HISTÓRIA DE VIDA: UM CAMINHO DE OBSERVAÇÃO GOETHEANÍSTICA
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PRAÇA, E. & Turrini, R. (2007) História de vida: um caminho de observação goetheanística. In, V. Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.
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indivíduo. A transformação decorre de uma postura de observação, porque a natureza do ser se revela por si.
A vida se desenvolve em ciclos. Da mesma forma, o homem escreve sua história de vida no tempo através de seus pensamentos, sentimentos e ações de acordo com leis de desenvolvimento inerentes à sua vontade que mudam de ciclo a cada sete anos. Cada setênio apresenta‐se sob a forma de um arquétipo.
A metodologia biográfica oferece uma oportunidade para o resgate de nossa individualidade, para o reconhecimento das mudanças visíveis em nossa vida como troca de dentes, puberdade, rugas e aquelas invisíveis percebidas pela psique. Os três primeiros são setênios do desenvolvimento físico, a base de toda a biografia e se espelham de forma inconsciente nos três setênios seguintes, os setênios do amadurecimento emocional. Os setênios de 42 a 63 anos refletem de forma consciente a vontade do homem e representa a fase de maturidade da existência. As leis biográficas permitem reconhecer as leis gerais do desenvolvimento humano para cada fase da vida, pelas quais todos nós passamos e que trazidas para consciência desenham um grande panorama de toda nossa história e nos possibilitam rever nossos passos de maneira a trilhar um caminho melhor no futuro.
O caminho de observação das leis biográficas proposto é complementado pela observação de plantas, como uma estratégia para o auto‐conhecimento. Na natureza, o ciclo da planta segue um ritmo temporal de desenvolvimento. Sua metamorfose se observa no período de tempo entre o nascer, crescer, florescer e morrer. Por meio da observação da forma, cor e ciclo do desenvolvimento da planta pode‐se identificar sua relação com o modo de pensar, sentir e fazer do ser humano e isso facilita a compreensão das vivências e transformações pelas quais passamos bem como as do outro, o que nos torna facilitadores do processo de desenvolvimento, conhecimento e cura.
O caminho de observação das plantas indicado por Goethe, sistematizado por Rudolf Steiner, é o caminho fenomenológico de observação dos quatro passos onde observa‐ se os aspectos físicos da planta, o ritmo da planta, os sentimentos que ela inspira e a qualidade essencial que surge no observador. O Goëtheanismo através dessa observação possibilita um pensar vivo onde não há a idéia das partes, mas a possibilidade de penetrar naquilo que mantém a coesão das partes, ou seja, um pensar capaz de reconhecer nas manifestações dos seres vivos a própria vida que os anima. Através desse pensar vivo, Goethe penetra na idéia dinâmica do ser vivo. A vida, essência inerente ao ser vivo, passou a ser algo possível de ser encontrado no próprio ser. Nessa maneira de pensar há o despertar do artístico que nos permite ir além da mera observação estática, tornando‐nos capazes de vivenciar o movimento interno.
Pela observação desenvolve‐se a capacidade imaginativa do pensar, quando se ouve o outro, desenvolve‐se a capacidade de interação entre o eu e o tu e a
PRAÇA, E. & Turrini, R. (2007) História de vida: um caminho de observação goetheanística. In, V. Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.
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capacidade inspirativa do sentir, do querer; a intuição desenvolve‐se quando se colocam mudanças a serem feitas para aprimorar a individualidade.
Este estudo teve por objetivo desenvolver uma estratégia para o reconhecimento das leis biográficas através da observação das plantas.
MATERIAL E MÉTODO
Foi realizado um curso de desenvolvimento humano com duração de 30 horas compostos de aulas teóricas sobre as leis biográficas e de atividades lúdicas.
O referencial utilizado para o desenvolvimento das atividades foi a observação do gestual da planta proposto por Goethe. Goethe propôs uma observação do objeto em passos: tomar os objetos como são e tentar penetrar sua natureza abstendo‐se de qualquer opinião subjetiva; depois instaurar as condições sob as quais os objetos se inter‐relacionam e esperar o que daí resulta.
Para cada setênio arbordado utilizou‐se a observação de uma imagem representativa (simbólica) desse setênio. Feito isto, as pessoas recebiam duas perguntas com o objetivo de levar o indivíduo a uma reflexão pessoal sobre o seu setênio. Nos casos em que a pessoa ainda não havia vivido a experiência do setênio pela própria idade, constituíam‐se grupos para discussão das características do setênio observadas em pessoas conhecidas, a partir das perguntas norteadoras. Tal atividade foi seguida da observação individual de uma planta. Por meio da contemplação da planta, buscou‐se a realidade do que se expressa na geometria das folhas, flores, frutos, raízes e caule, no seu processo de crescimento, no ambiente onde vive, na sua relação com o meio. Esses dados permitiram fazer uma analogia com as características de cada setênio.
As plantas para o estudo de cada setênio foram escolhidas dentre as flores de Bach, pelo fácil acesso ao detalhamento das estruturas e dos gestuais dessas plantas, bem com de suas qualidades terapêuticas sobre os estados emocionais do indivíduo. A percepção sobre cada passo das observações feitas foi compartilhada em grupos de quatro pessoas, seguida de leitura sobre a botânica da planta. Concluída esta etapa, realizou‐se uma atividade de meditação para silenciar a mente e permitir que o indivíduo expressasse uma característica particular de seu setênio na atividade artística (pintura, aquarela, argila, entre outros).
RESULTADOS
O uso desta estratégia possibilitou a ampliação da consciência de si mesmo e do outro, pois o indivíduo se reconheceu no gestual da planta e este fato se manifestou nas obras resultantes das atividades artísticas.
PRAÇA, E. & Turrini, R. (2007) História de vida: um caminho de observação goetheanística. In, V. Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.
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A seqüência de desenhos obtidos após o estudo de cada setênio, revelou a biografia de cada participante construída de modo lúdico e com um significado muito pessoal. O relato pessoal das experiências artísticas compartilhadas com o grupo e a troca de impressões sobre a obra de arte do outro, com o cuidado de não emitir qualquer julgamento, também se mostraram reveladoras.
Na etapa final do trabalho, as pessoas receberam informações de como trabalhar cada setênio a partir do estabelecimento de pequenos objetivos ou de tarefas diárias para viabilizar mudanças e sugestões de práticas complementares em saúde para a salutogênese.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O reconhecimento dos ritmos e das leis que regem nossa vida nos torna cúmplices de nossos processos e dos processos dos outros, ampliando a interação social entre os profissionais e entre profissionais e cliente, flexibilizando os diferentes poderes, possibilitando maior autonomia e criatividade, bem como maior integração da equipe. Entender a fase da vida em que cada um se encontra, constitui um suporte social que permite acolher a idéia de mudança como algo possível. Nas trocas de experiências constrói‐se uma história onde cada um afeta o outro e somos capazes de criar e re‐ inventar nossa história.
Percorrer este caminho interior leva o indivíduo ao encontro de seus próprios sentimentos e a reconhecer aspectos importantes da própria vida, fortalecendo sua individualidade. Ao mesmo tempo, o ato de perceber‐se melhor lhe oferece uma oportunidade para transformações internas e nas relações interpessoais.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Burkhard, Gudrun. Tomar a vida nas próprias mãos. Ed. Antroposófica; 2000.
Burkhard, Gudrun. Bases antroposóficas da metodologia biográfica: a biografia diurna. Ed. Antroposófica; 2002.
Steiner, Rudolf. Arte e estética segundo Goethe. Ed. Antroposófica.