História Da Língua Portuguesa

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História da Língua Portuguesa Literatura Portuguesa Professora Mariana Marcelino

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ATIVIDADES PARA ENSINO SUPERIOR

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Histria da Lngua Portuguesa

Histria da Lngua PortuguesaLiteratura PortuguesaProfessora Mariana Marcelino

O Galego Portugus1.Origens da Lngua Portuguesa - Da Galiza at aos nossos dias: a lngua portuguesa na Galiza.

O Portugus uma lngua nascida no Noroeste da Pennsula Ibrica, que cresceu para sul. Inicialmente um conjunto de dialetos provinciais (galego-portugueses), passou a lngua da nao e depois a veculo de um imprio; hoje, uma lngua transnacional e transcontinental.

O Galego Portugus1.Origens da Lngua Portuguesa - Da Galiza at aos nossos dias: a lngua portuguesa na Galiza.

A autonomizao dogalego-portugusa partir do sculo VII na antiga provncia romanaGallaecia et Asturica(Galiza, Norte de Portugal, Ocidente e Astrias) denunciada por dois fenmenos de mudana fontica que afetam profundamente o seu lxico:

LXICO

palatalizaodos grupos iniciaispl-,kl-,fl-, para a africada palatal surdats-: plicare > tsegar >, chegar; clamare > tsamar > chamar; flagrare > tseirar > cheirar;enfraquecimento e sncopedas soantes intervoclicas latinas n -e- l -:bene > bee > bem; mala > maa > m.

ELABORAO DA LNGUA

Distinguem-se na histria do portugus dois grandes ciclos: o daelaborao da lngua, desenvolvido entre os sculos IX e XV na esteira da reconquista do territrio dos rabes; este foi repovoado pelos povos do Norte, que transplantaram a sua lngua para o Sul, onde ela se transformou pelo contacto com a lngua local e pela mistura, nas novas terras, de dialetos que no Norte se achavam separados.

Os dialetos da terra de reconquista so, por isso, mais homogneos que os seus parentes mais velhos do Norte. Por outro lado, a transferncia do poder para o Centro do Reino, com capital em Lisboa, fez que a partir do sculo XV os novos dialetos falados nessa regio ganhassem ascendente sobre os do Norte e fossem a base de uma norma culta de caractersticas meridionais, que seria vista como a lngua nacional.

As origens da lngua escrita vinham do sculo XII: uma breveNotcia de Fiadores, de 1175, o documento mais antigo, hoje conhecido, que procura representar a lngua que se falava; curiosamente, foi produzido no mesmo crculo em que, por 1196, seria escrita a mais antiga cantiga trovadoresca,Ora Faz Ost'o Senhor de Navarra, de Joo Soares de Paiva. Depois, vrios documentos, entre os quais avultam o Testamento de 1214 do rei Afonso II e a contemporneaNotcia de Torto, atestam do crescente uso do portugus escrito, at que a partir de 1255 comea a produo regular de documentos escritos em portugus, seguindo o exemplo da Chancelaria de Afonso III.

Ao mesmo tempo, crescia a produo de textos literrios (lrica trovadoresca, traduo de novelas francesas de cavalaria, literatura de espiritualidade), graas aos quais possvel observar as mudanas que a lngua sofreu e que, por graduais transies, a levaram a transformar-se na lngua clssica. As principais mudanas so:no plano fontico, eliminao de hiatos, convergncia para o ditongoodas terminaes nasais em,-eohitico, elevao paraudoofinal tono dos nomes, queda do d intervoclico na segunda pessoa plural dos verbos (amades > amaes > amais), incio da reduo para duas do sistema de quatro sibilantes;no plano morfolgico, regularizao de paradigmas verbais (substituio de formas irregulares por formas analgicas)e nominais (mudanas de gnero);no plano lexical, entrada de cultismos por relatinizao.

O segundo grande ciclo da histria do portugus consiste naexpanso da lngua: o perodo de finais do sculo XIV a incios do sculo XVI aquele em que a lngua mais radicalmente se transfigura. Enquanto se re-estruturava e consolidava dentro de portas, a lngua portuguesa comea a expandir-se para fora da Europa, pelo que, a partir de aqui, preciso distinguir entre portugus-europeu e portugus extra-europeu.

Portugus-europeu: o lxico enriquece-se por vrios motivos: contacto com lnguas exticas, importao de cultismos latinos e gregos, adoo do castelhano como segunda lngua literria. Afirma-se um padro nacional, descrito pelos gramticos.

Os dialetos distribuem-se segundo um mapa muito semelhante ao moderno. Quanto a estruturas lingusticas, registam-se, a partir do sculo XVIII, a fixao da nclise enquanto posio regular dos pronomes pessoais tonos, a elevao das vogais fechadaseeouem posio pr-tnica, que passam a ser pronunciadas comoemudo e comoue que, hoje, chegam mesmo a desaparecer, em forte contraste com a fontica brasileira;

nos dialetos europeus do Centro e Sul de Portugal, simplificao da africadatsemse palatalizao dosfinal de palavra e slaba; na regio de Lisboa, centralizao do ditongoeiemi. O som do portugus europeu no sofreu, depois disto, alteraes significativas.

Portugus extra-europeu: fora da Europa, o portugus teve dois tipos especficos de atuao, logo a partir do sculo XVI: transplantou dialetos de Portugal para territrios como o Brasil, a frica e a sia e a teve desenvolvimentos prprios, chegando aos nossos dias com plena vitalidade nos dois primeiros espaos e em estado de relquia no ltimo (um dos principais problemas da lingustica do portugus consiste em determinar se as diferenas que se detetam entre as variedades portuguesa e brasileira devem ser encaradas a nvel denormaou a nvel desistema);

ao longo do litoral africano e asitico, o portugus associou-se a lnguas locais para produzirpidginse crioulos, possivelmente segundo uma matriz nica (o proto-crioulo portugus), que explicaria semelhanas entre lnguas que nunca estiveram em contacto. Este processo deu, como resultados modernos, a situao lingustica de Cabo Verde, Guin-Bissau, So Tom e certas reas do ndico e da Oceania, onde predominam crioulos de base portuguesa. Este processo de crioulizao tambm ocorreu no Brasil, mas uma macia imigrao europeia, constante desde o sculo XVI at ao XX, levou a que o portugus prevalecesse sobre os crioulos. O mesmo aconteceu em Angola e em Moambique, com a imigrao dos sculos XIX e XX.

O Galego Portugus

No sculo XI, com o incio da reconquista crist da Pennsula Ibrica, o galego-portugus consolida-se como lngua falada e escrita da Lusitnia. Os rabes so expulsos para o sul da pennsula, onde surgem os dialetos morabes, a partir do contacto do rabe com o latim. Em galego-portugus so escritos os primeiros documentos oficiais e textos literrios no latinos da regio, como os cancioneiros (coletneas de poemas medievais):

Cancioneiro da Ajuda -Copiado (na poca ainda no havia imprensa) em Portugal em fins do sculo XIII ou princpios do sculo XIV. Encontra-se na Biblioteca da Ajuda, em Lisboa. Das suas 310 cantigas, quase todas so de amor.Cancioneiro da Vaticana -Trata-se do cdice 4.803 da biblioteca Vaticana, copiado na Itlia em fins do sculo XV ou princpios do sculo XVI. Entre as suas 1.205 cantigas, h composies de todos os gneros.

Cancioneiro Colocci-Brancutti -Copiado na Itlia em fins do sculo XV ou princpios do sculo XVI. Descoberto em 1878 na biblioteca do conde Paulo Brancutti do Cagli, em Ancona, foi adquirido pela Biblioteca Nacional de Lisboa, onde se encontra desde 1924. Entre as suas 1.664 cantigas, h composies de todos os gneros. medida em que os cristos avanam para o sul, os dialetos do norte interagem com os dialetos morabes do sul, comeando o processo de diferenciao do portugus em relao ao galego-portugus.

A separao entre o galego e o portugus se iniciar com a independncia de Portugal (1185) e se consolidar com a expulso dos mouros em1249e com a derrota em1385dos castelhanos que tentaram anexar o pas. No sculo XIV surge a prosa literria em portugus, com aCrnica Geral de Espanha(1344) e oLivro de Linhagens, de dom Pedro, conde de Barcelona.(http://www.di.ufpe.br/~rac2/portugues/tipos.html)Fonte :Entrada "Lngua Portuguesa" - por : I.Ca. Dicionrio Temtico Da Lusofonia Texto Editores (www.textoeeditores.com)http://historiadalinguaportuguesa.weebly.com/o-galego-portuguecircs.html