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HISTÓRIA DE GARIBALDI 1870 – 1993
IR. ELVO CLEMENTE
MAURA UNGARETTI
HISTÓRIA DE GARIBALDI 1870 – 1993
Porto Alegre
1993
© Copyright da EDIPUCRS
FICHA CATALOGRÁFICA
Setor de Processamento Técnico da BCPUC
Capa: Roni Rossi
Impressão: Evangraf. F: 336.2466
C626h Clemente, Elvo História de Garibaldi: 1870 – 1993 /
Elvo Clemente, Maura Ungaretti. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1993.
p.
1. Garibaldi (RS) – História I. Ungaretti, Maura II. t.
CDD 981.65
Sumário
Apresentação /7 Introdução /8
1 – Aspectos físicos e sócio-históricos /9 Colônia Conde D’Eu /11
2 – Evolução política e administrativa /17 3 – Povoadores da região /25
Os bugres /25 Os poloneses /25 Os sírios /26 Os tropeiros /28
4 – Religião /31 Fatos notáveis /31 Presente /33 Igreja metodista /33
5 – Educação /35 Primeiros tempos /35 Escola S. José /36 Colégio S. Antônio /37 Grupo Escolar /38 Escola S. Inês /39
6 – Saúde /40 Hospital beneficente S. Pedro /40
7 – Vida social /42 Mini-Garibaldi /49 Moto Clube – Agamo /49
8 – Meios de Comunicação /50 Correio Riograndense /50 O Garibaldense /52 Novo Tempo /52 Stella /52 Rádio Difusora Garibaldi /53 Rádio Champagne FM /54 O PX Clube de Garibaldi /54 Rádio Amador /54 Aeroclube de Garibaldi /55 Correios e Telégrafos /55 Telefone /55 Estrada Buarque de Macedo /56 Viação Férrea /57
9 – Empreendimentos familiares /59 Fundição de Sinos João Bellini /59 Heitor Truccolo & Cia. Ltda. /60 Cooperativa Agrícola Cairú Ltda. /60
Hotel Casacurta /61 Hotel Faraon /63 Hotel Pieta /63
10 – Indústria do vinho /65 Granja Pindorama /65 Cooperativa Vinícola Garibaldi Ltda. /67 Generino Rossoni /68 Champagne Georges Aubert S/A /69 Martini Rossi /70 Produtora de Vinhos Finos Ltda. (PROVIFIN) /71 Maison Forestier – Empresa de Vinhos Ltda. /72 Carraro Brosina & Cia Ltda. /73
11 – Indústria, comércio, bancos /74 Tramontina Garibaldi S/A. /74 Banco da Província–Sulbrasileiro–Meridional /78 Banco Pelotense /79 Banco do Estado do Rio Grande do Sul /79 Banco do Brasil /79 Banco Bradesco S.A /79 Caixa Econômica Estadual /79 Caixa Econômica Federal /80
12 – Pioneirismos na Colônia de Conde D’Eu /82 13 – Intendentes e Prefeitos Municipais de Garibaldi
(1900 a 1993) /84
Vista Parcial da Cidade
7
Apresentação
Na trajetória do tempo há fatos, datas e pessoas que marcam e fazem a
história de um povo e, por conseguinte, da humanidade. Foi na travessia do
imigrante que desafiou primeiro a imensidão do mar e depois o desconhecido
da “nova terra” que fez surgir Garibaldi, como o fruto do labutar árduo, do
semear constante.
A fé, o trabalho, os costumes, as tradições, enfim, a cultura, aos
poucos foi criando raízes no novo espaço. Do pequeno núcleo de
colonização italiana, na Encosta Superior do Nordeste, nasce a Colônia
Conde D’Eu e através do progresso atinge sua emancipação, tornando-se,
em 1900, o município de Garibaldi.
Herdamos de nossos antepassados além da “terra natal” a história por
eles construída. Esta não deve ser esquecida, precisa estar bem viva tornar-se
conhecida de todos, a fim de que seja exemplo de luta, de coragem e de
persistência para nós e para as gerações vindouras. Para isto é imprescindível
que a mesma se perpetue por meio da escrita.
Com este objetivo de registrar e resgatar dados sobre as nossas
origens, trazendo para o presente, o passado, os autores, Maura Ungaretti e o
Ir. Elvo Clemente (Antonio Mottin), auxiliados pelos seus colaboradores,
estudaram, pesquisaram e redigiram a História de Garibaldi. Esta obra, com
função didática, será excelente recurso para professores, alunos e àqueles que
desejarem obter conhecimento sobre a Capital Nacional da Champanha.
Lourdes Cisilotto Garda
Secretária Municipal de Educação e Cultura
Leo Antônio Cisilotto
Prefeito Municipal
8
Introdução
Escrever a História de Garibaldi é uma alegria e uma preocupação. A
alegria se manifesta em colocar em letra de forma alguns relatos de
acontecimentos, de situações das pessoas que deram suor, esforço, lágrimas e
vida para que a terra florescesse e desse os frutos sazonados que
contemplamos no sorriso do olhar dos empreendedores e dos jovens. A
preocupação se apresenta ao transmitir com fidelidade as vozes e as
experiências de nossos maiores que atravessam cento e vinte e dois anos de
sabedoria e de lições cheias de vida e de coragem.
Ao perlustrar as galerias de homens e mulheres ilustres por sua
bravura, simples na maneira de ser, impávidos no lance de desbravar ínvios
caminhos e tortuosas e íngremes veredas, vem ao espírito do leitor o impulso
vital de busca de novos rumos para que a infância e a juventude da Colônia
Conde D’Eu, da Vila e Cidade de Garibaldi seja digna de ter nas veias o sangue
dos avós destemidos e incansáveis na sina do Bem e do Progresso.
A terra garibaldense, marcada desde os primórdios pela fé em Deus e
pela devoção à Virgem Santíssima, cresceu, floresceu e frutificou nos templos,
capelas, nas ermidas e sobretudo no espírito cristão base de todo o humanismo
e do verdadeiro progresso.
História de Garibaldi são folhas de frondosa árvore, colhidas para
formar o catecismo cívico em que os anciãos e as pessoas de meia idade
recordem fatos, relembrem pessoas, deixem aqui e acolá a lágrima da
saudade, em que os jovens e as crianças buscam a lição dos maiores para
que a nova geração possa não só ombrear com o passado mas sobrepujar
os patamares conquistados.
Ir. Elvo Clemente
Maura Ungaretti
9
1 – Aspectos Físicos e Sócio-Históricos
Garibaldi está situado na Encosta Superior do Nordeste, estendendo-se
em seus 358,90 km2 por uma área de formação montanhosa recortada por
vales profundos e fortes declives. Formada na era Mezóica apresenta camada
de arenito entre derrames basálticos. Não existem dentro dos seus limites,
acidentes de grande vulto. A sua rede hidrográfica é de reduzida importância,
constituída de alguns arroios, entre os quais o mais extenso é o Marrecão, além
do Boa Vista e Arroio da Seca.
O clima é de transição e as chuvas são regulares por todo o ano. Com
a altitude média de 640 metros, a temperatura oscila entre 33º e 0°C, tornando-
se saudável e ameno.
Apresenta as seguintes coordenadas geográficas: 29°15’22” de latitude
Sul e 51°32’05” de longitude Oeste.
O solo é constituído de terra vegetal e tabatinga, característica de locais
pedregosos, são de baixa fertilidade, com alto índice de acidez.
A rocha basáltica, as pedras semipreciosas e as rochas cristalinas
entram na formação dos terrenos com mais ou menos profundidade.
A vegetação da região, na época da colonização, era formada de mata
subtropical, e as elevações cobertas de araucária.
Os imigrantes encontraram nas condições do clima e do solo um local
propício ao cultivo da videira, tornando-a a principal cultura do município, sem
deixar o trigo, o milho e a batata. Além dessas culturas foram exploradas as
madeiras encontradas em estado nativo como o cedro, angico e a araucária,
que desde logo proporcionou os pinhões, alimentação aos primeiros imigrantes.
10
Primeira Intendência Municipal – 1900
Angelo Luiz Faraon, Francisco Mequine Müller e outros
Palácio Municipal
11
COLÔNIA CONDE D’EU
O Rio Grande do Sul foi povoado e colonizado a partir do século XVII
no litoral por colonos açorianos e no altiplano por paulistas; surgindo assim as
grandes propriedades de criação de gado, as estâncias.1
Após a Independência, 1822, o governo brasileiro prosseguiu a política
de povoamento e enviou para o Sul do País imigrantes europeus, habituados ao
clima frio e temperado.
2
Vários fatores contribuíram para levar populações inteiras a deixarem a
terra natal e enfrentarem o desconhecido além dos mares: as sucessivas
guerras na Europa para a Unificação da Alemanha, para a Unidade Italiana; as
lutas na Áustria e na Polônia; as constantes revoluções; a falta de trabalho nos
campos; o empobrecimento das regiões urbanas e rurais; a fome que se
alastrava em quase toda a Europa. Os Estados Unidos da América do Norte, a
Argentina, o Brasil e outros países da América do Sul aproveitando-se dessa
crise faziam intensa propaganda conclamando braços para o trabalho agrícola e
industrial. Ofereciam facilidades de aquisição de terras e de trabalho a todos os
profissionais que desejassem melhorar a vida. E de certa forma “Far l’América”.
A Colônia Conde D’Eu surgiu por força do Aviso do Ministério dos
Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas de 09 de fevereiro de
1870, cedendo à Província do Rio Grande do Sul as terras devolutas, na região
das matas, entre o Rio Caí, os campos de Vacaria e o município de Triunfo.3
Por Ato de 24 de maio de 1870, do Presidente da Província, Dr. João
Sertório, o primeiro território medido, de 16 léguas quadradas de área, na
margem esquerda da Estrada que segue de Maratá ao rio das Antas,
confinando ao Norte com este rio, ao Sul com o rio e terras devolutas, a Leste
com a referida Estrada e a Oeste com o rio e terras devolutas, denominou-se
Colônia Conde D’Eu, em homenagem ao genro do Imperador, esposo da
1 BASTIDE, Roger. Brasil Terra de Contrastes. São Paulo: Difusão Européia do Livro. 1971. pág. 168-169. 2 Idem n.1, p.172. 3 Relatório do Dr. João Sertório. 1870. pág. 67-68.
12
Princesa Isabel.4
O imigrante, depois de atravessar o Atlântico, chegava ao Rio de
Janeiro e era confinado na Ilha das Flores, até seguir viagem para o Sul em
vapores de precárias condições. Chegando a Porto Alegre era jogado em
alojamentos superlotados. E depois viajava em barcos para chegar a
Montenegro. E de lá até seu destino, a Colônia Conde D’Eu, seguida por uma
estrada, que passava no Maratá. Essa estrada era estreita e íngreme, não
permitindo mais que a passagem de uma carroça, e muitas vezes, o imigrante
era obrigado a carregar nas costas a bagagem, além de ferramentas e
alimentos. Dependendo das condições climáticas, a viagem demorava três ou
quatro dias.
A dificuldade maior para o povoamento de Conde D’Eu era a
falta de ligação com os outros núcleos habitados, pois as picadas abertas pelos
encarregados da Comissão de Terras não resistiam muito tempo sem o serviço
de manutenção. Essa queixa era constantemente feita pelo diretor da Colônia.
Entre julho e agosto de 1870 chegaram a Porto Alegre os primeiros
colonos destinados a Conde D’Eu. Eram mais ou menos 15 famílias todas
de origem prussiana.5 Aqui encontraram já estabelecidas algumas famílias
de origem portuguesa, além dos índios ditos bugres. Kaigang (Kaa = mato,
Igang = morador)6
Com a abertura de uma picada, em 1874, na linha colonial Figueira de
Melo, houve um aumento do número de imigrantes. Um grupo de suíços-franceses,
que no dizer do presidente da Província, Azevedo Castro e o diretor da Colônia,
capitão João Jacinto Ferreira, serviriam de núcleo base para a colonização. No
curto espaço de 4 meses já se podia ver o resultado desse assentamento.
7
4 Documento recebido pelo Sr. Lothar de La Rue, agente Intérprete da Colonização. 1870.
5 Primeiro Livro da Colônia de Conde D’Eu, A.H.R.S.. 1870. Códice 179. 6 LAZZAROTTO, Danilo. História do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Sulina. 1986. pág. 09 7 Relatório do Dr. José Antonio de Azevedo Castro. Março. 1876. pág. 41.
13
Foi construído, então um barracão para alojar os futuros imigrantes de
origem italiana e polonesa.8
Os trabalhos passados pelos imigrantes que já foi descrito, muitas
vezes, além da viagem acidentada, dependiam da benevolência do governo
imperial e provincial para sobreviverem, até que pudessem contar com as
colheitas. Trabalhavam, então entre uma colheita e outra, na abertura de
estradas entre as colônias vizinhas. Apesar dos esforços do Diretor da Colônia
os recursos custavam a chegar e eles sentiam-se abandonados.
Entre os italianos que aqui chegaram, quase todos do
norte da Itália, estava Cirillo Zamboni, o primeiro que se estabeleceu nestas terras.
O imigrante, com seu lote na mata virgem, recebia uma ajuda para
construir sua casa e instrumentos para o cultivo da terra, que pagava conforme
rendia a sua produção, na maior parte das vezes eles viviam da troca de
víveres e tarefas. O trabalho nas estradas era remunerado e significava
substancial aumento que, quase sempre custava a chegar. Felizmente para o
imigrante a terra mostrou-se fértil dando-lhe coragem para continuar com o
trabalho apesar das dificuldades e por isso mesmo escreviam a seus
conhecidos e amigos para que viessem para cá.
Trazendo consigo um patrimônio de cultura invejável, procuraram se
agrupar nas práticas da religião, erguendo capelas onde se encontravam para
rezar, para conviver, para celebrar e esquecer a saudade da pátria longínqua.
Conde D’Eu, Dona Isabel, Caxias do Sul e Silveira Martins foram os
centros principais da colonização italiana, que a partir de 1876 se
desenvolveram rapidamente. Em poucos anos essas regiões foram ocupadas e
trabalhadas pelos imigrantes e seus descendentes.9
A formação da Colônia Conde D’Eu desenvolvia-se dentro dos aspectos
sócio-econômicos para a sobrevivência, o número e a extensão dos lotes de
cada imigrante correspondia quase sempre ao número de dependentes ou a
suas posses. Sempre que possível reuniam-se os oriundos de mesma região da
8 O barracão ficava nos fundos do terreno da casa da família Toniazzi. Rua Buarque de Macedo. 9 MANFROI, Olívio. A Colonização Italiana no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Grafosul. 1975. pág. 64.
14
Itália. A região Veneto, ao norte, por sua proximidade com a Áustria e a Guerra
de Unidade da Itália havia deixado seus habitantes na mais extrema miséria.
Junto com os primeiros imigrantes aqui chegados, estava o Padre Bartolomeu
Tiecher, vindo do Tirol, que muito contribuiu, com seu apostolado, para a
fixação dos imigrantes.
Como a principal atividade do imigrante era a agricultura, necessitava a
Colônia de estradas que dessem escoamento a seus produtos, para isso muito
lutaram os seus dirigentes, desde o 1º Diretor, capitão João Jacinto Ferreira,
pedindo ao governo uma estrada que ligasse Montenegro às colônias de Conde
D’Eu e Dona Isabel. Sugeriam, também, que teria sido mais prático seguir de
barco, pelo rio Taquari até as proximidades do hoje município de Santa Teresa,
e de lá até Conde D’Eu e Dona Isabel, para isso era necessário construir uma
estrada de mais ou menos 7 léguas até São Caetano, porto de embarque, que
levaria até a capital os produtos da lavoura, assim como para Teotônia, Boa
Vista e Vila da Estrela.10
Já em 1873, houve pedidos para que a estrada do Maratá fosse limpa e
conservada, sendo necessário, para isso, contar com pessoal permanente de
preferência nacionais, pois os colonos só dispunham de poucos dias entre seus
trabalhos na lavoura, para ajudar na estrada.
11
A colônia em 1877 tinha um médico, Dr. João Maria Pereira Monteiro,
que prestava serviços de saúde também em Dona Isabel. O capelão Pe. João
Francisco Mejat dava assistência religiosa.
Além das estradas já citadas foi
aberta outra até a Colônia Santa Maria da Soledade do Forromeco.
No ano de 1878 foi estabelecido o serviço de “estafeta” entre São
Sebastião do Caí e as colônias de Conde D’Eu, Dona Isabel e Caxias, para
maior agilidade com a correspondência oficial e dos imigrantes. Lá pelo ano de
1882 foram instaladas as agências de correio.
10 Relatório do Dr. José Fernandes da Costa Pereira Júnior. 1872. pág. 16. 11 Relatório agente Intérprete da Colonização Luiz Kramer Walter. Fevereiro. 1873. pág. 03-04
15
Paradouro dos Tropeiros
Encontro de Mascates
Com o progresso da Colônia começou o processo de emancipação.
Em 12 de abril de 1884 foi elevada à categoria de freguesia de São Pedro.12
12 Conde D’Eu foi emancipada do Governo lmperial pelo Decreto n° 8183 de 1884.
A partir da emancipação, novas estradas foram projetadas e com muito
16
trabalho e esforço os habitantes prepararam o terreno para o progresso de
sua terra de adoção.
Com a criação, pelo General Cândido Costa, do município de Bento
Gonçalves em 11 de outubro de 1890 constituído dos territórios das freguesias
de São Pedro, ex-colônia Conde D’Eu e Santo Antonio, ex-colônia Dona
Isabel.13 Em 31 de outubro de 1900 emancipou-se e foi batizado com o nome
de Garibaldi, em homenagem a Giuseppe Garibaldi, herói Farroupilha, como
Bento Gonçalves.14
O novo município procurou diversificar suas florescentes indústrias:
ferrarias, padarias, fábricas de cerveja, de gasosa, de pólvora, de gaitas, vários
moinhos, alambique de cana, funilarias, sapatarias, fábricas de chapéus de
palha, de charutos, de jóias, uma fundição de sinos, móveis de vime, serrarias a
vapor e à água, hotéis e alfaiataria e ainda o cultivo da videira. Esse cultivo
desenvolveu-se prodigiosamente, pois encontrou terreno fértil e apropriado.
13 Ato n° 474 do Governo do Estado. 1890. Arquivo Histórico e Geográfico de Montenegro. 14 Decreto n° 327. 1900. A. A. Borges de Medeiros.
17
2 – Evolução Política e Administrativa
Criada em 1870 a Colônia Conde D’Eu, transformada em freguesia de
São Pedro de Conde D’Eu em 1884, 2° Distrito de Bento Gonçalves, em 1890,
alcançou a emancipação em 1900.
De 1870 até 1884, fase colonial, era administrada por um Diretor,
nomeado pela Comissão de Terras, além do Diretor outras pessoas eram
nomeadas, como engenheiros, agrimensores, etc.15
De 1884 até 1890 – A Colônia de Conde D’Eu é elevada à categoria de
freguesia de São Pedro e sua administração passa para São João de
Montenegro, contava nessa época 6.306 habitantes.
Os imigrantes que aqui
chegavam, após longa e dolorosa viagem, eram abrigados em barracões até
terem seus lotes demarcados e a casa levantada. A vida nos barracões era
insalubre, o que ocasionava muitas mortes principalmente de crianças.
De 1890 até 1900, viveu a fase de distrito, fazendo parte do município
de Bento Gonçalves. Para conseguir que as ex-colônias Conde D’Eu e Dona
Isabel formassem município autônomo foi estabelecida uma comissão, sendo
Enoss Balista e Domingos Loss da primeira e Domingos Paganelli e Achille
Brogioli da segunda. O Ato n° 474 do Presidente da Província de São Pedro do
Rio Grande do Sul, General Cândido Costa, em 11 de outubro de 1890,
desmembrou do município de Montenegro o 4º Distrito, tornando-o no município
de Bento Gonçalves.16
1900 – Municipalização – Um grupo de cidadãos de Conde D’Eu, com a
liderança de Domingos Paganelli e como auxiliares diretos, Achille Brogioli,
Ângelo Faraon, Cândido Machado de Leão, Pe. João Fronchetti, entre outros,
trabalhou intensamente para a emancipação e conseqüente municipalização.
Conde D’Eu era o 2° Distrito e São Lourenço de Villas
Boas, na linha Figueira de Mello era o 4° Distrito do referido município.
15 GIRON, Loraine. Evolução Histórica. Caxias do Sul: Grafosul. 1977. p. 70. 16 Livro de Atas n° 1 do Conselho Municipal de Bento Gonçalves. Arquivo Público e Histórico de Bento Gonçalves.
18
Pelo Decreto n° 327, de 31 de outubro de 1900, Antonio Augusto
Borges de Medeiros, Presidente do Estado do Rio Grande do Sul, elevou Conde
D’Eu a Vila e município autônomo, sob o nome de Garibaldi.
Jacob Nicolau Ely assumiu como Intendente provisório até que fosse
possível eleger-se o Intendente e o Conselho Municipal. Para reger o Município,
foi usada a Lei Orgânica de Bento Gonçalves, até a promulgação da Lei
Orgânica do município de Garibaldi em 07 de setembro de 1902.
Em maio de 1901, tomou posse o 1° intendente eleito pelo voto popular
Jacob Nicolau Ely e seus conselheiros.17
Em 1912 era Intendente o Coronel Affonso Aurélio Porto, historiador e
poeta. Garibaldi, graças ao seu empenho, conseguiu três agências do então
Banco Pelotense, uma na Vila, uma em Carlos Barbosa e outra no Borghetto,
tinha também, um correspondente do Banco da Província. Mais tarde outros
bancos foram se estabelecendo.
Em 1917, chegou a Viação Férrea, concretizando mais um sonho de
seus habitantes, que tinham, então um meio seguro de escoamento para a
produção e de comunicação com a capital e outros lugares.
A iluminação que nos primórdios era a querosene, passou para usina
hidráulica e depois para óleo, com prédio próprio. Pelos idos de 1918, contava
221 lâmpadas particulares e 62 públicas.
A central telefônica era municipal e operada manualmente, pela Sra.
Agatha Brugalli. Seus serviços eram feitos gratuitamente.
Outro melhoramento necessário era um novo cemitério, pois o que
havia datava de 1875, e se encontrava na subida da rua Saldanha Marinho,
atual Dante Grossi, ou rua da Igreja. A prefeitura comprou um terreno na
Estrada Buarque de Macedo, Bento Gonçalves, para que servisse de cemitério,
lá pelo ano de 1925, tendo sido franqueado o novo cemitério em 1935.
Com o advento do Estado Novo, 1937, os prefeitos, antigos
intendentes, passaram a ser nomeados pelo Governo, até 1946 quando
17 Livro de compromisso de Intérprete e Conselheiros. Arquivo Histórico de Garibaldi. 1901.
19
voltaram a ser eleitos. Em Decreto Lei de nº 311, de 02 de março de 1938, do
Governo Federal, a Vila de Garibaldi foi elevada à categoria de cidade.
Durante o período de 1942 a 1945, os descendentes dos imigrantes e
eles próprios sofreram inúmeras represálias, em conseqüência da II Guerra
Mundial, em que a Alemanha, a Itália e o Japão estavam contra os outros
países do mundo.
Garibaldi ia abrindo seu caminho, dentro do Rio Grande do Sul,
quando em 1959 perdeu parte do seu território com a emancipação de
Carlos Barbosa. Em 1988, perdeu mais um pedaço com a emancipação de
Daltro Filho, que adotou o nome de Imigrante, e dos seus 512,5 km2,
Garibaldi ficou com 358,90 km2.
Vista de Garibaldi: 02/08/1917
20
DISTRITOS E SUBPREFEITURAS DE 1900-1988
O Município desde a emancipação passou por reformas e
reestruturação da área geopolítica.
1º Distrito – sede Vila Garibaldi, criado pelo Ato Intendencial nº 01 de 26
de novembro de 1900.
2° Distrito – sede São Lourenço, em 24 de dezembro de 1944 passou a
chamar-se Floriano Peixoto, atualmente Coronel Pilar.
3º Distrito – sede Carlos Barbosa, criado pelo Ato Intendencial nº 77 de
06 de junho de 1910. Emancipado em 1959.
4° Distrito – sede Ipiranga, criado pelo Ato Intendencial de 20 de
setembro de 1919, passou a chamar Daltro Filho e foi emancipado em 10 de abril
de 1988, com o nome de Imigrante.
21
5º Distrito – sede Picada Velha, criado pela Lei Municipal nº 140 de 11
de junho de 1950, passou a chamar-se Arcoverde e pertence atualmente ao
município de Carlos Barbosa.
6° Distrito – São Marcos, criado pela Lei Municipal n° 511 de 20 de
setembro de 1957, passou a chamar-se Marcorama em 29 de abril de 1966.
7º Distrito – sede 27 da Boa Vista, criado pela Lei Municipal nº 617 de
04 de fevereiro de 1960.
8° Distrito – sede Garibaldina, criado pela Lei Municipal nº 639 de 08 de
junho de 1960.
9º Distrito – sede São José da Costa Real, criado pela Lei Municipal n°
934 de 25 de outubro de 1980.
10° Distrito – sede São José de Castro, criado pela Lei Municipal n°
1935 de 28 de outubro de 1988.
DISTRITOS E SUBPREFEITURAS – 1992
A zona urbana do Município é denominada sede e também 1° Distrito.
Garibaldi, 1° Distrito – com uma área de 62km2 e uma população de
27.000 habitantes.
A zona urbana compreende os bairros: Nossa Senhora da Glória, São
José, Três Lagoas, Ferroviários, Cairú, Champanha, São Francisco, Santa
Teresinha, Chácara, Industrial, Brasília, São José, Alfândega e Mutirão.
Também fazem parte do 1° Distrito os povoados de São Roque Figueira
de Melo, Santo Antônio de Araripe, São Luiz do Araripe e São Miguel.
Garibaldina, 2° Distrito com área de 30,80km2 e uma população de
aproximadamente 2.000 habitantes. A distância da sede do Município até o
Distrito é de 8km, faz limite com Bento Gonçalves.
Compõem o Distrito de Garibaldina os povoados: Borgueto, São
Gabriel, Tamandaré, Baú, 8 da Graciema e 15 de Graciema.
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As comunidades de Tamandaré, 15 de Graciema e 8 da Graciema
pertencem uma parte a Garibaldi e outra a Bento Gonçalves.
Coronel Pilar, 3° e maior Distrito com área de 104,60km2 e população
de 2.200 habitantes.
Fazem parte do Distrito os povoados: Júlio de Castilhos, Linha
Assunção, Nossa Senhora do Carmo, Linha São Paulo, Linha Cruzeiro, São
José Coronel Pilar, Linha Noventa, Linha Alegre, São Valentim, São
Bartolomeu, São Jorge, Barão do Cotegipe, São Nicolau, Maria Manoel
Carvalho, Santa Tecla, Linha Pompéia e São Cristóvão.
Uma parte de Harmonia Alta pertence ao atual Município de Imigrante.
Vinte e sete da Boa Vista, 5º Distrito tem uma área de 51,10km2 e uma
população de 1607 habitantes.
Fazem parte do Distrito os povoados: São Luiz de Castro, Tiradentes,
Boa Vista 37, Santa Helena, 15 da Boa Vista, São Silvestre e David Canabarro.
Marcorama, 6° Distrito com uma área de 52,30km2. A distância da sede
do Município até o Distrito é de 17km.
Compõe o Distrito os povoados: Sant’Ana, Linha Brasília, Linha
Camargo, São Pantaleão, São Gotardo e Linha Araújo e Souza.
São José de Costa Real, 7° Distrito com uma área de 36,10km2 e
uma população de 920 habitantes. A distância da sede do Município até o
distrito é de 28km.
Compõe o Distrito os povoados: Presidente Soares, Quarenta da
Graciema, Santo Alexandre, Nossa Senhora da Anunciação e São José.
São José de Castro, 8° Distrito com área de 22km2. A distância da sede
do Município até o Distrito é de 26km2.
Compõe o Distrito os povoados: Silveira Martins, Vale da Harmonia;
São Roque de Castro e Cristo Rei.
OBS.: Os povoados Vale da Harmonia e Tiradentes pertencem em
parte a este Distrito.
23
Os autores do livro agradecem os professores e alunos da EM. de 1º
Grau Incompleto Madre Felicidade, por terem cedido os dados de sua pesquisa
sobre distritos.
Relacionamos os nomes dos colaboradores:
PROFESSORAS: Eloá S.F. Chesini
Cátia Molinari (estagiária)
Lídia Pilotti Resemini
ALUNOS: Ádon Locatelli
Adriano Policarpio
Alessandra da Rosa
Rodrigues
Amilton Petrazzini
Anderson Fontana
Andrei Petry
Carla Sabrina da Silva
Carlos Eduardo Rodrigues
de MeIlo
Catiane Frozza
Catiano Graciola
Cristiano Miguel Rabaioli
Eduardo Marin
Eliane Marchetto
Fabiano Luis Contini
Gian Carlos Grolli
Gládison Antonio Piccoli
Jean Carlos Turella Mello
Jordana de Souza Chesini
Leandro Luís Gobatto
Luciane Policarpio
Luciano A. H. Diedrich
24
Capela de São Miguel
Igreja Matriz e a primeira Banda – 1900
25
3 – Povoadores da Região
Além dos imigrantes prussianos, franco-suíços que não marcaram a
região e dos italianos que ficaram sendo a maioria dos povoadores, deve-se
salientar a existência dos bugres, dos poloneses e dos sírios.
OS BUGRES
O interior das matas do planalto fora habitado por numerosos indígenas
comumente chamados bugres, se deslocavam da serra e das matas para
depredar as casas e as plantações dos moradores das planícies. No tempo da
chegada dos imigrantes à Colônia de Conde D’Eu poucos indígenas restavam
por estas bandas.
Pairava em todos o temor ao recordar a selvageria e crueldade com
que fora tratada a família do pacífico colono alemão Lamberto Verstag da
Colônia Santa Maria de Soledade.
Os tropeiros viajavam armados e sempre cautelosos contra as
possíveis emboscadas dos bugres.
Os colonos, livres dos bugres, tiveram de mover guerra implacável
às feras e animais daninhos: tigres, pumas, onças, jaguares, antas,
guaraxains, cobras venenosas. Fizeram a derrubada das matas.
Construíram suas moradias, primeiramente de madeira e depois de
alvenaria. Organizaram ricas e amplas lavouras de trigo, de milho, de
cevada, de aveia e da inesquecível parreira.
OS POLONESES
Da movimentada e aguerrida Europa se moviam levas e levas de
imigrantes à busca de trabalho, de tranqüilidade e sobrevivência para si e suas
famílias. Pelo ano 1876, algumas famílias vindas da região da Polônia sob a
ocupação da Prússia, chegaram à Colônia de Conde D’Eu. O pequeno grupo
fixou-se na Linha Azevedo Castro. Os poloneses, embora fossem de raça e
26
língua eslavas depressa se entrosaram no convívio das pessoas de raça latina.
Além dos elos de humanidade existia a força da religião católica que os unia.
Merecem especial destaque as famílias de Paulo Ciarnowski, João Cabowiski e
Sbequen. Tempos depois algumas famílias emigraram para as terras do Vale
do Rio das Antas e Norte do Estado. Há nomes dessas famílias nos registros de
batismo na igreja matriz de Conde D’Eu: Hamerski, Norbach, Sztormowski,
Rescke, Miszewski e outros.
OS SÍRIOS
Os Sírios, chegados nas primeiras décadas de 1900, desenvolveram
papel importante no comércio e na vida social de Garibaldi. As famílias mais
notáveis foram: Moysés Mereb, André Koff, Antonio Koff, Nehme e Lahude.
Na Síria do fim do século XIX sob o domínio turco havia grandes
regiões povoadas de gente profundamente cristã que resistira ao islamismo e a
todas as alterações sociais e políticas. As constantes guerras geraram a
insegurança e a miséria. Era forçoso emigrar. A América acenava promissora:
boa terra, boa gente, bons negócios. Muitos haviam conseguido vencer em São
Paulo e Buenos Aires.
Os membros dessas famílias eram pedreiros, sapateiros, seleiros,
ferreiros que dividiam o tempo entre a agricultura e a modesta profissão, quase
todos da região de Tartus.
Moysés Mereb veio para o Brasil em 1900 em companhia dos primos
André e Antonio Koff, sozinhos deixaram as esposas e os filhos na terra natal
por espírito de economia
Depois da travessia longa e tormentosa chegaram a Santos. Ficaram
algum tempo em São Paulo para depois rumar para o Sul para a Vila Garibaldi.
Os primeiros levaram a vida de mascate percorrendo toda a região de
Montenegro até Lagoa Vermelha, com baú às costas, depois no dorso de
jumento, depois numa carreta, até se fixarem com casa de comércio na Vila.
27
Alfaiateria de L. Toniazzi
Estação Ferroviária
Página heróica foi escrita pelas senhoras que enfrentaram longas,
exaustivas viagens de 40 a 50 dias, nas instalações da terceira classe dos
navios cheios de emigrantes.
28
Aos poucos foram abrindo as casas de comércio de Mereb, dos Koff,
dos Nejar e outros tantos em Garibaldi como em toda a região de Bento
Gonçalves, Farroupilha, Carlos Barbosa e Caxias do Sul.
A dureza dos primeiros anos estruturou a vigorosa têmpera das novas
gerações que se dedicam ao comércio, às profissões liberais: medicina,
engenharia, advocacia, contabilidade e outros.
Os sírios, chamados turcos, mesclaram o sangue e os costumes com a
gente da terra que ajudaram e ajudam a prosperar.
OS TROPEIROS
Nos primeiros anos não havia carroças de tração animal, o transporte de
víveres e de mercadorias era feito no lombo de muares por meio de toscas
bruacas ou de prosaicos cestões de taquara. Surgiram desta maneira as
companhias de tropeiros que freteavam o transporte de mercadoria ou de
pertences dos imigrantes. Os tropeiros, em geral, eram homens de têmpera rija,
afeitos ao frio e ao calor, dedicados, conscienciosos e destemidos. Conheciam
palmo a palmo o trajeto das estradas e das picadas. As pousadas eram feitas
em locais previamente escolhidos sob a copa de árvores e à beira de sangas ou
rios. A comida era frugal limitando-se à farofa, xarque, queijo. Eram originários
de Lagoa Vermelha, Passo Fundo e Vacaria. Tornaram-se amigos dos colonos,
e eram por eles recebidos como gente da família. Merecem ser recordados
alguns desses abnegados tropeiros: Manoel João da Silva, Hermenegildo Bento
de Almeida Mascarenhas, Manuel Carlos de Mello, Tertuliano Varela, Silvério
Antônio Araújo e Custódio Salvador Nunes. Alguns deles se habituaram à vida
dos colonos e acabaram fixando-se com residência em Conde D’Eu.
Outro capítulo importante da história que deveria ser escrito é o da vida
dos viajantes, que sucederam aos tropeiros e fizeram as mais curiosas e
importantes relações comerciais entre as colônias e a Capital da Província.
Os habitantes de Garibaldi, em sua quase totalidade de raízes
européias, maioria italiana, mantiveram a tradição de trabalho que herdaram,
29
com isso conseguiram elevar o município, no cenário nacional, de ser o
sétimo de melhor qualidade de vida e de renda per capita dos melhores do
Rio Grande do Sul.
Vistas do Museu Municipal Antiga Casa Stella d’Italia
30
Igreja Matriz de São Pedro
31
4 – Religião
Os imigrantes trouxeram a Conde D’Eu a língua italiana e a fé católica.
Trataram de erigir oratórios e capelas logo após a construção de suas casas de
madeira. Inicialmente a assistência religiosa foi confiada ao Pe. João
Menegotto, Pároco da Colônia Dona Isabel, coadjuvado pelos capelões Pe.
Domingos Palermo e Domingos Grecca.
No dia 05 de julho de 1884, Dom Sebastião Dias Laranjeira, segundo
Bispo do Rio Grande do Sul, criou a Freguesia da novel paróquia. A 06 de
março de 1886, foi nomeado vigário o Pe. Bartolomeu Tiecher, zeloso
missionário da região italiana por longos anos, tomou posse no dia 19 de
março, festa de São José. Teve como auxiliadores os padres Otávio Cattaneo,
natural de Pádua, e Alberto Biaggiotti, de Massa Carrara. Permaneceram no
cargo até fins de 1893. Por um curto espaço a paróquia foi regida pelo Pe.
Francisco José Piccoli.
No dia 12 de setembro de 1895, tomou posse da Paróquia o Pe. João
Fronchetti, natural do Tirol, que lhe regeu os destinos até 22 de fevereiro de
1927, data de sua santa morte.
FATOS NOTÁVEIS
A 18 de janeiro de 1896 chegaram os Padres Capuchinhos Frei Rafael
De La Roche, acompanhado de Frei Bruno de Gillonnay e de Frei Leão de
Montsapeu, com a missão de atender as necessidades espirituais dos
numerosos imigrantes dispersos pelos núcleos de colônias da região.
No dia 23 de dezembro de 1898, após longa viagem, chegaram as
Irmãs de São José de Moûtiers, Sóvia, a convite de Dom Cláudio José Ponce
de Leão e dos Padres Capuchinhos, para se dedicarem à educação dos jovens
e aos cuidados da saúde da população. As Irmãs abriram a escola no dia 16 de
janeiro de 1899.
32
Em 1899 um grupo de pessoas influentes decidiram a construção de
uma casa de ensino. A Comissão constituída por Jacob Nicolau Ely, Aquiles
Brogioli e Pe. João Fronchetti dirigiu-se a Bom Princípio onde havia chegado os
Irmãos Maristas. No dia 1º de junho de 1904 chegaram a Garibaldi os três
Irmãos: José Sion, Deodato e Paulo Norberto, quando começaram as aulas.
Criação das capelas, a vida religiosa e social se desenvolveu em torno
das capelas ligadas à Igreja Matriz:
• Em 1° de setembro de 1886, Santo Antônio de Azevedo Castro;
• Em 14 de maio de 1887, São Pantaleão;
• Em 25 de janeiro de 1888, São Lourenço, atual Cel. Pilar;
• Em 1888, Nossa Senhora da Saúde, na Linha Vitória;
• Em 21 de fevereiro de 1885, São Marcos, atual Marcorama;
• Em 07 de julho de 1896, São Roque de Figueira de Melo.
Jornal Católico, Pe. João Frochetti viu a necessidade de imprensa
para manter os fiéis na boa leitura e estreitar os elos da amizade através das
comunicações. Resolveu comprar do Pe. Carmine Fasulo o Jornal “La Libertá”,
de Caxias do Sul. Inicialmente, em 1910, tomou o nome II Colono Italiano,
passando depois a La Staffetta Riograndense, que dirigiu até 1921, quando
cedeu os direitos aos freis capuchinhos. Durante a II Guerra Mundial mudou o
nome para Correio Riograndense, tendo-se anteriormente transferido para
Caxias do Sul, onde continua com toda a força e vigor.
Na tarde de 18 de junho de 1920 o fogo destruiu a Igreja Matriz, pouco
foi salvo, apesar dos ingentes sacrifícios dos paroquianos que acorreram.
Em 1921 começou a construção da nova matriz sob a orientação de
Frei Bruno de Gillonay, pró-vigário, ficou pronta três anos depois. No dia 15 de
março de 1924 Dom João Becker, arcebispo de Porto Alegre, consagrou
solenemente o novo templo.
Frei Antônio de Caxias assumiu como pró-vigário no dia 1° de janeiro
de 1927, tornando-se pároco a partir de 27 de fevereiro quando aconteceu a
piedosa morte de Pe. João Fronchetti.
33
Desde essa data a paróquia de São Pedro de Garibaldi teve santos e
virtuosos párocos nas pessoas dos freis capuchinhos, cujos nomes ocupariam
páginas de importantes serviços à religião, à cultura, ao ensino e à educação e
à saúde do município.
PRESENTE
A paróquia de São Pedro de Garibaldi conta, atualmente, com uma
população de 20 mil habitantes, sendo cerca de 13 mil na zona urbana. Além da
Matriz, existem na cidade cinco centros comunitários. São salões amplos que
atendem o serviço religioso e também se prestam para encontros sociais de
interesse do bem comum. Possuem Diretorias, equipes de catequese, liturgia,
serviço fraterno e Ministros da Eucaristia, que atendem os doentes e,
eventualmente, presidem o culto. No interior existem 18 Capelas, todas
perfeitamente estruturadas, com igreja e salão.
São dirigidas por fabriqueiros, aos quais cabe cuidar da vida religiosa e
do andamento da vida da comunidade. A administração é centralizada na Caixa
da Matriz e cada comunidade é atendida conforme sua necessidade.
Fiel às metas diocesanas, a Paróquia de Garibaldi adota o método
conhecido como Mundo Melhor, introduzido por Frei Hilário Frighetto e seguido
pelo Pároco atual. Um Boletim mensal encarrega-se da comunicação com as
bases. A religiosidade popular é levada em conta. São significativas também as
grandes concentrações populares da paróquia de São Pedro. Tudo isso leva a
um engajamento maior, por parte do leigo. Um dos princípios desta ação
pastoral é que muita gente faça alguma coisa e não que poucos façam tudo. O
Mundo Melhor prevê uma caminhada de 12 anos, ao final dos quais estarão
constituídas comunidades eclesiais.
IGREJA METODISTA
Os imigrantes eram católicos, havia, porém, núcleos de valdenses que
deram origem a outras igrejas. Merece menção especial o surgimento da Igreja
34
Evangélica Metodista Episcopal do Brasil cujos primeiros registros apareceram
em 1895, quando da profissão de fé de João Covolo no templo da Vila de Bento
Gonçalves. Em 1923 no livro de rol de membros da Igreja Metodista, em
Garibaldi, encontram-se as famílias: Covolo, Canini, Motti, Girondi, Almeida e
Cabrillo. Em 1924 foi construída a Igreja de madeira com salão anexo. Em 1929
inaugurou-se o Colégio Rio Grande, pertencente à Igreja Metodista. Gente
importante da sociedade e do comércio fizeram a formação básica no colégio
fundado pelo Pastor Armando Lima, auxiliado pela profa. Irene Rosa.
Em 1934 aconteceu a transferência das oficinas da Viação Férrea para
Santa Maria, muitas famílias de confissão evangélica deixaram Garibaldi.
O primitivo templo de madeira foi desmanchado em 1950, sendo
construído o atual em alvenaria, onde vem-se celebrando o culto e outra ações
condizentes com a evangelização e a manutenção da chama da fé em Cristo
sempre viva.
35
5 – Educação
PRIMEIROS TEMPOS
Os imigrantes vindos do norte da Itália, onde a escola não estava muito
difundida, chegados a essas regiões, sentiram a necessidade dos rudimentos
da leitura e da aritmética. Nos diversos grupos ou localidades se improvisavam
mestres que ensinavam a ler, a escrever e contar, embora os métodos e os
recursos fossem precaríssimos, a vontade de aprender era grande. Aparecem
aqui e acolá alguns nomes de professores lembrados pelos mais idosos: Emílio
Barni, Manuel Lisboa Bitencourt, Tessari.
Em 1877, conforme os arquivos, no dia 12 de outubro começou a
funcionar em Figueira de Melo, a escola particular de Basílio Turatti.
A Escola de São Luís de Castro começou a funcionar em 1879, numa
casa de madeira construída pelas dez primeiras famílias, dirigida pela profa.
Rosina de Oliveira Cigolini. Sempre funcionou ora com mais recursos, ora com
grandes sacrifícios. Atualmente adotou o nome de Escola Estadual de 1° Grau
Marcelino Champagnat.
Na década de 1880 e 90 foram criadas escolas masculina e mista
esporadicamente por professores oriundos de outros pontos do Rio Grande do
Sul. Não houve continuidade nas atividades docentes.
Em 1908 o imigrante José Magni começou a lecionar em sua casa, em
Coronel Pilar, onde hoje se encontra a Escola Municipal Miguel Couto.
Lembram-se nomes de professores beneméritos que deram o melhor
de si para o ensino e educação da gente de Garibaldi.
• Na linha Presidente Soares, professor Sílvio Biagiotti e Emília Menegazzi;
36
Colégio e Convento São José – 1946
• Na linha Alencar Araripe, prof. Osvaldo Xavier Esteves e depois
Rosina Rastelli;
• Em Costa Real, prof. Attílio Piletti, nome perpetuado pela Escola
Estadual de 1° Grau.
A educação sistemática e profundamente cristã iniciava em 1899 com
as Irmãs de São José de Chambéry, vindas de Savóia Francesa a convite dos
Padres Capuchinhos.
ESCOLA SÃO JOSÉ
A Escola São José iniciou as atividades no dia 16 de janeiro de 1899
sob a direção da Madre M. Paula, junto do primitivo convento. As instalações
escolares dos cursos primário e normal foram aumentadas em 1932. Muitas
gerações de mestras formaram-se no prédio modelar de externato e internato
da colina das “Freiras”. Em 1968 a Escola passou para a União Garibaldense
37
de Ensino e Assistência, extinta em 1982, quando o imóvel foi alugado à
Secretaria de Educação para a Escola Estadual de 2° grau Irmã Teofânia.
Em 1904 os Irmãos Maristas abriam, a convite do Intendente Jacob Ely,
o Instituto Santo Antônio.
COLÉGIO SANTO ANTÔNIO
O Colégio Santo Antônio iniciou as aulas com os Irmãos Maristas,
chegados a 1° de junho de 1904, sob a direção do Irmão José Sion.
Havia dois estabelecimentos – um de madeira onde funcionava os 1° e
2° anos, sob a jurisdição do convênio com a Prefeitura Municipal, e outro de
alvenaria onde funcionavam as aulas do 3°, 4° e 5º anos sob a jurisdição dos
Irmãos Maristas.
Muitos jovens procedentes de numerosos municípios conquistaram os
diplomas de Guarda-livros, de Contadores e de Técnicos em Contabilidade,
bem como a caderneta de reservista na Escola externato. O Colégio Santo
Antônio continuou sob a direção dos Irmãos Maristas até 1967. Em 1968 a
União Garibaldense de Ensino e Assistência geriu a vida do colégio até 1973,
quando prédio foi alugado pela Secretaria de Educação, onde passaram a
funcionar as aulas da Escola Estadual de 1º Grau Santo Antônio.
Muitas personalidades saíram das aulas do Instituto Santo Antônio e
prestaram relevantes serviços ao Brasil na Religião, na Política, na Educação,
na Indústria e Comércio, etc.
Dentre os tantos ex-alunos citarei dois construtores de Universidades:
Dom Antônio Zattera, bispo de Pelotas, fundador e Reitor por longos anos da
Universidade Católica de Pelotas.
Irmão José Otão (José Stefani) – consolidador da PUCRS, fundador da
Cidade Universitária e Reitor de 1954 a 1978.
Não se pode avaliar o benefício cultural, educacional e científico que
adveio da Escola Normal São José e do Instituto Santo Antônio. Os conventos
dos Capuchinhos e das Irmãs recebiam candidatos à vida sacerdotal e religiosa.
38
Muitos jovens e muitas jovens não alcançavam a profissão religiosa, voltavam
para casa com excelente cultura.
Na mensagem do Intendente Afonso Aurélio Porto, em 1913, ao
Conselho Municipal, tem-se uma idéia do ensino público no interior do
Município: população escolar 3.076, em 31 escolas.
GRUPO ESCOLAR
A pedido do Intendente foi instalado na Vila de Garibaldi um grupo
escolar. O mesmo foi criado pelo Decreto n° 3.602 de 26 de outubro de 1926.
Funcionou no antigo prédio da Prefeitura, à Rua Buarque de Macedo
(atual câmara de vereadores), com a denominação de Grupo Escolar da Vila de
Garibaldi sendo o seu 1º diretor o Prof. Menna Barreto Neto e as primeiras
professoras vinham de outras cidades.
Mais tarde passou para um outro prédio provisório na mesma rua
(local onde está a agência Bradesco) até que seu prédio iniciado em 1941
fosse concluído.
Em 1940 recebeu a denominação de Grupo Escolar Carlos Gomes.
Atualmente chama-se Escola de 1° Grau Incompleto Carlos Gomes.
Até 1968, a Escola Normal São José e o Instituto Santo Antônio
atuaram separadamente. Naquele ano iniciaram nova modalidade − a escola
comunitária. Após essa experiência a Secretaria de Educação do Estado alugou
os dois estabelecimentos para sediar a Escola Estadual de 2° Grau Irmã
Teofânia e a Escola Estadual de 1° Grau Santo Antônio, a partir de 1983.
A rede escolar cobre todo o município: são 46 escolas municipais, 7
urbanas de 1° grau; 18 escolas estaduais e 6 na zona rural do 1° grau. Existem
duas escolas particulares – Escola de 1° Grau Completo Santa Inês, e a Escola
Bem-me-quer, dirigida pela APAE.
39
ESCOLA SANTA INÊS
Em 1923, o bairro ferroviário contava muitas crianças sem escola. O
Pe. Bruno, coadjutor da Paróquia, preocupou-se com a situação. Fez um apelo
às Irmãs de São José. A madre Justina Inês atendeu de imediato. As primeiras
duas irmãs foram: Teofânia e Joaquina. A escola Nossa Senhora de Lourdes
destinava-se às filhas dos ferroviários. Em 1936 com a ida das oficinas da
Viação Férrea para o km 3 de Santa Maria, a Escola tomou novos rumos,
dedicou-se à população escolar mais necessitada. Em homenagem à Irmã
Justina Inês, que faleceu em odor de santidade, a Escola tomou o nome de
Santa Inês. Madre Felicidade continuou a obra que foi consolidada com 40 anos
de dedicação da Irmã Teofânia. A Escola teve grande simpatia de Salvador
Bordini considerado benfeitor de tantas crianças sem distinção de classe social.
Em 1977 a Associação de Pais e Mestres decidiu construir novo prédio
com os esforços das Irmãs e da comunidade local. Atualmente a Escola Santa
Inês é o único educandário particular em Garibaldi, sob a sábia direção da Irmã
Maria Antonieta Borghetti.
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6 – Saúde
Na área da saúde, no começo da colonização, os médicos eram
nomeados pelo governo. Os primeiros nomes que se encontram nos registros
de correspondência, são os doutores João Maria Pereira Monteiro, Manuel
Pedro Alves de Barros e Ângelo Dourado, que atendiam não só Conde D’Eu
como Dona Isabel e Caxias. Como se pode constatar era precário o
atendimento médico, e geralmente os doentes mais graves eram enviados à
Capital, para Santa Casa de Misericórdia.
Aos poucos com o auxílio da prefeitura que contratava os médicos,
alguns foram se radicando aqui, como o doutor Dino Caneva que tinha uma
casa de saúde, Dr. Júlio Motti que primeiramente atendia na Sociedade Stella
d’Itália, e mais tarde montou uma clínica em sua residência.
Com o correr do tempo foram criados os Postos de Higiene, hoje
Postos de Saúde o que veio melhorar o atendimento. Um só posto na sede não
resolvia o problema do interior. O Poder Público Municipal sentiu a necessidade
de se estender o atendimento a todos os distritos, e para isso foram sendo
criados postos de saúde em cada um deles, com serviços médicos e
odontológicos e os de uma atendente de enfermagem, tanto o atendimento
como a medicação que vem da CEME (Central de Medicação), são gratuitos.
Os gabinetes dentários foram cedidos pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
Atualmente além desses postos o Município conta com o Hospital São Pedro
com um corpo clínico de 24 profissionais.
HOSPITAL BENEFICENTE SÃO PEDRO
Fundou-se a 16 de fevereiro de 1933 a Sociedade Hospitalar
Beneficente São Pedro que criou o Hospital, que foi inaugurado a 13 de abril de
1933 na antiga casa canônica à Rua Felix da Cunha, atual Heitor Mazzini.
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Em 05 de agosto de 1934 a sociedade foi dissolvida e seu ativo e
passivo entregue à Paróquia dirigida pelo Pe. Caetano, a administração passou
às Irmãs de São José, sendo a 1ª diretora, Madre Gertrudes.
Desde 1972 o Hospital Beneficente São Pedro passou a ter uma
diretoria comunitária, com 10 membros, tendo atualmente como presidente
Remi Milani, e como administrador Rui Tremea, e um corpo de 24 doutores com
as mais variadas especializações.
Primeiro Hospital – Doutor Caneva – 1920
42
7 – Vida Social
A vida do imigrante, quando aqui chegou, era de muito trabalho e pouca
diversão. A vida se resumia em reuniões nas famílias à noite e o “filó”, enquanto
as mulheres faziam trabalhos manuais, tais como cerzir, costurar, fazer tranças
de palha de trigo, os homens jogavam cartas e a “mora”, alguém contava
histórias de bruxas, etc.
É interessante a observação de Ulderico Bernardi, no livro PAESE
VENETO, quando escreve sobre “La scuola del “FILÓ”: alguns homens nas
longas noites de inverno aprendiam a fazer cestas de vime, a trabalhar a
madeira, o ferro, a fabricar utensílios domésticos e rurais. O historiador do
Paese Veneto atribui a essa escola do “Filó” o desenvolvimento industrial do
Norte da Itália. E por que não seria, outrossim, uma das causas da
industrialização do Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul? (Bernardi, 24)
As festas religiosas, as canchas de bochas, as sagras (18) eram as
distrações que reuniam a população junto das capelas.
Depois da emancipação com o conseqüente aumento da população
principalmente da Vila, sentiu-se a necessidade de um local que abrigasse as
pessoas nas comemorações, nascendo, então o Clube Borges de Medeiros, em
1909, onde se fazia teatro, recepções, festas. Em 1919, o Conde Bordani,
Embaixador da Itália, honrou o salão com a sua visita.
A Banda Santa Cecília, sob a batuta do Maestro José Acetis, alegrava
as festividades, principalmente a Festa de São Pedro, padroeiro do município,
festejado durante o mês de junho, culminando com o tríduo e a sagra nos dias
26, 27, 28 e 29. Nossa Senhora de Lourdes era festejada em fevereiro, também
com tríduos e festejos. Atualmente, os festeiros levam a imagem de São Pedro
a todos os distritos, durante o mês e terminando igualmente com o tríduo e festa
no dia 29, feriado municipal.
43
Clube Garibaldino – Dezembro 1905
Clube Conde d’Eu – 1929
Ao Clube Borges de Medeiros, transformado em Cine Teatro Odeon,
na Rua Júlio de Castilhos, hoje salão Rex Populi, seguiram-se outros clubes e
agremiações, como a União de Moços Católicos, que reunia a juventude da
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cidade, tinha além do salão de festas e restaurantes, um clube de bolão e outro
de bochas. O Clube Recreio 1° de Maio, fundado em 13 de agosto de 1943,
recebeu este nome em homenagem aos trabalhadores. O Clube 31 de outubro
nasceu em 28 de janeiro de 1946, ocupando as antigas dependências do Clube
Borges de Medeiros. Hoje os dois clubes têm belíssimas sedes próprias à
disposição da população.
Em 1981, juntou-se ao já tradicionais clubes o C.T.G. Sentinela da
Serra, que trouxe até nós o movimento tradicionalista gaúcho, que se adaptou
muito bem à tradição deixada pelos imigrantes.
O Clube Tiro Caça e Pesca, com seus concursos de tiro ao prato e sua
agradável sede campestre, com piscina e áreas verdes, muito bem cuidadas,
proporciona aos sócios um local saudável para passar as horas de lazer.
Com o crescimento da cidade e progresso do município, cada distrito e
cada bairro têm salões de festas, com programações durante o ano inteiro. A
área esportiva além da bocha, conta com vários times, que disputam torneios
municipais e estaduais. Existiu em 1928, o Sport Clube Conde D’Eu, que
congregava os jovens da cidade, em jogos de futebol, pelo município e também
fora. Em 14 de agosto de 1940, nasceu o Grêmio Atlético Guarany, que
graças aos esforços dos diretores e associados, tem um belo estádio e disputa
a 2ª divisão Estadual de Futebol.
Garibaldi conta também com um ginásio municipal de esportes e vários
outros espalhados pela cidade e distritos.
Primeira Festa da Uva na região serrana, com exposição de uvas e
outros produtos do município, realizou-se nos dias 24, 25 e 26 de fevereiro de
1913, nos salões do Clube Borges de Medeiros, por iniciativa do prefeito
Coronel Aurélio Porto, ilustre historiador e poeta que imortalizou o evento
escrevendo Hino às Uvas, musicado pelo Maestro Zani.
A realização do evento em que se celebrasse o principal produto do
Município – a CHAMPANHE, aconteceu a 12 de junho de 1979, com a
instituição da FESTA NACIONAL DO CHAMPANHE – FENACHAMP.
45
Frente do Clube Borges de Medeiros, depois Cine-Teatro Odeon e atual Rex Populi – 1924.
A primeira realizou-se de 10 a 26 de julho de 1981, tendo como
presidente Adolfo Alberto Lona, que entusiasmou toda a cidade a participar dos
trabalhos na preparação e execução da festa.
Com a finalidade de conseguir subsídios para as festas do champanhe,
a direção da Fenachamp organiza anualmente o Festival Colonial no Parque,
geralmente em abril, em que são servidas comidas típicas da região italiana,
alegradas por bandas e corais.
Nos meses de janeiro e julho de cada ano acontece o Campeonato de
Esqui na Estação Presidente Médici, com pista artificial única na América
Latina, realização de David Santini, inaugurada em 1968. Além da pista de
Esqui, possui um deslizador gigante, de 300 metros, tele-assento com 40
cadeiras, restaurante, cabanas e pista de patinação, com área de camping.
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O Festival do Frango e do Vinho, uma realização do Lions Clube,
no mês de junho, com fins beneficentes, já entrou para o calendário turístico
do Estado.
O C.T.G. Sentinela da Serra promove, além de suas atividades
normais, todos os anos em setembro, a “Semana Farroupilha” e em novembro o
“Rodeio Crioulo”, em sua sede dentro do Parque Fenachamp.
Em outubro de 25 a 31 temos a Semana de Garibaldi, com exposições
e culminando com um baile, para comemorar a data de emancipação.
Além dos festivais conta o município de Garibaldi com outras atrações
turísticas como a visita às cantinas com degustação de vinhos, cursos de
degustação, promovido pela firma De Latier, a Ermida Nossa Senhora de
Fátima, a Cascata Malvessi na estrada Alencar Araripe, e o Acervo Histórico e
Cultural, com seu Museu, alojado em um prédio que tem sua própria história.
Em 1878 foi fundada a “Societá Italiana di Mutuo Soccorso Stella
D’Itália” que abrigava os imigrantes que aqui chegavam. O prédio original era de
madeira e em 1885 foi construído na sua frente outro de alvenaria com um piso
e, em 1892 foi reformado, sendo acrescentado um segundo pavimento. O
prédio da Sociedade Italiana como era conhecido na cidade, servia para
reuniões e assistência social, bem como festas de casamento, que saindo da
igreja da matriz, em cortejo, dirigiam-se ao salão de festas. Em 1913 serviu de
hospital, sendo seu atendimento feito pelo Dr. Júlio Mottin. Com a lI Guerra
Mundial, suas instalações foram invadidas e seu patrimônio apreendido. A
diretoria doou, então, o prédio à Itália, através da Embaixada italiana. Na
década de 60, a Itália devolveu-o à comunidade garibaldense, para que ali
fossem exercidas atividades culturais. Em 1973 instalou-se ali a Biblioteca
Municipal. A partir de 1985 após os trabalhos de restauração, o prédio abriga o
Acervo Histórico do Município, que através de coleta e doações de documentos,
fotos, mobiliário, etc., mantém uma exposição permanente de peças antigas,
que contam as fadigas do colonizador e dá às gerações atuais e futuras uma
47
visão do passado. O arquivo Histórico também faz parte do prédio, com um
grande acervo de documentos de caráter administrativo, livros e fotos.18
O Teatro, não apenas o trabalho e o progresso do povo garibaldense
teve sua semente plantada em nossa história, a cultura, também, esteve
presente em nossa terra desde longínqua data.
No Colégio Santo Antônio e Escola São José os alunos eram iniciados
na arte de representações de pequenas peças, sainetes, ora nos salões dos
educandários ora nas casas de espetáculo da cidade.
Em 1936, foi criado o seu 1º grupo teatral. Dele faziam parte os jovens
voluntários, apreciadores da arte do teatro, dirigidos pelo consagrado ator
paulista Tancredo Leonel.
O salão de festas da União dos Moços Católicos, local mais
freqüentado pela juventude da época, foi palco e cenário dos espetáculos
teatrais apresentados.
A primeira peça foi o drama: “O Mártir do Calvário”. A estréia da mesma
ocorreu no dia 24 de outubro de 1936, às 20 horas. As sessões eram
concorridas e o ingresso custava em dinheiro na época 2$500 e 1$500 (dois mil
e quinhentos réis e um mil e quinhentos réis).
18 STELLA. Informativo do Acervo Cultural de Garibaldi. N°1. 1985
48
Esporte Clube Guarany – Campeão da Cidade – 1957
Esporte Clube Juventude
Do grupo faziam parte jovens garibaldenses, muitos ainda vivem e
relembram com saudades a atuação nas peças teatrais: Tancredo Leonel, Edi
Burger, Olga Casacurta, Balduino D’Arrigo, Dionísio Mosna, Júlio Mereb,
49
Agenor Silva, Antônio Pagot, Aquilino Piffer, Jamil Koff, Carmen Souza, Albino
Mottin, Orlando Ungaretti, Américo Corbelini, Nely Burges, Ildo Baldi, Lavínia
Grossi, José Grandeau, Brasilina Mottin, Nadyr Antoniazzi, Ivo Darmos, Sidney
Carlotto, Francisco Bellini.
MINI-GARIBALDI
As famílias seguindo o costume dos imigrantes, na época do Natal,
armavam o presépio, fiel tradição franciscana.
Dante Mostemaggiore sobressaiu-se na arte de montar o presépio em
que aparecia parte da cidade, com luz, água e moinhos. O sobrinho Nestor
Rosa prosseguiu na bela iniciativa. O prefeito Ambrósio Chesini oficializou o
evento cedendo local próprio do Governo Municipal para instalar o presépio. Daí
surgiu a idéia de se fazer réplicas dos prédios históricos e significativos da
cidade dando assim origem à Mini-Garibaldi, visitada e admirada pelos
garibaldenses e pelos turistas.
MOTO CLUBE – AGAMO
A Associação Garibaldense de Motociclismo foi fundada em 16 de outubro
de 1986 por um grupo de jovens aficcionados, entre eles Valeriano Marcon,
Roberto Scomazzon, Gerson Truccolo, João Henrique Batistelo e Lourenço
Vaccaro. Em novembro do mesmo ano foi inaugurada a pista de corrida com
1200m de extensão e todos os obstáculos para corridas de motocross. A pista
acha-se localizada na Rua Buarque de Macedo no Borghetto.
Nos anos de 1987, 1988, 1989 e 1990 foram realizadas provas de
Campeonato Gaúcho de MotoCross. A pista serve atualmente para treinamento
dos corredores.
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8 – Meios de Comunicação
JORNAIS
CORREIO RIOGRANDENSE
Os sacerdotes que cuidavam da vida espiritual dos imigrantes nas
diversas paróquias de Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi e outras se
interessaram em criar um jornal que permitisse o estreitamento dos laços
culturais de amizade dos habitantes da região.
O Pe. Carmine Fasulo fundou em 13 de fevereiro de 1909, em Caxias
do Sul, o jornal LA LIBERTÁ. Dificuldades ameaçavam a vida do jornal, foi
então que por iniciativa de vários sacerdotes e aprovação eclesiástica, o Pe.
Giovanni Fronchetti, coadjuvado pelos Padres Capuchinhos e por dois bons
católicos, Dr. Adolfo Moreau e Giovanni Carlotto, comprou o jornal e o transferiu
para Garibaldi. O n° 45 já foi editado na nova sede e com nova direção no dia
15 de janeiro de 1910. Ao completar o primeiro ano de circulação teve o nome
alterado para IL COLONO ITALIANO. Permaneceu com esse nome até 05 de
julho de 1917. No decorrer dos anos da Guerra Mundial de 1914/1918, o jornal
passou por diversos problemas inclusive políticos devido às configurações dos
países em luta.
Na edição de 05 de julho de 1917, o jornal apareceu com o nome de
STAFETTA RIOGRANDENSE, adotado até 10 de setembro de 1941, quando
por determinação legal passou a chamar-se CORREIO RIOGRANDENSE.
Em fevereiro de 1921 os Capuchinhos adquiriram a totalidade das cotas
do jornal e da tipografia.
51
Freis Capuchinhos – na Linotipo da Stafetta Riograndense
Com a edição de 07 de maio de 1952 o CORREIO RIOGRANDENSE
despediu-se de Garibaldi para transferir-se a Caxias do Sul em busca de
52
mercado mais amplo e de serviços mais efetivos aos mais de cinqüenta mil
assinantes na época.
Stafetta Riograndense ou Correio Riograndense foi e é o jornal que
manteve os imigrantes unidos na mesma fé, no mesmo elo de fraternidade
cristã, em terras do Rio Grande, Santa Catarina e Paraná, e outros rincões em
que se encontram os que emigraram da velha colônia italiana.
O GARIBALDENSE
No dia 04 de dezembro de 1966 Itaner Rossi e Doraci Pizzoli lançaram
o jornal O GARIBALDENSE. Circulou normalmente de 1966 a 1978. Retomou
as atividades após 14 anos de interrupção no dia 31 de janeiro de 1992 sob a
direção de Ronei Rossi e de Mariza Neutzling.
NOVO TEMPO
A 1° de setembro de 1981, iniciou a circular o semanário NOVO
TEMPO, propriedade de Fernando Portinho Balduíno Furlanetto, Telmo Veizeu
e Ibanor Cofferi. Atualmente a razão social – Promonal – Promoções e
Jornalismo Ltda.
Novo Tempo preocupou-se em promover as atividades culturais,
políticas, econômico-financeiras, literárias e artísticas do Município.
STELLA
Informativo do Acervo Histórico Cultural do Município de Garibaldi,
órgão vinculado à Prefeitura através da Secretaria de Educação, fundado em
1983, na administração de Ambrósio Chesini.
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RÁDIOS
RÁDIO DIFUSORA GARIBALDI
A Rádio Difusora nasceu com um grupo de jovens da cidade
pertencentes à União de Moços Católicos, que criaram um serviço de alto-
falante e o estenderam em pontos estratégicos da cidade. Através deles eram
transmitidos noticiários (ao meio-dia), notas de falecimentos e a hora da Ave
Maria. Em ocasiões festivas havia “as dedicatórias” que muitas vezes
terminavam em casamentos. Este sistema chamava a atenção das pessoas.
Surgiu então, a idéia de criar um sistema de rádio no município.
A Ação Católica de Garibaldi em 18 de setembro de 1947, com a
licença da Prefeitura Municipal, tinha instalado no centro da cidade o serviço de
alto-falantes, o estúdio era na sede da União dos Moços Católicos. Ao surgir a
idéia da rádio, seus idealizadores: Henrique Dalmás, Lino Miotti, Claimar
Lorenzi, Idayr Bordini, Naídes Bordini, Henrique Giongo, Gabriel Marcon,
Fiorentino Corbelini e Hilário Todeschini, com o auxílio do Prefeito Heitor
Mazzini e dos Padres Capuchinhos – conseguiram a licença de a Voz da Ação
Católica instalar uma emissora de rádio de alcance municipal, em 8 de
setembro de 1950, sendo inaugurada em 4 de novembro de 1950, com os
estúdios na União, mas em situação clandestina.
Em 25 de fevereiro de 1956, foi oficialmente inaugurada a Rádio
Difusora Garibaldi Ltda., com o Prefixo: ZYU 47, sendo uma Sociedade de
Cotas Limitada. Seus primeiros diretores foram: Frei Siro Severino Ferretto e
Frei Abram Rocatto e como Diretor Comercial o Sr. Henrique Dalmás. Seus
locutores eram: Henrique Dalmás, Tercílio Luiz Conci, Gelci Gelmini, Aires
Pasqualini e Breno Green Koff.
Em 01 de abril de 1976 seu prefixo passou a ser ZYH 60 e, em 09 de
agosto de 1977, ZYH 246 com a freqüência de 1410 KHz de Potência 05 kw. A
Rádio Difusora tem seus estúdios e escritórios na Rua Júlio de Castilhos, 325.
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RÁDIO CHAMPAGNE FM – 88.1 MHz
No dia 31 de outubro de 1989 foi fundada a Rádio Champagne FM,
Prefixo ZYD 668, sendo sócios fundadores: Tercílio Luiz Conci, Orvalino
Antônio Crestani, Ricardo Milani e Enério Luiz Costa. A sede da rádio: Av. Rio
Branco, 63 – conj. 406/407.
PX CLUBE DE GARIBALDI
Segundo informações de Paulo Maier Portinho, o PX Clube de Garibaldi
é uma entidade de âmbito municipal, civil, registrado no poder judiciário do
município (comarca). Uma entidade sem fins comerciais e lucrativos de caráter
científico, experimental, educativo, recreativo e assistencial.
Foi fundado em 28 de agosto de 1981. É utilizado em acampamentos,
sempre em contato direto com o Hospital Beneficente São Pedro de Garibaldi.
Em caso de acidente, é suficiente entrar em contato através do Rádio e solicitar
auxílio. Fomenta o intercâmbio cultural e turístico entre as cidades, além de
executar serviços de ordem pública como: campanhas, gincanas, pedágios,
auxilia em calamidades, acampamentos, onde está sendo desenvolvido um
trabalho com as Bandeirantes e os Escoteiros.
RÁDIO AMADOR
O início do funcionamento do rádio-amadorismo, no município, ocorreu
aproximadamente por volta do ano de 1980. O primeiro a desempenhar essa
atividade foi Nilton Vidal Pinheiro, seguido por Léo Gusso e Marcelino Tosin.
Nesta época (1980), existiam pequenas estações fabricadas em casa, com uma
potência muito pequena e com um alcance de 30 km. Pode-se dizer que eram
estações clandestinas na época, pois não havia uma legislação e nem
condições de ser realizado algum curso. Tempos depois surgiu a oportunidade
de um curso na LABRE – Liga de Amadores Brasileira de Rádio-Emissão em
Porto Alegre, para onde os interessados se deslocaram e fizeram o curso.
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Pegaram a característica e o licenciamento. Com isto, puderam adquirir
equipamentos mais sofisticados.
Após este período, foram surgindo mais Rádio-Amadores, dentre os
quais podemos citar: Orvalino Crestani, (popular Ventania), Cesar H. S. Dewite,
Darcy Grossi, Irani Pizzoli e Paulo Brugalli.
AEROCLUBE DE GARIBALDI
Em 1945 Itaner Rossi e Gilmar Tedesco fundaram o Aeroclube de
Garibaldi. Pertenceram à diretoria além do fundador: Melquíades Franciosi –
Vice-Presidente; Nilo Bonfanti – 1° Secretário; Sadi Grossi – 2° Secretário; Raul
V. Cisilotto – 1° Tesoureiro; Alcides Puerari – 2° Tesoureiro. A diretoria
empenhou-se em escolher o local onde seria construído o campo de aviação.
Em 1949 inauguraram-se as novas instalações. No ato foi doada uma
aeronave e contou com a presença de 42 aparelhos.
Em 1952 o Aeroclube fez-se presente em Buenos Aires na
Concentração de Aeroclubes da América do Sul. Entre fotos agradáveis e
alguns acidentes o Aeroclube prossegue sua história de serviços e lazer.
CORREIOS E TELÉGRAFOS
Desde a fundação da Colônia Conde D’Eu, havia a título precário um
intercâmbio entre a capital da Província e a colônia, através de estafetas. Essa
correspondência era entre os encarregados da colônia e as secretarias do
Interior e da Fazenda; o Diretor da Colônia se encarregava de mandar a
correspondência dos imigrantes e recebê-la. A partir de 1901 o Correio
Brasileiro tem seus serviços instalados em Garibaldi.
TELEFONE
O serviço de telefonia foi criado pelo Intendente Júlio Azambuja pelo
Ato n° 92 a 03 de janeiro de 1911. Agatha Brugalli foi a primeira telefonista.
56
Em 1966, na festa do prefeito Irani Peterlongo Rosa, houve a instalação
da nova sede e do aparelho semi-automático que substitui o magneto.
Em 25 de julho de 1978 ocorreu a mudança para o automático,
diminuindo as distâncias e implantando a rapidez nos contatos telefônicos
nacionais e internacionais.
ESTRADA BUARQUE DE MACEDO
A Buarque de Macedo é uma das mais importantes rodovias do
nosso Estado, saindo de Montenegro atravessa a região serrana chegando
até Lagoa Vermelha.
Esta estrada, no começo da colonização da região era conhecida como
Estrada Geral e servia de via de acesso às colônias de Conde D’Eu, Dona Isabel e
Alfredo Chaves. Ela colaborou com a integração do agricultor ao sistema sócio-
econômico dando ao mesmo acesso aos mercados consumidores.
Esta rodovia, segundo consta, viu D. Pedro II passar, quando de sua
visita ao Rio Grande do Sul.
A estrada atravessa vales, penhascos e montanhas de rara beleza.
Além das paisagens dá escoamento à produção vitivinícola e frutífera da região.
No início era de difícil acesso com declives íngremes, curvas fechadas,
pontes de madeira. Atualmente está quase toda asfaltada de Montenegro a
Carlos Barbosa e seu traçado foi alterado para melhor aproveitamento. De
Garibaldi a Bento Gonçalves ainda é estrada de chão.
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Inauguração da Oficina da Viação Férrea – 1919
VIAÇÃO FÉRREA
Com a chegada dos trilhos da Viação Férrea vieram, também, as
oficinas de manutenção e reposição de peças. As oficinas trouxeram, para a
cidade, um considerável aumento na população. A maior parte das famílias
eram de Santa Maria e aqui encontraram casas já prontas para serem
ocupadas, pois a Viação cuidava muito bem do seu pessoal. Além dos
especialistas muita gente da cidade arrumou emprego junto às oficinas.
No dia 18 de dezembro de 1918, chegavam em Garibaldi as primeiras
famílias pioneiras da Viação Férrea. Eram elas Carlos Northerflet, chefe da
oficina; João Vieira, torneiro-mecânico, Brasilino Centeno, mestre fundidor e
Atílio Ungaretti, modelador, que junto com os engenheiros Manuel Coelho
Parreira e lldo Meneghetti compunham a família ferroviária.
58
Nas oficinas de Garibaldi foi adaptado o 1º carro de linha, era um
modelo Ford-T.
Em 1934 a Viação Férrea levou as oficinas para Santa Maria, deixando
os prédios, praticamente abandonados. Mais tarde a Tramontina iniciou sua
produção em Garibaldi nos antigos prédios das oficinas.
Musical Santa Cecília – Banda Oficial da Societá Stella d’Italia – 1915
59
9 – Empreendimentos Familiares
O imigrante era agricultor, artesão, ferreiro, marceneiro, ourives, pessoa
de misteres diversos, mas sempre bom trabalhador. Chegado a uma terra onde
tudo estava por ser feito, tinha ocasião de desenvolver as habilidades que
fossem mais necessárias para o serviço dos outros e para o seu ganha-pão.
Aqui e acolá surgiram as ferrarias, as marcenarias, os alambiques, os
moinhos, etc.
FUNDIÇÃO DE SINOS JOÃO BELLINI
Uma das indústrias familiares mais notáveis é a Fundição de Sino
João Bellini.
Giovanni Bellini, nascido em Pádua em 7 de novembro de 1863, residiu
em Maróstica, onde exerceu a profissão de ourives. Giuseppe e o filho Giovanni
imigraram para a América, estabeleceram-se na Colônia de Conde D’Eu, em
1877, com o negócio de jóias, relógios e bijuterias.
As constantes construções de capelas em toda a região de colonização do
norte e nordeste do Estado estavam exigindo os sinos para chamar os fiéis ao culto
religioso: missa, procissões, rosário, catequese. Giovanni Bellini viu a necessidade
e resolveu montar a fundição em 1885. A fábrica cresceu mais rápido do que se
imaginava, vinham pedidos de todas as partes do Estado e do Brasil.
A fundição estava localizada no centro da Vila, nos fundos onde se
encontra hoje a joalheria e ótica Bellini. Lá estava o campanário de provas onde
repicavam dezenas de sinos que Giovanni ia aperfeiçoando, dando melodias
distintas àquele bronze misterioso.
A Fundição João Bellini levou o nome de Garibaldi bem longe aos
confins do país na voz alegre, triste e venturosa dos sinos.
Na Exposição Internacional do Centenário da Independência 1922 do
Rio de Janeiro, a Fundição João Bellini recebeu a Medalha de Ouro. Muitos
60
outros prêmios recebeu a Fundição João Bellini em exposições estaduais,
nacionais e internacionais.
Em 1954 por razões administrativas a Fundição de Sinos de João
Bellini se transferiu para Canoas.
HEITOR TRUCCOLO & Cia. LTDA.
Heitor Truccolo, filho de imigrantes, iniciou suas atividades de funileiro
em janeiro de 1929 junto ao estabelecimento do irmão. O mercado de trabalho
era pequeno, em conseqüência disso resolveu transferir-se para Caxias do Sul,
onde aprendeu a profissão de encanador. De volta a Garibaldi abriu a Casa de
Comércio de Materiais Sanitários e Instalações Hidráulicas. Prestando serviços
sistemáticos junto às empresas vinícolas, viu a necessidade de tampas
metálicas que eram importadas de São Paulo.
O espírito inventivo o levou a encontrar a maneira de fabricá-las. Em
1931 apresentava as primeiras remessas de tampas às vinícolas.
A 18 de maio de 1954 a firma mudou a razão social para Heitor
Truccolo & Cia. Ltda., produtora de tampas metálicas, cápsulas para garrafas
de vinho em estanho-alumínio e plástico e cápsula para Champanhe.
COOPERATIVA AGRÍCOLA CAIRÚ LTDA.
Fundada em 04 de abril de 1942 esta cooperativa foi o resultado de
uma necessidade vivida por um grupo de agricultores que queriam obter o
melhor rendimento de seu trabalho. O objetivo econômico era o beneficiamento
e venda em comum da produção.
Primeira diretoria – Presidente: Marco Simonaggio; Diretor
Comercial: Balduino Puerari; Diretor Gerente: Augusto Orsi; Conselho de
Administração: José Romio, Domingos Carlesso, Henrique Fanti, Ermelindo
Bortolini, Joaquim Brugalli e Tomaz Mânica; Conselho Fiscal: Armando
Peterlongo, Fortunato Agostini, Pedro Bagatini; Suplentes: João Fardo,
Antonio Missiágio e José Cattani.
61
Entre os objetivos traçados na fundação constava o incentivo à
produção. Em 1956 foi construído um silo com capacidade de 1.320.000 kg,
mais depósito de sementes e em 1976 diversificando os seus negócios, foi
construído um supermercado com área de 2.345 km2. Foi instalada também
uma loja agropecuria para atender os associados.
O quadro social hoje atinge 706 associados e a família cooperativista
conta aproximadamente 3.500 pessoas. Os benefícios proporcionados pela
Cooperativa não se limitam apenas no aspecto material, mas também é
preocupação da atual diretoria atender o lado social.
HOTEL CASACURTA
Entre os empreendimentos familiares estão os hotéis, que começaram
com a chegada dos primeiros italianos a Conde D’Eu, entre eles Sebastião
Casacurta, sua mulher Izabel e seu filho Luiz Rogério, com 5 anos.
Quando aqui chegou sentiu a necessidade de um lugar para hospedar
os imigrantes. Daí nasceu o 1º Hotel Casacurta, aliás o primeiro de toda a
região colonial italiana, foi erguido na rua Buarque de Macedo (ao lado da atual
Câmara de Vereadores). Era de madeira e possuía em torno de sete
acomodações. O prédio foi demolido após ter sofrido um incêndio e no mesmo
local erguido outro que funcionou até 1947, quando foi vendido. Durante quase
50 anos foi dirigido por Sebastião e sua esposa e, com o passar dos anos, por
seu filho Luiz Rogério, sua mulher Ângela e os 13 filhos.
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Societá Italiana di Mutuo Soccorso – 1886
Fábrica de Chapéus – Borghetto – 1890
Em 1951, quando parecia que a família Casacurta havia desistido da
hotelaria, Antonio Angelo Carraro, casado com uma das filhas de Luiz Rogério,
Enedina, resolveu construir novo hotel, com larga experiência que tivera em
63
Porto Alegre. O Hotel de Garibaldi foi inaugurado em 5 de abril de 1953, com o
nome de Hotel Casacurta em homenagem a Sebastião, por ser o pioneiro em
hotelaria na região. O hotel ficou aos cuidados de Angela Casacurta, sua sogra
e dos cunhados Olga Casacurta Sodatelli e o marido Plínio até 1979. De 1979 a
1982 Enedina Casacurta Carraro assumiu a direção; após esse período a
direção foi assumida por Ana Maria Carraro Corrêa e João Carlos Amaral
Corrêa. Com mais de cem anos de existência o Hotel Casacurta orgulha-se de
oferecer a verdadeira hospitalidade num ambiente agradável e familiar.
HOTEL FARAON
Fundado em 1884 por Luiz Faraon e sua esposa Angelina era um hotel
muito apreciado pelos viajantes pela simplicidade e cozinha caprichada. Em
1900 foi aumentado, pois a procura era grande e, no salão de refeições, eram
realizadas festas. O Hotel Faraon teve vários donos como a Família Catto e, por
último, a Família Mombach que transformou em prédio de apartamentos.
HOTEL PIETA
Inicialmente funcionava num casarão de madeira como pensão com o
nome de Colini, Gallina, Bonadiman, Dametto, Spelman. Foi adquirido deste
último pelos irmãos Fiorelo e Palmira Pieta, tempos depois, Orlindo (atual
proprietário) adquiriu a parte que pertencia ao irmão e em 1944 ficou sendo o
único dono. Em 1949 o casarão de madeira foi demolido e somente no final de
1951 foram iniciadas as obras do novo hotel. Foi inaugurado em 1953, com
restaurante e churrascaria.
Em 22 de novembro de 1978 foram inauguradas as novas instalações
com 50 apartamentos e 4 suítes.
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1ª Festa da Uva na Serra Gaúcha – 1913
1ª Festa da Uva – Exposição de vinhos – 1913
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10 – Indústria do Vinho
Os imigrantes trouxeram com os seus pertences mudas de parreiras,
pois o bom italiano não poderia privar-se do “bicchier” de vinho nas refeições e
nas horas de lazer. A terra era propícia com os vales e as colinas, adequados
quer à cultura do trigo, do milho e da videira. Surgiram aqui e acolá as cantinas
que recebiam as sobras de uva depois de terem abastecido as pipas e as
bordolezas dos porões das casas.
GRANJA PINDORAMA
Os irmãos maristas chegados em Garibaldi em 1904 vinham do norte
da França onde se cultivam parreiras e se fabricam excelentes vinhos.
O Irmão Pacômio Sion, mano do Irmão José Sion, diretor do Colégio
Santo Antônio, plantou as parreiras nos terrenos vizinhos. Produzia vinho para o
consumo dos Irmãos e dos alunos internos.
Em 1911 com o Irmão Sinforiano fundou a Granja Pindorama, 1ª
cantina da região, com o vinho Conde D’Eu. Os vinhos eram muito apreciados e
comercializados em todo o Brasil, em especial o vinho de Missa.
Em 1970 a Granja Pindorama foi comprada pela firma Cereser que
continua produzindo e comercializando vinhos.
ESTABELECIMENTO VÍNICOLA ARMANDO PETERLONGO S/A
A Família Peterlongo veio de Trento, no Tirol italiano. O pai – Manoel –
era engenheiro agrimensor e ajudou a fazer o traçado da futura cidade de
Garibaldi. A mãe, Regina, vivia para os trabalhos de casa. Em 1899 nascia o
filho, Armando.
Vivendo de seu trabalho de técnico, Manoel tinha um sonho: produzir
em Garibaldi um vinho que tivesse a mesma qualidade daquele da Europa. Este
sonho começava a se tornar realidade em 1913, pelos conhecimentos que
66
recebeu do Irmão Pacômio. Utilizando o processo de fermentação natural na
própria garrafa (Champenoise), criado pelo abade francês Don Pérignon,
Manoel produziu o primeiro champanhe brasileiro.
No mesmo ano a qualidade do novo produto já era reconhecida
publicamente ao ganhar a medalha de ouro, na “1ª Exposição de Uvas”
realizada em Garibaldi na qual fora gravado: “Bendita a terra a que este
sangue aquece”.
Os primeiros sucessos levaram Manoel a convocar a colaboração do
filho Armando, então farmacêutico em Extremo da Vacaria, onde também já
iniciara as primeiras experiências no campo da pecuária e agricultura,
atividades às quais daria alento, tempos depois, era o ano de 1921.
Com o falecimento de Manoel, em 1924, o comando da Casa
Peterlongo passou para Armando. Construindo novas instalações, de acordo
com o melhor padrão europeu, com uma cantina cobrindo área de 10 mil metros
quadrados, subterrânea, toda em granito, Armando preparou a empresa para o
salto que viria depois: a modesta organização de trabalho baseada na
participação comunitária da família se transformaria numa grande empresa,
conquistando o mercado nacional a partir de 1930, embora enfrentasse a
concorrência da livre importação de champanhe no país. Desde esse ano, nas
solenidades oficiais, batismo de navios ou aviões passou-se a fazer uso de um
champanhe nacional: Peterlongo.
Além do champanhe, passaram a ser produzidos outros tipos de vinho.
Em 1942 é feita a 1ª exportação de produtos vinícolas brasileiros para o
exterior. O comprador é o Magazine Macy’s, de Nova York. É o resultado da
grande produção assegurada, em parte, por uma área de 120 hectares de
vinhedos próprios com uvas viníferas que garantem a qualidade do produto.
Hoje a Casa Peterlongo, dirigida pelos netos daqueles pioneiros, continua
crescendo e aperfeiçoando a qualidade de seus produtos. Seu parque industrial
– voltado para a produção de vinhos finos – tem 17 mil metros de área. Seus
vinhedos próprios suprem boa parte das necessidades da empresa.
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COOPERATIVA VINÍCOLA GARIBALDI LTDA.
Em 22 de janeiro de 1931, na sede do Clube Borges de Medeiros, na
então Vila de Garibaldi com a presença do Dr. Paulo Monteiro de Barros,
ajudante da Inspetoria do 17° Distrito Agrícola e dos correspondentes dos
jornais da Capital do Estado, os viticultores fundaram a Cooperativa Agrícola
de Garibaldi.
No subsolo da casa de um funcionário, instalaram a primeira cantina,
enquanto a Diretoria promovia gestão para a aquisição de um prédio próprio,
que seria a sede da organização.
Os anos foram passando e a sociedade foi expandindo os seus
benefícios e o seu raio de ação. As dificuldades encontradas foram inúmeras
mas, uma a uma, foram sendo superadas.
Os 73 produtores iniciais que haviam subscrito os 100 contos de réis de
ações, passaram a ser 260 no ano de 1934, com uma produção de 2.500.000
litros de vinho e um capital integralizado de 38 contos de réis.
O relatório de 1934 foi publicado pelo órgão local de imprensa, que era
a “STAFETTA RIOGRANDENSE”. E dessa publicação transcrevemos o
seguinte texto:
“Grande é ancora il numero dei produttori che vogliono unirsi a noi.”
“Tutto questo ci induce a credere che nel 1935, Deo adjuvante, seremo
piú di 300 soci e com una produzione superiore ai 3.000.000 di litri. Ecco quanto
ci riserva l’avvenire.”
A Cooperativa Garibaldi dispõe atualmente de 21 postos de
vinificação, localizados no interior dos municípios de Garibaldi, Bento
Gonçalves e Veranópolis.
Dentro da economia do município, destaca-se como a maior
organização, dela dependendo cerca de 7.000 pessoas, entre associados,
funcionários e seus familiares.
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Com uma área construída de 32.000 metros quadrados, sua
capacidade de estocagem de 40.000 milhões de litros de vinho.
Vista aérea parcial do Parque Fenachamp
GENERINO ROSSONI S/A
Uma trajetória regada de boas idéias e com especial atenção à
qualidade e naturalidade do produto foi o segredo que Generino Rossoni usou
para criar e desenvolver a empresa que leva seu nome.
Na localidade de São Miguel, em 1935, foram dados os primeiros
passos. Generino Rossoni e Vicente Branchi adquiriram uma gleba para fins
agrícolas. Em 1936 plantaram mil pés de oliveira para a produção de azeite.
Como a colheita da azeitona demorasse muito, intercalaram no olival dez mil
pés de macieira vindos da Itália. A produção de maçã atingiu alto grau de
qualidade, não conseguindo, porém, mercado nacional. Passou-se então à
produção de derivados de maçã: suco, sidra, vinagre e outros.
A firma cresceu e transformou-se em S/A. A Rossini está entre as
principais empresas do município de Garibaldi. É a única no Rio Grande do Sul
no ramo de sua especialidade.
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CHAMPAGNE GEORGES AUBERT S/A
Em 1950 a Europa tentava se recuperar dos estragos causados pela IIª
Guerra Mundial. Na França quatro amigos se reuniram para escolher um lugar
nas Américas para se estabelecerem, Canadá, Argentina e Brasil fizeram parte
da seleção prévia. Mas como além do desejo de deixar a Europa, tinham em
comum o fato de terem estudado em Colégios Maristas, souberam que estava
na França um Irmão Marista do Brasil, e com ele foram falar. Esse Irmão era
José Otão natural de Garibaldi e convenceu-os de que essa era a terra que
melhor se adaptava ao que eles queriam, pois possuía parreirais de uvas finas
e já tinha tradição em champanhe. Os quatro amigos eram Monseiur Jean
Gauthier, Georges Aubert, Gilbert Trouiller e Georges Rosier.
Em outubro de 1950 chegaram ao Brasil para os primeiros contatos
com suas famílias Gilbert Trouiller e Goerges Aubert, sendo recebidos em
Santos pelos Irmãos Maristas, pois Ir. José Otão tinha preparado tudo para
acolhê-los e encaminhá-los a Garibaldi ajudando inclusive na instalação da
cantina. Em janeiro de 1951 chegavam as famílias Rosier e Gauthier e a eles
vieram juntar-se mais tarde as famílias Heraud e Chauvin.
Desde sua fundação, Champagne Georges Aubert dedica-se à
elaboração de champanhe de alta qualidade. O champanhe aqui produzido era
pelo método “champenoise”, ou seja, gaseificação na própria garrafa;
Champagne Aubert introduziu o método de fermentação ainda natural mas em
autoclave (charmat).
Champanhe Georges Aubert S/A possui duas cantinas. Uma fica em
Monte Belo, localidade vizinha de Garibaldi. E a outra em Garibaldi, onde se
elabora o grande champanhe brasileiro, que um dia já foi francês.
Durante 2 meses por ano são recebidas as uvas que vão se tornar
champanhe. Uvas vindas de parreirais, cujo cultivo, há dezenas de anos, é
orientado pelos técnicos de Champanhe Georges Aubert S/A. e cuidado por
famílias que vivem em torno de parreirais, que crescem junto à fruta,
amadurecem com ela e se realizam a cada safra.
70
Além do champanhe, Georges Aubert fabrica também vinhos e licores.
MARTINI ROSSI
A Martini Rossi é constituída por um grupo de empresas com 4.200
funcionários que produz e vende mais de trezentos produtos no setor de
bebidas através de oitenta subsidiárias e filiadas em 25 países.
O grupo vende 32 milhões de caixas de vinhos e bebidas alcoólicas por
ano, cerca de vinte milhões são de vermutes.
Sua força marca maior presença na Itália, Inglaterra e Espanha. Tem
ainda companhias subsidiárias no México, Colômbia, Uruguai, Japão, África do
Sul, Austrália e Brasil.
Da história do vinho, a Martini Rossi participa há mais de cem anos,
tendo chegado ao Brasil em 1951, estabelecendo-se em São Paulo. Em 1958
construiu a nova fábrica de vermutes em São Bernardo do Campo, onde tem
hoje a sede central.
Em 1957 começou a comercialização do vinho Château Duvalier.
Em 1974, ciente do potencial enológico da região, adquiriu um
estabelecimento no central de Garibaldi, onde instalou uma unidade
elaborada de Champanhe – De Greville. Alargou o espaço, em 1978,
comprando um terreno no município de Monte Belo, onde passou a efetuar
pesquisas sem fins lucrativos.
A Martini Rossi se abastece diretamente dos produtos do Rio Grande
do Sul, das uvas necessárias para elaborar os vinhos de mesa e o vinho base,
que representa 70% da composição final do Vermute Martini, comprando
aproximadamente 14 milhões de quilos de uva por ano de 800 produtores.
Em janeiro de 1989, a razão social passou a ser De Lantier Vinhos
Finos Ltda., com duas cantinas no centro de Garibaldi.
O Conde Rossi comprou uma quadra, mandou fazer a Praça do Vinho,
doada pessoalmente à Prefeitura Municipal de Garibaldi e adquiriu um terreno
71
de 14ha para novo vinhedo, onde será instalada a cantina modelo, nos
próximos anos.
PRODUTORA DE VINHOS FINOS LTDA. (PROVIFIN)
Há quinze anos no país, com investimentos da ordem de sete milhões e
meio de dólares, a empresa é o resultado da associação de dois importantes
grupos empresariais: o francês S/A Champagne Moet & Chandon, com 70% do
capital e o brasileiro Grupo Monteiro Aranha, com 30% do capital. Principal
empresa do Brasil no segmento de Champanhe de primeira linha, produz
também os vinhos Chandon, Tinto e Rosé.
O estabelecimento da empresa no Brasil se deve à evolução da cultura
de uvas no sul do país e às características de clima e solo favoráveis à
produção de um champanhe e de vinhos que atendessem aos rígidos padrões
de qualidade da Maison Moet & Chandon. Assumindo a nacionalidade
brasileira, o champanhe M. Chandon e os vinhos Chandon são elaborados de
modo que todas as etapas de produção sejam acompanhadas por técnicos da
firma. O rigoroso controle de qualidade procura manter a tradição de marca
Chandon. As rolhas do champanhe brasileiro são importadas da Europa e as
garrafas rotuladas individualmente.
A preocupação em manter o alto nível de qualidade dos produtos
tem trazido para a empresa os primeiros lugares nos testes realizados por
enólogos de reconhecimento internacional. O Champanha M. Chandon
brasileiro foi o escolhido para o jantar anual de 1990, do “Institut of Masters
of Wine” da Inglaterra.
Um dos segredos da Casa Moet & Chandon está no processo
denominado “Assemblage”. A cada ano, os enólogos extraem o melhor da safra
de uva, para fazer, com uma dose de ciência e uma dose de arte, a associação
com os vinhos selecionados das colheitas mais antigas, reunindo as
características superiores de cada uma no melhor equilíbrio e harmonia, para
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assegurar a constância de uma qualidade excelente, comparável aos bons
vinhos europeus.
Para a produção do champanhe e dos vinhos Chandon, são utilizados
anualmente cerca de dois milhões de quilos de uvas que a PROVIFIN cultiva
em suas próprias plantações (20%) e o restante provenientes de pequenos
viticultores integrados à empresa, os quais recebem toda a orientação técnica
apropriada para a obtenção da uva dentro dos padrões exigidos.
A partir de 1991, a PROVIFIN passa a importar os produtos da Moet &
Chandon (Dom Pérignon, Brut Imperial e Petite Liquorelle); os conhaques de
Hennessy (VSOP e XO); os produtos da subsidiária da Moet & Chandon da
Argentina a PROVIAR (champanhe Baron B e os vinhos Comte de Valmont) e
de duas marcas de uísque escocês da United Distiller’s, o Black & White e o
Buchanan’s “De Luxe”.
MAISON FORESTIER – Empresa de Vinhos Ltda.
A Maison Forestier E.V.L. é uma empresa com capital canadense e
sede em Nova York (USA). Instalou-se em Garibaldi em 1973 graças à
oferta de terreno que agradou aos proprietários por ocasião da instalação do
Distrito Industrial.
Em 1978 instalaram-se os vinhedos experimentais com material
vegetativo importado com 57 variedades.
Em 1980 construiu-se o prédio da cantina. Em 1981 foi realizada a
primeira vinificação própria.
Nos anos seguintes houve o lançamento dos vinhos: Forestier, vinho
Bon Sol, Edelwein e Reserve Forestier.
Em 1985 inauguraram-se as instalações para recepção turística –
adega de pedra. A cada ano houve novidades como o lançamento da
champanhe Maison Forestier Reserve, produzido pelo processo “champenoise”,
dos vinhos millesime.
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CARRARO BROSINA & CIA LTDA
Tradicional e eficiente indústria de vinho quer pelo volume de produção,
quer pelo valor inconteste dos produtos de variadas linhas: vinhos licorosos,
vinhos brancos, vinhos tintos, vermutes, sucos de uva, champanhe sob a
denominação da marca “Palácio”, conhecida e apreciada em todo o Brasil. Em
1980, após 50 anos de produção de excelentes vinhos, champanhes e
vermutes, Carraro Brosina S/A encerrou suas atividades pela compra do ativo e
passivo pela firma Martini Rossi S/A. Para recordar o trabalho, a vida e a
dedicação dos fundadores as ruas onde estava situada a empresa passaram a
chamar-se Rua José Brosina e Rua Batista Carraro. Ao encerrar as atividades
Carraro Brosina S/A possuía dez postos de vinificação no interior do município e
15000m2 de área construída na matriz.
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11 – Indústria, Comércio, Bancos
TRAMONTINA GARIBALDI S/A.
O fundador do GRUPO TRAMONTINA, Valentin Tramontina, nasceu
em Monte Belo, em 17 de julho de 1893. Filho de Henrique Tramontina e
Domingas Roman, imigrantes oriundos da região de Maniago, Itália. Com 17
anos, transferiu-se para Carlos Barbosa, então Distrito de Garibaldi, para
trabalhar na ferraria de um tio.
Carlos Barbosa começava a crescer e a desenvolver-se com a
chegada da linha férrea que uniria Montenegro a Caxias do Sul, se
constituindo como o entroncamento de ramal que seria construído para ligar
Bento Gonçalves ao projeto.
Em 1891, Valentin Tramontina começou o seu próprio negócio ao lado
do prédio do tio. O terreno, de propriedade do comerciante Pedro Carlotto,
ficava onde hoje existe o Café Brasil em Carlos Barbosa. Valentin dedicava-se a
trabalhos de ferraria e consertos em geral, trabalhando principalmente para a
firma Arthur J. Renner, a mais importante do lugar.
Na década de 20 houve um incêndio em Porto Alegre que destruiu uma
importadora de cutelaria, ferramentas e de pequenas máquinas de uso
doméstico. Valentin encarregou-se de recuperar as ferramentas salvas do
incêndio. Esse fato fez com que ele se sentisse atraído pelo ramo de cutelaria.
Comprou, então, um pequeno terreno em Carlos Barbosa, onde construiu sua
própria ferraria. Em 14 de fevereiro de 1920, Valentin casou-se com Elisa de
Cecco e foi morar numa casa de madeira ao lado da ferraria.
Para recuperar os cabos das facas e dos canivetes que haviam se
danificado no incêndio desenvolveu o uso do chifre como matéria-prima.
Também teve oportunidade de observar os melhores modelos, os que mais
vendiam e, assim, reproduzindo alguns tipos, pode organizar a primeira linha
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“TRAMONTINA”. Eram facas e canivetes com lâminas de aço carbono com
cabo de chifre.
Em 29 de fevereiro de 1939, Valentin Tramontina faleceu. A fábrica de
facas e canivetes tinha, então, 10 empregados. Assumiu a direção da empresa
a esposa, Elisa, e a fábrica passou a denominar-se “Vvª Valentin Tramontina”.
Elisa Tramontina tocou como pôde aquele empreendimento artesanal
que fazia somente facas e canivetes de cabo de chifre. O pequeno
estabelecimento sobreviveu às dificuldades durante a guerra de 1939 e 1945.
Em 1949, a fábrica abrigava 16 empregados.
A partir de então, a administração passou para Ivo Tramontina, o único
filho do casal, e para Ruy J. Scomazzon, que começou a integrar o
empreendimento. Ivo e Ruy tinham 23 e 21 anos, respectivamente. Com
determinação, iniciaram um processo de crescimento e de melhorias que
persiste até hoje.
O tempo foi passando. Vieram juntar-se a Ivo e Ruy colaboradores tão
obstinados quanto eles, todos imbuídos da idéia de que era possível fazer
funcionar no Brasil fábricas de utilidades domésticas e ferramentas de forma tão
eficiente quanto àquelas existentes nos países mais adiantados do mundo.
Mas contaremos a história descrevendo o empreendimento como se
descreve uma árvore, pelos seus ramos e frutos.
A “Cutelaria” foi o tronco e ficou como empresa única até 1959.
Chamava-se, então, “TRAMONTINA S.A., Cutelaria e Ferramentas Agrícolas”.
Em 1° de janeiro de 1963, foi constituída a empresa TRAMONTINA
GARIBALDI S.A., quando o Grupo Tramontina decidiu explorar a fabricação de
ferramentas manuais, especialmente martelos. Para materializar a decisão, foi
constituída uma empresa com sede em Carlos Barbosa e que começou a
operar com três empregados.
Em 1965 a empresa transferiu-se para Garibaldi instalando-se nos
pavilhões da R.F.F.S.A. que tinham ficado desocupados desde 1934,
funcionando então, com um total de 12 empregados.
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Em 1966 a empresa efetuou a mudança de forma jurídica de Ltda.
para S.A.
Em 1971 deu-se início às exportações, com uma nova denominação:
Tramontina Garibaldi S.A.
Em 1972 iniciaram os procedimentos para a construção da nova fábrica;
em 1977, a fábrica transferiu-se para nova área que fica ao lado da barragem da
CORSAN, em Garibaldi. Em 1984 foram feitas ampliações da fábrica.
No final de 1987 o quadro de empregados alcançou o efetivo de
500 pessoas.
Durante o seu período de existência, a Tramontina Garibaldi passou de
uma produção semi-artesanal para uma produção em série, mecanizada e em
vários setores, automatizada, sempre produzindo ferramentas manuais.
No ano de 1959 o Grupo Tramontina fundava a Metalúrgica Forjasul
S.A. que se instalou em Porto Alegre e transferiu-se depois para Canoas.
Em 1971 surgiu a Tramontina Farroupilha S.A.
Em 1976 criou-se em Carlos Barbosa a FORJASUL S.A.
Materiais Elétricos.
O grupo desenvolveu em 1982 a Tramontina Ferramentas Agrícolas
S.A. no Bairro Triângulo em Carlos Barbosa.
A mais nova fábrica do Grupo está no norte do Brasil. É a Tramontina
Belém S. A. Madeiras que manufatura peças de madeira e são fornecidas às
demais fábricas do grupo.
Os escritórios de venda foram crescendo: local e regional em São
Paulo. Depois vieram os centros de distribuição com estoque, em 1982 na
Bahia e no ano de 1986 em Hoceston, E.A.A.
A Tramontina é hoje responsável por 5.350 produtos distribuídos em
3.500 mil pontos de venda e presente em mais de 80 países. A frágil
plantinha desenvolveu em árvore gigante cujos ramos cobrem vastas
extensões do globo terrestre.
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Aviário na década de 1970
AVIÁRIOS
Quem começou com a criação de frangos para corte foram Alberto
Cattani e Janir Covolo. Eles compraram os primeiros pintos, em número de
1.200 de Adão Fern de Estrela. Os pintos chegaram em 04 de abril de 1959.
Segundo o sr. Albertino Cattani, Adão Fern de Estrela achou-os loucos
por começarem com tantos pintos, pois o número deveria ser menor.
O 1° aviário foi construído nas terras da família Cattani e os primeiros
frangos por ele produzidos eram chamados de “galetos”, pois sua raça era a
New-Hampshire, com peso mais leve que os atuais. Em 1961 eles já produziam
pintos e os vendiam para que mais pessoas começassem aviários.
Em 1966, constituíram uma empresa “Cattani, Emer”, Albertino Cattani,
Ivo Emer e Janir Covolo não faziam mais parte da sociedade. Eles aprimoraram
a raça criada, com matrizes vindas de São Paulo, da raça Cornish, que
produziam animais mais pesados.
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Finalmente em 1973, precisamente em 1° de setembro de 1973, nasceu
a firma “Pena Branca S/A”, pois foi sentida a necessidade de integrar as partes
que compunham a produção de frangos, como matrizes, incubatório, frigorífico
e fábrica de ração em uma firma global, que se encarregasse, também, das
vendas e promoção. A raça atual usada é a Arbor-acres.
A empresa tem em suas dependências além do incubatório e frigorífico,
os laboratórios de citopatologia, bromotologia e microbiologia, todos voltados
para o aprimoramento das qualidades oferecidas.
Além dos aviários espalhados por todo o município, temos outras firmas
que criam e comercializam os frangos, como a Frinal (Frigorífico e Integração
Aviculda Ltda.), Frigorífico Chesini e o Frigorífico Nicolini.
Toda essa atividade torna o município de Garibaldi um dos primeiros
em criação de frangos do Estado.
BANCOS
As atividades agrícolas e artesanais, como também a indústria
incipiente iam gerando pequenas economias. Surgiam aqui e acolá caixas
populares para a guarda e frutificação de valores financeiros. No início do
século havia correspondentes dos bancos da capital que aos poucos tiveram
suas agências:
BANCO DA PROVÍNCIA – SULBRASILEIRO – MERIDIONAL
Em 1912, graças ao esforço do Intendente Coronel Affonso Aurélio
Porto, foi aberta uma agência do Banco da Província, tendo como
correspondente o Sr. Camilo Liendecker. Em 15 de dezembro de 1919, foi
inaugurada oficialmente a filial do Banco, que ficava na rua Buarque de
Macedo, prédio alugado, mais tarde adquiriu prédio próprio na mesma rua,
esquina com a Av. Rio Branco.
Em 22 de dezembro de 1972 com a união de outros bancos
transformou-se no Banco Sulbrasileiro. Anos após de regular funcionamento
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suspendeu temporariamente as atividades, reaparecendo sob o nome de Banco
Meridional do Brasil, em 12 de agosto de 1985.
BANCO PELOTENSE
Instalou-se em Garibaldi em 1912 com 3 agências: na Vila teve o
agente Luiz Toniazzi; em Carlos Barbosa, agente Ângelo Mottin e no Borgueto,
agente Pedro Carrera. O Banco Pelotense teve muita importância no
desenvolvimento do Rio Grande do Sul. A sua falência em 1930 veio em
conseqüência do dumping de Nova lorque e do surgimento, anos antes, do
Banco do Rio Grande do Sul, fato que motivou profundos desastres nas
economias de numerosas famílias.
BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Em 1929, João Grossi era correspondente do Banco do Estado do Rio
Grande do Sul. A inauguração da agência aconteceu a 11 de junho de 1930.
Em 1961 inaugurou a sede própria na rua JúIio de Castilhos.
BANCO DO BRASIL
Instalou-se no dia 15 de outubro de 1960, num prédio alugado. Em
1971 inaugurou a sede própria à Av. Rio Branco, 117.
BANCO BRADESCO S/A
No dia 11 de dezembro de 1985, o Banco BRADESCO, atendendo o
pedido de empresários, estabeleceu sua agência regional.
CAIXA ECONÔMICA ESTADUAL
Em 23 de fevereiro de 1987 era a vez da Caixa Econômica Estadual
inaugurar a sua agência.
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CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
Grupo de lideranças políticas e empresariais do município conseguiram
a instalação de uma agência em Garibaldi, fato que ocorreu no dia 25 de
outubro de 1963. Em 22 de abril de 1988 inaugurou as novas instalações em
local próprio, especialmente construído para os serviços à população.
HINO ÀS UVAS
Letra do Coronel Affonso Aurélio Porto
Intendente Municipal – a música do maestro F. Zani
1ª - A terra se enfeita de flores
E os noivos se entreolham felizes
Passadas a vindima, os amores...
Deus Nosso Senhor os bendizes!
Coro
Que de uvas se engrinalde
Teu solo, amado torrão,
Fazendo de Garibaldi
A terra da Promissão.
2ª - Vinho novo! o sangue da uva
Correndo nas seivas da terra
A tonificar como chuva
Que só esperanças encerra.
3ª - Saibamos amar com carinho
O beijo celeste que traz
O sangue de Deus, feito vinho,
A festa do Amor e da Paz.
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4ª - Até junto ao altar elevado...
No cálice divino te avisto.
Símbolo do sangue sagrado
De Nosso Senhor Jesus Cristo.
Garibaldi – Primeira Festa da Uva na região serrana – nos dias 24, 25 e
26 de fevereiro de 1913.
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12 – Pioneirismos na Colônia de Conde D’Eu
A primeira padaria foi instalada por José Grando.
A primeira casa comercial foi de Domingos Fiori.
A primeira carroça de tração animal foi de Salvador Secondo.
A primeira relojoaria foi montada por José Bellini.
A primeira ferraria foi propriedade de Bartolomeu Mariani.
A primeira funilaria foi aberta por André Fauri.
A primeira olaria foi instalada por Caetano Grossi.
A primeira alfaiataria foi fundada por Ângelo Nicola.
O primeiro hotel foi instalado por Sebastião Casacurta.
A primeira fábrica de gaitas foi montada por Luiz Zoppaz.
A primeira fundição de sinos foi idealizada por João Bellini.
A primeira serraria foi instalada por João Jacinto Ferreira.
O primeiro moinho foi instalado por José Paduan.
A primeira fábrica de sabão foi de Eduardo Daison.
O primeiro açougue foi de Basílio Zorri.
O primeiro curtume foi instalado por Domingos Paganelli.
A primeira fábrica de cerveja foi de Antonio Cará.
A primeira fábrica de gasosa foi de Mateus Groff.
A primeira farmácia foi da família Francisconi.
A primeira casa de alvenaria foi de Sebastião Casacurta.
A primeira capela construída foi de Santo Antônio.
É interessante recordar mais estes pioneiros:
O primeiro mascate foi Domingos Bimbi.
O primeiro morador brasileiro foi João Carlos Rodrigues da Cunha.
O primeiro agente do correio foi Antônio Joaquim Marques de Carvalho.
O primeiro mestre de música foi Abdon Santini.
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O primeiro juiz de paz foi Luiz Faraon.
A primeira família imigrante italiana foi Cirilo Zamboni.
O primeiro sub-delegado foi João Jacinto Ferreira.
O primeiro agrimensor prático foi Manuel Peterlongo.
O primeiro cura da freguesia foi o Pe. Domingos Grecca.
O primeiro sacristão do curato de Conde D’Eu foi Serafin Ongaro.
O primeiro capuchinho francês foi Pe. Frei Bruno de Gillonay.
A primeira Irmã da Congregação de São José foi a Madre Paula.
O primeiro Irmãos Marista foi Irmão José Maria Sion.
O primeiro professor foi Manuel Batista Lisboa Bittencourt.
O primeiro Intendente foi o Cel. Jacob NicoIáu Ely.
O primeiro defunto sepultado no cemitério local foi João Cabowiski.
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13 – Intendentes e Prefeitos Municipais de Garibaldi
(1900 – 1993)
Coronel Jacob Nicoláu Ely ......................................de 1900 a 1908
Dr. Júlio Azambuja ..................................................de 1908 a 1910
Coronel Afonso Aurélio Porto ..................................de 1910 a 1917
Manuel Marques da Silva Acauan ...........................de 1917 a 1924
Coronel Jacob Nicoláu Ely ......................................de 1924 a 1928
Engenheiro Manuel Coelho Parreira .......................de 1928 a 1930
Dr. Abdon de Melo, ..............................de fevereiro a maio de 1930
Dr. José Loureiro da Silva, .................de maio a setembro de 1930
Eng. Lauro de M. e Cunha, ..de setembro de 1930 a maio de 1931
Davide Sartori ...........................................de junho de 1931 a 1932
Ten. Dormelindo de Oliveira Freitas ........................de 1932 a 1935
Vicente Dal Bó .........................................................de 1935 a 1942
Dr. Olinto F. de Oliveira Freitas ...............................de 1942 a 1945
Rafael Borja da Luz .......de novembro de 1945 a fevereiro de 1946
Dr. Olinto F. de Oliveira Freitas ...........de fevereiro a julho de 1946
Rafael Borja da Luz ............................de agosto a outubro de 1946
Dante Grossi ................de novembro de 1946 a dezembro de 1947
Heitor Mazzini ..........................................................de 1947 a 1951
Dante Grossi ............................................................de 1951 a 1955
Heitor Mazzini ..........................................................de 1955 a 1959
Antônio Manica ........................................................de 1959 a 1964
Irani Peterlongo Rosa ..............................................de 1964 a 1969
Léo Antônio Cisilotto.................................................de 1969 a 1972
Acyr Girondi .............................................................de 1973 a 1976
Léo Antônio Cisilotto ................................................de 1977 a 1981
Ambrósio Chesini ....................................................de 1982 a 1987
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Vandenir Antônio Miotti ...........................................de 1988 a 1992
Léo Antônio Cisilotto ............................................................de 1993