Hinduism o
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O FENÔMENO RELIGIOSO:
• Se há um fenômeno comum às sociedades humanas, esse fenômeno é o que chamamos de religião. Não há no mundo uma cultura em que não ocorra o fenômeno da religião. De uma ou de outra forma as manifestações de natureza religiosa têm estado presentes na vida humana.
• Apesar das diferentes atitudes de repulsa que caracterizam a negação dos elementos religiosos, as menções apontam para o fato de que o ser humano busca ligar-se ao “transcendente” como se mantivesse com tal elemento uma ligação umbilical, da qual retira os recursos vitais para a sua existência.
• HINDUISMO• Fundador = não há.• Ano de fundação = as raízes do
hinduísmo remontam a 1.500 a.C.• Textos sagrados = Livro dos Vedas.• Estatística = 80% da população da Índia
é hinduísta; 10% são muçulmanos; 4% são cristãos; e 6% são de outros grupos religiosos.
• Nível mundial = 13% da população mundial é hinduísta.
AS RAÍZES HISTÓRICAS DO HINDUÍSMO
• Achados arqueológicos no vale do rio Indo indicam que houve ali uma civilização avançada, bem anterior à chegada dos arianos, é certo que essa civilização local também contribuiu para o hinduísmo. Podemos afirmar que as crenças do hinduísmo foram formadas na miscigenação cultural dos povos locais com os povos arianos.
• O primeiro período do hinduísmo é chamado de período védico em razão dos hinos cantados pelos sacerdotes. Esses hinos eram chamados de ‘vedas’ que significa ‘conhecimento’.
• Num período posterior, provavelmente entre 1000 e 500 a.C, surgiram os ‘upanishads’, escritos com a forma de diálogos entre o mestre e o discípulo. É nesse período que foi introduzida a noção de ‘Brahman’, a força espiritual essencial sobre a qual se baseia todo o universo. É por essa razão que se diz que ‘todos’ nascem do Brahman, vivem no Brahman, e retornam ao Brahman...
PRINCIPAIS ENSINAMENTOS
• Deuses‘Brahman’ é o principio e a realidade última de tudo o que existe; o universo em sua totalidade é um só com a divindade.
‘Brahman’ toma a forma de três divindades: Brahman, Vishnu e Shiva; respectivamente ‘o criador’, ‘o sustentador’ e ‘o destruidor’.
Apesar de Brahman ser o ‘deus principal’, a multiplicidade do hinduísmo leva seus seguidores a acreditar num número infindável de divindades a tal ponto que as aldeias elegem suas divindades locais.
• Deusas
O hinduísmo tem uma série de deusas. Alguns estudiosos adotam a teoria de que essa abundância de deusas não passa da expressão de uma grande e poderosa divindade feminina, a ‘rainha do universo’ ou ‘deusa mãe’. Sua manifestação mais conhecida é ‘Kali’, a deusa negra, adorada, sobretudo, no leste da Índia e a quem se sacrificam animais.
O alto status de ‘Kali’ no mundo dos deuses é evidente pelas imagens que a mostram pisoteando o corpo de Shiva.
Outra deusa importante é ‘Bhárata Mata ou Bhartamata, a divindade nacional do moderno estado da Índia.
Na cidade de ‘Varanasi’, grande centro de peregrinação do hinduísmo, há um templo especial que lhe é dedicado. Ali, em vez de uma representação da deusa, está exposto um mapa da Índia.
• Divindades menores
A maioria das aldeias tem seus templos dedicados a ‘Vishnu’ ou a ‘Shiva’. Esses deuses se concentram em questões maiores, universais, e em geral, são homenageados nos grandes festivais.
Num nível mais doméstico as pessoas costumam visitar pequenos templos dedicados a divindades menos importantes. Esses deuses menos importantes são mais fáceis de se aproximar.
Vemos, portanto que há deuses para questões universais e deuses para questões pessoais.
• Ser humano
A concepção que o hinduísmo desenvolve a respeito do ser humano está intimamente vinculada a uma compreensão ampla que privilegia os entendimentos sobre:
1. Carma
2. Reencarnação
3. Sistema de Castas
• Carma e reencarnação
– O homem tem uma alma imortal que não lhe pertence. Depois da morte a alma volta a aparecer pelo renascimento, não necessariamente na forma humana, podendo, também, vir a nascer num animal.
– O conceito que explica esse eterno vai e vem da alma é o ‘carma’ (ato ou ação) do ser humano, referindo-se tanto às ações como aos pensamentos, às palavras e aos sentimentos. Desse modo entende-se que o carma é determinante.
– O carma é como se fosse uma lei natural da existência. Colhe-se aquilo que se planta, e é justamente isso que explica as diferenças entre as pessoas. O ser humano é responsável por si mesmo e de posse de seu livre arbítrio está apto a produzir as mudanças necessárias com vistas a uma melhor existência posterior, quando renascer.
• O sistema de castas
• Religiosamente as castas indicam o grau de pureza ou impureza de uma pessoa. O surgimento do conceito de castas é confuso. O fato a ressaltar é a chegada dos arianos à Índia, com língua, cultura e traços fisionômicos diferentes. A diferença propiciou um sistema de identificação pela cor.
• As classificações tiveram ampliação à medida que a organização se fazia necessária, de modo que se chegou a uma estratificação com quatro classes sociais: os videntes, os administradores, os produtores e os servidores.
• Cada casta tem sua regra particular. Se alguém quebrar as regras de sua casta resta-lhe os rituais de purificação, sendo o mais comumente conhecido um banho num dos rios sagrados da Índia.
• Os efeitos do sistema de castas e suas regras influenciaram diretamente a base da divisão do trabalho na comunidade. Certas atividades e trabalhos são tão impuros que somente determinadas castas podem realizá-los. Essas castas têm o dever de ajudar os outros a manterem sua pureza.
• A casta mais alta é a dos sacerdotes (ou brahmanes) e a mais baixa a dos párias.
• Vida e morte
Para se libertar da roda das encarnações há três caminhos:
1. A via do sacrifício,
2. A via do conhecimento e
3. A via da devoção.
• A via do sacrifício
Acredita-se que atos religiosos sacrificiais são necessários para incrementar a fertilidade, a manter a ordem universal e propiciar a possibilidade de libertação do constante nascer-renascer; integrando-se em definitivo ao Brahman.
• A via do conhecimento
Uma das formas de libertar-se do ciclo do renascimento é através da compreensão ou conhecimento; enfatiza-se que a ignorância é que aprisiona o ser humano a esse ciclo. O caminho para a libertação em Brahman é compreender a verdadeira natureza da existência.
• A via da devoção
Esse caminho para a libertação encontrou sua expressão maior no ‘Bhagavad Gita’ um poema catequético. Essa terceira via é a que predomina na Índia moderna e o livro Bhagavad Gita é o seu texto sagrado, ocupando lugar supremo na consciência do indiano médio. Para ser um devoto é preciso: cumprir os rituais sagrados; buscar o conhecimento; e contemplar.
• Mundo
• O mundo não é uno, mas plural. Há diversos mundos interconectados. Há mundos superiores e mundos inferiores à Terra. Os mundos são o lugar em que as almas cumprem a inexorável lei do carma. Elas, as almas, transitam por esses mundos de acordo com seus méritos adquiridos ou não.
• O mundo é o espaço onde o bem e o mal, o prazer e a dor, conhecimento e ignorância se entrelaçam em proporções quase iguais. Não faz parte do propósito do universo ser um paraíso, mas o espaço onde o espírito do homem possa viabilizar seu aprendizado de integração ao transcendente.
• Toda a expressão do universo pode ser traduzida em duas palavras: maya e lila, respectivamente, mágica e dança.
• Escolas Tradicionais do pensamento hindu
1. Vaiseshica
Defende que a libertação do ser humano se dá pela compreensão das leis da natureza.
2. Nyaya
A libertação do ser humano se dá pelo conhecimento por meio do raciocínio lógico.
3. Samkhya
A libertação do ser humano ocorre quando se alcança a união da alma individual como o transcendente por meio da consciência que se desvencilha das preocupações mundanas e materiais.
4. Mimansa
A libertação do ser humano ocorre à medida que os escritos sagrados forem adequadamente interpretados, e, em conseqüência, produzirem o justo agir, o ‘darma’.
5. Vedanta
A libertação é decorrência da correta compreensão do transcendente e dos conhecimentos espirituais, possibilitada pela igualdade entre a alma individual e o transcendente.
6. Bhakti
A libertação do ser humano é possível em razão das atitudes devocionais que permitem a união entre a alma individual e o transcendente, embora sejam diferentes.
• Correntes hindus modernas Em meados do século XX, surgiu na Europa e nos
Estados Unidos um grande interesse pela espiritualidade oriental. Esse interesse atingiu seu ponto culminante nas décadas de 60 e 70.
Surgiram vários movimentos apresentando o modo hinduísta de ver e viver a vida. Esses movimentos estavam centrados na personalidade de algum mestre (guru) carismático, venerado como um avatar (homem santo).
Destacam-se:
1. Meher Baba – pregava o amor puro, desinteressado.
2. Bhaktivedanta Swami Prabhupada - (Hare Krishna) – pregam ascetismo rigoroso, iluminação por meio do estudo dos textos sagrados, e canto de mantras sagrados.
4. Maharishi Mahesh Yogi – (Guru dos Beatles) – ensinava um método simples de meditação que se baseia num mantra pessoal (uma palavra ou frase) repetida diversas vezes; hoje esse método é conhecido como meditação transcendental.
5. Maharj Ji – o menino guru pregava a iluminação interior, seus ensinamentos eram voltados para o ‘eu’ interior de cada ser humano.
6. Bhagwan Shri Rajneesh – Também conhecido como Osho, foi o guru dos hipes. Ministrava a doutrina do amor livre, da sexualidade desinibida, e dos atos impulsivos. Sua meditação é dinâmica, uma de suas técnicas de liberação de energia reprimida é o riso.
7. Sathia Assay Baba.... (próxima aula debate sobre suas práticas e ensinamentos)