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HISTÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL Estudo do meio – n o 1 História – Prof.Caco 6 o ano – 2011 Ensino Fundamental 2 Nome:_____________________________________________________________ Nº: _______ Data: _______/ _______/_______

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HISTÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL

Estudo do meio – no 1

História – Prof.Caco6o ano – 2011

Ensino Fundamental 2

Nome:_____________________________________________________________ Nº: _______

Data: _______/ _______/_______

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A sua família guarda algum objeto muito especial que já pertenceu a seus parentes mais an-tigos? Você já pensou em guardar alguma coisa para mostrar aos seus filhos no futuro? O que você guardaria de lembrança?

Veja um exemplo de como um objeto, passando de uma geração a outra, adquiriu significado para a família da autora:

“Quando minha filha nasceu, minha mãe tirou de uma mala velha um pacotinho embrulhado em papel de seda e me deu de presente. Era um camisolão, uma roupinha para bebê feita de tecido branco fino, adornada de renda e bordada com flores azuis e rosas muito delicadas. Como ela era muito comprida e cobria os pés do bebê, chamavam-na de camisolão. Era uma peça de roupa que, desde a minha bisavó, era usada no batizado das crianças da família. O camisolão tinha quase oitenta anos! Uma peça que lembrava muitas gerações (meus parentes antigos). Agora o camisolão era meu e cabia a mim guardá-lo até o dia de entregá-lo para o batizado de meu neto. Quanto vale aquele camisolão? Vale muito mais do que o dinheiro pode pagar: é uma riqueza familiar que guarda muitas lembranças. Toda a nossa família tem, além do parentesco, outra forte ligação: todos nós vestimos o camisolão de batismo. Ele é um patrimônio da família.”

O primeiro troféu que seu time ganhou é também um patrimônio? E uma festa folclórica típica da cidade, um campeonato que se realiza há muito anos, uma estátua comemorativa erguida em sua escola?

Patrimônio é um bem importante pra uma pessoa ou um grupo de pessoas. É uma riqueza que nós recebemos de herança. Ele conta a história da sociedade em que vivemos, ele nos traz recordações do passado e nos faz sentir unidos por um sentimento comum. Nós o recebemos e devemos tomar cuidado para protegê-lo por que, mais tarde, vamos entregá-lo a nossos descendentes. E ninguém vai querer receber um patrimônio destruído.

Os documentos e as lembranças da nossa História formam o patrimônio histórico e artístico nacional. Entre eles incluem-se documentos escritos e audiovisuais, casas, edifícios, praças, monu-mentos, obras de artes, espaços da cidade e outros locais de significação histórica e social para a nação. Podem estar protegidos nos arquivos, nas bibliotecas ou nos museus. Podem também estar exposto ao ar livre, como uma estátua, uma placa comemorativa ou restos de uma construção.

E por que esse patrimônio é nacional?É nacional porque pertence a todos os brasileiros. Guarda a memória e a história que nos dão

iden tidade. Ninguém pode estragar, sujar ou quebrar um patrimônio porque ele não é seu, ele é nosso.

E se alguém pichar um bem do nosso patrimônio? Quem é responsável pela sua preservação?Existem leis que protegem o nosso patrimônio e que consideram infratores aqueles que o des-

troem. Todos nos temos o dever de cuidar de sua preservação, não sujando nem danificando esse bem. O órgão federal que cuida do patrimônio brasileiro é o Iphan — Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Há também organismo semelhante nos governos estaduais. No estado de São Paulo, por exemplo, há o Condephaat — Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado.

E o que é patrimônio universal? Quem cuida dele?O patrimônio universal reúne bens que são importantes para toda a humanidade e não somente

para a nação. A Unesco — Organização das Nações Unidas para Educação, Ciências e Cultura —,

HISTÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL

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um organismo internacional, seleciona em muitos países os locais que merecem ser considerados como patrimônio histórico e ecológico mundial. Em 1999, cerca de 552 locais, em 111 países e 4 territórios, receberam esta denominação. Os países que os possuem comprometem-se a mantê-los intacto para as futuras gerações. Se necessário, eles solicitam auxílio financeiro e técnico da Unesco para as ações de pesquisa e conservação.

O Brasil tem bens que fazem parte do patrimônio universal?

No Brasil, a Unesco declarou como patrimônio histórico e ecológico mundial:

• Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí;• Parque Nacional de Iguaçu, Paraná;• Parque Nacional e Turístico do Alto Ribeira (Petar), São Paulo;• Complexo Estuário-Lagunar de Iguape — Cananéia — Paranaguá (Lagamar), São Paulo;• Costa do Descobrimento (Porto Seguro, Arrial d’Ajuda e Trancoso), Bahia;• Pelourinho, Salvador, Bahia;• Sítio de São Miguel das Missões, Rio Grande do Sul;• Santuário de Bom Jesus de Matozinhos, Congonhas, Minas Gerais;• A cidade de Brasília, Distrito Federal;• Ouro Preto, Minas Gerais;• Diamantina, Minas Gerais;• Olinda, Pernambuco;

• Centro histórico de São Luiz, Maranhão.

E saiba que no dia 17 de agosto comemora-se, no Brasil, o Dia do Patrimônio!Fonte: História em documento, Joelza Éster Rodrigues – Editora FTD

Consulte em mais um dicionário a palavra “patrimônio”.

Patrimônio:

Dicionário:

“Patrimônio cultural é o conjunto de bens móveis e imóveis existentes no país cuja conservação seja de interesse público quer por sua vinculação a fatos memoráveis, quer pelo seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico” Decreto-lei no 25, promulgado durante o Estado Novo no Brasil.

“Outra aplicação do conceito aponta para a necessidade de não se considerar como objeto de prática patrimonialista apenas as obras do homem, os monumentos e edificações urbanas, mas também, seguindo a ascendência do movimento ecológico, espaços naturais como bosques, matas, reservas de água, a fauna, etc. (patrimônio ambiental)”. Teixeira Coelho.

Patrimônio: latim/patrimoniu: quaisquer bens materiais ou morais, pertencentes a uma pessoa, instituição ou coletividade.

Michaelis, Moderno Dicionário da Língua Portuguesa.

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Explique com o seu próprio vocabulário o que compreendeu sobre o significado de Patrimônio Cultural.

Patrimônio Cultural:

O que são bens materiais e imateriais?

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O que são bens móveis e imóveis?

O que é um tombamento?

Defina CONDEPASA:

Defina CONDEPHAAT:

Defina IPHAN:

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Para a realização dessa ficha você poderá consultar:• o seguinte endereço eletrônico: http://www.cei.santacruz.g12.br/~6ano/edm.

Cite:

Três bens tombados pelo CONDEPASA: 1o

2o

3o

Três bens tombados pelo CONDEPHAAT na cidade de Santos:

1o

2o

3o

Três bens tombados pelo IPHAN na cidade de Santos:

1o

2o

3o

Por que devemos conservar um Patrimônio Público? Explique a importância da preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro.

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FONTES HISTÓRICAS

Aquilo que chamamos de documentos históricos ou fontes históricas não é necessariamente produzido pelos homens com o objetivo de deixar testemunhos para aqueles que viverão no futuro. É verdade que, em muitos casos, documentos como diários, memórias e outros registros, são produzidos com a intenção declarada de deixar testemunhos. Mas são os pesquisadores que, ao estudarem um determinado assunto, recorrem aos registros produzidos pelos homens, atribuindo-lhes um sentido, um significado.

E quais seriam os diferentes tipos de documentos históricos?

Da esquerda para a direita: no alto, cachimbo encontrado na Serra da Barriga (AL); escultura de Veiga do Vale, representando Nossa Senhora do Bom Parto, Museu de Arte Sacra de Goiás Velho (GO); capa da Revista Ilustrada, de novembro de 1889; o senador paulista Eduardo Suplicy concedendo entrevista.

Escritos: Os indivíduos se utilizam da escrita para expressar suas idéias, sentimentos, impressões e conhecimentos. Ao escrever essas experiências, transformam o seu registro em documento. Para estudar a história dos homens, podemos utilizar vários documentos escritos, como por exemplo, certidões de casamento, de nascimento, letras de canções, cartas, periódicos (jornais e revistas), contratos, registros contábeis, livros ou textos escritos nos mais diversos tipos de material (papel, pergaminhos, argila, etc.), etc.

Visuais: Uma outra forma de o homem fazer o registro de sua história é através de imagens. Podemos representar as idéias, os objetivos, as pessoas e os acontecimentos em forma de desenhos, esculturas, pinturas ou fotografias. Existem formas de representação que unem a imagem e a escrita, como as histórias em quadrinhos, e outras que unem a imagem e a fala, como filme ou documentários.

Orais: Nas sociedades que não usam a escrita, a história das pessoas é recriada a partir da tradição oral. Os mais velhos contam para os mais novos sobre a origem de seu povo e as experiências de seus antepassados. A memória das pessoas é valioso documento para pesquisar histórias de outros tempos.

Mas mesmo sociedades que conhecem a escrita podem se utilizar da oralidade como forma de registrar algo sobre o modo de vida de grupos sociais ou comunidades (por exemplo, por meio de entrevistas gravadas).

Sonoros: São as músicas e ritmos em geral, que também informam sobre o modo de vida do homem de determinada época.

Cultura material: Brinquedos, ferramentas, roupas, móveis e utensílios domésticos, entre outros, também são documentos que nos fornecem informações sobre o modo de vida dos homens. Incluem-se também nessa cultura os monumentos arquitetônicos e as construções em geral.

Bibliografia: Montellato, Adrea Rodrigues Dias. História Temática, Tempos e Culturas, 5ª série, SP, Seipiome, 2000.

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A escavação possibilitará a evidenciação (ataque horizontal) do material arqueológico, dando “ênfase à representatividade, no presente, das referências socioespaciais do passado” (Santos, 1995, p. 109).

Dentre outros elemenos, a presença de paredes de pedras em ruínas com argamassa de cal e conchas, as seteiras, os fragmentos de tachas de cobre e formas de pães-de-açúcar, além do fosso 1, atestam a construção e a ocupação do sítio São Jorge dos Erasmos a partir do século XVI, e evidenciam um alto potencial arqueológico, comprovando a necessidade urgente do prosseguimento dos trabalhos, principalmente nos setores A, B, C e Q, após o escoramento das paredes e a estabilização dos taludes, ns setores D, H e I.

A continuidade dos trabalhos de escavação torna-se imprescindível para alcançar os seguintes objetivos:

• levantamento de outros testemunhos do século XVI que possibilitem a determinação do modelo de engenho construído;

• delinear e/ou reconstruir as linhas essenciais das condições socioeconômicas e cotidianas de um engenho de açúcar no Brasil Colonial;

• subsidiar os trabalhos de consolidação e revitalização da área, tendo em vista a futura implementação de projetos educacionais e museológicos que divulguem os conhecimentos obtidos com as pesquisas arqueológicas.

ARQUEOLOGIA: ENGENHO DOS ERASMOS

Engenho São Jorge dos Erasmos: Prospecção Arqueológica, Histórica e industrial Margarida Davina Andreatta (*)

Na pesquisa do sítio São Jorge dos Erasmos, em sua fase de Prospecção Arqueológica, Histórica e Industrial, foram identificadas as áreas de maior potencial arqueológico para que nesses locais sejam realizados, dentro do possível, trabalhos de escavação e evidenciação das demais estruturas (alicerces) do engenho original

(Figura 21)

Figura 21 – Engenho São Jorge dos Erasmos – ruínas evidenciadas – 1996

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NOTAS

1) No decorrer dos trabalhos arqueológicos, o interesse pela continuidade da pesquisa arquivística levou os pesquisadores a contatar, através da Internet, o historiador português Alberto Vieira, da cidade de Funchal, Ilha da Madeira, a fim de obter mais informações e dados sobre os engenhos de açúcar (o “ouro branco”, como era chamado no século XVI). Desse contato, recebemos publicações referentes ao tema.

2) A prospecção arqueológica foi tema de mestrado de Fernanda Maria Felipe dos Anjos, apresentado ao Museu de Arqueologia e Etnologia da USP sob a minha orientação e com o título: “O Caminho do Açúcar. Cotidiano, Trabalho e Cultura Material: a Circulação da Produção nas Ruínas do Engenho São Jorge dos Erasmos (Século XVI)”.

3) Agradecimentos ao Museu Paulista e à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP pelo apoio financeiro que permitiu o desenvolvimento da primeira fase da pesquisa arqueológica.

(*) Margarida Davina Andreatta é arqueóloga do Museu Paulista-USP e coordenadora do Projeto de Pesquisa Interdisciplinar Engenho São Jorge dos Erasmos - Santos - SP.

Detalhe da Figura 21– Engenho São Jorge dos Erasmos – ruínas evidenciadas – 1996

Detalhe da Figura 21– Engenho São Jorge dos Erasmos – ruínas evidenciadas – 1996

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Brás Cubas lê o foral de vila, documento régio que eleva Santos à categoria de vila. Detalhe de quadro em formato mural existente no prédio da Bolsa do Café de Santos, mostrando a fun dação da Vila de Santos em 1545.

Tela de Benedito Calixto

Nascido em 14 de outubro de 1853 na cidade de Itanhaém, litoral sul do Estado de São Paulo, Benedito Calixto realizou uma imensa obra, ainda não catalogada, através do patrocínio de institui-ções oficiais, da Igreja e pela encomenda de particulares.

Sua primeira exposição aconteceu em São Paulo, em 1881, no Salão Nobre do Jornal Correio Paulistano, com boa aceitação da crítica. Neste mesmo ano fixa residência em Santos, onde ganha no-toriedade ao executar as pinturas do teto do Teatro Guarani, Calixto recebe o convite, através do Visconde de Vergueiro, para realizar estudos na França. Em janeiro de 1883, partiu para Paris onde perma-neceria por mais de um ano freqüentando o atelier de Jean François Raffaelli e posteriormente a Academia Julien.

Retornando ao Brasil, reside em Santos, posteriormente na Capital (realizando várias exposições) e em 1894 volta ao litoral, para a cidade de São Vicente, de onde não mais se afastaria até sua morte em 31 de maio de 1927. Mesmo com uma produção ar-tística frenética, Benedito Calixto dedicou-se também ao ensino da pintura e aos estudo históricos.

Para a pesquisadora Maria Alice Milliet de Oliveira, “as pinturas de Calixto são testemunhos de um momento de transição passagem do século XIX ao XX – quando neste Estado tem início o processo de modernização ainda hoje em curso, gerador de transformações radicais nas cidades, no campo e no litoral. A precisão no registro de visitas onde a arquitetura comparece, de panorâmicas das cidades e seus confins, de paisagens litorâneas remete a um passado recente, revelando cenário hoje quase irreconhecíveis. Com estranhamento vemos estes quadros como são vistos retratos da infância, como lugares revisitados após longa ausência, como relatos de avós. Tempo congelado em imagens surpreendentes na constatação de que assim foi”.

Fonte: FUNDAÇÃO PINACOTECA BENEDITO CALIXTO

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Benedito Calixto

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“Três fatores nortearam a vida de Calixto: o mar, a família e a história. Três fatores que lhe condicionaram o amor: à eles Calixto dedicou sua vida e perdeu-a, por fim, intoxicado pelas tintas que usava no seu trabalho (...) Quando foi à Europa, experimentou pintar, de memória, as suas que-ridas praias, mas não obteve a aprovação dos seus mestres franceses (...) Calixto preferiu voltar”.

“Como historiador, representa Calixto uma fase da história de São Paulo. Pintou diversas telas, escreveu artigos em jornais, publicou memórias sobre São Paulo, Santos, São Vicente, Itanhaém e São Sebastião. Deixou ainda em seu arquivo particular trabalhos inéditos, que são gloriosa fonte de informações sobre nossa Terra e nossa Gente”.

“Calixto não só sempre procurou inspiração brasileira de feição notadamente paulista, como também foi pesquisá-la no nosso passado histórico, tanto que os críticos divergem em suas opiniões, se ele foi um grande pintor ou um grande historiador. Para bem compreendê-lo, cumpre considerá-lo simultaneamente nas suas feições de pintor-historiador e de historiador-pintor”.

João Calixto

Martim Afonso no Porto de Piaçagüera. A

caminho de Pirati ninga (onde em 25 de janeiro

de 1554 seria fundada a cidade de São Paulo de

Piratininga, atual São Paulo), Martim Afonso

desem bar cou no Porto de Piaçagüera (área no

município paulista de Cubatão) em outubro de

1532, conforme retratado em óleo de Benedito

Calixto existente no Palácio São Joaquim, no

Rio de Janeiro, parcial mente Reproduzido:

BIBLIOGRAFIA

• ANDREATTA, M. D. Projeto de Pesquisa Interdisciplinar Engenho São Jorge dos Erasmos - Relatório de Atividades, Prospecção Arqueológica. São Paulo, FFLCH/Museu Paulista - USP, 1996-97.

• CORDEIRO, J. P. L. O Engenho São Jorge dos Erasmos. São Paulo, Nacional, 1945.

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LINHA DO TEMPO – CIDADE DE SANTOS – ESTUDO DO MEIO

O Brasão de Armas simboliza a Ciência e a Navegação. O caduceu de Mercúrio faz referências ao Comércio.“À PATRIA ENSINEI A CARIDADE E A LIBERDADE”

1500 – Cabral chega ao Brasil – Navegação.

1531 – Expedição Martim Afonso de Souza marca o início da colonização.

1532 – Fundação de São Vicente, primeira Vila brasileira. Um pedaço de história no alto dos Barbosas O Morro dos Barbosas abriga uma parte fundamental

para a história de São Vicente. O terreno onde hoje está situado um Hotel abriga o espaço da primeira fazenda e vinícola do País, implantadas no início da colonização portuguesa. A chegada de Martim Afonso de Souza em 1532 à Ilha de São Vicente foi assim imaginada pelo pintor Benedicto Calixto (que supôs corretamente o desembarque diretamente no lado onde surgiria a povoação de São Vicente, apesar de alguns historiadores de sua época sustentarem que na realidade esse desembarque teria ocorrido nas proximidades da Ponta da Praia, em Santos). Este é um detalhe do quadro “Fundação de São Vicente”, exposto no Museu Paulista (conhecido como Museu do Ipiranga), na capital paulista:

Produção açucareira

Martim Afonso começou

agroindústria em 1532

Benedicto Calixto

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1534 – Construção do Engenho dos Erasmos.

Primeiros Engenhos de Santos

1532 – “Engenho da Madre de Deus” – fundado por Pero de Góes (no atual morro das Neves). 1533 – “Engenho de São João” – fundado por José Adorno (em Santos, altura da atual Praça

Rui Barbosa ou Largo do Rosário). 1534 – “Engenho do Governador” ou “do Trato”, mais tarde “de São Jorge dos Erasmos” –

fundado por iniciativa de Martim Afonso, de parceria com João Veniste, Francisco Lobo e Vicente Gonçalves (em Santos)

1560 – “Nossa Senhora da Apresentação” – fundado por Gonçalo Affonso, na ilha de Santo Amaro (Rio Curumahú).

1565 – “Engenho de Santo Amaro” – fundado por Estevão Raposo (na ilha de Guaybe, ou Santo Amaro).

1570 – “Engenho de Santo Antonio” – fundado por Antonio Fernandes junto à Igreja de Santo Antonio de Guaybe (fronteiro à Bertioga).

1590 – “Nossa Senhora do Pilar” – fundado pela Cia. de Jesus (ao fundo do Rio Itapanhaú).

1550 – Vila do Porto de Santos, instalou-se a Alfândega. Porém, foi o primeiro porto brsaileiro a ser utilizado no comércio com outras nações, a partir de 1507.

1580 – Espanha ocupa Portugal – União das Coroas Ibéricas.

1538 – Primeiros escravos africanos chegam ao Brasil.

1546 – Brás Cubas – Fundação da Vila de Santos.

Fundação de SantosBenedicto Calixto

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1584 – Fortaleza da Barra.

1640 – Portugal volta a se tornar independente da Espanha. Construção da Igreja de Santo Antônio do Valongo.

1822 – Independência do Brasil. Café: principal produto agrícola do país, superando os demais produtos, como o açúcar,

tabaco, algodão e cacau. De 1830 até o fim do século, o café foi o principal produto exportado pelo Brasil.

1831 – D. Pedro I abdica do trono.

1843 – D. Pedro II assume o poder.

1850 – Extinto o tráfico de escravos.

1865 – Casa da Frontaria Azulejada.

1589 – Construção da capela de Nossa Senhora de Monte Serrat, padroeira da Catalunã, Espanha.

Início do século XX

1867 – Inauguração da Estação do Valongo.

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1888 – Lei Áurea, abolição da escravidão, 13 de maio.

1889 – Proclamação da República, 15 de novembro.Muito ainda precisa ser pesquisado sobre a história da escravatura negra no Brasil e particularmente em Santos. A comunidade santista se destacou inclusive pelo papel desempenhado pelas mulheres, que abrigaram escravos fugidos nos quintais de suas residências, impedindo sua recaptura, num trabalho abolicionista pioneiro no Brasil.Grandes nomes do Abolicionismo militaram em terras santistas, onde também ocorreram episódios bastante curiosos na luta contra os escravocratas. Como um espetacular resgate de escravos ocorrido no bairro do Valongo, em que a população santista simulou uma grande briga de rua, enquanto os cativos eram subtraídos ao controle da força policial paulistana (que ia levá-los de trem para a capital) e colocados a bordo dum navio francês que os deixaria a salvo num porto do Norte do País.

1892 – O marco oficial da inauguração do Porto de Santos é 2 de fevereiro de 1892, quando a então Companhia Docas de Santos – CDS, entregou à navegação mundial os primeiros 260 m de cais, na área, até hoje denominada, do Valongo. Naquela data, atracou no novo e moderno cais, o vapor “Nasmith”, de bandeira inglesa.

Benedicto Calixto, 1869 1870

1892 1892 1892

Esta imagem é do cais da ferrovia São Paulo Railway, no bairro do Valongo, vendo-se o desembarque de mercadorias direto dos navios a vela para os vagões, em 1877 (a ferrovia entre Santos e São Paulo fora inaugurada dez anos antes, em 1867).

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EXPORTAÇÃO DO CAFÉ NO PORTO DE SANTOS

O CAFé E A ImIGRAçãO Em SAntOS

Há muito por ser estudado tanto em relação às colônias de imigrantes no litoral paulista como sobre o papel que eles exerceram na transformação cultural e até física das cidades em que se instalaram. Nesse aspecto, Santos é o centro das atenções, em função do porto em que desembarcaram vindos da Europa e do Japão, e mesmo onde continuaram trabalhando, na época em que se manteve no auge a exportação do principal produto agrícola que motivou o Brasil a incentivar a vinda desses estrangeiros: o café.

Imigrantes empregados na estiva do café, no porto santista: até 320 kg (6 sacos) nas costasFoto: cartão postal da primeira metade do século XX

1900 – Herança da época áurea das exportações de café pelo porto santista, e uma das primeiras casas não-geminadas de Santos, a edificação que abriga a Pinacoteca Benedito Calixto desde o final do século XX tem detalhes arquitetônicos clássicos misturados com art nouveaux. Situada na Av. Bartolomeu de Gusmão, e conhecida como Casa Branca da praia, pertenceu à família Pires. Esta foto, de 1998, são da Prefeitura Municipal de Santos:

Rua Quinze de Novembro (na época denominada Rua Direita) vista da Rua Dom Pedro II em direção à Rua Frei Gaspar, em foto publicada em janeiro de 1902 por José Marques Pereira. O segundo bonde está na esquina com a Rua Riachuelo:

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A rua, por volta de 1910, em cartão postal da época, quando era crescente o número de bancos ali instalados, como o Brasilianishe Bank für Deutschland, que ocupava o primeiro prédio à esquerda:

1912 – Fundação da Vila Belmiro.

OS PRImEIROS JOGOS

No dia 15 de setembro de 1912, o Santos F.C. venceu sua partida de estréia pelo placar de 3 a 0 contra o Santos Athletic Club, mais conhecido como Clube dos Ingleses. Este hoje é uma das agremiações mais tradicionais da cidade, porém não atua mais no futebol. O primeiro gol oficial da história do clube foi marcado por Arnaldo Silveira. Em 1913, a Liga Paulista de Futebol convida o Santos F.C. para disputar o campeonato estadual, que seria a primeira competição oficial disputada pelo clube. No dia 1º de junho de 1913 aconteceu a estréia em competições oficiais, contra o Germânia. Placar: 8 x 1 para a equipe do Germânia. Algumas semanas depois, no dia 22 de junho, surgia o que seria uma das maiores rivalidades do estado. A equipe da baixada vence o Corinthians, em pleno Parque São Jorge, pelo placar de 6 a 3.

1914 – Criação da Bolsa Oficial do Café.Uma bomba de gasolina na rua, a primeira na América do Sul, foi instalada em 1919 defronte ao que seria depois o Atlântico Hotel, na esquina da Avenida Ana Costa com a praia, pelo proprietário de uma frota de táxis, Antônio Duarte Moreira.

1922 – Inauguração do novo edifício da Bolsa Oficial do Café.

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1931 – Com a inauguração – em março de 1931 – da iluminação noturna em seu estádio, o Santos Futebol Clube ganhou a condição de realizar jogos à noite.

Na década de 40, depois de saneada a cidade com a construção dos canais, começava a ocupação intensiva da orla marítima pela classe média-alta paulistana. Em lugar dos casa-rões típicos dos anos 30, surgiam os primeiros arranha-céus, como o Paulistania e o Belmar, registrados neste cartão postal da época e situados na Avenida Vicente de Carvalho (onde os trilhos do bonde ainda corriam paralelos, sem o canteiro central divisor de pistas), entre o canal 3 e a Avenida Conselheiro Nébias. Em primeiro plano, o Paulistania foi erguido na esquina da avenida praiana com a Rua Pindorama (que nesse ponto se une com a Avenida Washington Luiz, e seu canal 3, vistos à esquerda):

Imagem enviada a Novo Milênio por Ary O. Céllio, de Santos/SP

Esta foto, de 15 de agosto de 1958, feita pela perícia técnica da Polícia, mostra um acidente automobilístico na área correspondente ao KM 63 da Via Anchieta, na entrada da cidade de Santos.

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Esta estrada foi construída e planejada com o objetivo de servir como amplo corredor de exportação entre o maior complexo industrial e o maior porto da América Latina. A econo-mia de São Paulo e de vários outros estados depende em grande parte da Imigrantes, já que a Via Anchieta se encontrava próxima da saturação, devido ao desenvolvimento paulista e brasileiro de uma forma geral. A 23 de janeiro de 1974, era inaugurado o primeiro trecho, ligando São Paulo ao alto da Serra, com uma extensão de 30,5 quilômetros.

PRéDIOS tORtOS

Eles chegam a assustar. Não é raro ver as pessoas apontando e comentando que um dia vão cair. De uma certa forma, até viraram atração turística, uma vez que não são encontrados com tanta freqüência, com exceção da Itália, que tem a Torre de Pisa. Os prédios tortos da orla da praia já são nossos antigos conhecidos. Ao passearmos pela praia, especialmente se for na beira do mar, podemos perceber suas acentuadas inclinações. Até temos o Bar do Torto, na esquina do Canal 4, apelidado por ficar num edifício na mesma condição. O problema, que já vem sendo resolvido com o trabalho de recolocar os prédios em seu devido lugar, é decorrente de fundações pouco profundas utilizadas nas décadas de 40, 50 e 60. Elas eram apoiadas na areia, a primeira camada do solo, mais resistente, porém com pouca profundidade (média de 7 metros), principalmente entre os canais 3 e 6, onde se concentra a maioria dos prédios tortos. Abaixo da areia, vêm as grandes camadas de argila marinha (30 a 40 metros) que, com o peso da carga das construções, provocaram os desvios. Na orla santista, há cerca de 90 edifícios com esta característica. Há indícios de que seja o único caso em todo o Brasil. No mundo, pode se achar algo semelhante no México. O que se encontrava em pior situação, o Núncio Malzoni, no Boqueirão, com aproximadamente 2,3 graus de desvio, já está em fase de obras que vão corrigir o desaprumo. Estacas de 60 metros de profundidade puxarão as colunas do edifício e corrigirão a inclinação de uma de nossas torres de pisa.

Fonteshttp://www.novomilenio.inf.br/baixada.htmlhttp://alegracentro.com.brhttp://www.portodesantos.com.brhttp://www.monteserrat.com.brhttp://www.vivasantos.com.brhttp://www.usp.br/prc/engenho

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