História do Brasil Independente I Prof. Marcos Napolitano
description
Transcript of História do Brasil Independente I Prof. Marcos Napolitano
![Page 1: História do Brasil Independente I Prof. Marcos Napolitano](https://reader038.fdocumentos.tips/reader038/viewer/2022103100/5681401a550346895dab6a3e/html5/thumbnails/1.jpg)
História do Brasil Independente IProf. Marcos Napolitano
Aula 3 – Dinâmicas políticas do Império (Regência e Segundo
Reinado)
![Page 2: História do Brasil Independente I Prof. Marcos Napolitano](https://reader038.fdocumentos.tips/reader038/viewer/2022103100/5681401a550346895dab6a3e/html5/thumbnails/2.jpg)
Regência (1831-1840)• TRINA PROVISÓRIA – Nicolau Vergueiro (“revolução”), Marques de
Caravelas (“tradição”), Francisco de Lima e Silva (militar)• TRINA PERMANENTE (1831-1834): Braulio Muniz (“Norte”), Costa
Carvalho (“Sul”), Francisco de Lima e Silva (militar). Diogo Feijó, ministro da Justiça.
• Debate Honório Leão (foco no parlamento) e Evaristo Veiga (foco no poder executivo).
• Facções – Exaltados (Farroupilhas); Moderados (Chimangos); Restauradores (Caramurus). Exaltados fundam a Sociedade Federal; Moderados, a Sociedade Defensora (Evaristo da Veiga).
• Após rebeliões de tipo “povo-tropa” do Império (1828-1831); esvaziamento do Exercito e criação da Guarda Nacional.
• 1832-1834 – Parlamento (Câmara baixa) assume o lugar central da política, apontando para reforma constitucional e reestruturação do poder judiciário.
• 1832 – Código do Processo Criminal – tentativa de “autogoverno”, “juiz de paz” com eleição direta na Paróquia, júri popular.
![Page 3: História do Brasil Independente I Prof. Marcos Napolitano](https://reader038.fdocumentos.tips/reader038/viewer/2022103100/5681401a550346895dab6a3e/html5/thumbnails/3.jpg)
Regência – dinâmica política• Tensão entre “autogoverno” local e federalismo provincial
(“monarquia federativa”, conforme projeto liberal)• Ato Adicional (1834) tenta estabelecer um meio termo entre a
centralização e monarquia federativa. • 1834 – A partir deste ano, as tensões políticas da Corte foram
levadas para as províncias. Eixo do conflito: lugar das províncias (e suas elites) no novo arranjo político.
• Regente único – 1835 (Feijó) e 1837 (Pedro de Araujo Lima)• 1837 – Convergência de setores moderados e conservadores
(restauradores) para a reorganização político-administrativa do país, sob ameaça de desagregação. Antigos opositores dos Bragança se rendem à nova ordem (Bernardo Pereira de Vasconcelos). Regresso, período no qual a questão da “liberdade” muda de leitura (MATTOS, Ilmar)
![Page 4: História do Brasil Independente I Prof. Marcos Napolitano](https://reader038.fdocumentos.tips/reader038/viewer/2022103100/5681401a550346895dab6a3e/html5/thumbnails/4.jpg)
Regência – Dinâmica Política II• Conforme Roderick BARMAN, abdicação de Pedro I, privou o Brasil
de qualquer fonte de poder externa. • Abril 1831 a set/1837 – predomínio das “pátrias locais” – tensão
entre “federalismo” e “anarquia”. • Set/1837 a 1840 – “nação” predomina sobre as “pátrias locais”. • Barman vê a atuação de quatro grupos – luso-brasileiros
(conservadores, base no Senado), nativistas (moderados, com base na Câmara), exaltados (Cipriano Barata, com base em facções provinciais) e “Bloco de Coimbra”. Aliança do Bloco de Coimbra com os nativistas, forma a base dos liberais moderados.
• Com as revoltas provinciais, o Bloco de Coimbra se retira da aliança, pois defendia a centralização. Com o medo da restauração o Bloco adere às reformas de 1834, por pragmatismo, mas logo depois chega a notícia da morte de Pedro, fazendo-os aderirem ao Regresso.
![Page 5: História do Brasil Independente I Prof. Marcos Napolitano](https://reader038.fdocumentos.tips/reader038/viewer/2022103100/5681401a550346895dab6a3e/html5/thumbnails/5.jpg)
Reformas regenciais• Código do Processo Criminal – escolha popular
dos Juizes; habeas-corpus; júri popular; divisão judiciária – comarca, termo e distrito de paz (unidade mínima, com 75 casas ao menos). Juiz de Direito – Comarca, nomeado pelo Imperador; Juiz Municipal – Termo - escolhido pelo Presidente da Província; Juiz de Paz – distrito – eleito. Poder Judiciário com funções de polícia. Tentativa de implantar um “autogoverno” local, de feição descentralizadora (tal como se entendia o projeto liberal da época)
![Page 6: História do Brasil Independente I Prof. Marcos Napolitano](https://reader038.fdocumentos.tips/reader038/viewer/2022103100/5681401a550346895dab6a3e/html5/thumbnails/6.jpg)
Reformas regenciais II: Ato Adicional 1834
• Ato Adicional (12/8) – criação das Assembléias Provinciais (Legislativas); Mantem nomeação imperial para Presidente; Supressão do Conselho de Estado, com manutenção do Senado Vitalício;
• Regência una, eleita. • Governo de Feijó – 12/10/1835 a 18/12/1837.
![Page 7: História do Brasil Independente I Prof. Marcos Napolitano](https://reader038.fdocumentos.tips/reader038/viewer/2022103100/5681401a550346895dab6a3e/html5/thumbnails/7.jpg)
Revoltas Regenciais
• 1831 a 1834 – Revoltas ‘restauradoras’ ou ‘exaltadas’ (“povo miúdo”)
• 1835 a 1842 – revoltas provinciais – luta das facções locais para controlar o poder regional e o acesso ao poder central
• Tensões em jogo: elites X homens livres pobres; proprietários X escravos.
![Page 8: História do Brasil Independente I Prof. Marcos Napolitano](https://reader038.fdocumentos.tips/reader038/viewer/2022103100/5681401a550346895dab6a3e/html5/thumbnails/8.jpg)
Revoltas Regenciais
• Cabanagem (PA) – 1835-1840: crise intra-oligárquica que se transformou em guerra civil de ‘classes’
• Balaiada (MA) – 1838-1841: idem• Sabinada (BA) – 1837: revolta republicana com base
social popular• Farroupilha (RS): dissidência oligárquica, crítica à
política fiscal da Coroa, que se transformou em revolta republicana, com momentos de separatismo.
• Revoltas escravas: Carrancas (MG,1833) e Malês (BA, 1835).
![Page 9: História do Brasil Independente I Prof. Marcos Napolitano](https://reader038.fdocumentos.tips/reader038/viewer/2022103100/5681401a550346895dab6a3e/html5/thumbnails/9.jpg)
Regresso• Regência de Pedro de Araujo Lima – Revisão das bases
institucionais do poder provincial (Ato 1834 e Código do Processo Criminal) , aliado à repressão às guerras provinciais
• Partido do Regresso (Bernardo de Vasconcelos) , base do Partido da Ordem e do futuro Partido Conservador, que conquista hegemonia após 1844 (tendo sua base na oligarquia fluminense Rodrigues Torres, Paulino Soares, Eusébio de Queiroz, Costa Carvalho).
• Aliança conservadora: Magistratura, Facção áulica, Oligarquia. • Ação protagonista das bancadas provinciais: PE, MG, SP, RJ
(M.Dolhnikoff)• Face à reação conservadora, liberais se aproximam da “facção
áulica” e articulam o “golpe da maioridade”, mas aqueles jamais conseguiram efetiva uma hegemonia. O golpe da maioridade foi, a rigor, foi um “golpe palaciano” que se apoiou nos liberais.
![Page 10: História do Brasil Independente I Prof. Marcos Napolitano](https://reader038.fdocumentos.tips/reader038/viewer/2022103100/5681401a550346895dab6a3e/html5/thumbnails/10.jpg)
Regresso II
• “Construção da ordem” (José Murilo de Carvalho): “acumulação primitiva de poder”, construída no final da regência, apoiada no esquema: Rei + alta magistratura (e políticos nacionais) + grande comércio + grande propriedade.
• Lei de interpretação do Ato (maio/1840)• Lei de reforma do Código de Processo Criminal
(1841) – centralização da polícia e da justiça
![Page 11: História do Brasil Independente I Prof. Marcos Napolitano](https://reader038.fdocumentos.tips/reader038/viewer/2022103100/5681401a550346895dab6a3e/html5/thumbnails/11.jpg)
Bases institucionais e políticas do Regresso
• Fortalecimento da autoridade imperial: sobretudo a partir de 1844; Imperador mais envolvido com a administração e a política
• Lei de Interpretação do Ato (12/5/1840) – retirou o poder das Assembléias e centralizou a Justiça, separando polícia administrativa do judiciário.
• Reforma do processo (8/12/1841) – retirou poder dos juízes de paz (transferidos para o Chefe de Polícia e delegados). Diluição do Tribunal Popular, predomínio do Juiz de Direito, nomeado. Esta reforma causará a revolta liberal em SP e MG, em 1842.
• Retorno do Conselho de Estado (23/11/1841)
![Page 12: História do Brasil Independente I Prof. Marcos Napolitano](https://reader038.fdocumentos.tips/reader038/viewer/2022103100/5681401a550346895dab6a3e/html5/thumbnails/12.jpg)
Debate historiográfico
• Eixo da polêmica: transação entre governo central e poderes provinciais (Miriam DOLHNIKOFF), centralização política como projeto da elite burocrática (J.M.CARVALHO) ou hegemonia conservadora e centralizadora imposta como direção de classe (Ilmar MATTOS)