Historia Do Cerco de Lisboa

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HISTÓRIA DO CERCO DE LISBOA JOSÉ SARAMAGO

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HISTÓRIA DO CERCO DE LISBOA

JOSÉ SARAMAGO

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HISTÓRIA DO CERCO DE LISBOA

O Cerco de Lisboa, com início a 1 de Julho de 1147 e que durou até 25 de Outubro, e foi um episódio integrante do processo de Reconquista cristã da península Ibérica, culminando na

conquista desta cidade aos mouros pelas forças de D. Afonso Henriques (1112 - 1185) com o auxílio dos Cruzados em trânsito para o Médio Oriente. Efetivamente, este episódio constituiu o único sucesso da Segunda Cruzada. (...) A armada chegou à cidade do Porto a 16 de Junho,

sendo convencidos pelo bispo do Porto, Pedro II Pitões, a tomarem parte nessa operação militar. Após a conquista de Santarém (1147), sabendo da disponibilidade dos Cruzados em ajudar, as

forças de D. Afonso Henriques prosseguiram para o Sul, sobre Lisboa.As forças portuguesas avançaram por terra, as dos Cruzados por mar, penetrando na foz do rio Tejo; em Junho desse mesmo ano, ambas as forças estavam reunidas, ferindo-se as primeiras escaramuças nos arrabaldes a Oeste da colina sobre a qual se erguia a cidade de então, hoje a

chamada Baixa. Após violentos combates, tanto esse arrabalde, como o a Leste, foram dominados pelos cristãos, impondo-se dessa forma o cerco à opulenta cidade mercantil.

Bem defendidos, os muros da cidade mostraram-se inexpugnáveis. As semanas se passavam em surtidas dos sitiados, enquanto as máquinas de guerra dos sitiantes lançavam toda a sorte de

projéteis sobre os defensores, o número de mortos e feridos aumentando de parte a parte.No início de Outubro, os trabalhos de sapa sob o alicerce da muralha tiveram sucesso em fazer

cair um troço dela, abrindo uma brecha por onde os sitiantes se lançaram, denodadamente defendida pelos defensores. Por essa altura, uma torre de madeira construída pelos sitiantes foi aproximada da muralha, permitindo o acesso ao adarve. Diante dessa situação, na iminência de

um assalto cristão em duas frentes, os muçulmanos, enfraquecidos pelas escaramuças, pela fome e pelas doenças, capitularam a 24 de Outubro.

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Narrador > terceira pessoa > onisciente > Raimundo Silva

Digressões / discussões acerca do processo de criação > metanarrativa

Linguagem diferenciada: ausência de pontos finais (. / ? / ! > ,) / travessão

Esquema:

HISTÓRIA DO CERCO DE LISBOA – J.S.

H. C. L.

AUTOR?

H. C. L.

RAIMUNDO

3ª p

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INÍCIO

AUTOR X RAIMUNDO SILVA*

DISCUSSÃO ACERCA DO PAPEL DO REVISOR

USO DO DELEATUR

H.C.L.

*Não se entusiasma com o livro > não traz nada de novo / imprecisões / pensa em como o autor poderia ter escrito algumas cenas (cena do almuadem no início)

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- RAIMUNDO (BENVINDO) SILVA

mais de 50 anos

solteiro

solitário

metódico

culto

Dilema > acrescentar um NÃO à história que revisa (H.C.L.) > combate Hyde x Jekill / sente-se desafiado pelo próprio texto: “Faz de mim outra coisa, se és capaz”

“com a mão firme segura a esferográfica e acrescenta uma palavra à página, uma palavra que o historiador não escreveu, que em nome da verdade histórica não poderia ter escrito nunca, a palavra NÃO, agora o que o livro passou a dizer é que os cruzados

Não auxiliarão os portugueses a conquistar Lisboa, assim está escrito e portanto passou a ser verdade, ainda que diferente, o que chamamos falso prevaleceu sobre o que

chamamos verdadeiro, tomou o seu lugar”

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- Angústia após cometer o ato / NÃO > sem motivação explícita > questionado por Costa, afirma que NÃO fizera muitas alterações

- NÃO > ato pequeno se comparado à repercussão

- 13 dias depois: reunião na editora:

Raimundo admite a falha

não é demitido

teria que escrever uma carta de desculpas

livro = errata

presença de uma mulher na reunião > diretora dos revisores > faz comentários irônicos sobre o fato > Raimundo: “detesto esta gaja”

- Raimundo > passa a pensar na mulher > tenta adivinhar seu nome num livro > dorme com o dedo sobre Maria

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- Maria Sara menos de 40 anos

divorciada / solteira

vivia com o irmão

convoca uma reunião com Raimundo:- faz uma proposta : que ele escrevesse a sua versão da H. C. L. (com o NÃO) > ela

lera pareceres feitos por ele > ele NEGA inicialmente

- dá a uma cópia sem a errata

- Raimundo percebe que ela não pintava os cabelos (ele = vergonha)

- Raimundo > Maria Sara = moderna: “o seu ar não engana, é pessoa moderna e despachada”

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- Raimundo > apesar de ter negado, não consegue deixar de pensar na obra: “Que vou eu escrever, perguntou , Por onde começar,”

- Raimundo > mudanças: comer fora / necessidade de outro casaco / deixa de pintar o cabelo

- Maria Sara liga para Raimundo > assuntos profissionais > ele permanece segurando o gancho do telefone após o fim da ligação

- Encontro na editora > Raimundo = silêncios / vergonha / toca numa rosa sobre a mesa de Maria Sara: “Raimundo silva, sem meditar nem premeditar, tão alheio ao ato como às consequências dele, tocou levemente com dois dedos a rosa branca, e a doutora

Maria Sara olhou-o de frente, estupedfata, não o estaria mais se ele tivesse feito aparecer esta flor no solitário vazio ou cometido qualquer outra proeza similar, o que de todo não se esperaria é que mulher tão segura de si de repente se perturbasse a ponto

de cobrir-se-lhe de rubor o rosto, foi obra de um segundo, mas flagrante, realmente parece incrível que se possa corar assim nos tempos que correm, que teria ela

pensado, se algo pensou, foi como se o homem, ao tocar a rosa, tivesse aflorado na mulher uma escondida intimidade, daquela alma, não do corpo.

- Maria Sara = oferece carona

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- Raimundo não encontra Maria Sara na editora > doente > ele pega o telefone dela >

não liga = vergonha X Maria liga para Raimundo: “Então, ouça, telefonei-lhe porque me

sentia só, porque tive curiosidade de saber se estava a trabalhar, porque queria que me

desejasse as melhoras, porque, Maria Sara, Não digas o meu nome assim, Maria Sara,

eu gosto de si, pausa longa, Isso é verdade, É verdade, Levou tempo a dizer-mo, E

talvez nunca o dissesse, Por quê, Somos diferentes, pertencemos a mundos diferentes,

(...) Posso dizer-lhe que a amo, Não, diga só que gosta de mim, Já o disse, Então

guarde o resto para o dia em que for verdade, se esse dia chegar, Chegara, Não

juremos sobre o futuro,”

- Maria Sara > sobre as rosas que recebe: “Não o devia ter feito, Por quê?, perguntou

ele, desconcertado, Porque a partir de hoje não poderei não receber rosas todos os

dias, Nunca lhe faltarei com elas, Não me refiro a rosas rosas, , Então, Ninguém deveria

poder dar menos do que deu alguma vez, não se dão rosas hoje para dar um deserto

amanhã, Não haverá deserto, É só uma promessa, não o sabemos,”

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- Raimundo x Maria Sara

- Narrador: (sobre o casal) “Estão felizes, ambos, e a um ponto tal que será grande injustiça separar-nos de um para ficar a falar do outro, como mais ou menos seremos

obrigados a fazer, porquanto, conforme ficou demonstrado num outros mais fantasioso relato, é física e mentalmente impossível descrever os atos simultâneos de duas

personagens.”

maduroX

comportamentojuvenil

mais jovemX

madura

- Primeiro encontro > Raimundo: “agora gostaria que a vida me desse o que nunca me lembro de ter tido, o sabor que ela certamente tem.”

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- Raimundo inicia sua H.C. L.: D. Afonso Henriques + religiosos + nobres > cercam Lisboa > vivia sob o domínio

mouro

Proposta de D. Afonso: “a bem dizer, a nós o que nos convinha era uma ajuda assim para o gratuito, isto é, vocês ficavam aqui a um tempo, a ajudar, quando isto acabasse contentavam-se com uma remuneração simbólica e seguiam para os Santos Lugares,

que lá, sim, seriam pagos e repagos,”

Os cruzados vão embora (alguns permanecem) > os mouros em Lisboa comemoram

O cerco dura meses > não conseguem invadir a cidade

Ataque / torres móveis > primeira > infrutífera

D. Afonso Henriques > soldo atrasado

Soldadesca > levante > exigem o mesmo prêmio que seria dado aos cruzados > saque à cidade de Lisboa

Fome > melhor arma > cães / gatos / ratazanas são comidas

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Amor em meio ao cerco:• Mogueime > soldado de baixa patente / mentia sobre a sua participação no cerco de

Santarém > Raimundo não poderia condená-lo, pois pintava os cabelos

• Ouroana > mulher raptada de sua família / vivia como concubina de Henrique > este

morre

- Raimundo x Maria Sara / Mogueime x Ouroana > “opostos”

- Revisão histórica

- Raimundo x Maria Sara (realidade)

- Mogueime x Ouroana (ficção)

seguem suas

paixões