Historia de Goias

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ALFA CONCURSOS Prof: Luiz Eduardo GOIÁS ANTES DA MINERAÇÃO Desde o primeiro século de colonização do Brasil, o Estado de Goiás foi percorrido pelas Bandeiras e pelas Descidas; mas só no século XVII, com a mineração, iniciou-se a ocupação efetiva do território goiano pelos portugueses. A primeira Bandeira de que se tem notícia em terras goianas data de 1590-93, sob o comando de Domingo Luis e Antônio Macedo. Depois desta várias outras estiveram em Goiás. Sebastião Marinho – 1592. Domingos Rodrigues – 1596-1600. Nicolau Barreto – 1602-04. Belchior Dias Carneiro – 1607. Martins Rodrigues – 1608-13. André Fernandes – 1613-15. Lázaro da Costa – 1615-18. Francisco Lopes Buenavides – 1665-66. Antônio Pais – 1671. Sebastião Pais de Barros e Bartolomeu Bueno da Silva (pai) – 1673. OBS.: Muitas bandeiras não foram registradas. As Descidas: A primeira foi coordenada pelo padre Cirstovão de Lisboa, em 1625, depois vieram: Pe. Luis Figueira – 1636; Pe. Antônio Ribeiro e Pe. Antônio Vieira – 1653; Pe. Tomé Ribeiro e Francisco Veloso – 1655; Pe. Manuel Nunes – 1659; Pe. Gaspar Misch e Ir. João de Almeida 1668; Pe. Gonçalo de Vera e Ir. Sebastião Teixeira – 1671; Pe. Raposo – 1674; Pe. Manuel da Mota e Pe. Jerôminco da Gama – 1721-22. Os fatores que motivaram os bandeirantes a virem a Goiás: Buscar um caminho por terra para chegar em Cuiabá (MT) Crenças populares de que em Goiás haveria ouro (Goiás fica entre as regiões mineradores de MT e MG) Momento político favorável (a coroa precisava de novas fontes de riquezas). DESCOBERTA DO OURO: Em 1693 o bandeirante paulista Antônio Rodrigues Arzã, encontra ouro Sabará, MG; Em 1718 Pascoal Moreira Cabral descobriu ouro em Cuiabá, MT; Em 1673 veio para Goiás uma expedição chefiada pelos bandeirantes Bartolomeu Bueno da Silva (pai) e Sebastião Pais de Barros, essa bandeira saiu de SP percorrendo vários caminhos (rio Tietê, Paranaíba e Tocantins). Depois de várias Bandeiras de caça-ao-índio e de mineração, percorreram o solo goiano Bartolomeu Bueno da Silva (filho), o Anhanguera, (1670- 1740) este conduziu uma expedição para procurar ouro na região, composta por 600 homens (brancos, negros e índios, livres e escravos. Mulas, cachorros, um padre, nenhuma mulher (havia índias que foram aprisionadas no caminho). Essa expedição partiu no dia 30 de junho de 1722 e no dia 26 de julho chegou as margens do Rio Vermelho, onde encontrou um veio de ouro, dando início ao povoamento de Goiás. Quando essa expedição chegou Página 1

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GOIÁS ANTES DA MINERAÇÃO

Desde o primeiro século de colonização do Brasil, o Estado de Goiás foi percorrido pelas Bandeiras e pelas Descidas; mas só no século XVII, com a mineração, iniciou-se a ocupação efetiva do território goiano pelos portugueses.

A primeira Bandeira de que se tem notícia em terras goianas data de 1590-93, sob o comando de Domingo Luis e Antônio Macedo. Depois desta várias outras estiveram em Goiás.

Sebastião Marinho – 1592. Domingos Rodrigues – 1596-1600. Nicolau Barreto – 1602-04. Belchior Dias Carneiro – 1607. Martins Rodrigues – 1608-13. André Fernandes – 1613-15. Lázaro da Costa – 1615-18. Francisco Lopes Buenavides – 1665-66. Antônio Pais – 1671. Sebastião Pais de Barros e Bartolomeu Bueno da

Silva (pai) – 1673.OBS.: Muitas bandeiras não foram registradas.

As Descidas:

A primeira foi coordenada pelo padre Cirstovão de Lisboa, em 1625, depois vieram:

Pe. Luis Figueira – 1636; Pe. Antônio Ribeiro e Pe. Antônio Vieira –

1653; Pe. Tomé Ribeiro e Francisco Veloso – 1655; Pe. Manuel Nunes – 1659; Pe. Gaspar Misch e Ir. João de Almeida 1668; Pe. Gonçalo de Vera e Ir. Sebastião Teixeira –

1671; Pe. Raposo – 1674; Pe. Manuel da Mota e Pe. Jerôminco da Gama –

1721-22.

Os fatores que motivaram os bandeirantes a virem a Goiás:

Buscar um caminho por terra para chegar em Cuiabá (MT)

Crenças populares de que em Goiás haveria ouro (Goiás fica entre as regiões mineradores de MT e MG)

Momento político favorável (a coroa precisava de novas fontes de riquezas).

DESCOBERTA DO OURO:

Em 1693 o bandeirante paulista Antônio Rodrigues Arzã, encontra ouro Sabará, MG;

Em 1718 Pascoal Moreira Cabral descobriu ouro em Cuiabá, MT;

Em 1673 veio para Goiás uma expedição chefiada pelos bandeirantes Bartolomeu Bueno da Silva (pai) e Sebastião Pais de Barros, essa bandeira saiu de SP percorrendo vários caminhos (rio Tietê, Paranaíba e Tocantins). Depois de várias Bandeiras de caça-ao-índio e de mineração, percorreram o solo goiano Bartolomeu Bueno da Silva (filho), o Anhanguera, (1670-1740) este conduziu uma expedição para procurar ouro na região, composta por 600 homens (brancos, negros e índios, livres e escravos. Mulas, cachorros, um padre, nenhuma mulher (havia índias que foram aprisionadas no caminho).

Essa expedição partiu no dia 30 de junho de 1722 e no dia 26 de julho chegou as margens do Rio Vermelho, onde encontrou um veio de ouro, dando início ao povoamento de Goiás. Quando essa expedição chegou a Goiás, só restavam 120 homens, o restante morrera no caminho por vários motivos como fome, doenças, ataques de animais, índios e longos períodos de seca.

POVOAMENTO DE GOIÁS

Após a descoberta do ouro deu-se início do povoamento de Goiás pelos paulistas, tal povoamento enfrentou vários obstáculos:

A distância dos grandes centros; O desconhecimento da região; A irregularidade dos rios; Os índios hostis; Secas e falta de alimentos;

Em 1726, Bartolomeu Bueno fundou o Arraial Nossa Senhora de Sant’Anna (Vila Boa e depois cidade de Goiás), este foi o primeiro arraial e capital do Estado de Goiás até 1930. Esse povoamento foi marcado por três características básicas: irregular, instável e sem planejamento.

Zonas de povoamento: (Arraiais)

No Sul

- 1726 – Sant’Anna- 1729 – Santa Cruz- 1731 – Meia Ponte (Pirinópolis) – Chegou a disputar com Vila Boa a sede do Governo- 1734 – Crixás- 1737 – Córrego Jaraguá- 1746 – Santa Luzia (Luziânia)- 1741 – Pilar- 1774 – BonfimNo Norte

- 1730 – Maranhão

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- 1732 – Águas Quentes- 1734 – Natividade- 1735 – Traíras e São José do Tocantins- 1736 – Cachoeira e São Félix- 1738 – Porto Real- 1746 – Carmo- 1749 – Cocal

Esse povoamento foi marcado por um confronto entre o branco (“colonizador”) e o índio. Nesse contexto, a força da espada acabou por impor o domínio do branco, levando à dizimação do nativo de várias formas:

Ocupação das terras; Escravização dos mais pacíficos; Choques intermitentes com as tribos

indomáveis; Aldeamento de pequenos grupos, que

definhavam rapidamente no regime de semicativeiro;

Cruzamentos raciais, sobretudo através de índios cativos;

Suicídios coletivos; Doenças trazidas pelos brancos; Destruição do meio.

PRINCIPAIS TRIBOS

Caiapó, Xavante, Goiá (deu nome a Goiás), Crixá, Araé, Canoeira, Apinagé, Capepuxi, Xacriabá, Acroá, Carão, Coroá-mirim, Temembó, Guassu, Xerente, Carijó, Aricobé, Macamecran, Noraguajé, Afofige, Otogo, Garahus-aussu, Guanayrissu, Guapindae, Coriti, Tapaguá, Bororó e Xerente de Quá.

A MINERAÇÃO EM GOIÁS

No contexto histórico do século XVIII, destina-se a Goiás o papel de região exportadora de ouro. A agricultura e a pecuária estavam em segundo plano. Toda força de trabalho deveria ser destinada à mineração, única atividade valorizada e compensatória, motivando o descolamento desses trabalhadores das regiões mais distantes do país para Goiás.

A maior concentração aurífera em Goiás deu-se em torno das serras dos Pirineus e Dourada. O ouro era descoberto por acaso e no início apenas as camadas de superfície eram exploradas de várias formas: o ouro era encontrado em veios d’água (regatos), no taboleiros (bancos de areia) e nas grupiaras (cascalho ralo). O período minerador teve por base trabalho escravo, e a coroa portuguesa tomou medidas quanto às jazidas minerais, tentando evitar o embarcamento dessas jazidas numa extensão superior à capacidade de exploração dos mineradores. Essa medida teve por objetivo “incentivar o maior número possível de mineradores, com vistas obviamente à extração de mais elevadas quantidades do

metal precioso”. As principais jazidas foram descobertas em Sant’Anna, Ouro Preto, Barra, Anta, Santa Rita, Santa Cruz, Meia Ponte, Jaraguá, Corumbá e Araxá. Além de ouro, Goiás também apresentava grandes concentrações de xistos, quartzífero, xisto micácio (útil na produção de aço) e pedras preciosas.

A produção de ouro em Goiás não foi uniforme e realizou-se numa curva que teve seu início em 1725, seu apogeu em 1750, e sua decadência já em 1770. A região mineradora de Goiás foi a terceira em produção de ouro no Brasil (ficando atrás de MG e MT) e teve seu esgotamento rápido, causado por vários fatores:

O esgotamento rápido e natural das minas; A carência de mão-de-obra; Altos custos nos transportes; Estradas precárias; Longas distâncias dos grandes centros; Falta de alimentação; As técnicas rudimentares e precárias empregadas

na extração do ouro; Contrabando; Falta de investimento (todo ouro produzido aqui

era levado para a metrópole); Excesso e altas taxas de impostos cobrados às

populações das regiões auríferas.

OS IMPOSTOS COBRADOS EM GOIÁS

O sistema de capitação, instituído em 1736, vigorou até 1751, na tentativa de evitar o contrabando. Esse sistema consistia no pagamento de uma quantia por cabeça de escravos possuídos, a quantia era fixada por escravo.

A partir de 1751, voltou-se ao pagamento do quinto, que consistia na cobrança da quinta parte de todo ouro extraído, o qual deveria ser levado às Casas de Fundição de Vila Boa (instalada em 1751) e São Félix (instalada em 1754, mas tarde transferida para Cavalcante em 1796), pois todo ouro, para sair da Capitania deveria ser fundido em barras, ter o carimbo da coroa e uma guia para exportação. Essas Casas de Fundição foram extintas em 1807.

Para agravar a situação o governo não possuía uma força repressiva capaz de conter o clima de banditismo em terras goianas. Com um pequeno regimento policial (Regimento de Dragões), que consumia perto de 2/3 da debilitada receita do Estado, era impossível modificar o clima existente, até porque essa pequena força repressiva ainda tinha outras funções, como a segurança interna, a vigilância das fronteiras, o patrulhamento das regiões diamantíferas, o transporte dos quintos e até arrecadação dos impostos.

Com todas essas funções, a situação gerada acabava inviabilizando o trabalho repressivo. Sem dúvida, o contrabando e a violência eram a tônica da

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região. Além do quinto e da capacitação, havia outros impostos como:

Entradas, sobre a circulação das mercadorias; Dízimos, sobre a décima parte da produção

agropecuária; Passagens, sobre o trânsito nos rios; Ofícios, sobre lotação de cargos públicos; Sizas, sobre o comércio de escravos; Foro, imposto pago pelo uso dos terrenos e

casas (espécie de IPTU).

Apesar de tantos tributos, a crise de arrecadação era constante, principalmente após a década de 1770, com a decadência da mineração.

A crise na mineração acabou por levar o goiano a agricultura e a pecuária de subsistência (estas já existiam desde o início da mineração), mas as dificuldades eram de toda ordem. Comprava-se e vendia-se o estritamente necessário. Goiás importava o sal, ferro, a pólvora e os tecidos, e exportava o algodão, o açúcar, a marmelada, os couros e o gado. Se o comércio externo estava prejudicado pela diminuição do ouro, o comércio interno também tinha os seus problemas como a falta de moeda para troca de mercadorias, o baixo poder de compra dos moradores e a economia de subsistência. Tudo isso contribuía para o isolamento de Goiás, que era considerado “terra de ninguém”.

ESCRAVIDÃO

Em Goiás foi utilizado, na mineração, a mão de obra indígena (no início) e a negra. Normalmente a estimativa de vida útil de um escravo nas minas não ultrapassava 7 anos de trabalho. Além do mais, a má alimentação, os maus tratos (as vezes os escravos dormiam em pé dentro d’água), as arbitrariedade e os castigos eram a forma usual de sujeição do escravo, como descreveu Debret: “fazendo poucos exercícios, passa a mulher quase o dia inteiro sentada à moda asiática, com a parte superior do corpo inclinado para frente e apoiada nos rins, da imobilidade dessa posição resulta um adiposidade que se manifesta pela inchação excessiva das partes inferiores, o que visível principalmente os tornozelos...”

Com o declínio da mineração, os senhores de escravos não tinham mais como mantê-los e nem recursos para adquirir novas peças. Tal fato levou ao abrandamento da escravidão, via a miscigenação, fugas, deslocamento para outras regiões e da compra da liberdade. A criação de gado, nova atividade econômica, por suas próprias características, levou a um controle menos rigoroso do trabalho escravo. Portanto, quando foi assinada a Lei Àurea, em 13 de maio de 1888, quase não havia escravos para serem libertos em Goiás.

GOIÁS DENTRO DO SISTEMA COLONIAL

No contexto histórico, desde a descoberta das minas, Goiás pertencia a Capitania de São Paulo, até 1749. As insatisfações administrativas existiam, foram as Câmaras que se manifestaram em primeira linha contra os Capitães Generais, representantes diretos da metrópole. Também havia o descaso com os problemas goianos, principalmente após a decadência da mineração. Em 1821 ocorreu, no norte de Goiás , o primeiro movimento separatista, comandado pelo padre Luiz Bartolomeu Márquez, que estabeleceu um governo provisório na província de Cavalcante (tal insurreição foi reprimida por D. Pedro I ) . Esse movimento foi fruto da insatisfação gerada pelos poucos benefícios recebidos e também pela chegada de líderes sulistas descontentes com o governo central no norte do Estado. Apesar de o movimento separatistas do norte de Goiás ter fracassado, continuou vivo o ideal até a criação do Estado do Tocantins, em 1988. Mas esses movimentos não eram ricos em sentimentos nacionalistas, eram membros do clero que se sentiam lesados em seus interesses. As conspirações foram denunciadas e seus principais implicados receberam o castigo de deportação para além de 50 léguas da capital de Goiás .Os grupos locais , com diferentes idéias e com os mesmos objetivos entraram novamente em choque . Houve até mesmo quem falasse em ideal republicano .No entanto , a situação foi dominada por conchavos políticos entre famílias ricas e influentes de Goiás e Meia Ponte , sempre coerentes com a ordem constituída , desde que ela lhes oferecesse a direção da futura Província. Após vários choques administrativos, Goiás conseguiu sua independência em 1749, influenciada pela Guerra dos Emboabas (1708-09) , tendo como primeiro governador , enviado de S.P , D. Marcos de Noronha ‘’ Conde dos Arcos’’. O Governador era responsável pela administração, pela aplicação das leis e pelo comando do exército. A justiça ficava a cargo do Ouvidor e a arrecadação dos impostos sob responsabilidade do Intendente. Tudo contribuía para o isolamento de Goiás. O transporte das tropas do Rio de janeiro era oneroso devido as distâncias, a perda de produtos ao longo da viagem; tentou-se a navegação para minimizar o problema , mas de novo a distância era um grande problema , além dos ataques indígenas , do tempo gasto nas viagens e dos gastos com o pessoal . Nem mesmo o investimento de capital externo no final do século XlX garantiu o êxito do comércio pelos rios Araguaia e Tocantins. Por tudo isso Goiás estava condenado ao isolamento. Várias foram as conseqüências para Goiás com a crise do setor mineratório , assim relatadas por Palacin:

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Diminuição da importação e do comércio externo ;

Menos rendimentos dos impostos; Diminuição da mão-de-obra escrava; Estreitamento do comércio interno,

determinando a subsistência; Empobrecimento e isolamento cultural.

TRANSIÇÃO DA ECONOMIA MINERATÓRIA PARA A AGROPECUÁRIA

È um período de transição , tanto do ponto de vista econômico da mineração para agropecuária, quanto do ponto de vista político . Contudo , mantém- se as estruturas da sociedade goiana . Esse momento de transição , com todas as suas incertezas , relatadas pelos viajantes, deixa algumas impressões comuns sobre Goiás nas peimeiras décadas do século XlX , como :

Precárias condições das vias de comunicação e infra-estrutura para os viajantes ;

Longas distâncias; Crise nos abastecimento de víveres; Despovoamento da região , com um processo de

ruralização; Escassez de mão-de-obra; Pecuária como principal atividade de

exportação.

Isto posto, podemos concluir que, ‘’... Goiás na primeira metade do século XlX é terra em que se vivem populações abandonadas , isoladas e iletradas, mantida a margem da civilização capitalista.’’ A crise do ouro fez que Goiás regredisse a u ma economia de subsistência ,com a agricultura e a pecuária .

Tentativas governamentais para o processo de Goiás :

O príncipe regente D.João , tendo em vista seus objetivos mercantilistas , passou a incentivar a agricultura , a pecuária , o comércio e a navegação dos rios .

Foi concedida isenção dos dízimos por tempo de dez anos aos lavradores que nas margens dos rios Tocantins, Araguaia e Maranhão fundassem estabelecimentos .agrícolas ;

Deu-se especial ênfase á catequese e civilização do gentio, com interesse em aproveitar a mão-de-obra dos índios na agricultura

Criação de presídios ás margens dos rios como s seguintes objetivos: proteger o comércio , auxiliar a navegação e aproveitar o trabalho dos nativos para cultivar a terra ;

Incrementou–se a navegação do Araguaia e Tocantins;

Revogou-se o alvará de 5 de janeiro de 1785 que proibia e extinguia fábrica e manufaturas em toda a colônia . Esta revolução foi seguida de estímulos a agricultura do algodão e a criação de fábricas de tecer.

As condições sócio-econômicas do Brasil não possibilitaram uma ação administrativa satisfatória em Goiás, durante os séculos XVll a XIX. A política goiana por parte, era dirigida por Presidentes impostos pelo poder central ( Capital) . Somente no fim do Segundo Reinado (séc. XIX) é que administração de Goiás passou a ser comandada por políticos (famílias) locais : Rodrigues , Jardins, Fleury, Bulhões e Caiados .

A REPÚBLICA EM GOIÁS

Goiás acompanhou os movimentos liberais no Brasil durante o século XIX. A abolição não afetou a economia da Província. A transformação do regime monárquico em republicano ocorreu sem grandes dificuldades. Os Bulhões, dirigentes do partido liberal após o 15 de novembro, apoiados pelos republicanos, tornaram-se os donos do poder em Goiás.

FELIX DE BULHÕE, O CASTRO ALVES GOIANO

As sociedade abolicionistas de Goiás tomaram maior impulso na última década do século XIX. A notícia da abolição chegou no dia 31 de maio e não causou surpresa. A lei liberou em toda a Província goiana aproximadamente 4000 escravos, segundo o historiador Luis Palacim. Números insignificantes para uma população que já alcançava a cifra superior a 200.000 homens. Pelo exposto, vimos que a abolição em Goiás não afetou a economia agropastoril.

TRANSIÇÃO DO REGIME DE GOVERNO EM GOIÁS

Os efeitos do 15 de novembro em Goiás prenderam-se a questões administrativas e políticas. Os fatores sócio-econômicos e culturais não sofreram abalos, o liberto continuou flutuante caminhando para a marginalização social; as elites dominantes continuaram as mesmas; não ocorreu a imigração européia, os latifúndios improdutivos, áreas imensas por povoar e explorar; decadência econômica sem se pensar em modificar a estrutura de produção, pecuária e agricultura deficitárias, educação em estado embrionário; povo esquecido em suas necessidades, mas usado pelos hábeis políticos que baixaram decretos em seu nome.

CRISE POLÍTICA E ELITES DOMINANTES

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Os Bulhões continuaram donos do poder como fase na qual ascendiam os liberais na área nacional. Agora com maior margem de mando, graças à autonomia do Estado oferecida pelo novo regime – Federação.

ELITES DOMINANTES – BULHÕES E JARDIM CAIADO

Com o Marechal de Ferro (Floriano Peixoto) no poder central, os Bulhões consolidaram seu domínio na política de Goiás. O grande líder desta oligarquia foi José Leopoldo.

No entanto, em 1908, em decorrência da sucessão senatorial, Goiás viveu clima de intranqüilidade política, desaguando numa revolução (1909). Nessa luta saíram vitoriosos, mais uma vez, os Bulhões, a esta altura apoiados por Eugênio Jardim e Antônio Ramos Caiado que, posteriormente, se tornaram fortes como políticos não só na área regional como na nacional. Foram desentendimentos entre o poder bulhônico e os Jardins Caiado e o apoio da política de Hermes da Fonseca a estes, que levaram a oligarquia dos Bulhões à derrota.

A partir de 1912 a elite dominante na política goiana vai ser a dos Jardim Caiado, popularmente conhecido como Caiadismo. No seu início os documentos registram “política Eugenista”.

Em Goiás, na disputa do poder político, o Coronel Eugênio Jardim, que por ser cunhado dos Caiados, dividiu com eles o mandonismo estadual. Após sua morte, Antônio Ramos Caiado (Totó Caiado) tornou-se o verdadeiro chefe político de Goiás. Seus contemporâneos afirmam que dirigiu Goiás como se fora uma grande fazenda de sua propriedade. Somente foi afastado do poder quando o movimento renovador de 1930 tornou-se vitorioso. Em Goiás, seu grande opositor foi o médico Pedro Ludovico Teixeira.

GOIÁS ATÉ A REVOLUÇÃO DE 30

As três primeiras décadas do século XX não modificaram substancialmente a situação a que Goiás regredira como conseqüência de decadência da mineração no fim do século XVIII. Continuava sendo um Estado isolado, pouco povoado e quase integralmente rural.REGIME DE PROPRIEDADE: CLASSES SOCIAIS

Inexistia uma classe de pequenos proprietários dedicados à lavoura ou à pecuária. Em todo o estado encontramos as propriedades em mãos de poucas famílias aparentadas entre si. Dentro dessa grande propriedade trabalhavam e viviam seus dependentes; sitiantes, vaqueiros, meeiros, camaradas, jagunços, etc. Num sistema patriarcal, herdado do período colonial.

A diferença mais profunda encontrava-se no prestígio e no poder. Não existindo uma economia monetária, trabalhar para alguém não significava simplesmente um contrato de serviço prestado e salário recebido, era principalmente o estabelecimento de um laço pessoal, de confiança mútua e de dependência pessoal.

O empregado tornava-se assim “homem patrão”, num sentido real, embora sem o formalismo e sem a ideologia do antigo feudalismo. Quase poderíamos dizer que o governo só exercia sua jurisdição na capital, os coronéis, o vigário e o juiz (este último mais dependente do governo) eram mantenedores da ordem social. As distâncias, a pobreza de meios econômicos e a carência de um corpo de funcionários adequados, são as causas principais deste enfraquecimento do poder central do Estado.

A REVOLUÇÃO DE 30 E A CONSTRUÇÃO DE GOIÂNIA

A revolução de 30, embora sem raízes em Goiás, teve uma grande significação para o Estado. É o marco de uma nova etapa histórica. Esta transformação não se operou, imediatamente, no campo social, mas no campo político o governo passou a propor como objetivo primordial o desenvolvimento do Estado. A construção de Goiânia, pelas energias que mobilizou, pela abertura de vias de comunicação que a acompanharam, e pela divulgação do Estado no país foi o ponto de partida desta nova etapa histórica.

A participação efetiva de Goiás na Revolução limitou-se à ação pessoal do Dr. Pedro Ludovico, que durante sete anos tinha lutado na oposição em Rio Verde, ao articular-se o movimento revolucionário de Minas.

ETAPA DA CONSTRUÇÃO DE GOIÂNIA

A 24 de outubro, como homenagem à revolução, teve lugar o lançamento da primeira pedra. A partir deste momento, a construção progrediu rapidamente. A 7 de novembro de 1935 realizou-se a “mudança provisória”: o governador Pedro Ludovico deixou Goiás para fixar sua residência em Goiânia. Em Goiás ficaram ainda a Câmara e o Judiciário. A mudança definitiva teve lugar em 1937, quando os principais edifícios públicos já estavam concluídos, embora a cidade, do ponto de vista urbanístico, ainda se encontrasse em seus começos. Pedro Ludovico, a partir de 1935, exerceu constitucionalmente o cargo de governador até o golpe do Estado Novo, quando voltou a ser interventor federal até a queda de Getúlio Vargas. Pedro Ludovico governará Goiânia novamente de 1951/54, dessa vez eleito pelo povo através do voto direto.

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O GOVERNO DE JERÔNYMO COIMBRA BUENO (1947/50)

Coimbra Bueno, foi o primeiro governador goiano a ser eleito pelo vôo universal (masculino e feminino) direto em Goiás. No seu governo houve um importante melhoria genética do rebanho bovino goiano, graças a importação de tourinhos indianos pelo Estado. Estimulou-se, também, a abertura de campos de aviação. Coimbra Bueno lutou ainda pela transferência da capital federal para o planalto central. Após o seu governo, Pedro Ludovico volta ao cargo de governador desta vez, eleito pelo povo.

O GOVERNO DE JUCA LUDOVICO (1955-59)

Ex-secretário da Fazenda de Pedro Ludovico, José Ludovico de Almeida foi um investidor na ampliação da rede energética em Goiás. Quando secretário da fazenda do Governo de Pedro Ludovico conseguiu recursos para a construção da Usina do Rochedo, no Rio Meia Ponte e no seu próprio governo iniciou a construção da Usina da Cachoeira Dourada (privatizada por Maguito Vilela) que inclusive forneceu energia inicialmente para a construção de Brasília. Juca Ludovico lutou ferrenhamente pela transferência da capital federal, agilizando, inclusive, a desapropriação das terras do atual Distrito Federal. Deu atenção à educação construindo várias escolas, ampliou a telefonia, construindo o Hospital das Clinicas e o Aeroporto Santa Genoveva.

O GOVERNO DE JOSÉ FELICIANO FERREIRA (1959-67)

José Feliciano ofereceu apoio logístico à construção de Brasília; ampliou a malha rodoviária e de redes de energia, dobrou o número de professores nas escolas estaduais e iniciou a pavimentação dos trechos Goiânia-Trindade/Goiânia – Inhumas.

O GOVERNO MAURO BORGES (1961-64)

O Governo de Mauro Borges foi o primeiro em Goiás planejado tecnicamente, com base de estudos sobre o potencial do estado e de suas carências, com base em estudos da Fundação Getúlio Vargas. No seu governo foram criadas várias empresas estatais para suprir carência de investimento da iniciativa privada nesses setores:

Cotelgo (Telefones), hoje Telegoias; Metago (Minérios); Iquego (Medicamentos); Casego (Armazenamento agrícola); Crisa (Rodovias e estradas); Osego (Saúde);

Caixego (Finanças); Cosego (Seguros); Saneago (Saneamento básico); Idago (política agrária).

O Idago foi responsável pela implantação em Goiás dos combinados agro-urbanos inspirados no modelo de colonização agrícola de Israel, os Kibutz. Mauro Borges que inicialmente apoiou o golpe militar de 64, logo rompeu com militares e acabou afastado pelo ato de força da intervenção federal de 26/11/64. O Coronel Carlos de Meira Matos assumiria, então, como interventor até a posse do General Ribas Júnior.

O GOVERNO RIBAS JÚNIOR (1965-66)

O general Emilio Rodrigues Ribas Jr. amigo do Mal. Castello Branco, exerceu em Goiás um mandato-tampão até a realização das eleições de 1965. O governo do general não se preocupou em criar um novo programa, apenas deu continuidade às obras iniciadas e paralisadas com o brusco afastamento de Mauro Borges.

O GOVERNO OTAVIO LAGE (1966-71)

Otávio Lage de Siqueira governo Goiás nos primeiros anos do regime militar. Enfrentou várias crises políticas (a assembléia tinha maioria oposicionista), mas o ponto de vista administrativo consegui realizar várias obras como: pavimentação de rodovias, postos de saúde no interior, iniciou a construção do Hospital Materno-Infantil e concluiu a 2ª etapa de Cachoeira Dourada, além de construir dezenas de escolas.

O GOVERNO LEONINO CAIADO (1971-75)

Leonino Di Ramos Caiado assumiu a prefeitura de Goiânia em 1968, quando o então prefeito Íris Rezende teve os direitos políticos cassados pela ditadura. Em 1971 assumiu o governo do estado em eleição indireta realizada pela Assembléia Legislativa.

Suas principais realizações administrativas foram a construção do Estádio Serra Dourada e do Autódromo Internacional de Goiânia, que acabaram por projetar positivamente a capital. Deu atenção ao campo criando o Goiás rural e expandindo a fronteira agrícola em Goiás.O GOVERNO IRAPUÃ (1975-79)

Irapuã Costa Júnior iniciou sua carreira como prefeito indicado em Anápolis , considerado pelos militares como município de segurança nacional por causa da base aérea. Assumiu o governo do estado em 1975 sob protesto da bancada MDB ( oposição) que discordava das eleições indiretas . Deu atenção ao norte do estado (hoje Tocantins) e dentre outras obras construiu a ponte sobre o Rio Tocantins, em Porto

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Nacional . Construiu o Ginásio Rio Vermelho e iniciou a implantação do DAIA ( Distrito Agroindustrial de Anápolis ).

O GOVERNO ARY VALADÃO (1979-1983)

Apadrinhado pelo poderoso Gerenal Golbery do Couto e Silva , Ary Ribeiro Valadão assume o poder eleito indiretamente pela Assembléia Legislativa .Devido á Anistia decretada por Figueiredo , enfrentou forte oposição do seu governo , pois várias lideranças que estavam com direitos políticos cassados voltaram á atividade . Deu especial atenção ao norte do estado , hoje , Tocantins , inclusive naquela recém-criada unidade da federação . Sua maior realização administrativa foi o Projeto Rio Formoso , de agricultura irrigada .

O GOVERNO DE IRIS REZENDE (1983-1986)

Com a recuperação dos seus direitos políticos , Íris Rezende consegue se eleger governador de Goiás , o primeiro eleito pelo povo após o regime militar Íris adotou um governo de estilo populista , dando ênfase a construção de moradias em sistema de mutirão mobilizando estado/prefeitura/povo. Ainda nesse primeiro mandato como governador , Ìris aumentaria 2,5 vezes a quantidade de rodovias pavimentadas e faria 14,000 km de redes de energia , Investindo pesado na infra-estrutura. A grande critica que se faz a esse seu governo seria a de que o social teria ficado relegado a um segundo plano . A partir desse momento Ìris Rezende vai se tornar uma das principais lideranças políticas de Goiás e vai projetar-se nacionalmente , assumindo inclusive o Ministério da Agricultura e depois da Justiça e recentemente , vitorioso na ultima eleição para prefeito.

GORVERNO HENRIQUE SANTILLO (1987-1991)

Henrique Antônio Santillo foi um dos governadores eleito pelo PMDB na esteira de sucessão do Plano Cruzado , que depois foi taxado de estelionato eleitoral . Seu governo enfrentou uma catástrofe de proporções mundiais , o acidente com o Césio 137, logo no sexto mês, o que demandou vultosa soma de recursos e projetou negativamente a imagem não só de Goiânia , mas também do Estado . Produtos goianos passaram a ser boicotados ou rejeitados do Estado , influindo negativamente na economia. Some-se a isso uam dívida de US$ 2 bilhões e inchaço da máquina administrativa , extremamente onerosa . Sua principal realização administrativa foi a contrução do HUGO- Hospital de Urgências de Goiânia . Quando deixou o governo o

funcionalismo público estava com o salário atrasado em mais de cem dias , em sua grande maioria . Durante o seu governo houve ainda a liquidação da Caixego .

O SEGUNDO GOVERNO DE ÍRIS REZENDE (1991-1994)

Ìris assume o segundo mandato encontrando o estado completamente sucateado . São suas essas palavras : ‘’Recebo um governo literalmente arrasado . O funcionalismo público desmotivado e desmobilizado porque não recebe seus vencimentos a cinco meses . Hospitais e postos de saúde funcionando precariamente por faltas de equipamentos , remédios e condições mínimas de trabalho. Rodovias intransitáveis . Calendário escolar comprometido , instituições financeiras falidas , e a receita com níveis baixíssimos ‘’ Houve uma intensificação maciça na fiscalização dos impostos e um esforço concentrado de arrecadação . A receita elevou-se 18% já nos primeiros meses . Com isso o pagamento do funcionalismo foi normalizado . O governo voltou a investir novamente em pavimentação e iniciou a quarta etapa de Cachoeira Dourada . Expandiram-se os distritos agroindustriais través do programa FOMENTAR . Mais uma vez o social foi relegado a um segundo plano . O endividamento do estado cresceu de maneira preocupante . Ìris e o seu vice , Maguito , desincompatibilizaram-se seis meses antes do término do mandato para concorrerem , respectivamente aos cargos de senador e governador . Assume o poder dessa forma o Presidente da Assembléia Legislativa , Agenor Rezende , que vai exercer um mandato-tampão até a posse do próximo governador .

O GOVERNO MAGUITO VILELA (1995-1998)

Luis Alberto Vilela mais conhecido como Maguito Vilela,realizou um governo pautado na atenção ás classes menos favorecidas .Criou a Secretaria de Solidariedade Humana que , segundo seu governo era um compromisso de resgate da cidadania, contra a fome e a miséria . 250 mil famílias passaram a desfrutar da isenção do pagamento de taxas de água, e luz e 800 mil pessoas foram beneficiadas com o acesso de cestas básicas distribuídas pelo governo .Lotes foram distribuídos á população mais pobre. Seus programas sociais o colocaram no topo das pesquisas de opinião pública como o governador mais popular do Brasil e recebeu elogios do sociólogo Betinho e do Unicef. Houve avanço nas áreas de saneamento básico e na educação . Algumas rodovias foram pavimentadas e outras duplicadas . Mas todo esse investimento esgotou a capacidade de endividamento do estado e transformou Goiás num

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pólo de atração de miseráveis do Brasil inteiro , superlotando a periferia de Goiânia e o entorno do DF , que se transformou num das regiões mais violentas do Brasil .Goiásera, ate meados do governo de Marconi Perillo , percentualmente o Estado mais endividados do Brasil. No governo maguito a usina de Cachoeira Dourada foi privatizada . Maguito era o candidato á reeleição em Goiás, mais Ìris Rezende temendo ver o seu briho político ofuscado pela meteórica ascensão do seu apadrinhado político , convenceu-o a disputar o senado e candidatou-se pela terceira vez ao governo do Estado. Os institutos de pesquisa indicavam que Ìris tinha mais de 70%da preferência do eleitorado e que o segundo colocado , Marconi Perillo , tinha maenos de 7%.No entanto, coubea Perillo a vitória nas eleições ao governo do Estado de Goiás em 1998, sendo ainda reeleito em 2002.Seu governo pautou-se em uma política que foi , em suma, reflexo da política do governo federal de FHC. Marconi conseguiu atrair muitos investimentos na área industrial para para o Estado de Goiás .Fontes: História de Goiás por Luís Palacin – Maria Augusta de Sant’ana Moraes, Editora UFG-1998 .

Goiás e a Mudança de Capital

A partir de 1940, Goiás cresce rapidamente: a contrução de Goiânia , o desbravamento do Mato Grosso goiano , a campanha nacinal de ‘’ marcha para o oeste’’ , que culmina na década de 50 com a contrução de Brasilia , imprimem um ritmo acelerado ao progresso de Goiás . A população se multiplicava ; as vias de comunicação promovem a integração de todo o país e dentro do mesmo Estado assiste-se a uma impressionante explosão urbana, com o desenvolvimento concomitante de todos os tipos de serviços ( a educação especialmente). Na década de 80, o estado apresenta um processo dinâmico de desenvolvimento , Grande exportador de produção agropecuária , Goiás vem se destacando pelo rápido processo de globalização da economia mundial , aprofundando e diversificando , a cada dia , suas relações comerciais com os grandes centros comerciais .( Fonte : História de Goiás . Luis Palacin.Maria Augusta de Sant’ana Moraes 5ª edição . Editora UFG/1989)

Goiás : Patrimônio da Humanidade

Cidade pacata , que preserva e cultiva suas tradições , Goiás , antiga capital do Estado ganhou o título de Patrimônio Cultural da Humanidade , concedido pela Unesco no dia 27 de junho de 2001,comemorando por toda a população vilaboense. A avaliação dos técnicos da UNESCO baseou-se em dois dos cinco critérios adotados : o sítio foi considerado relevante para o período histórico que representa e é um exemplo da ocupação humana na região . Este é o nono conjunto a conseguir titulo no Brasil .

A CLASSE MÉDIA VAI AO PARAÍSO

Goiânia, 2005. Eixo de um aglomerado urbano com cerca de 2 milhões de habitantes , com forte adensamento demográfico na própria capital e sua irmã gêmea , Aparecida , a cidade está implantando finalmente seu metrô de superfície pois ainda enfrenta agravados problemas de trânsito e se tornou uma das principais referências brasileiras do turismo de eventos , o que determinou o apressamento do projeto de novo aeroporto . Em meio a este cenário que podemos imaginar como bastante plausível , não obstante problemas como o do trânsito a população busca mais qualidade de vida e o estilo de morar de boa parte da população da classe média mudou : esta parcela dos moradores migrou para os condomínios horizontais . A Marcha para o oeste

Em 1940Vargas reafirmou a missão de Goiás e de Goiânia ao dizer que ‘’ o verdadeiro sentido de brasilidade é o rumo do Oeste .’’ A ‘’Marcha para o Oeste’’ definiu-se assim como uma das faces da política econômica de Vargas , necessária para a consolidação global dos planos presidenciais . Foi dentro desta política federal de ‘’ Marcha para o Oeste ‘’ que se deu a construção de Goiânia ,marco fundamental deste primeiro ciclo de expansão de Goiás sob novos moldes.Em 1940 Vargas definiu o sentido da interiorização . ‘’torna-se imperioso localizar no centro geográfico do País , poderosas forças capazes de irradiar e garantir a nossa expansão futura . Do alto dos nossos chapadões infindáveis , onde estarão , amanhã , grandes celeiros do País , deverá descer a onda civilizadora para as planícies do Oeste e do Nordeste ‘’, declarou . Goiânia não representou apenas uma cidade a mais no Brasil . Foi o ponto de partida do 1º ciclo de expansão do Oeste a, fator de desenvolvimento nacional , fator de unificação política .Corresponde ao 1º ciclo do Bandeirismo. O bandeirismo em outro tom , com outras cores , outras formas , Bandeirismo do século XX . A par do estímulo a fundação de Goiânia ,centro dinamizador da região , o Governo Federal prosseguiu a sua política de interiorização através da fundação de varias colônias agrícolas espalhadas pelas áreas mais frágeis do País .Em Goiás , esta política foi concretizada na criação da Colônia Agrícola Nacional de Goiás e na ação da fundação do Brasil Central. Estes empreendimentos representaram o 2º ciclo da expansão rumo ao Oeste . Enquanto o período que se estende d 1930ª 1945 se caracterizou por ativo expansionismo e dinamização da economia goiana – desde então plenamente inserida no contexto econômico do capitalismo nacional – a fase que seguiu de imediato (1945-1955) representou uma relativa desativação do expressionismo . O período caracterizou-se política e socialmente pelo populismo assentado no pacto de classes . Sob a ação do Estado

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foram criadas as condições institucionais e econômicas para o desenvolvimento da economia urbano-industrial , voltada para o mercado interno .Sob o governo Dutra ocorreu o acordo interpartidário (PR-UDN-PSD), que permitiu ao presidente desfazer-se da aliança com Getúlio Vargas e frutificou no plano SALTE ( iniciais de ‘’ Saúde ‘’ , ‘’ Alimentação ‘’, ‘’ Transporte ‘’ e ‘’ Energia’’ ). Este plano , elaborado sob a orientação do DASP , foi aprovado por comissão interpartidária , mas foi só parcialmente aplicado .

Em 1951. Getúlio Vargas assumiu o poder enfrentando uma oposição cerrada do empresariado carente de identificação nacional e de algumas facções oposicionistas , identificadas como o capitalismo internacional contrárias aos projetos nacionalistas do presidente . Neste segundo governo de Vargas o centro da política econômica passou a ser modernização do Centro –Sul com a tentativa de criação de industrias de base sob a égide do Estado . A ‘’ Marcha para o Oeste’’ , núcleo de primeira gestão perdeu sua razão de ser . Portanto no período de 1945-1955, a política de expansão agrícola se comparada com a fase anterior sofreu uma desativação em resposta a condições internacionais e nacionais . Atuando em condições adversas . os governos estaduais de Coimbra Bueno (1947-1950)e Pedro Ludovico (1951-1954) procuraram seguir as diretrizes federais que deixavam margem ao crescimento da economia goiana . Um dos objetivos básicos da gestão de Coimbra Bueno foi o reforçamento da infra-estrutura de comunicação , para favorecer indiretamente a expansão rumo a Amazônia e fortalecer a integração de Goiás aos pólos mais desenvolvidos no País . Dentro desta diretriz , ocorreu neste governo o inicio da construção do Aeroporto Internacional de Goiânia , o inicio da construção da rodovia Anápolis –Tocantínia , como auxilio de verbas federais, a ligação rodoviária de Frutal , no Triangulo Mineiro ‘’ á região de Anápolis –Goiânia , como parte integrante da grande via Transbrasiliana’’ (precursora da BR-14) . Em Goiás , em 1949, já havia sido construído trecho Anápolis – Niquelândia A partir de meados da década de 1950 , ocorreu uma retomada da ‘’ Marcha para o Oeste . O governo estadual de José Ludovico de Almeida (1954-1960 ) esteve integrado a esta política , patrocinando a construção de estradas em várias regiões do Estado. Os governadores seguintes trataram de ampliar esses serviços apesar da crescente preferência federal em desenvolver a indústria do Centro –Sul ( extraído e da publicação ‘’ Interpretação Histórica da Economia de Goiás e posicionamento do setor Agropecuário no Contexto Econômico e Social da Região ‘’ editado pela SAGRIA . Coordenação Dalisia Elizabeth Martins Doles . Pesquisa Histórica : Janaina Passos Amado , Maria Esperança Fernandes Carneiro E Nilva Maria Gomes

Coelho . Pesquisa econômica : Luiz Carlos Baptista de Figueiredo) . Fundada em 24 de outubro de 1933 pelo inventor Pedro Ludovico Teixeira , com o objetivo de ser a nova capital do Estado de Goiás , Goiânia vai representar os novos paradigmas regionais e nacionais , que afirmavam gradativamente os valores do modernismo e do capitalismo . Assim vai ser uma cidade de traçado urbano e arquitetura moderna , fundamentada na arte déco e nas idéias européias de cidade- jardim . Segundo o Historiador Chaul , Goiânia é ‘’filha dos anos 30, mas pensada numa lenta gestação de idéias dos séculos XVlll e XlX , a proposta de mudança da capital do Estado de Goiás foi retomada por Pedro Ludovico no inicio da década , como esperança de progresso e estratégia de sobrevivência política . uma estratégia política que renderia juros e dividendos políticos ‘’. Goiânia também vai significar a mudança das elites políticas e oligarquias Goianas e as novas tendências da economia , ates fundamentadas na mineração do ouro , e depois no desenvolvimento da pecuária e da agricultura . Nessa condição vai suceder a cidade de Goiás fundada em 1727 pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva Filho e capital desde então . a idéia de mudar a capital para outro local começou a ganhar força nas primeiras décadas do século XX e os acontecimentos efetivos para isso iria acontecer com a Revoluçao de 1930 e a chegada de Getúlio Vargas á presidência do País . Conforme Palacín e Maria Augusta Moraes ‘’ a revolução de 30 , embora sem raízes próprias em Goiás teve uma significação profunda para o Estado . E o marco de uma nova etapa histórica .Esta transformação não se operou imediatamente , no campo social , mas no campo político . O governo passou a propor-se como objetivo primordial o desenvolvimento do Estado . A contrução de Goiânia , pelas energias que mobilizou pela abertura de vias de comunicação que acompanharam e pela divulgação do Estado no País foi o ponto de partida desta nova etapa histórica . ‘’ Em 1932, é assinado o decreto nº 2.737de 20 de dezembro ,nomeando uma comissão para escolher o local da capital. Quatro locais foram pré-selecionados, todos na região centro-sul do Estado:Pires do Rio, Ubatan, Silvânia e Campinas. Este último, povoado fundado em meados do século XIX, foi o escolhido a quatro de março de 1993, por causa das melhores condições hidrográficas, topográficas e climáticas. No dia 24 de outubro de 1993, é lançada a pedra fundamental. Na mesma época, o semanário “ O Social” realizou um concurso para a escolha do nome. Entre as sugestões estavam Petrônia, Americana, Petrolândia, Goianápolis, Goiânia, Bartolomeu Bueno, Campanha, Eldorado, Anhanguera, Liberdade, Goianésia, Pátria Nova, entre outros. Em 2 de agosto de 1935, Pedro Ludovico usou, pela primeira vez, o nome “ Goiânia”, ao assinar o decreto, criando o município

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de Goiânia. O ganhador do concurso, foi o professor Alfredo de Castro. No dia 23 de março de 1937, foi assinado o decreto número 1816, transferindo definitivamente a capital Estadual da cidade de Goiás para Goiânia, e o batismo cultural, que é a data verdadeira da inauguração de Goiânia, aconteceu no dia 05/07/1942. Declara Benedito Silva: “Para nós, Goiânia é o sertão transfigurado e habitável, oferecendo conforto das grandes cidades e ao mesmo tempo, a bem aventurança dos espaços abertos, independentes, arejados, tão convidativos fluimento das serenidades interior. Para nó, Goiânia é um marco da civilização de amanhã, erguida no planalto da terra da promissão! “ Concebida em arquitetura, artdéco e para 50 mil habitantes, a cidade expandiria muito nas décadas de 70 e 80, tendo hoje ( 2003), cerca de 1,1000, constituindo-se em uma das onze regiões metropolitanas brasileiras e caracterizadas como metrópole regional e centro em educação, saúde, serviços e comercio. Graças a um excelente centro de convenções, e a localização estratégica no centro do País, tornou-se uma das primeiras cidades brasileiras na capitação de eventos. Com infra-estrutura e aparelhagem urbanas consolidadas, além de shoppings, restaurantes, feiras, parques, praças e ruas arborizadas e floridas, a capital Goiana é uma cidade que oferece ótima estada aos visitantes e uma qualidade de vida aos moradores. Referências bibliográficas:-Chaul, Nars. Da construção da decadência à modernidade. Goiânia: Editora UCG, 2000.-Palacin, Luís; Moraes, Maria Augusta de Sant’Anna. História de Goiás. Goiânia: Editora UCG, 1989.-Silva, Antônio Moreira da. Dossiê de Goiás. Goiânia: Master Publicidade, 1998.

Bandeira de Goiânia

É um retângulo verde, dividido por oito faixas brancas carregadas de sobre-faíscas vermelhas, dispostas duas a duas, no sentido horizontal e vertical. No centro, em retângulo branco, aplicado o brasão: escudo do primeiro estilo introduzido em Portugal trazido para o Brasil. No escudo: coroa mural, com oito torres, sendo cinco visíveis. A cor verde do escudo simboliza a vitória, a honra, a cortesia civilizada, a alegria e a abundância. A flor de Lis, no centro do escudo, é o símbolo do poder. A faixa estreita e ondulada, de frente, simboliza o córrego Botafogo, às margens do qual foi construída Goiânia. De um lado, o bandeirante lembra o Anhanguera; do outro, o garimpeiro. Na faixa maior, a frase: “Pela Grandeza da Pátria”. O Brasão representa o Governo Municipal.

Hino de GoiâniaMúsica: João Luciano Curado FleuryLetra: Anatole Ramos

Vinde ver a cidade pugenteQue plantaram em pleno sertãoVinde ver este trono giganteConstruído com esforços de heróis,È um hino ao trabalho e á culturaE seu brilho qual luz de mil sóisSe projeta na vida futura.Capital de Goiás foi eleitaDesde o berço em que um dia nasce;Pela gente goiana foi feitaCom um povo adotado cresceu.[Estribilho]Vinde ver a Goiânia de agoraA cumprir seu glorioso destino,Brasileiros e gente de fora,E cante, vós também, o seu hino.

Brasil Império (1822-1889)

A) Primeiro Reinado:- D. Pedro I tem poder centralizador e várias províncias defendem o federalismo;- Goiás era governado por “estrangeiros”, paulistas ou mineiros.

B) Período Regencial:- Ocorre um gradativo processo que culminará com a maior autonomia para as Províncias (Ato Adicional de 1836)- As famílias goianas assumem o poder: Bartolomeu, Xavier, Bulhões, Flores e Fleury.

C) Segundo Reinado:- Auge: 1840-1870;- Considerável processo de centralização do poder: unitarismo x federalismo.- Em Goiás volta o governo de “estrangeiros”, só que o vice era composto por membro das famílias goianas.

Período Coronelístico (República Velha)- Ocorreu grande descentralização do poder;- O poder regional é maior: Localismo.- Caiadismo

Famílias:

1)Família Bulhões:- Tempo: 1870-1900;- Chefe de família: Felix de Bulhões era um senador goiano. Defendia a abolição da escravatura, pois Goiás não dependia mais da mão-de-obra escrava, vendeu escravo na decadência do ouro, diminuição do número de escravos;- A elite apoiava a abolição, pois no século XIX o nº de escravos era pequeno e a pecuária já havia se fundado.- Félix é chamado de Castro Alves goiano.

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2)Família Caiado:- Tempo: 1912-1930. Período da República Velha;- Foi marcado pela violência e fraude, não só pela família, mas também pelo período, pois o voto era aberto (voto de cabresto).- Líder da família: Totó Caiado, foi um importante deputado goiano, foi também governador;- Região: domínio na região de Vila Boa, Pirenópolis, etc;- Os Caiados possuíam jagunços para efetivar suas ações e manipular as eleições;- Goiás recebe a Estrada de ferro em 1912, ocorre a integração do território, ligando o interior ao litoral, devido à produção cafeeira. O problema de comunicação acaba.Documento

Impostos de Exportação

O índice de exportação de Goiás é o mais valioso atestado de que o exercício econômico-financeiro de 1931, primeiro da administração revolucionária, guiado por caminhos novos, inaugurou em nosso Estado uma política econômica de resultados práticos animadores. Essa convicção se forma automaticamente no espírito do pesquisador quando coteja os quadros da exportação goiana relativos ao quadriênio 1929-1932.

A grande crise universal, de que é mortiço reflexo a crise brasileira, teve origem imediata no famoso “crack” do Stoock Exchange de New York, verificado na chamada “sexta-feira negra”, 25 de outubro de 1929. Até então, a atividade econômica do Brasil, sustentada artificialmente pela política perigosa e desvairada da valorização do café, cujas terríveis conseqüências se vinham acumulando desde 1902, época em que se firmou a orientação intervencionista, anos depois consolidada e ampliada pelo “Convênio de Taubaté” a vida econômica do Brasil, dizíamos, e, dentro dela, a de Goiás, decorria sem grandes lance, desenvolvendo-se normalmente. Desencadeada a crise, desde que o Brasil, como os demais países sul americanos, tributários comerciais do Estados Unidos, não poderia pôr-se a cavaleiro dos efeitos profundo do desmoronamento da Bolsa de New York, era natural, que baixasse consideravelmente o índice de exportação de Goiás. Foi o que se deu no exercício de 1930, justamente o de menor renda do último qüinqüênio. Relatório de 1933 do Interventor Dr. Pedro Ludovico.

DOCUMENTO

Quando o Governo Imperial celebrou, em 1871, com o desembargador Bernardo Avelino Gavião Peixoto, um dos primeiros contratos para a introdução de colonos europeus nos estabelecimentos agrícolas de São Paulo, o ministro dos negócios da Agricultura, enviando

cópia de contrato ao governo provincial de Goiás, então entregue ao presidente Antero Cícero de Assis, recomendou-lhe que “procurasse por todos os meios ao seu alcance fazer conhecidas as vantagens que o governo central oferecia aos fazendeiros e agricultores da Província, que, sob as condições consignadas naquele contrato, se propusessem a introduzir imigrantes nos seus estabelecimentos”.

E o aviso-circular de 15 de novembro do mesmo ano, dirigido pelo referido ministro ao presidente da Província, comunicava-lhe que existia em Lisboa um encarregado de tratar da imigração européia, especialmente da portuguesa, para o Império, e recomendava-lhe que, “em se oferecendo ocasião de tentar a vinda de colonos portugueses para Província, se aproveitasse do concurso do mesmo encarregado, que nenhuma remuneração exigia, etc.”

Ambas as recomendações foram divulgadas por intermédio do “Correio Oficial”, não logrando, entretanto, despertar o interesse dos latifundiários goianos para imigração européia. Se Goiás, nesse particular, tivesse imitado São Paulo, situação mediterrânea e central, teria certamente mudado o rumo dos seus destinos econômicos.

Texto de Análise

Governo: administração

Admitida socialmente a idéia do desenvolvimento e sua necessidade (urgência, diríamos), era inevitável que o governo assumisse em Goiás a iniciativa. A falta de capitais e de uma tradição empresarial tornavam a ação do governo insubstituível para por em marcha e ativar os mais variados aspectos do desenvolvimento.

O envolvimento do governo do Estado (acompanhada por sua própria conscientização e a conscientização do povo sobre o problema) foi dando-se gradualmente, a partir da construção de Goiânia; mais intensamente na década de 50, coma a criação do Banco do Estado e a CELG.

Mas quem sentiu o problema em toda sua amplitude, com plena consciência, e tratou de dar-lhe uma estruturação administrativa, foi governador Mauro Borges Teixeira, durante seu governo (1960-1964).

O governo Mauro Borges foi o primeiro a propor-se como diretriz de ação um “Plano de Desenvolvimento Econômico de Goiás” (1961-1965) abrangendo todas as áreas: agricultura e pecuária, transportes e comunicações, energia elétrica, educação e cultura, saúde e assistência social, levantamento de recursos naturais, turismo, aperfeiçoamento e atualização das atividades do Estado.

O planejamento econômico, introduzido pelos planos qüinqüenais do comunismo russo, e usado depois pelos governos totalitários, pode ser considerado a doutrina contraditória do ideal liberal de

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livre jogo das forças econômicas sem intervenção nenhuma estatal. Na prática, o planejamento econômico estatal se tem demonstrado um meio eficiente, e hoje dispensável, para o desenvolvimento.

Esta ação do Estado no desenvolvimento, vai acompanhada de uma concentração crescente de recursos econômicos em suas mãos; para isto aumenta, cada vez mais, paralelamente a tributação.

Em Goiás, a tributação per capita multiplicou-se por mais de seis, durante os quatro últimos anos.

Como explica o Plano de Ação do Governo Otávio Lage: “A expansão da carga tributária real em Goiás não constitui novidade ou exceção relativamente a outras economias, eis que, de modo geral, todas as áreas subdesenvolvidas passam pelo mesmo processo, em virtude de o setor público assumir cada vez maior número de atribuições.

Goiás e outras economias estaduais – assim como o Brasil como um todo – caminham, portanto, para uma estatização crescente.

Dentro deste espírito de estender a ação do governo a todas as áreas criticas da vida econômica e social, o governo Mauro Borges levou a cabo a reforma administrativa. Esta reforma (Lei nº 3.999 de 14.1.61) criava, paralelamente ao corpo administrativo do Estado, propriamente dito (secretarias, polícia militar, procuradoria geral), os serviços estatais autônomos (autarquias) e paraestatais (companhias de economia mista).

As autarquias permanecem unidas ao governo através das secretárias e participam do orçamento estadual. As mais importantes são: CERNE (Consórcio de Empresas de Radiofusão e Notícias do Estado), OSEGO (Organização de Saúde do Estado de Goiás), EFORMAGO, CAIXEGO, IPASGO, SUPLAN, ESEFEGO, CEPAIGO, IDAGO, DERGO, DETELGO.

Os serviços paraestatais são constituídos pelas empresas públicas e sociedades de economia mista, nos quais o governo é acionista majoritário. Entre elas encontram-se a METAGO, CASEGO, IQUEGO, etc.

Outro empreendimento importante nasceu do governo Mauro Borges foi a tentativa de reforma agrária através de uma experiência-piloto: o Combinado Agro-urbano de Arraiais. Trata-se, basicamente, de uma experiência de socialismo cooperativista, com forte influência da organização israelense dos Kibuts. O governador expunha assim, suas concepções em discurso à Assembléia Legislativa (1964).

“Nossa viagem aos exterior, a convite do governo de Israel, serviu para consolidar, definitivamente, os rumores que demos à nova política de colonização adotada pelo Instituto de Desenvolvimento Agrário de Goiás – IDAGO, como demonstra o Combinado Agro-Urbano. Ficamos convictos de que somente a planificação sócio-econômico regional, com base no cooperativismo integrado, pode conseguir a um só tempo, o milagre

da realização econômica, social e política do homem no meio rural”. Neste caso, talvez, as intenções ultrapassem, de muito, os meios disponíveis humanos e materiais.

Fica, contudo, como exemplo corajoso de dar solução a um dos mais graves problemas do momento: a sorte do homem do campo. De resto, a inflação galopante, a instabilidade dos primeiros anos da década de 60 não permitiram testar com a realidade estas diretrizes, ficaram como ptencialidade para mais tarde. (PALACÍN, Luís; MORAES; Maria Augusta Sant’Anna. História de Goiás. 4 ed. Goiânia: Ed. Da UCG, 1994. p. 122-125).

Documento

Embora venha crescendo em termos absolutos, o setor secundário da economia tem contribuído cada vez menos, em termos relativos, para formar a renda interna. De 1950 para 1962, aquela participação caiu e 8,0% para 5,6%. Isso indica que a agropecuária, o comércio e os serviços em geral vêm crescendo mais depressa que a indústria. A economia regional tem deixado de ganhar muitos milhões de cruzeiros novos anualmente, pelo fato de exportar suas matérias primas, em grande maioria, sem qualquer elaboração. A titulo de ilustração, o erário estadual e os municipais deixam de ganhar uma diferença de aproximadamente Cr$ 20,00 de impostos, por cada bovino que sai em pé do Estado – isto sem falar nas oportunidades de empregos e outros valores que seriam adicionados, pela transformação industrial, se todo o gado do desfrute fosse abatido internamente.Plano de Ação do governo Otávio Lage de Siqueira

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