Historias de Ensinar e Aprender Parte 2

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Titulo: Árvore do bem e do malPrincípios contemplados:a) primários: 12, 13, 14, 15, 16.b) secundários: 1, 3, 4, 8, 11.

Contextualização: Pode-se dizer que boa parte da origem dos conflitos presentes nas relações interpessoais advenha do desejo de impor aos outros nossos valores próprios. No entanto, permeia-se, em tal conduta, a desconsideração à diversidade, o que contraria, portanto, não só os princípios da Carta da Terra, mas também − para pouco dizer − a proposta dos temas transversais apresentada nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN.

O ser humano parece tender a acreditar que seu ponto de vista é o único adequado, tornando-se, amiúde, incapaz de se colocar no lugar do outro por meio de um simples exercício de processo reflexivo. É verdade que a perspectiva individual é a única pela qual podemos fazer qualquer tipo de julgamento, mas também não é menos válido afirmar que a simples tentativa de transposição à perspectiva alheia já faria uma grande diferença em relação ao respeito ao ser humano e às suas características individuais.

É no ambiente familiar que nos deparamos com a primeira fase de formação de valores, é lá que primeiramente nos são introduzidos valores éticos, socioculturais e religiosos como, por exemplo, o “bem” e o “mal”. Já o ambiente escolar é o segundo grande momento da vida da criança, em que ela haverá de conviver diariamente com a formação de seus valores pré-adquiridos. É sobretudo na escola que a criança terá oportunidade de conhecer e lidar com valores diferentes dos seus. Agora socialmente, no convívio escolar, poderá aprender, assegurar, solidificar e, até mesmo, questionar o que aprendera até então. Sendo assim, é plausível considerar dever do educador estar atento a esse fato, visto que muitas vezes, ao participar da formação das crianças, podemos, mesmo que inconscientemente, reproduzir ações freqüentemente vistas no nosso cotidiano, tais como intolerância, discriminação ou ausência de qualquer sentimento solidário ao outro. Ao propormos uma reflexão acerca do “bem” e do “mal” com crianças, devemos ficar em alerta para não contribuir para a formação de adultos intolerantes, preconceituosos e não solidários. E, para isso, faz-se necessária que a auto-reflexão e a formação de poder crítico façam parte de um processo constante.

É evidente que existem valores que devem ser respeitados universalmente, como o respeito à vida, porém a linha que distingue o que é realmente importante para o ser humano e o que é valorizado somente na perspectiva individual deve ser muito clara para o educador.

Esta atividade pode, portanto, ser usada para ajudar nessa ponderação sobre valores. Com ela pode-se pensar sobre o que e, especialmente, para quem algo é bom ou ruim. A partir da reflexão

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os alunos podem se conscientizar de que aquilo que julgam bom para si pode ser ruim para outrem e vice-versa, visto que vivemos e convivemos com diversidades que devem ser respeitadas. Além disso, há condições de trazer à luz a conscientização do fato de que é a própria diversidade que promove a riqueza cultural do meio em que vivemos. Ao mesmo tempo, a atividade pode auxiliar na sensibilização dos alunos face a um dos principais motivadores de confl itos atuais, que é a intolerância frente às diferenças, às minorias e que a manutenção da harmonia e da paz, não só na sala de aula, mas também no meio ambiente em geral, dependerá do respeito.

Material utilizado: Cartolina ou papel pardo, tinta ou lápis de cor, lápis, borracha, papel sulfi te, tesoura e cola.

Desenvolvimento da atividade: Primeiramente os alunos desenham duas árvores, sendo que uma representará o bem e a outra o mal. Essas árvores podem ser pintadas com tinta ou com lápis de cor. Aos alunos são entregues dois pedaços de papel com diversas formas: quadrados, círculos, retângulos etc. Nestes papéis os alunos devem escrever palavras que consideram pertencentes ao bem e ao mal. Após escrevê-las, devem colar seus pedaços de papel na árvore correspondente. Ao término da colagem, promove-se uma discussão sobre os valores (bem e mal) ali representados e até sobre outros que possam ser incluídos a partir da discussão.

Interdisciplinaridade: Arte, português, geografi a, matemática, noções de biologia, ecologia e fi losofi a.

Eixo transversal: Ética, diversidade, multiculturalismo, intraculturalidade, respeito − pelo diferente − às diferenças físicas, étnicas, culturais e religiosas.

Apoio à formação do professor:

FilmesÀ Margem da Imagem (2003), de Evaldo Mocarzel, 72 min.Zatoichi (Zatoichi, 2003), de Takeshi Kitano, 115 min.Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera (Bom Yeoreum Gaeul Gyeoul Geurigo Bom, 2003), de Ki-duk Kim, 103 min.Cronicamente Inviável (2000), de Sérgio Bianchi, 101 min.O Convento (1995), de Manoel de Oliveira, 93 min.O Oitavo Dia (Le Huitième Jour, 1995), de Jacó Van Dormael, 118 min.Um Skinhead no Divã (Tala! Det Är Sa Mörkt, 1992), de Suzanne Osten, 83 min.A Cor Púrpura (The Color Purple, 1985), de Steven Spielberg, 156 min.O Homem Elefante (The Elephant Man, 1980), de David Lynch, 119 mim.Rashomon (Rashômon, 1950), de Akira Kurosawa, 88 min.Crimes e Pecados (Crimes and Misdemeanors, 1989), de Woody Allen, 104 min.O Médico e o Monstro (Dr. Jekyll and Mr. Hyde, 1931), de Rouben Mamoulian, 98 min.

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MúsicasCD Vasconcelos e Assumpção - Isso vai dar Repercussão - Música Cabelo Duro, de Itamar Assumpção: Elomusice, 2004.CD/Livro Canções do Brasil − O Brasil Cantado por Suas Crianças, Várias Músicas, de Sandra Peres e Paulo Tatit: Palavra Cantada, 2001.CD Sorriso de Criança - Música África Mãe (Poema musicado), de Tim Maia: Vitória Régia Music, 1997.CD Afrociberdelia - Música Etnia, de Chico Science & Nação Zumbi: Chãos e Sony Music, 1996.CD Ainda É Só O Começo - Música Estudo Errado, de Gabriel, o Pensador: Chaos/Sony, 1995.CD Rappa Mundi - Música Ilê Ayê, de Rappa: WEA, 1996.CD Paratodos − Música Paratodos, de Chico Buarque: RCA e BMG Ariola Discos, 1993.CD Ópera do Malandro - Música Geni e o Zepelim, de Chico Buarque: Polygram, 1979. CD Bicho - Música Two Naira Fifty Kobo, de Caetano Veloso: Polygram, 1977CD Caetano Veloso - Música Eles, de Caetano Veloso e Gilberto Gil: Polygram, 1968.

Sítioshttp://www.cultura.gov.br/programas_e_acoes/identidade_e_diversidade_cultural/noticias_sid/index.php?p=16567&more=1&c=1&pb=1http://www.bn.br/site/default.htmhttp://www.bibvirt.futuro.usp.brhttp://www.dhnet.org.br/inedex.htm

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Título: É brincando que se aprendePrincípios contemplados:a) primários: 2, 7, 14, 16.b) secundários: 1, 3, 4, 5, 8, 12, 13.

Contextualização: Brincar é essencial à integridade da saúde física e psíquica. É comum a brincadeira unir todos os aspectos valorizados na esfera educacional, pois permite a união da consciência corporal − âmbito físico: espaço, limite, movimento, entre outros − com aspectos emocionais − frustração, êxito, tristeza, felicidade etc. − e intelectuais − raciocínio lógico, criatividade e outros.

Por outro lado, o lúdico também se torna um meio profícuo para a criança entrar em contato com o outro, com o diferente de si, lidar com a volição, aprimorar e resgatar tradições, a história popular e valores humanos, pois as brincadeiras infantis possibilitam recuperar e revelar valores culturais, despertando a noção de vínculo, de sociabilidade, das relações de interdependência entre o ser humano e o mundo. É possível ainda obter-se o conhecimento de direitos e da cidadania, bem como discutir questões de gênero e diferenças sociais, físicas, culturais, étnicas, religiosas, entre outras. Por meio das simulações, como nas brincadeiras de roda, pique, corre-cotia, esconde-esconde, amarelinha, barra-manteiga, queimada etc., estimula-se, questiona-se e se promove oportunidades de aprimoramento de atitudes e de comportamento.

As brincadeiras infantis auxiliam o professor a ensinar diferentes conteúdos das disciplinas, possibilitam o debate sobre valores, tais como respeito às diferenças, participação, sociabilidade, solidariedade, entre outros visto que a criança possivelmente aprende melhor à medida que participa da realização das atividades propostas.

Além do uso de brincadeiras como ferramentas de ensino, a atividade proposta permite o reconhecimento da criação e transformação como parte fundamental do processo de formação do indivíduo. Transformar algo que já não nos serve em algo que nos proporciona alegria e divertimento é extremamente enriquecedor, não somente do ponto de vista ambiental, social ou comunitário, mas também individual. O amadurecimento educacional, psicológico e, talvez, até espiritual é evidente quando se incentiva o processo criativo. É esse o processo que tal atividade busca proporcionar às crianças.

Material utilizado: Material reciclável para a confecção de brinquedos, papéis, lápis e outros materiais criativos.

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Desenvolvimento da atividade: Inicia-se a atividade com uma conversa com as crianças sobre suas brincadeiras preferidas, a fi m de organizar listagens e gráfi cos com as brincadeiras mais citadas. Adiante, realiza-se uma pesquisa sobre as brincadeiras preferidas dos avós, pais, parentes, vizinhos e por intermédio de outros meios, como livros, internet etc. Com isso, faz-se uma análise comparativa entre as brincadeiras preferidas dos mais velhos com as das crianças. Em seguida, lê-se uma história ou conto e se confeccionam brinquedos com material reciclável. Para fi nalizar o projeto, elabora-se um livro − cujo título é “Nossas Brincadeiras Preferidas” − que será utilizado como meio de interação entre pais e fi lhos em uma “Gincana de Brincadeiras” promovida na escola que, entre outras brincadeiras descobertas pelas pesquisas, pedirá aos alunos que colham autógrafos de seus pais ou responsáveis em seus livros.

Interdisciplinaridade: História, geografi a, arte, português, literatura, educação física e ciências.

Eixo transversal: Ética, diversidade, multiculturalismo, intraculturalidade, respeito − pelo diferente − às diferenças físicas, étnicas e culturais, troca de saberes, resgate histórico: tradições e cultura popular, participação comunitária.

Apoio à formação do professor:

FilmesAs Tartarugas Também Voam (Lakposhtha Hâm Parvaz Mikonand, 2006), de Bahan Ghobadi, 98 min.Tempo de Embebedar Cavalos (Zamani Barayé Masti Asbha, 2000), de Bahman Gohbadi, 80 min.Os Elefantes Nunca Esquecem (Los Elefantes Nunca Olvidan, 2004), de Lorenzo Vigas Castès, 13 min.Lições de Infância (Tmavomodr-svet, 2001), de Jan Sverák, 114 min.A Língua das Mariposas (La Lengua de las Mariposas, 1999), de José Luis Cuerda, 96 min.Minha Vida em Cor-de-Rosa (Ma Vie en Rose, 1997), de Alain Berliner, 98 min.Filhos do Paraíso (Bacheha-Ye aseman, 1997), de Majid Majidi, 88 min.Kolya − Uma Lição de Amor (Kolya, 1996), de Jan Sverák, 105 min.Alma Silenciosa (The Quiet Room, 1996), de Rolf de Heer, 91 min.Ponette (1996), de Jacques Doillon, 97 min.O Balão Branco (Badkonake Sefi d, 1995), de Jafar Panahi, 85 min.Memórias (The Neon Bible, 1995), de Terence Davies, 92 min.Bem-vindo à Casa de Bonecas (Welcome to The Doll House, 1995), de Todd Solondz, 87 min.Fresh (Fresh, 1994), de Boaz Yakin, 115 min.Juro por Deus (Ti Kniver Hjertet, 1994), de Marcus Holst, 96 min.A Sombra da Dúvida (L’ombre du Doute, 1993), de Aline Issermann, 107 min.O Fim de um Longo Dia (The Long Day Closes, 1992), de Terence Davies, 83 min.Leolo: Porque eu Sonho... (Léolo, 1992), de Jean-Claude Lauzon, 105 min.Crianças de Domingo (Söndagsbarn, 1992), de Daniel Bergman, 118 min.As 200 Crianças do Dr. Korczak (Korczak, 1990), de Andrzej Wajda, 115 min.

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Eu Sou o Senhor do Castelo (Je Suis le Seigneur du Chateau, 1989), de Régis Wargnier, 90 min.Paisagem na Neblina (Topio Stin Omichli, 1988), de Theo Angelopoulous, 127 min.Minha Vida de Cachorro (Mitt Liv Som Hund, 1985), de Lasse Hallström, 101 min.Adeus Meninos (Au Revoir, Lês Enfants, 1987), de Louis Malle, 104 min.Fanny & Alexander (Fanny och Alexander, 1982), de Ingmar Bergman, 188 min.Pixote, a Lei do Mais Fraco (1980), de Hector Babenco, 120 min.Na Idade da Inocência (L’argent de Poche, 1976), de François Truffaut, 104 min.O Enigma de Kaspar Hauser (Jeder für sich und Gott gegen alle, 1974), de Werner Herzog, 110 min.O Sopro no Coração (Le Souffl e au Coeur, 1971), de Louis Malle. O Garoto Selvagem (L’enfant Sauvage, 1970), de François Truffaut, 83 min.Brinquedo Proibido (Forbidden Games, 1952), de René Clément, 102 min.O Garoto (The Kid, 1921), de Charles Chaplin, 68 min.

MúsicasCD Nada como um dia atrás do outro - Música 12 de outubro, de Racionais MCs: Zambia, 2002.CD Saudade da Professorinha - Música Meus Tempos de Criança, de Ataulfo Alves: Revivendo, 1999.CD Selvagem - Música Teerã, de Paralamas do Sucesso, Polygram, 1999.CD Canções Curiosas - Música Criança Não Trabalha, de Arnaldo Antunes: Palavra Cantada, 1998.CD Sorriso de Criança - Música Sorriso de Criança, de Tim Maia: Vitória Régia, ano 1997.CD Canções de Brincar, Várias Músicas, de Sandra Peres e Paulo Tatit: Palavra Cantada, 1996.CD Casa de Brinquedos, Várias Músicas, de Toquinho: Polygram, 1995.

Sítioshttp://www.ambar.org.brhttp://www.aliancapelainfancia.org.brhttp://www.andi.org.brhttp://www.boldrini.org.brhttp://www.fundabrinq.org.brhttp://www.laramara.org.brhttp://www.planalto.gov.br/ccivil/Leis/L8069.htmhttp://www.unicef.org.br

Bibliografi aABERASTURY, A. A criança e seus jogos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. ABRAMOVICH, F. O estranho mundo que se mostra às crianças. São Paulo: Summus, 1983._____. Quem educa quem? São Paulo: Summus, 1985._____. Brincando de antigamente. Belo Horizonte: Formato, 1996.

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Titulo: Campanha do leitePrincípios contemplados: a) primários: 9, 10, 12, 16.b) secundários: 1, 2, 3, 4, 7, 8,

Contextualização: Uma análise crítica dos fatos cotidianos − em meio ao status vigente de uma sociedade cada vez mais norteada pela prática consumista − pode nos levar a inferir que os seres humanos atualmente são muito mais avaliados pelo que possuem do que pelo que de fato são, que aliás, diga-se de passagem, aparenta ser algo já esquecido. Quanto mais um indivíduo conseguir ostentar, tanto mais será valorizado. Portas literalmente serão abertas a sua frente, sem que haja qualquer distinção da formação de seu caráter ou da sua ação e conduta real de habitante no mundo.

Somos parte dessa sociedade assolada e regida pelo consumo que nos instiga incessantemente pelos mais variados canais midiáticos. Logo, mesmo que inconscientemente, somos formados e formamos indivíduos que se preocupam em ter, possuir ou obter. Ademais, o próprio ser humano, há tempos, tem sido considerado como mercadoria, tome-se como exemplo a escravidão. A escravidão já “acabou”, mas a herança permanece até hoje. Dependendo da etnia, ganha-se menos ou mais e quando se agrega nessa soma o aspecto de gênero, o salário diminui ou aumenta ainda mais.

Não é incomum também nos deparamos com a valorização dos ricos frente aos pobres. E, talvez, o que há de mais triste nessa história é que somos incentivados a competir para fazermos parte do time dos “valorizados”, em vez de sermos incentivados a banir o preconceito e a diferença brutal e desumana da distribuição de renda brasileira. O resultado disso é um mundo em que as pessoas se apresentam cada vez mais egoístas, individualistas e habitantes de mundos, particulares, pois não se preocupam em ajudar, olhar o outro e tampouco se mostram solidárias às pessoas que necessitam, a não ser que haja algum benefício próprio e concreto nesse tipo de ação.

Portanto, a inclusão de atividades que estimulem a solidariedade parece mais que premente no processo educacional brasileiro, porquanto a diferença social do nosso país nos agride diariamente, a despeito da classe social a que pertencemos. Ao mesmo tempo em que vemos seres humanos buscando o que comer em latas de lixo, como se fossem animais abandonados − sem nenhuma condição de manter a menor dignidade que seja −, também é possível ver executivos bem-sucedidos passando sobre nossas cabeças com seus helicópteros privados.

Nesse sentido, é preciso sensibilizar os alunos sobre a questão dessa dramática lacuna social para estimular a construção de cidadãos adultos críticos, futuros contestadores de tal situação,

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que se recusem a contribuir com isso que já está posto e aceito no mundo atual e, desse modo, consigam refl etir em como poder ajudar, mesmo que minimamente, ainda que saibamos que há toda uma construção crítica acadêmica sobre as ações assistencialistas. É bem verdade que há de se fazer distinção entre a mera assistência de resultado momentâneo daquela ajuda mais concreta cuja ação será duradoura e profícua. Sim, doações esporádicas são insufi cientes; sufi cientes seriam ações de ordem macro social, além do cuidado constante ao desperdício, e por que não ajudar aos necessitados quando possível? Além disso, doações não materiais, como visitas, palavras de apoio e incentivo, devem também ser valorizadas, pois podem criar nos necessitados condições e/ou estímulos que resultem no êxito de ações próprias em direção a algo que lhe será benéfi co futuramente ou, ao menos, que lhes traga conforto por serem olhados e considerados como humanos.

Material utilizado: Papel e lápis.

Desenvolvimento da atividade: Pede-se aos alunos que façam previamente uma refl exão sobre a maneira pela qual poderiam ajudar aos necessitados, considerando para tanto, os princípios da Carta da Terra, suas próprias condições e o meio em que vivem. Em seguida, os alunos entrevistam seus pais, responsáveis ou familiares para saber o que eles acham da miséria e, assim trazer a discussão escolar ao núcleo familiar. No caso desta atividade, decidiu-se em consenso democrático ajudar uma instituição. Uma vez escolhida qual seria auxiliada e de que maneira, isto é, o que poderia ser doado, promoveu-se um debate, do qual surgiram sugestões e, por conseguinte, deu-se início a uma campanha de arrecadação. Neste caso, optou-se por arrecadar leite para doar à Sociedade Bernardense de Apoio aos Portadores de Câncer. Os próprios alunos organizaram e executaram o serviço de entrega da doação. Entre os fatores positivos dessa atividade está o fato da interação dos alunos com a comunidade, com a instituição e até mesmo com o núcleo familiar, sendo toda a atividade inserida em um processo democrático construído coletivamente.

Interdisciplinaridade: Português, matemática, geografi a e história.

Eixo transversal: Solidariedade, cooperação, noções de trabalho em rede, coletividade, diversidade, cidadania, conscientização ambiental, noções de economia solidária, respeito − pelo diferente − às diferenças físicas, noções de conceitos ligados à saúde e ao consumo sustentável.

Apoio à formação do professor:

FilmesA Corrente do Bem (Pay It Forward, 2000) de Mimi Leder, 115 min. Adeus Lênin (Good Bye, Lenin!, 2003), de Wolfganger Becker, 118 min.À Margem do Consumo (a ser lançado), de Evaldo Mocarzel.As Bicicletas de Belleville (Les Triplettes de Belleville, 2003), de Sylvain Chomet, 82 min.A Última hora ( 25th Hour, 2002), de Spike Lee, 135 min.

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Atividades

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Clube da Luta (Fight Club, 1999), de David Fincher, 140 min.Happy times (Xingfu Shiguang, 2001), de Zhang Yimou, 96 min.Minha Vida Sem Mim (Mi Vida Sin Mi, 2003), de Isabel Coixet, 106 min.O Advogado do Diabo (The Devil’s Advocate, 1997), de Taylor Hackford, 145 min.O Silêncio (Sokout, 1998), de Mohsen Makhmalbaf, 77 min.Psicopata Americano (American Psycho, 2000), de Mary Harron, 104 min.Réquiem para um Sonho (Requiem for a Dream, 2000), de Darren Aronofsky, 102 min.Super Size Me - A dieta do Palhaço (Super Size Me, 2005), de Morgan Spurlock, 98 min.O Show de Truman (The Truman Show, 1998), de Peter Weir, 102 min.Trainspotting − Sem Limites (Trainspotting, 1996), de Danny Boyle, 96 min.1,99 − Um Supermercado que Vende Palavras (2003), de Marcelo Masagão, 72 min.

MúsicasCD O Tempo Não Pára − Cazuza ao Vivo, Várias Músicas, de Cazuza: Polygram, 1998.CD Mamonas Assassinas: Creuzebek − Música 1406, de Mamonas Assassinas: EMI, 1998.CD Cabeça Dinossauro: Titãs. Várias Músicas, de Titãs: Warner/WEA, 1996. CD Rappa Mundi - Música Miséria S.A., de O Rappa: WEA, 1996.CD Da Lama ao Caos - Música Da Lama ao Caos, de Chico Science & Nação Zumbi: Chãos/Sony, 1994.CD Da Lama ao Caos - Música Banditismo Por Uma Questão de Classe, de Chico Science & Nação Zumbi: Chãos/Sony, 1994.CD Raça Humana - Música Mão da Limpeza, de Gilberto Gil: WEA, 1984.CD Bicho - Música Gente, de Caetano Veloso: Polygram, 1977.CD Dia Dorim, Noite Néon - Música Nos Barracos da Cidade, de Gilberto Gil: WEA, 1985.CD Ao Vivo Em Montreaux - Música Chororô, de Gilberto Gil: WEA, 1978.

Sítioshttp://www.saci.org.brhttp://www.fbes.org.brhttp://www.doutoresdaalegria.org.brhttp://www.direitoshumanos.usp.br

Bibliografi aALBERONI, F.; VECA, S. O altruísmo e a moral. Rio de Janeiro: Rocco, 1990.BAUMAN, Z. O mal-estar na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.BENTO, M. A. S. A mulher negra no mercado de trabalho. Estudos Feministas, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 479-495, 1995.BOETIE, E. Discurso da servidão voluntária. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1986.BOURDIEU, P. A miséria do mundo. Petrópolis: Vozes, 1997.

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Histórias de Aprender-e-ensinar para mudar o mundo

CATTANI, A. (Org.). A Outra economia. Porto Alegre: Veraz, 2003.CARVALHO, J. G. Imperialismo cultural hoje: uma questão silenciada. Revista daUSP, São Paulo, n. 32, p. 66-89, 1996-7.CASTELLS, M. A sociedade em rede. 5. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001. (A era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999, v. 1)CHAUÍ, M. Cultura e democracia. São Paulo: Cortez, 1989.______. O que é ideologia? São Paulo: Brasiliense, 1982.COELHO, T. O que é indústria cultural. São Paulo: Brasiliense, 1980.DAL RI, N. M. (Org.). Economia solidária: o desafi o da democratização das relações de trabalho. São Paulo: Arte & Ciência, 1999.DEBORD, G. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.D´ORFEUIL, H.R. Economia Cidadã. Petrópolis: Vozes, 2002.EAGLETON, T. Ideologia da Estética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.FRIDMAN, L. C. Vertigens Pós-Modernas: confi gurações institucionais contemporâneas. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000.GREENFIELD, P.M. O desenvolvimento do raciocínio na era da eletrônica: os efeitos da TV, computadores e videogames. São Paulo: Summus, 1988.HINKELAMMERT, F. Crítica da Razão Utópica. São Paulo: Paulinas, 1984.______. As armas ideológicas da morte. São Paulo: Paulinas, 1983.JAMESON, F. Marcas do visível. Rio de Janeiro: Graal, 1990.LIMA, L.C. (org.). Teoria da cultura de massa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.MACEDO, C. C. A reprodução da desigualdade. São Paulo: Vértice, 1986.MANCE, E. A revolução das redes. Petrópolis: Vozes, 2000.______. A. Redes de colaboração solidária, aspectos econômico fi losófi cos: complexidade e libertação. Petrópolis: Vozes, 2002.MARTINS, J. S. Exclusão social e a nova desigualdade. São Paulo: Paulus, 1997.______. O poder do atraso: ensaios de sociologia da história lenta. São Paulo: Hucitec,MELLO, G. A. Muito além do cidadão Kane. São Paulo: Página Aberta, 1994.OLIVEIRA, M. A. de. Ética e Economia. São Paulo: Ática, 1996.ROCHA, E. A sociedade do sonho: comunicação, cultura e consumo. Rio de Janeiro: Mauad, 1995.ROUANET, S. P. Mal estar na modernidade. São Paulo: Companhia da Letras, 1993. SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 1996 (Coleção Milton Santos, v. 1).______. Economia Espacial: críticas e alternativas. São Paulo: Edusp, 2003 (Coleção Milton Santos, v. 3).______. O espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2004 (Coleção Milton Santos, v. 4).______. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 10. ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.SARTI, C. A Família Como Espelho. São Paulo: Cortez, 2003. SEN, A. Sobre ética e economia. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.SINGER, P. Introdução à economia solidária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002.______. Globalização e desemprego. São Paulo: Contexto, 1998.

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Atividades

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Título: Carta ao inquilinoPrincípios contemplados:a) primários: 1, 2, 4, 5, 6, 13, 14.b) secundários: 3, 7, 8, 12, 15, 16.

Contextualização: Face à diversidade e complexidade dos problemas ambientais que enfrentamos ultimamente, tais como aquecimento global, poluição, escassez de recursos naturais, extinção de espécies, desmatamento, entre tantos outros, faz-se premente conscientizar as gerações futuras − e as atuais − sobre a conseqüência de nossas ações, atitudes e comportamentos em relação ao ambiente como um todo.

É necessário que as crianças tenham plena ciência de que qualquer atitude tomada inevitavelmente acarreta em uma conseqüência imediata no habitat em que vivemos. Devem saber, por exemplo, que no aparentemente inofensivo e descompromissado ato de jogar na rua um simples e único papel de bala, há incutida a contribuição para a causa da degradação ambiental do solo ou até mesmo de uma enchente que quase sempre resulta no desabrigo de famílias inteiras. Também é importante que saibam que a economia de recursos naturais e/ou o combate ao desperdício no presente é imprescindível para a diminuição dos problemas causados por sua escassez no futuro. Assim, a criança tem a oportunidade de ser iniciada em um processo de formação que inclui noções de economia solidária, formação de rede em prol do bem comum, tomada de iniciativa, noções de cidadania e de direitos, entre outros aspectos.

Ademais, é evidente a necessidade do incentivo à proteção de espécies animais e vegetais, pois é fundamental que as crianças tenham noção de que a proteção ao meio ambiente − por intermédio de suas ações − trará repercussões positivas não só para seu benefício próprio, mas também para a comunidade global.

Por fim, vale ressaltar que a escola deve ser um campo fértil de incentivo às crianças no que tange ao resgate da tradição local, a valorização do compartilhamento de saber (troca de saber), a noções de economia solidária, cidadania, direitos e atitude ética perante o mundo.

Material utilizado: Folhas de papel sulfite impressas com o texto “Carta ao inquilino”, lápis de cor, cartolinas, papel pardo, transparências, OpenOffice.org Impress − quando possível, cartazes com materiais poluentes para divulgação e ensino de conceitos nocivos ao ambiente.

Desenvolvimento da atividade: Primeiramente faz-se uma discussão sobre o tema gerador “Carta ao inquilino”. Em seguida, promove-se um debate orientado sobre: a degradação ambiental, o uso inadequado e descontrolado dos recursos naturais, a poluição, a fome e a extinção de espécies.

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Uma vez discutidos os temas apresentados na “Carta ao inquilino” nas diversas séries, as crianças respondem à Terra, com cartas de sugestões de novas atitudes e soluções sobre os problemas identifi cados.

A partir das respostas, diversos “combinados” (acordos) devem ser fi rmados entre as crianças e entre as séries envolvidas, como, por exemplo: redução do desperdício da merenda, uso da água de forma racional e responsável, melhoria do ambiente escolar geral, respeito às diferenças e às minorias, promoção da eqüidade, melhoria na qualidade do relacionamento familiar e com a comunidade, divulgação dos combinados, atenção para a questão do lixo, desperdício e mau uso dos materiais escolares. Espera-se, com o resultado da atividade, perceber uma modifi cação de valores e de comportamentos que melhoram sensivelmente o ambiente escolar.

Em nossa experiência, resolveu-se em consenso pesar e medir o desperdício de merenda − além de levantar questionamentos sobre o porquê das sobras. Indagou-se sobre as serventes servirem a merenda, isto é, por qual motivo as crianças não podiam servir-se sozinhas? Discutiu-se a inclusão de outros talheres nas refeições, que não somente as colheres até então utilizadas. Considerando que a escola é muitas vezes o único ambiente de convivência social (não familiar), por que então não oportunizar e ensinar às crianças a utilizar talheres como garfo e faca, bem como torná-las responsáveis e autônomas face às suas atitudes, ações e escolha ao se servirem?

Foi também acordado que todas as crianças deveriam experimentar todos os dias um pouco daquilo que estavam previamente convencidas de que não gostavam - essa foi uma forma de introduzir a diversifi cação nos hábitos alimentares e refl etir sobre o “pré-conceito”.

Verifi cou-se que em muitas escolas havia espaços ociosos ou hortas iniciadas, porém abandonadas. Assim, deu-se início à construção de hortas orgânicas com o intuito de enriquecer, complementar e realçar os alimentos servidos na merenda escolar, com a adição de temperos cultivados pelas próprias crianças.

Ervas medicinais começaram a ser pesquisadas e catalogadas pelas crianças. Canteiros de fl ores e jardins da escola passaram a ser valorizados e respeitados. Por intermédio dessa prática, houve contato das crianças com os familiares, pessoas mais velhas da comunidade ligadas à agricultura de subsistência e demais profi ssionais. Dessa forma, pode-se valorizar, cultuar e resgatar a tradição e cultura local, promover o compartilhamento do saber (troca de saber), economia solidária, respeito às minorias e à diversidade, além de facilitar o acesso a medicamentos de baixo custo e melhoramento da qualidade de vida da população.

Desse modo, por meio de passeios dirigidos trabalhou-se para o reconhecimento de todas as espécies de plantas e árvores da escola, bem como suas funções.

Foram realizadas pesquisas e análises do processo de decomposição de diversos materiais descartados na natureza, como plástico, vidro e metal. A partir de então, o conhecimento passou a ser difundido de forma que se tente reciclar e reutilizar mais vezes esses materiais, tanto nas escolas como nas casas dos alunos.

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Atividades

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Mutirões de limpeza foram realizados em algumas escolas. Outras promoveram um clima do bem-estar e respeito. Classes, por iniciativa própria, criaram o hábito de deixar todos os dias uma mensagem de apoio e estímulo para as outras séries subseqüentes que viriam a ter aulas naquele mesmo espaço compartilhado. A melhor frase do mês, escolhida pelos alunos, era copiada e colocada em destaque em todas as salas , o que valorizava a colaboração e divulgava o autor da mesma. Por conseguinte, estimulou-se a participação de todos por um processo colaborativo e não meramente competitivo.

Interdisciplinaridade: Biologia, português, geografi a, história, matemática.

Eixo transversal: Diversidade, solidariedade, cidadania, ética, respeito às minorias, respeito − pelo diferente − às diferenças físicas, étnicas, culturais e religiosas, respeito à colaboração na preservação do patrimônio comum, conscientização ambiental, noções de economia solidária, troca de saberes, alteridade.

Apoio à formação do professor:

FilmesManda bala (Send Bullet, 2007), de Jason Kohn, 85 min.O Homem-Urso (Grizzly Man, 2005), de Werner Herzog, 100 min.Historias de Cozinha (2003), de Bent Hamer, 92 min.Noqoyqatsi: Vida como Guerra (Noqoyqatsi: Life as War, 2002) de Godfrey Reggio, 89 min.Powaqqatsi: A Vida em Transformação (Powaqqatsi: Life in Transformation, 1998) de Godfrey Reggio, 99 min.O Jarro (Khomreh, 1992), de Ebrahim Forouzesh, 83 min.Baraka (1992), de Ron Fricke, 96 min.Tampopo − Os Brutos Também Comem Spaghetti (Tampopo, 1985), de Juzo Itami, 114 min.Koyaanisqatsi: Vida Fora de Equilíbrio (Koyaanisqatsi: Life Out of Balance, 1983), de Godfrey Reggio, 87 min.A Guerra do Fogo (Quest for Fire, 1981), de Jean-Jacques Annaud, 100 min.Solaris (Solyaris, 1972), de Andrei Tarkovsky, 165 min.2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey, 1968), de Stanley Kubrick, 149 min.Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos, 103 min.

MúsicasCD Herdeiros do Futuro - Projeto Guri − Música Herdeiros do Futuro, de Toquinho (participação da Orquestra e Coro do Projeto Guri): Circuito Musical, 2002.CD Felicidade - Música Homo sapiens na Lixeira, de Gêiser: MNF Brasil, 2002.CD Nádegas a Declarar - Música Porca Miséria, de Gabriel, o Pensador: Chaos/Sony, 1999.

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CD Quanta - Música Pílula de Alho, de Gilberto Gil: WEA, 1997.CD Parabalicamará - Música Madalena, de Gilberto Gil: WEA, 1992.CD O Planeta Blue na Estrada do Sol - Música Planeta Blue, de Milton Nascimento: Sony, 1991. CD Txai - Música Sertão das Águas, de Milton Nascimento: CBS, 1990.CD Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas - Música Comida, Titãs: WEA, 1990.CD Muito - Música Terra, de Caetano Veloso: Polygram, 1979.

Sítioshttp://www.fase.org.br/_fasewww.ecoar.org.br/cedes/links.asphttp://www.eco.unicamp.br/nea/rurbano/rurbanw.htmlhttp://www.redesolidaria.com.brhttp://www.polis.org.brhttp://www.unisinos.br/ihuhttp://www.urbared.ungs.edu.ar

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Atividades

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Histórias de Aprender-e-ensinar para mudar o mundo

PUIG, J. M. Ética e valores: métodos para um ensino transversal. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998.______. A construção da personalidade moral. São Paulo: Ática, 1998.REIGOTA, M. O que é educação ambiental? São Paulo: Brasiliense, 1994. (Coleção Primeiros Passos, n. 292)SCHERER, W. e KRISCHKE, I. J. P. Uma revolução no cotidiano? São Paulo: Brasiliense, 1987.SANTOS, B. de S. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1998.THOMAS, K. O homem e o mundo natural. São Paulo: Cia. das Letras, 1988.UNGER, N. M. (org.). Fundamentos fi losófi cos do pensamento ecológico. São Paulo: Loyola, 1991.

ANEXOCARTA AO INQUILINO

Prezado morador:Gostaríamos de informar que o contrato de aluguel que acordamos há bilhões de anos está por vencer.É necessário renová-lo, porém temos que acertar alguns pontos fundamentais.Você precisa pagar a conta de energia. Está muito alta! Como você gasta tanto?Antes eu fornecia água em abundância, hoje não disponho mais desta quantidade. Precisamos renegociar o uso.Por que alguns na casa comem o sufi ciente e outros morrem de fome, se o quintal é tão grande?Se cuidar bem da terra vai ter alimento para todos!Você cortou as árvores que dão sombra, ar e equilíbrio a toda casa. O sol está muito quente e o calor aumentou.Você precisa replantá-las!Todos os bichos e as plantas do imenso jardim devem ser cuidados e preservados. Procurei alguns animais, e não os encontrei. Sei que quando aluguei a casa eles existiam...Precisam verifi car que cores estranhas estão no céu! Não vejo o azul!Por falar em lixo, que sujeira hein... encontrei objetos estranhos pelo caminho! Isopor, pneus, plásticos...Não vi os peixes que moram nos rios e lagos. Vocês pescaram todos? Onde estão?Bom, é hora de conversarmos. Preciso saber se você ainda quer morar aqui. Caso afi rmativo, o que você pode fazer para cumprir o contrato?Gostaria de você sempre comigo, mas tudo tem um limite.Você pode mudar?Aguardo respostas e atitudes.Sua casa - “A Terra”.

Fonte: Autoria desconhecida

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Título: Dengue Princípios contemplados: a) primários: 2, 5, 7, 8.b) secundários: 1, 3, 4, 12, 13

Contextualização: Tendo em vista a imediata necessidade de preservação do meio ambiente, é essencial que as crianças o conheçam e se sintam participantes ativas do mesmo. A partir do conhecimento integral do “habitat do ser vivo”, constrói-se mais rápida e funcionalmente o substrato educacional que impreterivelmente deve atender à atual demanda educacional, a qual tem como objetivo a formação de um indivíduo absolutamente interativo, factualmente envolvido com o meio ambiente e que se importa plenamente com ele.

Que esse indivíduo do futuro cuide da Terra com atenção e, sobretudo, com respeito. Que o incentivo à reflexão sobre o meio ambiente não seja, portanto, fundamentado em velhas estratégias e condutas educacionais que temem a criatividade. A reflexão sobre o meio ambiente deve ultrapassar velhos paradigmas, reconhecer mudanças e considerar como imprescindível a total interação com o meio, inclusive o virtual, que nos proporciona uma nova forma de acesso à educação. O saber agora é coletivo e deve, portanto, interagir universal e integralmente com o meio e livrar-se de representações lineares, paralelas ou piramidais para convergir em um saber contínuo, em fluxo, organizado conforme o objetivo e o contexto. Sob essa perspectiva, a prática do ensinar deve ser livre para criar novas maneiras de informar.

A atividade seguinte propõe, portanto, informar de maneira criativa noções e conceitos de uma doença infecciosa que, segundo dados do Ministério da Saúde, expandiu-se nos últimos anos e já acometeu 135 mil brasileiros em 2007: a dengue. Pretende-se que os alunos aprendam, de maneira prática, a reconhecer e eliminar focos de incubação do mosquito causador da doença, repassando seus conhecimentos para seus vizinhos, familiares e amigos desinformados. Subjacente ao objetivo mencionado anteriormente está inserida a promoção da reflexão sobre o exercício e responsabilidade de cidadania no que tange o combate dessa doença, bem como na manutenção de uma atividade salutar consciente.

Material utilizado: Folhas de papel sulfite, materiais que contribuem para a proliferação do mosquito da dengue: garrafas, pneus, pratinhos, tampas, caixa d’água destampada, latas, copos descartáveis, tambores etc., canetas, lápis e um apito.

Desenvolvimento da atividade: A princípio, espalham-se pelo Centro de Educação Ambiental Vivenciado – CEAV materiais que contribuem para a proliferação do mosquito, como: garrafas, pneus, pratinhos, tampas, caixa d’água destampada, latas, copos descartáveis, tambores etc. Esses possíveis focos colocados propositalmente no CEAV são considerados “erros”, os quais serão identificados pelos alunos.

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Histórias de Aprender-e-ensinar para mudar o mundo

Em seguida, divide-se a sala em pequenos grupos de 5, 6 e 7 pessoas. Os grupos devem então identifi car os erros previamente espalhados no CEAV, os quais representam focos que contribuem para proliferação do mosquito. O tempo aproximado para a realização da atividade deve ser de 15 minutos, o que é, acredita-se, um intervalo sufi ciente para os alunos obterem êxito em encontrar os erros. Ao fi m desse tempo pré-determinado, ao sinal do apito, todos devem dizer quais foram os erros encontrados, previamente anotados pelos alunos durante a tarefa, em folhas de sulfi te. Caso seja necessário, concedem-se mais dez minutos para que os alunos continuem a procura pelos focos espalhados e, fi nalmente, caso não consigam defi nitivamente encontrá-los, esses são revelados.

Para concluir, promove-se uma refl exão durante a qual se comenta sobre cada erro e sobre quais devem ser os procedimentos adequados e viáveis para a correção deles.

Interdisciplinaridade: Português, artes, matemática, ciências, geografi a, noções de biologia.

Eixo transversal: Cidadania, solidariedade, cooperação, conscientização ambiental, noções de trabalho em rede, coletividade e conceitos ligados à saúde.

Apoio à formação do professor:

FilmesDoutores da Alegria (2005), de Mara Mourão, 96 min.Os Melhores Anos de Nossas Vidas (2003), de Andrea Pasquini, 65 min.O Jardineiro Fiel (The Constant Gardener, 2005), de Fernando Meirelles, 129 min.Armageddon (1998), de Michael Bay, 151 min.Patch Adams − O Amor é Contagioso (Patch Adams, 1998), de Tom Shadyac, 114 min.Epidemia (Outbreak, 1995), de Wolfgang Petersen, 128 min.Microcosmos: fantástica aventura da natureza, (Miscroscosmos, 1996), de Marie Pérennou e Claude Nuridsany, 75 min.Os 12 Macacos (12 Monkeys, 1995), de Terry Gilliam, 129 min.O Óleo de Lorenzo (Lorenzo’s Oil, 1992), de George Miller, 129 min.Tempo de Despertar (Awakenings, 1990), de Penny Marshall, 121 min.Viagem Insólita (Innerspace, 1987), de Joe Dante, 120 min.O Enigma de Andrómeda (The Andromeda Strain, 1971), de Robert Wise, 129 min.

Filmes específi cos para a atividadeO Mundo Macro e Micro do Mosquito Aedes aegypti: para combatê-lo é preciso conhecê-lo (2006), de Genilton José Vieira, 12 min.Dengue − Curso Básico (1998) Terrania Multimédia.

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Atividades

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Dengue Nunca Mais (1994), São Paulo-Centro Comunicação, 22 min.Cólera e Dengue (1992), TV Cultura, 7 min.Dengue − Entre Nessa Briga (1991) Fiocruz/Funtevê/Inamps/SES-RJ, 24 min.Onde encontrar: http://www.sucen.sp.gov.br/educacao/texto_videodcv1.htm

MúsicasCD Paradeiro - Música O Mosquito, de Arnaldo Antunes: BMG, 2001CD Krig-Há, Bandolo − Música Mosca na Sopa, de Raul Seixas e Paulo Coelho: Universal Music, 1998.

Sítioshttp://www.sucen.sp.gov.brhttp://www.bvsdip.cict.fi ocruz.br/html/pt/home.htmlhttp://www.ibge.gov.brhttp://www.who.int/en

Bibliografi aALVES, P. C.; MINAYO, M. C. (Org.). Saúde e Doença: um olhar antropológico. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1994.ALVES, P.C.; RABELO, M.C. (Org.). Antropologia da Saúde: traçando identidade e explorando fronteiras. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998.ÁVILA, L. A. Doenças do corpo e doenças da alma. São Paulo: Escuta, 2002.BACHELARD, G., A Formação do Espírito Científi co. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.BERLINGUER, G. A doença. São Paulo: Hucitec, 1988BERTAZZO, I. Cidadão Corpo: identidade e autonomia dos movimentos. São Paulo: SESC/ Ópera prima, 1996.BERGER, P. Perspectivas Sociológicas: uma visão humanística. 17 ed. Petrópolis: Vozes, 1997.BOLTANSKI, L. As classes sociais e o corpo. Rio de Janeiro: Graal, 1979.BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. O trabalho do agente comunitário de saúde. Programa de agentes comunitários de saúde. Brasília: 1994.______. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Coordenação da Saúde da Criança e do Adolescente. Programa de saúde do adolescente. Bases programáticas. 2. ed. Brasília: 1996.______. Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. ABC do SUS - Doutrinas e princípios. Brasília: 1990.CANESQUI, A. M. (Org.). Ciências sociais e saúde. São Paulo: Hucitec, 1997.CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. (Coleção Campo Teórico).COLLARES, C. A. L.; MOISÉS, M. A. A. Educação, saúde e cidadania na escola. Educação e Sociedade. São Paulo: nº. 32, p. 73-87, abr. 1989.

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Histórias de Aprender-e-ensinar para mudar o mundo

CUNHA, A. M. O. Educação e saúde: um estudo das explicações de crianças, adolescentes e adultos para doenças infecciosas. São Paulo: USP, 1993 (Dissertação de Mestrado).DEHLEFSEN, T. A doença como caminho. São Paulo: Cultrix, 2003DEJOURS, C. Por um novo conceito de saúde. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 54, nº. 14, p. 7-11, 1986.FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1986. FRANCO de S, A. A. (Org.). Estatuto da criança e do adolescente: planilha de operacionalização. São Paulo: Centro de Estudos do Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano, 1992.GEERTZ, C. O saber local. Petrópolis: Vozes, 1999.HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.HELMAN, C. G. Cultura, saúde e doença. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. HOLZMANN, M.E.F. Jogar é preciso: jogos espontâneo-criativos para famílias e grupos. Porto Alegre: Artmed, 1998. KELEMAN, S. Anatomia emocional: a estrutura da experiência. São Paulo: Summus, 1992.Laplatine, F. Antropologia da Doença. São Paulo: Martins Fontes, 1991.LELOUP, J-Y. O corpo e seus símbolos. Petrópolis: Vozes, 1998.LEVI-STRAUSS, C. Antropologia Estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1973.LOWEN, A. O corpo em terapia: a abordagem bioenergética. São Paulo: Summus, 1977.______. A espiritualidade do corpo. São Paulo: Cultrix, 2002.MINAYO, M.C.S. Interdisciplinaridade: uma questão que atravessa o saber, o poder e o mundo vivido. In: Medicina, v. 24, n. 2, p. 70-7, 1991.MORAIS, R (Org.). Construção social da enfermidade. São Paulo: Cortez, 1978.MORIN, E. Cultura de Massas no século XX: O espírito do tempo I: Neurose. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.NICOLESCU, B. O manifesto da transdisciplinaridade. São Paulo: Editora TRIOM, 1999.CONCEIÇÃO, J. A. N. (Org.). Saúde escolar: a criança, a vida e a escola. São Paulo: Sarvier, 1994.PERROT, E. O caminho da transformação. São Paulo: Paulus, 1998.RANDOM, M. O pensamento transdisciplinar e o real. São Paulo: TRIOM, 2000.SILVEIRA, G. T. O ensino em saúde no sistema estadual de ensino: do discurso legal à prática. São Paulo: USP, 1994. (Dissertação de Mestrado)ZOJA, L. Nascer não basta. São Paulo: Axis Mundi, 1992.

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Título: IdentidadePrincípios contemplados: 2, 5, 7, 8.a) primários: 4, 8, 11, 12, 13.b) secundários: 1, 2, 3, 14, 16.

Contextualização: “Conhece-te a ti mesmo”, já dizia Sócrates. Para o filósofo, o autoconhe-cimento seria um dos caminhos a serem percorridos para se alcançar pleno desenvolvimento. Porém, com o passar dos tempos, a busca pelo autoconhecimento parece ter se esvaecido em troca de uma busca desenfreada por objetos e relações externas, a qual, ao que tudo indica, é inatingível, posto que vivemos em meio a uma sociedade de consumo que a todo instante oferta o novo, o inusitado, o moderno, o atual e, portanto, sempre haverá algo a ser substituído. Não há zona de conforto. O desejo nunca cessa... é inexorável e, quando se chega próximo de ser atingido, outro imediatamente já lhe ocupou o lugar. Afinal de contas, a tentativa é preencher um buraco que não tem fim, uma lacuna que não fecha, pois foi construída em cima de uma ilusão de completude.

Por isso, via de regra, somente em casos emergenciais, ou seja, quando há uma ruptura, uma fragmentação, uma inadequação comportamental ou uma doença é que paramos para fazer uma auto-reflexão, pensar na vida, na existência, na história pessoal e, enfim, naquilo que estamos fazendo conosco. Geralmente, esse é o momento em que pela primeira vez procuramos um ombro amigo ou ainda a ajuda de um profissional como, por exemplo, um psicólogo. A partir de então, deparamo-nos frente a frente conosco, o que pode resultar no ingresso de um processo de autoconhecimento doloroso, longo, mas incrivelmente surpreendente. Alguns chegam até a abandonar esse processo no meio, pois olhar para si mesmo pode ser algo bem estranho para a sociedade pós-moderna, afinal nossa preocupação em tempos tão corridos é estar bem informados, lucrar e voltar a vista para fora da janela. Olhar para si mesmo e conhecer-se fica para outro momento: a velhice, quando frequentemente estabelecemos outra relação com o tempo e com o externo. Como resultado dessa fuga de si mesmo, o ser humano acaba por menosprezar aspectos cruciais para a convivência em sociedade, como o respeito à diversidade e o combate ao preconceito, por exemplo. Só um indivíduo que conhece de fato sua cultura, sua história, é capaz de valorizá-la e só um indivíduo que se conhece pode elevar sua auto-estima e conviver satisfatoriamente com o meio social.

Acredita-se que o autoconhecimento seja um dos alicerces para o respeito ao ser humano e à vida, em geral. Sendo assim, considera-se proeminente chamar a atenção do educador para a necessidade do incentivo à busca pelo autoconhecimento nas crianças e a conseqüente formação da identidade. Conhecer a si mesmo, no ambiente escolar, significa conhecer as próprias origens, a história de cada um, sua tradição, sua origem e valor familiar e, conseqüentemente, sentir-se como alguém especial, com sentimento de pertença, sentir-se importante, acolhido, amado por muitas pessoas que estão à sua volta.

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Material utilizado: Papéis, tinta guache, lápis de cor, fi ta métrica, barbante, varetas, cola e tesoura.

Desenvolvimento da atividade: A atividade (Minha Identidade) consiste na confecção de um livrinho, cujo objetivo é trabalhar a identidade das crianças. Inicia-se com a promoção de um debate com os alunos sobre suas diferenças, em geral, para depois começar o conteúdo prático propriamente dito.

Posto isso, é hora de executar o “Meu Livrinho”, uma atividade que consiste em confeccionar e escrever um livrinho, em que as diferenças entre os alunos são trabalhadas, ressaltando o que há de melhor em cada uma dessas particularidades.

A elaboração do livrinho é dividida em quatro pequenas etapas: a capa, na qual as crianças criam desenhos, fazem colagem ou qualquer outra arte criativa para reproduzir aquilo que realmente são − ou acreditam que são − como, por exemplo, desenhar o tipo de cabelo que têm, isto é, crespo, cacheado, liso e assim por diante.

O efeito da atividade costuma ser enriquecedor e gratifi cante, em virtude do envolvimento da relação aluno-professor em um processo criativo e lúdico. Por isso, sugere-se que os alunos façam desenhos de si brincando do que mais gostam.

A segunda parte do livrinho é o momento da “impressão digital”. É quando o professor passa tinta nas mãos dos alunos para que eles carimbem suas impressões digitais na folha dos seus livros.

Na terceira parte as crianças são medidas (altura e, quando possível, peso), um dado que também fará parte da construção de uma “mini-biografi a” individual, com a qual é possível trabalhar aspectos da diversidade, noções de mensuração, espaço, limites, diferenças dimensionais, como tamanhos, alturas, massas e, enfi m, conceitos do desenvolvimento do corpo humano.

Para fi nalizar, os alunos desenham ou escrevem (dependendo da série aplicada) as coisas que mais gostam e as que mais desgostam.

Uma vez prontos, os livrinhos são entregues aos alunos para que guardem para, quando maiores, poder olhá-los novamente e perceber o quanto cresceram e como é bom relembrar os momentos da infância.

Interdisciplinaridade: Artes, matemática, português, ciências, noções de biologia, física e geografi a.

Eixo transversal: Diversidade, multiculturalismo, intraculturalidade, transculturalidade, respeito − pelo diferente − às diferenças físicas, étnicas, culturais e religiosas, conscientização ambiental, gênero, saúde e noções de desenvolvimento humano.

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Atividades

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Apoio à formação do professor:

FilmesO Maior Amor do Mundo (2006), de Cacá Diegues, 106 min.Dona Cristina Perdeu a Memória (2002), de Ana Luiza Azevedo, 13 min.Edifício Master (2002) de Eduardo Coutinho, 110 min.Urbania (2001), de Flávio Frederico, 70 min.Amnésia (Memento, 2001), de Christopher Nolan, 120 min.Cidade dos Sonhos (Mulholland Drive, 2001), de Davis Lynch, 145 min.Coruja (2001), de Márcia Derraik e Simplício Neto, 15 min.Felicidade (Hapiness, 1998) de Todd Solondz, 134 min.Trampolim (1998), de Fiapo Barth, 12 min.Quero Ser John Malkovich (Being John Malkovich, 1999), de Spike Jonze, 112 min.O Sacrifício (Sacrifi cation, 1986), de Andrei Tarkovsky, 143 min.Trem Mistério (Mistery Train, 1989), de Jim Jarmusch, 110 min.Blade Runner, O Caçador de Andróides (Blade Runner, 1982), de Ridley Scott, 118 min.Estranhos no Paraíso (Strange than Paradise, 1984), de Jim Jarmusch, 89 min.O Inquilino (Le Locataire, 1976), de Roman Polanski, 125 minAmarcord (1973), de Frederico Fellini, 127 min.Persona − Quando Duas Mulheres Pecam (Persona, 1966), de Ingmar Bergman, 85 min.Viver (Ikiru, 1952), de Akira Kurosawa, 143 min.

MúsicasCD O Dia Em Que Faremos Contato − Música Etnia Caduca, de Lenine: Sony, 1998.CD Respeitem Meus Cabelos, Brancos − Música Respeitem Meus Cabelos, Brancos, de Chico César: Universal Music, 2002.CD Gol de Quem? - Música Vida Imbecil, de Pato Fu: Sony/BMG/Plug, 1995.CD 9 Luas - Música Lourinha Bombril, de Paralamas do Sucesso: EMI-Odeon 1996.CD Geraldo Azevedo - Ao Vivo - Música Casa Brasileira, de Geraldo Azevedo: BMG, 1994.CD Raça Humana - Música A Raça Humana, de Gilberto Gil: WEA, 1984.CD Eu e Meu Pai - Música Respeita Januário, de Luiz Gonzaga: RCA Victor, 1979.CD Djavan - Música Cara de Índio, de Djavan: EMI-Odeon, 1978.CD Satisfação - Raras e Inéditas - Música Ninguém Segura Esse País, de Gilberto Gil: Universal, 1977.CD Acabou Chorare - Música Mistério do Planeta, de Novos Baianos: Som Livre, 1973.CD Gilberto Gil - Música Cultura e Civilização, de Gilberto Gil: Universal, 1969.CD Gilberto Gil - Música Marginália 2, de Gilberto Gil: Universal, 1968.

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Histórias de Aprender-e-ensinar para mudar o mundo

Sítios

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Atividades

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VELHO, G. Individualismo e Cultura. Rio de Janeiro: Zahar, 1981WALZER, M. O problema da cidadania: Ensaio sobre desobediência, guerra e cidadania. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

11

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Titulo: Lugar de lixo é no lixoPrincípios contemplados: 2 e 4.a) primários: 2, 4, 6, 7, 9b) secundários: 1, 3, 5, 10, 12, 13, 14.

Contextualização: A questão do lixo é um problema na ordem do dia em nossa sociedade em virtude da incomensurável escala de objetos industrializados consumidos pela população. A indústria atual se vê forçada a entender uma delicada relação entre lucro e ética ambiental, porém a atuação corporativa é todavia incipiente e está longe do ideal necessário para dirimir um conflito de tamanha magnitude, como é o caso do lixo; muito provavelmente por conta de a prioridade industrial ser o lucro e não o assunto ambiental, mesmo que seja responsável por tal celeuma. Embora seja possível observar boas iniciativas que visam promover uma ética empresarial voltada à responsabilidade social, como é o caso do Instituto Ethos, uma visão mais cética e crítica indagará se as empresas aderem a tais propostas por motivação verdadeira, isto é, pela busca de consciência ideológica real, ou por uma prática marqueteira, visto que ao aderirem ganham boa visibilidade frente aos seus clientes e, portanto, vendem mais. De qualquer forma, o resultado de tais condutas pode gerar uma nova concepção na forma de consumo do ser humano e, a partir de então, estimular um rumo revolucionário na indústria. Nessa via de tentativa de se encontrar um caminho de equilíbrio entre a produção e o consumo, a escola tem o papel de esclarecer, ensinar, educar e criar um outro cidadão consumidor, que tenha uma nova prática responsável de consumo obrigatoriamente diferente do panorama atual. A existência de “lixões” a céu aberto, onde, de forma inconcebível e desumana, permitimos que adultos e crianças busquem meios para sobreviver, tornou-se quase lugar-comum. Por todas essas razões, é deveras importante que os alunos trabalhem com temáticas como a reciclagem, a relação lixo e meio ambiente, responsabilidade social e ética ambiental, pois enquanto consumidores precisam ter ciência da complexidade envolvida no processo da relação consumo e descarte, sendo que uma ruptura revolucionária e criativa nesse paradigma pode ser o reaproveitamento, a reciclagem, ou que seja, a transformação.

Material utilizado: Filmes que abordem a questão do lixo como, por exemplo, Ilha das Flores (vide filmes), papéis e material reciclável para montar alguns cartazes.

Desenvolvimento da atividade: Pede-se aos alunos que façam pesquisas sobre o tempo de decomposição de diferentes objetos, sobre doenças causadas pelo lixo e sobre a importância da reciclagem. Elaboraram-se cartazes a fim de “reciclar/compartilhar o conhecimento”, isto é, apresentar a temática aos alunos de todas as séries da escola.

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Realiza-se, durante o desenvolvimento do projeto, uma experiência que consiste em deixar as salas de aula sem a limpeza rotineira para que as crianças possam observar a experiência de conviver com a sujeira que eles próprios fazem, além de desenvolver um processo de sensibilização, aproximação e valorização do trabalho da(s) pessoa(s) que executa(m) a função de limpeza. Ao término da experiência, promove-se um “mutirão de limpeza” na escola, em que alunos, professores e demais funcionários contribuam para a organização do ambiente. Como proposta de continuidade, ou seja, de uma mudança real e prática, executa-se um programa de Coleta Seletiva na escola, pois, a partir de tal experiência, todos, ao que tudo indica, devem passar a ter uma atitude mais refl exiva, atuante e, por conseguinte, acabam por demonstrar um maior comprometimento com o destino do lixo. Ademais, é bem possível que se tornem mais responsáveis e cuidadosos com o meio ambiente.

Interdisciplinaridade: Ciências, português, geografi a, história e arte.

Eixo Transversal: Ética, cidadania, solidariedade, cooperação, conscientização ambiental, noções de trabalho em rede, coletividade, cooperação, respeito às minorias, à colaboração na preservação do patrimônio comum e ao trabalho alheio.

Apoio à formação do professor:

FilmesÀ Margem do Lixo (em desenvolvimento), de Evaldo Mocarzel.Estamira (2006), de Marcos Prado, 115 min.Catadores e Eu (Les Glaneurs et la Glaneuse, 2000), de Agnès Varda, 82 min.Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado, 13 min.Boca do Lixo (1992), de Eduardo Coutinho, 30 min.Tá Limpo (1991), de Ainda Queiroz, César Coelho, Marcos Magalhães, 10 min.

MúsicasCD A Panela do Diabo - Música Banquete de Lixo, de Raul Seixas e Marcelo Nova, WEA, 1989.CD Big Bang - Música Dos Restos, de Paralamas do Sucesso: EMI-Odeon, 1989.CD O Viramundo - Música A Sociedade Afl uente, de Gilberto Gil: Universal, 1976.CD Todos os Olhos - Música Botaram Tanta Fumaça, de Tom Zé: Continental, 1973.

Sítioshttp://www.mma.gov.brhttp://cecae.usp.br/reciclahttp://www.recicloteca.org.br

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Atividades

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http://www.cempre.org.brhttp://www.dse.ufpb.br/ea

Bibliografi aBAUDRILLARD, J. A Sociedade de consumo. Rio de Janeiro: Elfos, 1995.CANCLINI, N. G. Consumidores e cidadãos: confl itos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro: UFRJ, 1995.CAVINATTO, V. M. Saneamento básico: fonte de saúde e bem-estar. São Paulo: Moderna, 1992.COELHO, M. L. Consumo e espaços pedagógicos. São Paulo: Cortez, 1996.DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.FELLENBERG, G. Introdução aos problemas da poluição ambiental. São Paulo: EPU, 1980.FEATHERSTONE, M. Cultura de Consumo e Pós-Modernismo. São Paulo: Studio Nobel, 1995.FIGUEIREDO, P. J. M. A sociedade do lixo: os resíduos, a questão energética e a crise ambiental. Piracicaba: Unicamp, 1995.GUATARRI, F; ROLNIK, S. Micropolítica: cartografi as do desejo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.HARVEY, D. A condição pós-moderna. 5. ed. São Paulo: Loyola, 1992.JAMES, B. Lixo e reciclagem. São Paulo: Scipione, 1992. (Coleção Preserve o Mundo)LIMA, L.M.Q. Tratamento de lixo. São Paulo: Hemus, 1985.RODRIGUES, F. L.; CAVINATO, V. M. Lixo: de onde vem? Para onde vai? São Paulo: Moderna, 2003.SECRETARIA do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Guia pedagógico do lixo. São Paulo: SMA, 1998.MONOT, J. O acaso e a necessidade. Petrópolis: Vozes, 1989.MARCUSE, H. A ideologia da sociedade industrial. 6. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.MARTINS, J. S. A sociedade vista do abismo: novos estudos sobre exclusão, pobreza e classes sociais. São Paulo: Vozes, 2001.PIETROCOLLA, L. G. O que todo cidadão precisa saber sobre sociedade de consumo. São Paulo: Global, 1986.SANTOS, B. de S. (Org.). Produzir para viver, os caminhos da produção não capitalista. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002 TASCHNER, G. Raízes da cultura de consumo. Revista da USP, n. 32, p. 26-43, 1996-97.WEBER, M. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

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Título: Diagnóstico Vivo – um pouquinho da nossa história Princípios contemplados:a) primários: 1, 4, 8, 13, 14.b) secundários: 2, 3, 5, 6, 7, 12, 16.

Contextualização: Como era, como é e como queremos o lugar onde vivemos?

Sonhar, imaginar e criar são atributos indispensáveis para a vida do ser humano. Os desejos por um mundo melhor, mais justo e equânime, têm participado, de algum modo, da história humana em diferentes épocas. Entretanto, tornar sonhos realidade é uma tarefa desafiadora que requer empenho e determinação. Haverá, na trajetória do alcance de qualquer objetivo, obstáculos a serem transpostos, os quais, ao mostrarem sua face, terão de ser enfrentados. Tomar conhecimento da história do lugar onde vivemos, saber quais foram e são os acontecimentos locais valorizados pela comunidade, conhecer os costumes e a vida dos antigos moradores do lugar em que ensaiamos nossos primeiros passos, entre outras coisas, auxilia-nos a entender melhor o passado, o presente, a realidade vivida na atualidade e, por fim, estimula pensar na melhora desse mesmo lugar.

Desse modo, a atividade em questão busca estimular o aluno a desejar ser um cidadão atuante no meio ambiente onde vive, bem como fazê-lo sentir-se herdeiro de uma história viva, que pulsa pelas veias dos fatos históricos e entre todas as coisas existentes ao seu redor. Objetiva-se, entretanto, promover a reflexão sobre o fato de que nossa participação no processo histórico é contínua, dada a cada minuto real de tempo e que nosso ambiente é o reflexo pleno do resultado de nosso comportamento, de nossos atos e atitudes. Somos construção histórica e ambiental constante, transformadora do local que vivemos. Conhecemos o resultado do ontem ao mesmo tempo em que criamos o resultado do amanhã. O tempo não é linear, mas cíclico. Acredita-se que a reflexão de tais questões deva estar sempre presente no processo educacional, de forma que os erros do passado sejam banidos e os acertos sirvam de exemplos para serem reutilizados na preservação da vida em nosso planeta.

Por meio dessa atividade pretende-se originar o debate reflexivo sobre quais atitudes do nosso dia-a-dia podem, e devem, ser tomadas, com o objetivo de criar condições de aperfeiçoamento no modo que vivemos, de forma que a comunidade e a sociedade em geral possam ser beneficiadas. A idéia de interagir com a comunidade, de desenvolver o sentimento de solidariedade, de criar a necessidade de preservação do meio ambiente, em sua esfera histórica e cultural, é o substrato dessa atividade, a qual deve estar implícito do começo ao fim dela e, assim, perdurar no processo educacional como um todo.

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Além disso, o processo de construção da maquete é uma forma concreta de mostrar às crianças a possibilidade de transformação de materiais simples (como palitos de dente, fósforos etc.) em uma representação simbólica. Trata-se de um processo de transformação simbólica do local onde habitam que, concomitantemente, permite que cada um dos alunos possa ser visualizado como membro partícipe e co-responsável na ação de uma cidadania responsável e que realmente faça parte da “transformação” do lugar onde mora.

Material utilizado: Espaço (pátio da escola, por exemplo), material reciclável - papelão, bandeja de ovos, palitos de dentes ou de sorvete, caixas de remédio ou fósforos - para a confecção da maquete, placa de isopor, cola, papel, tesoura, cartolinas, lápis de cor, canetas coloridas, cartolina, tinta guache, pincéis, lápis, pincel atômico etc. Se possível, CD ou a letra da música “se essa rua fosse minha”.

Desenvolvimento da atividade: Trabalha-se o tema − “Como Queremos o Lugar em que Vivemos?” − por meio da elaboração de poemas com os alunos e da elaboração de paródias da música folclórica “se essa rua fosse minha” (vide música). A partir daí confecciona-se uma maquete representando a escola e/ou desenhos dos lugares considerados mais interessantes na cidade.

Na seqüência do projeto organiza-se o “Dia de Contos”, que consiste em convidar os moradores pioneiros da cidade a vir até a escola compartilhar seus saberes históricos por intermédio do simples relato público dos importantes fatos da formação e história da cidade.

Para fi nalizar as atividades deste dia, os alunos devem organizar a dinâmica “Árvore dos Sonhos e Muro das Lamentações”, com os moradores da comunidade, professores, alunos e demais funcionários: as pessoas escrevem seus desejos ou seus sonhos num fruto feito de papel e o fi xam numa grande árvore − a qual é executada conforme a criatividade do grupo. O objetivo maior da atividade é identifi car o desejo comum dos membros dessa comunidade, visando que esses mesmos personagens busquem meios para concretizar o sonho, melhorando a qualidade de vida de todos por intermédio da melhoria do meio ambiente. O “Muro das Lamentações”, por outro lado, consiste em uma atividade que tem por fi nalidade identifi car alguns possíveis problemas enfrentados pela comunidade, para que os habitantes daquele local, junto com as crianças, possam também pensar em criar soluções viáveis ao que surja, visando, além de sanar as lamentações, concretizar os sonhos almejados.

Vale ressaltar que nessa atividade não é incomum questões particulares aparecerem. Deve-se, portanto, a princípio acolher com o devido respeito tal demanda e depois lembrar que aquele é um exercício de refl exão e prática coletiva, a qual deve visar o bem-comum.

É possível também criar outra vertente dessa mesma atividade em cima da refl exão sobre o meio ambiente em si. Para tanto, inicia-se uma discussão em sala com a utilização de uma transparência com o princípio “todos os seres vivos são importantes” e, posteriormente, cria-se um questionário com tópicos para uma entrevista com moradores do bairro sobre seus conhecimentos a respeito da biodiversidade de plantas e animais da cidade. Outros itens podem

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Atividades

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ser adicionados a fi m de ampliar a discussão, são eles: hábitos, religião e tipo de trabalho desenvolvido pelos entrevistados. Com o resultado do questionário é possível trabalhar temas como meio ambiente, preservação da fauna e da fl ora, diversidade cultural, histórica, religiosa, política, preconceito etc., o que torna a maquete uma ferramenta para um tipo de aprendizado dinâmico, vivo e enriquecedor.

Interdisciplinaridade: História, geografi a, artes, português e matemática.

Eixo Transversal: Cidadania, ética, solidariedade, diversidade, multiculturalismo, intracul-turalidade, conscientização ambiental, troca de saberes, noções de trabalho em rede, coletivi-dade, cooperação, resgate histórico: tradições e cultura popular, participação comunitária.

Apoio à formação do professor:

MúsicasCD Nada Como Um Dia Após O Outro - Música Otus 500, de Racionais MCs: Zâmbia, 2002.CD E-collection - Música Planeta Morto, Titãs: WEA, 2000.CD O Cair da Tarde − Música Se Essa Rua Fosse Minha, Canção Popular: Polygram, 1997.CD Canções de Brincar - Música Água, de Arnaldo Antunes e Paulo Tatit: Velas, 1996.CD Nome - Música Nome Não, de Arnaldo Antunes: BMG, 1993.CD Nome - Música Macaco, de Arnaldo Antunes: BMG, 1993.CD Senhas - Música Velhos e Jovens, de Adriana Calcanhoto: Columbia/Sony, 1992.CD Ao Vivo Paris - Le Zenith - Música Vai Passar, de Chico Buarque e Francis Hime: BMG, 1990. CD Legião Urbana 2 - Música Índios, de Legião Urbana: EMI-Odeon, 1986.CD Legião Urbana - Música Geração Coca-Cola, de Legião Urbana: EMI-Odeon, 1984.CD Saudades de Adoniran - Música Praça da Sé, de Adoniran Barbosa: Alvorada/Continental, 1984.CD Raça Humana - Música Tempo Rei, de Gilberto Gil: WEA, 1984.CD A Gente Precisa Ver o Luar - Música Flora, de Gilberto Gil: WEA, 1981.CD Ronda Noturna - Música Amanhã, de Guilherme Arantes: Som Livre, 1977.

FilmesNarradores de Javé (2003), de Eliane Caffé, 100 min.As Confi ssões de Schmidt (About Schmidt, 2002), de Alexander Payne, 124 min.Vou para Casa (Je Rentre à la Maison, 2001), de Manoel de Oliveira, 90 min.Copacabana (2001), de Carla Camurati, 90 min.A Eternidade e um Dia (Mia Aioniotita Ke Mia Mera, 1998), de Theo Angelopoulos, 132 min.Deuses e Monstros (Gods and Monsters, 1998), de Bill Condon, 105 min.Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos (1998), de Marcelo Masagão, 55 min.Viagem ao Princípio do Mundo (1997), de Manoel de Oliveira, 93 min.

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Estamos Todos Bem (Stanno Tutti Bene, 1992), de Guiseppe Tornatore, 121 min.Sonhos (Yume, 1990), de Akira Kurosawa, 119 min.Conduzindo Miss Daisy (Driving Miss Daisy, 1989), de Bruce Baresford, 99 min.Mistérios da Humanidade (Mysteries of Mankind, 1988), de Bárbara Jampel, 60 min. Laços de Ternura (Terms of Endearment, 1983), de James L. Brooks, 131 min.Chuvas de Verão (1978), de Cacá Diegues, 93 min.Nós Que Nos Amávamos Tanto (C’eravamo tanto Amati, 1974), de Ettore Scolla, 124 min.

Sítioshttp://www.museuhistoriconacional.com.brhttp://www.on.brhttp://ivairr.sites.uol.com.br/index.htmlhttp://www.lib.utexas.edu/maps/index.htmlhttp://www.si.eduhttp://www.futuro.usp.br

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Atividades

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Título: Uma receita para o ambientePrincípios: 1, 2, 3.a) primários: 1, 2, 5, 14, 15.b) secundários: 3, 4, 6, 7, 8, 12, 13, 16.

Contextualização: O último relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) trouxe à tona um preocupante alerta sobre o futuro da Terra. Evidenciam-se ameaças diretas ao planeta Terra e à sobrevivência da humanidade, fatos que só poderão ser amenizados caso o mundo se adapte às mudanças climáticas e realmente interceda para interrompê-los. As ameaças vão do aumento vertiginoso da fome no mundo à extinção de até 30% das espécies do planeta, além da dramática estimativa, ainda neste século, de temperaturas aumentarem entre 1,8ºC e 4ºC.

Não resta mais nenhum indício de dúvida que vivemos em uma projeção crescente em relação aos danos causados ao meio ambiente. As ameaças são constantes e não apenas contra os animais, mas também contra rios, lagos, mares e todo ecossistema. Ainda assim, no dia-a-dia, a idéia de não ter mais água ou qualquer outro recurso natural nos parece muito distante. Haja vista que não é tão difícil ver pessoas usarem a água de mangueira para varrer a sujeira do piso da calçada, garagem ou quintal. Ainda que a mídia finalmente tenha despertado para nos advertir quase que diariamente sobre os perigos do aquecimento global, poluição, uso irresponsável de recursos naturais, entre outras coisas, o problema todavia parece ter atingido pouquíssimas pessoas “na pele”. Será então que iremos somente nos conscientizar sobre o desperdício e, conseqüente, falta de água quando isso nos atingir pessoalmente, isto é, quando a água não pingar mais em nossas torneiras ou estivermos para morrer de sede? Esperemos que não! A responsabilidade, ou obrigação, do adulto educador é criar condições para que o sobrevivente do planeta no futuro, ou seja, as crianças, esteja preparado a olhar para o planeta com responsabilidade e respeito; afinal, se isso não acontecer quem sofrerá as piores conseqüências serão todos os humanos, sem exceção. Obviamente que a classe abastada tem mais condições de saídas, mas até ela sofrerá, visto que a natureza é implacável e, de algum modo, atinge a todos. Portanto, estamos no mesmo barco e somos todos responsáveis, essa é a realidade. Sendo assim, é urgente a necessidade de um trabalho voltado para a conscientização dos alunos frente aos problemas ambientais que já são presentes e estão aqui, hoje, na nossa frente, mostrando sua face mais cruel. Do outro lado do espelho estamos nós!

Material utilizado: Cartolina, revista, livros, internet, canetinhas hidrocor, papel pardo, papel laminado, papel tipo Cartoflex (colorido).

Desenvolvimento da atividade: De início, faz-se uma pesquisa sobre animais em extinção, poluição dos rios e do ar. Em seguida, elabora-se um cartaz para mostrar o resultado dessa pesquisa,

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no qual são colados recortes de animais sem a pele, como a onça pintada, e a venda ilegal da carne desses animais. Retrata-se também, de modo análogo, a poluição dos rios e do ar.

Após a montagem do cartaz, promove-se uma discussão sobre como seriam as pessoas que sabem respeitar a natureza, as plantas, os animais, os outros humanos e a si mesmas. A conclusão é que o incentivo à proteção e responsabilidade em relação ao meio ambiente é conduzido facilmente entre os jovens e crianças, visto que somos naturalmente sensíveis à defesa da vida.

Além dessa atividade, aplica-se uma outra, em que os alunos têm de elaborar uma “receita para cuidar da natureza”. Em nossa experiência, tivemos a seguinte receita:

Ingredientes:

1 xícara cheia de proteção aos animais;1 copo grande de amor pelas plantas;Várias pitadas de educação para jogar o lixo no seu devido lugar;3 xícaras de paciência para proteger a pesca nos rios e mares;2 latas de fermento de compromisso com a natureza e a consciência coletiva.

Modo de preparo:

Misture todos os ingredientes, acrescentando o amor, a dedicação, a proteção e a consciência. Asse em forno quente de amor, carinho e dedicação à Terra para que as plantas cresçam com amor e rapidez. Enfeite com esperança, amor,carinho e educação para termos um planeta feliz.

Modo de servir:

Distribua a todos os habitantes do planeta para que eles também possam oferecer ao próximo, encontrando dessa forma a paz e a harmonia em todo o planeta.

Bom apetite!

Para fi nalizar a atividade, sugere-se que cada aluno traga um doce, bolo, suco, fruta, salgado, pão, biscoito ou o aquilo que puder para organizar um lanche coletivo e confraternizar a Terra.

Interdisciplinaridade: Artes, ciências, geografi a, português.

Eixo transversal: Diversidade, cidadania, ética, conscientização ambiental, solidariedade.

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Atividades

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Apoio à formação do professor:

FilmesUma Verdade Inconveniente (An Inconvenient Truth, 2006), de Davis Guggenheim, 100 min.Babel (2006), de Alejandro González-Iñárritu, 142 min.Estamira (2006), de Marcos Prado, 115 min.Filhos da Esperança (Children of Men, 2006), de Alfonso Cuarón, 108 min.Camelos Também Choram (Geschichte vom weinenden Kamel, Die, 2003), de Byambasuren Davaa e Luigi Falorni, 90 min.A Coorporação (The Coorporation, 2003), de Mark Achbar e Jennifer Abbott, 145 min.O Pesadelo de Darwin (Darwin’s Nightmare, 2004), de Hubert Sauper, 105 min.Amazônia em Chamas (The Burning Season, 1994), de John Frankenheimer, 128 min..

Ladrão de Sonhos (La Cité Des Enfanst Perdus, 1995), de Marc Caro e Jean-Pierre Jeneut , 112 min.Os Chimpamzés Selvagens (Among the wild chimpanzees, 1984), de Barbara Jampel, 60 min.Nas Montanhas dos Gorilas (Gorillas in the Mist, 1988), de Michael Apted, 130 min.Síndrome da China (The China Syndrome, 1979), de James Bridges, 117 min.

MúsicasCD Os Saltimbancos − Várias Músicas, de Chico Buarque: Polygram, 1993.CD Parabolicamará - Música Um Sonho, de Gilberto Gil: WEA, 1992. CD 7 Desejos - Música Desprezo, de Alceu Valença: EMI-Odeon, 1992.CD Amanhã - Música Planeta Água, de Guilherme Arantes: WEA, 1987CD A Arca de Noé − Várias Músicas, de Diversos Autores: Universal, 1980.CD Roberto Carlos - Música O Progresso, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos: CBS, 1976

Sítioshttp://www.iucn.orghttp://animalinfo.orghttp://www.earthcharter.orghttp://www.un.org/esa/sustdev/index.htmlhttp://www.undp.orghttp://www.greenpeace.org/internationalhttp://www.wwf.orghttp://www.ipcc.ch

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Histórias de Aprender-e-ensinar para mudar o mundo

Bibliografi a:

AB’SABER, A.; MULLER-PLANTENBERG, C. (Org.). Previsão de impactos: o estudo de impacto ambiental no Leste, Oeste e Sul. São Paulo: Edusp, 1994.ALVES, R. Lagartixas e dinossauros. São Paulo: Loyola, 1996. ANTUNES, C. Os rios, os mares e os oceanos. São Paulo: Scipione, 1995.BARBIERI, J.C. Desenvolver ou preservar o ambiente? São Paulo: Cidade Nova, 1996.______. Desenvolvimento e meio ambiente: as estratégias de mudanças da agenda 21. Petrópolis: 1997.BONACELLA, P. H.; MAGOSSI, L. R. Poluição das águas. São Paulo: Moderna, 1990.BRANCO, Samuel Murgel. Água: origem, uso e preservação. 4. ed. São Paulo: Moderna, 1993.CAVINATTO, V. M. Saneamento básico: fonte de saúde e bem-estar. São Paulo: Moderna, 1992. FELLENBERG, G. Introdução aos problemas da poluição ambiental. São Paulo: EPU, 1980.FERREIRA, N. T. Cidadania: uma questão para educação. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.GUATARRI. F. As três ecologias. 6. ed. Campinas: Papirus, 1997.GUERRA, A. T. A questão ambiental: diferentes abordagens. Rio de Janeiro: Bertran Brasil, 2003.GUIMARÃES, M. A dimensão ambiental na educação. 2 ed. São Paulo: Papirus, 1998.GUTIÉRREZ, F.; PRADO, C. 1999. Ecopedagogia e cidadania planetária. São Paulo: Cortez/Instituto Paulo Freire (Guia da Escola Cidadã, v.3)HARLOW, R.; MORGAN, G. Árvores e folhas. São Paulo: Melhoramentos, 1998. ______. Crescimento: plantas e animais. São Paulo: Melhoramentos, 1998.______. Insetos e outros bichinhos. São Paulo: Melhoramentos, 1998. HERMAN, M.L. et al. Orientando a criança para amar a Terra. São Paulo: Augustus, 1992.KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Livraria Pioneira, 1994.KOHL, M.F.; GAINER, C. 1995. Fazendo arte com as coisas da Terra: arte ambiental para as crianças. São Paulo: Augustus, 1995.LEVINE, S.; GRAFTON, A. Projetos para um planeta saudável: experimentos ambientais simples para crianças. 5. ed., São Paulo: Augustus, 1998.MACHADO, A. O esquilo esquecido. 5. ed. Rio de Janeiro: Salamandra, 1994. MACHADO, A. M. A jararaca, a perereca e a tiririca. São Paulo: Quinteto Editorial, 1993.MATTOS, N. S.; GRANATO, S. F. Uma teia alimentar, ploft. 2. ed. São Paulo: FTD, 1993. ______. GRANATO, S. F. O ciclo da água, plim. 5. ed. São Paulo: FTD, 1996. MEDINA, N. M; SANTOS, E. C. da. Educação ambiental: uma metodologia participativa de formação. Petrópolis: Vozes, 2000.PEDRINI, A.G. de. (Org.). Educação Ambiental: refl exões e práticas contemporâneas. Rio de Janeiro: Vozes, 1998.ROCHA, R. Bom dia, todas as cores! 16. ed. São Paulo: Quinteto Editorial, 1995. SARIEGO, J. C. Educação ambiental: as ameaças ao planeta azul. São Paulo: Scipione, 1994.SIGUEMOTO, R. O rio e a cidade dos homens. Belo Horizonte: Formato Editorial, 1991. TORRES, H; COSTA, H. População e meio ambiente: debates e desafi os. Senac, 2000.VIEZZER, M.L.; OVALLES, O. (Org.). Manual latino-americano de educação ambiental. São Paulo: Gaia, 1995.

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Título: ReconstruçãoPrincípios: 1, 2, 3, 5, 9, 10.a) primários: 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 13, 14, 15b) secundários: 3, 9, 16.

Contextualização: Pode-se dizer que muitas de nossas atitudes são impensadas e quase sempre presas ao presente imediato. O modelo capitalista neoliberal vigente impõe um modo de vida que faz com que o cotidiano de todos seja resumido pela máxima “cada um por si e Deus por todos”. No geral, vivemos ensimesmados, na tentativa de dar conta apenas de nossas questões pessoais ou, no máximo, das de nossas famílias. Por essa via, nossas ações, mesmo que não intencionalmente, comprometem o futuro do planeta. A despeito de todo o alarde a respeito do prognóstico assustador que nos espera aqui na nossa casa, a Terra, da necessidade urgente de preservação da natureza e preocupação com recursos naturais, é ainda possível ver, por exemplo, pessoas − supostamente educadas − lançando pontas de cigarro, restos de comida e todo tipo de lixo pelas janelas de seus já poluentes automóveis; outras que desperdiçam energia, água e outros tantos recursos preciosos em nossos dias. É, portanto, a representação total da ignorância, da despreocupação ou descaso em relação aos problemas ambientais atuais e futuros. Alguns dos estragos provocados pelos humanos são irrecuperáveis e irreversíveis. A variedade de estragos é tão abrangente que se pode citar desde a matança predatória de animais que resultou em extinção de alguns deles, do desmatamento ambicioso nas florestas, até as matanças patológicas das inúmeras guerras no século XX. Haja vista a barbárie cometida em Auschwitz.

Por isso, devemos deixar que a recordação vergonhosa da história do ser humano perdure em nossa memória para que sirva de exemplo daquilo que não se quer de volta, para lembrar dos atos inconseqüentes, irresponsáveis e desumanos, pois só assim será possível mudar e transformar. Embora tenhamos um passado indigno em muitos aspectos, devemos ainda considerar o fato de que podemos mudar o futuro se realmente assim quisermos. Compreende-se, por essa lógica, que a inserção de atividades que ajudem a refletir sobre o conceito de reconstrução deve estar permanentemente presente no processo educacional, visto que, infelizmente, a destruição tem andado com passos mais largos que a construção - segundo dados da Organização das Nações Unidas, o desmatamento ocorrido no Brasil entre 2000 e 2005 representa em média 40% da perda planetária total, o que equivale a aproximadamente 31 mil km² de floresta perdida anualmente.

Se o desejo do educador é contribuir para que o futuro seja diferente da triste realidade que enfrentamos hoje, deve-se incluir na prática pedagógica a concepção de mudança. É preciso esclarecer aos alunos que, por meio de processo de reconstrução resgatam-se benefícios materiais, como reflorestamento, implantação de sistema político-econômico auto-sustentável, uso de energias renováveis, entre outros. É também por meio da reconstrução que se resgatam a auto-estima, cidadania, respeito, ética, solidariedade, dignidade e consciência ambiental. Essa é a noção que se pretende transmitir por meio desta atividade.

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Histórias de Aprender-e-ensinar para mudar o mundo

Material utilizado: Papel sulfi te branco e colorido, lápis de cor e normal, cola, CD da música “Herdeiros do Futuro”, composição de Toquinho e Elifas Andreato.

Desenvolvimento da atividade: A atividade começa com a leitura dos princípios 1 e 2 da Carta da Terra, de forma que a discussão seja dirigida para questões sobre a relação entre o ser humano, os outros seres vivos e o meio ambiente. A partir disso, o educador pede para que os alunos exemplifi quem atitudes que podem melhorar essa relação do ser humano com o meio ambiente. O assunto é discutido com os demais colegas da classe.

Em seguida, entrega-se uma folha de papel sulfi te para cada aluno. É dada a orientação para que dobrem e cortem a folha ao meio de forma que a folha fi que dividida em duas partes iguais. Então, o aluno deve criar dois desenhos semelhantes e colori-los (seres vivos, representações do meio ambiente ou qualquer outro conceito relacionado com a discussão anterior). Depois que os alunos terminaram ambos os desenhos, pede-se para que escolham o que julguem melhor e o amassem, deixando o outro de lado. Na seqüência pede-se para que o rasguem em pelo menos seis partes. Enquanto os alunos amassam e rasgam os desenhos, o educador pode aproveitar suas falas e relacioná-las com as atitudes impensadas que tomamos cotidianamente, como contribuir para o desperdício de recursos naturais ou poluir o meio ambiente, de modo que se faça uma analogia simbólica com a atividade aplicada no momento. É possível que haja resistência de alguns em não querer rasgar, o que é um belo tema para usar de metáfora sobre o que fazemos todos os dias com a natureza.

Completada esta etapa, entrega-se aos alunos uma outra folha de sulfi te, preferencialmente de outra cor, e pede-se para que reconstruam com cuidado o desenho que foi previamente rasgado na nova folha. Solicita-se que eles tenham como objetivo a tarefa de reconstruir o desenho de forma que ele volte a ser o mais próximo possível da forma original ou até mesmo melhorado.

A partir da imagem reconstruída, comenta-se e se discute com os alunos, a fi m de fazê-los refl etir sobre as conseqüências das nossas ações frente ao meio ambiente e aos seres vivos, lembrando sempre que, por mais que consigamos torná-los parecidos com o desenho intacto, ele nunca voltará a ter suas características originais. Conseqüentemente, a discussão pode ser conduzida para temas como desmatamento, poluição etc. Para fi nalizar a atividade, ouve-se a música “Herdeiros do futuro” e, caso necessário, retoma-se a discussão.

Interdisciplinaridade: Artes, português, ciências, geografi a, história.

Eixo transversal: Cidadania, solidariedade, ética, conscientização ambiental.

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Atividades

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Apoio à formação do professor:

FilmesA Maçã (Sib, 1997), de Samira Makhmalbaf, 86 minPro Dia Nascer Feliz (2006), de João Jardim, 88 min.Promesas de Um Novo Mundo (Promises, 2001) de, Justine Shapiro, B.Z. Goldberg e Carlos Bolado, 116 min.A Cidade está Tranqüila (La Ville est Tranquille, 2001), de Robert Guédiguian, 132 min.O Sonho de Rose − 10 Anos Depois (2000), de Tatá Amaral, 92 min.As Coisas Simples da Vida (Yi Yi, 2000), de Edward Yang, 173 min.Depois da Chuva (Ame Agaru, 1999), de Takashi Koizume, 92 min.Homo Sapiens 1900 (1998), de Peter Cohen, 85 min. Nell (1994), de Michael Apted, 115 min.Arquitetura da Destruição (The Architeture of Doom, 1992), de Peter Cohen, 1992.Vida sobre um Fio, A (Bian Zhou Bian Chang, 1991), de Chen Kaige, 103 min.Rapsódia em agosto (Rhapsody In August, 1991), de Akira Kurosawa, 98 min.Paris, Texas (1984), de Win Wenders, 150 min.A Balada de Narayama (Narayama Bushi-Ko, 1983), de Shohei Imamura, 128 min.Espelhos (Zerkalo, 1975), de Andrei Tarkvosky, 101 min.Laranja Mecânica (Clockwork Orange, 1971), de Stanley Kubrick, 138 min.

MúsicasCD Trinta Anos de Música − Música Aquarela, de Vinícius de Moraes, Toquinho, Fabrizio, M. e Morra, G.: Bmg In’t, 2006.CD Série Bis: Moska − Música O Último Dia, de Paulinho Moska e Billy Brandão: EMI, 2004.CD Um Som − Música Socorro, de Arnaldo Antunes e Alice Ruiz: Bmg, 2002.CD O Melhor de Ney Matogrosso − Música Rosa de Hiroshima, de Vinícius de Moraes: Universal Music, 1997.CD Da Lama Ao Caos - Música A Cidade, de Chico Science & Nação Zumbi: Chaos/Sony, 1994.CD Por Aí - Música O Brasil Vai Ensinar O Mundo, de Cazuza: Polygram, 1991.CD Raça Humana - Música Tempo Rei, de Gilberto Gil: WEA, 1984.CD Chico Buarque: Construção − Música Construção, de Chico Buarque: Philips, 1970.

Sítioshttp://www.sosmatatlantica.org.brhttp://www.spvs.org.brhttp://www.ecopress.org.brhttp://www.grude.org.br

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Histórias de Aprender-e-ensinar para mudar o mundo

http://www.rma.org.brhttp://www.capes.gov.brhttp://www.cnpq.br

Bibliografi a D’Ambrosio, U. Transdisciplinaridade. São Paulo: Palas Athena, 1997._____. Educação para uma Sociedade em Transição. Campinas: Papirus Editorial, 1999.ANDRADE, L.; SOARES, G.; PINTO, V. Ofi cinas ecológicas: uma proposta de mudanças. Petrópolis: Vozes, 1996.ASTOLFI, J.; DEVELAY, M. A didática das ciências. Campinas: Papirus, 1995.AVILA-PIRES, F. D. de. Fundamentos históricos da ecologia. Ribeirão Preto: Holos, 1999.BAEDER, A. et al. Jovens em ação: ações para melhorar o ambiente e a qualidade de vida nas cidades. São Paulo: Melhoramentos, 2000.BECKER, F. A epistemologia do professor: o cotidiano da escola. Petrópolis: Vozes, 1993.BETTO, F. A obra do artista: uma visão holística do universo. São Paulo: Ática, 1997.BOURDIEU, P. Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 1990.BRÜGGER, P. Educação ou Adestramento Ambiental? Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1999.CARVALHO, I. C. M. Em direção ao mundo da vida: interdisciplinaridade e educação ambiental. Brasília: Ipê, 1998. (Cadernos de Educação Ambiental)CASCINO, F.; JACOBI, P., OLIVEIRA, J. F. Educação, meio ambiente e cidadania: refl exões e experiências. São Paulo: SMA/CEAM, 1998.CORNELL, J. Brincar e aprender com a natureza: guia de atividades infantis para pais e monitores. São Paulo: Senac/Melhoramentos, 1996.DALAI LAMA, S.S., Uma ética para o novo milênio. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2000.DIEGUES, A. C. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: Hucitec, 1996.DURKHEIM, E. As regras do método sociológico, 4. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1966.FERNANDES, F. Folclore e mudança social na cidade de São Paulo. Petrópolis: Vozes, 1979.FERREIRA, L. A questão ambiental: sustentabilidade e políticas públicas. São Paulo: Boi-tempo, 2000.FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1999.FREIRE, R. A farsa ecológica. Rio de Janeiro: Editora Guanabara-Koogan, 1992.GADOTTI, M. Pedagogia da Terra. São Paulo: Editora Peirópolis, 2000.GEERTZ, C. Nova luz sobre a antropologia. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.GUERRA, C. G. M. Transdisciplinaridade como (re)ligação entre ciência e cultura: da antiga China à informática educativa e musical. Florianópolis : Uni&Verso, 1998. HUNT, L. A nova história cultural. São Paulo: Martins Fontes, 1992.IBAMA. Educação para um futuro sustentável: uma visão transdisciplinar para uma ação compartilhada. Brasília: IBAMA/UNESCO, 1999.JACOBI, P. R. Ciência ambiental: os desafi os da interdisciplinaridade. São Paulo: Annablume, 1999.JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e a patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

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Atividades

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LAYRARGUES, P. P. A cortina de fumaça: o discurso empresarial verde e a ideologia da racionalidade econômica. São Paulo: Annablume, 1998LAZARTE, R. Max Weber: ciência e valores. São Paulo: Cortez Editora, 1996.LEAL, A. et al. Temas transversais em Educação: bases para uma formação integral. São Paulo: Editora Ática, 1993.LEFEBVRE, H. Lógica formal e lógica dialética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.LEFF, E. Epistemologia ambiental. São Paulo: Cortez, 2001. LEVINE, S.; GRAFTON, A. Projetos para um planeta saudável: experimentos ambientais simples para crianças. São Paulo: Augustus, 1995.MORIN, E. A decadência do futuro e a construção do presente. Florianópolis: UFSC, 1993._____. Ciência com consciência. São Paulo: Bertrand Brasil, 1996._____. Para sair do século XX. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.MORIN, E et al. A sociedade em busca de valores. Lisboa: Instituto Piaget, 1996.MORIN, E.; KERN, A.B. Terra-Pátria. Porto Alegre: Sulina, 2003.OLIVEIRA, M. (org.). Correntes fundamentais da ética contemporânea. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.OSTROWER, F. Criatividade e Processos de Criação. Petrópolis: Vozes, 1996.RODRIGUES, V. R. (Org.). Muda o mundo Raimundo!: educação ambiental no ensino básico do Brasil. Brasília: WWF, 1996.SZAMOSI, G. Tempo e espaço: as dimensões gêmeas. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.WEIL, P.; D.AMBROSIO, U.; CREMA, R. Rumo à nova transdisciplinaridade: sistemas abertos de conhecimento. São Paulo: Summus, 1993.

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Título: Plante uma sementePrincípios contemplados: a) primários: 1, 2, 4, 5, 7, 12, 14, 15, 16. b) secundários: 3, 6, 8, 9, 10, 13.

Contextualização: Transformações não ocorrem do dia para a noite. Transformar requer tempo, paciência, perseverança, tolerância e sustentação face às frustrações. Logo, considerando que a transformação seja resultado de um longo e árduo processo, torna-se essencial inserir no âmbito educacional a consciência de que toda mudança demanda cuidado, vontade, determinação e entrega. Além disso, acredita-se necessário demonstrar aos alunos que dar o primeiro passo é o principal gerador de toda e qualquer transformação. Empecilhos eventualmente cruzarão o caminho da vida, porém aceitá-los como parte da jornada também pode ser o segundo passo para a superação.

A espera é peça fundamental para a colheita de resultados de nossos esforços. Desde muito pequenos aprendemos que a frustração da espera faz parte da vida a cada dia e com o tempo passamos a conviver com ela. O que geralmente não aprendemos, entretanto, é que o que colhemos é o simples resultado de nossas ações. Geralmente, não associamos o que está posto em nosso cotidiano com nossos próprios atos e atitudes prévias. Temos por tendência culpar sempre o outro por tudo o que acontece ao nosso redor. Muitos adultos exigem das crianças, por exemplo, atitudes de cidadania, respeito, solidariedade, cuidado e zelo com o ser humano, mas, no entanto, em sua jornada diária, dão exemplos opostos ao furar filas, estacionar em fila dupla, compactuar com processos de corrupção, utilizar do poder econômico-social em benefício próprio, entre outras coisas que infelizmente já não são mais questionadas, ao contrário, são estarrecidamente aceitas. A tendência é olhar para fora de si e responsabilizar o governo, o professor, o vizinho, a esposa, o esposo, os filhos, os alunos, o chefe, ou qualquer um que não nós mesmos por tudo que nos acontece. Haja vista que sempre o filho do outro que é a má companhia. Aliás, tal raciocínio é o aspecto fundante da inexistência da má companhia. Essa negação de responsabilidade contribui para a formação de uma sociedade injusta e adormecida para a quebra de paradigmas obsoletos, bem como dificulta a percepção de que estamos a todo momento participando ativamente da construção do nosso meio.

O que se pretende com a atividade a seguir, portanto, é que ela contribua com o desenvolvimento da percepção de nossa responsabilidade sobre o meio em que vivemos. Espera-se que os alunos compreendam que a construção de uma sociedade mais justa pode ser analogicamente comparada ao cultivo de uma semente, a qual exige cuidados para que possa germinar; que se percebam como também responsáveis no processo de transformação do meio em que vivem. Um fator marcante nessa atividade é que, com a semente, a criança aprenderá na prática que somente ao receber os devidos cuidados a planta germinará e crescerá. Além

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de fazê-la refl etir sobre a importância de a natureza estar em equilíbrio para que o potencial fl or já existente na semente possa ser desenvolvido. Trata-se de uma refl exão metafórica do potencia que cada um carrega em si.

A semente de girassol, por exemplo, precisa de um período aproximado de 90 a 115 dias para germinar. Após esse período, o aluno pode conviver com as primeiras manifestações da planta e automaticamente associar ação e conseqüente resultado. Em termos mais amplos, pode-se conduzir a uma refl exão sobre responsabilidade individual, comunitária, social e ambiental.

Material utilizado: Cartolina, fi guras de revistas, cola branca e sementes de girassol ou de uma fl or ou planta análoga.

Desenvolvimento da atividade: Primeiramente, elabora-se um cartaz contendo ao centro uma imagem do globo terrestre e, ao redor deste globo, imagens de crianças, adultos, idosos, negros, índios, orientais ou qualquer fi gura que represente a participação e responsabilidade sobre o gradativo processo de construção de uma sociedade.

Em seguida, discute-se com alunos o que uma planta necessita para se desenvolver. A discussão é orientada a salientar a demanda por cuidados específi cos. Ainda que pareça evidente, é interessante mostrar às crianças que a principal responsável pelo surgimento de uma planta como o girassol é a semente. Ressalta-se que o potencial fl or já reside na semente. Porém, deve-se conscientizá-las que alguns cuidados são imprescindíveis para o desenvolvimento pleno.

Isso feito, pergunta-se aos alunos o que eles consideram como os principais problemas existentes no mundo atual e que resultam em coisas ruins para o ser humano. Indaga-se também o que eles julgam poder fazer para solucionar tais problemas e se eles acreditam que os estorvos serão resolvidos rapidamente, como se fora um “passe de mágica”. Frente à provável resposta negativa, estimula-se uma refl exão sobre a necessidade de ativa participação no processo de mudança, bem como sobre a consciência de que tudo o que fi zermos levará um tempo para mostrar resultados, assim como a semente leva um tempo para germinar.

Para fi nalizar a atividade, entregam-se para cada um dos alunos duas sementes de girassol para plantarem em suas casas, com todo cuidado que a planta requer para seu pleno desenvolvimento. É uma atividade que permite um processo de acompanhamento que favorece uma discussão continuada, uma ação a posteriori, visto que os primeiros resultados do plantio somente aparecerão após aproximadamente três meses. Com isso, o educador pode também estimular o interesse pelo processo de desenvolvimento da planta e, como resultado, obter interação da sala de aula em sua prática educacional diária, atendo-se tanto em estimular o sucesso da experiência quanto proporcionar o conforto e acolhimento nos casos de eventuais malogros.

Interdisciplinaridade: Ciências, língua portuguesa, matemática, geografi a, artes, noções de física e química.

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Atividades

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Eixo transversal: Diversidade, multiculturalismo, solidariedade, cidadania, ética, conscien-tização ambiental, processos de sustentabilidade.

Apoio à formação do professor:

FilmesMandadayo (1993), de Akira Kurosawa, 135 min.Entre o Inferno e o Profundo Mar Azul (Between the Devil and The Deep Blue Sea, 1995), de Marion Hänsel, 92 min.Nenhum a Menos (Yi Ge Bu Neng Shao, 1999), de Zhang Yimon, 106 min.A Educação de Pequena Árvore (The Education of Little Tree, 1997), de Richard Friedenberg, 115 min.

MúsicasCD Um Som − Música As Árvores, de Arnaldo Antunes e Jorge Bem Jor: BMG, 2002.CD Unplugged - Música A Paz, de Gilberto Gil: WEA, 1994.CD O Eterno Deus Mu Dança - Música O Eterno Deus Mu Dança, de Gilberto Gil: WEA, 1989.CD Alumbramento - Música Lambada de Serpente, de Djavan: EMI-Odeon, 1980.CD Milton & Chico - Música O Cio da Terra, de Chico Buarque e Milton Nascimento: Polygram, 1977.

Sítioshttp://www.unicef.org/brazil/jomtien.htmhttp://www.greenpeace.org.brhttp://www.clubedoprofessor.com.br/atualizado/portais/index.htmlhttp://www.unirede.br

Bibliografi aALENCAR, C.; GENTILLI, P. Educar na esperança em tempos de desencanto. Petrópolis: Vozes, 2003.APPLE, M. Ideologia e currículo. São Paulo: Brasiliense, 1982.______. Educação e poder. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.ARIES, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.BOBBIO, N. O futuro da democracia: uma defesa das regras do jogo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.______. O conceito de sociedade civil. Rio de Janeiro: Graal, 1987.______. A era dos direitos. São Paulo: Campus, 1992.BRANDÃO, C. R. (Org.). A questão política da educação popular. São Paulo: Brasiliense, 1980.______. O educador: vida e morte. 5. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1984.

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Histórias de Aprender-e-ensinar para mudar o mundo

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