História da Língua Portuguesa em linha

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02/03/15 16:01 História da Língua Portuguesa em linha Página 1 de 7 http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/geografia/crioulosdebaseport.html Crioulos de base portuguesa Dulce Pereira Os crioulos são línguas naturais, de formação rápida, criadas pela necessidade de expressão e comunicação plena entre indivíduos inseridos em comunidades multilingues relativamente estáveis. Procurando superar a pouca funcionalidade das suas línguas maternas, estes recorrem ao modelo imposto (mas pouco acessível) da língua socialmente dominante e ao seu saber linguístico para constituir uma forma de linguagem veicular simples, de uso restrito mas eficaz, o pidgin, que posteriormente é gramaticalmente complexificada e lexicalmente expandida, em particular pelas novas gerações de crianças que a adquirem como língua materna, dando origem ao crioulo. Chamam-se de base portuguesa os crioulos cujo léxico é, na sua maioria, de origem portuguesa. No entanto, do ponto de vista gramatical, os crioulos são línguas diferenciadas e autónomas. Sendo a língua- base aquela que dá o léxico, podemos encontrar crioulos de diferentes bases: de base inglesa ( como o Krio da Serra Leoa), de base francesa (como o crioulo das Seychelles), de base árabe (como o Kinubi do Uganda e do Quénia) ou outra. Os crioulos de base portuguesa são habitualmente classificados de acordo com um critério de ordem predominantemente geográfica embora, em muitos casos, exista também uma correlação entre a localização geográfica e o tipo de línguas de substrato em presença no momento da formação. Em África formaram-se os Crioulos da Alta Guiné (em Cabo Verde, Guiné-Bissau e Casamansa) e os do Golfo da Guiné (em S. Tomé, Príncipe e Ano Bom). Classificam-se como Indo-portugueses os crioulos da Índia (de Diu, Damão, Bombaim, Chaul, Korlai, Mangalor, Cananor, Tellicherry, Mahé, Cochim, Vaipim e Quilom e da Costa de Coromandel e de Bengala) e os crioulos do Sri-Lanka, antigo Ceilão (Trincomalee e Batticaloa, Mannar e zona de Puttallam). Quanto a Goa (na Índia), é discutível se aí se terá formado um crioulo de base portuguesa. Theban (1985) e Tomás (1995) consideram, contrariamente a Holm (1989) e Clemens (1996, 2000), que a pressão muito forte do português, língua oficial e de instrução, teria impedido a formação de um crioulo em Goa. Na Ásia surgiram ainda crioulos de base portuguesa na Malásia (Malaca, Kuala Lumpur e Singapura) e em algumas ilhas da Indonésia (Java, Flores, Ternate, Ambom, Macassar e Timor) conhecidos sob a designação de Malaio-portugueses. Os crioulos Sino-portugueses são os de Macau e Hong-Kong. Na América encontramos ainda um crioulo que se poderá considerar de base ibérica, já que o português partilha com o castelhano a origem de uma grande parte do léxico (o Papiamento de Curaçau, Aruba e Bonaire, nas Antilhas) e um outro crioulo no Suriname, o Saramacano, que, sendo de base inglesa, manifesta no seu léxico uma forte influência portuguesa.(v. Crioulos com forte influência lexical portuguesa). Alguns autores referem-se a variedades de um semi-crioulo de base portuguesa no Brasil e a variedades dialectais afro-brasileiras que corresponderiam a uma fase avançada de descrioulização de antigos crioulos, como a de Helvécia. A época das navegações e da expansão e colonização portuguesas foi propícia ao contacto linguístico e à formação de crioulos. As situações sociolinguísticas decorrentes dos diferentes tipos de contacto entre a língua portuguesa e as outras línguas africanas, asiáticas e americanas, estiveram na origem de manifestações linguísticas também diferentes. Os primeiros contactos favoreceram, naturalmente, a formação de pidgins, para efeitos de comunicação imediata, sobretudo quando as línguas veiculares tradicionalmente usadas para o mesmo fim, como o árabe, deixavam de ser funcionais. Estes pidgins perduraram como línguas de comércio na África e na Ásia até ao século XVIII. A partir desses primeiros contactos, onde a língua portuguesa se conseguiu impor, apoiada por um número elevado de falantes (como no Brasil) ou por uma política de ensino e difusão sistemática (como em Goa, sede do poder militar e administrativo português desde 1512), foi plenamente adquirida pelos grupos que a ela tiveram acesso e manteve-se assim, com vitalidade, muitas vezes a par das outras línguas maternas e do próprio pidgin de base portuguesa. Pelo contrário, a formação das línguas crioulas ocorreu, tipicamente, em comunidades multilingues em que houve fraco acesso ao modelo da língua portuguesa (sendo o número de portugueses proporcionalmente muito inferior ao dos outros grupos), perda parcial ou mesmo total de funcionalidade das outras línguas maternas e forte miscigenação. Estas condições ocorriam em zonas de concentração e isolamento das populações miscigenadas (como em Korlai, na Índia), longe das suas terras e culturas de origem, em particular em plantações e em ilhas como as de Cabo Verde e S. Tomé, mas também nas fortificações costeiras edificadas pelos portugueses nos séculos XV e XVI (como Cananor e Cochim). Os crioulos de base portuguesa conhecidos surgiram nas zonas e locais assinalados nos mapas de três modos distintos: ou por formação in loco ou por difusão (tendo, neste caso, migrado com os seus falantes

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Crioulos de base portuguesaDulce Pereira

Os crioulos são línguas naturais, de formação rápida, criadas pela necessidade de expressão e comunicaçãoplena entre indivíduos inseridos em comunidades multilingues relativamente estáveis. Procurando superar apouca funcionalidade das suas línguas maternas, estes recorrem ao modelo imposto (mas pouco acessível)da língua socialmente dominante e ao seu saber linguístico para constituir uma forma de linguagem veicularsimples, de uso restrito mas eficaz, o pidgin, que posteriormente é gramaticalmente complexificada elexicalmente expandida, em particular pelas novas gerações de crianças que a adquirem como línguamaterna, dando origem ao crioulo.

Chamam-se de base portuguesa os crioulos cujo léxico é, na sua maioria, de origem portuguesa. Noentanto, do ponto de vista gramatical, os crioulos são línguas diferenciadas e autónomas. Sendo a língua-base aquela que dá o léxico, podemos encontrar crioulos de diferentes bases: de base inglesa ( como o Krioda Serra Leoa), de base francesa (como o crioulo das Seychelles), de base árabe (como o Kinubi do Ugandae do Quénia) ou outra.

Os crioulos de base portuguesa são habitualmente classificados de acordo com um critério de ordempredominantemente geográfica embora, em muitos casos, exista também uma correlação entre a localizaçãogeográfica e o tipo de línguas de substrato em presença no momento da formação.

Em África formaram-se os Crioulos da Alta Guiné (em Cabo Verde, Guiné-Bissau e Casamansa) e os doGolfo da Guiné (em S. Tomé, Príncipe e Ano Bom).

Classificam-se como Indo-portugueses os crioulos da Índia (de Diu, Damão, Bombaim, Chaul, Korlai,Mangalor, Cananor, Tellicherry, Mahé, Cochim, Vaipim e Quilom e da Costa de Coromandel e de Bengala) eos crioulos do Sri-Lanka, antigo Ceilão (Trincomalee e Batticaloa, Mannar e zona de Puttallam). Quanto aGoa (na Índia), é discutível se aí se terá formado um crioulo de base portuguesa. Theban (1985) e Tomás(1995) consideram, contrariamente a Holm (1989) e Clemens (1996, 2000), que a pressão muito forte doportuguês, língua oficial e de instrução, teria impedido a formação de um crioulo em Goa.

Na Ásia surgiram ainda crioulos de base portuguesa na Malásia (Malaca, Kuala Lumpur e Singapura) e emalgumas ilhas da Indonésia (Java, Flores, Ternate, Ambom, Macassar e Timor) conhecidos sob a designaçãode Malaio-portugueses.

Os crioulos Sino-portugueses são os de Macau e Hong-Kong.

Na América encontramos ainda um crioulo que se poderá considerar de base ibérica, já que o portuguêspartilha com o castelhano a origem de uma grande parte do léxico (o Papiamento de Curaçau, Aruba eBonaire, nas Antilhas) e um outro crioulo no Suriname, o Saramacano, que, sendo de base inglesa,manifesta no seu léxico uma forte influência portuguesa.(v. Crioulos com forte influência lexicalportuguesa).

Alguns autores referem-se a variedades de um semi-crioulo de base portuguesa no Brasil e a variedadesdialectais afro-brasileiras que corresponderiam a uma fase avançada de descrioulização de antigos crioulos,como a de Helvécia.

A época das navegações e da expansão e colonização portuguesas foi propícia ao contacto linguístico e àformação de crioulos. As situações sociolinguísticas decorrentes dos diferentes tipos de contacto entre alíngua portuguesa e as outras línguas africanas, asiáticas e americanas, estiveram na origem demanifestações linguísticas também diferentes.

Os primeiros contactos favoreceram, naturalmente, a formação de pidgins, para efeitos de comunicaçãoimediata, sobretudo quando as línguas veiculares tradicionalmente usadas para o mesmo fim, como o árabe,

deixavam de ser funcionais. Estes pidgins perduraram como línguas de comércio na África e na Ásia até aoséculo XVIII.

A partir desses primeiros contactos, onde a língua portuguesa se conseguiu impor, apoiada por um númeroelevado de falantes (como no Brasil) ou por uma política de ensino e difusão sistemática (como em Goa,sede do poder militar e administrativo português desde 1512), foi plenamente adquirida pelos grupos que aela tiveram acesso e manteve-se assim, com vitalidade, muitas vezes a par das outras línguas maternas edo próprio pidgin de base portuguesa.

Pelo contrário, a formação das línguas crioulas ocorreu, tipicamente, em comunidades multilingues em quehouve fraco acesso ao modelo da língua portuguesa (sendo o número de portugueses proporcionalmentemuito inferior ao dos outros grupos), perda parcial ou mesmo total de funcionalidade das outras línguasmaternas e forte miscigenação. Estas condições ocorriam em zonas de concentração e isolamento daspopulações miscigenadas (como em Korlai, na Índia), longe das suas terras e culturas de origem, emparticular em plantações e em ilhas como as de Cabo Verde e S. Tomé, mas também nas fortificaçõescosteiras edificadas pelos portugueses nos séculos XV e XVI (como Cananor e Cochim).

Os crioulos de base portuguesa conhecidos surgiram nas zonas e locais assinalados nos mapas de trêsmodos distintos: ou por formação in loco ou por difusão (tendo, neste caso, migrado com os seus falantes

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modos distintos: ou por formação in loco ou por difusão (tendo, neste caso, migrado com os seus falantespara diferentes partes do mundo às vezes tão longínquas como as Antilhas), ou ainda pela convergência dasduas formas. Os crioulos de base portuguesa que se presume terem existido em algumas zonas do Brasil,nomeadamente no Nordeste, poderão ter sido o resultado dessa convergência: ao contexto multilinguefavorecido pelas plantações de açúcar veio associar-se a importação de escravos de regiões africanas ondecomprovadamente já se falava crioulo, como no arquipélago de S. Tomé.

Sendo, ao contrário dos pidgins, línguas maternas de uma comunidade, os crioulos, uma vez formados,passaram a constituir símbolos de identidade de grupo o que explica, em grande parte, a sua resistência àssubsequentes investidas assimiladoras das línguas de poder e de maior prestígio social e cultural que comeles se mantiveram em contacto, entre as quais o próprio português.

Essa resistência foi tanto maior e mais eficaz quanto maior o isolamento (como em Tugu) e quanto menor opoder e a pressão das línguas em contacto (nomeadamente através da instrução). Foi ainda favorecidaquando à língua crioula se veio associar a identificação com a religião cristã, por oposição às religiõescircundantes (como em Casamansa e em Malaca). Em circunstâncias em que as populações falantes decrioulos ascenderam à independência (Cabo Verde, Guiné-Bissau...) houve mesmo uma revitalização docrioulo, fortalecida nos casos de oficialização (Papiamento).

Ainda assim, esses focos de resistência acabaram frequentemente por ceder e permitir uma descrioulizaçãoumas vezes paulatina, outras acelerada, conduzindo, em alguns casos, à morte, em particular quando oscrioulos perderam a funcionalidade em favor de outras línguas social e politicamente dominantes (comoaconteceu com a maioria dos crioulos da Ásia).

Base Portuguesa

A origem lexical dos crioulos de base portuguesa é nalguns casos facilmente reconhecível como se podeverificar na seguinte expressão em Crioulo de Cabo Verde:

E meste pa nho ben li Ele (haver) mister (de) para senhor vem ali Ele precisa (de) que o senhor/você venha cá

Já em Forro, um dos crioulos de S. Tomé, o reconhecimento se torna mais difícil, como evidencia o seguintedito popular (a que corresponde o dito português cada um serve-se das armas que tem)

Mina pikina ka pidji ku bóka Menina pequena ficar pedir com boca A criança pede com a boca Ngê tamé ka pidji ku uê Alguém tamanho ficar pedir com olho O adulto pede com os olhos

Neste crioulo as profundas mudanças fonológicas tornam mais evidente a divergência em relação aoportuguês. A inexistência dos fonemas representados por –r- e –rr-, na grafia portuguesa, torna muito difícil,por exemplo, a identificação de palavras como tela e lenha, que se traduzem, respectivamente, por terra erainha. O mesmo sucede no crioulo do Príncipe, ou Lunguyé (Língua da ilha), em que estes fonemasdesaparecem: Tetúga kodá na súnu, e wé buká kágu (A tartaruga acordou do (seu) sono, foi buscar acarga).

A origem portuguesa da maioria das unidades que compõem o léxico das novas línguas crioulas não implicaque tenha havido manutenção do sistema lexical português. Pelo contrário, as unidades lexicais foramreanalisadas e integradas num sistema fonológico, morfológico, sintáctico e semântico novo e, apesar dassemelhanças notórias, quase sempre divergente.

A coexistência sincrónica de semelhanças e divergências associada ao efeito do contacto com outras línguase ao efeito das diferentes mudanças diacrónicas sofridas autonomamente, ao longo de cinco séculos, pelalíngua portuguesa e pelas línguas crioulas que dela derivam, dá origem, por um lado, a dificuldades dereconhecimento do étimo português (como nos exemplos do santomense e do principense acima), e, poroutro, a um fenómeno de aparente compreensão e consequentes mal–entendidos entre falantes das duaslínguas, crioula e portuguesa.

Dificuldades de reconhecimento

Tomando como exemplo um dos crioulos de base portuguesa de mais fácil descodificação lexical para umfalante de português, o Crioulo de Cabo Verde, na sua variedade de Santiago, vemos como ainda assim sãoinúmeros os casos de dificuldade de reconhecimento do significado da palavra, devido, entre outros, aosseguintes factores:

a. Forte erosão fonética, própria das línguas de tradição oral: a palavra ka pode advir, porexemplo, de kasa (port. casa e casar ), kaba (port. acabar), ka ba (port. não ir).

b. Mudança radical da forma fonológica: dibra corresponde ao português dívida.c. Reestruturação silábica: pulugrama (port. programa)d. Divergência da forma portuguesa de base e convergência casual com outra forma portuguesa

actualmente em uso: pasu (port. pássaro e não passo).e. Derivação de palavras arcaicas ou em desuso: kuma (port. antigo: coma), limaria (animal), do

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e. Derivação de palavras arcaicas ou em desuso: kuma (port. antigo: coma), limaria (animal), doport. alimária.

f. Alteração da forma original por analogia com outras formas crioulas: disferenti (diferente)¸diskesi (esquecer).

g. Manutenção da forma e mudança do significado: pe (port. pé e perna até ao joelho ou até àanca; tronco, caule; árvore) de que um caso particular é o uso de morfemas de origemportuguesa (como o prefixo dis- (do port. des-)) com significado diferente: diskume (do port des+ comer, com o significado de ruminar).

h. Manutenção das formas mas rearranjo morfológico para a formação de uma palavra nova(com novo significado): distanpa, port. perder a tampa (do port. dis + tampa); disgrasadésa,port. disparate, tolice (do port. desgraçado + -eza).

i. Reanálise das fronteiras de morfemas: azágua, port. a época das chuvas (do port. as águas).j. Composição de formas de diferentes origens: disdangu, port. desdenhar (port. dis + mandinga

danku, « responder »).k. Acentuada multifuncionalidade lexical, podendo a mesma forma assumir diferentes categorias

sintácticas como kaska (port. casca, côdea e descascar) e madera (madeira, forrar commadeira), simultaneamente Nomes e Verbos.

Pidgin

Em situações de contacto entre falantes de línguas maternas diferentes que, por razões de ordem social,têm necessidade urgente de comunicar entre si surge, frequentemente, uma forma de linguagem veicular,utilizada em situações restritas de comunicação, a que se dá o nome de pidgin. O pidgin corresponde aosprimeiros estádios de aquisição espontânea da língua do grupo socialmente dominante pelos falantes dasoutras línguas. O grupo dominante que, inicialmente, procura adaptar e simplificar a sua língua para se fazerentender, acaba por ter de aprender o pidgin, uma vez este formado.

O pidgin é uma linguagem subsidiária, de recurso, com um léxico e morfologia reduzidos, não podendo, pois,funcionar como língua materna. A língua dominante, também chamada língua-base, contribui essencialmentecom o léxico para a sua formação. Diz-se, assim, de um pidgin cujo léxico deriva da língua portuguesa, que éum pidgin de base portuguesa.

Foi a urgência de entendimento mútuo entre europeus e africanos (e, posteriormente, asiáticos), que criou asprimeiras condições de emergência de pidgins de base portuguesa, nos séculos XV e XVI. Estes, em algunscasos, por um processo de complexificação estrutural e expansão lexical, deram origem a crioulos.

Crioulos da Alta Guiné

Os crioulos de base portuguesa da Alta Guiné englobam os crioulos de Cabo Verde (variedades deBarlavento e de Sotavento), da Guiné-Bissau e de Casamansa, no Senegal.

São os crioulos de base portuguesa mais antigos e mantêm grande vitalidade, apesar de línguas nãooficiais, embora nacionais.

O kriolu de Cabo Verde ou kauberdianu é língua materna de todos os caboverdianos que nascem noarquipélago (descoberto pelos portugueses em 1460) e também da maioria dos que vivem na diáspora.Criou-se inicialmente em Santiago e no Fogo, nas primeiras ilhas povoadas e colonizadas com europeus eescravos vindos da costa ocidental de África. Tem duas variantes principais: a de Barlavento e a deSotavento.

O Kriol surgiu na região dos rios da Guiné, do rio Senegal à Serra Leoa, no início do século XVI, emparticular nas «praças» que funcionavam como entrepostos comerciais, tais como Cacheu, Ziguinchor, Gebae Farim.

Em Ziguinchor (Casamansa) que, na sequência do estabelecimento de fronteiras com o governo francês em1886, deixou de estar sob o domínio português, fala-se uma variedade do crioulo de Cacheu, com influênciado crioulo de Bissau, mas com características gramaticais e lexicais próprias.

Enquanto o crioulo caboverdiano se manteve apenas em contacto com a língua portuguesa, falada tambémcomo língua segunda e às vezes materna por uma parte considerável da população, os crioulos da Guiné-Bissau e de Casamansa coexistem não só com o português e o francês, respectivamente, mas com asmúltiplas línguas africanas do território, de que recebem constantes influências. Mais especificamente naGuiné-Bissau, o crioulo, língua materna ou língua segunda de grande parte da população, convive com maisde vinte línguas dos grupos Oeste-Atlântico e Mande.

Crioulos do Golfo da Guiné

As ilhas de S.Tomé, Príncipe e Ano Bom, foram descobertas pelos portugueses entre 1470 e 1471 masocupadas apenas em 1485, 1500 e 1503, respectivamente.

No início do século XVI S. Tomé era já um entreposto de escravos onde se formou o primeiro crioulo debase portuguesa desta área, o forro ou santomense. Nesse período foram enviados escravos para oPríncipe e para Ano Bom, para trabalhar nas plantações, pelo que os crioulos do Golfo da Guiné tiveramtodos provavelmente a sua origem no forro de S. Tomé, tendo-se desenvolvido, no Príncipe, o Principenseou Lunguyê (Língua da Ilha) e em Ano Bom o Anobonês ou Fá d’Ambô (Falar de Ano Bom).

O Santomense deve-se ter estabilizado no fim do século XVII, quando diminuiu o fluxo de escravos, tendoatingido uma forma muito próxima do actual basilecto.

Nos primeiros cem anos os escravos eram trazidos principalmente do Benim onde se falavam as línguas

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Nos primeiros cem anos os escravos eram trazidos principalmente do Benim onde se falavam as línguasKwa. Mais tarde recebeu influências do Kikongo falado pelos escravos vindos do Rio Congo. Embora commenos expressão, subsiste, ainda, em S.Tomé, um outro crioulo, o Angolar.

A comunidade angolar foi formada por escravos fujões no século XVI. O crioulo falado pelas primeirasgerações de angolares sofreu provavelmente uma relexificação à medida que a comunidade acolhia novosescravos fujões falantes de línguas de origem banto, como o Kimbundo, o Edo e o Kikongo.

O Angolar e o Santomense divergem fundamentalmente no léxico e na fonologia e estão bastante próximosna morfologia e na sintaxe o que sugere uma história comum durante as primeiras fases do seudesenvolvimento. O Santomense tem um léxico maioritariamente de origem portuguesa embora cominfluência das línguas Kwa e Banto. O léxico do Angolar integra um maior número de fontes africanas,sobretudo do Kimbundo.

O principense apresenta grandes afinidades com o forro, não só pela origem santomense dos primeirosescravos cuja língua serviu de modelo aos escravos posteriormente importados, mas também pelacoincidência do substrato linguístico Banto e Kwa.

Depois da sua introdução na ilha, juntamente com os primeiros escravos vindos de S. Tomé, o Fá d’Ambôdesenvolveu-se isoladamente, com poucas influências do exterior, já que os poucos brancos quepermaneciam na ilha o faziam por curtos espaços de tempo. A ilha foi cedida aos espanhóis nos finais doséculo XVIII e faz parte desde 1968 da República da Guiné Equatorial.

Nos últimos cem anos o crioulo importou algumas palavras do espanhol. Hoje os Anobonenses são bilinguesem Fá d’Ambô e Espanhol.

Crioulos Indo-Portugueses

Dos muitos crioulos de base portuguesa que se falaram na Índia e no Ceilão poucos são os que aindasobrevivem, umas vezes na memória dos falantes mais idosos, outras apenas sob a forma de vestígios nasmanifestações da tradição oral e religiosa, raramente como línguas maternas.

Schuchardt e Dalgado dão notícia de vários crioulos já extintos no século XIX, como os da Costa deCoromandel (Meliapor, Madrasta, Pondicheri, Tranquebar, Manapar, etc...) e de Bengala (Balassor,Chandernagor, Chittagong, entre outros). Os inúmeros crioulos norteiros em torno de Bombaim (como os deBaçain, Salsete, Mazagão e Chaúl), línguas maternas das comunidades cristianizadas pelos portugueses,desapareceram entretanto. A mesma sorte tiveram os crioulos da costa de Malabar, à excepção do deVaipim, ilha próxima de Cochim, que permaneceu até aos nossos dias, mas falado apenas por umas poucasfamílias da comunidade cristã. Em Cananor e Tellicherry, nos anos oitenta, ainda era possível obter, juntodos mais velhos, algumas reminiscências do crioulo. Também o crioulo de Diu cedeu à pressão da línguadominante e de escolarização obrigatória, o guzarate, e resiste apenas entre os mais idosos e sem instrução.

Damão e Korlai são os grandes focos da resistência dos crioulos de base portuguesa na Índia. O crioulo deDamão é língua da casa de uma população de cerca de 2000 pessoas. Em Korlai, aldeia isolada após aconquista marata em 1764, o crioulo ou língua Kristi é ainda hoje a única língua materna de quase milcristãos.

No Sri Lanka, o crioulo, mesmo após o fim da ocupação portuguesa (1505-1658), persistiu como línguamaterna da população cristã de ascendência portuguesa e holandesa, os «Burghers», em Trincomalee eBatticaloa, onde subsiste ainda em algumas zonas rurais, embora muito influenciado pelo Tamil e peloCingalês. O mesmo crioulo funcionou como língua franca em toda a ilha, até ao século XIX, altura em que oinglês o suplantou, restringindo-se então, progressivamente, ao uso familiar entre os Burghers e foi faladoaté meados do século XX em Mannar e na área de Puttallam. Aqui, entre os descendentes das famílias decafres trazidos no século XIX da África Oriental, como soldados, pelos ingleses, ainda se encontram algunsvelhos que sabem crioulo além do cingalês e toda a comunidade sabe cantar canções em crioulo.

Crioulos Malaio-Portugueses

Na Malásia, mais propriamente em Malaca (possessão portuguesa entre 1511 e 1641), formou-se um crioulode base portuguesa que ainda hoje é falado por uma comunidade de mais de mil cristãos, o papiá kristang,língua que, com os seus falantes, migrou para outras localidades como Kuala-Lumpur e Singapura.

Em vários pontos da Indonésia em que os portugueses estabeleceram entrepostos comerciais, como em

Sumatra, Macassar (Celebes), Ambon e Ternate (Molucas), nas Flores e em Timor, surgiram variedades deum crioulo de base portuguesa muito próximo do Papiá Kristang de Malaca.

O crioulo funcionou como língua franca em Batávia (actual Jacarta), desde o século XVII ao início do séculoXIX, falado por holandeses, descendentes de soldados e de escravos por eles trazidos da Índia e pelacomunidade de origem portuguesa. Em Tugu, aldeia isolada a norte de Jacarta, os descendentes dosportugueses mantiveram vivo o crioulo, como língua materna, até aos anos quarenta, embora ainda fossefalado nos finais dos anos setenta do século passado.

Uma comunidade fugida aos ataques holandeses, primeiro de Malaca (1641) e posteriormente de Macassar(1660) estabeleceu-se em Larantuka, nas Flores, onde ainda hoje se mantêm vestígios do crioulo nastradições religiosas.

Em Timor existiu numa zona suburbana de Díli uma variedade de crioulo de base portuguesa, semelhante àsde Malaca e de Macau, falada pelos «moradores» de Bidau, soldados e oficiais voluntários provindos daantiga capital, Lifau, e dos estabelecimentos portugueses das Flores (como o de Larantuka) e de Solor que

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antiga capital, Lifau, e dos estabelecimentos portugueses das Flores (como o de Larantuka) e de Solor queaí se instalaram, com as suas famílias. Actualmente, apenas alguns timorenses reconhecem a existênciadeste crioulo que identificam como uma variedade mal falada de português, o português de Bidau.

Crioulos Sino-Portugueses

O macaísta ou patuá, hoje praticamente extinto, surge em Macau a partir de 1557, trazido por portuguesesvindos de Malaca. Nas primeiras décadas do século XX ainda era falado por muitos como língua maternabem diferenciada do português, mas o desenvolvimento do ensino da língua oficial, depois de 1850, acelerouo seu processo de descrioulização. Por volta dessa data migra mais uma vez com os «filo Macau» (filhos deMacau) para a recém formada colónia inglesa de Hong-Kong. Com o desaparecimento das gerações maisantigas vindas de Macau (que, além da língua materna crioula, dominavam o português escrito, o cantonês eo inglês), e com o êxodo dos macaenses desencadeado pelos ataques dos japoneses durante a segundaguerra mundial, o macaísta foi-se tornando cada vez menos funcional em Hong-Kong, tendo desaparecidocomo língua de grupo e sobrevivendo apenas na memória de alguns.

Crioulos com forte influência lexical portuguesa

A forte presença num crioulo de léxico de uma determinada origem linguística pode resultar de diferentesfactores :

a. Advir da língua-mãe, que esteve na origem da sua formação.b. Advir das línguas de substrato, também presentes na fase da formação.c. Ser resultado de um processo de relexificação ou substituição em massa do léxico inicial peloléxico de uma língua posteriormente em contacto.d. Ser resultado de um processo de descrioulização, ou seja, assimilação a uma língua de contactocom maior prestígio ou poder, com substituição progressiva das unidades e estruturas próprias docrioulo pelas da outra língua.e. Provir de empréstimos para colmatar falhas em algumas áreas lexicais do crioulo (tal como a dametalinguagem ou a da terminologia técnica).

Na zona das Antilhas e do Suriname surgem dois crioulos que, não podendo ser considerados semrestrições, como de base lexical portuguesa, contêm em si um considerável acervo lexical de origemportuguesa. São eles o Papiamento (do port. papear) e o Saramacano.

PapiamentoCrioulo falado nas lhas de Curaçau, Aruba e Bonaire, nas Antilhas Holandesas, ao norte da Venezueladesde a segunda metade do século XVII. Tem actualmente um estatuto de língua oficial juntamente com oneerlandês. A grande maioria do seu léxico é de origem hispânica, sendo notoriamente inferior a contribuiçãodo neerlandês. Dada a proximidade entre o português e o espanhol é frequentemente muito difícil, se nãoimpossível, determinar qual das duas línguas está na origem de cada uma das unidades lexicais doPapiamento. A palavra do papiamento sukú tem tantas probabilidades de advir do português escuro como docastelhano oscuro. É no entanto curiosa a evolução para sukuru, em caboverdiano, crioulo inequivocamentede origem unicamente portuguesa.

Existe, na verdade, um elevado grau de similitude entre as estruturas e o léxico do papiamento e os deoutros crioulos africanos de base portuguesa, em particular a variedade santiaguense do caboverdiano e oscrioulos do Golfo da Guiné, nomeadamente o Santomense.

A forte presença do léxico português, sobretudo antes da relexificação progressiva, no século XVII, emdirecção ao espanhol, língua da religião católica e da oposição simbólica aos holandeses (protestantes) ecom grande peso na área geográfica envolvente, deveu-se à confluência dos seguintes factores: importaçãode escravos vindos da costa ocidental de África, onde eventualmente já dominariam um pidgin ou mesmo umcrioulo de base portuguesa e permanência de uma comunidade de judeus falantes de português que haviamfugido às perseguições católicas.

SaramacanoCrioulo falado no interior do Suriname, em que a língua oficial é o Holandês. Tem cerca de 25.000 falantesda tribo dos Saramacanos e 2.000 da tribo Matawai.

Actualmente pode ser considerado um crioulo de base inglesa com forte influência lexical portuguesa,embora essa influência tenha decrescido consideravelmente durante o século XIX.

As origens do Saramacano são controversas. Nos fins do século XVII, na área central do rio Suriname, ondehavia muitas plantações judias, existiu uma forma mista de linguagem (português e inglês), o Dju-Tongo, quepoderia ter sido um pidgin precursor do Saramacano. Segundo Smith (1987) o Dju-Tongo seria o resultadodo contacto entre um pidgin inglês e um crioulo português do Suriname falado entre os escravos fugidos dasplantações. A primeira fuga em massa dos escravos (Matjáu) da plantação Emanuel Machado (umportuguês) foi em 1690. Nessa perspectiva, o Saramacano poderá ser considerado um antigo crioulo debase portuguesa que sofreu um processo de relexificação pelo inglês.

Perl (1999) aponta duas origens para o léxico de base portuguesa do Saramacano: o português adquiridopelos saramacanos no contacto com os seus senhores, falantes do português, e/ou o pidgin de baseportuguesa que já seria falado pelos escravos na África Ocidental.

Crioulos do Brasil

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Alguns autores referem-se a uma variedade não standard do português brasileiro, o Português Vernáculo doBrasil (PVB) (Holm & al 1999), como sendo um semi-crioulo, uma variedade que, embora partilhando comos crioulos alguns traços estruturais, não resultou de um processo de crioulização radical. Nesta perspectiva,em situação de contacto entre múltiplas línguas, o português, constituindo um modelo pouco acessível,nomeadamente nas comunidades escravas, teria sido adquirido como segunda língua por falantes adultosde outras línguas maternas (em particular africanos) de uma forma imperfeita sofrendo uma reestruturaçãoparcial e nessa forma tendo sido transmitido de geração em geração. A presença de traços tipicamentecrioulos (tais como a variação no uso de flexões verbais e na concordância nominal e verbal) ter-se-iadevido, igualmente, à influência de antigos crioulos falados no Brasil (nomeadamente pelos escravostrazidos da costa ocidental de África para trabalhar nas plantações) e actualmente extintos.

Para outros autores (como Parkvall 1999), o grau de reestruturação patente no PVB é tão moderado quedificilmente se lhe poderá aplicar a designação de semi-crioulo, podendo a reestruturação existente explicar-se, não só pelo efeito do contacto com outras línguas, mas também, pela evolução interna inerente aqualquer língua.

No entanto, existe uma variedade dialectal afro-brasileira que parece corresponder a uma fase avançada dedescrioulização de um anterior crioulo, a variedade de Helvécia, ao sul da Baía. A povoação de Helvéciadescende de escravos negros que pertenciam a uma colónia suíça-alemã fundada em 1818. Segundo Baxter(1995), nas primeiras épocas da Colónia Leopoldina, o português que serviu de modelo para a formaçãodesta variedade era ele próprio muito variável, sendo falado por uns como língua materna e por outros comolíngua segunda, o que favoreceu um processo mais radical de reestruturação.

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