história da arte

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Abstracionismo Mais antigo do que se pensa A rigor, pode ser chamada de arte abstrata ou abstracionismo toda aquela que no se prende a uma representao fiel da natureza. Esse tipo de arte, portanto, existiu desde os primrdios da civilizao, encontrando alguns momentos de maior ou menor aceitao. Entretanto, o termo hoje mais utilizado para designar a produo artstica do Sculo 20, com seus movimentos de ruptura com a arte europia tradicional, que se baseava ainda, em grande medida, nas idias renascentistas. A maioria dos movimentos desse sculo valorizava a subjetividade na arte, permitindo distores de formas que se chocavam, por exemplo, aos ideais do grande crtico renascentista Giorgio Vasari e sua crena no valor do artista intimamente ligado prpria capacidade de representar a natureza com o mximo de preciso possvel. VASARI (Giorgio), pintor, arquiteto e historiador de arte italiano (Arezzo, 1511 - Florena, 1574), autor da preciosa coletnea Vidas dos mais excelentes pintores, escultores e arquitetos italianos (1550, 2. ed. 1568), fundamental para a histria da arte italiana da Renascena Vertentes do Abstracionismo Apesar de ter havido uma srie de movimentos de ruptura com o conceito tradicional de pintura no Sculo 20, desenvolvendo a arte abstrata, houve trs tendncias bsicas:

A exemplificada pelo trabalho de Brancusi, que consiste na supremacia das formas simplificadas, reduzindo as naturais at chegar nesse tipo de forma;

BRANCUSI (Constantin), escultor romeno da escola de Paris (Pestissani Gorj., Valquia, 1876 - Paris, 1957). Reduziu suas obras a puros efeitos de matria, de volumes, de ritmos.

O presente nas esculturas em relevo de Ben Nicholson. A partir de formas bsicas que no se referem ou representam nenhum aspecto reconhecvel, so construdos os objetos artsticos. O princpio existente, por exemplo, no surrealismo, em que se valoriza um estilo livre e espontneo de criao. Luz e Cor

Na arte abstrata o uso da luz, das diferentes texturas e contornos das linhas, do espao e das cores ganham nova expressividade. A partir de 1930, o abstracionismo pode ser considerado como um dos principais pontos de caracterizao da arte do sculo atual. Entretanto, ele vem ganhando espao bem antes disso. Kandisky, j em 1910, fez a primeira pintura utilizando-se de formas no reconhecveis. KANDINSKY (Vassili), pintor francs de origem russa (Moscou, 1866 Neuilly-sur-Seine, 1944). Um dos iniciadores da pintura abstrata. Do Cubismo para a Arte Abstrata Muitos adeptos do cubismo terminaram por desenvolver o uso de formas abstratas depois do fim do movimento. O Suprematismo de Malevich e o grupo Stijl de Mondrian so outros importantes pontos de desenvolvimento da arte abstrata na dcada de 10 do nosso sculo. MALEVITCH ou MALIEVITCH (Kazimir), pintor russo (Kiev, 1878 - Leningrado, 1935). Precursor da arte abstrata, exps, j em 1918, seu quadro intitulado Quadrado branco sobre fundo branco. MONDRIAN ou MONDRIAAN (Pieter CORNELIS, dito Piet), pintor holands (Amersfoort, 1872 - Nova York, 1944). Comeou como figurativo influenciado por Van Gogh, passando depois a um cubismo analtico e a uma abstrao geomtrica. Participou do grupo "De Stjl" e do neo-plasticismo. De 1919 a 1938 viveu em Paris, transferindo-se depois para Nova York, onde seu estilo continuou a evoluir at um extremo rigor. Seu prestgio s cresceu aps sua morte, com exposies nos principais museus. Arte Acadmica

Entende-se como arte acadmica a pintura e escultura produzidas sob a influncia das academias europias do Sculo 19, nas quais muitos dos artistas recebiam seu treinamento formal. A arte acadmica tem como caractersticas bsicas o rigor do estilo, o uso de temas histricos ou mitolgicos e um tom moralista.

No uma escola ou um movimento especfico. O neoclassicismo, por exemplo, est associado a essas academias, podendo ser considerado uma arte acadmica. Todavia, o termo Arte Acadmica est associado muito particularmente Academia Francesa e influncia desta nos Sales do Sculo 19. Seu estilo est referenciado em artistas como Burguereau e Jean-Len Germe. Afrescos Afresco uma tcnica de pintura que deve o nome ao fato de que precisa ser realizada nas paredes ou tetos enquanto o esboo ainda estava mido (ou fresco). Preferencialmente, feito de nata de cal, gesso ou outro material apropriado. Na sua utilizao, as tintas ou pigmentos em geral, devem ser granulados, reduzidos ao p e depois misturados gua. Dessa forma, as cores podem penetrar nas superfcies midas como parte integrantes delas. Por ter tima durabilidade em pases onde o clima seco, foi particularmente aplicada nesses lugares, como o norte da Europa e a Itlia (com exceo de Veneza). O fato de os afrescos secarem rapidamente obrigava o pintor a vencer o tempo de secagem, ser ainda mais rpido, ter traos firmes e propsito claro. Outro fator limitante era a enorme dificuldade de se realizar correes posteriores. Provavelmente utilizada desde a antiguidade, especula-se que eram afrescos as paredes pintadas na ilha de Creta antiga (principalmente no perodo de 2.500 a.c a 1100 a.c) ou na antiga Grcia. Seu uso era universal, podendo ser encontrado ainda fora da Europa, nas pinturas chineses e hindus. Porm Giotto seu primeiro grande mestre, sendo aps dele largamente usada na Renascena Italiana (os artistas da poca pensavam que somente pigmentos naturais eram ideais em afrescos). GIOTTO DI BONDONE, pintor e arquiteto italiano (Colle di Vespignano, 1266 Florena, 1337). o autor dos trs grandes ciclos de afrescos sobre a Vida de So Francisco, em Assis e em Santa Croce de Florena, e de Cenas da vida de Cristo, na capela da Arena, em Pdua. Pela amplitude de sua viso do mundo, pelas suas pesquisas de volume e espao, Giotto pode ser considerado um dos criadores da pintura moderna. Comeou a construo do campanrio de Florena. Pintores como Masaccio, Rafael e Michelangelo so alguns exemplos dos que utilizaram a tcnica em suas obras. A partir do Sculo 18, seu uso comea a ser cada vez mais escasso. Tiepolo o ltimo dos grandes nomes da pintura italiana a pintar afrescos. TIEPOLO (Giambattista), pintor e gravador italiano (Veneza, 1696 - Madri, 1770). Sua inventiva brilhante, e o colorido, claro e alegre. Porm, nos sculos seguintes ela encontra novos momentos de valorizao, como entre os pintores alemes do Sculo 19, Nazarenes e Cornelius e, no sculo atual, entre os muralistas mexicanos, Riviera, Orozco e Siqueiros. CORNELIUS (Peter von), pintor alemo (Dsseldorf, 1783 - Berlim, 1867). Pertenceu ao grupo dos "nazarenos". OROZCO (Jos Clemente), pintor mexicano (Ciudad Guzmn, 1883 - Mxico, 1949). Inspirando-se nos artistas prcolombianos, executou grandes pinturas murais, freqentemente satricas (A verdadeira e a falsa justia, na Corte Suprema do Mxico), ou de inspirao e temtica revolucionrias. SIQUEIROS (David Alfaro), pintor mexicano (Chihuahua, 1896 - Cuernavaca, 1974), autor de vastas composies murais que se caracterizam por um lirismo trgico. Arte Bizantina Preservando a Cultura Clssica A arte bizantina consistiu numa mistura de influncias helnicas, romanas, persas, armnias e de vrias outras fontes orientais, cabendo-lhe, durante mais de um milnio, preservar e transmitir a cultura clssica grega. Com fases alternadas de crise e esplendor, a arte bizantina se desenvolveu do Sculo 5, com o desaparecimento do Imprio Romano do Ocidente enquanto unidade poltica, at 1453, quando Constantinopla, capital do Imprio Romano do Oriente, instituda sobre a antiga cidade grega de Bizncio, foi ocupada pelos exrcitos otomanos. Justamente nessa ocasio, a arte bizantina encontrava-se em vias de uma terceira idade urea. Arte e Religio Junta Seu carter inconfundvel decorre sobretudo da combinao de elementos to diferentes como o grego, o persa e o romano, diversidade que prevaleceu sobre fatores de ordem tcnica.

Quase sempre estreitamente vinculada religio crist, teve como objetivo principal exprimir o primado do espiritual sobre o material, da essncia sobre a forma, e a elevao mstica decorrente dessa proposio. O aspecto grandioso das figuras frontais, vigente nas primeiras obras da arte bizantina, deu lugar a formas que, embora ainda solenes e majestosas, mostravam-se mais vivazes e variadas. A histria da arte bizantina pode ser dividida em cinco perodos, que coincidem aproximadamente com as dinastias que se sucederam no poder do imprio. Perodo Constantiniano A formao da arte bizantina deu-se no perodo constantiniano, quando vrios elementos se combinaram para dar forma a um estilo bizantino, mais presente nas criaes arquitetnicas, j que pouco resta da pintura, da escultura e dos mosaicos da poca. Perodo Justiniano A primeira idade urea bizantina foi o perodo Justiniano. Das poucas obras de arte que restam do perodo, a mais notvel a cathedra de Maximiano, em Ravenna (546-556), recoberta de placas de marfim com cenas da vida de Cristo e dos santos. Ainda basicamente helensticos so o "marfim Barberini" (Museu do Louvre) e o dptico do arcanjo Miguel (Museu Britnico). Uma das caractersticas deste perodo se apresenta na decorao, com formas naturalsticas em ornatos sempre mais elaborados. Igual tendncia manifesta-se nos tecidos de seda, como os conservados no Museu de Cluny, em Paris, de inspirao nitidamente persa. Da produo artstica que medeia entre a morte de Justiniano I e o incio da fase iconoclasta, destaca-se o artesanato em metais. O culto s imagens e s relquias, por ser considerada idolatria de feio pag, foi combatido pelos imperadores ditos iconoclastas, nos Sculos 7 e 8, quando foram destrudos quase todos os conjuntos decorativos e as raras esculturas da primeira idade urea, principalmente em Constantinopla. Aps Justiniano, as artes somente voltaram a florescer durante a dinastia macedoniana, depois de superada a crise iconoclasta. Perodo Macedoniano Tambm chamado segunda fase urea bizantina, o perodo macedoniano inicia-se com Baslio I (867-886) e atinge o apogeu no reinado de Constantino VII Porfirognito (945-959). Por volta do sculo X, a decorao das igrejas obedeceu a um esquema hierrquico: cpulas, absides e partes superiores foram destinadas s figuras celestes (Cristo, a Virgem Maria, os santos etc.), J as partes intermedirias, como reas de sustentao, s cenas da vida de Cristo; e as partes inferiores, evocao de patriarcas, profetas, apstolos e mrtires. A disposio, colorido e apresentao das diferentes cenas variavam de modo sutil, para criar a iluso de espao e transformar em tenso dinmica a superfcie achatada e esttica das figuras. Destacam-se, desse perodo, a escultura em marfim, de que existiram dois centros principais de produo, conhecidos como grupos romano e nicforo. H, ainda, o esmalte e o artesanato em metais, que atestam o gosto bizantino pelos materiais belos e ricos. Perodo Comneniano A arte comneniana, marcada por uma independncia cada vez maior da tradio, evolui para um formalismo de emoo puramente religiosa. Esta arte, nos sculos seguintes, servir de modelo arte bizantina dos Balcs e da Rssia, que tem nos cones e na pintura mural suas expresses mais elevadas. Perodo Paleologuiano Durante a dinastia dos Palelogos torna-se evidente o empobrecimento dos materiais, o que determina o predomnio da pintura mural, de tcnica mais barata, sobre o mosaico.

Podem-se distinguir duas grandes escolas sendo a primeira delas, a de Salonica, que continua a tradio macedoniana e pouco ou nada inova. A outra, mais cheia de vitalidade e originalidade, a de Constantinopla, iniciada por volta de 1300, como se pode verificar pelos mosaicos e afrescos da igreja do Salvador. Estilo Italo-Bizantino Partes da Itlia foram ocupadas pelos bizantinos entre os Sculos 6 e 11, o que produziu o chamado estilo talo-bizantino, desenvolvido em Veneza, Siena, Pisa, Roma e na Itlia meridional. A partir do cone, pintores de gnio, como Duccio e Giotto, lanaram os fundamentos da pintura italiana. A influncia bizantina repercutiu ainda em meados do Sculo 14, sobretudo na obra dos primeiros expoentes da pintura veneziana. Arte Grega A Grcia Antiga e a Cultura Moderna O que conhecemos como a arte do mundo ocidental, principalmente a europia, muito deve ao mundo grego e a sua cultura. Os gregos influenciaram a arte romana e outros perodos da Histria da Arte, como o Renascimento. De uma certa forma, muitos valores que tiveram sua origem na arte grega exerceram influncia fundamental sobre o gosto esttico predominante at o Sculo 20. A mitologia grega, suas conquistas filosficas e cientficas, sua capacidade de conciso e simplicidade expressiva, foram legados importantssimos para as pocas posteriores. Uma arte Intelectualizada Uma caracterstica da arte grega a presena forte do intelecto. Foi a primeira expresso artstica que valorizou o homem e suas possibilidades. O uso de desenhos e linhas, a proporcionalidade, o equilbrio e a expressividade atingida foram conquistas surpreendentes. A civilizao minica, em particular a Ilha de Creta, parece ter sido a origem de uma arte que acabou sendo incorporada ao continente grego, principalmente atravs de Micenas. MINOICO Adj. - Referente ao perodo cretense que se estende do terceiro milnio a.C. a cerca de 1580 a.C. S. m. - O natural ou habitante da antiga Creta. Lngua da antiga civilizao cretense. Posteriormente, uma onda de invases de povos como os dricos e os jnios acabaram por formar o povo grego. Os Gregos Ofuscaram outras Civilizaes Essa onda de invases teve impacto profundo sobre os povos da regio. No se sabe ao certo o que aconteceu com as civilizaes que a ocupavam anteriormente (como a micnica), mas a arte produzida at ento foi abafada nesse momento, apesar de se poder avistar influncias dela na futura arte grega. MICNICO Adj. - De, relativo ou pertencente a Micenas, antiga cidade do Peloponeso (Grcia). Relativo civilizao que se irradiou, a partir de Micenas, pelo Peloponeso, tica e Becia (c. 1950 a 1100 a.C.). Diz-se do micnico (5). S. m. - O natural ou habitante de Micenas. - Gloss. Dialeto grego antigo descoberto em tbulas de argila (v. linear b). O resultado dessa poca turbulenta foi o no aparecimento de formas artsticas de destaque desde as invases dricas, cerca de aproximadamente 1200 a.C. at o ano 800 a.C. DRICO Adj. - Drio (2). Relativo a drico (3). S. m. Gloss. Grupo de dialetos falados no N.O. da Grcia antiga, no Peloponeso, na costa meridional da sia Menor, nas ilhas de Creta e Rodes e na Magna Grcia. a lngua de Pndaro (v. pindrico), Tecrito (c. 310-250 a.C.) e de toda a poesia buclica e coral. Uma integrao conflituosa Presume-se que os dricos no trouxeram em sua bagagem uma arte j desenvolvida, forte, sendo a arte grega que acaba por despontar o resultado da interseco conflituosa das culturas dos invasores com a dos habitantes da regio.

A arte grega costuma ser dividida em quatro perodos: a arte grega geomtrica (aproximadamente 900 a 700 a.C.), a arte grega arcaica (700 a 480 a.C.), o perodo clssico (480 a 323 a.C.) e o perodo helenstico (323 a.C. a 146 a.C.). Alm disso, costuma-se incluir um perodo de transio entre a arte arcaica e a arte clssica, como uma poca diferenciada. Arte Romana

Como a Arte Grega chega a Roma Roma, aps libertar-se dos etruscos, iniciou uma expanso extraordinria. ETRUSCO Adj. - Da, ou pertencente ou relativo Etrria ou Tirrnia (Itlia antiga); tirreno, tirrnio. ~ V. alfabeto --. S. m. - O natural ou habitante da Etrria; tirreno, tirrnio. Gloss. A lngua dos etruscos. A partir do sculo III foi ganhando o controle das cidades gregas do sul da Itlia, grande parte da Espanha, a prpria Grcia e a Macednia, regies da sia Menor, Gaules, Sria e Egito. A importncia de Roma na preservao da cultura Os romanos ajudaram a preservar aspectos que, no fosse sua entrada em cena, poderiam estar perdidos para sempre na Histria. Era costume desse povo assimilar e adaptar a cultura dos povos conquistados, talvez at numa prova de orgulho, devido superioridade militar. Apesar de os romanos terem sido influenciados pelas culturas dos mais diferentes povos que passaram a compor seu Imprio, h uma ntida supremacia da influncia grega, em especial os perodos clssicos e helensticos. CLSSICO Adj. - Relativo arte, literatura ou cultura dos antigos gregos e romanos. Que segue, em matria de artes, letras, cultura, o padro desses povos. HELENSTICO Adj. Referente ao helenismo (2). Diz-se do perodo histrico que vai desde a conquista do Oriente por Alexandre at a conquista da Grcia pelos romanos. Muito provavelmente, essa valorizao da cultura grega foi tomada dos etruscos, povo que a apreciava muito. Artistas Gregos em Roma Artistas gregos foram morar na capital romana e a arte de seu pas de origem era extremamente apreciada pelas classes mais abastadas da cidade. Recebiam inmeros pedidos de cpias das obras gregas, preservando assim trabalhos da Grcia antiga que estariam irremediavelmente perdidos. Na engenharia civil, devemos grandes modelos aos romanos. Suas estradas, aquedutos e edifcios grandiosos at hoje pautam nossas construes. O desenvolvimento do concreto romano foi uma tcnica e grande ajuda. Costumava ser trabalhado com materiais como o mrmore, tijolos ou pedras em geral para apresentar uma aparncia mais finalizada. O uso de arcos e abbadas alcanou grandes avanos na engenharia romana, que costumava misturar suas prprias estruturas s formas gregas. Como a Arte Romana sofreu transformaes Para efeito de estudo, dividiremos a arte romana:

da Repblica e comeo do Imprio. do auge do Imprio Romano. do declnio do Imprio Romano.

Como construo dessa primeira poca romana pode citar o "Templo da Fortuna Virilis", em Roma. Construdo no Sculo 1 a.C., fortemente influenciado pela arquitetura etrusca (por exemplo, sua realizao em cima de pequenas bases) e lembra, por suas colunas e capitis, um templo jnico. Os templos circulares, influncias gregas, como o "Templo de Vesta", em Tivoli, tambm so bastante freqentes na Roma Republicana. Um exemplo de construo bastante freqente em pocas posteriores j aparece nessa poca, exemplificado pelo monumental "Santurio da Fortuna Primignia", na Palestina, com seus arcos orlados por colunas.

Essa obra um complexo, em vrios nveis, construdo num vale, bastante facilitado pelo concreto. Rampas e escadas permitem o acesso aos planos mais altos da construo. Era utilizado para um culto pr-romnico. Os ltimos dias de Pompia A descoberta dos stios arqueolgicos de Pompia e Herculano, no Sculo 18, destruda pelas cinzas do Vesvio, facilitou o estudo da arte desse primeiro perodo da vida romana. As lavas do vulco atingiram as pessoas desprevenidas, preservando cenas exatas da vida romana. Apesar de a catstrofe ter acontecido j no comeo do Imprio, a maioria dos artefatos, tanto como o modelo das cidades, remonta ao perodo republicano. Pompia, principalmente por ser uma cidade mais rica, forneceu-nos os melhores exemplos arquitetnicos, como o templo pr-romano de Apolo, o templo de Jpiter e o mercado (Macellum), em seu centro. Banhos, teatros e anfiteatros tambm foram encontrados nas escavaes. Alm disso, conforme j foi mencionado ao falarmos de arte helenstica, foram encontradas na cidade inmeras obras, desde as mais vulgares a obras de real valor artstico nos interiores das casas. Como era a vida nas antigas cidades

Tais trabalhos nos mostram um pouco da arte apreciada pelos habitantes do Imprio: especialmente a arte grega clssica e a helenstica, uma e outra representadas normalmente por cpias. Na Vila dos Mistrios, arredores de Pompia, foram encontradas elegantes pinturas em paredes (frisos), representando a iniciao aos cultos dionsicos, em tamanho quase natural e poses helensticas. Especula-se que as mulheres do local eram adeptas desses cultos perdidos. Alm disso, foram encontradas pinturas de paisagens, cenas mitolgicas e buclicas, naturezas-mortas e arquitetura fantsticas. Essas obras causaram grande impresso no Sculo 18, quando foram descobertas, influenciando a arte do perodo. Art Nouveau

Estilo artstico desenvolvido na Europa a partir do final do sculo XIX. O estilo Art Nouveau caracterizado pela sua ruptura com as tradies que at ento persistiam excessivamente na arte e na arquitetura. Tratou-se de um estilo novo voltado para a originalidade da forma, de modo que era destitudo de quaisquer preocupaes ideolgicas e independente de quaisquer tradies estticas. Pretendendo-se como nova arte, o estilo procura ainda rejeitar as formas meramente funcionais envolvidas em todos os objetos decorativos provenientes da produo em massa e adere s formas sinuosas, curvilneas. Portanto tal estilo teve principal influncia sobre a arte decorativa do incio do sculo e ainda sobre a arte arquitetnica, na qual grandes nomes da arquitetura moderna se utilizaram deste estilo, como por exemplo o arquiteto espanhol Gaudi. Tambm na pintura, o estilo esteve relativamente presente nas obras de personalidades artsticas como Vasili Kandinsky e Franz Marc. O estilo teve seu perodo de sucesso entre as duas ltimas dcadas do sculo XIX e as duas primeiras do sculo XX, em que substitudo paulatinamente pelo estilo Art Deco e definitivamente abandonado por ser considerado um estilo j ultrapassado.

Art Nouveau (arquitetura) Tambm conhecido como estilo 1900 ou o estilo Liberty, o Art Nouveau se apresenta como tendncia arquitetnica inovadora do fim do sculo XIX; um estilo floreado, onde se destacam a linha curva e as formas orgnicas inspiradas em folhagens, flores, cisnes, labaredas e outros elementos. O movimento teve incio na Inglaterra em 1880 com William Morris (1834 - 1896) e Arthur Heygate Mackmurdo (1852 1942), artistas que atuavam na produo tipogrfica e de txteis. Nessa poca acreditava-se que o sculo XIX demonstrava pouca ou nenhuma importncia esttica.Tentando reverter esse panorama, Morris, pintor, poeta e arteso, clamava por uma unificao de todas as artes com o propsito de mudar a esttica vigente que era a simples reproduo dos estilos do passado. Os ideais de Morris influenciaram aquela gerao de artistas e arquitetos a enfatizarem o propsito social do desenho, na tentativa de integrar a arte vida cotidiana.

Dez anos mais tarde, o estilo tem sua estria na Arquitetura, com Victor Horta (1861 - 1947) e seu projeto para a residncia Tassel (1892 / 93) em Bruxelas; apresentando como caractersticas, alm do uso de elementos orgnicos, as aberturas com formas irregulares, a explorao de elementos de textura e cor nos revestimentos, o uso de ferro fundido e vidro, o desenvolvimento de novos materiais e novas formas de expresso apropriadas. O Art Nouveau pode ser interpretado como um movimento burgus de cunho revolucionrio, na medida que afronta a mquina (Revoluo Industrial) e sugere a renovao do contato com a natureza, pregando o uso da ferramenta de trabalho como prolongamento do corpo do artista (A arte contra a tcnica). Automatismo

Trata-se de um mtodo de produo artstica que prioriza a atividade subconsciente sobre a consciente. Baseia-se na crena dos potenciais criativos liberados quando o subconsciente controla a expresso, tentando suprimir-se a possvel censura realizada pela mente consciente. Esse mtodo foi bastante desenvolvido no sculo XX, com as vanguardas artsticas, principalmente atravs dos Surrealistas, Expressionistas Abstratos e Pintores Ativos. Jackson Pollock, por exemplo, membro deste ltimo grupo, acreditava que o automatismo deveria ser regra fundamental de todo o processo criativo, a grande diretriz de qualquer composio. Nesse ponto, interessante contrastar com a metodologia surrealista, em que o automatismo alcana grande desenvolvimento. Apesar dos artistas surrealistas realmente utilizarem-se do automatismo como instrumento de criao, processo que liberaria imagens, posteriormente costumavam-se debruar-se sobre o que foi criado dessa maneira, procurando aumentar seu potencial artstico, utilizando-se de expedientes tpicos da mente consciente. Ou seja, o inconsciente poderia trazer tona a inspirao, mas esta posteriormente seria trabalhada para atingir uma forma mais adequada. Atribui-se o pioneirismo, no uso desse mtodo, ao artista russo estabelecido na Inglaterra, Alexandre Cozens (1717- 86). Em seu tratado "Um Novo Mtodo para Auxiliar na Inveno nas Composies de Desenhos Originais de Paisagens", defende o uso de rabiscos ou manchas incidentais no estmulo imaginativo, que daria origem posterior s formas de paisagem. O artista renascentista sugere que ao olhar para uma parede suja, por exemplo, ou a indefinida aparncia de uma pedra, pode-se descobrir vrios desenhos. Dentro da confusa massa de objetos, a mente seria alimentada abundantemente com desenhos e assuntos totalmente originais. A arte barroca

O estilo barroco e a Contra-Reforma. O termo barroco costuma designar o estilo artstico que floresceu na Europa entre o final do Sculo 16 e meados do Sculo 18. O aparecimento dos ideais barrocos parece intimamente ligado Contra-Reforma Catlica. Apesar de ter sido um estilo internacional, percebemos sua maior fora entre pases como a Itlia, Espanha e ustria, no tendo atingido muito os pases protestantes como a Inglaterra. Regional, individual e subjetivo. Alm disso, o barroco apresenta caractersticas regionais nas diferentes localidades em que se desenvolveu. A personalidade forte de alguns artistas do perodo tambm um grande diferencial dentro desse estilo artstico que deixava campo aberto subjetividade. Suas principais caractersticas so a teatralidade das obras, o dinamismo, a urgncia, o conflito e o forte apelo emocional. Na busca da emoo, para provocar o observador, o artista abusa da verossimilhana das cenas retratadas, da a importncia tambm na observao da natureza. O artista para atingir esses efeitos lana mo principalmente de cores, texturas, jogos de luz e sombra, diagonais e curvas, bem como o domnio do uso do espao. Os temas msticos e os tirados da vida cotidiana so freqentes no perodo. Pintura, escultura e arquitetura entrelaadas uma outra. A questo da harmonia tambm importante para o barroco. Entretanto, ela vista numa obra de forma diferente do renascimento. Para o renascentista, a harmonia do todo era garantida por cada detalhe da obra em perfeito equilbrio, cada detalhe separadamente como um todo harmnico.

J para o barroco, a harmonia do conjunto mais importante, a fuso harmnica dos diferentes componentes de um trabalho. A harmonia individual pode ser sacrificada em nome da harmonia do todo. Alm disso, essa valorizao da unidade geral entrelaou muito a arquitetura com a escultura e com a pintura. O ideal das construes passou a ser o do inter-relacionamento desses elementos, dialogando harmonicamente para o bem do conjunto. No geral, o Barroco um clssico rebelde. O Barroco surgiu na Itlia, aproveitando-se de alguns elementos renascentistas e transformando-os. O renascimento italiano influenciou sobremaneira a arte posterior. Costuma-se dizer que vivamos o estilo renascentista de construo, por exemplo, quase at o Sculo 20, com a entrada em cena do modernismo. O barroco tambm se inspira, em certo sentido, na arquitetura clssica. Mas recebe esse nome pelos crticos do perodo (com o significado de grotesco) exatamente por no respeitar as combinaes e a utilizao dos gregos e romanos. Apesar de utilizar-se de formas naturalistas, no se pode dizer que seja uma mera continuao do renascimento. O artista era religioso, mas independente da religio. A Espanha foi um dos pases que mais desenvolveu esse estilo que se espalhou pela Europa. Alm disso, importante no perodo o fato do mecenato sair das mos da Igreja para concentrar-se na aristocracia. O homem barroco um ser dividido, em conflito, repleto de energia e extremamente mstico. Os artistas da poca expressavam essa energia e suas convices espirituais em suas obras. Um bom exemplo disso a figura de Bernini. Entretanto, Rubens considerado um dos maiores expoentes do movimento. O italiano Caravaggio tambm extremamente importante, com influncia por vrias partes da Europa. Caricatura

Trata-se de uma representao (geralmente de pessoas) em que so mostrados, de forma exagerada, aspectos do objeto retratado, normalmente na tentativa de se obter efeitos cmicos. A distoro e o uso de poucos traos so comuns na caricatura. Diz-se que uma boa caricatura pode ainda captar aspectos da personalidade de uma pessoa atravs do jogo com as formas. comum sua utilizao nas stiras polticas. s vezes, esse termo pode ainda ser usado como sinnimo de grotesco (a imaginao do artista priorizada em relao aos aspectos naturais) ou burlesco. Annibale Carracci foi um dos grandes expoentes da caricatura. o pioneiro na Histria da Arte a utilizar-se dela, contrapondo-a idealizao. CARRACCI, famlia de pintores italianos do fim do sc. XVI: LUDOVICO (Bolonha, 1555 - id., 1619) e seus dois primos AGOSTINO (Bolonha, 1557 - Parma, 1602) e ANNIBALE (Bolonha, 1560 - Roma, 1609) foram os decoradores da galeria do Palcio Farnese. Em 1585, fundaram em sua cidade natal uma escola onde se formaram grandes artistas do sculo XVII e que foi a origem do ecletismo acadmico. Artistas da Escola de Bologna tambm destacam-se nessa forma de arte, como Domenichino e Guercino. Pier Leone Ghezzi (1674 - 1755) foi um dos primeiros a dedicar-se quase que integralmente realizao de caricaturas. DOMENICHINO (Domenico ZAMPIERI, dito il), pintor e arquiteto italiano (Bolonha, 1581 - Npoles, 1641), discpulo dos Carracci. Sua obra mais famosa a decorao, em afrescos, da igreja de So Lus dos Franceses, em Roma. GUERCINO (Giovanni Francesco BARBIERI, dito Il), pintor italiano (Cento, perto de Bolonha, 1591 Bolonha, 1666), aluno de Carracci. Sua obra-prima Aurora (Casino Ludovisi, Roma). Levando-se em conta que os crticos costumam considerar atributos importantes de uma boa caricatura a mxima expressividade com o mnimo de traos, Gianlorenzo Bernini (1598 - 1680) tido como um dos mais brilhantes caricaturistas. BERNINI (GIAN LORENZO), pintor, escultor e arquiteto italiano (Npoles, 1598 - Roma, 1680). Mestre do barroco monumental e decorativo, construiu a colunata de So Pedro, em Roma e o autor, nessa cidade, de numerosos monumentos (xtase de Santa Teresa) e de fontes (Tristo, Quatro rios). Devem-se-lhe tambm alguns bustos. Lus XIV chamou-o Frana em 1665, mas seus projetos para a fachada principal do Louvre no foram executados. comum vermos caricaturas polticas em nossos jornais ou revistas. Entretanto, as stiras sociais atravs de caricaturas j existiam principalmente a partir do Sculo 18, realizadas por artistas de renome. Os ingleses James Gillray (1757 - 1815) e Thomas Rowlandson (1756 - 1827) eram alguns desses artistas considerados brilhantes caricaturistas, que faziam o observador logo reconhecer a personalidade que estava sendo estereotipada.

A agitao social da Frana do Sculo 19 foi um prato cheio para os caricaturistas do perodo. Destacam-se artistas como Honor Daumier (1808- 1879), considerado um dos melhores do gnero, cuja vtima preferida era o governo de Lus Felipe (1773 - 1850). Seus trabalhos costumavam estar presentes no dirio Le Charivari e no semanal La Caricature. DAUMIER (Honor), pintor, litgrafo e escultor francs (Marselha, 1808 Valmondois, 1879). Clebre por suas caricaturas polticas e sociais, tambm autor de pinturas e de esculturas. Artistas como Tiepolo, Puvvis de Chavannes e at Picasso, tambm tm trabalhos de caricatura. Monet, por exemplo, era caricaturista no incio de sua carreira. comum ainda o uso de elementos caricaturais nas artes grficas contemporneas. TIEPOLO (Giambattista), pintor e gravador italiano (Veneza, 1696 - Madri, 1770). Sua inventiva brilhante Classicismo A arte de gregos e romanos Costuma-se associar o termo, na histria da arte ocidental, s manifestaes artsticas da Grcia antiga e do perodo romano. Entretanto, seu sentido no est necessariamente ligado a esse conceito. Tem sido usado, em vrias pocas, para designar estilos em oposio ao Romantismo, defendendo certos princpios estticos e regras artsticas definidas, em contraposio a uma arte subjetiva, mais livre e individual. Por essa razo, faz-se uma certa confuso no uso do termo clssico. Um exemplo disso seu uso na oposio de perodos na histria da arte, expressando uma concordncia com a idia de superioridade da arte grega e romana sobre as demais e sua influncia nas geraes futuras. Pode ainda somente referir-se a essa arte desenvolvida no mundo antigo, sem contudo expressar nenhum juzo de valor. Na prtica, quase tudo virou clssico A arte renascentista e a setecentista (arcadismo), chegaram a ser definidas com essa denominao, uma vez que, para seus idealizadores, "retomavam" os princpios "clssicos" (novamente Grcia e Roma antiga). Nesses perodos, entretanto, no pode ser vista uma volta estrita aos padres antigos, e sim uma adaptao de alguns daqueles valores s condies e cultura da prpria poca em que estava se produzindo a obra artstica. Termos como arquitetura clssica, por exemplo, foram usados em oposio praticada na Idade Mdia, fundamentalmente o estilo gtico, que era desprezado pelos renascentistas. Enfim o conceito vulgar de clssico to amplo que pode incluir desde obras realizadas no Sculo 15 at do Sculo 19. A beleza clssica J a designao beleza clssica, na histria da arte ocidental, normalmente refere-se a um tipo fsico com traos de beleza cultuada na antiga Grcia e em Roma, com propores perfeitas. Classicismo, na sua forma vulgar, utilizado para designar uma amostra ou poca bastante significativa de um perodo, ou a que tem os melhores resultados obtidos naquele perodo determinado. Mas, formalmente, ele deve ser empregado exclusivamente para a arte antiga, praticada por gregos e romanos. Colagem

No tem nada de infantil Tendo sempre sido conhecido como passatempo, principalmente infantil, a tcnica de colagem, em que se juntam materiais apropriados a uma superfcie, atravs normalmente da cola, tornou-se uma tcnica artstica extremamente importante no modernismo. Os cubistas, particularmente, Braque e Picasso, foram os primeiros a utilizarem-na em suas obras. Ganhou impulso com a falta de satisfao dos artistas com a simples imitao de texturas. Decidiram ir alm, utilizando-se das prprias texturas originais, como pedaos de jornais, de pano, de papel. Colavam esses fragmentos tela, ligando-os a reas de tintas ou delineamentos de carvo. Como outros, Matisse tambm desenvolveu bastante essa tcnica em seus trabalhos. Disseminao da tcnica Depois da pintura, a colagem chega escultura cubista. Um bom exemplo de seu uso escultrico pode ser dado pelas sries de naturezas-mortas tridimensionais construdas por Picasso, em 1914.

Os dadastas, bem como os futuristas, imprimiram sentidos ideolgicos a sua utilizao na arte. No movimento surrealista a tcnica foi ampliada, permitindo a juno de "objetos congruentes". A tcnica foi, ento, utilizada ento por Schwitters (escultura e pintura, por exemplo, feitas a partir dos objetos de sua lata de lixo), Max Ernst e at poetas como Andr Breton. ERNST (Max), pintor francs de origem alem (Brhl, 1891 Paris, 1976). Tomou parte ativa no movimento dadasta e, depois, no surrealista. BRETON (Andr), escritor francs (Tinchebay, 1896 - Paris, 1966), e um dos fundadores do surrealismo. Em seu Manifesto do surrealismo, publicado em 1924, prega o no-conformismo e prope a frmula de criao chamada "automatismo psquico", segundo a qual comps a novela Nadja (1928). Em seu Segundo Manifesto do Surrealismo (1930), reafirma a fidelidade ao movimento. A cultura do Sculo 20, com sua proliferao de imagens instantneas e massificadas, parece ser bem expressa por esse meio. Arte Conceitual A arte conceitual aquela que considera a idia, o conceito por trs de uma obra artstica. como sendo superior ao prprio resultado final, sendo que este pode at ser dispensvel. A partir de 1960, essa forma de encarar a arte espalha-se pelo mundo inteiro, abarcando vrias manifestaes artsticas. Entretanto, desde Duchamp podem ser percebidos os primeiros indcios da sobrevalorizao do conceito. DUCHAMP (Marcel), pintor francs (Blainville, 1887 Neuilly-sur-Seine, 1968). Inicialmente influenciado pelo cubismo, teve depois participao importante no movimento dad e no surrealismo. Tendo-se fixado nos E.U.A., dedicou-se "antiarte" e em 1914 criava o primeiro ready-made. Suas pesquisas viriam a exercer influncia na "pop-art". Um trabalho de arte conceitual, em sua forma mais tpica, costumava ser apresentado ao lado da teoria. Pde-se assistir a um gradual abandono da realizao artstica em si, em nome das discusses tericas. Pases como a Inglaterra (que historicamente se mantivera avessa s discusses tericas quando o assunto era arte) foram grandes focos desse novo modelo. Publicaes, como "Art and Language", do grupo liderado por Victor Burgin e John Stezaker, eram bastante influentes. O uso de diferentes meios para transmitir significados era comum na arte conceitual. As fotografias e os textos escritos eram o expediente mais comum, seguida por fitas K-7, vdeos, diagramas, etc. Nos Estados Unidos, temos as figuras de Lawrence Weiner e Robert Barry, como importantes expoentes do novo estilo. Joseph Kosuth tambm considerado um dos lderes do movimento no pas. bastante conhecido seu trabalho "One and Three Chairs", que apresenta uma cadeira propriamente dita, uma fotografia de uma cadeira e uma definio extrada do dicionrio sobre o que seja uma cadeira. "A Arte como idia", em que d definies de pintura divididas em itens sobre um fundo negro, outro bom exemplo de trabalho conceitual. Os artistas no se incomodavam em evitar as trivialidades, em criar elementos que tornassem interessantes suas composies ou realizar composies agradveis ao olhar. Pelo contrrio, era prefervel que nada desviasse a ateno da idia que um trabalho deveria expressar. Alguns artistas iam mais longe, afirmando que essas imagens triviais poderiam refletir a prpria superficialidade de quem as observa. Utilizando-se de imagens comuns, como por exemplo, a cadeira de Kosuth, em que pode se argumentar no ter acrescentado nada ao conhecimento de qualquer pessoa, acostumada com uma cadeira, no costumava ser bem recebida pelo pblico. Alm disso, o problema maior era que, no acrescentando nada, essas experincias fora do eixo convencional tornavam difcil o julgamento do que era realmente uma obra de arte ou simples amadorismo. Entretanto, grande parte dos artistas conceituais tinha por objetivo, com esse tipo de procedimento, realizar exatamente o contrrio: popularizar a arte, fazer com que ela servisse como veculo de comunicao. Seria uma oposio ao hermetismo do minimalismo e reduo da arte s relaes, por exemplo, entre forma e pigmentao. Na verdade, servindo-se de textos abstratos, normalmente aproveitando-se da lingstica ou da filosofia, acabam por possivelmente aumentar o hiato entre o artista e o grande pblico.

Concretismo

definida como arte concreta (Concretismo) aquela que faz uso apenas de formas geomtricas, em detrimento das formas naturalistas ou figurativas. Trata-se de um tipo de arte abstrata, definida pelo artista e ensasta suo Max Bill como pura criao, uma vez que no necessita de modelos naturais. Vale-se somente de "elementos fundamentais da pintura: as cores e formas de superfcie". Bill foi o responsvel pela popularizao da arte concreta em seu prprio pas alm da introduz-la na Argentina e Brasil, pases que visitou. Quem primeiro fez uso desse termo foi o holands Theo van Doesburg, fundador da associao de artistas De Stijl ("o estilo", que teve Mondrian entre seus membros). Doesburg criou, tambm, o jornal de mesmo nome - uma das publicaes europias mais influentes entre as duas guerras, bastante presente na Bauhaus em seu manifesto "Arte Concreta", de 1930. A sociedade e o jornal pretendiam ser um ataque aos membros do Cercle et Carr (Circo e Quadrado), de quem discordava dos princpios. Esta ltima era uma sociedade para artistas construtivistas parisienses formada pelo crtico Michel Seuphor e o pintor Joo Torres-Garca no ano anterior, a qual tambm editava um peridico. Apesar de o manifesto afirmar ser o primeiro de uma srie com os mesmos objetivos, outros nmeros nunca chegaram a ser publicados. Construtivismo

O "Manifesto Realista" O construtivismo foi um movimento artstico que nasceu na Rssia em 1913. De um movimento inicialmente ligado escultura e colagem, passou a envolver outras manifestaes artsticas. Seu nome vem do "Manifesto Realista", publicao de 1920 que prega o ideal de se "construir " a arte. A arte deveria refletir o mundo moderno e sua tecnologia, utilizando-se para isso de materiais da indstria, como por exemplo, o plstico. A utilidade social da arte O movimento foi fundado por Vladimir Tatlin. Trabalhando ao lado de Alexander Rodchenko, aplicou tambm os princpios construtivistas arquitetura. Relacionava a arte sua utilidade social. "Monumento para a Terceira Internacional" uma de suas obras mais conhecidas. Os irmos Antoine Pevsner e Naum Gabo (que publicaram o manifesto acima citado), apesar das divergncias com o grupo de Tatlin, formavam outro importante foco do movimento. Esses ltimos acreditavam na arte como um valor absoluto e independente. Espao e tempo deveriam ser as base das artes construtivas. Inspirado no Cubismo Com forte inspirao cubista e na pintura de Kandisky (assimilados principalmente atravs dos irmos Naum e Antoine), o construtivismo fundia percepo artstica a conhecimentos cientficos, como potencialidade dos materiais e possibilidades formais. Esteve intimamente ligado a outro movimento artstico, o suprematismo, fundado pelo pintor Kasimir Malevich (1878 - 1935). SUPREMATISMO s.m. Teoria e prtica do pintor russo Malevitch (a partir de 1913) e seus epgonos, tais como Lissitzky, Ivan Klioune, Olga Rozanova. (Foi o primeiro movimento de pura abstrao geomtrica da pintura.) Este, tambm inspirado no cubismo, era baseado na arte geomtrica abstrata. Enfatizava a cor como instrumento de criao de realidade na arte. D um extremo valor emoo, desprezando as idias da "mente consciente". Perseguio na Rssia ajuda a disseminao de idias

As pinturas eram realizadas normalmente em cima de superfcies preparadas. "Branco no Branco", de Malevich considerado o melhor exemplo de realizao do que se prope o suprematismo. Chocando-se com o regime socialista sovitico, o construtivismo foi condenado e Naum e Antoine deixaram o pas. Esse exlio facilitou a disseminao de suas idias pela Europa, exercendo bastante influncia sobre artistas e movimentos importantes do perodo, como o Bauhaus e o grupo Stijl. Tatlin permaneceu na Rssia, associando-se ao teatro, realizando especialmente cenrios. Cubismo

Como movimento, teve vida curta O movimento cubista comeou em 1907 e terminou em 1914, apesar de ter persistido ainda quando os artistas envolvidos abandonaram-no. Seus principais focos de resistncia foram as artes decorativas e arquitetura do Sculo 20. Apesar de ser considerado um ato de percepo individual, o movimento possua coerncia. Era inspirado na arte africana (sua "racionalidade") e no princpio de "realizao do motivo" de Czanne. Geometrizao das figuras A geometrizao das figuras resulta numa arte intuitiva e abstrata, derivada da "experincia visual ". Baseia-se essencialmente na luz e na sombra. Rompe com o conceito de arte como imitao da natureza (que vinha desde a Renascena), bem como com as noes da pintura tradicional, como a perspectiva. Pablo Picasso definiu-a como "uma arte que trata primordialmente de formas, e quando uma forma realizada, ela a est para viver sua prpria vida". Apesar da identificao imediata do cubismo s figuras de Pablo Picasso e Georges Braque, vrios outros artistas deram grandes contribuies individuais ao movimento. BRAQUE (Georges), pintor francs (Argenteuil, 1882 - Paris, 1963). Iniciador do cubismo, com Picasso, autor de naturezasmortas. Entre eles, destacam-se, Guillaume Apollinaire, Fernand Lger , Max Jacob, Robert Delaunay, Francis Picabia, Gertrude Stein, Jean Metzinger, Albert Gleizes, Juan Gris e os irmos Jacques Villon, Duchamp-Villon e Marcel Duchamp, entre outros. APOLLINAIRE (Wilhelm Apollinaris DE KOSTROWITZKY, dito Guillaume), poeta e crtico de arte francs (Roma, 1880 - Paris, 1918). Autor de Alcools (1913), Calligrammes (1918), orientou a poesia simbolista para os novos caminhos que j anunciavam o surrealismo. Apoiou os pintores cubistas. LGER (Fernand), pintor francs (Argentan, 1881 Gif-sur-Yvette, 1955). Depois de ter participado do movimento cubista, afirmou seu carter pessoal, executando quadros inspirados na mecnica (engrenagens, pistes, bielas etc.). Pintou tambm objetos isolados ou reunidos em composies sistematicamente ordenadas. JACOB (Max), escritor e pintor francs (Quimper, 1876 no campo de Drancy, 1944), autor de O copo de dados. Dentro de uma inspirao muito pessoal, uniu a inquietao, o humor e o misticismo. Amigo de Picasso e de Modigliani, realizou guaches com vistas de Paris e cenas da vida teatral. DELAUNAY (Robert), pintor francs (Paris, 1885 Montpellier, 1941). A seu ver, o quadro devia ser uma organizao rtmica baseada numa seleo de planos coloridos. PICABIA (Francis), pintor francs (Paris, 1879 - id., 1953). Participou dos movimentos cubistas e dadastas, sendo um dos pioneiros da arte abstrata. STEIN (Gertrude), escritora judia norte-americana (Alleghany, 1874 - Neuilly-sur-Seine, 1946). Viveu em Paris e exerceu grande influncia no grupo de escritores (Sherwood Anderson, Hemingway e outros) a que ela mesma chamou lost generation ("gerao perdida"). METZINGER (Jean), pintor francs (Nantes, 1883 - Paris, 1956). Autor, com Gleizes, do primeiro tratado Do cubismo (1912), voltou em 1921 ao realismo. GLEIZES (Albert), pintor francs (Paris, 1881 Avignon, 1953). Participou desde 1910 das primeiras manifestaes do cubismo e publicou, em 1912, em colaborao com Metzinger, Sobre o cubismo e como compreend-lo. GRIS (Jos Victoriano GONZLEZ, dito Juan), pintor espanhol (Madri, 1887 Boulogne-sur-Seine, 1927). Fixado em Paris em 1906, tomou parte das primeiras manifestaes do cubismo, que praticou com austeridade. VILLON (Gaston DUCHAMP, dito Jacques), pintor e gravador francs (Damville, 1875 - Puteaux, 1963). Um dos mestres do cubismo, procurou, em seus trabalhos, exprimir o espao por meio de planos sutilmente coloridos. DUCHAMP-VILLON (Raymond), escultor francs (Dampville, 1876 Cannes, 1918), irmo de Marcel Duchamp e de J. Villon. Praticou o cubismo. DUCHAMP (Marcel), pintor francs (Blainville, 1887 Neuilly-sur-Seine, 1968). Inicialmente influenciado pelo cubismo, teve depois participao importante no movimento dad e no surrealismo. Tendo-se fixado nos E.U.A., dedicou-se "antiarte" e em 1914 criava o primeiro ready-made. Suas pesquisas viriam a exercer influncia na "pop-art". O mexicano Diego Rivera (1886 - 1957) e o holands Piet Mondrian (1872 - 1944) tambm tiveram contato com o movimento.

RIVERA (Diego), pintor mexicano (Guanajuato, 1886 - Mxico, 1957), autor de composies murais ao mesmo tempo modernas e de inspirao pr-colombiana. MONDRIAN ou MONDRIAAN (Pieter CORNELIS, dito Piet), pintor holands (Amersfoort, 1872 - Nova York, 1944). Comeou como figurativo influenciado por Van Gogh, passando depois a um cubismo analtico e a uma abstrao geomtrica. Participou do grupo "De Stjl" e do neo-plasticismo. De 1919 a 1938 viveu em Paris, transferindo-se depois para Nova York, onde seu estilo continuou a evoluir at um extremo rigor. Seu prestgio s cresceu aps sua morte, com exposies nos principais museus. O toque pessoal de cada artista Entretanto, devido ao enorme nmero de artistas que aderiram ao estilo, havia grandes diferenas pessoais estilsticas. "Casas e rvores", de Georges Braque, com suas formas geomtricas e perspectiva prpria, pode ser considerada a obra de origem do movimento. O cubismo costuma ser dividido em fase analtica - desenvolvida por Picasso e Braque entre 1909 e 1912 - e fase sinttica (a partir de 1912). Entretanto, esses termos no so considerados adequados, uma vez que tentam, baseados em conceitos falhos, estabelecer grandes diferenas estticas dentro de um estilo em processo de definio e evoluo. "O Jogador de Cartas" e "Retrato de Ambroise Vollard" de Pablo Picasso; "Moa com Guitarra" e "Cabea de Moa", de Georges Braque; "Paisagem", de Jean Metzinger; "Garrafa e Copo", de Juan Gris; "Cidade" e "Soldado com Cachimbo", de Fernand Lger e "Janela", de Robert Delaunay, podem ser considerados bom exemplos dos diferentes estilos presentes no movimento. Cubismo na Escultura A escultura cubista, cujos principais nomes formam Brancusi, Gonzalez, Archipenko, Lipchitz, Duchamp-Villon e Henri Laurens, desenvolveu-se separadamente da pintura, apesar do intercmbio inicial de idias-chave. Entre os escultores, Duchamp-Villon, merece ser citado. considerado um dos primeiros escultores cubistas e realizou uma tentativa de conceituao da escultura cubista, relacionando-a arquitetura. A pea em bronze "O Cavalo", com seu efeito dinmico, um bom exemplo de sua obra. Primeira Guerra Mundial dispersou idealizadores O fim do movimento cubista deve-se ecloso da Primeira Guerra Mundial, em agosto de 1914. Com efeito, uma boa parte dos artistas desse movimento foi recrutada e partiu para o campo de batalha, extinguindo o Cubismo, enquanto movimento. Todavia, o estilo permaneceu vivo nas mos de outros pintores, exercendo forte influncia sobre a arte moderna como um todo. Por suas caractersticas abstratas, foi bastante adaptvel, inspirando movimentos como o futurismo, o orfismo, o purismo e o vorticismo. Dadaismo

O vcuo criado pela guerra O Dadasmo foi um movimento originado em 1915, em plena 1 Guerra Mundial, em Zurique (cidade que conservou-se neutra com relao guerra). O movimento, que negava todas as tradies sociais e artsticas, tinha como base um anarquismo niilista e o slogan de Bakunin: "a destruio tambm criao". NIILISMO s.m. Negao de qualquer crena. / Sistema que tinha partidrios na Rssia do sc. XIX, e cujo objetivo era a destruio radical das estruturas sociais, sem visar a nenhum estado definitivo. BAKUNIN (Mikhail), revolucionrio russo (Tver', 1814 - Berna, 1876), um dos chefes da Internacional, depois historigrafo da anarquia. Contrrios burguesia e ao naturalismo, identificado como "a penetrao psicolgica dos motivos do burgus", buscavam a destruio da arte acadmica e tinham grande admirao pela arte abstrata. ACADMICO adj. Relativo a academia ou que a ela pertence. // Estilo acadmico, estilo em que se faz sentir a preocupao de aplicar os princpios da arte oficial. / Universitrio: cursos acadmicos. / S.m. Membro de uma academia; em particular, da Academia Brasileira de Letras. / Estudante universitrio.

O acaso era extremamente valorizado pelos dadastas, bem como o absurdo. Tinham tendncias claramente anti-racionais e irnicas. O objetivo mximo era o escndalo O Dadaismo procurava chocar um pblico mais ligado a valores tradicionais e libertar a imaginao via destruio das noes artsticas convencionais. Acredita-se, ainda, que seu pessimismo venha de uma reao de desiluso causada pela Primeira Guerra Mundial. Apesar de sua curta durabilidade - no perodo entre guerras, praticamente havia sido esquecido - e das crticas realizadas ao movimento, fundamentalmente baseadas em sua ausncia de vocao construtiva, teve grande importncia para a arte do Sculo 20. Fez parte de um processo, observado nesse sculo, de libertao da arte de valores preestabelecidos e busca de experincias e formas expressivas mais apropriadas expresso do homem moderno e de sua vida. O Cabar Originou-se de um grupo composto por artistas como Tristan Tzara, Hans Harp, Richard Hlsenbeck, Marcel Janko, Hugo Ball e Hans Richter que se encontravam em cafs de Zurique. TZARA (Sami ROSENSTEIN, dito Tristan), poeta judeu francs (Moinesti, Romnia, 1896 - Paris, 1963), um dos iniciadores do dadasmo (O homem aproximativo, 1931; O corao de gs, 1938). Defendeu o homem contra as foras da servido em A fuga (1947); O fruto permitido (1957); A rosa e o co (1958). JANCO (Marcel), pintor israelense (Bucareste, 1895 Tel-Aviv, 1984), ilustrou A primeira aventura celeste do Sr. Antipirina (1916), de Tristan Tzara, e os trs primeiros nmeros da Revista Dada. Em 1941, fugindo perseguio nazista, foi para Israel, onde sua arte se revitalizou. Prmio Israel, 1967. A idia inicial era a realizao de um espetculo internacional de Cabar que contava com msicas diversas, recitais de poesia e exposio de obras. A maneira como surgiu o nome do evento sugestiva: por acaso Ball e Hlsenbeck abriram um dicionrio de alemofrancs e acabaram se deparando com a palavra dada, que foi posteriormente adotada pelo grupo e pelo movimento que da surgiria. A brochura "Cabaret Voltaire", a inaugurao da "Galeria Dada" em 1917 e as revistas "Dada", seguidas de livros sobre o movimento, ajudaram a populariz-lo. A arte Escrachada dos Dadaistas Sua provocao, ativismo e conceito de simultaneidade (realizar ao mesmo tempo diversas apresentaes, como a leitura de poemas distintos) muito deve aos futuristas, entretanto, no possua o otimismo e a valorizao da tecnologia que esse ltimo movimento tinha. O dadasmo costuma ser bastante identificado aos ready-mades de Duchamp, como os urinis elevados categoria de obras de arte ou outras proezas do artista, como o acrscimo de bigodes Mona Lisa. Os poemas non-sense, as mquinas sem funo de Picabia, que zombavam da cincia, ou a produo de quadros com detritos, como Merzbilder, de Schwitters, so outras obras caractersticas do dadasmo. Alm disso, o dadasmo, desde o comeo, pretendia ser um movimento internacional nas artes. Picabia era o artista que acabou por fazer a ponte entre o dadasmo europeu e o americano, tornando-se, juntamente com Duchamp e Man Ray, uma das principais figuras do dadasmo forte em Nova York. A revista "Dada 291" era publicada nessa cidade americana, alm de Barcelona e Paris, outras cidades por onde o movimento espalhara-se. Berlim, Colnia e Hanover eram outros importantes focos Dada. Na Alemanha, o movimento ganhou caractersticas mais prximas de protesto social que de movimento artstico. O dadasmo forneceu grande inspirao para movimentos posteriores, como o Surrealismo, derivado dele, a Arte Conceitual, o Expressionismo Abstrato e a Pop Art americana. Expressionismo

A distoro que traz a emoo O Expressionismo, atravs da distoro de formas e uso caracterstico de cores e linhas procura imprimir impacto emocional aos trabalhos artsticos. De um modo geral, o termo pode designar qualquer trabalho na Histria da Arte em que o naturalismo cedeu espao a essa representao emocional e distorcida do mundo.

Os precursores Entretanto, como um movimento, o Expressionismo tem suas origens no final do Sculo 19 e comeo do Sculo 20, principalmente atravs de artistas como Van Gogh e Gauguin. Mas pode-se destacar, tambm, como precursores, James Ensor, com seu isolamento e expressionismo mstico. (Menina com Boneca pode exemplificar sua obra); Munch e o grupo parisiense Fauves, liderado por Matisse. No desenvolvimento do expressionismo tiveram sua importncia os escritos de Worringer propondo a distoro de formas que expressassem um mundo hostil. Isso acabou por fornecer justificao terica para o movimento e o termo expressionismo. A influncia dos grupos Concomitantemente, dois grupos influentes expressionistas foram montados no pas: Die Brcke, em Dresden, 1905 e Der Blaue Reiter, em Munique, 1911 - 1912. Apesar da formao desses grupos, o expressionismo fundamenta-se basicamente na individualidade e alto grau de subjetividade do artista, expressando, na grande maioria das vezes, naturezas isoladas e msticas. Se a arte individualista, ento, a formao dos grupos se deu mais como uma estratgia de melhor divulgao de idias e concentrao mais fcil de meios materiais para a realizao de trabalhos. O grupo A Ponte Os fundadores do Die Brcke (A Ponte) foram Ernst Ludwig Kirchner (1880-1938) e os arquitetos Fritz Bleyl, Erich Heckel e Karl Schmidt-Rottluff. Juntaram-se a eles Otto Mueller (1874 - 1930), Max Pechstein (1881 - 1955) e Emil Nolde (1867 - 1956), entre outros. O grupo era bastante prximo estilisticamente dos Fauves, tambm influenciados por Gauguin e Van Gogh e bastante habilidosos no trabalho com xilogravuras. Nolde, apesar de ter ficado menos de dois anos no grupo, merece destaque especial. NOLDE (Emil HANSEN, dito), pintor alemo (Nolde, 1867 - Seebll, 1956), um dos representantes do expressionismo germnico. A temtica religiosa era bastante presente em suas obras, sugerindo proximidade com as cenas fantasiosas e emocionais do pintor Hieronymus Bosch (1410 - 1516). Santa Maria do Egito entre os Pecadores e O Limoal so bons exemplos de seus trabalhos. O grupo dissolveu-se em 1913, apesar de seus artistas continuarem fiis ao expressionismo, porm com o aumento das diferenas estilsticas, em face das exigncias do mercado comercial. O Cavaleiro Azul Em Munique, desde 1911, outro agrupamento, o Der Blaue Reiter (O Cavalheiro Azul, nome vindo de uma pintura de Kandinsky), formava-se, contando com artistas extremamente importantes para a arte do Sculo 20, como Wassily Kandinsky, Paul Klee (1879- 1940) e Franz Marc (1880-1916). KANDINSKY (Vassili), pintor francs de origem russa (Moscou, 1866 Neuilly-sur-Seine, 1944). Um dos iniciadores da pintura abstrata. KLEE (Paul), pintor suo de origem alem (Mnchenbuchsee, perto de Berna, 1879 Muralto, perto de Locarno, 1940). Praticou o surrealismo e depois o abstracionismo. Apesar da curta durao - dissolveu-se na Primeira Guerra Mundial - o grupo, que se concentrava bastante na condio espiritual do homem, foi bastante influente. Franz Marc concentrava-se principalmente na representao de animais, seguindo as distores expressionistas. de se destacar seus estudos de cavalos vermelhos e azuis. O artista morreu na Primeira Guerra Mundial. O russo Kandinsky, alm de suas obras artsticas, como as pinturas, sem preocupaes com a objetividade e sim com a expressividade e espontaneidade, considerado um dos mais importantes artistas do sculo. Seus escritos sobre arte tambm exerceram grande influncia sobre os artistas contemporneos. O suo Paul Klee outro importante nome da arte do sculo XX que esteve ligado a esse movimento expressionista de Munique a partir de 1912. Entretanto, Klee, ao longo da carreira, mostrou-se dono de um estilo prprio e bastante individual, que tornam difcil consider-lo apenas um artista expressionista.

Realizou pinturas, desenhos, trabalhos grficos (como a srie de guas-fortes Invenes), escreveu teorias sobre arte. difcil optar por qualquer obra representativa de seu trabalho, devido enorme variedade que existe entre elas. So algumas obras suas: Cabeas, de 1913, Cena de Batalha da pera-Cmica Fantstica Simbad, O Marujo, de 1923 e La Belle Jardinire, de 1939. Expressionismo Abstrato

Da Amrica para a Europa O Expressionismo Abstrato foi um movimento que floresceu em Nova York a partir de 1940 e acabou exercendo forte influncia sobre a Europa nas dcadas de 50 e 60 desse sculo Foi o primeiro movimento que seguiu o caminho inverso do tradicional: em vez de seguir da Europa para a Amrica, foi da Amrica para a Europa. Entretanto, esse termo j era utilizado para alguns trabalhos de Kandinsky, em especial os do comeo de sua carreira. KANDINSKY (Vassili), pintor francs de origem russa (Moscou, 1866 Neuilly-sur-Seine, 1944). Um dos iniciadores da pintura abstrata. Anunciava o surgimento de uma arte "verdadeiramente norte-americana", com forte domnio do subconsciente. Guiados pelo Automatismo O automatismo, conceito forte em movimentos como o Surrealismo, aqui tambm encontra-se presente, principalmente na forma das Action Paintings) e tinha, entre seu principal expoente, Jackson Pollock. AUTOMATISMO s.m. Carter do que automtico. / Falta de vontade prpria. / Diz-se de uma atividade literria, em que o autor se deixa levar exclusivamente pelo subconsciente. As principais caractersticas do Expressionismo Abstrato eram a revolta contra a pintura tradicional, a liberdade e a espontaneidade. Quanto espontaneidade, em especial, as Action Paintings de Pollock - outro nome pelo qual conhecido o Expressionismo Abstrato, ou seja, um mtodo de pintura que privilegiava a rapidez da execuo, a espontaneidade "eruptiva" e condenava a premeditao - so bastante bem sucedidas. Esse mtodo foi introduzido nos Estados Unidos principalmente pela presena de franceses surrealistas refugiados de guerra, em especial, Andr Masson que, apesar de surrealista, possua divergncias com o estilo de Breton. Mtodos em nada acadmicos Jackson Pollock foi um dos artistas americano mais influenciado por Masson, como atestam obras como "Esforo para Dormir". O artista, entretanto, consegue imprimir sua prpria leitura e estilo herana surrealista francesa, como atesta "A Loba" (The She-Wolf). Ele tambm descarta as imagens fantsticas do grupo europeu, priorizando as abstraes. "Retrato e um Sonho", de 1953, outra obra representativa do artista. Morto em acidente em 1956, Pollock considerado um dos principais nomes da pintura norte-americana. Um dos aspectos mais curiosos ligados sua personalidade era a maneira como realizava suas obras: estendia a tela no cho, utilizando-se de varas, facas, colheres de pedreiros, gotejamento de lquidos e at areia, com a finalidade de tornar-se parte integrante de sua obra e fazer com que "a vida" da pintura "viesse tona" (da o conceito de Action Painting). A expanso do termo O termo expressionismo abstrato, entretanto, acabou ainda sendo aplicado obra de artistas como Willem de Kooning (nascido na Holanda) e Mark Rothko (nascido na Rssia). Nem o primeiro possui uma obra considerada totalmente abstrata, nem o segundo uma obra considerada expressionista ( menos agitada que a de seus colegas americanos, sendo chamada de color field painting e no de action painting). O Tachismo, ou a marca deixada pelo pincel, baseada na caligrafia oriental (em especial a chinesa), tambm teve grande influncia sobre o Expressionismo Abstrato.

TACHISMO s.m. Uma das tendncias da pintura abstrata dos anos 50, caracterizada pela projeo de manchas e formas como que caligrficas feitas com as bisnagas de tinta diretamente sobre o suporte do quadro (Mathieu, Degottex, Wols etc.). Fauvismo

Fauvismo o nome dado tendncia esttica na pintura que buscou explorar ao mximo a expressividade das cores na representao pictrica. O fauvismo teve origem no final do Sculo 19, ao contar com precursores como Paul Gauguin e Vincent Van Gogh. O estilo destes dois artistas, que trabalharam juntos no mesmo ateli, guardava semelhanas e foi imitado pelos chamados fauvistas principalmente no uso exacerbado das cores agressivas e a representao plana, que imprimia grande teor dramtico representao pictrica. A tendncia fauvista no s revolucionou o uso das cores na pintura moderna como foi uma das origens dos posteriores movimentos de ruptura esttica nas artes plsticas. O termo fauvismo, na verdade, teve origem a partir das observaes corrosivas do crtico de arte Louis Vauxcelles aps ter visitado uma mostra de pinturas de vrios artistas, entre eles Henry Matisse. Vauxcelles utilizou a expresso Les Fauves ao se referir aos artistas. O uso pejorativo da expresso, que pode significar os animais selvagens, prevaleceu nas crticas imediatamente posteriores. Apesar da negao do rtulo e dos protestos pelos artistas integrados nova tendncia, que no chegaram a lanar nenhum manifesto terico de afirmao e nomeao da sua linha esttica, o termo fauvismo acabou permanecendo, talvez indevidamente, nos estudos da histria da arte. Tendo curto perodo de existncia, o que caracterizaria os movimentos vanguardistas posteriores, o fauvismo reuniu sob a liderana de Matisse pintores como Georges Braque, Andre Derain, Georges Roualt, Kees van Dongen e Raoul Dufy. BRAQUE (Georges), pintor francs (Argenteuil, 1882 - Paris, 1963). Iniciador do cubismo, com Picasso, autor de naturezasmortas. DERAIN (Andr), pintor francs (Chatou, 1880 Garches, 1954). Um dos principais representantes do fauvismo. DUFY (Raoul), pintor, gravador e decorador francs (Le Havre, 1877 Forcalquier, 1953). Impressionista a princpio, mais tarde influenciado por Toulouse-Lautrec, e pelo fauvismo, destacou-se tambm como gravador (Bestirio) e em trabalhos de tapearia (Caador). Distinguiu-se sobretudo com A fada Eletricidade, vasta decorao para o pavilho da Eletricidade, na Exposio Internacional de 1937 (Paris). Futurismo

Um envolvimento na poltica da Itlia O futurismo foi um movimento fundado pelo poeta italiano Fillippo Tomasso Marinetti, que redigiu um manifesto e tentou espalh-lo em 1909. MARINETTI (Filippo Tommaso), escritor italiano (Alexandria, 1876 - Bellagio, 1944), iniciador do movimento futurista, cujo manifesto publicou no jornal parisiense Le Figaro (20 de fevereiro de 1909). Nesse manifesto, j proclamava o fim da arte passada e a ode arte do futuro (futurismo, da o nome do movimento). Com implicaes polticas, buscava tornar a Itlia livre do peso de sua histria e inser-la no mundo moderno. A dinmica o centro da arte Ao poeta juntaram-se outros artistas - principalmente poetas e pintores - como Umberto Boccioni (1882 - 1916), Carlo Carr (1881 - 1966), Giacomo Balla (1871 - 1958), Luigi Russolo (1885- 1947) e Gino Severeni (1883 - 1950). BOCCIONI (Umberto), pintor e escultor italiano (Reggio di Calabria, 1882 - Verona, 1916), importante no movimento futurista. CARR (Carlo), pintor italiano (Quargnento, 1881 - Milo, 1966). Militou no futurismo, nos metafsicos, mas regressou s tradies nos anos 20. Participou das Bienais de So Paulo com destaque em sala especial. Em abril de 1910 era lanado um manifesto da pintura futurista, seguido por um manifesto da escultura futurista em 1912 e um livro sobre seus objetivos em 1914 (Pinttura,Scultura Futurista, Milo) os dois ltimos escritos por Boccione. O movimento, a velocidade, a vida moderna, a violncia, as mquinas e a quebra com a arte do passado eram as principais metas do futurismo. Somente a forma e a cor no mais bastavam para representar o dinamismo moderno, como se l no manifesto de 1910:

Deve ser feita uma limpeza radical em todos os temas gastos e mofados a fim de se expressar o vrtice da vida moderna uma vida de ao, febre, orgulho e velocidade vertiginosa. At 1912, as influncias maiores na maneira como davam formas artsticas s suas idias era a dos impressionistas e psimpressionistas, artistas que j apresentavam certa preocupao em representar o dinamismo. O mundo moderno e a velocidade Aps 1912, uma exposio em Paris marca a hegemonia da influncia cubista sobre a arte do grupo. Os artistas futuristas deparavam-se com o srio problema de representar a velocidade em objetos parados. As solues normalmente foram a representao de seres humanos ou animais com mltiplos membros dispostos radialmente e em movimento triangular. Foras mecnicas ou fsicas eram fontes temticas bastante freqentes, em especial nos primeiros trabalhos futuristas. Automvel e Rudo, de Balla ou O que o Bonde me contou, de Carr, so bons exemplos desses quadros. Talvez Boccioni, uma das principais foras do futurismo, tenha sido o artista mais bem-sucedido na representao da velocidade. Formas nicas de Continuidade no Espao transmite o efeito de projeo no espao, diferenciando-se, de acordo com Herbert Read, em Histria da Pintura Moderna, do vigor dinmico barroco, por no mais gravitar em torno de si). A influncia das guerras nos movimentos artsticos A Primeira Grande Guerra Mundial e a morte de Boccioni em 1916, ferido no conflito, foram golpes decisivos no movimento futurista que acabou se dissolvendo. Entretanto, os futuristas deixaram contribuies importantes para a arte do Sculo 20, seja no futurismo russo, composto por artistas como Malevitch, ou no dadaismo. MALEVITCH ou MALIEVITCH (Kazimir), pintor russo (Kiev, 1878 - Leningrado, 1935). Precursor da arte abstrata, exps, j em 1918, seu quadro intitulado Quadrado branco sobre fundo branco. Tambm teve grande influncia para artistas importantes como Marcel Duchamp e Robert Delaunay em atent-los para a representao do movimento que acabaria marcando os estilos caractersticos dos artistas. DUCHAMP (Marcel), pintor francs (Blainville, 1887 Neuilly-sur-Seine, 1968). Inicialmente influenciado pelo cubismo, teve depois participao importante no movimento dad e no surrealismo. Tendo-se fixado nos E.U.A., dedicou-se "antiarte" e em 1914 criava o primeiro ready-made. Suas pesquisas viriam a exercer influncia na "pop-art". DELAUNAY (Robert), pintor francs (Paris, 1885 Montpellier, 1941). A seu ver, o quadro devia ser uma organizao rtmica baseada numa seleo de planos coloridos. De qualquer forma, ambos se situaram entre os pioneiros a chamar a ateno para a nova vida que se punha frente do a essa nova vida (como as mquinas). Estilo Gtico

Mexendo com os alicerces da arte clssica O termo gtico foi criado pelos renascentistas para denominarem um tipo de arquitetura compreendida por eles como brbara, uma vez que destronou a arte clssica. Acabou sendo aplicado tambm para a escultura, pintura e ornamentao do perodo em que as obras arquitetnicas foram construdas, apesar de ser considerada, por alguns crticos, como uma denominao no precisa. Entretanto, o termo, hoje em dia, j perdeu o sentido depreciativo que os renascentistas quiseram imprimir-lhe. O gtico refere-se a um determinado perodo que se inicia com um estilo arquitetnico revolucionrio, o qual durou do Sculo 12 ao 14 na maioria da Europa. Em alguns lugares, continuou persistindo at o Sculo 16 e, isoladamente, continuou-se a praticar a arte at o Sculo 18. O Romantismo deu nova vida ao Gtico A expresso utilizada ainda para a pintura e escultura do perodo, desde que possuam determinadas caractersticas, ligadas ou no arquitetura. O Romantismo, com seu ideal de retorno ao passado, acabou por trazer de volta o estilo, em meados do Sculo 18.

O perodo em que a arquitetura gtica prevaleceu na Europa, principalmente nos pases nrdicos, pode ser considerado o ponto culminante da Idade Mdia, com a Igreja triunfante. ainda a poca de desenvolvimento da escolstica de S. Toms de Aquino e do aparecimento das universidades. O Gtico na pintura e na escultura A simbologia da arte do perodo gtico, como exemplifica as esculturas acima descritas, riqussima em elementos que atestam a f dos homens de ento. Alm de se tornar visvel na escultura, essa simbologia aparece tambm nos vitrais coloridos, nas pinturas e nas ilustraes de manuscritos. E exatamente entre as ilustraes de manuscritos, na maioria das vezes relacionados temas bblicos, que encontramos o melhor da pintura gtica. Esses ornamentos costumam ser extremamente coloridos, brilhantes e cheios de smbolos. Na Biblioteca Nacional de Paris podem ser encontradas boas amostras dessas ilustraes, como "Bibles Moralise" que so a histria da bblia com comentrios de natureza moral. Os vitrais multicoloridos tambm so bastante representativos da arte gtica, principalmente se levada em conta a extrema importncia da luz nas igrejas. A luz, ao entrar pelas janelas, assume as cores dos vitrais e cintila, contribuindo para a atmosfera espiritual desses lugares. Impressionismo

A impresso do momento O nome Impressionismo, como tantos outros exemplos na Histria da Arte (os termos gtico ou maneirismo, por exemplo), inicialmente teve um cunho pejorativo. Foi um rtulo colocado ao trabalho de um grupo de artistas que, de acordo com os crticos da poca, acreditavam na impresso do momento como algo to importante que se bastava por si mesa, dispensando as tcnicas tradicionais acadmicas. Esses artistas realizaram inmeras exposies em Paris entre 1874 e 1886, porm, sua aceitao pelo pblico foi lenta e sofrida, pela incompreenso ao trabalho realizado. Ridicularizados inicialmente pela crtica por no seguirem a tradio pictrica que vinha sendo solidificada desde o renascimento, acabaram por, paulatinamente, obter o respeito e aceitao de suas novas tcnicas por parte do pblico. E, como acontece em muitas ocasies, a crtica foi a reboque dos acontecimentos. A busca da imagem ao natural Os objetos retratados ao ar livre, sob a luz natural, eram bastante valorizados pelos impressionistas. O volume e solidez, caractersticas que a pintura tradicional pregava como fundamentais para uma obra de arte existir, comearam a ser desrespeitados, abrindo caminho para as vanguardas estticas do Sculo 19. Quanto fidelidade com o objeto retratado, no se pode dizer que os impressionistas no a desejassem, mas buscavam essa fidelidade sua maneira. Com efeito, os impressionistas faziam suas pinturas fora das convenes artsticas, mas, de preferncia, sob os efeitos do olhar e das mudanas da luz diria. Nesse sentido pode-se dizer que so descendentes do Realismo. As cores eram de fundamental importncia para o grupo, elemento extremamente expressivo em sua arte. A importncia do pincel na formulao da obra A frescura da impresso que um objeto causava ao artista deveria ser captada pelas pinceladas. Os objetos retratados seriam aqueles percebidos pela viso como paisagens, retratos, cenas do cotidiano. Duas influncias foram fundamentais para o movimento: as estampas japonesas que popularizam-se na Europa no final do Sculo 19, com seu desrespeito perspectiva e s normas de composio da academia ocidental - suas formas repletas de vida encantavam os impressionistas - e a inveno da fotografia. Monet e Pissarro Claude Monet (1840 - 1926) considerado o fundador do Impressionismo. So famosas suas pesquisas em cima dos ideais impressionistas, como a representao de um objeto em diferentes horas do dia e sob diferentes luzes.

Camille Pissarro (1831 - 1903), com sua nfase no mtodo e o forte efeito que seus quadros exprimem por terem sido executados quase que acidentalmente, foi outra grande influncia para importantes nomes impressionistas. Foi um dos pintores que mais ajudou, com sua obra e formulaes tericas, a aceitao por parte da opinio pblica do conceito de que a viso do artista interfere na percepo da obra. Um bom exemplo de seu trabalho pode ser dado por O Boulevard des Italiens, Manh de Sol, com suas figuras indistintas. Mulheres na pintura impressionista Berthe Morisot e Mary Cassat eram as duas mulheres que faziam parte do grupo impressionista. MORISOT (Berthe), pintora francesa (Bourges, 1841 - Paris, 1895), cunhada de Manet. Praticou um impressionismo elegante. CASSATT (Mary), pintora e gravadora norte-americana (Pittsburgh, 1844 - Le Mesnil, Frana, 1926). Radicada em Paris, foi amiga de Degas, que a orientou. Juntou-se aos impressionistas da escola de Paris e ganhou reputao internacional. Acredita-se que tenha sido Morisot quem levou Edouard Manet, seu cunhado, ao Impressionismo. exemplo da obra de Morisot, a Vista de Paris do Trocadero, em que retrata a cidade baseando-se na vista de cima. Cassat, por sua vez, era uma das artistas do conjunto cuja influncia das estampas japonesas era mais ntida em seu trabalho. Seus trabalhos versavam sobre temas domsticos, tratados de forma simples e direta. O Banho uma boa amostra deles. Renoir e Degas Pierre Auguste Renoir e Edgar Degas so outros dois importantes nomes do movimento. Merece citao especial o nome de douard Manet (1823 - 1883), que, apesar de nunca ter exposto com os impressionistas, realizava algumas de suas pinturas obedecendo a esse estilo. Sua carreira passou por diversas fases e costuma ser considerado tanto um pintor impressionista como realista. Antes de os impressionistas comearem a expor, Degas j havia quebrado as regras de pintura acadmica, obtendo aceitao da crtica um pouco antes de seus companheiros. Sua obra O Balco, com damas de cabeas quase que planas, valorizando as imagens como realmente percebidas pelo olhar e no como deveriam ser tecnicamente, chocou inicialmente a opinio pblica, quando exposta, em 1869. Alm das fronteiras Alm da Frana, o Impressionismo acaba se espalhando por outros pases. Destaques so americanos como Childe Hassam (1859-1935), Maurice Prendergast (1859-1924) e James Abbott McNeill Whistler (1834-1903), este ltimo, um dos primeiros artistas ocidentais a perceber o valor das estampas japonesas. WHISTLER (James), pintor norte-americano (Lowell, 1834 - Londres, 1903). Autor de retratos e quadros de estilo prximo ao dos impressionistas. Alm disso, o Impressionismo foi ponto de partida para inmeros artistas desenvolverem seu estilo prprio. Exemplos podem ser dados por Toulouse-Lautrec, Van Gogh e Paul Czanne. Maneirismo

Turbulncia na arte Aps o aparecimento de Leonardo Da Vinci, Rafael e Michelangelo, muitos artistas italianos tentaram buscar uma nova arte, contrria aos princpios da alta renascena. Trata-se de uma arte mais turbulenta, em que se buscavam idias novas, invenes que surpreendessem, inslitas, cheia de significados obscuros e referncias alta cultura. Acredita-se que tenha sido influenciada ainda pela contra-reforma catlica e pelo clima de inquietao do momento. Ligao entre a Renascena e o Barroco O estilo artstico que da decorre recebe o nome de maneirismo e faz a passagem entre a alta renascena e o barroco, apresentando alguns elementos ora mais prximo de uma escola, ora de outra. Seu perodo estende-se de mais ou menos 1520 ao fim do Sculo 16. O termo maneirismo, derivando da palavra italiana maneira (estilo), pode nos dar mais informaes sobre esse tipo de arte.

Ele era utilizado pelo pintor, arquiteto e terico de histria da arte da poca, Vassari, no sentido de graa, sofisticao, estabilidade, elegncia. Por extenso, a denominao prosseguiu para a arte anloga realizada pelo artista. De aceitao difcil Entretanto esse novo estilo foi visto com desconfiana pelos crticos at o nosso sculo. Eles consideravam-na uma arte menor, uma falha de compreenso por parte dos artistas da poca sobre a arte dos grandes mestres, imitaes sem alma. O prprio termo maneirismo era relacionado ao mau gosto e excesso. Entretanto, mais ou menos no perodo entre as duas guerras mundiais, os artistas de ento passaram a ser melhor compreendidos e admirados pelos crticos. Artistas que se destacaram Entre as obras de Giorgio Vassari (1511 - 1574), esto os afrescos do grande salo do Palazzo della Cancelleria, em Roma, mostrando a vida do papa Paulo 3). Entretanto, ele mais conhecido por seu livro "A Vida dos Artistas" - uma das principais fontes de informaes sobre a Itlia Renascentista e por seus conceitos e opinies artsticas que acabaram por pautar, durante longo tempo, o trabalho dos crticos e historiadores de arte que o seguiram. Dentro do maneirismo, so colocados vrios artistas que desenvolveram atividades no perodo e grande a diversidade das obras. Entretanto, podemos destacar outros nomes importantes que ajudaram na " formao" da escola (que at hoje no se encontra muito clara para os pesquisadores). Alm de Vassari,, j mencionado, destacam-se Rosso Fiorentino (1494 - 1540) e Jacopo Pontormo (1494 - 1557), na pintura; Benvenuto Cellini (1500 - 1571) e Giovanni da Bologna (1529 - 1608), na escultura; e Giulio Romano (1492 - 1546), na arquitetura. PONTORMO (Jacopo CARRUCCI, dito o), pintor italiano (Pontormo, 1494 - Florena, c. 1556). Aps inspirar-se com brilho em Miguel ngelo e Drer, executou composies cada vez mais desordenadas. CELLINI (Benvenuto), escultor e ourives italiano (Florena, 1500 - id., 1571). Francisco I o atraiu sua corte. Suas obrasprimas so a esttua de Perseu (Florena, Loggia dei Lanzi), a Ninfa de Fontainebleau (baixo-relevo, Louvre) e o clebre saleiro de Francisco I (Museu de Viena, ustria). Deixou importantes Memrias. ROMANO (Giulio PIPPI, dito Jlio), arquiteto e pintor italiano (Roma, 1492 ou 1499 - Mntua, 1546). Aluno de Rafael, construiu e decorou o palcio do Te, em Mntua. A Escola Veneziana Mas talvez seja na Escola Veneziana que podemos encontrar o maior mestre do perodo: o pintor Tintoretto (Jacopo Robustini; 1518 - 1594). TINTORETO (Jacopo ROBUSTI, dito Il), pintor italiano (Veneza, 1518 - id., 1594). Produziu grande nmero de obras de temas histricos ou religiosos, notveis pelo arrebatamento inventivo e vigor do colorido. Suas principais obras esto no Palcio dos Doges e na Scuola di San Rocco, em Veneza. Enquanto grande parte dos artistas do perodo contentava-se em imitar os mestres, ele utilizou-se de maneira extremamente pessoal e crtica o aprendido com suas maiores influncias: Michelngelo e Ticiano. Era conhecido por sua grande imaginao, por sua composio assimtrica e por produzir grandes efeitos dramticos em suas obras. Para obter os resultados, s vezes, sacrificava at as bases da pintura desenvolvida por seus antecessores (como, por exemplo "a suave beleza" de Giorgione E Ticiano). Seu quadro So Jorge e o Drago, retratando o auge da batalha entre as duas figuras, atravs de um jogo de luz e tonalidades, produzem grande tenso. Em alguns pases da Europa, principalmente na Frana, Espanha e Portugal, o maneirismo foi o estilo italiano quinhentista que mais se adaptou prpria cultura desses pases, encontrando mais seguidores que a prpria arte da alta renascena. Minimalismo

Um quadro de 1913 do pintor russo Kasimir Malevitch que mostra um quadrado preto sobre um fundo branco serviu como ponto de partida, meio sculo depois, para o desenvolvimento do minimalismo na arte.

Movimento das artes visuais e da msica que representa o pice das tendncias reducionistas na arte moderna, o minimalismo surgiu em Nova York no fim da dcada de 1960. Caracteriza-se pela extrema simplicidade de formas e pela abordagem literal e objetiva dos temas. As primeiras manifestaes dos escultores e pintores minimalistas nasceram de sua insatisfao com a action painting, ramo do expressionismo abstrato que dominou a arte americana de vanguarda durante grande parte da dcada de 1950. Os minimalistas consideravam a action painting, de trao intuitivo e espontneo, muito personalista e sem substncia. Defendiam que a obra de arte no deveria referir-se a outra coisa a no ser a si prpria e, em seus trabalhos, evitaram associaes extra-visuais. Formas geomtricas simples e monumentais feitas de fibra de vidro, plstico ou metal caracterizam a escultura minimalista, entre cujos expoentes esto Donald Judd, Carl Andre, Dan Flavin, Tony Smith, Anthony Caro, Sol LeWitt, John McCracken, Craig Kaufman, Robert Duran e Robert Morris. Na pintura, que difere de outras abstraes geomtricas por rejeitar composies lricas e matemticas, consideradas meios de expresso pessoal do artista, destacaram-se Jack Youngerman, Ellsworth Kelly, Frank Stella, Kenneth Noland, Al Held e Gene Davis. O movimento minimalista estendeu-se msica, e nessa rea quase se poderia dizer que teve como um de seus precursores o compositor alemo Carl Orff, em Carmina burana. Numa reao contra a sofisticao intelectual da msica moderna, os compositores passaram a adotar um estilo simples e literal, e dessa forma criaram uma msica extremamente acessvel. Na obra de La Monte Young e Morton Feldman, por exemplo, o tratamento tradicional da forma e da evoluo foi substitudo pela explorao do timbre e do ritmo, elementos musicais estranhos aos ouvintes ocidentais. Outro grupo de compositores -- Phillip Glass, Steve Reich, Cornelius Cardew e Frederic Rzewski -- foi influenciado pela msica da ndia, de Bali e da frica ocidental Muralismo

A pintura mural difere de todas as outras formas de arte pictrica por estar profundamente vinculada arquitetura. Nessa tcnica, o emprego da cor e do desenho e o tratamento temtico podem alterar radicalmente a percepo das propores espaciais da construo. Muralismo a arte da pintura mural, que engloba o conjunto de obras pictricas realizadas sobre parede. A tcnica de uso mais generalizado a do afresco, que consiste na aplicao de pigmentos de cores diferentes, diludos em gua, sobre argamassa ainda mida. Histria A pintura mural tem razes no instinto primitivo dos povos de decorar seu ambiente e de usar as superfcies das paredes para expressar idias, emoes e crenas. Entre os povos mesopotmicos, egpcios e cretenses, os murais eram empregados para decorar palcios e monumentos funerrios. Tambm foram cultivados nas civilizaes grega e romana, embora destes tenham restado poucos exemplares, entre os quais se destacam os encontrados nas runas de Pompia e Herculano. A tcnica de pintura mural tambm foi muito empregada na ndia, com brilhantes exemplos como os das cavernas de Ajanta, e na China da dinastia Ming. A nitidez da cor e a preciso do traado dos perfis caracterizaram a pintura mural da Idade Mdia e, em especial, a das construes romnicas, nas quais costumavam receber afrescos as absides e os painis laterais das igrejas, com figuras religiosas em atitude hiertica. Manifestaes importantes da arte mural romnica so as das igrejas de Berz-en-Ville, na Frana, de Oberzell e Reichenau, na Alemanha, e de Tarrasa e Tahull, na Espanha. No sculo XIII, os trabalhos de Giotto deram extraordinrio impulso pintura mural e, a partir de ento, surgiram grandes mestres dessa tcnica. No Renascimento, foram criadas algumas obras-primas do muralismo, como os afrescos da capela Sistina, por Michelangelo, e a "ltima ceia", de Leonardo da Vinci. Com o interesse progressivo por tapearias e vitrais para uso na decorao de interiores, a pintura mural entrou em decadncia no Ocidente. Excetuados os murais pintados por Rubens, Tiepolo, Delacroix e Puvis de Chavannes, houve poucas obras importantes aps o Renascimento. No sculo XX, no entanto, a pintura mural ressurgiu, com todo vigor, em trs fases principais: um gnero mais expressionista e abstrato que surgiu a partir de grupos cubistas e fauvistas, em Paris, e se manifestou nos trabalhos de Picasso, Matisse, Lger, Mir e Chagall; outro que se manifestou a partir do movimento revolucionrio mexicano; e um movimento mural de curta durao, na dcada de 1930, nos Estados Unidos.

Muralismo mexicano A tradio milenar da pintura mural, tambm praticada por algumas culturas pr-colombianas, ressurgiu nas primeiras dcadas do sculo XX no Mxico, coincidente com um movimento revolucionrio. Os artistas da poca viram no muralismo o melhor caminho para plasmar suas idias sobre uma arte nacional popular e engajada. Como manifestao genuinamente nacional, o muralismo mexicano conseguiu produzir profundo impacto no panorama pictrico mundial. As primeiras obras remontam a 1910, ano em que Gerardo Murillo, conhecido como Doutor Atl, e vrios estudantes da Academia de So Carlos organizaram uma exposio de arte e se propuseram decorar com murais o anfiteatro da Escola Preparatria, na Cidade do Mxico. Ao deflagrar-se a revoluo, o projeto foi interrompido, mas as bases do movimento artstico j tinham sido assentadas. Trata-se de uma arte monumental e poltica, elaborada por artistas combativos, e aberta a todo o povo. Seus cultores pretendiam tambm revalorizar a cultura pr-hispnica. Essas idias foram expostas num manifesto redigido em 1921 pelo pintor David Alfaro Siqueiros. Na mesma poca regressava ao Mxico Diego Rivera, que tivera contato direto com a vanguarda artstica europia e se impressionara profundamente com os afrescos renascentistas italianos. A situao poltica do Mxico e seu acervo histrico pr-colombiano e colonial inspiraram a temtica da maioria dos murais. Na maior parte das composies estavam representados indgenas, conquistadores espanhis, camponeses, operrios, polticos e revolucionrios. Siqueiros e Rivera, junto com Jos Clemente Orozco, dominaram a pintura muralista mexicana. Orozco era o mais manifestamente expressionista dos trs e entre seus temas figuram a conquista e a evangelizao do pas. A obra de Rivera, o mais conhecido internacionalmente, tem como temas mais freqentes o indigenismo, a industrializao e a histria do Mxico. Siqueiros, o mais revolucionrio e inconformista, imprimiu a sua obra uma exaltao da liberdade e um sentido anti-capitalista. Naturalismo Esse termo normalmente refere-se a trabalhos de arte baseados na observao dos objetos que representam e no em estilizaes ou conceitos pr-forjados a respeito dos mesmos. Em seu sentido mais amplo, seria a aproximao mxima realizada pelo artista entre a obra e a natureza daquilo que pretendia ser representado. Entretanto, uma obra em que no pode ser observada uma rgida preocupao em descrever algo com o mximo de detalhes verossmeis, ainda assim, em alguns casos, pode ser considerada naturalstica, se apresentar coerncia com o aspecto geral. Os gregos so os primeiros a receberem a denominao de naturalistas na Histria da Arte, principalmente devido a sua produo do Perodo Clssico. Apesar da idealizao de uma beleza fsica, conhecida como padro de beleza clssico, suas obras so baseadas no estudo e na observao das estruturas do corpo humano. A idealizao, portanto, no aparece aqui como antnimo de naturalismo. Os renascentistas italianos tambm so conhecidos pelo naturalismo em suas obras, uma vez que esse era um dos padres estticos da arte grega que pretendiam resgatar. Alm disso, costuma-se usar a expresso arte naturalista em oposio arte abstrata, ou como sinnimo de realismo (notese que realismo, quando em letra maiscula, refere-se a uma escola presente na Histria da Arte e nesse sentido, no correto o uso indistinto dos dois termos). Pode ainda referir-se a uma escola pictrica determinada. Nesse caso designada para nomear os caravaggistas, artistas bastante influenciados pelo estilo do italiano Caravaggio, que fazia questo de ressaltar em suas obras a verossimilhana, independente de um resultado final agradvel. CARAVAGGIO (Michelangelo [Miguel ngelo] AMERIGHI, ou MERISI, dito), pintor italiano (Caravaggio, 1573 - Porto Ercole, 1610). Dramatizou o realismo de sua viso, recorrendo a poderosos contrastes de sombra e de luz. Sua influncia foi considervel. O crtico de arte e colecionador italiano Giovanni Pietro Bellori (1615 - 1696), conhecido por seus estudos do perodo barroco, foi o primeiro a utilizar-se desse termo pretendendo designar essa escola. Neoplasticismo

Neoplasticismo foi a denominao dada pelo artista Piet Mondrian (1872-1944), para um estilo de arte baseado na abstrao geomtrica, que acabou se tornando uma de suas principais caractersticas.