monografia para Graduação do Bacharel em Teologia – Faculdade Walter Martins - FWM HISTÓRIA DA IGREJA PERÍODO ENTRE O PENTESCOSTE E A REFORMA E INTRODUÇÃO A REFORMA Um pouco da trajetória da Igreja até o nosso tempo Jaime Bergamim [email protected] – Site http://pbjaimebergamim.webnode.com.br

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1ª Monografia para Graduação do Bacharel em Teologia – Faculdade Walter Martins - FWM

HISTÓRIA DA IGREJA PERÍODO ENTRE O PENTESCOSTE E A REFORMA E INTRODUÇÃO A REFORMA

Um pouco da trajetória da Igreja até o nosso tempo

Jaime Bergamim [email protected] – Site

http://pbjaimebergamim.webnode.com.br

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HISTÓRIA DA IGREJA PERÍODO ENTRE O PENTESCOSTE E A

REFORMA

Jaime Bergamim1

Resumo:A história da Igreja ela começa com os judeus de fala grega e hebraica denominados de

helenistas. Nesse período a igreja começa a ser perseguida, porém a igreja cresceu o que obrigou os discípulos a sair das quatro paredes de Jerusalém. No entanto, quanto mais crescia a igreja, crescia também a perseguição. No capítulo – Atos 11.19-21, lemos que os cristãos dispersos compartilharam o Evangelho primeiramente com os judeus na Fenícia, em Chipre em Antioquia da Síria. Após sua rápida expansão durante a era apostólica, a igreja primitiva sentiu necessidade continua e estabilidade. Durante o século I e II, porém, a igreja continuava a ser perseguida. Enfrentava não só aposição do judaísmo, como também novas pressões do governo imperial no sentido de obedecer a César mais do que a Cristo. As perseguições além de religiosos também eram de origem políticas. Com a perseguições surgem os mártires e também os gigantes na liderança eclesiástica que ia enfrenta as grandes disputas religiosas e as questões teológicas que eram defendidas pelos chamados de apologistas, isto porque seitas e heresias bombardeava a igreja do primeiro século. Na igreja do oriente, o período 325-451, foi cheio de disputa acerca da divindade e natureza de Cristo. Foram convocados quatro Concílios eclesiásticos com a finalidade de resolver o problema. No ocidente Tertuliano já tinha estabelecido a doutrina ortodoxia da Trindade, por isso a igreja ocidental não se achava tão atribulada quanto ao oriente por esse debate teológico. No entanto outro assunto mais prático preocupou a igreja do ocidente, “ a natureza da salvação”. Em geral, este período foi uma época decisiva na formulação da teologia. Nos três primeiros séculos surgem os primeiros lideres forte da igreja. Período que vai de 590 – 1054 – Para alguns teólogos, esse período é chamado de “Idade das trevas”. Devido ao casamento da igreja com estado, a igreja comprometeu-se no emaranhado político. A imoralidade arraigou a medida que as lideranças eclesiásticas se tornavam cada vez mais materialista e menos espirituais. Assim a igreja vai caminhando até a reforma para sermos a igreja somos hoje. Lutero foi a principal figura da reforma, embora que ouve os pre-feromadores que lutaram antes de luteros, mas cada um dei sua contribuição para a igreja ser reformada. Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão culminado no início do século XVI por Martinho Lutero, quando através da publicação de suas 95 teses, em 31 de outubro de 1517 na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana, propondo uma reforma no catolicismo romano. Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos como os Cinco Solas. Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando uma revolução religiosa, iniciada na Alemanha, estendendo-se pela Suíça, França, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste europeu, principalmente os Países Bálticos e a Hungria. A resposta da Igreja Católica Romana foi o movimento conhecido como Contrarreforma ou Reforma Católica, iniciada no Concílio de Trento.

1 Curso Básico de Teologia pela EETAD Campinas -Sp, Curso Médio de Teologia pel FAETA, Campinas -Sp e Bacharel em Teologia – Faculdade Walter Martins (FWM), Rio de Janeiro-Rj, Mestrado em Psicologia Pastoral – Faculdade Teológica da Bahia (FATCBA), Vitória da Conquista Bahia-BA, Pedagogo (Licenciatura plena) Universidade Castelo Banco (UCB) São Paulo-SP, Pós-Graduando em Gestão de Pessoas e Aconselhamento Bíblico – Faculdade Teológica Betânia (FATEBE), Curitiba-Pr Professor do instituto Bíblico das Assembleias de Deus Ensino e Pesquisa (IBADEP) Colombo-Pr, Professor da Escola Bíblica Dominical em Várias Igrejas. Curso de aperfeiçoamento em Escatologia pela Instituto Ugo Cariel Penã e Daril Sales, Seminário de Dala no Chile (curso por extensão). Ev. Na Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Ministério de Guaraituba-Colombo-Pr. 1 Pastor da Congregação Jd Das violeta – Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério de Colombo-Pr

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Introdução:

Vamos conhecer nesse estudo um pouco da história da igreja no período

entre o Pentecoste e a reforma, a expansão e o crescimento da igreja. A igreja

durante esse período sofreu perseguições, mas os lideres fortes que se levantavam

mantinha a igreja firme na fé e no caminhar. Os pais da igreja foram homens que

não mediram esforços para garantir a perpetuação da igreja em diversos países.

Assim a igreja chegou até a reforma sobre as fortes lutas mas permaneceu firme.

Deus levantou homens destemidos para que a igreja pudesse pisar a diversos

territórios mesmo sobre a agiu perseguições

I. Crescimento da igreja e a expansão do cristianismo

A igreja neotestamentária em Jerusalém estava ligada ao templo Judaico. Diariamente

novos crentes aderiam à igreja. Com o crescimento da igreja, foi necessário a consagração de

obreiros para o exercício do ministério cristão.

Nesse tempo a igreja era composto de crentes judeus que falavam o hebraico e

judeus que falavam o grego, denominados helenistas. Dentre os helenistas foram escolhidos

sete homens cheio do poder de Deus para o exercício do ministério cristão. Entre eles estava

Estevão, o primeiro mártir da história da Igreja.

A Igreja e a perseguição

A igreja começou então a ser perseguida, resulta, então, a morte der Estevão e dá-se a

dispersão dos cristãos helenistas que fogem da cidade levando o evangelho por toda a Judéia e

Samaria.

Felipe, um dos sete diáconos, tornou-se o primeiro evangelista da igreja ( At. 8.4-40).

Ele pregou em Samaria onde o povo não era de puro sangue judaico, mas muitos aceitaram a

Jesus. Quando a igreja em Jerusalém ficou sabendo disse, mandou Pedro e João visitar a nova

igreja samaritana.

Felipe após evangelizar o etíope que voltava de Jerusalém para Gaza, continuou a pregar

nas cidades litorâneas, desde Azoto até Cesaréia. Enquanto que o etíopo que era gentio deve ter

levado o evangelho para sua pátria.

O crescimento da igreja fez com que os apóstolos saíssem das quatro paredes. Pedro

começou a viajar por toda a palestina, visitando as novas igrejas. Muitas delas foram fundadas

pelos cristãos helenistas dispersos[2]. Enquanto Pedro visitava Jope, teve uma visão para

2 At. 9.32: 11.18

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ministrar a um oficial romano chamado Cornélio. Guiado pelo Espírito Santo, Pedro prega a

Cornélio e a sua família. Assim estava oficialmente aberto o caminho para divulgação do

Evangelho além das fronteiras judaicas.

Em Ato [3], lemos que os cristãos dispersos compartilharam o Evangelho primeiramente

com os judeus na Fenícia, em Chipre em Antioquia da Síria.

Depois foram evangelizados os gregos.

Enquanto isso a igreja em Jerusalém mantinha a supervisão. Enviou Barnabé à

Antioquia para avaliar a situação. Barnabé resolveu pedir ajuda a Paulo para a edificação da

igreja lá.

Quanto mais crescia a igreja, mais crescia a perseguição. Enquanto isso Tiago foi morto

por Herodes, em aproximadamente no ano 44 d.C.; Pedro foi preso mais escapou. A palavra do

Senhor crescia e se multiplicava[4]. Assim o efeito positivo da perseguição, se constitui em

outra chave importante para a divulgação do Evangelho, “o comprometimento dos crentes com

o seu Salvador”. Isso atraiu muitos descrentes a Cristo.

Duas igrejas fundada na era apostólica: “Mar Thomas” no Sul da Índia, diz ser fundada

pelo apóstolo Tomes, e seu testemunho se manter através dos séculos. A Igreja “ Cóptica no

Egito e Etiópia”, talvez tenha sido fundado na era apostólica.

Diz que João Marcos fundou a igreja de Alexandria, Egito. As igrejas daquela região

eram bem fortes. Uma grande parte da liderança da igreja primitiva era africana. Parece nos que

os apóstolos Mateus e Matias, trabalharam na Etiópia.

No ano 40 d.C. dá-se o concilio de Jerusalém. Judas e Silas levou a carta a Antioquia

com o resultado do concilio [5]. Esse concilio foi convocado devido os problemas que começou

a surgir na igreja. Alguns cristãos tradicionais judaicos, insistia que todos cristão obedecesse a

lei, e que os cristãos gentios fossem circuncidados. As igrejas orientadas por Paulo e Barnabé

ensina que o caminho para a salvação era o mesmo tanto para judeus como para os gentios

(gregos). Salientavam que a fé Cristo e não a lei judaica era o caminho para a vida eterna.

A maior igreja em termo de importância foi a de Éfeso, fundada na terceira viagem

missionário de Paulo.

A Igreja perseguida

Após sua rápida expansão durante a era apostólica, a igreja primitiva sentiu necessidade

continua e estabilidade. Durante o século I e II, porém, a igreja continuava a ser perseguida.

3 At. 11.19-21 4 At. 12.24 5 At. 15.1-35

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Enfrentava não só aposição do judaísmo, como também novas pressões do governo imperial no

sentido de obedecer a César mais do que a Cristo. Durante esse tempo surgiram líderes fortes

para defender a fé, definir a doutrina, e dirigir o culto eclesiástico. Estudaremos sobre eles em

outro tópico.

A Igreja sofreu por causa da sua fé em Cristo. Assim, o firme testemunho dos irmãos

perseguido a quase 2000 anos nos inspira em meio a oposição e perseguição sofrida hoje.

Motivo da perseguição

A igreja primitiva sofreu fortes perseguições que tentou apagar a chama viva do

cristianismo que espalhava. Assim surgiu os motivos para a perseguição da igreja.

Motivos da perseguição

1. Questões religiosas

2. Questões políticas

3. Questões sociais

Reações a perseguição

1. A perspectiva Bíblica

2. A igreja das Catacumbas

3. Enfrentando a morte confiante

A defesa da fé

1. Os resultados da perseguição

2. A admiração pelos mártires

3. A expansão da fé

Questões Religiosas

Durante a era apostólica, os romanos consideravam o Cristianismo como mais uma seita

do Judaísmo. O governo reconhecia o Judaísmo como uma religião licita e aceita por todo o

império romano. Mas o crescimento rápido do Cristianismo, se tornou cada vês mais

intolerantes com os zelosos evangelistas cristão. A mensagem de libertação enfraquecia o

legalismo judaico. Os ensinamentos da graça cristã substituíam uma herança legalista que

remontava os tempos de Moisés, e por outro lado os judeus sentia que seu monoteísmo estava

sendo ameaçado pela adoração a Jesus Cristo.

Com resultado da crescente distinção ente Judaísmo e Cristianismo, tornou se claro aos

olhos do Império Romano a diferente entre as duas religiões. O Culto romano era externo.

Contava com alteres e imagem, o que dificultava entende o Cristianismo que não usavam nem

ídolos e nem altares.

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Um escritor pagão desafiou a eficácia do culto cristão, contrastando –o com a adoração

judaica.

“Por que eles (os cristãos) não tem altares, templos, imagens reconhecidas? ... Aquela

solitária e empobrecida nação dos judeus adoravam um Deus, muito peculiar por sinal; mas

pelo menos o odoravam abertamente com templos, altares, vítimas e cerimônias, Ele tem tão

pouca força ou poder que está escravizado, junto com sua própria nação especial, aos deuses

romanos. ”

A medida que a igreja ia crescendo, tornava se cada mais uma igreja gentia. Os pagãos

que se convertiam a Cristo recusavam –se a participara do culto às deidades romanas. por isso

foram acusados de terem abandonados os deuses.

Questões políticas

A igreja passou a ser perseguida também por questões políticas. As pessoas poderiam

adorar a qualquer deus que quisessem, mas que, contudo, que adorasse também a César. No

período de 81-96 d.C. o imperador Domiciliano apropria se do título “senhor deus” como

indicio do gênio do imperador. Foi durante o reino dele que o apostolo João foi exilado na ilha

de Patmos, onde escreveu o livro de Apocalipse.

Desta forma a Religião Cristã parecia ameaçar a unidade política do Império Romano.

Os cristãos falavam de Cristo como sendo o rei e pregavam o reino do céu. No entanto, não

havia nenhuma oposição entre Cristo e César nesse particular, até porque o próprio Cristo

ensinou: Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. [6]

Questões sociais

Além das perseguições religiosas e políticas, os cristãos também tinham conflitos com

os padrões sociais da vida romana. Isso porque, os cristãos na maioria eram de classe baixa [7].

Mas, mesmo assim, o povo de classe alta cultuavam a Deus juntos. Porém, a nobreza romana

via com certo receio a insistência na igualdade de todas as pessoas. Paulo escrevendo aos nossos

irmãos colossenses dá-nos a entender que, “ em Cristo foi demolida toda a classe e barreiras

sociais e nacionalidade fazendo de todos um só povo”[8].

Os cristãos precisavam retirar se da sociedade romana. Eles não participavam do

sangrento exporte romano. Rejeitavam o teatro, tão sensual no seu apelo. Recusavam participar

de reunião pagã no templo. Assim seus vizinhos pagãos acusavam de antissociais. Ao aceitarem

6 Mt. 22.17-21 7 I Co 1.26 8 Cl. 3.11

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a Cristos, os crentes passavam a rejeitar não somente os deuses e algumas leis sociais, como

também a baixa moralidade dessa sociedade.

A sociedade romana acusava os cristãos de imoralidade porque falavam do amor por

seus irmãos. Presumiam, assim, a prática do incesto e apoiassem a orgia sexual. Quando os

cristãos falavam da Ceia do Senhor como sendo “o corpo e o sangue do Senhor” eram acusados

da prática de antropofagia ou canibalismo. Ou seja, aquele que come carne humana.

A pureza e o atavismo social dos crentes primitivos, censurava a imoralidade e o egoísmo da

sociedade romana.

Juntando tudo isso, e a acusação falsa aumentavam a suspeita e a falta de confiança em

relação aos seguidores de Cristo. Deu-se a perseguição oficial por parte do governo romano.

Perspectiva Bíblica

Até o ano 250 d.C., os martírios eram isolados. A partir desse ano o império passou

liderar uma perseguição liberada e generalizada aos cristãos por todo o império.

Em 250 d.C. o imperador Décio iniciou a primeira perseguição por todo o império. Esse ano

era o aniversário de mil anos de fundação do império romano. Décio culpou, o crescimento do

cristianismo, especialmente após 180 d.C., pelo declínio do impero nesse mesmo período.

Assim para desviar os cristãos de seus objetivos, e atender os objetivos do império romano, ele

não intentou matar os cristãos, mas torna-los traidores. Desta forma, muito cristão abandonara

a sua fé, e causaram grandes problemas quando quiseram voltar, porque a igreja excluída os

hipócritas e os insinceros do seu rol.

Aqueles que abandonavam tudo por amor a Cristo, estavam certo que poderiam morrer

a qualquer momento por causa de sua fé em Cristo.

A igreja das Catacumbas

A perseguição aos cristãos, levaram para o culto secreto. Eles reunião a noite nas

Catacumbas para realizarem o culto de adoração a Deus. As Catacumbas, eram extensas

galerias mortuárias subterrâneas. Havaí quilômetros de passagens subterrâneas cavadas a

profundidade de sete a doze metros. Pelo menos 35 dessa Catacumbas de extensão total de 800

Metro, já foram localizadas por arqueólogos modernos. Já foram identificadas mais de dois

milhões de túmulos nas catacumbas de Roma utilizadas até o século V.

As catacumbas de Roma em italiano: Catacombe di Roma) são antigas catacumbas, um conjunto subterrâneo de corredores e abrigos utilizados para sepultamentos, debaixo de Roma, Itália, dos quais pelo menos quarenta ainda existem, alguns deles descobertos apenas nas últimas décadas. Embora sejam famosos por sua história em relação ao cristianismo primitivo, romanos de todas as religiões, juntos ou separados, estão enterrados nelas, com sepultamentos iniciando no século II e

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resultado principalmente do excesso populacional da cidade e da falta de terras para cemitérios [9].

Nessas catacumbas foram encontrados desenhos em forma de gravuras, como por

exemplo; a cruz, o peixe e Chi Rho, que se tornaram fonte valiosas de informações acerca da

vida cristã da igreja primitiva [10].

Vejam:

Essas inscrições se referem a doutrina da igreja primitiva, como a Santíssima trindade e

a divindade de Cristo. Outros indícios mostram a prática do batismo e comunhão.

Enfrentando a morte

Muitos cristãos morreram nas mãos dos perseguidores, entre eles temos Policarpo que

foi martirizado durante a perseguição em Esmirna em meado do século II. Mais adiante

estaremos estudando outros personagens vítima da perseguição.

Policarpo, após outra oportunidade para negar a Cristo e sua fé, foi conduzido a fogueira.

O imperador romano, pensava que com isso o cristão, ou propriamente o cristianismo morresse.

Mas, ao contrário, o cristianismo crescia mais e mais, e os martírio motivava outras pessoas a

professar a fé em Cristo. Cada mártir em era uma testemunha a mais que era professada em

defesa de fé crista. Cada gota de sangue era uma semente lançada em terra para germinar e

crescer a obra do evangelho de Cristo.

A defesa da fé

Alguns cristãos congregavam secretamente. Outros tentavam responder a acusações e

opiniões errôneas divulgadas contra eles. Os homens que preparavam documentos de defesa

chamavam-se “apologistas”. Os apologistas se dedicava à refutação das acusações do

“ateísmo”, “incesto”, “antropofagia” e “traição”. Também elogiavam a fé crista, comparando-

a com o judaísmo, as religiões místicas, o culto ao estado e a filosofia. Embora alguns

apologistas dedicassem seus escritos ao imperador, eles se dirigiam realmente ao público mais

letrado da época, na expectativa de mudar a opinião pública e converte as pessoas a Cristo.

9 https://pt.wikipedia.org/wiki/Catacumba_romana 10 O Chi Rho é um cristograma muito usado antes mesmo do tempo do imperador Constantino e adquiriu grande

popularidade depois que ele o adotou para o seu lábaro.

O símbolo é formado pela sobreposição das duas primeiras letras (iniciais) chi e rho (ΧΡ) da palavra grega

"ΧΡΙΣΤΟΣ" = Cristo de tal modo a produzir o monograma. Apesar de não ser tecnicamente uma cruz cristã, o

Chi-Rho invoca a crucificação de Jesus, bem como simbolizando seu status como o Cristo. O símbolo de Chi-Rho

também foi usado por escribas pagãos gregos para marcar textos, na margem, como uma passagem particularmente

valiosa ou relevante; as letras combinadas Chi e Rho neste caso chrēston, significando "bom." Algumas moedas

de Ptolemeu III Evérgeta (r. 246–222 a.C.) eram marcadas com Chi-Rho

https://pt.wikipedia.org/wiki/Chi_Rho

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Expansão da fé

Com resultado do martírio e da perseguição à igreja, os cristãos foram dispersos, e por

onde passavam levavam a semente do evangelho. Assim, o resultado da perseguição foi a

expansão do cristianismo e o fortalecimento da fé crista.

A igreja radica chega até Roma antes mesmo da chegada de Paulo, até porque Pedro já

mandou saudações a Babilônia que para alguns estudiosos, essa seja Roma (I Pe 5.13).

Em 111-115 d.C. aparecem as carta escrita de Inácio, um pai da igreja. A igreja já estava

plantada em Éfeso, Magnésia, Trales, Filadélfia, e Esmirna na Ásia Menor. Já no segundo

século a igreja já existia na Gália (França hoje), com um bispo em Lion.

‘ A Igreja cresceu, e no III século muitas igreja e bispo já havia na Espanha. No ano 314

d.C. os bispos de Londres, Lincoln e Iorque estavam presentes no Concilio de Arles (sul da

França). Como o evangelho chegou pela primeira vez nas ilhas Britânica não sabemos.

No continente africano, o cristianismo teve uma boa receptividade no Egito. No Egito o

cristianismo não só penetro na população judaica, mas também na grega. Uma tradução das

Escritura na língua cóptica (que se refere a raça egípcia) foi iniciado em meados do século III.

Em Cirene, província mais ao oeste da áfrica, continha seis bispos até o ano 410. As

igrejas da África foram as mais fortes do império romano. Delas surgiram muitos bispos,

algumas das traduções da Bíblia, e muitos dos grandes evangelistas e teólogos da igreja

primitiva.

II. Líderes da Igreja

Os pais apostólicos

Clemente de Roma: Um pastor dedicado

Inácio: Um mártir voluntário

Policarpo: Um vínculo com os Apóstolos

Apologistas

Justino Mártir: Um hábil defensor

Aristides, Atenágora, Taciano: Apologistas

Gigantes na liderança

Irineu: Um Polemista ativo

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Tertuliano: O pai da teologia Latina

Cipriano: Um “pai” do episcopado

Clemente: Um estudioso e mestre.

Clemente de Roma: Pouco sabemos sobre a vida desse homem. Alguns estudiosos até

acham que seja o mesmo indivíduo mencionado em Filipenses 4.3. Era um líder em Roma no

tempo em que escreveu uma longa carta à igreja de Corinto em aproximadamente 97 d.C. Está

foi muito importante, pois tempos antes Paulo escreveu duas cartas a essa igreja para tratar do

mesmo assunto que Clemente estava tratando tempo depois,

A carta de Clemente combatia a desobediência e a rebelião daqueles que se levantavam

contra o presbítero da igreja. Dando prosseguimento a carta, ele combate o orgulho e muitos

outros desvios do povo dando exemplo de quase 150 deles desde o Antigo Testamento,

mostrando o resultado da obstinação.

Inácio, Um mártir Voluntário: Inácio, bispo da Igreja em Antioquia na Síria (50 -115

d.C), foi perseguido e preso por ser cristão. Inácio foi levado a Roma por guarda armado.

Embora preso, ele conseguiu escrever, por onde passou, a várias igrejas e indivíduos.

Inácio se preocupava com santo viver e o santo morrer. Em sua carta a igreja de Roma, ele

pediu que não fizesse nada que impedisse a sua morte como mártir por amor a Cristo.

Inácio apelou para uma unidade cristã centralizada no episcopado, temendo a divisão e

doutrinas falsas na igreja. Ele fez distinção entre a função de bispo e presbíteros, de modo que

havia três níveis no ministério: bispo, presbítero e diácono. Ele equiparou a papel de bispo, a

posição de Deus, os presbíteros (anciões), ao concilio apostólico e os diáconos ao papel de Jesus

Cristo como ministrante.

Policarpo: Um vínculo com os apóstolos: Esse homem foi um grande exemplo de

mártir para a igreja. Escreveu várias cartas, inclusive Inácio recebeu uma de suas cartas.

Policarpo escreveu também a igreja de Filipo. Nela ele animava a crente a permanecerem fieis

e praticarem boas obras.

Apologistas:

Eles se diferenciavam dos pais apostólicos e pós-apostólicos, por que eles escreviam aos

pagãos, enquanto que os pais apostólicos e pós-apostólicos escreviam aos crentes.

Justino mártir – (100-165 d.C.), foi o principal apologista e porta-voz literário do

meado do século II na região oriental do império. Nascido de pais pagãos, ele foi formado como

filósofo profissional. Ele relatou em seus escritos a tentativa de encontrar o real significado pela

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vida, vagando de um grupo religioso para outro. A maneira como Justino enfrentou a morte

deixou muita gente impressionada, e isso se devia ao nível elevado de sua vida cristã. Quando

ele converte a Cristo e tenta levar o seu nível profissional, ou seu conhecimento como filosofo

a serviço de Cisto.

Justino não tinha residência fixa e nem cargo eclesiástico. Em suas condições de

evangelista leigo, sentiu-se impulsionado pelo Espírito Santo a falar em nome de Deus usando

termos intelectuais compreensivos aos pensadores de sua época. Ele foi martirizado durante a

severa perseguição desencadeada pelo imperador Marco Aurélio (161-180 d.C.), que odiava os

cristãos.

Aristides – foi fiel cristão da cidade de Atenas. Em 140 d.C. dirigiu uma apologia ao

imperador Antonio Pio. Nela ele comparou o culto cristão ao culto caldeu, grego, egípcio, e

judaico para compara a superioridade da forma cristã de cultuar. Descreveu também os

costumes e a ética dos crentes sem Jesus. Vejamos:

“Eles conhecem e confiam em Deus, ... não cometem adultério, ... não mente, nem roubam aquilo que lhe é emprestado, nem cobiçam, Honram pai e mãe, e mostram bondade para seus semelhantes ... eles julgam de forma reta. Apaziguam os seus opressores ... e quando encontram um desconhecido, ele o recebem [11].

Gigantes na liderança

Irineu (140 – 202) – nascido e treinado em Esmirna, se tornou apologista, bem, como

bispo de Lion na Gália. Estudou sob a tutela de Policarpo e outros homens piedosos. Após ser

nomeado bispo em 177 d.C., mandou missionário a muitas outras regiões da Europa pagã.

Irineu escreveu cinco livros monumentais chamado Contra as heresias. Defendeu a

igreja das heresias internas. Combateu o gnosticismo. Como teólogo ele tinha um bom

fundamento Bíblico. Em seus escritos, ele tanto citou pó Antigo como o Novo Testamento. Foi

o único escritor a citar todo o Novo Testamento em seus escritos.

Tertuliano (160-220) – nasceu em Cartago e aprendeu grego e latim. Após viver uma

vida imoral e exercer advocacia em Roma, converteu-se a fé cristã.

11 petry

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Como os demais apologista, que utilizavam de uma abordagem intelectual na

evangelização, Tertuliano enfrentou o problema do sincretismo, ou seja, confluência de vários

elementos de várias crenças.

Na qualidade de apologista, ele escreveu contra os gnósticos e docetismo. Ambos

ensinavam que Cristo não era divino. Foi ele quem fundou a teologia latina. Foi primeiro a

empregar o temo “trindade” e “substancia” para expressar de Deus e de Cristo. Defendeu a

divindade de Cristo e desenvolveu a doutrina da Trindade.

Cipriano (200-258) – nasceu em Cartago. Era filho de um prospero oficial do governo,

que lhe costeou uma formação acadêmica grega. Cipriano se converteu a Cristo quando era

adulto; foi influência pelos escritos de Tertuliano, pelo menos em parte. Nunca se casou e

distribui sua riqueza por considerar o celibato e a pobreza sendo bíblica. Rejeitou toda a

literatura exceto a Bíblia e os livros cristão. Após dois anos de crente foi nomeado bispo de

Cartago (248-258), promoção essa que não agradou algumas pessoas.

A perseguição sob o império de Décio espalhou se por todo o império em 250 d.C.

Muitos cristãos renunciaram sua fé e ofereceram culto ao imperador, e muitos outros morreram

por cauda de sua fé. Os que negaram a Cristo passaram a serem chamados de Lapsi, que

significa, aquele que teve um lapso em sua fé. Mais tarde Cipriano e outros líderes tiveram

problema para lidar com esse lapse em readmitir ou não ele nas igrejas cristãs. Cornélio,

baseado nos escritos de Paulo e nas parábolas da ovelha pedida e do filho pródigo era favorável

a readmissão. Enquanto que Novaciano, um presbítero de Roma (que desejava ser bispo) se

opôs a readmissão. Segundo ele os lapsi tinham pecado contra o Espírito Santo, um pecado para

o qual não havia perdão. Ele e seus seguidores separaram da Igreja. ,ficaram sendo um pequeno

grupo de rígida moral até o princípio do Século VII, espalhados de Roma até a África, Ásia

Menor e outras áreas. Assim, esse rompimento foi considerado insubmissão a autoridade do

Bispo. O bispo era digno de honra especial por ser o representante direto dos apóstolos através

da sucessão apostólica.

Orígenes (285-254 d.C.) – foi nomeado diretor da escola catequética em Alexandria,

fundada em 185. Ele dirigiu a escola até 231 d.C. quando foi obrigado a fugir para Cessaréia na

Palestina para escapar da ira do bispo Demétrio.

Nascido de uma família cristã (seu pai foi martirizado). Orígenes se tornou bem zelos

em assunta da religião. Abandonou seu emprego de professor secular e vendeu todos os seus

livros clássicos para se dedicar exclusivamente a religião. Devido ao seu vasto conhecimento

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como professor, Orígenes começou a estudar o cristianismo a partir das fontes originais.

Aprendeu hebraico para estudar o Antigo Testamento.

Aproveitando seu ótimo preparo em filosofia e em cultura grega, Orígenes tentou

apresentar o evangelho de forma intelectual que apelassem para as pessoas familiarizadas como

a mais alta cultura grega.

O sermões e imensos comentários elaborados por Orígenes revela sua tendência de

alegorizar boa parte da Bíblia. Ele acreditava que havia três níveis de significados nos textos

bíblicos: o sentido literal (que ele compara ao corpo físico), a aplicação moral à alma, e o sentido

alegórico ou espiritual. Assim podemos deduzir que foi Orígenes que introduziu o estudo

exegético da Bíblia. Embora que a alegoria fosse mais tarde fonte de alguns problemas.

Orígenes, termina sua vida (morrer) devido os ferimentos sofridos durante a perseguição

lançada por Décio

Estes líderes da igreja primitiva vieram da África, da Europa e Oriente Médio. Eles

sacrificaram muitas coisas e alguns morreram por amor a Cristo. Alguns eram bispos e outros,

zelosos leigos da igreja. Eles defenderam o rebanho do Senhor, afugentaram os inimigos,

ganharam novos convertidos a fé, e promoveram a unidade da igreja. Sua dedicação a fé cristã

constituiu um desafio para os crentes através dos séculos, nos desafiando e estimulando até os

dias de hoje.

III. Questões Teológica

Muitos dizem; eu não preciso de teologia, só a Bíblia é suficiente. As essoas não sabem

que a Bíblia é um livro teológico, e que assuntos como: Jesus salva é questão teológica. É por

isso que amo estudar algumas questões teológica.

Igreja primitiva lutou muito para se tornar um corpo unificado em meios os conflitos de

ordem interna. As seitas heréticas bombardeavam a igreja, as quais veremos a seguir.

Ebionismo – uma questão legalista

Definição de ebionismo - Diz-se do movimento judeu-cristão dos primeiros séculos de nossa

era, que professava a continuação, no cristianismo, das prescrições e práticas da lei israelita.

Eram judeus convertidos ao cristianismo, e se julgavam ser a igreja verdadeira.

Misturavam elementos judaica e Cristianismo. Eles viam Jesus como um mero homem que se

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tornou messias. Alegam que Jesus era superior aos anjos, mas não era divino. Jesus era um

grande mestre moral, mas não era divino.

Alegavam que a salvação dependia da obediência da Leis, e não da fé em Jesus.

Baseavam seus ensinos no Antigo Testamento, e parte do evangelho de Mateus.

Inácio refutou essa heresia e disse: não se deixe levar por doutrinas estranhas nem

fabulas antigas pois não são de proveito algum.

Quando as legiões romanas destruíam a nação judaica em 135 d.C. os ebionitas sofreram

grandemente. Apesar alguns deles terem espalhados para outros centros do Cristianismo, sobre

tudo no Egito, somente após dois séculos é que deixaram de exercer influência.

Gnosticismo – uma questão filosófica

Definição de gnosticismo- Ecletismo filosófico-religioso surgido nos primeiros séculos

da nossa era e diversificado em numerosas seitas, e que visava a conciliar todas as religiões e a

explicar-lhes o sentido mais profundo por meio da gnose [12]. Se vinculavam a filosofia paga

Gnose que significa conhecimento. Eles ensinavam que a centelha divina estava espalhada nos

corações de poucas pessoas eleitas e que Cristo traz o conhecimento da salvação para que os

seres humanos pudessem ser salvos pela sua própria capacidade intelectual.

O gnosticismo atingiu seu auge em 150 d.C. O gnosticismo aceita dois outros conceitos

que “o dualismo e o docetismo”.

O dualismo – Faz separação entre o material e o espiritual, corpo e alma

O docetismo - o gnosticismo aceitava essa doutrina sobre Cristo. A palavra do grego

dokeo que significa “parecer, aparentar”. Afirma que Cristo era um fantasma.

O terceiro conceito que o gnosticismo criou foi, que, Deus criara um dimiurgo “Pequeno

deus” que por sua vez criou outro ser inferior, e que após muitos outros passos acabou criando

o mundo. Este último ser era Jeová do Antigo Testamento.

O gnosticismo acreditava que uma pessoa realmente espiritual procuraria se livrar da

escravidão do corpo. Muitos deles ensinavam quer pode a matéria é ruim, o corpo humano

deveria ser punido, mal alimentado e abusado.

12 São dogmas do gnosticismo: a emanação, a queda, a redenção e a mediação, exercida por inúmeras potências

celestes, entre a divindade e os homens. Relaciona-se o gnosticismo com a cabala, o neoplatonismo e as religiões

orientais.)

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Marcionismo

Rejeito a ressurreição do corpo e também se opôs ao casamento, fez diferença entre

Deus do Cristianismo e Judaísmo. Escreveu a sua própria versão da Bíblia [13].

Maniqueísmo

Definição de maniqueísmo - Doutrina do persa Mani ou Manes (séc. III), sobre a qual

se criou uma seita religiosa que teve adeptos na Índia, China, África, Itália e S. da Espanha, e

segundo a qual o Universo foi criado e é dominado por dois princípios antagônicos e

irredutíveis: Deus ou o bem absoluto, e o mal absoluto ou o Diabo.

Doutrina que se funda em princípios opostos, bem e mal

Mani era um persa (216-176) da Mesopotâmia que combinou elemento do Cristianismo

com o Zoroastrismo e outras religiões orientais. Ensinou que havia uma elite de sacerdotes que

eram os “eleitos”, e outra classe de leigos chamados de “ouvintes”. Os ouvintes serviam os

eleitos. No século IV passou a ser uma ameaça ao Cristianismo. Mani e seus discípulos espalhou

a sua crença por toda a Persa e até a África, Europa e China. Essa religião sobreviveu mil anos,

mas hoje em dia seus remanescentes são as comunidades mandenas no Iraque e Irã.

Montanismo: Uma questão Espiritual

Definição de Montanismo - Heresia de Montano (séc. II), originário da Frígia, que

professava uma encarnação do Espírito Santo e extremo rigorismo moral.

Alguns historiadores chamam os montanismo de Movimento Espiritual. Outros dizem

que foi uma manifestação marginal do Cristianismo que chegava a beira da loucura.

Nessa época o mundanismo estava tomando conta da igreja. Havia uma crescente autoridade

da liderança humana e cada vez menos dependência da obra do Espírito Santo. Assim Montano

enfatizou a função do Espírito Santo, a breve volta de Cristo e a pureza da vida. Montano

chamou a si próprio de Paracleto e proclamo o derramamento do Espírito Santo através de

continua revelação. Havia profetiza entre os seus seguidores, e acreditavam que o Espírito Santo

falava através delas com acontecia com o Apostolo Paulo. Não demorou muito para que fosse

dado mais ênfase aos dons espirituais do que a própria escritura.

O desejo de pureza conduziu a um severo ascetismo e ao celibato. Os montanistas se

alimentavam exclusivamente de comidas desidratadas

13 Pentecostes a reforma – Editora FAETAD Pág. 90

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Monarquianismo

Definição de monarquianismo - Heresia cristã do séc. III que, para salvaguardar a

unidade divina, negava a trindade das pessoas, afirmando que a única pessoa, o Pai, se havia

encarnado; patripassianismo.

Rejeitavam a Trindade divina. Uma das principais controvérsias girava em torno da

natureza se Deus. Por rejeitar a Trindade, aceito Deus como sendo uma única pessoa.

O grupo que passou a ser Sabélio chamava-se Monarquianos Modais. Eles afirmavam que Deus

se manifestavam em três modos ou formas diferentes, bem como o homem poderia ser pai, filho

e irmão. Para eles, Deus pai se manifestou no Antigo Testamento, como Jesus Cristo durante

uns trinta anos, e agora se manifesta como Espírito Santo.

Monarquismo Dinâmico – era chefiado por Paulo de Somosata, bispo de Antioquia

(260-272). Este dramático pregador e político, ensinou que Jesus não era Deus. Jesus era um

homem bom que ganhou a divindade por mérito da própria Justiça e por ser penetrado pelo

divino logo (palavra). Assim ele acabou negando a deidade de Cristo. Por fim o monaquianismo

plantou a semente do unitarismo dos nossos dias. Está é uma seita que rejeita a deidade de

Cristo e o conceito da Trindade.

Donatismo – Uma questão eclesiástica

Definição de donatismo - Heresia dos donatistas - Donatismo vem do nome Donato.

Emergiu de uma controvérsia na igreja no norte da África em 311 d.C. Donato deseja o

rebaixamento de Ceciliano que era Bispo de Cartago. Ceciliano fora consagrado a Bispo por

Felix , um traídor durante a perseguição de Dioclesiano. Felix tinha entregue um exemplar das

escrituras para serem destruídos, segundo a exigência da lei Romana.

O donatismo foi um movimento protestante contra a igreja católica durante o século IV.

Depois seu número cresceu rapidamente no norte da África seguindo linhas éticas e raciais.

Eles chegaram a rejeitar o latim adotando as linhas vernáculas e cada região. Mostravam-se

fortemente anti-romanos.

Os donatistas era a igreja dominante no norte da África até fins do século IV. Naquela

época, eles apoiavam uma revolta política contra o governo romano e sofreram uma grande

derrota. Mesmo assim, sobreviveram até o século VII, quando todo o Cristianismo do norte da

África foi substituído pelo Islã.

O Começo do Culto formal

Os problemas de perseguição externas e heresias internas, revelaram a necessidade de

uma maior organização na igreja. No intuído de melhorar tal organização, a liderança da igreja

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deveria ser suficientemente forte para rejeitar os hereges e resistir os perseguidores. Os líderes

fortaleceram sua posição através de três elementos: um livro oficial para a fé e pratica cristã;

um credo declarado e um vínculo de união da igreja constituída pele obediência ao bispo.

O Cânon

Definição de cânon - Regra geral de onde se inferem regras especiais, vara de medir.

Os líderes da igreja apelaram repetidas vezes para a autoridade das Escrituras Sagradas.

Clemente refere ao velho Testamento para mostrar a necessidade de unidade na igreja de

Corinto. Policarpo citou 60 trechos do Novo testamento na sua carta a Felipo. Irineu citou todos

os livros da Bíblia para combater a heresia e estabelecer a sã doutrina básica. Esses e outros

homens por suas frequentes referências aos livros e citações da Bíblia, contribuíram para o

estabelecimento do Cânon das Escrituras

Os hereges rejeitaram alguns livros amplamente aceito pelo público cristão, aceitando

outros livros. Marcião apresentou a primeira lista de livros Canônicos em 140 d.C., incluindo

partes de lucas e dez epistolas paulinas, (excluindo as pastorais). Os montanistas apresentaram

sua Nova Profecia, que suscitou bastante termos pela conservação das Escrituras ortodoxa. Em

fins do século II, foram escritos muitos livros sobre Atos dos Apóstolos, a infância de Jesus e

Pôncio Pilatos.

Todos esses fatores estimularam a igreja a estabelecer o Cânon das Escrituras. As

epistolas de Paulo foram reunidas em Éfeso até fins do século I. Os quatros evangelhos foram

identificados até meados do século II. Irineu fez questão de relatar esse fato. Ater ao ano 200

d.C., apareceu em Roma uma lista chamada o Cânon Muratoriano. O Cânon estava quase

completo, exceto pela confirmação da autoridade disputada de alguns livros: Tiago, 2 Pedro, e

2 e 3 João e Judá. Faltava o livro de Hebreus, mesmo sendo utilizado por Clemente.

Até o ano 400 foram identificados todos os 27 livros do Novo Testamento. Havia três regras ou

teste para aprovação de um livro sagrado:

1º Ser de autoria ou apoio de alguns apóstolos

2º. precisava estar de acordo com a regra de fé

3º. deveria gozar de ampla aceitação entre a igreja cristã

Assim foi concluindo a canonicidade da Bíblia Sagrada.

IV. O fortalecimento da Igreja

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Dos anos 313 – 590, a igreja se tornou uma organização bem estruturada. O decreto de

milão para o Cristianismo se tornar a religião oficial do estado, fez do Cristianismo uma religião

legalizada. Porém, isso trouxe resultados funesto. A igreja perseguida, agora, passou a ser a

perseguidora. O bispo de Roma assumiu o controle absoluto como papa da igreja católica e a

igreja se tornou cada vez mais secularizada. Foi nesse tempo que o monasticismo teve seu

início. Certos indivíduos para fugir do mundanismo, fugiam para o deserto vivendo isolado.

Essa consolidação de igreja e estado, trouxe várias consequências para o Cristianismo.

Constantino encarou a igreja cristã e os assuntos eclesiásticos como sendo parte de seu domínio.

Sendo o Cristianismo a religião oficial do Estado, é evidente que ela favorecia mesmo. Ele

devolveu as propriedades expropriadas, apoio financeiramente a igreja, fez o primeiro dia da

semana, dia de adoração para todos. Ainda que esse costume já era praticado pela Igreja. Passou

a tomar parte ativa nas questões teológica das Igreja.

Sentiu que tinha que resolver qualquer conflito na igreja, da mesma forma que os

imperadores pagãos do passado havia contribuído para manter a religião social.

A primeira intervenção de Constantino tinha haver com relação ao donatista no norte da

África. Eles pediram ajuda ao imperador. Porém, mais tarde, rejeitaram a decisão dos bispos no

Sínodo de Arles em 314, para o qual foram convocados. Durante todo o tempo que Constantino

e outros imperadores interferiram nos assuntos da igreja, os donatistas perguntavam o que o

imperador tinha haver com os assuntos da igreja.

Concilio de Nicéia – no ano de 325 d.C. foi convocando os bispos para o concilio em

Nicéia para tratar do assunto da relação entre Jesus Cristo e o Pai.

Os arianos rejeitaram a divindade de Cristo, e por isso foram chamados de Arianos.

Em 330 Constantino transfere a capital do império (Roma) para Bizâncio, dando novo nome a

ela “Constantinopla”, hoje a atual Istambul, na Turquia. Recebeu esse nome Istambul em 1930.

Ali foi promovido o controle estatal daí Igreja.

Três filhos de Constantino divide o império. Seu filho Constâncio tornou-se governador

absoluto em 564-360. Fecha todos os templos pagão, tentando unificar a igreja sob uma

perspectiva contraria ao Concilio de Nicéia. Ele tinha tendência Ariana. O seu primo Júlio,

tornou – se imperador, e durante dois anos tentou impor a religião pagã ao Império, retirando

todos os privilégios da igreja cristã. A partir de 363 o império sempre foi governado por cristão.

Quando Teodósio foi imperador do oriente, ele proclamou o Cristianismo a religião oficial do

estado (380 d.C.) e fechou todos os templos pagão. Agora, a igreja antigamente oprimida,

tornou-se a opressora de todos aqueles que se achavam fora dela.

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Teodósio morre em 395 d.C. o império foi dividido entre seus dois filhos. Isso marcou

definitivamente a divisão do império. O ocidente (oeste) ou Império Romano, durou somente

até 476 d.C., quando os invasores bárbaros o conquistaram. O Oriente (leste), ou Império

Bizantino, durou até o século XV, quando foram conquistados pelos turcos.

Assim, até o final desde período da história da igreja, o Cristianismo nas mãos do estado se

transformará em religião oficial para aqueles que a refutavam, opressora arrogante.

Desenvolvimento do cargo Papal - Formalização da estrutura eclesiástica

A legalização do Cristianismo fortaleceu a posição de todos os bispos. Aos poucos o

bispo de Roma, graça à doutrina da sucessão, ia sendo reconhecido como porta voz da igreja

cristã. Quando Constantino transferiu o centro do governo de Roma para Constantinopla,

deixou na região ocidental do Império, um vácuo de liderança. Cristão e não-cristãos voltaram-

se para o bispo de Roma o qual deveria proporcionar-lhe liderança.

Houve classe hierárquicas chamadas de patriarcas que exerciam jurisdição sobre várias

províncias. Os cincos patriarcas originais serviam a Sé de Roma, Alexandria, Jerusalém e

Constantinopla. A segunda classe mais alta eram os arcebispos. Eles presidiam províncias

eclesiásticas abrangendo sua própria diocese (geralmente cidade principal) e as de outros

bispos, e a terceira classe eram os bispos que presidiam uma diocese.

A organização da igreja cresceu através do desenvolvimento da autoridade dos concílios

eclesiástico e autoridade de certos bispos sobre outros.

No entanto, o paganismo deixou a sua marca na liturgia cristã. Multidão de pagãos se

associavam à igreja, trazendo consigo antigos costumes. A veneração da Virgem Maria, por

exemplo, se originou na adoração das deusas pagãs. O culto aos santos e mártires e o uso de

velas e incenso, também tem origem pagã. Assim expressou um padre desconhecido:

“Quase podemos ver os ritos dos pagãos introduzidos nas igrejas sob pretexto de

religião; bancas de velas acesas em pleno dia; e por toda parte pessoas beijando e adorando um

pouco de pó num pequeno pote, envolto com um tecido”

Hierarquia eclesiástica

Para ser clero, primeiro se tornava um leigo, depois um acolito ou ajudante; depois um

subdiácono até a idade de 30 anos. Depois servia como diácono 5 anos; em seguida servia como

sacerdote 10 anos. Poderia ser eleito bispo aos 45 anos. O cargo de pároco (padre), só surgiu

no século VI com o crescimento da igreja,

O primeiro papa de Roma

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Leão I (440-461) é chamado com de frequência de primeiro papa. No concilio de

calcedônia no ano de 451 Leão I divulga se toma acerca da natureza humana e divina de Cristo.

Leão I exerceu seu papada na pratica e não somente na teoria. Leão I agiu não somente como

líder espiritual, mas também como chefe civil. Intercedeu junto a Atila que invadiu a Itália em

452. Em 455, rogou aos vândalos que não incendiasse Roma, ambos os casos obtiveram êxito.

Monasticismo e Missões

Por volta de 590 grande maioria do Império Romano professam a fé cristã.

A igreja do Oriente – Antonio, o primeiro monge hermitão a ganhar fama. Ele era do Egito nos

anos 251-356. Aos vinte anos de idade distribui seus bens e passou morar sozinho numa gruta

para se dedicar a meditação

Prôcnio (292-346) foi que organizou o primeiro mosteiro, e assim introduziu o

monasticismo. No Egito ele introduziu o “Cenabita”, ou seja, vida comum

Basílio de Cesaréia – (330-379). De família cristã abastada, se tornou hermitão e fundou

uma comunidade monástica. Foi consagrado a padre, mais tarde bispo da Cesaréia na Capadocia

Gregório – foi ordenado em Cesaréia. Mais tarde se tornou “Catholico da Armênia”.

Saiu por toda parte pregando o idioma local, batizando novos convertidos e destruindo templos

pagãos. Através do estabelecimento de escola, ele conseguiu preparar homens capacitados para

guiar a igreja. Ele não viveu o suficiente para ver a Bíblia ser traduzido em seu pais por volto

do ano 400, o que certamente teria orgulho.

Úfilas – (311-383) – evangelizou os godos e visigodos ao norte da Ásia menor. Era filho

de cristão da Capadócia.

Em 341 foi consagrado bispo dos godos pelo bispo ariano de Constantinopla. Trabalhou

aproximadamente durante 40 anos entre os bárbaros selvagem. Como arianos ensinava que

Cristo não era divino, e sim o mais alto dos seres divino criado.

A igreja do Ocidente

Anastácio – (295-373), Bispo de Alexandria que introduziu o monasticismo no mundo

ocidental. Foi exilado cinco vezes por vários imperadores devido ao seu anti-arianismo.

Compôs um livro sobre Antonio.

Martinho de Tours – (316-397), foi quem estabeleceu os padrões para as missões

monástica. Nascido em região da atual Hungria, sentiu se chamado para evangelizar a Gália.

Foi nomeado bispo de Tours em 372 –a 397.

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Agostinho de Hipona – (354-430), consagrado bispo em 395, atuou no norte da África.

Organizou o clero e o celibatário a serviço da igreja.

João Cassiano – (360 – 435), fundou um mosteiro para homens e um convento para

mulher em Masselha na Gália. Seu alvo era converter e educar pessoas. Deu ao monasticismo

o alvo cultural da educação.

Cassiodoro – ( 490-583), era um alto oficial na corte do rei Teodorico em Roma. Foi

quem introduziu o modelo para a Scriptoria monástica (transcrição de manuscritos), que iria

preservar tanto a literatura clássica quanto os escritos dos pais da igreja primitiva a passar as

futuras gerações.

Benedito de Nursia – (480-547), fundador do mosteiro de Monte Cassino em 529. Esse

mosteiro foi mais famoso de todos da Europa. Morreu bombardeado na segunda guerra

mundial.

Clovis ¬- Multidão de pessoas seguiram seu exemplo no batismo. Converteu a Cristo

multidão de seus conterrâneos

A Igreja Celta

Não se sabe quando surgiu a igreja na ilha britânica. Porem no Sínodo de Arle em 314

havia seus representantes.

Pelagio – Veio da igreja britânica em 410 ensinando algumas heresias. A Bretanha foi

evangelizada por cristão celtas e romanos que se tornaram rivais na disputa pelos povos angro-

saxônios.

Patrico – (349-461), evangelizou a Irlanda. Aos 16 foi levado preso de sua terra natal

Bretanha romana para Irlanda.

Trabalhou seis anos como pastor de ovelha. Escapou e fugiu para a França. Alguns anos

depois teve um sonho em que os irlandeses clamavam, “Pedindo, santo rapaz, que venha

conviver conosco como antes”. No ano 432, após ser treinado para o ministério, Patrício voltou

para Irlanda na qualidade de bispo. Por ocasião de sua morte a Irlanda era predominantemente

cristã.

Columba – (521 – 597), um abade irlandês que evangelizou a Escócia. Ele seus

seguidores atraíram a atenção do papa Gregório I, por causa de sua aparência pouco ortodoxia

(cortes de cabelos e roupas diferentes).

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V. Líderes e Concílios Eclesiásticos.

O período dos papas, monges e missionários, abrange três séculos de contribuição a

história da igreja. Período de 312 -590 d.C.

Líderes notáveis desse período- (312 – 590 d.C.)

1. Eusébio – historiador “pai da história eclesiástica”

2. Ambrósio – administrador

3. Crisóstomo – pregador

4. Teodósio de Mopsuéstia – exegeta

5. Jerônimo – tradutor

6. Agostinho de Hipona – teólogo

Eusébio – (260 – 399), pai da história eclesiástica. Filho de família pobre. Foi escolhido

bispo de Cesaréia na Palestina em 314. Foi conselheiro de Constantino na Corte.

Ambrósio – (339 – 397), administrador, filho de família rica. Seu pai foi oficial romano

em Tour (Gália). Foi treinado para ser advogado. Serviu como governador da região de Milão

no norte da Itália, houve briga violenta nas ruas por causa da disputa arina (negação da

divindade de Cristo). Sendo Ambrósio amados por todos, por sua justiça liderança e capaz,

apelou à igreja para manter a ordem. A multidão passou a gritar “Ambrósio para bispo”.

Interessante que sendo ele cristão de coração, porém, nunca foi batizado. Mesmo assim, na sua

humilde convicção que essa era a vontade de Deus, Ambrósio se tornou bispo em 374. Seu

primeiro ato foi distribuir seu dinheiro entre os pobres.

Para Ambrósio, a ética e a teologia, nunca poderia andar separada. Foi pregador com

frequência se tornou um dos maiores oradores da cristandade ocidental. Excomungou o

Imperador Teodósio, recusando ministrar a Santa Ceia ao mesmo. Ambrósio foi dos primeiros

a usar seu cargo eclesiástico para coagir governante civil.

Crisóstomo – (345 – 407), pregador Seu nome verdadeiro era João. Também chamado

de João da Antioquia. Recebeu o título de Crisostomo, que quer dizer “boca dura”, por causa

da sua eloquente pregação.

Exerceu a profissão de advogado; tornou-se monge; foi diácono em 381; foi bispo de

Constantinopla em 398. Sua mensagem desagradou a Imperatriz Eudóxia. Ela levantou falsas

acusações contra ele, e mandou para o exílio em 404. Quando a corte enviou para mais longe,

morreu em decorrente da extensa viagem.

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Teodoro de Mopsuéstia (350 – 428), exegeta. Era de Antioquia e se tornou bispo de

Mopsuéstia em 392; tornou se representante de um método interpretação Bíblica chamado

“gramático Bíblico”, esse método se opunha ao método “alegórico” promovido pela escola de

Alexandria introduzido por Orígenes.

1. O método alegórico – Busca um significado mais profundo ou oculto, não encontrado

superficialmente.

2. O método gramático histórico – procurava entender a gramática e o pano de fundo histórico

do texto para descobrir o significado visado pelo escritor, preparou o caminho para o debate

acerca da humanidade de Cristo.

Jerônimo – (345-419), tradutor. Nasceu no norte da Itália e estudou em Roma. Segundo

a tradição, ela passava as tardes de Domingo copiando inscrições das Catacumbas de Roma. Se

converteu os dezenove anos e se dedicou inteiramente a sua nova vida. Em 382 iniciou a

tradução da vulgata na língua popular (vernácula), Vulgata Latina. Concluiu a tradução vinte e

três anos depois (405). Essa tradução se deu devido o pedido do Bispo Damaso de Roma,

quando Jerônimo era seu secretário.

Agostinho de Hipona- (354 – 430), nascido no norte da África em 13/11/354. Viveu

amasiado com uma mulher treze anos. Ao visitar Milão, Agostinho que era professor de

retórica, sentiu atraído pela pregação Bíblica de Ambrósio. Se converteu e foi batizado pelo

próprio Ambrósio em 387, pós a visão que teve no jardim [14]. Voltou a África em 388, e fundou

a sua própria comunidade monástica. Foi recebido ao sacerdócio em 396, foi nomeado bispo de

Hipona por Cartago. Morreu com setenta e seis anos no dia 28/08/430. Tornou-se defensor da

Ortodoxia Católica. Escreveu uma obra importante intitulada “Cidade de Deus”.

Disputas doutrinarias

Os concílios

Definição de concilio - Assembleia de prelados católicos em que se tratam assuntos

dogmáticos, doutrinários ou disciplinares.

Na igreja do oriente, o período 325-451, foi cheio de disputa acerca da divindade e

natureza de Cristo. Foram convocados quatro Concílios eclesiásticos com a finalidade de

resolver o problema. No ocidente Tertuliano já tinha estabelecido a doutrina ortodoxia da

14 ver biografia espiritual de Agostinho, intitulada “Confissões

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Trindade, por isso a igreja ocidental não se achava tão atribulada quanto ao oriente por esse

debate teológico. No entanto outro assunto mais prático preocupou a igreja do ocidente, “ a

natureza da salvação”. Em geral, este período foi uma época decisiva na formulação da teologia

cristã.

Concilio de Nicéia - no ano de 325 reuniu cerca de 300 bispos para concilio de Nicéia.

Eram bispos da igreja do oriente. Vieram a pedido do Imperador Constantino. Esse concilio

formou o debate acerca da relação de Cristo com Deus. Ario, um sacerdote de Alexandria,

reagiu contra o conceito politeísta que ele pensava existir na doutrina da Trindade. Ele preferiu

ensinar que Cristo não existiu na eternidade, mas fora criado pelo pai. Cristo, porém, seria uma

essência diferente (heteros) da do pai e seria subordinado a este. Por causa da perfeita

obediência de Cristo ao Pai, ele considerava Cristo semelhante a um deus.

Em contrapartida, uma segunda posição teológica foi mantida por Anastácio de

Alexandria. Ele ensinava que Cristo era eterno, junto com o pai, sendo, portanto, a mesma

essência (homoousios) dele. Pai e filho era eterno e consubstancial. Assim, para a Anastácio

ficava a pergunta: Cristo poderia proporcionar completa redenção se Ele fosse menos que a

plenitude de Deus?

Eusébio de Cesaréia, apresentou uma terceira alternativa, por ser ele uma pessoa de

natureza mansa, tentou chegar a um meio termo, mas acabou por optar pela posição de Atanásio

devido ao exagero ariano. Ele compôs o foi chamado “ Credo de Nicéia”, onde declara que

Jesus Cristo era “gerado, não feito, de uma só substancia com o pai. Foi, portanto, condenada a

posição ariana.

Natureza de Cristo

A escola de Alexandria salientava a natureza de Cristo, ao posso que a escolha de

Antioquia ressaltava a sua humanidade.

Concilio de Éfeso – nesse concilio foi discutido a natureza de Cristo. Esse concilio foi

convocado pelo Imperador Teodósio II em 431. Líderes eclesiástico invejosos e ciumentos,

chefiada por Cirilio de Alexandria da posição de Nestorio em Constantinopla, acusam no de

heresia. Achavam Nestório culpado de ensinar que as duas naturezas de Cristo estavam unidas

mecanicamente, com as duas faces de um pedaço de papelão. Cristo seria um portador de Deus,

não o Deus-homem, sendo apenas um homem perfeito que manifestava a divina imagem.

Não se sabe se realmente Nestório ensina esta teoria, mas seja como for o assunto acabou

criando mais um cisma na igreja. Nestório foi deposto no Concilio e Cristo foi declarado se

uma pessoa unificada “duas naturezas após a união”.

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No entanto, um novo palco foi armado quando um velho monge chamado Eutiques

atacou a doutrina das duas naturezas de Cristo. Ele sugeriu ter Cristo apenas uma única natureza

divina no sentido de que a sua natureza humana foi absorvida pela divina. Esse ponto de vista

chamado monofisismo, resultou no concilio de calcedônia em 451.

O Concilio de Calcedônia, emitiu uma nova definição de conceito de Cristo. Muito

antes, Tertuliano tinha descrito Cristo como sendo duas substancia numa só pessoa.

A controvérsia monofisista continuava, pois muitos eclesiásticos rejeitavam a definição de

Calcedônia. O Egito e a Síria se tornaram baluarte do monofisismo e mais tarde a Armênia

também aderiu essa posição. A Pérsia adotou o nestorianismo

Concilio de Constantinopla – 553, convocado pelo imperador Justiniano I, no intuito

de restaurar a unidade com Oriente com Ocidente. Nunca, porem haveria tal unidade, e este e

outros concílios só conseguiram aumentar a separação entre as duas metades do Império. Ouve

sete concilio ecumênicos reconhecido pelas igrejas de ambas as regiões.

Salvação

Uma interpretação da salvação chamada Pelagianismo, foi condenada no concilio de

Éfeso, em 431. Embora Agostinho tivesse morrido antes deste concilio, ele liderou a oposição

a este ensino, que foi desenvolvido por pelagio (360-420). Os pelagianos ensinava que o pecado

era uma fraqueza da carne, não corrupção da vontade humana. Não haveria pois pecado

original, sendo todo homem criado livre como Adão. Segundo adeptos desta doutrina, o

indivíduo escolhe o pecado ou a justiça por seu livre arbítrio e, portanto, era bem possível levar

uma vida isenta de pecado. Assim, os sacramentos, especialmente o batismo de criança eram

desnecessários.

Agostinho já tinha combatido essa doutrina quando afirmou que o pecado original

consistia na culpa e corrupção herdada de Adão. Por estar preso ao pecado, o indivíduo não

pode fazer nada em prol de sua própria salvação.

Conforme o pelagianismo, entendemos que o sacrifício de Cristo foi inútil. No entanto,

de acordo coma doutrina de Agostinho, o sacrifício de Cristo foi necessário, porque o homem

por si só não pode se salvar, independente da escolha se bom ou ruim. É necessário aceitar o

sacrifício de Cristo.

VI. A Relação entre a Igreja Medieval e o Mundo

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No período que começa com o Papa Gregório I (590-604) e termina com o cisma entre

as igreja do Oriente e Ocidente em, 1054, a igreja redefiniu a sua relação com o mundo. Assim,

a igreja vem repetindo esse processo em cada época da história. A igreja responde de diferentes

maneiras, que retirando, quer evangelizando, quer assumindo o poder tanto no setor político

quanto no religioso.

Vamos ver abaixo o esboço deste período e procurarmos estuda-los separadamente.

1. Aumento do Poder Papal.

a) Papa Gregório I

b) Doações e Decretos

2. Aumento do Imperialismo no Ocidente

a) A Dinastia Merovíngia

b) Os Governantes Carolíngios

c) O “Renascimento Csrolíngio”

3. Advento do Santo Império Romano

a) Feudalismo

b) Oto I

1. O aumento do poder Papal

Papa Gregório I – esse papado foi o ponto crucial da história eclesiástica. Gregório

simbolizava o mundo medieval, no qual a igreja, dominada pelo papa, inspirava e absorvia os

desenvolvimentos culturais.

Gregório nasceu em 540, numa família rica. Foi treinado em Direito para uma carreira

política. Aos 33 anos de idade tornou-se prefeito de Roma, governada naquele tempo pelos

lombardos. Ele tinha responsabilidade de supervisionar toda a economia da cidade. Pouco

tempo depois deixou a vida pública e ingressou num mosteiro.

Os seus cargos administrativos, tinha preparado bem para ser um competente papa. Ele

assumiu a liderança eclesiástica e civil, e fortaleceu a igreja, dando lhe maior riqueza e poder

político. Durante seu papado, Gregório assumiu e exerceu jurisdição universal sobre a

cristandade.

Gregório passou a ser chamado de Gregório, o Grande, não somente por sua liderança,

mas também por sua influência na formulação do Catolicismo dos primeiros séculos da época

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medieval. Ele é considerado juntamente com Agostinho, Jerônimo, Ambrósio, como um dos

quatro doutores da igreja ocidental.

Doações e Decretos

Durante quinhentos anos que se seguiram ao reinado do papa Gregório I, nenhum outros

conseguiu fortalecer o papado como Gregório I.

Doação de Pepino – está doação de pepino constituiu a fundação leglr dos Estados

Papais. Franco Pepino se tornou protetor do papado a pedido do Papa Zacarias (751-751.

2. Aumento do Imperialismo no Ocidente

Desde a declaração do império, como cristão, o Imperador Teodósio, no ano 380, a

igreja e o estado continuavam sendo teoricamente parceiros pacíficos na Cristandade, mas na

verdade, papa e imperador eram rivais.

Com a destruição do Império Romano do Ocidente no ano 476, igreja romana ia se

separando cada vês mais da Império do Oriente.

3. Advento do Santo Império Romano

Feudalismo – O sucessor de Carlos Magno não conseguiu manter o império que ele

havia construído. Seu filho Luiz, o Pio (814-814), um fraco governante, empregou antigo

princípio teutônico da divisão das terras entre seus filhos. Durante três anos estes se

combateram pela supremacia. Então, no ano de 843, dividiram o reino por ocasião do tratado

de Verdum. Luiz recebeu parte do Oriente, que se tornou a Alemanha moderna, e Carlos o

Calvo, Recebeu a parte ocidental, a França moderna. Lotario conservou a seção central que

posteriormente se tornou núcleo de conflito entre a Alemanha e a França. Lotario conservou

também o título de imperador, mas o verdadeiro império carolíngio desintegrou-se rapidamente.

O sistema feudal era constituído por três elementos. Primeiro existiu um vínculo pessoal

entre o senhor (o mais forte) e o seu vassalo (o mais fraco). Ambos possuíam por contrato,

mútuos direitos e obrigações. Os vassalos deveriam prestar serviço militar e outros tipos de

auxílios ao seu senhor. Ao passo que este se obrigava a proporcionar proteção e manutenção

para os seus vassalos. O segundo elemento era o feudo, um lote de terra outorgado a Vassalo

para ser administrado por ele. Os feudos em conjunto, compunham o território da gleba

supervisionada pelo senhor.

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Terceiro o elemento do sistema feudal era o governo. O poder político estava nas mãos

de certos indivíduos, os senhores, ao invés de estar nas mãos de representantes de um estado

centralizado. Cada senhor de gleba, por sua vez, era vassalo de outro homem, resultando numa

sociedade medieval em forma de pirâmide bastante complexa, como rei no ápice.

A igreja foi afetada pelo feudalismo. Os bispos e abades passaram a ser donos de grandes

fazendas à medida que homens e mulheres devotos doaram as suas terras à igreja. Assim, a

igreja secularizou, passando enfocar cada vez mais a administração das suas terras e riquezas e

cada vez menos os assuntos espirituais. Os vassalos eclesiásticos enfrentavam o problema da

lealdade dividida entre o senhor temporal e o papa, seu senhor espiritual.

A Nobreza costumava inferir nos assuntos eclesiásticos para obter cargos para seus

parentes, pois esses poderiam ganhar maior prestigio e terras através dos serviços prestados à

igreja. Quantas vezes pessoas poucas espirituais foram introduzidas em posto eclesiásticos.

O feudalismo teve outro efeito negativo na Cristandade. Glorificavam a guerra,

confrontando assim a ética cristã, que salienta o amor ao próximo.

VII. Vida Espiritual e Atividade da Igreja

Período que vai de 590 – 1054 – Para alguns teólogos, esse período é chamado de “Idade

das trevas”. Devido ao casamento da igreja com estado, a igreja comprometeu-se no

emaranhado político. A imoralidade arraigou a medida que as lideranças eclesiásticas se

tornavam cada vez mais materialista e menos espirituais.

Neste mesmo período surge a uma nova religião chamada de Islã que conquistou várias

áreas que antigamente formavam parte da Cristandade.

Assim, houve então, a divisão oficial da igreja em Católica Romana e a, Ortodoxa

Grega.

Declínio do papado

Com o crescimento do imperialismo, o papado se encontrou numa posição de rivalidade

com o rei e o imperador na luta pela autoridade na Cristandade. Toda a Cristandade ocidental

se achava enfraquecida. O Estado carolíngio se desintegrava sob os fracos sucessores de Carlo

Magno. Os vikings da Europa setentrional e os magiares do ocidente invadiram o império. Os

mulçumanos continuavam seus ataques no Sul. No século X, a ordem civil e a cultura

encontraram em colapso na Europa, e o papado ficou sem proteção.

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A nomeação de papado entre 955 e 1047, ficou nas mãos da nobreza italiana. Este grupo

converteu o papado em um prêmio a ser ganho. Naturalmente aumentou a decadência moral e

espiritual entre os próprios papas. A nobreza também se apodero do bispado e dos mosteiros.

florescia [15]. O clero se tornava cada vez mais ignorante e imoral.

Semente a Renovação

Começa na França a reformada chamada de reforma Cluny, e ela se espalhou por toda

a França e Inglaterra, e finalmente até a Itália, no século XI. No auge da reforma, havia na

Europa 1000 centros monásticos que seguiam a orientação de Cluny. Tinha como padrão a regra

beneditina com maior ênfase na adoração e menos exigência de trabalho físico. Esta reforma

não afetou só a vida monástica, mas também vida secular e clerical. Resultou numa elevação

do padrão moral e do celibato do clero. Condenou a venda de posto eclesiástico e nomeação de

parentes para tais ofícios [16]. Levou a libertação eclesiástica do controle temporal e secular.

Em meado do século XI, o papado decretou que os futuros papas seriam eleitos pelos membros

do Colégio dos Cardeais. Os papas já não seriam líderes políticos, ou assim pensava a igreja.

Expansão da Igreja

O advento do Islã - O islamismo se tornou o maior inimigo do Cristianismo medieval.

Em 143 os turcos muçulmanos finalmente derrota o império submetendo a igreja oriental ao

controle político islâmico. Até o fim da idade Média, a civilização islâmica se tornou a mais

difundida sociedade do mundo inteiro.

O fundador do Islamismo foi Maomé. Ele era de Meca na Arábia (570-632), tropeiro

casado com uma viúva rica. Se dedicava muitas horas à meditação. No ano 610 sentiu

divinamente chamado para proclamar o monoteísmo. Pregou contra a idolatria e isso provocou

a ira de muitos. Maomé foi obrigado fugir para Medina em 622. Até o ano 630 já tinha tantos

discípulos que conseguiu se apoderar de Meca. Num período de apenas de dois anos, a Arábia

inteira havia se tornado islâmica.

Por onde os muçulmanos se espalham, oferecem aos habitantes da respectiva região três

opções: morrer, pagar tributos ou converter-se ao Islã. Carlos Martel derrotou os muçulmanos

em Tours no ano 732, impedindo sua conquista da Europa ocidental.

O livro sagrado dos muçulmanos é chamado Alcorão. Este livro estabelece adoração a

um só deu, chamado Alá e a veneração de Maomé, como o maior e último dos profetas, cujo

grupo abrange Abraão, Moises e Cristo.

15 chamado simonia 16 Conhecido como nepotismo

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Os muçulmanos são ferozes perseguidores da Cristandade até os dias atuais, ainda que

alguns cristãos recebiam autorização para permanecer em pais Islâmico, porém, são restritos no

que diz a evangelização reduzindo os cidadãos de segunda classe.

A Igreja ocidental nas missões

Grã-Bretanha – Um monge escocês da ilha de Iona, chamado Iadan, foi o primeiro celta

a evangelizar os anglo-saxônicos. Sua missão em 634, dirigiu a Notumbria no norte da

Inglaterra, ali fundou um mosteiro a pedido do rei local nas ilhas de Lindisfarme (ilha santa)

Em 664 no sínodo de Whitby, o Cristianismo celta foi finalmente romanizado. O rei da

Nartúmbria, que tinha unificado quase toda a Inglaterra anglo-saxônica sob seu controle,

resolveu seguir a forma romanizada da religião porque ela dizia possuir a chave do céu.

Alemanha, após os zelosos esforços de Gregório I no sentido de evangelizar os lombardos, os

visigodos arianos e os anglo-saxônico o Cristianismo romano (latino) passou por tempo difíceis.

O papado se achava em conflito com os lombardos e com os soberanos bizantinos. Os reis

merovíngios se mostravam cada vez mais ineficaz e a qualidade do clero e do governo

eclesiástico era enfraquecida pela interferência dos governantes seculares.

No século VIII, porém a Cristandade latina experimentou um avivamento na vida

religiosa. Houve um papado revitalizado e uma nova linhagem de rei (os carolíngios) na Gália,

franca de maior importância, contudo, era o fato de que a igreja anglo-saxônica já mandava

numerosos missionários ao continente europeu.

Bonifácio “ o apostolo alemão” (680-754). Começou sua missão em 719 e cristianizou

a Alemanha. Isso aconteceu com a benção do papa Gregório II. Com grande gesto dramático,

segundo a tradição, derrubou uma imensa arvores usada no culto aos ídolos e construiu com a

madeira uma capela cristã. Como não sofreu nenhum mal em consequência desse ato, as pessoas

da região se converteram a Cristo. Bonifácio, também anglo-saxônicos ensinou aos seus novos

convertidos a lealdade a Roma.

Na sua qualidade de legado papa, Bonifácio corou Pepino rei dos francos no 751.

Ajudou Pepino revitalizar a igreja da Gália. Tornando-se arcebispo de Mains. Bonifácio

poderia ter encerrado seu labor missionário e se retirado para Fuldo, o mosteiro fundado por

ele; em vez de assim fazer, ele preferiu voltar a Holanda, onde tinha fracassado seus esforços

anteriores. Foi ali que foi martirizado.

Os alemães mostraram certa relutância para aceitar Bonifácio por causa de sua ligação

imperial. Como se pode observar, os batismos em massa da época de Bonifácio sugerem o

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problema de praticar-se o batismo sem uma experiência pessoal do Cristianismo. Tais

problemas surgirem sempre a conversão de um líder político produz uma automática aceitação

geral do Cristianismo.

Este vínculo entre igreja e estado se estreitou ainda mais durante o regime de Carlos

Magno. Ele relacionou as atividades missionários a conquista, obrigando os pagãos

conquistados a se converterem ao Cristianismo, religião oficial do Estado. Até o século IX e

X, as missões estavam totalmente integradas com a unificação política sob o Império

Carolíngio.

Escandinávia - Geograficamente isolado do resto da Europa, foi a pátria dos vikings,

que eram invasores do Norte grandemente temido pelos os europeus.

Um missionário chamado de Ansgar, no período que o rei dinamarquês pediu

missionário no ano de 526, Ansgar sentiu o chamado de Deus. Dedicou 36 anos de vida ao

evangelismo no norte da Europa, pois ele via no povo do Norte uma necessidade de Cristo.

Usando como base a área já evangelizada da Alemanha Ansgar fez diversas viagens missionária

até a Escandinava. Era frequentemente chamado “apostolo do Norte”. Um homem muito bem

preparado, mas que não obteve resultado imediato. O povo tinha ressentimento de Ansgar por

causa de seu vínculo com os Carolíngios. Assim não houve conversão em massa. Durante 200

não o Cristianismo na Escandinava era caracterizado por avanços e reveses.

Mais tarde, no século XI e XII, os países da Dinamarca, Noruega, Suécia, Islândia e

Groelândia foram cristianizados mediante conversão em massa, tendo na vanguarda os líderes

políticos. Também foram convertidos nas regiões orientais da Polônia, Hungria e Boêmia. Até

o final do século XV foram cristianizados os pomerânios, lituanos, prussianos e outros povos

na região do Mar Báltico.

Cisma na Igreja

Origem da Igreja Ortodoxa Grega – em 1054 houve a separação formal entre o oriente

e ocidente no Cristianismo. A causa imediata dessa ruptura foi um detalhe mínimo, mas o cisma

foi causadado por séculos de diferenças latentes.

Política – A igreja começou a se dividir quando Constantino transferiu a capital do

Império Romano para Constantinopla, demarcando a separação entre o oriente e o ocidente.

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O próprio império foi dividido em 395 pelo filho do Imperador Teodósio. Depois com

a queda do Império Romano no ocidente no ano 476, o papa ficou independente do controle

oriental.

Outra realidade política foi a constante pressão do Islã nas igrejas do oriente. Após a

morte de Justiniano I em 565, o Império Bizantino sofreu sensíveis percas, entre as quais a da

Síria, Palestina e todo norte da África, para os Árabes Muçulmanos.

Os patriarcas de Alexandria, Antioquia e Jerusalém ficaram sob controle muçulmano.

O império continuava sob ataque muçulmano, embora o ocidente tivesse ficado relativamente

livre de tais ataques, após a vitória se Carlos Martel em Tours.

A divisão entre ocidente e o oriente, tornou-se mais clara ainda quando Calos Magno

foi coroado como Imperador do Império Romano em 800. Sendo essa a terceira realidade

política que influenciou o cisma da igreja.

Questões intelectuais – As perspectivas do oriente e ocidente: filosofia e a pragmática.

Os cristãos do ocidente preferiam enfocar os assuntos mais práticos como: organização, unidade

ortodoxa. Já o oriente por sua vez, o interesse girava em torno da solução de problemas

teológicos pela especulação filosófica. Assim, sendo, os assunto e controvérsia resolvidos pelos

sete concílios ecumênico era de origem principalmente do oriente e versava assuntos como a

divindade e humanidade de Cristo. Do lado ocidental, Tertuliano e outros já tinham resolvido

este assunto.

Liturgia – As representações litúrgicas do oriente e ocidente eram muitas. A Páscoa e

Ressurreição eram comemoradas em época diferente do ano pelas duas igrejas. Clero de nível

inferior do lado do ocidente poderia casa, enquanto que os do lado do ocidente todo clero era

obrigado ficar celibatários. No oriente a língua da liturgia era vernácula, ao passo que a do

ocidente era feito em latim.

A maior diferença, no entanto, estava no uso de quadros imagens no culto cristão. A

partir do século VI, o governo daquela região estimulou a confecção de ícones e a veneração

dos cleros monásticos. Mas, devido ao Islã considerar essa pratica idolatria, o imperador no

século VIII tentou pôr fim na pratica de ajoelhar diante de objeto de arte.

Do lado ocidental os usos dos quadros eram permitidos e até mesmo promovidos como

um tipo de “Bíblia virtual” para os analfabetos. O Iconoclasmo [17] fervia na igreja do oriente,

havendo por lado imperador que destruía os ícones, e por outros soberanos que estimulava o

17 conoclasmo é uma doutrina de pensamento oposta ao culto a ícones e símbolos religiosos e políticos; toda pessoa que não venera imagem é um iconoclasta.

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seu uso. No concilio de Nicéia em 787, a igreja ocidental rejeitou a estatua e apoiou o uso de

ícones, após o depoimento de João de Damasco. Ele dizia que embora fosse pecado adorar

imagens ou ícones, tais objetos podem servir para lembrar pessoas de prestarem a devida

referência. No entanto, não a mera questão dos ícones que separou o leste do Oeste; foi

essencialmente interferência dos imperadores orientais nos assuntos eclesiásticos

Teológica – Certas diferenças teológicas também separavam as duas igrejas. O oriente

tendia para o método alegórica de interpretação Bíblica, enquanto que o ocidente, para o método

Gramático-histórico.

VIII. O papado e o Zelo Espiritual

Durante os primeiros séculos da Idade Média, a sociedade era bastante estática, houve

poucas mudanças e, tanto a igreja, quanto o estado secular clamavam pela união e pela

estabilidade. Por volto dos séculos XII e XIII, porém, esta sociedade cedia lugar as cruzadas

militares e a diversos novos movimentos.

A luta travada entre o estado e o clero, fez com que o papado chegasse ao auge de sua

autoridade, chegando a dominar a vida de reis e imperadores, bem como as dos camponeses.

Cruzadas militares foi empreendida no intuito de livrar Jerusalém das mãos dos mulçumanos.

Mais uma vez surgiu a necessidade de reforma na igreja. Muitas revoltas ouvem, inclusive de

leigos que desafiava o sistema sacramental da igreja tentando restaurar a igreja neo-

testamentária. Esses movimentos cada um de sua maneira, procurou reformar a igreja.

Infelizmente, o poderoso papado, zeloso por “pureza” ortodoxo, instituiu a inquisição para

livrar a igreja dos hereges.

Auge do papado

O período de 1054 – 1305 assinalou o águe do papado. No ano de 1059 foi criado o

Colégio dos cardeais para eleger os papas. Este tinha rejeitado a ideia de que a autoridade de

um rei deveria exceder de um papa.

Gregório VII – foi um dos mais famosos papas medievais, entre 1073 – 1085. Ele

atingiu um novo nível de respeito papal. Mesmo antes de se tornar papa, ele ajudou no

fortalecimento daquela posição. Serviu com cardeal no período de Leão IX, ele serviu como

cardeal-arquidiácono encarregado das finanças da Sé romana.

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Como papa, Gregório deu todo apoio a reforma Cluny, as quais proibiam a simonia

(vendas ou trafego coisas santas) e do casamento do clero. Gregório acreditava que o celibatário

garantia mais lealdade ao papa. Desde então o celibato se tornou obrigatório no clero da Igreja

Católico Romana.

Foi a grande a significância tentado por Gregório de estabelecer uma teocracia na qual

o papa exercer autoridade temporal e espiritual como vice regente de Deus. Ele escreveu um

livro intitulado Dictatus Papae, onde estabeleceu formas de como o poder clerical exerceria o

poder secular. Veja abaixo alguns deles:

1. A igreja Romana foi estabelecida por Deus.

2. Só o papa romano pode ser chamado “universal”.

3. Só o papa romano tem autoridade de depor e restabelecer bispos.

4. Só o papa romano pode usar a insígnia imperial

5. Todo príncipe deve beijar o pé do papa.

6. O papa tem poder de depor imperador

7. Os decretos do papa não podem ser anulados por ninguém, mas ele pode anular o decreto de

qualquer um.

8. O papa romano não pode ser julgado por ninguém.

9. A Igreja romana nunca errou e nunca erra até a eternidade.

Assim, Gregório reivindicou extraordinário poderes para o papa e para a igreja católica.

Durante todo o seu reinado, ele trabalhou para ampliar o maior número possíveis desses

preceitos.

Gregório excomungou Henrique IV por que rejeitou a autoridade papa. Gregório tinha

proíbo que qualquer clero tolerasse investidura das mãos de um leigo, e esperava que os

governantes seculares honrassem a sua decisão, o que não foi acatado por Henrique IV.

Gregório enfrentou muitas oposições do sistema feudal que acostumavam designar os símbolos

dos cargos clericais das suas áreas.

As lutas e as investiduras por parte dos leigos continuavam. Finalmente, Gregório foi

deposto e morreu no exilo.

O resultado da reforma gregoriana, foi uma maior separação entre cleros e leigos.

Anteriormente a sociedade cristã era considerada uma unidade, com poucas distinções entre os

setores clericais e secular. O imperador Carlos Magno tinha providenciado educação para leigos

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e clérigos no século IX. Mas na época de Gregório, os leigos foram denunciados. Ironicamente,

como consequência disso a igreja se secularizou. Um historiador observou:

“A reforma Gregoriana, que procurou melhorar o nível moral da igreja, isentando o clero do papel de sustentados do estado, acabou levando a igreja cada vez mais para o mundo secular. Na verdade, a igreja se tornou um mundo secular a seu modo [18].

Inocêncio III – (1198 – 1216) conseguiu exercer autoridade papal com maior intensidade

do que o Próprio Gregório. Ele achava que o papa ficava acima dos homens e abaixo de Deus.

Pensava que o governo civil deveria refletir a gloria da igreja, assim como a lua reflete a gloria

do sol.

As Cruzadas

Em 1095 – 1270, a igreja romana mostrou seu zelo espiritual em as grandes cruzadas,

cuja missão era expulsar os mulçumanos da terra Santa. Desde 800, fora uma tradição dos

francos protegerem os lugares santos de Jerusalém e auxiliar os peregrinos que ali chegava”.

Movimento de Reforma

O Monasticismo: O zelo espiritual que inspirou as cruzadas, inspirou também a

formação de nova ordens monásticas em fins do século XI e no século XII.

A ordem dos cartuchos fundada em 1084, representava a ressurreição de uma espécie

de monasticismo egípcio voltado ao isolamento.

Foram fundadas por volta de 1100 muitas ordens beneditinas bastante rigorosas. A mais

bem-sucedida foi a cisterciense, iniciado em Citeaux (França) em 1098, começou a crescer em

1115 sob a direção e Bernardo de Clairvaux. Embora possuindo um governo centralizado como

o sistema de Cluny, a ordem cisterciense permitia maior representação. Contava com um total

de 530 mosteiros até fins do século XII

As ordens medicantes

No auge do poder do papado, certo grupo religioso conhecido pelo nome de ordem

mendicantes surgiram na Europa. Como parte de um movimento em prol da pobreza, eles se

opunham à igreja sacramental tão elaborada que se preocupava mais com a política do que com

o cuidado pastoral. Estas ordens questionavam as vantagens da lei canônica, as cruzadas, as

18 Johansson pág. 207

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nomeações episcopais e os debates teológicos, enquanto os povos humildes recebiam pedras ao

pedir pão. Mas esta ordem procurava reformar a igreja, ao invés de separar se dela.

Os membros dessa nova ordem se chamava frades, da palavra latim que significa

“Irmão”. Eles adotaram um modo vida bíblico baseado em Mateus:

“Disse Jesus, se queres ser perfeito, vai vende os teus bens. Dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois vem e segue-me” [19].

Os Franciscanos

Eles são uma das duas ordens mais importantes “mendicantes” fundado por Francisco

(1182-1226) da cidade de Assis (Itália). Nascido de um rico mercador de tecido, Francisco

levou uma vida livre de responsabilidade e cheia de indiferença espiritual. Cometido

gravemente por uma doença, se converteu e se entregou ao serviço de Deus.

Francisco pregou em áreas distantes, tal como Espanha e Egito. Desde o início, os

franciscanos foram missionários ativo. Alguns dele pregaram na Pérsia, na Índia e até na China,

por volta de 1520, na corte do Cã mongol. Deixaram atrás de si uma seria de missões cristã,

desde Constantinopla até Pequim.

Dominicano

Essa outra ordem frades dominicanos, foi fundado por Domingos (1170 – 1121), um

nobre espanhol. Filho de uma mãe muito devota, foi consagrado sacerdote quando era ainda

muito jovem. Nos últimos anos de sua vida Domingos foi nomeado Teólogo Papal, um posto

continuado nas mãos dos dominicanos até os nossos dias.

Os dominicanos são frequentemente referidos como “ cães de caça do Senhor” por

causa da sua persistência em localizar heresias e ignorância. Assim, eles só não localizavam os

hereges como também começaram a puni-los. Em 1220 o papa entregou os dominicanos a

supervisão da Inquisição, órgão que deveria julgar secretamente os hereges. Em 1252 foram

autorizados pelo papa, torturar tais hereges na tentativa de obriga-los a se converter.

Grupos Heréticos

Os dois maiores grupos heréticos foram os albigenses e os valdenses. Pelo fato das

maiores partes da informação existirem sobre eles ter sido preservada por seus inimigos. Não

sabemos certo a que acreditavam. O que sabemos é quem ambos os grupos rejeitavam um

19 Mt. 19.21

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Cristianismo mundano, belicoso e abastado. Esses dois grupos desejavam a simplicidade do

Novo Testamento.

Os albigenses habitavam na região de Albi, na França. A sua doutrina separava a

divindade da verdade (deus do Novo Testamento) da divindade do erro (deus do Antigo

Testamento). O Deus bom, segundo eles, criou o espírito e o deus mau criou a matéria.

Os albigenses condenavam as guerras, o casamento e até o comer. As pessoas verdadeiramente

espirituais (os perfeitos) levavam uma vida de pobreza, celibato e vegetarianismo. Ou outros

(os crentes) levavam uma vida menos rigorosa e obedeciam aos “perfeitos”.

Os Valdenses

Os albigenses ofereciam uma alternativa a igreja estabelecida. Os valdenses, porém,

tentaram inicialmente purificar a igreja por dentro. Seu fundador, Pedro Valdo, de Lion na

França, converteu-se pela leitura do Novo Testamento. Ele distribuiu suas riquezas e organizou

um grupo de leigos para pregar a Cristo. Eles usavam o Novo Testamento que Valdo tinha

mandado traduzir para o vernáculo. Chamados de os “os pobres de Lion”, eles ganharam a

aprovação do papa Alexandre III em 1179.

No entanto, dois anos mais tarde, o arcebispo de Lion proibiu que eles pregassem. Seu

estilo de vida constituiu uma viva condenação à riqueza e à acomodação da igreja estabelecida.

Valdo e seus amigos, porém, continuaram pregando. O papa Lúcio III excomungou-os em 1184,

no mesmo ano que decretou que os bispos executassem inquisições de hereges.

IX. Teologia e Adoração

Nos primeiros anos da idade média, as igrejas do oriente se preocupavam principalmente

com questões teológicas. Eles lideraram os concílios ecumênicos nos debates de conceitos

relacionados à natureza da Divindade e à revelação de Deus em Cristo

As igrejas do ocidente, por outro lado, preocupavam-se mais com as questões

eclesiológica.

Enquanto os eruditos debatiam as grandes questões teológicas, os habitantes das cidades

se preocupavam com as construções das catedrais góticas. Essas catedrais eram magnificamente

esculpidas, e manifestava em sua própria obra a teologia da igreja. Tornou-se uma forma

ritualizada de adoração a Deus, por esse um período de unidade entre a igreja e o estado, as

igreja e catedrais eram consideradas centro de todo os aspectos da vida humana.

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A racionalização da teologia:

Foram as cruzadas que trouxeram novas riquezas e novas ideias à Europa Ocidental.

Descobriram principalmente a filosofia grega por meio de traduções árabes e judaicas das obras

de Aristóteles.

Esse movimento. As ordens mendicantes, ou classe que proibidas de terem bens viviam

da caridade alheia, interessaram-se pela reconciliação da filosofia grega racional com revelação

teológica baseada na fé. O resultado disso foi o advento do escolasticismo.

Definição de escolasticismo:

Doutrinas teológico-filosóficas dominantes na Idade Média, dos sécs. IX ao XVII,

caracterizadas sobretudo pelo problema da relação entre a fé e a razão, problema que se resolve

pela dependência do pensamento filosófico, representado pela filosofia greco-romana, da

teologia cristã. Desenvolveram-se na escolástica inúmeros sistemas que se definem, do ponto

de vista estritamente filosófico, pela posição adotada quanto ao problema dos universais, e dos

quais se destacam os sistemas de Santo Anselmo de São Tomás) e de Guilherme de Ockham.

O termo escolasticismo vem de latino “scholastucus” e do termo grego “schole” que

mais tarde veio significar escola, isto é, lugar onde as pessoas têm lazer suficiente para

devotarem aos estudos

Conforme definição acima, o escolasticismo mantinham três posições fundamentais:

1. Embora a filosofia seja obra da razão puras, deve ser guiada pela revelação cristã.

2. A teologia e a filosofia harmoniosamente relacionadas, devem transmitir tradição judaico-

cristão, bem como cultura do antigo mundo clássico.

3. A filosofia e a teologia, sendo ciência, podem ser organizadas e ensinadas com a matérias

acadêmicas.

Embora fossem estudantes da bíblia, dos credos da igreja e os escritos dos patriarcas;

Sua pergunta foi “é razoável a fé? ” Seus métodos de estudos derivado dos filósofos gregos,

consistia na Arte do diálogo ou da discussão, a chamada “dialética”. A dialética do grego tem

o mesmo significado de diálogo ou conversa. Assim qualquer argumentação ou contemplação

de oposto, um estudo poderia resolver um conflito e assim descobrir ou esclarecer a verdade.

Os principais escolásticos foram:

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Anselmo de Cantuária: Anselmo é lembrado como um dos primeiros teólogos

escolásticos. Nascida na Itália (1033-1109), deixou sua residência e viajou para o norte da

Franças e se tornou monges. Foi nomeado arcebispo de Cantuária em 1093, tornando chefe da

igreja na Inglaterra. Foi exilado várias vezes por causa de sua discordância com o rei da

Inglaterra, devido a supressão de escravos, promover os sínodos escolásticos e o celibato do

clero. Foi autor de um livro chamado “porque Deus tornou homem”.

Pedro Abelardo: Nascido na França (1079 – 1142), tornou-se um professor muito

popular em Paris, centro do escolasticismo. Tinha mente aguçada em habilidade retórica, que o

levou a uma certa vanglória e espírito crítico com relação aos outros, entre os quais seus

próprios professores. Devido a namoro com uma de suas alunas, quase pôs fim a sua carreira,

levando-o se tornar monges beneditino. Foi condenado várias por seu ponto de vista, mas,

mesmo assim continuava a atrair multidões de estudantes.

Sendo ele escolástico, apelava para a razão como autoridade maior. Ele disse: “Eu sei

para que posso crê”. Para a ele a realidade existia aqui e agora, não acima além desta vida,

também existia nas mentes dos homens e na mente de Deus. Abelardo chefiou uma revolta

contra a tradição, convocando cada indivíduo para o uso da sua própria razão. Assim, iniciou a

busca da autoridade definitiva para a fé pratica da igreja. Esta demanda iria culminar, ou chegar

ao ponto mais alto na revolta de Martinho Lutero, reformador protestante do século XVI, as

sagradas escrituras.

O livro de Abelardo - Sim e Não, - perturba o clérigo, pois ele elogiava a dúvida que

leva a um exame mais profundo de qualquer realidade. Utilizava as técnicas escolásticas da

dialética; Abelardo escolhia afirmações contraditórias da Bíblia e dos antigos pais da igreja para

serem resolvidas por seus alunos através da razão.

Tamás de Aquino – Aquino (1225-1270), nascido na Itália, foi sobrinho do imperador

Barborossa do Santos Imperador Romano. Era um rapaz grande, calado e desajeitado, seus

colegas o chamavam de “ boi quieto”. Seu professor disse que um dia o mugido desse boi seria

ouvido em todo mundo. Aquino um dominicano, não tornou um famoso mestre em Paris, mas

também autor da exposição clássica do sistema teológico defendido pela Igreja Católica até os

dias de hoje.

Segundo Aquino, qualquer verdade, fosse percebida pela razão ou pela fé, viria de Deus.

Embora que eles distinguissem a filosofia e as ciências naturais de um lado, e a teologia de

outro, concluía que não poderia haver contradição entre os dois. Distinguias claramente a

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experiência sensorial do conhecimento celestial. A razão, segundo Aquino, pode proporcionar

prova da existência de Deus e da imortalidade.

Tomás de Aquino, desenvolveu a ideia de que, os méritos sobressalentes de Cristos e

dos santos, podiam ser aplicados a outras pessoas. Está interpretação apoiava o conceito das

indulgências. Ele acreditava também no purgatório, que na pratica, estendia o poder eclesiástico

para além do tumulo.

Tomás de Aquino foi combatido por vários franciscanos. Boaventura (1221-1274) um

professor em Paris declarou ser impossível o conhecimento racional de Deus por Ele diferir dos

homens, tanto em quantidade como em qualidade. Rogério Bacon (1214-1292) ao resistir a

síntese da razão e fé elaborada por Tomás de Aquino, lançou o fundamento para a ciência

moderna. Ele enfatizava a abordagem da verdade no campo da natureza, através de

experimento, exames e medições. João Duns Escoto (1265-1308) salientava o amor e a verdade,

ao posso que Aquino ressaltava o intelecto e o entendimento. Escoto acreditava que era mais

importante amar a Deus do que compreendê-lo.

Guilherme de Occam – O escolasticismo, que sintetizava o pensamento filosófico com

a teologia, declina com desenvolvimento do nominalismo de Guilherme de Occam. Sua posição

se chamava “maneira moderna” em oposição à “maneira antiga” de Tomás de Aquino. Occam,

também franciscano e estudante de Oxford, negava a sínteses da razão e a revelação, elementos

que se contradiz com frequência. Ele criticava as provas filosófica de Deus. Segundo ele, Deus

só pode ser reconhecido pela fé. As crenças teológicas não podem ser provadas racionalmente.

Assim, ele minava a autoridade da igreja como instituição baseada na razão.

Occam, constitui um problema para a igreja. Ele embaraçava pela sua ênfase na fé e nas

Sagradas Escrituras como fonte única do ensino da igreja. Também atacava a doutrina da

transubstanciação, que era a pedra angular do sacramento da missa.

Definição de nominalismo - Doutrina segundo a qual as ideais gerais não existem, e os

nomes que pretendem designá-las são meros sinais que se aplicam indistintamente a diversos

indivíduos; terminismo, (representam os próprios indivíduos).

O advento das Universidades

Do século VI ao XI, a educação esteve nas mãos dos monges. Para os monásticos, a

adoração era de extremo valor, mas a leitura e transcrição de manuscritos também eram

valorizadas. Por toda a França Grã-Bretanha, e Alemanha, as escolas monásticas aplicavam a

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doutrina eclesiástica do clero. No reinado de Carlos Magno, os leigos também recebiam

educação.

No entanto, a partir do século XI, ocorreu uma rápida mudança de liderança monástica

para a episcopal na educação, mediante o advento das escolas nas catedrais. O movimento da

reforma monástica, tinha diminuído a ênfase nas atividades intelectuais em favor do trabalho

físico. Pelo século XII, a educação era ministrada principalmente por clérigos.

No século XII, florescia também o escolasticismo. Nesta época, as universitas,

tornaram-se popular. As primeiras universidades eram grêmios de professores ou estudantes

que se uniam em sua própria defesa, contra a vilas e cidades onde habitavam. Estes grêmios se

dedicavam a busca da verdade. Seus membros se agrupavam continuamente buscando um só

ideal, a verdade plena. O termo universitas implica uma preocupação com o conhecimento

universal ou generalizado.

Século XII, surgiram as primeiras universidades nas cidades onde funcionavam

anteriormente as escolas catedrais. Algumas das primeiras universidades se encontravam em

Salerno, Bolonha, Paris, Oxford, Cambridge, Montepelier, Pádua, Salamanca e Tolosa. Até

1400 havia aproximadamente 80 universidades na Europa. Elas eram centro do escolasticismo

até seu declínio.

Nos últimos séculos da Idade Média, as universidades serviam aos interesses da igreja.

Ainda não havia separação do estudo secular e sagrado. As universidades treinavam os cleros

nas artes, leis e teologia. Ensinavam sete artes liberais, dividas no trivium e quadrivium. O

trivium consistia em gramática, lógica e retórica. Este estudo treinava o estudante para falar em

público, algo útil para a pregação. O aluno colava grau de bacharel em Artes ao completar o

tivium. O quadrivium abrangia a matemática, geometria, astronomia e música, e capacitava o

aluno a estabelecer as datas dos festivais sagrados. Este curso de estudo levava ao grau de

Mestre em Artes. Já mesmo antes da emissão do diploma, o aluno recebia licença para lecionar.

As faculdades de pós-graduação ensinavam a medicina, o direito e a teologia. Sendo

que a teologia era o curso de estudos mais valorizado; o curso para doutorando nessa área,

levava seis anos e incluía estudo da Bíblia e o livro de teologia sistemática de Pedro Lombardo,

“As Sentenças”. Durante três séculos, este foi o texto-padrão. Neste livro seu autor discorria

sobre os setes sacramentos, que finalmente, foram oficialmente reconhecidos pela igreja

católica em 1439.

Todas instruções nas universidades eram ministradas em latim. Havia pouquíssimo

livros e por isso os estudantes eram obrigados a decorar muito material. A estrutura básica de

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uma aula era leitura de um livro-texto pelo professor, seguido do comentário do texto. Assim,

as ferramentas essências do aluno eram a memória e lógica, como hoje em dia a leitura e as

pesquisas.

X. A adoração Ritualista.

Sacramentos

Definição de sacramento - Sinal sagrado instituído por Jesus Cristo para distribuição

da salvação divina àqueles que, recebendo-o, fazem uma profissão de fé.

A igreja neo-testamentária batizava novos convertidos da mesma forma que Jesus foi

batizado por João Batista. Os cristãos primitivos recebiam a Santa Ceia da maneira ensinada

por Cristo aos seus discípulos, na véspera de sua crucificação. No primeiro século da idade

média, a igreja desenvolveu esses dois rituais, bem como outros vários, num sistema

sacramental que dizia mostra sob forma externa a operação da graça interna. Este ritualismo

nos cultos de adoração valorizava o aspecto cerimonial da religião mais do que o aspecto íntimo

e doutrinário.

Hugo de São Vitor, em princípio do século XII, enumerou trinta sacramentos, sendo que

Pedro Lombardo, bispo de Paris, reconhecia sete no seu Livro “ As sentenças”. Este setes foram

reconhecidos como oficiais na Concilio de Florença em 1439. São eles: O Batismo, a

confirmação, a eucaristia, a penitencia, a extrema unção, a ordenança e o matrimonio.

Arquitetura

Nos séculos XII e XIII, o mesmo zelo espiritual que estimulou as cruzadas e trouxe a

reforma monástica produzia as grandes catedrais góticas. Suas altas torres, seus vitrais

expressavam um novo ânimo ao Cristianismo nesse período, de triunfo da igreja. O papado

estava em eminência, dominava a sociedade europeia. Só na França, foram construídas durante

este período 80 catedrais e 500 igrejas.

O estilo gótico ia substituindo o romântico, com suas pequenas janelas, paredes pesadas

e linhas horizontais, uma vez que a arte e a arquitetura medieval, expressava um sistema de

valores e uma forma de ver o mundo baseado numa compreensão do Cristianismo, o estilo

romântico lembrava a todos que a igreja era uma fortaleza em momentos difíceis. Irradiava um

sentimento de paz e solidez.

Desta forma, o estilo gótico originado em 1137, atingiu seu auge me 1250.

As catedrais desse período testemunham ainda hoje o espírito transcendental daquela época,

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sua solidariedade social e o valor educacional dos prédios. Essas catedrais serviam todo o povo.

Funcionavam como prefeituras, centro comercial, refúgios para romeiros e doentes, escolas,

teatros, galeria de arte e biblioteca, bem como centro de adoração no culto religioso.

Espalhavam ao mundo e cada detalhe do credo mediante fantásticas obras de arte. Essa catedral

tem sido chamada de “bíblias em pedra”.

Essas realizações arquitetônicas exigiam esforços não somente dos artesãos, mas

também de todos os moradores da cidade que arrastavam pedras para as construções das

catedrais e preparava comidas para aqueles que trabalhavam. O triunfo da igreja se refletiam na

maneira em que a catedral dominava toda a região.

XI. Às vésperas da Reforma.

O nível espiritual da igreja chegou a um nível baixo nos séculos XIV e XV. O papado

passou por uma desintegração interna e seguido pelas influencias pagãs do renascimento.

Muitas pessoas pensam que a volta a uma fé Bíblica começou com Matinho Lutero e João

Calvino durante a reforma protestante. Porém, essa volta acontece antes. O século XV foi

marcado por movimentos de reforma dentro da igreja. Místicos e conciliaristas e homens como

Wycliffe, Hus e Savanarola chamavam a igreja ao arrependimento. A igreja romana recusou-

se a reformar-se.

Durante todo esse período, o mundo moderno cedia lugar para o mundo moderno. A

grande mudança é chamada de “renascimento” ou “renascença”. Enquanto as pessoas

preocupavam mais com a suas vidas e seus interesses particulares, Deus preparava a “plenitude

dos tempos” para a reforma. O “ vinho novo” dos fieis iria um dia romper os “velhos odres” da

igreja romana.

Declino do papado

Durante o século XIV e XV, a vida da igreja institucional perdeu o seu vigor. O clero

perdeu seu valor espiritual. A moralidade era generalizada entre os sacerdotes. Muitos deles

mantinham amantes, e alguns deles geravam filhos ilícitos. A maioria negligenciava o cuidado

pastoral para com o povo.

O clero desobedecia seus votos não somente no que dia a castidade e obediência, mas

também na área do ascetismo.

Os leigos simplesmente não conseguiam respeitar o clero. A crescente falta de respeito

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Enfraqueceu o poder e prestigio do papado.

Desintegração organizacional

Um papa francês chamado Clemente (1305-1314), o papado passou para o controle do

estado francês pôr cerca de 70 anos. Esse período é chamado de “Cativeiro Babilônico da

Igreja”.

Clemente m 1930 transferiu a residência papal para Avinhão, no sul da França. Todos

os seus sucessores permaneceram ali até 1377. Foi nesse tempo que Clemente ordenou a

supressão da Ordem dos Cavaleiros Templários. Está Ordem era bem rica e influente e o rei

desejava confiscar seus bens. Clemente mandou assassinar o Grande Mestre e numerosos

membros dessa ordem. Este ato do papa chocaram a opinião pública.

O papa Urbana (1362-1370) desejava reformar a igreja e restaurar a sede papal à cidade

de Roma, mas fracassou na sua tentativa. Seu sucessor Gregori XI, fez o papado retorna a Roma

em 1377. Quando ele morreu, os italianos que desejam conservar o papado em Roma exigiram

a seleção de um papa italiano. Assim, o colégio dos Cardeais escolheu Urbano V (1378-1389),

que acabou sendo um ditador. Alguns cardais resolveram eleger outro papa Clemente VII. Os

dois papas se combateram por alguns tempos, até que Urbano acabou ficando em Roma e

Clemente foi para Avinhão. A igreja agora, tinha dois papas escolhido pelo mesmo grupo de

cardeais. Assim, começou o “Grande Cisma”.

O cisma durou até 1417, e dividiu a igreja Ocidental. A Itália, o Santo Império Romano,

os países de leste, a Escandinávia, Hungria e a Inglaterra apoiavam Urbano VI, ao passo que a

França, a Espanha e a Escócia apoiavam Clemente VII. Assim, foi convocado um Concilio para

resolver este Cisma. Os Cardeais no Concilio de Pisa, rejeitou ambos os papas e escolheram

um terceiro papa. Agora havia três papas. Finalmente por ocasião Grande Concilio de

Constâncias, todos os três foram depostos e um novo papa foi eleito.

Muito cristão ficaram desnorteado por causa dos escândalos organizacionais. A igreja

sofria perseguição por várias partes de grupos isolados. A Igreja padecia profundo problemas

espirituais e precisava urgentemente de avivamento.

Assim, a igreja começa a tomar novos rumos, e as tentativas de reformas tem seu início

marcado. O papado em desprestígio, alguns clérigos começaram a buscar reforma restringindo

o poder do papa

Os reformadores

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Wycliffe, Hus e Savanarola, como os místicos, clamavam a igreja a uma fé pessoal. Ao

contrário dos místicos, eles salientavam a necessidade da volta da Igreja ao padrão do Novo

Testamento. Os reformadores acreditavam, que o redirecionamento romano da graça de Deus,

pelo canal de um sistema sacerdotal, fora longe demais. Impedia o livre derramamento da

Santidade de Deus entre os homens, represando ou desviando o curso das águas da santidade

da igreja.

João Wycliffe

Vida de João Wycliffe, girava em torno da Universidade de Oxford, onde ele estudou e

depois exerceu magistério. Ele combateu a riqueza da igreja representada pelas terras que a

igreja possui, e que essas deveria ser dada a quem usasse adequadamente. Isso não interessou

os nobres ingleses que estavam prontos para tomar posse das terras. Além do mais, os ingleses

ressentiam por causa dos altos impostos exigidos por Roma e da crescente riqueza do papado.

Portanto os governantes britânicos apoiavam as medidas reformistas iniciadas por Wycliffe.

Ele combateu também o papel mediador dos sacerdotes como dogma romano da missa.

Ele afirma que Cristo estava presente espiritualmente na eucaristia. Tal afirmação refutava a

doutrina da transubstanciação. Wycliffe tinha ido longe demais. Foi expulso de Oxford em

1382. Alguns anos depois de sua morte, o Concilio de constância o condenou como herege;

seus ossos foram desenterrados e queimados.

Um grupo de leigos chamado Lolardos, divulgaram as ideais de Wycliffe por toda a

Inglaterra, e o resultado foi uma perseguição. Em 1403 foi decretado a pena de mortes para

todos os Lolardo. No entanto aqueles que tinha aceitado as ideais de Wycliffe, levaram sua

pregação da fé Bíblica à Escócia, Boemia, Polônia e Hungria. Eles preparam assim, o caminho

para Lutero mais tarde séculos depois.

João Hus

Dentre muitas pessoas influenciadas por Wycliffe estava João Hus. Sua vida também

girava em torno de uma Universidade . Ele era reitor da Universidade de Praga, no Boemia

(moderna república Tcheca).

Hus tentou reforma a igreja em duas regiões. Embora defendendo a tradição do clero.

Condenou sua corrupção. Condenou a adoração de imagem. Criticava a proibição do povo

receber o vinho da Ceia do Senhor e pediu maior participação leiga na missa. Também se opôs

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a indulgência, ensinado que semente Deus pode perdoar pecado. A Bíblia, segundo ele, era a

única e absoluta regra de fé e conduta.

Hus se tonou um herói em seu pais. O papa o excomungo, porem em 1411, quatro anos

depois, com uma promessa imperial de salvaguarda, Hus consentiu em comparecer no Concilio

de Constância para defender sua causa. O Concilio condenou-o, acusando-o de heresias que

nunca defendera e mandou que fosse morto na fogueira.

Savanarola olá

Girolamo Savanarola, foi um frade dominicano. Diferente de Wycliffe e Hus, cujo

enfoque era torna a Bíblia disponível para todos. Ele estava disposto a livrar a igreja do

paganismo. Sua memorável pregação por todo o norte da Itália o tornou extremamente popular.

Multidões foram comovidas por suas palavras, que condenavam a mal na igreja e no estado.

Sanavarola foi um defensor dos pobres e oprimidos. Conseguiu transformar a cidade de

Florença, de um lugar libertino e entregue aos prazeres, para um a espécie de local religioso.

Ele atacou o papado por sua imoralidade e escândalos. Em 1497, o papa Alexandre VI

excomungou Savanarola e a ameaçou a cidade com o interdito. Florença se voltou contra

Savanarola. O povo torturou e o enforcou em praça pública.

Vinte anos mais tarde, Matinho Luterio e João Calvino constituíram sobre o fundamento

lançado por Wycliuffe, Hus e Savanarola, a tão esperada e definitiva reforma.

XII. Introdução da reforma

Reforma Protestante

Foi um movimento reformista cristão culminado no início do século XVI por

Martinho Lutero, quando através da publicação de suas 95 teses, em 31 de outubro

de 1517 na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, protestou contra diversos pontos

da doutrina da Igreja Católica Romana, propondo uma reforma no catolicismo romano.

Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos como os Cinco

Solas. Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando

uma revolução religiosa, iniciada na Alemanha, estendendo-se pela Suíça, França,

Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste europeu,

principalmente os Países Bálticos e a Hungria. A resposta da Igreja Católica Romana

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foi o movimento conhecido como Contrarreforma ou Reforma Católica, iniciada no

Concílio de Trento.

O resultado da Reforma Protestante foi a divisão da chamada Igreja do

Ocidente entre os católicos romanos e os reformados ou protestantes, originando o

protestantismo

No início do século XVI, o monge alemão Martinho Lutero, abraçando as ideias dos

pré-reformadores, proferiu três sermões contra as indulgências em 1516 e 1517. Em

31 de outubro de 1517 foram pregadas as 95 Teses na porta da Catedral de

Wittenberg, com um convite aberto a uma disputa escolástica sobre elas. Esse fato é

considerado como o início da Reforma Protestante.

Essas teses condenavam a "avareza e o paganismo" na Igreja, e pediam um

debate teológico sobre o que as indulgências significavam. As 95 Teses foram logo

traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas. Após um mês se

haviam espalhado por toda a Europa.

Após diversos acontecimentos, em junho de 1518 foi aberto um processo por parte da

Igreja Romana contra Lutero, a partir da publicação das suas 95 Teses. Alegava-se,

com o exame do processo, que ele incorria em heresia. Depois disso, em agosto de

1518, o processo foi alterado para heresia notória. Finalmente, em junho de 1520

reapareceu a ameaça no escrito "Exsurge Domini" e, em janeiro de 1521, a bula

"Decet Romanum Pontificem" excomungou Lutero. Devido a esses acontecimentos,

Lutero foi exilado no Castelo de Wartburg, em Eisenach, onde permaneceu por cerca

de um ano. Durante esse período de retiro forçado, Lutero trabalhou na sua tradução

da Bíblia para o alemão, da qual foi impresso o Novo Testamento, em setembro de

1522.

Extensão da Reforma Protestante na Europa.

Enquanto isso, em meio ao clero saxônio, aconteceram renúncias ao voto de

castidade, ao mesmo tempo em que outros tantos atacavam os votos monásticos.

Entre outras coisas, muitos realizaram a troca das formas de adoração e terminaram

com as missas, assim como a eliminação das imagens nas igrejas e a ab-rogação do

celibato. Ao mesmo tempo em que Lutero escrevia "a todos os cristãos para que se

resguardem da insurreição e rebelião". Seu casamento com a ex-freira cisterciense

Catarina von Bora incentivou o casamento de outros padres e freiras que haviam

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adotado a Reforma. Com estes e outros atos consumou-se o rompimento definitivo

com a Igreja Romana. Em janeiro de 1521 foi realizada a Dieta de Worms, que teve

um papel importante na Reforma, pois nela Lutero foi convocado para desmentir as

suas teses, no entanto ele defendeu-as e pediu a reforma. Autoridades de várias

regiões do Sacro Império Romano-Germânico pressionadas pela população e pelos

luteranos, expulsavam e mesmo assassinavam sacerdotes católicos das igrejas,

substituindo-os por religiosos com formação luterana.

Toda essa rebelião ideológica resultou também em rebeliões armadas, com

destaque para a Guerra dos Camponeses (1524-1525). Esta guerra foi, de muitas

maneiras, uma resposta aos discursos de Lutero e de outros reformadores. Revoltas

de camponeses já tinham existido em pequena escala em Flandres (1321-1323), na

França (1358), na Inglaterra (1381-1388), durante as guerras hussitas do século XV,

e muitas outras até o século XVIII. A revolta foi incitada principalmente pelo seguidor

de Lutero, Thomas Münzer, que comandou massas camponesas contra a nobreza

imperial, pois propunha uma sociedade sem diferenças entre ricos e pobres e sem

propriedade privada, Lutero por sua vez defendia que a existência de "senhores e

servos" era vontade divina, motivo pelo qual eles romperam, sendo que Lutero

condenou Münzer e essa revolta.

Em 1530, foi apresentada na Dieta imperial convocada pelo imperador Carlos

V, realizada em abril desse ano, a Confissão de Augsburgo, escrita por Felipe

Melanchton com o apoio da Liga de Esmalcalda. Os representantes católicos na dieta

resolveram preparar uma refutação ao documento luterano em agosto, a Confutatio

Pontificia (Confutação), que foi lida na dieta. O imperador exigiu que os luteranos

admitissem que sua confissão havia sido refutada. A reação luterana surgiu na forma

da Apologia da Confissão de Augsburgo, que estava pronta para ser apresentada em

setembro do mesmo ano, mas foi rejeitada pelo Imperador. A Apologia foi publicada

por Felipe Melanchton no fim de maio de 1531, tornando-se confissão de fé oficial

quando foi assinada, juntamente com a Confissão de Augsburgo, em Esmalcalda, em

1537

Ao mesmo tempo em que ocorria uma reforma em um sentido determinado,

alguns grupos protestantes realizaram a chamada Reforma Radical. Queriam uma

reforma mais profunda. Foram parte importante dessa reforma radical os anabatistas,

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cujas principais características eram a defesa da total separação entre igreja e estado

e o "novo batismo" (que em grego é anabaptizo).

Enquanto na Alemanha a reforma era liderada por Lutero, Na França e na Suíça

a Reforma teve como líderes João Calvino e Ulrico Zuínglio.[35]

João Calvino foi inicialmente um humanista. Foi integrante do clero, todavia não

chegou a ser ordenado sacerdote romano. Depois do seu afastamento da Igreja

romana, este intelectual começou a ser visto como um representante importante do

movimento protestante.Vítima das perseguições aos huguenotes na França, fugiu

para Genebra em 1533 onde faleceu em 1564. Genebra tornou-se um centro do

protestantismo europeu e João Calvino permanece desde então como uma figura

central da história da cidade e da Suíça. Calvino publicou as Institutas da Religião

Cristã, que são uma importante referência para o sistema de doutrinas adotado pelas

Igrejas Reformadas.

Os problemas com os huguenotes somente concluíram quando o rei Henrique

IV, um ex-huguenote, emitiu o Édito de Nantes, declarando tolerância religiosa e

prometendo um reconhecimento oficial da minoria protestante, mas sob condições

muito restritas. O catolicismo romano se manteve como religião oficial estatal e as

fortunas dos protestantes franceses diminuíram gradualmente ao longo do próximo

século, culminando na Louis XIV do Édito de Fontainebleau, que revogou o Édito de

Nantes e fez de Roma a única Igreja legal na França. Em resposta ao Édito de

Fontainebleau, Frederick William de Brandemburgo declarou o Édito de Potsdam,

dando passagem livre para franceses huguenotes refugiados e status de isenção de

impostos a eles durante 10 anos.

Ulrico Zuínglio foi o líder da reforma suíça e fundador das igrejas reformadas

suíças. Zuínglio não deixou igrejas organizadas, mas as suas doutrinas influenciaram

as confissões calvinistas. A reforma de Zuínglio foi apoiada pelo magistrado e pela

população de Zurique, levando a mudanças significativas na vida civil e em assuntos

de estado em Zurique.

Reino Unido

O curso da Reforma foi diferente na Inglaterra. Desde muito tempo atrás havia

uma forte corrente anticlerical, tendo a Inglaterra já visto o movimento Lollardo, que

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inspirou os hussitas na Boémia. No entanto, ao redor de 1520 os lollardos já não eram

uma força ativa, ou pelo menos um movimento de massas.

Embora Henrique VIII tivesse defendido a Igreja Romana com o livro Assertio

Septem Sacramentorum (Defesa dos Sete Sacramentos), que contrapunha as 95

Teses de Martinho Lutero, Henrique promoveu a Reforma Inglesa para satisfazer as

suas necessidades políticas. Sendo este casado com Catarina de Aragão, que não

lhe havia dado filho homem, Henrique solicitou ao papa Clemente VII a anulação do

casamento. Perante a recusa do papado, Henrique fez-se proclamar, em 1531,

protetor da Igreja inglesa. O Ato de Supremacia, votado no parlamento em novembro

de 1534, colocou Henrique e os seus sucessores na liderança da igreja, nascendo

assim o anglicanismo. Os súditos deveriam submeter-se ou então seriam

excomungados, perseguidos e executados, tribunais religiosos foram instaurados e

católicos foram obrigados à assistir cultos protestantes, muitos importantes opositores

foram mortos, tais como Thomas More, o bispo John Fischer e alguns sacerdotes,

frades franciscanos e monges cartuxos. Quando Henrique foi sucedido pelo seu filho

Eduardo VI em 1547, os protestantes viram-se em ascensão no governo. Uma reforma

mais radical foi imposta diferenciando o anglicanismo ainda mais do catolicismo

romano.

Seguiu-se uma breve reação romana durante o reinado de Maria I (1553-1558).

De início moderada na sua política religiosa, Maria procura a reconciliação com Roma,

consagrada em 1554, quando o parlamento votou o regresso à obediência ao papa.

Um consenso começou a surgir durante o reinado de Isabel I. Em 1559, Isabel I

retornou ao anglicanismo com o restabelecimento do Ato de Supremacia e do Livro

de Orações de Eduardo VI. Através da Confissão dos Trinta e Nove Artigos (1563),

Elizabeth alcançou um compromisso entre o protestantismo e o catolicismo romano:

embora o dogma se aproximasse do calvinismo, só admitindo como sacramentos o

Batismo e a Eucaristia, foi mantida a hierarquia episcopal e o fausto das cerimônias

religiosas.

A Reforma na Inglaterra procurou preservar o máximo da Tradição Romana

(episcopado, liturgia e sacramentos). A Igreja da Inglaterra sempre se viu como a

ecclesia anglicanae, ou seja, A Igreja cristã na Inglaterra e não como uma derivação

da Igreja de Roma ou do movimento reformista do século XVI. A Reforma Anglicana

buscou ser a "via média" entre Roma e o protestantismo.

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Em 1561, apareceu uma confissão de fé com uma Exortação à Reforma da

Igreja modificando seu sistema de liderança, pelo qual nenhuma igreja deveria exercer

qualquer autoridade ou governo sobre outras, e ninguém deveria exercer autoridade

na Igreja se isso não lhe fosse conferido por meio de eleição. Esse sistema,

considerado "separatista" pela Igreja Anglicana, ficou conhecido como

congregacionalismo. Richard Fytz é considerado o primeiro pastor de uma igreja

congregacional, entre os anos de 1567 e 1568, na cidade de Londres. Por volta de

1570, ele publicou um manifesto intitulado As Verdadeiras Marcas da Igreja de Cristo.

Em 1580, Robert Browne, um clérigo anglicano que se tornou separatista, junto com

o leigo Robert Harrison, organizou em Norwich uma congregação cujo sistema era

congregacionalista, sendo um claro exemplo de igreja desse sistema.

Na Escócia, John Knox (1505-1572), que tinha estudado com João Calvino

em Genebra, levou o Parlamento da Escócia a abraçar a Reforma Protestante em

1560, sendo estabelecido o presbiterianismo. A primeira Igreja Presbiteriana, a Igreja

da Escócia (ou Kirk), foi fundada como resultado disso.

Nos Países Baixos e na Escandinávia

A Reforma nos Países Baixos, diferente de alguns outros países, não foi

iniciado pelos governantes das Dezessete Províncias, mas sim por vários movimentos

populares que, por sua vez, foram reforçados com a chegada dos protestantes

refugiados de outras partes do continente. Enquanto o movimento anabatista gozava

de popularidade na região nas primeiras décadas da Reforma, o calvinismo, através

da Igreja Reformada Holandesa, tornou a fé protestante dominante no país desde a

década de 1560 em diante. No início de agosto de 1566, uma multidão de protestantes

invadiu a Igreja de Hondschoote na Flandres (atualmente Norte da França) com a

finalidade de destruir as imagens católicas, esse incidente provocou outros

semelhantes nas províncias do norte e sul, até Beeldenstorm, em que calvinistas

invadiram igrejas e outros edifícios católicos para destruir estátuas e imagens de

santos em toda a Holanda, pois de acordo com os calvinistas, estas estátuas

representavam culto de ídolos. Duras perseguições aos protestantes pelo governo

espanhol de Felipe II contribuíram para um desejo de independência nas províncias,

o que levou à Guerra dos Oitenta Anos e eventualmente, a separação da zona

protestante (atual Holanda, ao norte) da zona católica (atual Bélgica, ao sul).

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Teve grande importância durante a Reforma um teólogo holandês: Erasmo de

Roterdã. No auge de sua fama literária, foi inevitavelmente chamado a tomar partido

nas discussões sobre a Reforma. Inicialmente, Erasmo se simpatizou com os

principais pontos da crítica de Lutero, descrevendo-o como "uma poderosa trombeta

da verdade do evangelho" e admitindo que, "É claro que muitas das reformas que

Lutero pede são urgentemente necessárias." Lutero e Erasmo demonstraram

admiração mútua, porém Erasmo hesitou em apoiar Lutero devido a seu medo de

mudanças na doutrina. Em seu Catecismo (intitulado Explicação do Credo Apostólico,

de 1533), Erasmo tomou uma posição contrária a Lutero por aceitar o ensinamento

da "Sagrada Tradição" não escrita como válida fonte de inspiração além da Bíblia, por

aceitar no cânon bíblico os livros deuterocanônicos e por reconhecer os sete

sacramentos. Estas e outras discordâncias, como por exemplo, o tema do Livre arbítrio

fizeram com que Lutero e Erasmo se tornassem opositores.

Na Dinamarca, a difusão das ideias de Lutero deveu-se a Hans Tausen. Em

1536 na Dieta de Copenhaga, o rei Cristiano III aboliu a autoridade dos bispos

católicos, tendo sido confiscados os bens das igrejas e dos mosteiros. O rei atribuiu a

Johann Bugenhagen, discípulo de Lutero, a responsabilidade de organizar uma Igreja

Luterana nacional. A Reforma na Noruega e na Islândia foi uma conseqüência da

dominação da Dinamarca sobre estes territórios; assim, logo em 1537 ela foi

introduzida na Noruega e entre 1541 e 1550 na Islândia, tendo assumido neste último

território características violentas.

Na Suécia, o movimento reformista foi liderado pelos irmãos Olaus Petri e Laurentius

Petri. Teve o apoio do rei Gustavo I Vasa, que rompeu com Roma em 1525, na Dieta

de Vasteras. O luteranismo, então, penetrou neste país estabelecendo-se em 1527

Em 1593, a Igreja sueca adotou a Confissão de Augsburgo. Na Finlândia, as igrejas

faziam parte da Igreja sueca até o início do século XIX, quando foi formada uma igreja

nacional independente, a Igreja Evangélica Luterana da Finlândia.

Em outras partes da Europa

Na Hungria, a disseminação do protestantismo foi auxiliada pela minoria étnica

alemã, que podia traduzir os escritos de Lutero. Enquanto o luteranismo ganhou uma

posição entre a população de língua alemã, o calvinismo se tornou amplamente

popular entre a etnia húngara provavelmente, os protestantes chegaram a ser maioria

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na Hungria até o final do século XVI, mas os esforços da Contrarreforma no século

XVII levaram uma maioria do reino de volta ao catolicismo romano.

Fortemente perseguida, a Reforma praticamente não penetrou em Portugal e

Espanha. Ainda assim, uma missão francesa enviada por João Calvino se

estabeleceu em 1557 numa das ilhas da baía de Guanabara, localizada no Brasil,

então colônia de Portugal. Ainda que tenha durado pouco tempo, deixou como

herança a Confissão de Fé da Guanabara. Por volta de 1630, durante o domínio

holandês em Pernambuco, a Igreja Cristã Reformada (Igreja Protestante na Holanda)

instalou-se no Brasil. Tinha ao conde Maurício de Nassau como seu membro mais

ilustre. Esse período se encerrou com a Guerra da Restauração portuguesa. Na

Espanha, as ideias reformadas influíram em dois monges católicos: Casiodoro de

Reina, que fez a primeira tradução da Bíblia para o idioma espanhol, e Cipriano de

Valera, que fez sua revisão, originando a conhecida como Biblia Reina-Valera.

Considerações Finais

Compreendo que dentro deste trabalho, ficaram espaços vagos que não completaram

todo o ciclo da história “Do Pentecostes a Reforma”, mas os principais fatos e acontecimentos

foram aqui expostos em linguagem simples e de fácil compreensão, trazendo a lume temas

que muitas das vezes não estão à disposição de leigos na questão de história da igreja dentro

do contexto geral, não levando em conta a palavra “crentes”, mas Cristianismo. O enfoque

dado algumas vezes a Igreja Católica, em nada foi com interesse de expor ao ridículo, mas

sim, por ser ela a patrona de todo a história até o movimento reformista de Calvino e Lutero.

Principalmente Lutero.

Dei um resumo da igreja reformada e seus principais acontecimentos que marcou a

história da igreja até o presente século.

A igreja ainda terá muitas histórias para serem escritas ao longo de sua caminhada até i

arrebatamento. Deus nos ajude a guardar as memorias boas que vão surgindo ao longo

caminha que será percorrido pela igreja.

Referencia biográficas:

Bruce Bickel e Stan Jantz – Guia de Seitas e Religiões – Editora CPAD

Champlin, Russel Normam – Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia – Editora

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Candeia

Nova Enciclopédia Barsa - Encyclopaedia Bassa Britannica do Brasil Publicação Ltda – Rio

de Janeiro – São Paulo

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Outras Obras:

Apostilas, revistas, comentários Bíblicos e Dicionários de Bíblia, publicações diversas e

periódicos