História cultural dos povos africanos - Escobar Games
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História cultural dos povos africanos
Docentes:
Adriana Oliveira
Natanael Conceição
OrigensOs mais antigos fósseis de hominídeos são os
de Australopithecus. Esses hominídeos
viveram na África, ao sul do deserto do Saara,
há cerca de 5,5 milhões de anos e andavam
eretos sobre os dois pés. Com o tempo,
algumas espécies sobreviveram, e outras se
extinguiram. Cerca de 2 milhões de anos atrás
surgiu outro grupo mais semelhante aos seres
humanos atuais. Esse grupo, chamado de
Homo, pertence à espécie humana.
Fonte: Imagem da internet
Da África para outros continentes
A maioria dos estudiosos concorda que o local de origem do
ser humano é a África. Eles se baseiam em descobertas como
as dos cientistas estadunidenses Donald Johanson e Tom Gray.
Em 1974, estes estudiosos descobriram um dos mais antigos
esqueletos já conhecidos. O fóssil de um indivíduo do sexo
feminino, que tinha cerca de 3,2 milhões de anos.
Para comemorar a descoberta, houve festa no acampamento
da expedição. Uma das músicas mais tocadas naquela noite foi
Lucy in the Sky with Diamonds, do grupo musical The Beatles.
Por isso, os cientistas decidiram batizar o esqueleto
de Lucy.
A História e cultura africana deve ser
observada sempre no plural, haja vista sua
existência milenar e sua vasta diversidade.
Cabe lembrar que a África não é um país.
A arqueologia aponta a África como o
território habitado há mais tempo no
planeta. Isso resultou na profusão de idiomas
com mais de mil línguas, religiões, regimes
políticos, condições materiais de habitação e
atividades econômicas.
Fonte: Imagem da internet
África: organizações políticas
Na África, antes dos europeus, existiram várias formas de organizaçãopolítica. Apresentamos, a seguir, algumas delas:
Aldeia: organizava-se em torno de um líder que julgava, distribuía terrase comandava os guerreiros em caso de conflito. O líder era responsávelpelo bem de todos. O chefe da aldeia era ajudado por um Conselho. Aspessoas se orientavam pelos espíritos da natureza ou antepassadosmortos.
Cidades-Estado: eram cidades cercadas que possuíam governo próprio,um centro comercial e uma área rural. Possuíam mercados, comerciantes,artesãos, agricultores e pastores.
Reino: pode ser definido como uma reunião de várias aldeias e cidadesna qual vivia um líder com autoridade sobre todos os outros. Nas capitaisdo reino havia concentração de riqueza, poder, gente, oferta de alimentose serviços. Quando o líder de uma cidade ou reino expandia os limitesterritoriais e conquistava terras e povos, estava formado um império.
Império: na Antiguidade, era geralmente um conjunto de cidades ouregiões subordinadas ao governante da cidade mais poderosa.
Sua alteza Aderemi I, Oni da cidade de Ilê Ifé, Nigéria, c. 1930. Note que o Oni
está vestido à moda de seus ancestrais; os dois cetros nas mãos dos guardas pessoais do rei representam o poder
político e o religioso.
O Império egípcio
Os antigos egípcios criaram uma civilização fascinante em meio ao deserto. Desde 5000 a.C., os
habitantes das aldeias próximas ao Rio Nilo cultivavam cereais, como o trigo, o centeio e a cevada,
legumes, frutas, linho, algodão e papiro. Isso só foi possível porque souberam aproveitar as cheias do
Rio Nilo.
Periodização
A história política do Império egípcio pode ser dividida em três períodos, entre os quais existiram os
“períodos intermediários”, quando o Egito viveu momentos de crise, com o enfraquecimento do poder
do faraó e invasões externas. Veja a linha do tempo.
Principais características do Egito Antigo
- Governo exercido por um faraó, que tinha o poder absoluto
(militar, jurídico, administrativo e até religioso).
- Presença de um forte e preparado exército para conquistas e
proteção das terras.
- O Egito Antigo era dividido em nomos, espécies de regiões
administrativas.
- Economia concentrada na produção agrícola, realizada nas
margens férteis do rio Nilo.
- Crença na vida após a morte. Por isso, mumificavam os corpos
(principalmente dos faraós) para conservá-los para a vida futura.
- Possuíam uma religião politeísta (crença em vários deuses).
- O Estado construía pirâmides para guardar o corpo de faraó para
a vida após a morte, de acordo com a crença dos egípcios.
- Desenvolveram a usaram a escrita, que possui dois tipos:
demótica e hieroglífica. Usavam o papiro e as paredes internas das
pirâmides para deixar relatos e orientações
escritas.
- Realizavam atividades de mineração de metais e pedras preciosas.
- Possuíam relações comerciais com a Núbia, Palestina, Grécia, Creta
e outras regiões próximas.
- A sociedade egípcia era hierarquizada e patriarcal.
- O casamento era monogâmico.
- A educação era realizada dentro da família.
- Existiam pessoas preparadas para a escrita e contabilidade de
impostos e estoques de produtos. Esses especialistas eram
os escribas.
- Usavam as águas do rio Nilo para diversas atividades: navegação,
transporte, irrigação e consumo.
- Na arquitetura, os egípcios se destacaram na construção de
palácios, templos, diques, reservatórios de água e pirâmides.
- No Egito Antigo havia trabalho escravo e trabalho compulsório
(convocação feita pela faraó para a construção de obras públicas).
- No campo das ciências, os egípcios se destacaram na Matemática,
Medicina, Química e Astronomia.
Civilização NÚBIA
Surgiu por volta de 4.000 a.C, em meio ao Deserto do
Saara e, assim como o Egito, é uma ‘‘dádiva do Nilo’’,
bem como do trabalho de construção de diques e canais
de irrigação destes povos para evitar inundações
durante as cheias e garantir boas colheitas.
Por volta de 2.000 a.C, houve a unificação das
comunidades núbias sob o poder de um rei; surgiu
então o Reino de Kush (Cuxe), um dos primeiros reinos
negros africanos.
O Reino de Kush - Dinastia dos faraós negros.
A história de Kush está estreitamente ligada à do Egito: os
arqueólogos encontraram grande número de objetos egípcios
(pérolas, vasos, peças de artesanato etc.) em terras núbias, e
produtos núbios (peles de animais, marfim, ouro, ébano etc.) em
terras egípcias, o que prova que o contato comercial entre eles foi
intenso.
Sabe-se também que, por volta de 1530 a.C., o Reino de Kush foi
conquistado pelo Egito. Para administrá-lo, o faraó egípcio nomeava
vice-reis que deviam receber os tributos pagos pela população e
encaminhá-los às autoridades egípcias. Essa pintura mural foi
encontrada na tumba de um desses vice-reis.
Características do Reino de Kush
Graças à arqueologia e à epigrafia sabe-se que, na época em que a capital foi a cidade de Méroe,
Kush se distinguia de outros reinos antigos por duas importantes características: o modo como o
rei era eleito e o papel da mulher na política.
Candace, a mulher na política
Há indícios arqueológicos de que as mulheres ocupavam
posições de destaque no Reino de Kush. Elas podiam ser
sacerdotisas, administradoras de uma cidade e podiam,
ainda, chefiar o governo, com o título de candace.
Relevo em que se vê a rainha
Amanishaketo, à direita, de braço
dado com a deusa Amesem, século I
d.C.
Principais características (econômicas, políticas e culturais) e fatos históricos:
- O poder político ficava concentrado nas mãos de um rei.
- A exemplo de seus vizinhos egípcios, possuíam uma religião politeísta. Os deuses cuchitas eram antropozoomórficos.
- Também acreditavam na vida após a morte. Enterravam os mortos (reis e sacerdotes, principalmente) em tumbas em forma de
pirâmides.
- Os cuchitas receberam forte influência política, principalmente através da dominação militar, dos egípcios. Mesmo assim, desenvolveram
uma rica cultura própria.
- Por volta do fim do século XX a.C., com o enfraquecimento do Império Egípcio, o Reino de Cuxe conseguiu sua autonomia política.
- Em 747 a.C., o rei cuchita Pianjy conseguiu dominar o Alto Egito, estabelecendo a XXV Dinastia Egípcia.
- Em 715 a.C., o faraó cuchita Shabako conseguiu unificar o Egito, colocando sua dinastia no comando do reino. O domínio cuchita no
Egito durou até o ano de 654 a.C., quando a região foi dominada pelos assírios.
- No final do século VI a.C. , a capital do Reino de Cuxe foi transferida para Meroe (situada na região sul da Núbia).
- A economia do Reino de Cuxe era muito dinâmica e diversificada. Viviam da agricultura (às margens do rio Nilo) e do comércio. O
comércio marítimo, praticado nas águas do Mar Vermelho, também teve grande destaque.
- O artesanato também era muito desenvolvido. Faziam objetos de ouro, marfim e ébano. Também dominavam as técnicas de fundição de
ferro.
- Com relação à arquitetura, construíram palácios, pirâmides e templos. Ela teve grande influência dos egípcios.
- Grande parte das cidades do reino ficavam localizadas às margens do rio Nilo.
- Possuíam uma escrita baseada num alfabeto. Porém, esta ainda não foi devidamente decifrada.
Império de Axum
Deu origem ao Império Etíope (Etiópia e Eritreia). O Império Axumita, foi considerado um dos quatro grandes impérios do
final da Antiguidade (séculos I-VI d.C.), ao lado de Roma, Pérsia e China.
No século X a.C., de acordo com a mitologia etíope contida no livro Kebra Negast, acredita-se que nesta região viveu a Rainha
de Sabá (Makeda). Acredita-se também que a família imperial da Etiópia, bem como os imperadores de Axum, têm sua origem
a partir de Menelik I, filho da Rainha de Sabá e do rei Salomão. Esta dinastia governou o país durante aproximadamente três
mil anos, terminando apenas em 1974, com o Imperador Haile Selassie, o que demonstra a origem milenar da Etiópia.
A partir do século I da Era Cristão, teve início a expansão de Axum pelo norte da Etiópia, parte da Pérsia, sul da península
arábica (Iêmen) e, no século IV, a conquista de Meroé, capitão do Reino de Kush (Sudão). Deste modo, construiu-se um
império, que abarcava ricas terras cultiváveis do norte da Etiópia, do Sudão e da Arábia meridional.
Nos séculos VII e VIII, o reino se enfraqueceu enquanto os árabes muçulmanos emergiam. O império de Axum e,
posteriormente, o império etíope deixou uma diversidade de riquezas para a posteridade, a exemplo da língua ainda falada na
região (ge’ez), a igreja etíope com suas tradições, a história milenar que remonta à Rainha de Sabá e o patrimônio
arquitetônico.
Para finalizar o nosso passeio pela antiguidade no continente africano, aportamos no Império Cartaginês, no Mar
Mediterrâneo. A cidade-estado de Cartago localizava-se no norte da África, próximo de onde hoje é a cidade de Túnis, capital
da Tunísia.
O continente africano abriga,
atualmente, cerca de 930 milhões de
habitantes. Desse total, grande parte
se concentra na Nigéria, Egito, Etiópia,
República Democrática do Congo e
África do Sul, que são países mais
populosos.
E a África hoje? Atualmente, o continente tem passado por um intenso processo de
urbanização, mesmo assim, são restritos os centros urbanos de grande
porte, as maiores cidades são Cairo (Egito), com cerca de 7 milhões de
habitantes; Alexandria (Egito), com 4 milhões; Lagos (Nigéria), com 7
milhões; Casablanca (Marrocos), com 3,7 milhões; Kinshasa (República
Democrática do Congo), com 9 milhões; Argel (Argélia), com 2,5 milhões;
e Cidade do Cabo (África do Sul), com 3,4 milhões.
Assim a África foi dividida ao longo da sua colonização,
segundo os interesses dos colonizadores, que ignoraram
a realidade e identidade dos povos, agrupando-os em
tribos com disparidades culturais. Foi após a Segunda
Guerra Mundial que as colônias africanas iniciaram o
seu processo de independência. Contudo, o continente
ainda vive diversos conflitos territoriais e religiosos.
Há uma grande diversidade cultural no continente, o qual
possui várias etnias, tradições, religiões e línguas. Além das
milhares de línguas africanas, falam-se as línguas trazidas pelos
colonizadores, como o Francês, Inglês e Português. Essa última
é falada por cinco países: Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e
Príncipe, Moçambique e Angola. Recentemente Guiné
Equatorial também adotou o idioma.
1- Analise as alternativas sobre o continente africano e marque (V) para
as verdadeiras e (F) para as falsas.
a) Com extensão territorial de 30,1 milhões de quilômetros quadrados, a
África é o maior continente do planeta.
b) O continente africano é subdivido em África Mediterrânea e África
Subsaariana, sendo o islamismo o divisor cultural e o deserto do Saara a
barreira natural.
c) Vários países da África apresentam problemas socioeconômicos:
baixo IDH, elevadas taxas de mortalidade infantil, baixa expectativa de
vida, altos índices de analfabetismo e subnutrição.
d) A linha do Equador corta o continente africano na porção centro-sul,
fazendo com que todo o território pertença ao Hemisfério Setentrional.
e) São países que integram o continente africano: África do Sul, Nigéria,
Camarões, Jamaica, Angola e Somália.
1. Analise as alternativas sobre o continente africano e marque (V) para
as verdadeiras e (F) para as falsas.
a) Com extensão territorial de 30,1 milhões de quilômetros quadrados, a
África é o maior continente do planeta.
b) O continente africano é subdivido em África Mediterrânea e África
Subsaariana, sendo o islamismo o divisor cultural e o deserto do Saara a
barreira natural. V
c) Vários países da África apresentam problemas socioeconômicos:
baixo IDH, elevadas taxas de mortalidade infantil, baixa expectativa de
vida, altos índices de analfabetismo e subnutrição. V
d) A linha do Equador corta o continente africano na porção centro-sul,
fazendo com que todo o território pertença ao Hemisfério Setentrional.
e) São países que integram o continente africano: África do Sul, Nigéria,
Camarões, Jamaica, Angola e Somália.
2. No império africano do Mali, no século XIV, Tombuctu foi centro de umcomércio internacional onde tudo era negociado — sal, escravos, marfim etc.Havia também um grande comércio de livros de história, medicina, astronomiae matemática, além de grande concentração de estudantes. A importânciacultural de Tombuctu pode ser percebida por meio de um velho provérbio: “Osal vem do norte, o ouro vem do sul, mas as palavras de Deus e os tesouros dasabedoria vêm de Tombuctu”. Uma explicação para o dinamismo dessa cidade esua importância histórica no período mencionado era o(a):
a) Isolamento geográfico do Saara ocidental.b) Exploração intensiva de recursos naturais.c) Posição relativa nas redes de circulação.d) Tráfico transatlântico de mão de obra servil.e) Competição econômica dos reinos da região
2. No império africano do Mali, no século XIV, Tombuctu foi centro de umcomércio internacional onde tudo era negociado — sal, escravos, marfim etc.Havia também um grande comércio de livros de história, medicina, astronomiae matemática, além de grande concentração de estudantes. A importânciacultural de Tombuctu pode ser percebida por meio de um velho provérbio: “Osal vem do norte, o ouro vem do sul, mas as palavras de Deus e os tesouros dasabedoria vêm de Tombuctu”. Uma explicação para o dinamismo dessa cidade esua importância histórica no período mencionado era o(a):
a) Isolamento geográfico do Saara ocidental.b) Exploração intensiva de recursos naturais.c) Posição relativa nas redes de circulação.d) Tráfico transatlântico de mão de obra servil.e) Competição econômica dos reinos da região