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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM CURSO DE ENFERMAGEM MONOGRAFIA THAYSA GRASIELY SOUSA DE OLIVEIRA HIPERTENSÃO ARTERIAL: TECNOLOGIA EDUCATIVA ONLINE ACESSÍVEL À CEGOS E VIDENTES FORTALEZA 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

CURSO DE ENFERMAGEM

MONOGRAFIA

THAYSA GRASIELY SOUSA DE OLIVEIRA

HIPERTENSÃO ARTERIAL: TECNOLOGIA EDUCATIVA ONLINE ACESSÍVEL À

CEGOS E VIDENTES

FORTALEZA

2019

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THAYSA GRASIELY SOUSA DE OLIVEIRA

HIPERTENSÃO ARTERIAL: TECNOLOGIA EDUCATIVA ONLINE ACESSÍVEL À

CEGOS E VIDENTES

Monografia apresentada ao Curso de

Enfermagem do Departamento de Enfermagem

da Universidade Federal do Ceará, como

requisito parcial para obtenção do Título de

Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Prof.ª Dra. Cristiana Brasil de

Almeida Rebouças.

Co orientadora: Prof.a Dra. Lorita Marlena

Freitag Pagliuca.

Fortaleza

2019

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THAYSA GRASIELY SOUSA DE OLIVEIRA

HIPERTENSÃO ARTERIAL: TECNOLOGIA EDUCATIVA ONLINE ACESSÍVEL A

CEGOS E VIDENTES

Monografia apresentada ao Curso de

Graduação em Enfermagem do

Departamento de Enfermagem da

Universidade Federal do Ceará, como

parte dos requisitos para obtenção do

título de Bacharel em Enfermagem.

Aprovada em: ____/____/____.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________

Prof.ª Dra. Cristiana Brasil de Almeida Rebouças (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_______________________________________________

Enfª Ms. Valéria Jane Jácome Fernandes

Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)

_______________________________________________

Enfª Ms. Morgama Mara Nogueira Lima

Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)

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Deus, fonte de inspiração e força.

A minha avó Grasiela (in memorian), por ser

exemplo de coragem, dedicação e amor.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me permitir sonhar e buscar alcançar o que eu desejo. A Jesus, por me ensinar e

conduzir a minha vida. Ao Divino Espirito Santo, por soprar em mim a força e a determinação.

A Nossa Senhora de Fátima e Santa Terezinha do Menino Jesus, por intercederem por mim.

Aos meus avós, que sempre me dedicaram amor e cuidado, em especial, minha Avó Grasiela

(in memorian), por ter me ensinado tão bem sobre força, coragem e determinação.

Aos meus pais, que me apoiaram, incentivaram e possibilitaram todas as minhas realizações,

em especial, a minha mãe, que faz dos meus sonhos prioridades, que me oferece amor e

cuidados, muito maiores do que eu possa agradecer.

A minha Tia Edna, pelo seu cuidado, zelo e presença na minha vida, o seu amor torna possível

as realizações da minha vida.

Ao meu irmão, por me dar força, apoio e calma todas as vezes que precisei.

Aos meus familiares, que são fundamentais na minha vida, pelo amor e incentivo em todas as

horas, por acreditarem em mim e me apoiarem.

As minhas amigas e amigos, por terem cuidado de mim, e me contagiado com confiança e

alegria, e pelas palavras de conforto nos momentos difíceis, em especial Ryvana, Rosângela,

Beatriz e Otávio, essa caminhada foi mais doce e prazerosa por causa de vocês.

À Professora Lorita Marlena Freitag Pagliuca, pelas orientações, apoio e estímulo na elaboração

deste trabalho. Exponho aqui minha admiração, pois és uma inspiração para mim.

À Professora Cristiana Brasil de Almeida Rebouças por aceitar ser orientadora deste trabalho,

e por sua gentileza e sensibilidade sempre presente.

À amiga Doutora Luciana Vieira, por toda a colaboração na minha formação acadêmica e neste

trabalho.

A todos os integrantes do Projeto Pessoa com Deficiência: investigação do cuidado de

enfermagem, que proporcionaram tanta aprendizagem, em especial à Thais Guerra.

Aos membros participantes da banca examinadora, pelo tempo e dedicação, pelas valiosas

colaborações e sugestões.

Aos colegas da turma, que dividiram os momentos dessa jornada, em especial a Raissa e Juliana,

que me acompanharam e partilharam comigo essa jornada.

A todos que direta ou indiretamente fizeram parte desta história!

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“Conheça todas as teorias, domine todas as

técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja

apenas outra alma humana”. (Carl Jung)

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RESUMO

Hipertensão Arterial é a doença cardiovascular que mais acomete a população brasileira, e por

isso, configura-se como grave problema de saúde pública. Pessoas com deficiência visual

possuem maiores dificuldades de acesso a informações e estão mais vulneráveis aos fatores de

risco dessa patologia. Desse modo, evidencia-se a necessidade de disponibilizar tecnologia

assistiva, que seja acessível aos cegos. Objetivou-se avaliar acessibilidade de manual educativo

online sobre hipertensão arterial para aprendizagem de cegos e videntes. Trata-se de pesquisa

metodológica, de avaliação de tecnologia. Coleta de dados ocorreu de janeiro de 2017 a março

de 2018, no domicílio dos participantes videntes e em instituições educacionais para cegos em

Fortaleza, Ceará. Participaram 117 pessoas, destes, 72 videntes e 45 cegos na avaliação do

manual sobre hipertensão por meio do QUATA. O QUATA avalia os seguintes atributos:

Objetivos, Acesso, Clareza, Estrutura e Apresentação, Relevância e Eficácia e, Interatividade.

Observou-se que todos os itens obtiveram concordância positiva, superior a 80%. Os itens que

alcançaram maior porcentagem de respostas, indicando adequabilidade foram: estímulo da

aprendizagem; busca de informações sem dificuldades; conteúdo necessário para compreensão;

organizado; desperta o interesse; interação e fácil navegação. Conclui-se que o “Manual sobre

hipertensão arterial: conheça como prevenir”, é uma ferramenta de educação em saúde, que está

acessível a cegos e videntes, e contribui para a promoção da saúde sobre Hipertensão Arterial.

Palavras-chave: Hipertensão Arterial. Pessoas com deficiência visual. Enfermagem. Inclusão

educacional. Promoção da saúde.

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ABSTRACT

Hypertension is a cardiovascular disease of higher prevalence in Brazilian population,

considered to be a severe problem in public health. Being able to see is considered a facilitation

factor to integrate in everyday activities. Blind people have greater difficulties of accessing

information and are more vulnerable to risk factors related to hypertension, if so, highlights the

need to provide accessible educational technology to the blind. The aim of this study was to

assess accessibility of an online manual on arterial hypertension for the learning of the blind

and seeing people. It consists of an evaluation study with methodological research. Data collect

took place from January 2017 to March 2018, on educational facilities for the blind and in the

homes of seeing people in Fortaleza, Ceará. Participated in the study 117 people, in which 72

are seeing people and 45 are blind, in the assessment of accessibility with the Assistive

Technology Assessment Questionnaire, it was observed that all items of the attributes such as

Objectives, Access, Clarity, Structure and Presentation, Relevance and Efficiency, and

Interactivity were found adequate with the minimum agreement of 80% by the majority of the

participants. Items with the highest percentage of positive responses were related with the

learning experience; search for information without difficulties; content needed for

understanding; organized; arouses interest; interaction and easy navigation. The manual is

concluded to be a valid and trustworthy tool in health education, is accessible to blind people,

contributing to health promotion about arterial hypertension.

Keywords: Hypertension. People with visual impairment. Nursing. Educational inclusion.

Health promotion.

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LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Percentual de concordância dos participantes em relação aos atributos que compõem

o QUATA (n=117). Fortaleza (CE), Brasil, 2018 ..................................................21

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DCV Doença Cardiovascular

EaD Educação a Distância

HAS Hipertensão Arterial Sistêmica

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IVC Índice de Validade de Conteúdo

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MAPA Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial

MRPA Monitorização Residencial da Pressão Arterial

OMS Organização Mundial da Saúde

PA Pressão Arterial

PAD

PAS

Pressão Arterial Diastólica

Pressão Arterial Sistólica

PcD

QUATA

TA

Pessoa com Deficiência

Questionário de Avaliação de Tecnologia Assistiva

Tecnologia Assistiva

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 11

2 OBJETIVO........................................................................................... 16

2.1 Geral...................................................................................................... 16

3. MÉTODO.............................................................................................. 17

3.1 Cenário do estudo................................................................................. 17

3.2 Delineamento do estudo........................................................................ 17

3.2.1 Público-alvo e amostra, critérios de inclusão e exclusão........................ 17

3.2.2 Instrumento de coleta............................................................................. 18

3.3 Coleta de dados...................................................................................... 19

3.4 Organização e análise dos dados.......................................................... 20

3.5 Aspectos éticos e legais.......................................................................... 20

4 RESULTADOS....................................................................................... 21

5 DISCUSSÃO.......................................................................................... 23

6 CONCLUSÃO........................................................................................ 26

REFERÊNCIAS.................................................................................... 27

ANEXOS .............................................................................................. 32

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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, a Hipertensão Arterial Sistêmica é a doença cardiovascular (DCV) que

mais acomete a população, configurando-se como um grave problema de saúde pública

(FIGUEIREDO e CASTRO, 2015). Essa patologia, pode ser assintomática durante muito

tempo (BRASIL, 2006). Com frequência associa-se a alterações, tanto funcionais quanto

estruturais de órgãos-alvo, como, coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos, causando

alterações metabólicas, e aumentando o risco de eventos cardiovasculares que podem ser fatais

(DIAS, SOUZA e MISHIMA, 2016; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,

2016). Quando os mecanismos de controle da PA passam a não manter seus níveis pressóricos

adequados, e o organismo mantém níveis elevados e sustentados desenvolve-se a chamada

Hipertensão Arterial Sistêmica (DIAS; SOUZA; MISHIMA, 2016).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima a população

brasileira em 208.494.000 habitantes, destes, 32,5%, cerca de 36 milhões de indivíduos adultos,

sofrem de HAS. Entre a população idosa, o percentual ultrapassa a margem dos 60%,

contribuindo direta ou indiretamente para 50% das mortes por DCV (ABEGUNDE et al, 2007;

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). Um fator alarmante, segundo o

Ministério da Saúde (2016), apenas 10% fazem o controle adequado. Isso ocorre, em sua

maioria, devido a característica assintomática da fase inicial da doença, levando a uma baixa

taxa de controle devido a negligência com o diagnóstico, e com os cuidados necessários

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).

De acordo com a 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016) a HAS é uma condição clínica multifatorial, que

tem como característica a elevação sustentada dos níveis de pressão arterial, com a PA sistólica

≥ 140 e a PA diastólica 90 mmHg. Pressão arterial (PA) é a força que o sangue aplica nas

paredes internas das artérias, ao ser projetado do coração para todo o corpo. É classificada como

sistólica e diastólica. Sistólica é a pressão máxima que o sangue exerce nas paredes dos vasos

no momento da contração do coração, sístole, ou seja, é a pressão do sangue ao ser expulso do

coração para as artérias. PA diastólica é a menor pressão no momento do relaxamento do

coração, diástole, sendo assim, é a pressão que ocorre durante o momento em que o coração

está sendo preenchido por sangue (SOUZA,2012). A PA é controlada por vários sistemas

corporais, sendo os principais mecanismos os neurais, hormonais, renais e de trocas de líquidos

(RIELLA, 2003 e BARROS et al. 2007, SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,

2016).

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A HAS diferencia-se em primária e secundária. A primária não tem causa específica

identificada, já a secundária é consequência de uma doença de base, que causa alterações dos

níveis pressóricos. Destaca-se nesse cenário, as nefropatias, o diabetes mellitus, apneia

obstrutiva do sono, tumores que acometem as glândulas suprarrenais e estenose de artérias

renais (GUYTON, 2017; SOUZA, 2012).

Para realizar o diagnóstico clínico da HAS é preciso realizar aferições da PA, no

consultório de atendimento em saúde e/ou em ambiente domiciliar. Em consultórios, a aferição

pode ser realizada por médicos e profissionais da saúde, capacitados para essa atividade. Em

ambiente domiciliar, a aferição obedece a protocolo do Ministério da Saúde, denominado

Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) ou da MAPA de 24 horas,

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016; BRASIL, 2013; PARATI et al.,

2010; O’BRIEN et al., 2013).

O MRPA, baseia-se na obtenção de pelo menos três aferições no período da manhã,

com no mínimo um minuto entre elas, antes do desjejum e da tomada da medicação, e mais três

a noite, sendo elas, antes do jantar, por cinco dias consecutivos; outro método de averiguação

é realizar duas aferições em cada período (matutino e noturno) durante sete dias. São tidos como

fora do padrão de normalidade os valores de PA ≥ 135/85 mmHg (PARATI et al., 2010;

FEITOSA e GOMES, 2005; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2011). O

MAPA de 24 horas, é um exame que possibilita o registro indireto e contínuo da PA durante 24

horas ou mais, assim, o paciente mantem a realização de suas atividades cotidianas, e também

o período de sono, são considerados fora do padrão de normalidade médias de PA de 24 horas

≥ 130/80 mmHg, vigília ≥ 135/85 mmHg e sono ≥ 120/70 mmHg (O’BRIEN et al., 2013;

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2011).

A HAS tem graus de classificações diferentes, que são estabelecidas, de acordo com

o valor verificado nas aferições. A partir de dezoito anos de idade, com medições realizadas em

ambiente domiciliar ou em consultório, são considerados níveis pressóricos normais, com PAS

≤ 120 mmHg e PAD ≤ 80 mmHg, pré – hipertensão se PAS entre 121 - 139 mmHg e PAD entre

81 – 89 mmHg. Hipertensão estágio 1, se PAS entre 140 - 159 mmHg e PAD entre 90 – 99

mmHg, hipertensão estágio 2 se PAS entre 160 - 179 mmHg e PAD entre 100 – 109 mmHg,

hipertensão estágio 3 com PAS ≥180 mmHg e PAD ≥ 110 mmHg. Existe também a Hipertensão

sistólica isolada, quando a PAS ≥ 140 mm Hg e PAD < 90 mm Hg, devendo também ser

classificada em estágios 1, 2 e 3 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).

A Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano de 1958, caracterizou a HAS

como uma condição clínica frequentemente associada a alterações metabólicas e hormonais,

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independentemente da idade dos indivíduos, com níveis acima de 160 mmHg de PA sistólica e

95 mmHg de PA diastólica. O Journal of the American College of Cardiology definiu as novas

categorias de pressão arterial como níveis normais menores que 120/80 mmHg, elevada com

sistólica entre 120-129 mmHg e PA diastólica inferior a 80 mmHg, hipertensão fase 1 com

sistólica entre 130-139 mmHg ou diastólica entre 80-89 mmHg, hipertensão fase 2 com sistólica

de pelo menos 140 mmHg ou diastólica de pelo menos 90 mmHg, e caracterizou a crise

hipertensiva, com nível sistólico superior a 180 mmHg e/ou diastólica acima de 120 mmHg

(WHELTON et al. 2017).

A prevenção e o controle da HAS são de extrema importância, assim, destaca-se a

utilização de novas estratégias e abordagens que identifiquem os indivíduos em situação de

risco, e possa intervir, oferecendo benefícios tanto para a prevenção, para o indivíduo com

hipertensão como para a sociedade (EGAN,2013; RADOVANOVIC, 2014).

Dentre os fatores de risco, os principais são a idade, pois, existe uma associação

direta entre o envelhecimento e a prevalência de HAS, sexo e etnia, sendo maior entre as

mulheres e pessoas de raça negra, excesso de peso e obesidade, consumo de sal, tabagismo,

etilismo, sedentarismo, fatores socioeconômicos, acometendo majoritariamente os com menor

nível de escolaridade e o histórico familiar de doenças cardiovasculares (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016; NAKASHIMA et al, 2015). A publicação das VI

Diretriz Brasileira de Hipertensão aponta que a prevalência global de hipertensão entre homens

e mulheres é semelhante, embora seja mais elevada nos homens até os 50 anos, e a partir dessa

idade, torna-se mais prevalente entre o sexo feminino (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CARDIOLOGIA, 2016). Essa mudança referente a mulher, estaria relacionada com alterações

hormonais provenientes do climatério e da menopausa, tornando a mulher fragilizada no

contexto cardiovascular (SILVA, OLIVEIRA, PIERIN, 2016).

Os fatores de risco se dividem em dois grupos, os modificáveis e os que não

modificáveis. Os fatores que são possíveis de modificar incluem a alimentação inadequada,

obesidade, sedentarismo, etilismo e tabagismo, já os que não são possíveis de serem

modificados pelos indivíduos, envolvem fatores genéticos, socioeconômicos, gênero, idade e

raça (NOBRE et al., 2013; SBC, 2016).

Devido alteração da função visual, as pessoas com cegueira possuem maiores

dificuldades de acesso a informações, e essas restrições podem comprometer o convívio com

outros indivíduos, com o ambiente e com as práticas voltadas ao autocuidado. E por ter uma

menor quantidade de informações, devido às restrições ao acesso, estão mais vulneráveis aos

fatores de risco, por desconhecê-los ou não saberem as práticas mais adequadas em saúde.

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As deficiências são divididas em visual, auditiva, física e mental (OMS, 2012).

Deficiência visual é a perda da visão, que pode ter sido causada por um processo de

adoecimento ou outros fatores e deve ser agrupado em categorias, de acordo com sua condição,

visto que, existem diferentes graus de visão residual (SILVEIRA et al, 2019). A perda completa

da visão, onde, o indivíduo não tem nenhuma percepção da luz ou de luminosidade, com

acuidade visual inferior a 20/400 ou campo visual abaixo de 10 graus é definida como cegueira.

A redução da capacidade de enxergar, seja de curta distância ou longa, com campo de visão

inferior a 20 graus no olho que enxerga melhor, e acuidade visual inferior a 20/60, é intitulada

baixa visão ou visão subnormal (LAPLANE; BATISTA, 2008; WORLD HEALTH

ORGANIZATION, 2002). Estima-se que existam cerca de 285 milhões de pessoas no mundo,

com deficiência visual, destas, 39 milhões são cegos e 246 possuem baixa visão (WORLD

HEALTH ORGANIZATION, 2014). No Brasil, cerca de 23,9% (aproximadamente 45,6

milhões de pessoas) se auto declararam como deficientes, destes, 3,5% referem deficiência

visual, sendo mulheres 21,4%, e homens 16,0% (IBGE, 2010).

A visão, é considerada um facilitador na integração de atividades, que podem ser

motoras, mentais ou de perspectivas e, na impossibilidade de enxergar, pode acarretar

limitações (MASINI, 1993). No entanto, a deficiência visual não torna o indivíduo incapaz de

aprender, a capacidade de desenvolvimento é preservada, se lhe forem oferecidos os meios

adequados às suas necessidades, desse modo, é necessário desenvolver estratégias que

contribuam para o desenvolvimento das capacidades individuais, adequadas as suas

necessidades (SILVEIRA et al, 2019; NUNES, 2010; SERON et al., 2012; SOUZA et al.,

2012).

A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência dentro de suas diretrizes,

destaca o aperfeiçoamento do profissional de saúde para atender de modo adequado as PcD,

através do aprimoramento de métodos de comunicação das informações de saúde por meio da

elaboração de materiais educacionais que sejam acessíveis aos usuários, de modo a através dos

processos educativos, sensibilizar os indivíduos à escolha de hábitos saudáveis (BRASIL,

2010). Diante disso, a utilização de tecnologias assistivas (TA), adaptadas às necessidades das

pessoas cegas, são relevantes nos processos de capacitação em saúde, uma vez que permite o

acesso a conteúdo educativos, com autonomia e independência, qualificados como estratégias

de educação em saúde (CARVALHO, 2018).

As TA’s, são recursos que proporcionam a ampliação de habilidades funcionais,

promovendo independência e inclusão social, podendo ser através da comunicação, da

mobilidade, do controle do ambiente, habilidades de aprendizado, trabalho e integração com a

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família, amigos e sociedade vidente (SARTORETTO; BERSCH, 2014). A criação de materiais

educativos hospedados no meio digital, está inserido na modalidade de Educação a Distância

(EaD) (FREITAS et al., 2012). E se tratando do público cego, os recursos precisam ser

acessíveis, podendo ser utilizado por cegos e videntes (CARVALHO, 2018).

As tecnologias dividem-se em categorias: Auxílio para vida diária, Comunicação

Aumentativa e Alternativa, Recursos de acessibilidade ao computador, Sistemas de controle de

ambiente, Projetos arquitetônicos para acessibilidade, Órteses e próteses, Adequação Postural,

Auxílios de mobilidade para surdos ou com déficit auditivo, Adaptações em Veículos, Recursos

para o esporte e lazer (BERSCH 2008).

Nesse aspecto, a inserção de tecnologias que promovam educação em saúde

consolida-se como uma possibilidade para as melhorias da educação, da promoção da saúde,

do empoderamento do conhecimento pelos indivíduos, conduzindo-os para a aquisição de

habilidades nos cuidados à saúde (BARROS et al., 2012). A atuação do enfermeiro como

educador em saúde, é essencial, singular e necessária, pois, participa desde os programas de

detecção precoce até o desenvolvimento de estratégias para garantir adesão ao tratamento, e

favorecer a prevenção da HAS (COSTA, 2014).

No presente estudo, será realizado um recorte de tese, intitulada “Manual educativo online

acessível sobre Hipertensão Arterial: Avaliação da Aprendizagem de Cegos e Videntes”, onde a autora

participou como colaboradora na coleta de dados, enquanto bolsista de iniciação científica inserida no

grupo de pesquisa “Pessoa com Deficiência: Investigação do Cuidado de Enfermagem”, da

Universidade Federal do Ceará. Foi utilizado o formato manual para disponibilização dos elementos

educativos sobre a prevenção da hipertensão arterial. Desse modo, apresenta-se a seguinte questão

norteadora: A tecnologia educativa do tipo manual com enfoque na prevenção da HAS, é capaz

de ser acessível e contribuir sobre a temática em questão?

A relevância deste estudo evidencia-se pela necessidade de disponibilizar

tecnologia educativa na temática de hipertensão, com conteúdo atualizado, que seja acessível

aos cegos, na busca por promover o conhecimento, favorecer a aprendizagem e possibilitar a

escolha de hábitos saudáveis para promoção da saúde, contribuindo para o empoderamento nos

cuidados a saúde das pessoas com deficiência visual e videntes.

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2 OBJETIVO

2.1 Geral

Avaliar acessibilidade de manual educativo online sobre hipertensão arterial

sistêmica para cegos e videntes.

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3 MÉTODO

3.1 Cenário do estudo

Este estudo, é um recorte da tese, intitulada “Manual sobre hipertensão arterial:

conheça como prevenir”, construído por Carvalho (2018), para cegos e videntes. Seguiu as

etapas de referencial metodológico, proposto por Falkemback (2005), que auxilia a construção

de tecnologias digitais. O conteúdo do Manual foi construído, tendo como base a adaptação de

um curso online sobre hipertensão (CARVALHO, 2015). O Manual possui seis módulos

didáticos, que são: O que é hipertensão arterial; Estágios da hipertensão arterial; Como se

adquire a hipertensão arterial; Medição da pressão arterial; Consequências da hipertensão

arterial no organismo e, Como prevenir a hipertensão arterial, que têm os subtópicos Manter a

alimentação saudável; Realizar atividade física; Controlar o peso e, Evitar o consumo de

bebidas alcoólicas e fumo. Foram construído também os instrumentos pré e pós-teste, com

afirmativas de níveis de conhecimento de baixo, médio e alta complexidade, elaboradas a partir

do conteúdo dos módulos da TA, a opção de resposta eram verdadeiro ou falso, seguindo

critério de acessibilidade, que indica que, para cegos os materiais devem conter perguntas e

respostas curtas (BRASIL, 2011). Cada instrumento foi estruturado com 15 afirmativas, tendo

cinco perguntas para cada nível de complexidade. Todas as etapas do estudo, foram submetidas

a validação com especialistas.

3.2 Delineamento do estudo

Estudo de avaliação, caracterizada por pesquisa metodológica, através da aplicação

do Questionário de Avaliação de Tecnologia Assistiva (QUATA – ANEXO B). Estudos

metodológicos são definidos como investigações dos métodos de obter, organizar e analisar

dados. Estando inseridos o desenvolvimento, validação e avaliação de instrumentos e técnicas

de pesquisa (Polit; Beck, 2011)

3.2.1 Público-alvo e amostra, critérios de inclusão e exclusão

O público-alvo para aplicação do Manual foram pessoas cegas e videntes, de ambos

os sexos. Para a estimativa da amostra utilizou-se a fórmula com os respectivos parâmetros:

probabilidade de acerto antes P1(20%), probabilidade de acerto depois P2 (40%), nível de

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significância de 0,01 (α = 0,01) e o poder do teste de 80% (β = 0,2) (esses valores de α, β

implicaram em f(α, β) = 11,7) (POCOCK, 1993). Após os cálculos estatísticos, foi definido o

tamanho de 117 participantes, sendo 72 videntes e 45 cegos, por seguir o critério de participação

de pelo menos 30% de pessoas cegas no estudo (CARVALHO, 2016).

n= P1(100 - P1) + P2(100 - P2) x f (α,β)

(P1 - P2)2

Os critérios de inclusão estabeleceram que os participantes deveriam ser maiores de 18 anos,

saber manusear computador, tendo domínio básico de informática e, exclusivamente para os

cegos, saber utilizar o Dosvox e Non Visual Desktop Access (NVDA), que são sintetizadores

de voz e leitores de tela. Quanto aos critérios de exclusão, não puderam participar do estudo,

pessoas que possuíam outra deficiência concomitante, devido o manual ter sido desenvolvido

com acessibilidade à cegos. A seleção dos participantes ocorreu através da técnica de

amostragem por conveniência, do tipo Cadeia de Referência, que surgem do processo onde

indivíduos recrutam ou indicam outras pessoas, que são conhecidos por ele (POLIT; BECK,

2011; MORRIS, 2004). Para obter a amostra, foi realizado convites nas redes sociais (para os

videntes) e divulgação nas instituições educacionais para cegos convidando-os a participarem

da pesquisa.

3.2.2 Instrumento de coleta

O Manual teve sua acessibilidade avaliada através do QUATA, que é um

instrumento que avalia a qualidade do material quanto aos objetivos, acesso, clareza, estrutura

e apresentação, relevância e eficácia, interatividade.

No atributo objetivos foram avaliados quatro itens: relaciona o conteúdo abordado

no seu dia a dia; esclarece as dúvidas sobre o conteúdo; estimula aprendizagem sobre conteúdo;

estimula aprendizagem de novos conceitos ou fatos. No atributo acesso foram avaliados dois

itens: permite buscar informações sem dificuldades; disponibiliza os recursos adequados e

necessários para sua utilização.

No atributo clareza foram avaliados três itens: apresenta informações necessárias

para melhor compreensão do conteúdo; o conteúdo da informação está adequado às suas

necessidades, apresenta as informações de modo simples. No atributo estrutura e apresentação

foram avaliados dois itens: apresenta o conteúdo de forma organizada; possui estratégia de

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apresentação atrativa. No atributo relevância e eficácia avaliou-se os itens: permite-lhe refletir

sobre o conteúdo apresentado; desperta interesse para utilizá-la; estimula mudança de

comportamento; e reproduz o conteúdo abordado em diferentes contextos.

No atributo interatividade, os participantes avaliaram a cartilha por meio de três

itens: oferece interação, envolvimento ativo no processo educativo; possibilita navegar sem

dificuldades pelos links apresentados; fornece autonomia ao usuário em relação à sua operação.

Os atributos são pontuados, de acordo com a Escala de Likert: 0 - Inadequado:

tecnologia não atende a definição do item; 1 - Parcialmente adequado: tecnologia atende

parcialmente a definição do item e 2 - Adequado: tecnologia atende a definição do item. No

final do instrumento é possível realizar comentários e/ou críticas ao material, em um espaço

destinado a isso (GUIMARÃES; CARVALHO; PAGLIUCA, 2015).

3.3 Coleta de dados

O estudo ocorreu no período de janeiro de 2017 a março de 2018. Aplicação da

tecnologia realizada de modo presencial com os participantes. Com os videntes, foi realizado

encontro na casa dos mesmos. A aplicação com os participantes cegos, ocorreu na biblioteca de

duas instituições educacionais públicas, voltados para o ensino de pessoas com deficiência

visual. Para a coleta de dados, foram utilizados três computadores, que possuíam os programas

Dosvox e NVDA, de modo que, cada participante escolhia o leitor de tela que tivesse mais

familiaridade de manuseio, todos localizados em Fortaleza – Ceará.

A aplicação do manual e avaliação da acessibilidade através do QUATA, durou

cerca de 15 minutos para cada participante. Cada item do questionário era lido para o

participante cego pela pesquisadora ou colaboradora e solicitado ao mesmo que atribuísse nota

conforme sua avaliação. Já os participantes videntes, realizavam a leitura do instrumento de

modo individual. No início ocorria o preenchimento do instrumento, com a caraterização dos

participantes do estudo. A aplicação do instrumento de avaliação ocorria ao final da utilização

do Manual e preenchimento do pós-teste.

Page 22: Hipertensão Arterial Tecnologia Educativa Online Acessível ...

20

3.4 Organização e análise dos dados

Os dados do QUATA foram organizados em planilha no Excel, e analisados através

do programa IBM SPSS Statistics versão 20.0. Para avaliar acessibilidade com o instrumento

QUATA foi realizado o cálculo por meio do Índice de Validade de Conteúdo (IVC). A

validação do manual foi considerada mediante concordância mínima de 0,80 (80%) nos itens

avaliativos. Adotou-se nível de significância de 5% para os cálculos estatísticos

(ALEXANDRE; COLUCI, 2011).

Foi realizado análise por meio do Índice de Validade de Conteúdo (IVC), que é a

medida da porcentagem entre os participantes que concordaram em reação aos atributos e itens

que estão no QUATA. O cálculo do IVC é realizado pela soma dos itens que obtiverem maior

pontuação conforme escala de Likert empregada (nesse estudo a maior pontuação é 2 –

Adequado) dividido pelo número total de respostas. Posteriormente ao cálculo do IVC,

observou-se que, todos os itens avaliados tiveram concordância mínima de 80%, sendo 2

(Adequado) a pontuação mais utilizada.

Os achados foram organizados em tabela e discutidos com base na literatura sobre

a temática.

3.5 Aspectos éticos e legais da pesquisa

Projeto submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFC (CEP/CONEP), recebeu

parecer favorável, recebendo o Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº

1.709.462 (ANEXO C). A pesquisa seguiu os preceitos éticos e legais conforme Resolução

466/12 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012), que regulamenta as normas e

diretrizes de pesquisas que envolvem seres humanos. O Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (ANEXO A) foi assinado pelo público-alvo do estudo, dando a seguridade de sigilo

e direito de retirar participação em qualquer fase do estudo. Os participantes foram identificados

pela letra P (Ex: P1, P2, P3, etc) de modo a garantir o anonimato.

Page 23: Hipertensão Arterial Tecnologia Educativa Online Acessível ...

21

4 RESULTADOS

No estudo participaram 117 pessoas, sendo 63,2% mulheres, configurando assim a

porcentagem mais participativa na pesquisa em questão. Entre os participantes, 61,5% eram

videntes e 38,5% cegos. Em relação a faixa etária, 43,6% possuía idade entre 18 e 39 anos, 41%

estava na faixa etária entre 40 e 59 anos e apenas 15,4% estava acima dos 60 anos. A maioria

das pessoas que participaram do estudo não tinham diagnóstico de HAS (81,2%). Quanto a

escolaridade, a maioria tinham o ensino médio completo (47,2%). No quesito estado civil,

57,3% não possuíam companheiro. Em relação a ocupação, 53,8% eram empregados, 29,1%

eram estudantes e 17,1% aposentados. A renda financeira da maioria, era de até dois salários

mínimos (61,5%).

Na tabela 1 é exposto o percentual de concordância dos participantes da pesquisa

quanto aos atributos que compõem o QUATA.

Tabela 1 – Percentual de concordância dos participantes em relação aos atributos

que compõem o QUATA (n=117). Fortaleza (CE), Brasil, 2018.

ATRIBUTOS AVALIADOS

CONCORDÂNCIA IVC

n (%)

0* 1** 2***

Objetivos

1. Relaciona o conteúdo abordado no seu dia a dia 0 6 (5,12) 111 (94,88)

2. Esclarece as dúvidas sobre o conteúdo abordado 0 5 (4,27) 112 (95,73)

3. Estimula a aprendizagem sobre o conteúdo abordado 0 2 (1,70) 115 (98,30)

4. Estimula a aprendizagem de novos conceitos ou fatos 0 5 (4,27) 112 (95,73)

Acesso

Permite-lhes buscar informações sem dificuldades 1 (0,85) 1 (0,85) 115 (98,30)

Disponibiliza os recursos adequados e necessários para sua utilização 1 (0,85) 4 (3,42) 112 (95,73)

Clareza

Apresenta informações necessárias para melhor compreensão do conteúdo 0 2 (1,70) 115 (98,30)

O conteúdo da informação está adequado às suas necessidades 0 4 (3,42) 113 (96,58)

Apresenta as informações de modo simples 0 4 (3,42) 113 (96,58)

Estrutura e Apresentação

Apresenta o conteúdo de forma organizada 0 1 (0,85) 116 (99,15)

Possui estratégia de apresentação atrativa 2 (1,70) 7 (6,00) 108 (92,30)

Relevância e Eficácia

Permite-lhe refletir sobre o conteúdo apresentado 0 4 (3,42) 113 (96,58)

Desperta o interesse para utilizá-la 0 3 (2,57) 114 (97,43)

Estimula mudança de comportamento em você 1 (0,85) 9 (7,70) 107 (91,45)

Reproduz o conteúdo abordado em diferentes contextos 0 8 (6,84) 109 (93,16)

Interatividade

Oferece interação, envolvimento ativo no processo educativo 3 (2,57) 2 (1,70) 112 (95,73)

Possibilita navegar sem dificuldades pelos links apresentados 4 (3,42) 1 (0,85) 112 (95,73)

Fornece autonomia ao usuário em relação à sua operação 3 (2,57) 5 (4,27) 109 (93,16)

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Fonte: produzido pela autora.

Após os cálculos do IVC, foi observado concordância superior a 80% em todos os

atributos avaliados. Os itens que apresentaram maior porcentagem apontando como adequado

foram os de estímulo da aprendizagem sobre o conteúdo abordado, possibilidade de buscar

informações sem dificuldades, apresentar informações necessárias para a melhor compreensão

do conteúdo, apresentar o conteúdo de forma organizada, despertar o interesse para utilizá-la,

oferecer interação e envolvimento ativo no processo educativo e, possibilidade de navegar sem

dificuldades pelos links apresentados.

* Inadequado: tecnologia não atende a definição do item / 1** Parcialmente adequado: tecnologia atende

parcialmente a definição do item / 2** Adequado: tecnologia atende a definição do item.

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5 DISCUSSÃO

O “Manual sobre hipertensão arterial: conheça como prevenir” (CARVALHO,

2018), é uma tecnologia assistiva, direcionada a cegos e videntes, que foi ofertado aos usuários

através da internet e sua estrutura didática construída com seis módulos de conteúdo,

organizados com metodologia atrativa e interativa.

A Educação a Distância (EaD), possibilita uma nova modalidade de aquisição de

conhecimento (FERREIRA et al. 2017), sendo considerada democrática, por permitir acesso

livre a informações variadas, de modo autônomo, a um número elevado de pessoas, com

características sociais e financeiras diversas, a pessoas com ou sem deficiência, nos horários

que o usuário considerar mais adequado.

A facilidade do acesso as informações em meio virtual, traz uma grande aceitação

por parte dos usuários, que reconhecem a importância da internet na busca de novas

informações, e este meio virtual é responsável por influenciar uma grande parcela da população

que o utiliza. Desse modo, destaca-se que os modelos de educação em saúde, para se adequar

aos meios mais utilizados para aquisição de conhecimento atualmente, necessitam se adequar

ao modo da atual geração, acompanhando suas mudanças e desenvolvendo meios de atingir o

público alvo, e realizar promoção da saúde através de tecnologias educativas, que são

acessíveis, permite a compreensão do processo saúde-doença, e possibilita a criação de meios

para controle da saúde (CARVALHO, 2018; GAMA, TAVARES, 2015).

A escassez de materiais educativos acessíveis é um fator que contribui para o

evidente déficit de conhecimento da população cega, logo, desenvolver TA, se caracteriza como

um processo valioso, de forma que, ao disponibilizar tal ferramenta de forma acessível, se torna

possível contribuir na manutenção de cuidados com a saúde da população e é um meio para

estimular a obtenção de novos conhecimentos.

Experiências anteriores em estudos similares, entre eles estão: a utilização do

preservativo feminino (CAVALCANTE et al., 2015), saúde sexual e métodos

anticoncepcionais (OLIVERA et al., 2013) e curso online sobre saúde mamária (CARVALHO,

2016), se mostraram como estratégias relevantes para divulgar orientações em saúde e com o

enfoque em grupos vulneráveis. Cabe ao enfermeiro elaborar tecnologias capazes de estimular

a inserção das pessoas cegas em atividades em prol da sua saúde, de forma a construir

aprendizagem, empoderá-las e estimular mudança de comportamento (CARVALHO et. al

2017).

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Frota et al (2017) aponta que estudos indicam que geralmente, os estudantes

afirmam aprender mais com tecnologias educativas, compreendendo melhor o conteúdo,

atingindo as metas de aprendizagem e captando informações relevantes, desse modo, é muito

importante que a ferramenta educativa seja capaz de estimular a aprendizagem, de forma que o

usuário possa se engajar com o material. No atributo Objetivos, o item Estimula a aprendizagem

sobre o conteúdo abordado apresentando 98,30% de concordância entre os participantes,

apontando característica atrativa do material educativo sobre hipertensão.

Segundo Huda et al (2019) estudos indicam que no ensino online, é necessário ser

inovador e atrativo, estimulando o comprometimento para cumprir as metas estabelecidas no

processo de aprendizagem, sendo crucial expor os recursos de forma a facilitar a aprendizagem,

ou seja, ser acessível.

No atributo Acesso, o item Permite-lhe buscar informações sem dificuldades

atingiu avaliação positiva de 98,30% dos participantes, indicando que o manual foi organizado

de forma a facilitar o acesso e a navegação eficiente de todos os participantes. O uso de

tecnologias didáticas para as pessoas com deficiência visual, tem como objetivo aperfeiçoar o

sistema educacional, e fortalecer a inclusão desse público (DOMINGOS; ALMEIDA;

BARRETO, 2014).

Materiais educativos, para que se caracterizem como acessíveis à população cega,

devem ser respeitadas as normas disponíveis na LDB e na Lei de Acessibilidade nº

10.098/2000, artigo 2º. Assim como, devem ser construídos utilizando as recomendações de

padrões web com as tags sugeridas pela Web Accessibility Iniciative – WAI e o Modelo de

Acessibilidade Brasileiro (eMAG), de forma a sanar qualquer dificuldade de acesso

(SARMENTO, et al. 2017). É necessário então, que sejam acrescidos recursos específicos para

que se tornem apropriadas, como por exemplo, a áudio-descrição de imagens.

Materiais com enfoque educacional, voltada as pessoas cegas, devem conter modos

de comunicação verbal e não verbal, fazendo-se necessário a descrição dos objetos e/ou

imagens, de modo a estimular a visualização mental (CEZARIO; ABREU; PAGLIUCA, 2014).

O atributo Clareza e o atributo Estrutura e Apresentação se destacaram por alto

índice de concordância, e tais resultados foram alcançados devido organização do conteúdo, de

maneira que facilitasse a compreensão do usuário, distribuindo seletivamente elementos visuais

e textuais, sequenciados e atualizados.

Cabe ao enfermeiro, compreender a importância da elaboração cuidadosa do

manual educativo, identificando seu público alvo afim de transmitir o conteúdo abordado de

maneira direta e intuitiva.

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25

Para estimular e manter o interesse do usuário, deve ser considerado a linguagem

abordada, o layout de construção do material e suas ilustrações, pois, cabe a esses fatores a

garantia da legibilidade e compreensão de um texto (VIEIRA et al, 2019).

O desenvolvimento da linguística deve ser organizado de acordo com o público

alvo, para que as pessoas de todas as escolaridades possam se beneficiar do material e tipos de

linguagem (VIEIRA et al., 2019). Assim como, tecnologias que utilizem diversos elementos de

forma combinada, como elementos textuais, imagens, áudio e outras mídias tornam o conteúdo

educacional mais atrativo, proporcionando maior atenção do usuário pelo tempo necessário que

leve a desenvolver o conhecimento sobre o conteúdo retratado. De acordo com Ferreira et al

(2017) tecnologias disponibilizadas online, as ferramentas interativas como áudio e imagens

estimulam a participação e a atenção dos usuários, de forma a garantir uma interação positiva

com a tecnologia.

No atributo Interatividade, os itens Oferece interação, envolvimento ativo no

processo educativo e, Possibilita navegar sem dificuldades pelos links apresentados tiveram

95,73% de concordância, sendo possível inferir que o manual se caracterizou positivamente no

processo de aprendizagem, garantindo atratividade por meio da interação e envolvendo o

usuário em sua própria educação.

Segundo Santos (2019) apesar da inovação das tecnologias digitais e a construção

de sites com propostas interessantes para a pessoa com deficiência, é necessário investir em

tecnologias eficientes e adequadas para a utilização, visto que, muitas que se dizem acessíveis,

apresentam baixo nível de acessibilidade e sua utilização apresenta erros.

O uso da internet tem sido apresentado em diversos estudos como uma ferramenta

efetiva na estimulação e proteção da função cognitiva, evidenciando os benefícios do uso do

computador. Além disso, o uso da internet reduz as limitações socioeconômicas e aumenta a

socialização com outras pessoas e com a sociedade moderna, influenciando em mecanismos de

raciocínio e memória, auxiliando na aprendizagem (KRUG et al., 2019). Portanto, a educação

em saúde deve acompanhar a dinamicidade do mundo virtual, sendo disponibilizado

conhecimento cientifico acessível para a compreensão do processo saúde-doença.

O resultado desse estudo provou ser possível o desenvolvimento de tecnologia

educativa em saúde, acessível ao público cego.

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6 CONCLUSÃO

Considerando o objetivo principal de avaliar acessibilidade do manual para cegos e

videntes, foi possível constatar que os atributos analisados apontaram grandes índices de

adequabilidade, de modo estatisticamente significativo.

A principal limitação do estudo foi atingir a quantidade necessária de participantes,

pois a maioria afirmava interesse em acessar o manual, porém, apresentaram resistência em

responder ao QUATA.

Sugere-se, para estudos futuros, que a enfermagem, que tem como foco profissional

o cuidado de seus pacientes, continue a realizar o desenvolvimento de tecnologias, com

materiais educativos em saúde, que sejam acessíveis as pessoas com deficiência.

Conclui-se que, o “Manual sobre hipertensão arterial: conheça como prevenir”, é

uma ferramenta de educação em saúde, acessível a cegos, que contribui para a promoção da

saúde e aquisição de conhecimento, de maneira válida e confiável.

Page 29: Hipertensão Arterial Tecnologia Educativa Online Acessível ...

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Page 34: Hipertensão Arterial Tecnologia Educativa Online Acessível ...

32

ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA

PARTICIPANTES DA APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

PESQUISADOR RESPONSÁVEL: LUCIANA VIEIRA DE CARVALHO

ORIENTADORA: LORITA MARLENA FREITAG PAGLIUCA

Sou Luciana Vieira de Carvalho, enfermeira e discente do Curso de Doutorado em

Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. Estou convidando-o a participar como

avaliador desta pesquisa cujo título é: Manual educativo online acessível sobre hipertensão

arterial: avaliação da aprendizagem de cegos e videntes. O objetivo deste estudo é desenvolver

e avaliar esta tecnologia educacional quanto à acessibilidade às pessoas cegas e videntes. O

manual será hospedado em servidor do pesquisador e deverá ser avaliado por pessoas cegas e

videntes quanto ao impacto em relação ao aprendizado sobre hipertensão arterial. Participarão

desta etapa cegos e videntes, maiores de 18 anos, com habilidade para utilizar o computador.

Caso queira participar, você deverá preencher este Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido com as informações necessárias e este deverá ser devolvido para que você seja

incluído como participante. Em seguida, deverá acessar o manual educativo, navegar pelo seu

conteúdo e responder os questionários propostos (instrumento pré-teste, pós-teste e questionário

de avaliação de tecnologia assistiva – QUATA). Você poderá será acompanhado e observado

pela pesquisadora durante a navegação no manual online.

Esclareço desde já que sua participação não é obrigatória e que todas as suas

informações serão mantidas em sigilo impedindo qualquer forma de identificação por outros,

com o intuito de preservar seu anonimato, sua segurança. Além disto, reforço que as

informações utilizadas neste estudo têm como único objetivo colaborar com esta tese de

doutorado, além de divulgação dos resultados em relatórios e revistas científicas. É assegurada

a desistência da participação em qualquer etapa do processo de avaliação sem nenhum dano ou

prejuízo, sendo retirado o consentimento e seus dados da referida pesquisa.

A pesquisa oferece riscos mínimos de possível cansaço. Nenhum dos

procedimentos usados oferece riscos à dignidade dos participantes. A pesquisa tem como

benefícios contribuir no aprimoramento de tecnologias educacionais direcionadas as pessoas

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33

cegas e videntes, de forma que o conhecimento que será construído a partir desta pesquisa possa

incentivar outros profissionais a desenvolverem materiais educativos acessíveis ao público

cego, como meio de ampliar o conhecimento desta população a diferentes temáticas sobre a

saúde, contribuindo para fortalecimento do autocuidado. O pesquisador se compromete a

divulgar os resultados obtidos nesta pesquisa.

Em caso de dúvidas procure-me no e-mail: [email protected].

Atenção: se você tiver alguma consideração ou dúvida, sobre a sua participação na pesquisa,

entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da UFC/PROPESQ. Rua Coronel Nunes

de Melo, 1000 - Rodolfo Teófilo, fone: 3366-8344/46. (Horário: 08:00 -12:00 horas de segunda

a sexta-feira). O CEP/UFC/PROPESQ é a instância da Universidade Federal do Ceará

responsável pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas

envolvendo seres humanos. Sua participação é muito valiosa. Espero poder contar com suas

contribuições.

Agradeço desde já. Atenciosamente,

__________________________________________

Luciana Vieira de Carvalho (Pesquisadora)

CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIMENTO:

Eu,__________________________________________, RG_____________________, tendo

compreendido perfeitamente tudo o que me foi informado sobre a minha participação no

mencionado estudo e estando consciente dos meus direitos, das minhas responsabilidades, dos

riscos e dos benefícios que a minha participação implica, concordo em dele participar e para

isso dou o meu consentimento sem que para tal tenha sido forçado ou obrigado. Declaro que

este termo foi devidamente orientado e esclarecido sobre a pesquisa Manual educativo online

acessível sobre hipertensão arterial: avaliação da aprendizagem de cegos e videntes,

compreendi seus objetivos, concordo em participar da pesquisa.

Fortaleza, _____de __________________de 2017.

______________________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

______________________________________________

Nome e assinatura do (s) responsável (eis) pelo estudo

______________________________________________

Nome do profissional que aplicou o TCLE

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ANEXO B – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA

Prezado Senhor (a),

Este instrumento tem por objetivo registrar a sua avaliação em relação à Tecnologia

Assistiva (TA). Você deverá avaliar a Tecnologia Assistiva (TA). Para cada área, você deverá

atribuir nota de 0 a 2, como desejar, de acordo com a legenda abaixo:

(0) Inadequado: a tecnologia assistiva não atende a definição do item.

(1) Parcialmente adequado: a tecnologia atende parcialmente a definição do item

(2) Adequado: a tecnologia atende a definição do item.

Atributos Item 0 1 2

Objetivos 1 Relaciona o conteúdo abordado no seu dia a dia

2 Esclarece as dúvidas sobre o conteúdo abordado

3 Estimula a aprendizagem sobre o conteúdo abordado

4 Estimula a aprendizagem de novos conceitos ou fatos

Acesso 5 Permite-lhe buscar informações sem dificuldades

6 Disponibiliza os recursos adequados e necessários para sua utilização

Clareza 7 Apresenta informações necessárias para melhor compreensão do

conteúdo

8 O conteúdo da informação está adequado às suas necessidades

9 Apresenta as informações de modo simples

Estrutura e

apresentação

10 Apresenta o conteúdo de forma organizada

11 Possui estratégia de apresentação atrativa

Relevância e

eficácia

12 Permite-lhe refletir sobre o conteúdo apresentado

13 Desperta o seu interesse para utilizá-la

14 Estimula mudança de comportamento em você

15 Reproduz o conteúdo abordado em diferentes contextos

Interatividade 16 Oferece interação, envolvimento ativo no processo educativo

17 Possibilita navegar sem dificuldades pelos links apresentados

18 Fornece autonomia ao usuário em relação à sua operação

Caso seja do seu interesse, você poderá comentar, criticar ou sugerir os aspectos que considerou

como positivos ou negativos na TA.

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ANEXO C – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA

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