História do Nelore parte 2

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Conheça mais sobre a História do Nelore e seus pioneiros. Como tudo começou no Brasil e também um pouco da pecuária atual da Índia.

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História do NeloreParte 2

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ÍNDICE Introdução

D. Pedro I, Henrique Hermeto C. Leão

Elias Antônio de Morais

Os Clemente Pinto

Manoel Ubelhart Lemgruber

Octacílio Lemgruber

Geraldo Soares de Paula

Joaquim Carlos Travassos

Manoel de Souza Machado

Octávio Ariani Machado

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ÍNDICE Pedro Marques Nunes

Vicente Rodrigues da Cunha e Olinda Arantes Cunha

José da Silva

Theodoro Eduardo Duvivier

Pylades Prata Tibery

Encerramento do Ciclo das Importações

Pecuária da Índia nos dias de hoje

Referências

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INTRODUÇÃO

Neste eBook serão abordados os principais

pioneiros do Zebu no Brasil. Contaremos a

histórias desses personagens importantes e suas contribuições para

a Pecuária Brasileira atual.

Tema abordado

Objetivos

Transmitir informação, conhecimento e

cultura para todos os internautas, de forma

clara e concisa. Divulgar o passado e a

evolução das raças Zebuínas e os

principais responsáveis pela introdução e desenvolvimento desses animais no

Brasil.

Boa leitura!

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Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 1

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D. Pedro I – Faz. Imperial de Santa Cruz (RJ):Estabeleceu por volta de 1826 o primeiro plantel Zebuíno no Brasil. Os animais foram importados da região do Nilo, na África, possuíam uma pelagem negra e porte pequeno. Os produtos que saíam dessa fazenda e levados para outras criações, cruzavam com os crioulos, originando o gado “China”.

Henrique Hermeto C. Leão “Barão do Paraná” – Faz. Lordelo (Porto Novo do Cunha – Vale do Paraíba): Era muito reconhecido por todos e recebeu prêmios devido suas descobertas. Por muitos anos se dedicou a regeneração do gado brasileiro. Ele selecionava o gado indiano, cruzava-o com diversas raças, e pode concluir que: “(…) tenho razão em considerar o Zebu como o fortificador ou mesmo o regenerador de qualquer raça de gado nacional ou estrangeiro.”. Ele transformou o Porto Novo do Cunha em uma das melhores fontes de onde sairiam reprodutores para os mais diversos pontos do Brasil.

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Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 1

Elias Antônio de Morais “2º Barão de Duas Barras” – Faz. Ribeirão (Cantagalo):Em 1870 promoveu a vinda de um dos primeiros touros da raça Guzerá para o Brasil. A fazenda Ribeirão foi um dos núcleos mais antigos de criação de que se tem notícia. Participou de todas as iniciativas a favor do Zebu, divulgando sempre suas vantagens e participando das antigas exposições. Vendeu um lote de novilhas, com o reprodutor Gladiador, constituindo um dos fundamentos do rebanho da fazenda Itaóca, em Boa Sorte, do selecionador João de Abreu Junior.

Foto: Baluarte, um dos maiores genearcas do passado. Tem seu sangue em numerosos rebanhos localizados em diferentes regiões do território nacional, no Paraguai e na Argentina. Nascido na Fazenda Indiana, pertenceu ao Ministério da Agricultura e serviu por muito tempo no rebanho Santa Aminta.Fonte: Livro o Nelore.

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Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 2

Os Clemente Pinto – Faz.Areias, Boa Sorte e Aldeia:Antônio Clemente Pinto e seu irmão Bernardo Clemente Pinto, filhos do primeiro barão de Nova Friburgo, Antônio Clemente Pinto, eram agricultores na região de Cantagalo e formadores da firma Friburgo & Filhos no Rio de Janeiro. Realizaram importantes feitos na história do Brasil, como estradas de ferros, palácios e libertação de seus escravos. Os Clemente Pinto promoveram algumas das mais antigas importações de Zebus para introduzi-los em suas fazendas e em 1887 a firma Friburgo & e Filhos tornou-se importadora de gado da Índia. Seus rebanhos deram origem a novos núcleos de criação.

Foto: O Cel. Manoel Ubelhart Lemgruber, um dos grandes pioneiros do Zebu no Brasil, com o touro de nome Piron, premiado em 1906 e pai do reprodutor Louro, campeão de 1922.Fonte: Livro O Nelore.

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Manoel Ubelhart Lemgruber – Faz. Santo Antônio (Sapucaia – RJ):Em 1878 em uma viagem para a Europa, conheceu o zoológico de Hamburgo, um dos poucos lugares em que, no passado, eram encontrados reprodutores de algumas raças de gado indiano.

Como sua propriedade ficava entre Cantagalo e Porto Novo do Cunha, onde haviam chegado os primeiros Zebus importados, ele procurou estudar bem os representantes do Bos indicus, e gostara muito do Nelore. Em 1878 chegou ao Brasil um pequeno grupo dessa raça que ele encomendou da Índia, chefiado pelo touro Hanomet. Com a finalidade de possuir linhagens diferentes, encomendou de uma região distinta do grupo anterior, outro grupo de Nelore, que chegou ao Brasil em 1880, com o reprodutor Nero. E em 1883 desembarcou no Rio de Janeiro o terceiro lote comprado por ele, com o reprodutor Castor. Sua fazenda foi o mais antigo e famoso centro de criação de gado Nelore no Brasil, e o Francisco Machado Marcondes e Augusto Lopes de Carvalho iniciaram as suas criações da raça a partir do rebanho de Manoel.

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Os principais pioneiros do

Zebu no Brasil: Parte 2

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Octacílio Lemgruber – Faz.São José (Carmo – RJ)A linhagem iniciada por Manoel Lemgruber foi continuada pelo seu filho Flávio Lemgruber e seu primo Lorenço Lemgruber (proprietário da Faz. Boa Esperança). Quando este último faleceu, o rebanho passou para seus filhos, e Octacílio, que era selecionador, se destacou entre os irmãos. Ele participou da acidentada exportação de Pedro Marques Nunes, de 1923, para o México.

Levou cerca de 6 meses para comercializar o gado, e ainda ficou detido por uma semana ao tentar passa a fronteira de Laredo, para os EUA. Em 1962 Octacílio faleceu e deixou para seu filho, Paulo Lutterbach Lemgruber, a Faz. São José, a qual possuía 430 cabeças da antiga linhagem Lemgruber e famílias portadoras de sangue de animais importados na década de 60. Esse plantel contribuiu para a formação e ampliação de muitos rebanhos, em diversos Estados.

Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 3

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Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 3

Geraldo Soares de Paula – Faz. Papagaio (Curvelo-MG)O criador Geraldo selecionou e comprou, em 1942, 30 fêmeas e os touros Retaco e Carinho da Faz. Santo Antônio, de Flávio Lemgruber (filho de Manoel Lemgruber). Geraldo adquiriu outros animais da família Lemgruber com o tempo, e chegou a possuir 1.200 vacas e 30 touros, sendo que a maior parte do rebanho era descendente de Castor e Mistério Velho (pai de Caique, que originou o touro Mistério). No começo Geraldo enfrentou dificuldades ao utilizar a linhagem Lemgruber, porque tinha pouca aceitação dessa linhagem no mercado. Porém, a partir de 1970, a situação começou a mudar, havendo crescente procura desse gado, formado por touros altamente fecundos e fêmeas precoces e férteis e de extraordinária habilidade maternal.

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Foto: Reprodutor Piá, filho de importado, crioulo de Flávio Lemgruber, de Sapucaia, tradicional centro de seleção de gado de Ongole.Fonte: O Nelore.

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Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 4

Foto: Reprodutor Monte Alto, campeão nacional em 1939, fundador do rebanho do Instituto de Pecuária da Bahia, era produto da Faz. Bom Gosto, de Octávio Machado.Fonte: Livro o Nelore

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Joaquim Carlos TravassosEra um estudioso e no final do século dezenove produzia trabalhos no campo da agricultura e divulgava na imprensa em algumas revistas rurais. No começo ele não apoiava muito o Zebu, mas como estava sempre frequentando e estudando propriedades, acabou se rendendo e virando um verdadeiro defensor do Zebu. Em 1903 lançou um livro “Monografias Agrícolas”, em três volumes, para ajudar os agricultores fluminenses. Para escrevê-lo, ele estudou, pesquisou e conversou muito, conseguindo fazer uma obra muito inteligente e importante.

No primeiro volume ele analisa detalhadamente as raças indianas: “(…) da existência, na Índia, de inúmeras raças de gado (…) que, conquanto não possam rivalizar com as européias (…) em beleza estética, tem para nós a imensa vantagem da rusticidade e de, pelas condições de clima mais ou menos idêntico, se acharem quase naturalmente aclimadas no País, podendo (…) resistir a parasitas perseguidores, como os carrapatos, os bernes, as moscas (…), o que não sucede com as raças européias (…).”.Além de escrever, Travassos foi intermediário em muitas importações, aconselhando criadores e mostrando as vantagens do Zebu.

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Manoel de Souza Machado – Usina CapimirimEra proprietário da Usina Capimirim, no Recôncavo Baiano. Ele teve contato com Joaquim Carlos Tavassos, e junto com Antônio de Medeiros (editor do “Jornal dos Agricultores”) desenvolvia intensa campanha a favor da entrada do gado indiano para o Brasil. Ele encomendou um casal de Nelore, que veio de Madras (na Índia) com certificado oficial de técnico do Colégio de Veterinária desta cidade, que comprovava que os animais possuíam todas as características da raça.

A vaca recebeu o nome de Araci e o touro de Cacique, e o cruzamento do casal deu origem a Itabira, a primeira bezerra Nelore pura a nascer naquele Estado. Ele manteve por um tempo o cruzamento apenas entre os nelores, conservando puro o núcleo inicial, e depois, para aproveitar melhor o touro importado, cruzou-o com algumas vacas crioulas.

Foto: Garrotes e Novilhas são postos a venda, após ligeiro prepare, sempre enfeitados com colares e pulseiras que refletem a estima dos modestos criadores.

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Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 5

Octávio Ariani Machado – Faz. Bom GostoCom a morte de Manoel de Souza Machado, em 1918, Octávio, um de seus filhos, continuou a criação de gado, recuperando os melhores animais que tinham sido vendido da fazenda de seu pai. Ele manteve os touros Capimirim e Arari, que eram filhos diretos do casal vindo da Índia, em sua fazenda Bom Gosto.Dois anos depois, ele comprou alguns animais da raça Gir e Guzerá do Manoel de Oliveira Prata e Adroaldo Cunha Campos, que foram importados da Índia. Em 1930 Octávio importou os touros da raça Gir, Gandi e Califa e uma reprodutora Nelore, a Índia.

Ele sempre foi muito cuidadoso com para seleção dos reprodutores e lotes de vacas, cruzou Gir com Nelore (mas verificou que os resultados não foram satisfatórios), identificou e selecionou por anos a variedade do Nelore de pelagem vermelha.Seu rebanho foi fonte de animais para formação de diversos outros núcleos, como Instituto de Pecuária da Bahia. Observou-se uma disseminação de seu gado pelo Brasil, como em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.Após sua morte, seu filho Jayme Manoel Vilas-Boas Machado continuou seu trabalho.

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Pedro procurou os melhores núcleos de gado indiano, e optou pelo Nelore. Comprou na fazenda Santo Antônio, de Manoel Ubelhart Lemgruber, dois garrotes (Louro e Satan) e três fêmeas (Rainha, Flor e Fidalga). Um ano depois, em Uberaba, comprou mais 30 reprodutoras dos rebanhos de Manoel Andrade, Geraldino R. da Cunha, Segismundo M. dos Santos, Vicentino R. da Cunha, Armel e Alceu de Miranda.Em 1922, o touro Louro foi classificado em primeiro lugar na raça Nelore e campeão das raças indianas, na grande Exposição Internacional do Centenário.

Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 6

Pedro Marques Nunes – Taubaté – SPFoi um grande selecionador e grande produtor de café. Em 1918 houve uma grande geada que queimou muitas lavouras e pastos, fazendo com que o gado sofresse muito, e logo em seguida ocorreu um surto de aftosa, causando assim a morte de muitos animais. Na fazenda de Pedro havia animais das raças europeias e animais mestiços (pelo cruzamento das vacas europeias com o touro anelorado de nome Príncipe), ele então percebeu que boa parte dos seus animais europeus morreram com a falta de alimento e com a doença, e os animais mestiços sobreviveram. Vendo isso, ele decidiu entregar-se a criação de Zebu.

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Em 1930 aproveitou a viagem à Índia de Manoel O. Prata e Francisco R. Lemos, Pedro encomendou os melhores reprodutores da Índia e assim vieram os touros Marajá, Rajá e Sheik. Em 1923, juntamente com alguns parentes, Pedro realizou a exportação de gado Nelore e Guzerá para o México.

Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 6

Mas no caminho, o navio recebeu a ordem de parar em Nova Orleans primeiro, para entregar uma partida de café, o que atrasou muito a viagem, consequentemente a comida não foi suficiente para os animais, e eles passaram fome. Quando chegaram no México, os animais estavam debilitados, fazendo com que o preço deles caísse muito, resultando em prejuízo.Em 1936 vendeu para a Faz. Experimental de Criação do Estado de São Paulo a cabeceira de seu gado.Pedro possuía o maior rebanho de Nelore brasileiro, e o vendeu em 1939 para a Sociedade Indiana Ltda.Foi um selecionador unanimemente reconhecido por criadores e entidades.

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Esses touros serviram as novilhas que Vicente selecionou do rebanho de Geraldino Rodrigues da Cunha e de outros. Iniciou sua criação em em Corumbaiba, em Goiás, e adotou a marca VR. Depois de 8 anos transferiu o rebanho para Pontal de Minas, para intensificar a seleção.Após a morte precoce de Vicente, sua mulher, Olinda, e seu filho único, Torres Homem Rodrigues da Cunha, assumiram a responsabilidade.

Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 7Vicente Rodrigues da Cunha e Olinda Arantes Cunha – VR

Vicente começou a selecionar gado Nelore em 1932, e comprou 3 touros (Bacurau, Manchadinho e Índio) indianos importados por “Nequina” Prata e Ravísio Lemos.

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Em 1943, Torres foi para Bahia e comprou de Octávio Ariani Machado dois excelentes reprodutores, Cacique e Yong. A produção foi muito boa, e satisfeitos com o resultado, adquiriram mais tarde o touro Fab e 10 matrizes. Em 1945, na Exposição Nacional da Água Branca, Torres comprou o touro Ídolo (neto de Marajá).Em 1953, eles fizeram outra grande aquisição, os touros Vigia e Provedor de Octávio Machado.O rebanho VR desenvolveu-se muito, e Torres e Olinda decidiram mandar à Índia o auxiliar José da Silva (“Dico”) e o veterinário José Deutsh, e depois seus filhos Joaquim Vicente Prata Cunha (Tenente) e Vicente Rodrigues da Cunha (Vicentino), para realizaram a compra de reprodutores e matrizes. Foram trazidos 168 animais, incluindo alguns Gir e Búfalos. Os touros importados foram: Kavardi, Bima, Golias, Rastan, Brahmini, Akazamu, Godar. Esses animais iniciaram as mais importantes linhagens de Nelore no Brasil.

Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 7

Foto: Olinda Cunha e Veríssimo Costa Júnior, na festa da despedida do touro Bima, campeão no esporte indiano de arrastar pedra de grande peso. O animal era famoso e estimado em toda a região de Tenali, em Madras, 1962.Fonte: Livro o Nelore.

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Foto:Aspecto da fazenda de Vicente Rodrigues da Cunha, com parte de seu numeroso rebanho de Nelore, em Uberaba.Fonte: Livro o Nelore

Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 7Após a morte de Olinda, os trabalhos continuaram pela ação de Torres e de seus filhos e genros nas diversas fazendas em São Paulo, Minas e Mato Grosso. Foi aberta uma central VR na cidade de Araçatuba, que possibilitou um melhor aproveitamento dos animais raçadores importados.

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Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 8

José da Silva – “Dico”Com apenas 12 anos de idade, em 1939, Dico começou a trabalhar com o gado de Vicente Rodrigues Cunha (abordado no capítulo anterior, 14, desta série), da marca VR.Em 1961 foi enviado à Índia por Torres Homem Rodrigues da Cunha para comprar reprodutores e matrizes de qualidade. Ficou por quase dois anos na Índia vasculhando fazendas, sítios e quintais a procura de animais puros e de boa conformação. Conseguiu trazer para o Brasil, junto com outros membros da família Rodrigues da Cunha, 168 bovinos, caprinos indianos e até galos de briga.

Foto: Em companhia do técnico hindu Khrisna Rao, Dico examina reprodutora indiana, em sua última viagem à Índia.Fonte: Livro o Nelore.

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Primeiro ministro Nehru examinando o famoso touro Kavardi, após receber o título de campeão da Índia, em 1959.Fonte: Livro o Nelore.

Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 8Em 1978 ele retornou à Índia para participar de um grupo de criadores interessados em Bubalinos e Zebuínos, e em 1979 realizou a terceira viagem, para conferir o que ainda existia de bom gado. Confira no vídeo abaixo, o relato da experiência que o próprio Dico conta, acompanhado de raras imagens e vídeos da época da importação:

http://www.youtube.com/watch?v=FAoOXH6vLnA&list=PLYRSfqGnk4Gq5ePnCJBQ7cs7C5YMLY5Ef

Clique Aqui Para Ver o Vídeo

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Theodoro Eduardo Duvivier – Santa AmintaIniciou sua criação em 1931, e durante 40 anos dirigiu pessoalmente sua fazenda e cuidou de seu rebanho da famosa marca Santa Aminta.Para valorizar seu gado, Theodoro divulgava suas ideias por meio de divulgação de estudos, que apresentavam seus pontos de vista e revelava as metas de seu longo e paciente trabalho.

A história deste selecionador pode ser dividida em três partes:1931 – compra dos primeiros reprodutores para formar o rebanho em Petrópolis.1948 – expansão, com a compra de novos reprodutores e o uso de um genearca, Baluarte.1952 – seleção propriamente dita e aperfeiçoamento, tranalhando dentro de um rebanho fechado.

Foto: Olinda Cunha e Veríssimo Costa Júnior, na festa da despedida do touro Bima, campeão no esporte indiano de arrastar pedra de grande peso. O animal era famoso e estimado em toda a região de Tenali, em Madras, 1962.Fonte: Livro o Nelore.

Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 9

Os folhetos começaram a circular nos anos de 1939, 1947, 1956 e 1960 e foram muito importantes para melhorar o conhecimento sobre o Nelore.

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Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 9

Foto: Mística, reprodutora da Fazenda Monte Alegre, que pertenceu a Theodoro Duvivier. Bela representante da raça, notando-se a extraordinária semelhança com sua tri-avó Assembléia, de Lourenço Lemgruber.Fonte: O Nelore.

Ele sempre se preocupou com as características raciais e funcionais do rebanho, apoiando o Registro Genealógico, utilizando constantemente a balança para pesagens periódicas, além do estabelecimento de completa escrita zootécnica. A fazenda se chamava Monte Alegre e se localizava em Três Rios (RJ).Era um constante frequentador das exposições da Água Branca, conquistou diversos campeonatos e prêmios, e por muitos anos os Santa Aminta monopolizaram as primeiras colocações.

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Foto: Baluarte, um dos maiores genearcas do passado. Tem seu sangue em numerosos rebanhos localizados em diferentes regiões do território nacional, no Paraguai e na Argentina. Nascido na Fazenda Indiana, pertenceu ao Ministério da Agricultura e serviu por muito tempo no rebanho Santa Aminta.Fonte: Livro o Nelore.

Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 9

Em 1949, quando o Instituto Agrônomo do Norte decidiu levar animais Nelore para a Amazônia, Theodoro ajudou o técnico Felisberto de Camargo na compra de reprodutores. Ele foi sócio-fundador da Associação do Nelore, e sempre colaborou com as suas Diretorias.Em 1971, ele parou sua atividade de criador, e vendeu seu rebanho para criadores de Londrina, para que eles continuassem a seleção do gado Santa Aminta. Em 7 de junho de 1972, a Associação do Nelore e o Instituto de Zootecnia prestaram uma homenagem a Theodoro, pela sua ação em favor do Bos indicus do Brasil.

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Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 10

Pylades Prata Tibery Filho de Orestes Moacir Tibery, fazendeiro do município de Veríssimo – MG, e nascido em 1909, Pylades foi um dos poucos criadores que se destacou no triângulo mineiro.Quando era jovem, aproveitava as férias escolares para acompanhar o pai em suas andanças pelo Norte e Sul do Brasil, levando animais para venda, em regiões onde o Zebu era totalmente desconhecido.

Nessas viagens, feitas sobre as estradas boiaderas e em navios cargueiros, ele pode conhecer profundamente o Zebu, o País e os homens. Seus tios Manoel O. Prata e Nelson P. Tibery o contavam histórias sobre a importação do Zebu, as quais o entusiasmava.Em 1934, ajudou na organização da exposição realizada pela Prefeitura Municipal de sua cidade, e a partir de 1939 passou a integrar as comissões de julgamento ao lado de Rômulo Joviano e José Rodrigues Calheiros, funcionários do Ministério da Agricultura.

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Os principais pioneiros do Zebu no Brasil: Parte 10Pylades orientou muitos novos criadores que começavam a criar Zebu nas décadas de 40 e 50, ajudando na escolha de reprodutores e matrizes para a formação de rebanhos. Foi juiz em importantes exposições das raças Zebuínas em Uberaba e em outros importantes centros e se tornou um juiz muito respeitado. Muitos de seus reprodutores foram premiados ou campeões em exposições, como Radar, filho de Maxixe com a famosa Rainha, na exposição de Uberaba de 1950.

A ABCZ sempre teve a colaboração de Pylades, que por vezes participou de sua Diretoria e foi membro efetivo de seu Conselho Técnico. Em 1980, a entidade conferiu a ele o “Mérito Pecuário” em reconhecimento de seus trabalhos.

Foto: Pylades Prata Tibery realizando o julgamento de gado Nelore, em exposição organizada no Paraguai.Fonte: O Nelore.

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Encerramento do Ciclo das Importações

Em 1920 o cargueiro Gasconier que vinha da Índia para o Brasil, trazendo uma partida de Zebus escalou no porto de Antuérpia. Durante essa parada, alguns animais morreram, mas não se deu muita importância para isto. Pouco tempo depois, bovinos importados dos EUA passaram pelo mesmo porto antes de serem enviados para outros pontos do país, e esses animais manifestaram a peste bovina, registrando 130 focos desta doença. Diagnosticada, a doença foi imediatamente combatida e erradicada, com o sacrifício de todos os animais doentes ou suspeitos.

O cargueiro Gasconier deixou o lote de Zebuínos no porto de Santos e, em 1921, surgiram ao redor da capital paulista (Osasco e Cotia principalmente) alguns animais doentes que morriam rapidamente. A enfermidade foi diagnosticada como peste bovina. Medidas severas foram estabelecidas pelas autoridades paulistas, e após a morte de 855 cabeças que não resistiram a doença e mais 2.500 suspeitos ou já doentes sacrificados a bala, a doença foi controlada.

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Foto: Grande genearca Nelore, trazido da Índia em 1930 por encomenda de Pedro Nunes.

Fonte: O Nelore

O aparecimento desta enfermidade alarmou o Governo Federal que, em 1921, determinou a proibição das importações e tornou obrigatório a quarentena para os animais que já estavam a caminho do Brasil. Daí em diante, a peste bovina se tornou a grande preocupação das autoridades sanitárias, e impediu todas as tentativas de novas importações indianas que zebueiros e criadores manifestavam desejo.Somente em 1930 Manoel de Oliveira Prata e Ravísio Lemos conseguiram uma licença para uma nova importação.

Em 1952, Felisberto de Camargo trouxe um lote de gado Sindi, mas o fez como funcionário do Ministério da Agricultura, tratando-se, assim, de importação oficial e não iniciativa de criadores.

Encerramento do Ciclo das Importações

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Pecuária da Índia nos dias de hojeMarcos Vinicius G. Barbosa da Silva eLuiz Sérgio de Almeida Camargo Pesquisadores da Embrapa Gado de Leite

De acordo com reportagem do site Beefpoint, a Índia tem a maior população de bovinos e búfalos do mundo: possui 57% da população mundial de búfalos (105 milhões) e 15% da população de bovinos do mundo (199 milhões). De acordo com o último censo (2007), o rebanho de búfalos cresceu 1,8% ao ano durante os últimos cinco anos.Na comercialização de carne, segundo o Beefpoint, a participação da Índia aumentou bastante rápido na última década e dobrou nos últimos três anos.

A indústria de carne de búfalo indiana começou como um subproduto do setor leiteiro, atendendo aos consumidores de carne bovina, sendo o quarto maior exportador de carne do mundo. Certamente, o preço competitivo da carne de búfalo no mercado global é a mola propulsora do processo.Quanto à produção leiteira, estima-se que a Índia produza cerca de 132 milhões de toneladas de leite, sendo o país de maior produção de leite atualmente.

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Pecuária da Índia nos dias de hoje

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Na tentativa de aumentar a produção de leite, foi delineado um plano chamado de National Dairy Plan (NDP), de modo a aumentar a crescente demanda por esse produto e melhorar o acesso dos produtores ao mercado.Um dos objetivos do NDP é organizar a coleta de dados fenotípicos e implementar programas de melhoramento para algumas raças de bovinos e de bubalinos com base no teste de progênie e na seleção por pedigree. Além disso, há ações voltadas para a ampliação da inseminação artificial e melhoria da nutrição dos animais.

Existe uma grande preocupação com a sanidade também, sendo uma exigência dos programas o levantamento do status sanitário de todos os animais do rebanho para várias doenças infecciosas como brucelose, tuberculose, aftosa etc.Pudemos visitar vários rebanhos, principalmente de búfalos da raça Jafarabadi e de bovinos das raças Gir e Kankrej (Guzerá).O índice de produção de leite nos rebanhos Gir é interessante, com média em torno de 3.000 kg de leite por lactação, mas com vacas atingindo até 5.000 kg. Normalmente, os animais ficam presos ao cocho ou em estacas cravadas no solo.

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Pecuária da Índia nos dias de hojeNormalmente, os animais ficam presos ao cocho ou em estacas cravadas no solo. Normalmente, os animais não são permanecem em pastos, sendo a alimentação fornecida em bacias individuais, com uma mistura de caroço de algodão, farelo de trigo, água e fubá de milho. Como volumoso, recebem sorgo e/ou alfafa verde ou alguma palha restante da colheita de alguma lavoura.

Pudemos visitar a central de inseminação Sabarmati Ashram Gaushala, nos arredores de Ahmedabad, Essa instituição foi fundada em 1915 por Mahatma Gandhi para conduzir estudos com criação animal, e intenciona produzir, até 2018, mais de 20 milhões de doses de sêmen por ano (Figuras 7a, 7b, 7c, 8, 9 e 10). Um laboratório de fecundação in vitro também está sendo implementado para atender a demanda de touros selecionados para produção de sêmen.

A Embrapa está oficializando um cooperação com a Índia, para que as pesquisas em melhoramento animal, genômica e reprodução possam ser realizadas em conjunto e que, de alguma forma, resultem em benefícios para a pecuária de ambos os países.

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Figura 1. Vacas da raça Gir na cidade de Ahmedabad, Gujarat.

Figura 2. Rebanho bubalino na cidade de Bhavnagar, Gujarat.

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Figura 4. Alimentação individual fornecida aos animais em produção.

Figura 3. Rebanho Guzerá na cidade de Bhavnagar, Gujarat.

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Figura 5. Central de inseminação Sabarmati Ashram Gaushala, em Ahmedabad, Gujarat.

Figura 7. Reprodutor da raça Kankrej, na Central de inseminação Sabarmati AshramGaushala.

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Figura 8. Reprodutor da raça Khillar, usada para montaria em corridas, na Central deinseminação Sabarmati Ashram Gaushala.

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Referências Textos e informações

retirados de:

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1. Livro O Nelore: Autor: Alberto Alves Santiago Editora dos Criadores, São Paulo, 1983

2. Autores: Marcos Vinicius G. Barbosa da Silva e Luiz Sérgio de Almeida Camargo Pesquisadores Embrapa Gado de Leite