HERNANI GUTIERRES FILHO EFEITO DE RADIAÇÕES ... · por sistemas emissores de radiação...
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DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAESCOLA POLITÉCNICA
MESTRADO PROFISSIONAL EMGERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS
AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO
HERNANI GUTIERRES FILHO
EFEITO DE RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS NÃO-IONIZANTES NA
FORMAÇÃO DE MICRONÚCLEOS DA TRADESCANTIA PALLIDA (ROSE) D.R. HUNT
VAR. PURPUREA BOOM
SALVADOR 2007
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HERNANI GUTIERRES FILHO
EFEITO DAS RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS NÃO-IONIZANTES NA FORMAÇÃO DE MICRONÚCLEOS
DA TRADESCANTIA PALLIDA (ROSE) D. R. HUNT VAR. PURPÚREA BOOM
Dissertação apresentada ao Curso de pós-graduação em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo – Ênfase em Produção Limpa, da Escola Politécnica, da Universidade Federal da Bahia, como requisito para obtenção do grau de Mestre. Orientadora: Profa. Dra. Josanídia Santana Lima Co-Orientador: Prof. Dr. José Geraldo Aquino de Assis
Salvador 2007
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G9844 Gutierres Filho, Hernani
Efeito das radiações eletromagnéticas não-ionizantes na formação de micronúcleos da Tradescantia Pallida (Rose) D. R. Hunt var. Purpurea Boom / Hernani Gutierres Filho. --- Salvador-BA, 2007.
90p. il.
Orientadora: Profa. Dra. Josanídia Santana Lima Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias
Ambientais no Processo Produtivo) - Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica, 2007.
1. Eletromagnetismo. 2. Radiação não-ionizante. 3. Poluição
ambiental. 4. Monitoramento ambiental. 5. Indicadores biológicos I.Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica. II. Lima, Josanídia Santana. III. Título.
363.739
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À Marta, minha esposa, pelo seu apoio incondicional, de forma
declarada ou mesmo silenciosa, na caminhada que nos propusemos realizar.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço:
A DEUS, por conceder-me o dom da vida, e por estar acima de tudo,
iluminando e guiando-me no caminho por ELE definido.
À minha orientadora Professora Josanídia Santana Lima, pelo total
comprometimento, transmissão de conhecimentos, paciência, incentivos, críticas e
direcionamentos na condução deste trabalho, em todas as suas etapas.
Ao meu co-orientador Professor José Geraldo Aquino de Assis, pelos
ensinamentos sobre genética vegetal, pelas orientações nas práticas de laboratório,
e por ter disponibilizado área em seu endereço residencial para exposição do
biomonitor.
Às professoras Marisa Domingos, Ana Isabela Araújo Cunha e Josanídia
Santana Lima, por dedicarem especial atenção na avaliação deste trabalho.
À Profa. Alessandra Argolo, pela contribuição no planejamento do trabalho,
por viabilizar as instalações de laboratório da Faculdade de Tecnologia e Ciências -
FTC, e pela fundamental ajuda, juntamente com seu marido Gilson, no tratamento
estatístico dos dados.
Ao Professor Roberto da Costa e Silva, pelos ensinamentos sobre radiações
eletromagnéticas não-ionizantes.
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Ao Eng° Fernando Ornelas, gerente regional da Anatel, por ter disponibilizado
técnicos e equipamentos para realizar as medições da 1° exposição dos
biomonitores.
Ao professor Cesar Castro Lima, do departamento de engenharia elétrica da
UFBA por ter disponibilizado técnicos e equipamentos para realizar as medições da
2° exposição dos biomonitores.
Ao Prof Caiuby Alves da Costa, na época diretor da Escola Politécnica da
Universidade Federal da Bahia - UFBA, por ter autorizado a exposição do biomonitor
em área da referida faculdade.
Ao Tenente Coronel Eronildes, comandante do 19º Batalhão de Caçadores do
Exército, por ter disponibilizado área naquela instituição para exposição do
biomonitor.
À professora Lídice Paraguassu, por viabilizar as reuniões com os técnicos do
Instituto de Metereologia.
À Emily Conceição de Souza, bacharela em Ciências Biológicas, por ter sido
minha parceira em todas as práticas de laboratório, ajudando-me na identificação e
contagem de tétrades e micronúcleos.
À Equipe de Coordenação do curso de Tecnologias Limpas - TECLIM, pelas
orientações e reuniões de acompanhamento do trabalho.
À Equipe de técnicos do Laboratório de Alternativas Viáveis a Impactos em
Ecossistemas Terrestres - LAVIET, pelo apoio logístico de transporte, fornecimento
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de materiais, produtos e análises de laboratórios, sempre disponibilizados com
presteza e solicitude.
À Equipe de técnicos do laboratório da faculdade FTC, pela pronta
disponibilização dos equipamentos e materiais necessários às práticas laboratoriais.
Ao Dejanilson de Jesus Oliveira, meu colaborador, pelo trato e zelo com os
biomonitores na área controle.
Aos meus amigos e amigas, pelo apoio e estímulo de sempre.
Aos meus pais, Hernani e Maria Teresa, pelo incentivo e torcida, fazendo-me
relembrar com alegria o tempo estudantil em que estive diretamente sob seus
cuidados.
Aos meus irmãos, pela amizade e companheirismo que nos une sempre,
apesar das atividades de cada um, tornar-nos em muitas ocasiões, fisicamente
distantes.
À minha esposa Marta, e aos meus filhos Tatiana, Hernani Neto, Paula e Léo,
pela motivação que me proporcionam em todos momentos da vida.
À Júlia, minha netinha, pelo seu ingênuo e belo sorriso que me fortalece nas
ações do cotidiano.
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RESUMO
Esta dissertação teve por objeto avaliar os efeitos das radiações eletromagnéticas não-ionizantes no vegetal Tradescantia pallida (Rose) D. R. Hunt var. purpurea Boom, também denominado neste trabalho de biomonitor, e que é utilizado no biomonitoramento de poluentes atmosféricos. O objetivo foi avaliar as alterações que estas radiações produzem na estrutura genética do biomonitor, através da formação de micronúcleos em indivíduos expostos a diferentes níveis de radiação, e em diferentes estações do ano. Esta pesquisa visou também subsidiar entidades reguladoras, ambientais, de produção e de comercialização responsáveis por sistemas emissores de radiação não-ionizante, com informações relativas aos possíveis efeitos destas radiações no meio ambiente. A metodologia utilizada foi através de experimentos, utilizando-se exemplares da referida planta, expostas simultâneamente em quatro diferentes locais, com diferentes níveis de radiação. Dos locais escolhidos, definiu-se uma estação controle, com baixo valor absoluto e relativo de radiação quando comparada com três outras estações de exposição. Os resultados obtidos foram expressos em número de micronúcleos por 100 tétrades do biomonitor (MCN/100T). Estes resultados foram estatisticamente tratados, e concluiu-se que não existe estatisticamente uma correlação entre o nível de radiação e a freqüência na formação de micronúcleos. Quanto à resposta do biomonitor exposto em diferentes estações do ano, verificou-se que outros fatores climáticos podem influenciar em dano genético na estrutura celular do biomonitor. Palavras-chave: biomonitor, biomonitoramento, Tradescantia pallida (Rose) D. R. Hunt var. purpurea Boom, radiações eletromagnéticas não-ionizantes, estrutura celular, meio ambiente, micronúcleos, dano genético, fatores climáticos.
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ABSTRACT
This dissertation had as object the evaluation of the effects of the not ionizing electromagnetic radiations in the vegetable Tradescantia pallida (Rose) D. R. Hunt var. purpurea Boom, called in this dissertation by biomonitor, that’s used in the bio-monitoring of the atmospheric polluting objects. The objective was evaluating the changes that this radiations produce in the genetic structure of the biomonitor through the evolution of micronuclei formation in individuals exposed to different levels of radiation, and in different seasons of the year. This research aimed to subsidize regulating, environment, production and commercialization entities responsible for emitting systems of not ionizing radiations, with relative information to the possible effects of these radiations in the environment. The used methodology was through experiments, using itself exemplary of the related plant, displayed simultaneously in four different places, with different radiation levels. From the chosen places, a control station was defined, with low absolute and relative value of radiation when compared with three other exposition stations. The obtained results had been express in number of micronuclei for 100 tetrads of biomonitor (MCN/100T). These results had been treated in statistics, and it was concluded that no exists statistics correlation between the radiation level and the micronuclei formation frequency. As for the answer of the biomonitor displayed in different seasons of the year, it was verified that other climatic factors may influence in genetic damage in the cellular structure of the biomonitor. Keywords: biomonitor, bio-monitoring, Tradescantia pallida (Rose) D. R. Hunt var. purpurea Boom, not ionizing electromagnetic radiations, cellular structure, environment, micronuclei, genetic damage, climatic factors.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - ERB instalada no terraço da Escola Politécnica 21 da UFBA – Salvador- Bahia
Figura 2 - Freqüências ionizantes e não-ionizantes 22 Figura 3 - Tradescantia pallida (Rose) D. R. Hunt var purpurea 28 Boom
Figura 4 - Velocidade do vento na exposição e nas 24 h que 35 antecederam a 1ª exposição Figura 5 - Velocidade do vento na exposição e nas 24 h que 36 antecederam a 2ª exposição
Figura 6 - Radiation meter e medição da radiação na estação 37 Controle Figura 7 - Processo de meiose no biomonitor segundo 43 Taylor (1950) Figura 8 - Preparo das lâminas segundo MA (1981) 45
Figura 9 - Conjunto de tétrade com 2 micronúcleos 46 Figura 10 - Variação da freqüência de micronúcleos 51 na 1ª exposição Figura 11 - Variação da freqüência de micronúcleos 53 na 2ª exposição Figura 12 - Correlação linear entre a radiação e formação 54 de micronúcleos
Figura 13 - Nível da radiação e formação de micronúcleos 55 na estação Controle
Figura 14 - Nível da radiação e formação de micronúcleos 56 na estação Politécnica
Figura 15 - Nível da radiação e formação de micronúcleos 57 na estação Federação Figura 16 - Nível da radiação e formação de micronúcleos 59 na estação Cabula
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Evolução de celulares no Brasil 18
Quadro 2 - Variáveis climáticas nas estações de exposição 35 e na área controle
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LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
ABRADECEL - Associação Brasileira de Defesa dos moradores e usuários intranqüilos com equipamentos de Telecomunicações Celular. ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações.
AT&T – American Telegraph and Telephone.
CEPRAM – Conselho Estadual de Meio Ambiente no Estado da Bahia.
Confea – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
CRA – Centro de Recursos Ambientais.
CREA – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
CEM – Campo eletromagnético.
CPTEC – Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos.
DNA – Ácido desoxirribonucléico. Molécula que reproduz o código genético.
ECO 92 – Conferência das nações unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em junho de 1992. ERB – Estação Radio Base. FTC – Faculdade de Tecnologia e Ciências. INMET – Instituto Nacional de Meteorologia. IPCS – International Programme on Chemical Safety. INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. LAVIET – Laboratório de Alternativas Viáveis a Impactos em Ecossistemas Terrestres. MCN/100T – Micronúcleos por 100 tétrades. PUC-Rio – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Radio AM – Emissora de rádio com sinal modulado em amplitude Radio FM – Emissora de rádio com sinal modulado em freqüência.
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TECLIM – Curso de Tecnologias Limpas. Trad-MCN – Teste de formação de micronúcleos na Tradescantia. Trad-SHM – Teste de avaliação do pêlo estaminal da Tradescantia. TV UHF – Sinal de TV em Ultra High Frequency. UFBA – Universidade Federal da Bahia. WHO – World Health Organization – Organização Mundial da Saúde. Unidades de Freqüência: Hz – hertz MHz – megahertz GHz – gigahertz
Unidades de Comprimento: mm – milímetro (s) cm – centímetro(s) m – metro(s) km – kilometro(s)
Unidades de Massa: g – grama(s) kg – kilograma(s)
Unidades de tempo: h – hora(s) min – minuto(s) s – segundo(s)
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Unidade de velocidade: m/s – metro por segundo
Unidade de temperatura: º C – grau centígrado
Unidade de Campo elétrico: V/m – volts por metro
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 17 1.1 TRADESCANTIA PALLIDA (ROSE) D. R. HUNT VAR. PURPUREA BOOM 28
2 OBJETIVO 30
3 MATERIAIS E MÉTODOS 31 3.1 ÁREA CONTROLE, ESTAÇÕES DE EXPOSIÇÃO E 34 PROCEDIMENTO DE MEDIÇÃO DA RADIAÇÃO
3.2 CARACTERÍSTICAS DA ÁREA CONTROLE E DAS 38 ESTAÇÕES DE EXPOSIÇÃO
3.3 TRANSPORTE DOS BIOMONITORES 42
3.4 EXPOSIÇÃO DOS BIOMONITORES E COLETA DAS 43 INFLORESCÊNCIAS
3.5 PREPARO E ANÁLISE DAS LÂMINAS 44
3.6 CONTAGEM E REGISTRO DE TÉTRADES E MICRONÚCLEOS 48 3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS 49
3.7.1 Exposição do biomonitor a diferentes níveis de 49 radiação.
3.7.2 Exposição do biomonitor a diferentes níveis de 50 radiação em diferentes estações do ano
4 RESULTADOS 51
5 DISCUSSÃO 61
6 CONCLUSÕES 65
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 67
8 REFERÊNCIAS 69
ANEXOS 76
APÊNDICE 90
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1 INTRODUÇÃO
A presente dissertação se propõe a analisar os possíveis efeitos provocados
pela emissão de radiações eletromagnéticas não-ionizantes na formação de
micronúcleos na Tradescantia pallida (Rose) D. R. Hunt var purpurea Boom,
também denominada neste trabalho de biomonitor. Ao dissertar sobre emissão de
radiações eletromagnéticas não-ionizantes estamos essencialmente nos referindo às
emissões oriundas de sistemas de Televisão, Rádio AM e FM, Telefonia Celular e
sinais espúrios de energia elétrica.
As radiações eletromagnéticas são propagações de energia no espaço que
ocorrem através da associação dos campos elétricos e magnéticos variáveis no
tempo, e são classificadas em função de sua freqüência ou comprimento de onda, e
dos efeitos de sua ação sobre elétrons que compõem os átomos. Quanto maior for
a freqüência, menor será o comprimento de onda da radiação e maior a energia que
ela transporta no espaço.
Considerando o acelerado crescimento da telefonia celular em nível mundial
nas últimas três décadas, consideraremos esta tecnologia mais detalhadamente
nesta dissertação.
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No final do século XX iniciou-se o desenvolvimento e implantação do serviço
de telefonia móvel celular no mundo. No início dos anos 80, o Japão e a Suécia
ativaram seus serviços comerciais. Em 1983, a companhia americana AT&T
implantou seu sistema pela primeira vez em Chicago. A partir daí, a telefonia móvel
celular ganhou visibilidade e passou a ser adotada por quase todos os países do
mundo. No Brasil, os primeiros estados a implantar sistema de telefonia móvel
celular foram: Rio Janeiro no ano de 1990. Posteriormente, Brasília – DF, seguido do
Rio Grande do Sul em dezembro de 1992, Bahia em julho de 1993 e São Paulo em
agosto de 1993. (www.museudotelefone.org.br).
O quadro 1, apresenta a evolução da telefonia celular no Brasil.
Quadro 1: Evolução de celulares no Brasil. Fonte: www.teleco.com.br
Ano Total Banda A Banda B Banda D Banda E
2005 86.210.336 37.564.683 25.063.576 17.845.172 5.736.905
2004 65.605.577 32.741.992 19.145.011 11.304.627 2.413.947
2003 46.373.266 26.448.765 13.501.057 5.673.703 749.741
2002 34.880.964 22.181.473 11.006.736 1.609.102 83.653
2001 28.745.769 19.277.861 9.467.908 - -
2000 23.188.171 15.652.880 7.535.291 - -
1999 15.032.698 10.756.771 4.275.927 - -
1998 7.368.218 6.099.553 1.268.665 - -
1997 4.550.175 4.534.491 15.684 - -
1996 2.744.549 2.744.549 - - -
1995 1.416.500 1.416.500 - - -
1994 755.224 755.224 - - -
1993 191.402 191.402 - - -
1992 31.726 31.726 - - -
1991 6.700 6.700 - - -
1990 667 667 - - -
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Embora o serviço tivesse despertado continuamente o interesse dos
consumidores, alguns fatores como alto preço, área de cobertura reduzida e
aparelhos demasiadamente pesados dificultaram a sua popularização inicial.
Atualmente a telefonia celular se encontra em franca expansão no mercado nacional
e mundial. O celular é o mais recente meio de comunicação e é um dos principais
agentes emissores de radiação eletromagnética não-ionizante. Estas emissões
tendem a aumentar no atual milênio, por conta do contínuo interesse em novos
serviços e produtos, menores preços e maior número de operadoras disputando o
mercado.
Após o impacto inicial da chegada de uma nova tecnologia, o seu uso
crescente despertou a preocupação da sociedade em geral. As principais incertezas
eram por conta dos possíveis efeitos que poderiam ser originados da radiação da
telefonia celular na saúde humana. Outros motivos de preocupação estavam
também relacionados com a quantidade de torres que começaram a surgir
praticamente em todas as principais cidades do país.
Conforme COSTA e SILVA, R. – no Curso de Introdução a Radiações Não-
Ionizantes , UFBA , Jan/2003 :
“Até o aparecimento da telefonia celular as cidades contavam apenas com as torres
de televisão e rádio FM, uma vez que as torres de rádio AM se situam normalmente
fora dos grandes centros. Por maior que seja a quantidade destas torres, seu
número é bastante reduzido face ao número de torres de celular, e a explicação para
este fato é bastante simples, pois enquanto uma estação de FM ou TV cobre uma
área de cerca de 40 km de raio, uma estação celular cobre áreas que vão de 100 m
20
a 5 km de raio. Com isto, o número de torres é muito grande dentro de uma cidade e
a população despertou para o fato de ser vizinha de uma torre”.
Comentários, posicionamentos, incertezas e comportamentos como o
descrito, permearam e permeiam ainda hoje na imprensa e na comunidade
científica, com opiniões diversas sobre as questões de saúde provocadas pela
telefonia celular, além, da poluição visual decorrente da instalação de torres
metálicas nas cidades que começaram a oferecer este tipo de serviço.
Segmentos da sociedade civil começaram então a correlacionar o tema
radiação proveniente de serviços de telefonia móvel às questões ambientais objeto
da ECO 92, bem como, do Protocolo de Kyoto. Exemplificando, a Coordenadoria de
Câmaras Especializadas de Engenharia Elétrica, do sistema Confea/Crea, reunida
na cidade de Belo Horizonte-MG, no período de 14 a 17 de setembro de 2004,
entendeu que era urgente a adoção de uma nova postura nacional para o tratamento
das instalações de estações celulares de rádio base, ERB´s, bem como, de suas
densidades de potências adotadas pela Anatel, visando trazer confiabilidade e
qualidade suficientes para atender as necessidades da população, da indústria, do
comércio e serviços, e, servindo como ferramenta e incentivo ao progresso do país,
porém de forma precavida e responsável, sem prejuízos à vida humana e ao meio
ambiente.
Esta recomendação das Câmaras Especializadas em Engenharia Elétrica
respaldou-se no rol dos princípios elencados na ECO 92. O Princípio 15, também
denominado Princípio da Precaução registra: “para que o ambiente seja protegido,
serão aplicadas pelos Estados, de acordo com as suas capacidades, medidas
preventivas. Onde existam ameaças de riscos sérios ou irreversíveis, a dúvida não
21
será razão para o adiamento de medidas eficazes em termos de custo para evitar a
degradação ambiental”. ( www.lead.org.br )
Este e outros dispositivos, tais como: observação de legislações mais rígidas
aplicadas em outros países; estudos prévios de impacto ambiental; transparência na
divulgação por parte dos fabricantes, quanto à potência irradiada por seus
equipamentos, passaram a ser tônica dos pleitos invocados pela sociedade civil,
instando o poder público a atuar e pautar suas ações, considerando
fundamentalmente a preservação da saúde humana e a defesa do meio ambiente.
As estações Rádio Base (ERB’s) são células através das quais os aparelhos
móveis se conectam e se comunicam. É durante estas trocas de informações entre
ERB’s e das ERB’s com os aparelhos móveis é que ocorre a propagação da
radiação eletromagnética não-ionizante.
A figura 1 mostra uma ERB, com suas antenas instaladas no topo de uma
torre metálica.
Figura 1: ERB instalada no terraço da Escola Politécnica da UFBA – Salvador - Bahia.
22
As radiações podem ser ionizantes ou não-ionizantes. Uma radiação é dita
ionizante quando a energia desta radiação incidente sobre um material é suficiente
para arrancar elétrons dos seus átomos. A radiação é dita não-ionizante quando sua
energia não é suficiente para arrancar elétrons dos átomos. Neste caso pode ocorrer
a excitação do átomo, tal que elétrons são levados a camadas mais externas do
mesmo, sem serem ejetados. É denominada de espectro eletromagnético a extensa
faixa de freqüências que contém tanto as radiações ionizantes quanto as não-
ionizantes.
Na figura 2 a seguir, é apresentado o espectro de freqüência, medida em
hertz. Observa-se que o limite que separa as radiações não ionizantes das
ionizantes, se dá na faixa entre 1014 e 1016 hertz (Hz), e dentre os emissores de
radiação não-ionizante estão as seguintes fontes: as estações de rádio AM e FM, TV
UHF e telefonia celular, cujas freqüências encontram-se na faixa entre 106 e 109 Hz.
Figura 2: Freqüências ionizantes e não-ionizantes. Fonte: www.vivo.com.br
23
Como norma de proteção ao consumidor, o Conselho Estadual de Meio
Ambiente no Estado da Bahia (CEPRAM) adota na sua resolução nº 2494 de 22 de
setembro de 2000, os seguintes valores válidos para equipamentos celulares: em
hospitais, creches e clínicas médicas, o nível de radiação não poderá ultrapassar
1,94 V/m; e, em qualquer unidade habitacional o nível de radiação não poderá
ultrapassar 9 V/m .
Por outro lado, a Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações, entidade
governamental reguladora dos serviços de telecomunicações no país, apresenta em
sua resolução nº 303 de 02 de julho de 2002, limites de radiação mais abrangentes,
podendo chegar até aproximadamente 62 V/m na faixa de freqüências de 2 GHz,
que é a faixa de freqüências em que se encontram os sistemas móveis celulares
instalados no país.
A observação das referidas legislações, que apresentam limites bastante
diferentes entre si, nos remete à necessidade de explorar mais profundamente, os
possíveis efeitos destas radiações no meio ambiente. Esta necessidade se reforça
ao verificarmos que, normas de outros países, estabelecem limites de radiação não-
ionizante mais rígidos do que os adotados no Brasil.
Considerando ainda, que o conceito de poluição é definido como a introdução
de substâncias ou energia no meio ambiente, alterando suas condições naturais e
gerando prejuízos à saúde, pode-se então afirmar que as emissões de campos
eletromagnéticos, tal como, a energia na forma de radiação não-ionizante liberada
no meio ambiente, são consideradas formas de poluição ambiental. Esta poluição
eletromagnética altera as condições naturais e pode desequilibrar até mesmo o
metabolismo de sistemas biológicos, interferindo na saúde de indivíduos mais
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susceptíveis. Deste modo, os estudos dos efeitos dessas exposições à saúde
humana têm relevância científica e social (SOLLITTO, 2005).
Desde então, vários estudos foram iniciados no país, embora, ainda hoje,
sejam pouco conclusivos (EDMS, 2005). O primeiro estudo sobre o efeito das
radiações não ionizantes utilizando seres vivos, realizado no Brasil, teve seus
resultados divulgados em agosto de 2000, e foi conduzido pela Universidade Federal
da Paraíba. Os pesquisadores, estudando ratos de laboratório expostos a radiação
na freqüência de 2,45 GHz, concluíram que, dentre as anomalias observadas,
destacaram-se os efeitos sobre a fertilidade. Houve queda de 26% no nível de
fertilidade das cobaias nascidas de pais e mães expostos à radiação. Nas fêmeas, a
radiação estaria atrasando o amadurecimento dos óvulos e, nos machos,
provocando um decréscimo na produção de espermatozóide. Outros problemas
constatados foram à dificuldade de aprendizado nas cobaias irradiadas (TAVARES,
2001).
Revisão da literatura realizada por ANSELMO e outros (2005), afirma que os
Campos Eletromagnéticos (CEM) de freqüência extremamente baixa são capazes
de produzir efeitos adversos em seres humanos e animais, como por exemplo:
câncer, distúrbios na reprodução, doenças neurodegenerativas, efeitos psiquiátricos
e psicológicos, alterações citogenéticas, alterações no sistema cardiovascular,
nervoso, neuroendócrino e imunológico, distúrbios no crescimento e
desenvolvimento, bem como nos parâmetros hematológicos e bioquímicos. Apesar
de todas estas constatações, e devido a muitas controvérsias entre vários autores,
faz-se necessário um estudo mais específico e aprofundado sobre este assunto.
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Resultados de pesquisas são bastante controversos em diversos aspectos,
afirma COSTA DIAS (2000), responsável pelo Centro de Estudos em
Telecomunicações da Pontifícia Universidade Católica - Rio (PUC-Rio). Alguns
efeitos verificados em animais ou em células isoladas, por exemplo, ainda não são
bem compreendidos quanto às reais implicações de danos à saúde (ABRADECEL,
2005). Assim, investimentos em pesquisas, que busquem tanto avaliar estes
possíveis danos quanto definir índices de tolerância utilizando sistemas vivos,
tornam-se necessários.
O Biomonitoramento ou a Bioindicação se apresenta como uma alternativa
para avaliação dos possíveis efeitos das radiofreqüências no organismo, em
especial, seu potencial citotóxico e genotóxico. Esta metodologia auxiliaria também
na definição de níveis seguros de radiação. Sistemas biológicos (organismo,
população, comunidade) são capazes de indicar efeitos de fatores ambientais, sejam
eles naturais ou antrópicos. A indicação do efeito de fatores ambientais bióticos ou
abióticos, naturais ou antrópicos, através de sistemas biológicos, é chamada
freqüentemente de Bioindicação ou Biomonitoramento (LIMA, 2005a).
Diversas espécies de vegetais superiores há muito vêm sendo investigadas
em pesquisas de biomonitoramento da qualidade ambiental, sendo
reconhecidamente sensíveis a substâncias genotóxicas (GRANT, 1994). Seu uso é
recomendado pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 1985 apud SOLLITTO,
2005) e pelo Programa de Genotoxidade de Agência de Proteção Ambiental dos
Estados Unidos (CONSTANTIN e outros 1982 apud SOLLITTO, 2005).
Desde o início dos estudos sobre efeitos de compostos químicos e agentes
físicos, várias espécies e clones do gênero Tradescantia têm sido utilizados como
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organismos experimentais, em virtude de uma série de características
geneticamente favoráveis. Apresentando apenas seis pares de cromossomos
facilmente observáveis, as células de quase todas as partes da planta, da ponta da
raiz ao tubo polínico em desenvolvimento, fornecem excelentes dados para estudos
citogenéticos (MA, 1982).
A Tradescantia pallida (Rose) D.R. Hunt var. purpurea Boom, vem sendo
muito utilizada em programas de biomonitoramento de poluentes atmosféricos,
principalmente quando o objetivo é explorar os efeitos clastogênicos de poluentes.
BATALHA, J.R.F. e outros, 1999, utilizaram a Tradescantia pallida (Rose) D.
R. Hunt var. purpurea Boom, para determinar a clastogenicidade do material
particulado presente no ar poluído da área urbana da cidade de São Paulo. Como
não existe ainda um protocolo estabelecido para esta planta, foi utilizado no
experimento o protocolo estabelecido para os clones do gênero Tradescantia.
Utilizando-se do referido protocolo, os autores testaram a sensibilidade da
Tradescantia pallida (Rose) D. R. Hunt var. purpurea Boom, à agentes
mutagênicos conhecidos, avaliando sua resposta quanto à formação de
micronúcleos, e confirmou que a resposta deste biomonitor foi similar a do clone
Tradescantia 4430 , ao qual já se aplicava o protocolo mencionado, denominado
Trad-MCN, e, estabelecido pelo International Program on Chemical Safety.
Recentemente SOUZA (2006), realizou o biomonitoramento de radiações
eletromagnéticas não-ionizantes provenientes de torres de rádio base em Salvador-
Ba, empregando a Tradescantia pallida (Rose) D. R. Hunt var. purpurea Boom.
Com os resultados obtidos, a autora confirma a adequação do uso deste vegetal na
27
avaliação da ação de radiação não-ionizante em sistemas biológicos, em especial ao
se empregar a viabilidade de grão de pólen, como a resposta vegetal (parâmetro
analítico) indicadora do estresse provocado pelas radiações. A autora afirma que as
inúmeras semelhanças entre a constituição genética das plantas superiores e dos
mamíferos, apontam para a correlação entre os efeitos semelhantes de um
mutágeno sobre o DNA da planta e do mamífero.
A autora empregou os procedimentos do protocolo Trad-MCN na análise de
viabilidade de grão de pólen para avaliar efeitos de radiações eletromagnéticas não-
ionizantes. Ela não observou correlação significativa entre a freqüência de formação
de micronúcleos e os níveis de radiação. Entretanto, o teste indicador de alterações
na viabilidade do grão de pólen apresentou resultados de maior coerência.
Neste trabalho, foi utilizada a Tradescantia pallida (Rose) D. R. Hunt var
purpurea boom no biomonitoramento de emissão de radiações eletromagnéticas
não-ionizantes na cidade do Salvador, através da realização de testes Trad-MCN “in
situ”, em três locais com diferentes níveis de radiação e em um local considerado
como estação controle. Os testes foram realizados também em dois períodos
diferentes do ano com algumas diferenças nas condições climáticas entre as duas
exposições.
28
1.1 TRADESCANTIA PALLIDA (ROSE) D. R. HUNT VAR. PURPUREA BOOM
Trata-se de um vegetal do gênero Tradescantia, pertencente à família
Commelinaceae e inclui entre 65 e 70 espécies, dentre elas o biomonitor que foi
utilizado neste trabalho.
Este biomonitor é uma planta herbácea de talos ascendentes com até 40 cm
de comprimento, de cor violeta púrpura, com folhas de forma elíptica achatada, com
comprimento variando entre 7 e 15 cm , e largura entre 2 e 3,5 cm. Nas
extremidades dos talos encontram-se as inflorescências terminais.
É uma planta que requer solos drenados, mas não demasiadamente secos, e
deve ser exposta em local com bastante intensidade solar para que suas folhas
adquiram intensa coloração. (www.arbolesornamentales.com)
Na figura 3 é mostrado um exemplar do referido biomonitor.
Figura 3: Tradescantia pallida (Rose) D. R. Hunt var. purpurea Boom.
Fonte: www.plantecyclo.free.fr
29
SUYAMA, F. e outros, São Paulo – 2002, registra que utilizando o protocolo
estabelecido para o clone 4430, realizou testes que utilizaram células de grão de
pólen do clone 4430 e da Tradescantia pallida (Rose) D. R. Hunt var. purpurea
Boom, expondo-as à radiações de raios X, e que obteve semelhantes resultados
quanto a ocorrência de efeitos clastogênicos nas duas variedades.
Observam, porém, que o clone 4430 não se adapta bem ao clima tropical,
apresentando freqüentes problemas de crescimento e floração, e, é freqüentemente
atacado por insetos e parasitas, o que limita seu uso em estudos de campo que
objetivam o monitoramento da poluição do ar. Por outro lado, a Tradescantia pallida
(Rose) D. R. Hunt var. purpurea Boom, apresenta maior resistência natural, se
propaga com facilidade, e se encontra amplamente distribuída como planta
ornamental tanto ao longo das ruas e avenidas das cidades, como também nas
estradas.
Os autores concluem que, a Tradescantia pallida (Rose) D. R. Hunt var
purpurea Boom se apresenta como uma boa alternativa para a viabilização de
testes mutagênicos em regiões tropicais, especialmente em estudos de
biomonitoramento, nos quais as condições ambientais não podem ser totalmente
controladas.
30
2 OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é:
• Avaliar a influência de radiações eletromagnéticas não-ionizantes no
meio ambiente, através do biomonitoramento de seus efeitos
clastogênicos, em plantas de Tradescantia pallida (Rose) D. R. Hunt var.
purpurea Boom.
30
31
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Em março de 2005, foram adquiridas 28 mudas jovens de Tradescantia
pallida (Rose) D. R. Hunt var purpurea Boom, todas originárias de um mesmo
fornecedor localizado na Estrada do Coco, município de Lauro de Freitas, Bahia. A
altura média inicial destas mudas foi de 5,3 cm. Logo após a aquisição foram
transportadas para o local definido como área controle e transplantadas para 4
vasos retangulares de concreto, medindo cada um 70 cm de comprimento, 25 cm de
largura e 30 cm de altura e preenchidos com substrato de terra vegetal e adubo
orgânico na proporção de 80% e 20% respectivamente, homogeneamente
misturados.
Uma amostra de 500 g do substrato preparado foi colhida e submetida à
análise físico-química no Laboratório de Alternativas Viáveis a Impactos em
Ecossistemas Terrestres – LAVIET, do Instituto de Biologia da UFBA.
Os laudos de avaliação do material analisado (ANEXOS A e B) evidenciaram
tratar-se de um substrato com a seguinte composição:
• Argila – 11,9%
• Umidade – 3%
• Silte – 2,5%
31
32
• Material Orgânico – 2,9%
• Areia Fina – 18,2%
• Areia Grossa – 61,5%
• pH – 5,2
Uma vez por semana, durante oito semanas, foram realizadas medidas de
tamanho em cada uma das 28 mudas, para aferir o crescimento e adaptabilidade à
área controle. Ao final do período, verificou-se que as mudas apresentavam
aparências saudáveis, viçosas, com folhas maiores e mais largas e um crescimento
médio de 39% na altura. Esta taxa de crescimento foi considerada demasiadamente
lenta para, a partir destas mudas, produzir-se novas mudas na quantidade
necessária, capaz de atender ao cronograma do projeto.
Simultaneamente, foram iniciados os primeiros trabalhos no laboratório do
Instituto de Biologia da UFBA, visando o primeiro contato com os materiais,
equipamentos e procedimentos necessários ao desenvolvimento do experimento.
Foi realizada também nesta etapa a revisão bibliográfica, especificamente sobre o
processo de divisão celular, meiose e formação de micronúcleos.
Nas cinco sessões iniciais de treinamento em laboratório foram preparados
conjuntos de lâminas variando entre 10 e 20 lâminas em cada sessão. Foi verificada
que a ocorrência de tétrades se dava em 1 ou 2 lâminas de cada conjunto,
resultando numa média de 10% de lâminas com identificação de tétrades.
Considerando esta baixa taxa de lâminas com tétrades e ponderando-se que gerar
novas mudas a partir das 28 mudas iniciais extrapolaria o prazo do projeto, optou-se
por aumentar o número de mudas de 28 para 650. O universo de 650 mudas foi
determinado seguindo-se orientações de MA (1983), do International Program of
33
Chemical Safety World Health Organization (1988), e considerando-se também a
disponibilidade de espaço na área controle.
Este programa afirma serem necessárias 1000 plantas para se ter disponível
entre 60 e 80 inflorescências jovens uma vez por semana. Ma (1983) afirma que, em
geral, é necessário um mínimo de 500 plantas adultas para se ter disponível de 40 a
60 inflorescências, uma ou duas vezes por semana. Este número, então, seria
suficiente para desenvolver o experimento aqui proposto.
Dentro desta perspectiva, mais mudas foram adquiridas junto ao mesmo
fornecedor inicial e, imediatamente após a aquisição, foram transportadas para a
área controle e transplantadas para vasos plásticos, na forma tronco de cone, com
altura de 15 cm, diâmetro maior com 20 cm e diâmetro inferior com 15 cm. Cada
vaso foi preenchido com 2,0 kg do substrato composto de terra vegetal e adubo
orgânico anteriormente preparado.
Nestas condições foi iniciado o desenvolvimento das 650 mudas e, após 120
dias, 80 delas, que já apresentavam inflorescências jovens, foram selecionadas para
serem submetidas à primeira exposição de radiação eletromagnética não-ionizante,
tendo sido alocadas 20 mudas em cada uma das três estações de exposição e na
área controle.
34
3.1 ÁREA CONTROLE, ESTAÇÕES DE EXPOSIÇÃO E PROCEDIMENTO DE
MEDIÇÃO DA RADIAÇÃO
Foi definido no projeto a exposição da Tradescantia pallida (Rose) D. R.
Hunt var. purpurea Boom em uma área controle e em três estações com diferentes
níveis de radiação. Os biomonitores foram expostos em 25 e 26 de agosto de 2005,
e em 11 e 12 de maio de 2006.
A área controle distou entre 40 e 50 km dos demais locais de exposição e o
nível médio de radiação na área controle nos dois períodos de exposição foi de 0,43
V/m e 0,22 V/m respectivamente, o que é considerado muito baixo em relação aos
valores limites definidos pela própria Anatel (62 V/m), e o Órgão Ambiental
CEPRAM (9 V/m).
Os três locais de exposição foram definidos a partir de sondagens prévias que
mediram e constataram diferentes níveis de radiação entre eles (baixo, médio e alto)
e maior uniformidade possível nas demais condições climáticas, como: temperatura,
umidade do ar, insolação e nível pluviométrico, conforme informações registradas na
estação metereológica de Salvador (83229) do Instituto Nacional de Metereologia –
INMET. (Anexos C, D, E e F).
Entre a 1ª e 2ª exposições, foi observado que a temperatura máxima,
temperatura média e insolação apresentaram variação inferior a 10%. A temperatura
mínima e umidade do ar mantiveram-se constantes, entretanto, a precipitação de
chuva apresentou variação superior a 300% da 1ª para a 2ª exposições. O Quadro
2 apresenta o resumo das variações registradas.
35
O conceito de insolação considera o número de horas do dia em que há
incidência de raios solares.
Quadro 2: Variáveis Climáticas nas Estações de Exposição e na área controle. Fonte: INMET – Instituto Nacional Metereologia
CONDICÕES CLIMÁTICAS Período 1 Período 2 Variação %25 a 26/8/2005 11a 12/5/2006 entre 2 períodos
Temperatura máxima 28,5º 30º 5,3
Temperatura média 24,5º 26º 6,1
Temperatura mínima 22º 22º 0
Insolação (horas do dia) 15,7 h 16,8 h 7
Umidade do ar 84% 84% 0
Precipitação chuva (diária média) 4,4 mm 18,2 mm 318,2
Além destes parâmetros, foi também considerada a influência da velocidade
do vento na formação de micronúcleos no biomonitor.
Figura 4: Velocidade do vento na exposição e nas 24 h que antecederam a 1ª exposição. Fonte: www.cptec.inpe.br
36
A figura 4 mostra que no período da 1ª exposição e nas 24 h que a
antecederam, o vento atingiu velocidade máxima de 2,50 m/s.
Figura 5: Velocidade do vento na exposição e nas 24 h que antecederam a 2ª exposição. Fonte: www.cptec.inpe.br
Na figura 5 observa-se que, na véspera e no período da 2ª exposição, a
velocidade do vento atingiu pico de 4,8 m/s. A velocidade do vento no 2 º período de
exposição foi 92 % maior que no 1º período de exposição. Isto pode ter contribuído
para maior dispersão de poluentes no 2º período em relação ao 1º período de
exposição.
Quanto a medição da radiação, na primeira exposição dos biomonitores,
ocorrida entre 25 e 26 de agosto de 2005, os níveis de radiação de cada local foram
medidos pela Anatel e, na segunda exposição, entre 11 e 12 de maio de 2006, pelo
Departamento de Engenharia Elétrica da UFBA. O equipamento utilizado em todas
as medições foi o “Radiation Meter” (Figuras 6).
37
Figura 6: Radiation meter e medição na estação Controle
Na medição do nível da radiação eletromagnética não-ionizante na área
controle e nas estações de exposição, além do uso do equipamento “Radiation
meter”, foi também observado o disposto no anexo da resolução nº 303 da Anatel de
2 de julho de 2002. Esta resolução define que os campos elétricos, magnéticos e
eletromagnéticos medidos e provenientes de radiofreqüências até 10 GHz, quando
utilizados para avaliação dos limites de exposição, tanto ocupacional quanto da
população em geral, deve ser a média temporal em qualquer intervalo de 6 (seis)
minutos.
Assim, em cada estação de exposição e na área controle o equipamento de
medição (Radiation meter) realizou, durante 6 minutos, em intervalos de tempo
constantes, 50 medidas do nível da radiação naquele local. Ao final das 50 medidas,
o equipamento calculou a média aritmética daquelas medidas, e o valor encontrado
foi adotado como o nível da radiação naquele local.
38
3.2 CARACTERÍSTICAS DA ESTAÇÃO CONTROLE E DAS ESTAÇÕES DE
EXPOSIÇÃO.
Estação Controle (Estação 1 – E1):
A área controle foi implantada na Estrada do Coco, km 20, Condomínio Parque
Interlagos, Quadra 2 , Lote 14, no município de Camaçari – Bahia.
• Coordenadas geodésicas:
Latitude: 12º 48’ 3,8’’ S
Longitude: 38º 12’ 29,4’’W
• Níveis de radiação (média), data e hora da medição:
1ª exposição: 0,43 V/m; em 25/8/2005, as 12h 07 min (ANEXO G)
2ª exposição: 0,22 V/m; em 11/5/2006, as 12h 32min (ANEXO H)
• Distância estimada da torre mais próxima: 300m
Outras Características da Estação Controle:
• Situa-se fora do centro urbano, numa distância média de 50 km das demais
estações.
• Fica localizada entre a orla marítima e uma rodovia de médio tráfego de
veículos, eqüidistante aproximadamente 500 m de ambas referências.
• Trata-se de uma área residencial com baixa freqüência média de pessoas.
• Na área externa aos limites do condomínio, existem pequenos comércios e
uma indústria. Quanto à indústria, trata-se de uma unidade química voltada
para a produção de pigmento de dióxido de titânio (TiO2).
• A corrente de ventos no local, orienta-se predominantemente no sentido:
39
mar, condomínio, área externa ao condomínio (estrada, pequenos comércios
e indústria).
• Nas proximidades há uma estação rádio base de telefonia celular, e uma rede
de energia de alta tensão que atende a indústria. Não há estações de rádio e
tv próximas ao local.
Estação Politécnica (Estação 2 – E2):
A estação Politécnica está localizada no terraço da Escola Politécnica da UFBA, na
Rua Aristides Novis nº 2, Federação, Salvador – Bahia.
• Coordenadas geodésicas:
Latitude: 12º 59’ 58,4’’ S
Longitude: 38º 30’ 36,3’’W
• Níveis de radiação (média), data e hora da medição:
1ª exposição: 22,58 V/m; em 25/8/2005, as 16h 15min (ANEXO I)
2ª exposição: 20,72 V/m; em 11/5/2006, as 15h 40min (ANEXO J)
• Distância estimada da torre mais próxima: 20m
Outras Características da estação Politécnica:
• Está dentro da área urbana da cidade.
• Está situada em bairro com características mistas de ocupação (residencial e
comercial).
• Localiza-se no ponto mais elevado do bairro.
• Fica defronte, a uma avenida de intenso fluxo de veículos. O local de
exposição dista cerca de 200 m desta avenida.
40
• No bairro existem muitas emissoras de rádio, televisão e estações rádio base
de telefonia celular.
• Dista aproximadamente 2 km da orla marítima.
Estação Federação (Estação 3 – E3):
A estação Federação está localizada numa área residencial na Rua Padre Camilo
Torrend nº172, Federação, Salvador – Bahia.
• Coordenadas geodésicas:
Latitude: 13º 00’ 2,4’’ S
Longitude: 38º 30’ 38,1’’W
• Níveis de radiação (média), data e hora da medição:
1ª exposição: 11,11 V/m; em 25/8/2005, as 17h 19min (ANEXO K)
2ª exposição: 9,25 V/m; em 11/5/2006, as 16h 37min (ANEXO L)
• Distância estimada da torre mais próxima: 130m
Outras características da estação Federação:
• Localiza-se no mesmo bairro da estação Politécnica, na área externa de um
prédio de ocupação residencial.
• Dista aproximadamente 200 m da estação Politécnica.
• Situa-se em nível mais baixo que o da estação Politécnica.
• Está dentro da área urbana da cidade em uma rua de baixa freqüência de
veículos. A avenida de intenso tráfego dista aproximadamente 400 m do local
de exposição
41
• No bairro existem muitas emissoras de rádio, televisão e estações rádio base
de telefonia celular.
• Dista aproximadamente 2 km da orla marítima.
Estação Cabula (Estação 4 – E4):
A estação Cabula está localizada na Rua Silveira Martins, sede do 19º BC do
Exército, Cabula, Salvador-Bahia.
• Coordenadas geodésicas:
Latitude: 12º 57’ 57,1’’ S
Longitude: 38º 27’ 18,2’’W
• Níveis de radiação (média), data e hora da medição:
1ª exposição: 0,68 V/m; em 25/8/2005, as 14h 23min (ANEXO M)
2ª exposição: 0,32 V/m; em 11/5/2006, as 14h 50min (ANEXO N)
• Distância estimada da torre mais próxima: 350m
Outras Características da área:
• É a sede de um quartel do exército, onde se realizam práticas diversas,
inclusive de exercícios de tiro.
• No Bairro predominam habitações residenciais, embora existam poucos
comércios e sedes administrativas de algumas empresas.
• A avenida que passa a frente do quartel é de intenso tráfego de veículos.
• O local de exposição dista cerca de 2 km da referida avenida.
• O local de exposição situa-se dentro de uma área de mata atlântica.
• A orla marítima está distante cerca de 5 km do local.
42
• Nas proximidades da área tem uma estação rádio base de telefonia celular e
uma rede de energia de alta tensão.
• É baixíssimo (praticamente inexistente) o fluxo de pessoas no local.
3.3 TRANSPORTE DOS BIOMONITORES
Conforme Ma (1983), “Durante o monitoramento in situ da contaminação
atmosférica, as amostras devem ser transportadas, até e desde o local de
monitoramento, em uma câmara ou veículo com ar limpo, antes e depois da
exposição à atmosfera contaminada”.
Nas datas programadas para exposição à radiação, os biomonitores foram
transportados da área controle para as estações de exposição em condição
controlada, em um veículo tipo VAN, devidamente fechado, para evitar qualquer tipo
de contaminação.
Findo o período de exposição à radiação, e após a coleta das inflorescências,
os biomonitores foram coletados nas estações de exposição e transportados de volta
para a estação controle, no mesmo veículo fechado e climatizado, em condições
controladas.
.
43
3.4 EXPOSIÇÃO DOS BIOMONITORES E COLETA DAS INFLORESCÊNCIAS
Em cada estação foram expostos 20 vasos com mudas do biomonitor durante
um período de 30 horas.
Este período de 30 horas é denominado de tempo de recuperação ou tempo
meiótico, e é o período de tempo necessário para que os cromossomos danificados
na Profase desenvolvam-se até chegar à fase das “early tetrads” (tétrades jovens),
onde é possível a identificação dos micronúcleos que foram desenvolvidos naquela
inflorescência.
Na figura 7, é apresentada a síntese do processo de meiose do biomonitor, a
formação da tétrade jovem e sua recuperação entre as 24–30 h seguintes.
FIGURA 7: Processo de meiose no biomonitor segundo Taylor (1950).
44
De acordo com as etapas de duração de cada fase determinadas por Taylor
(1950), um tempo meiótico adequado se dá entre 24 e 30 h.
Neste trabalho, após 30 horas de exposição, as inflorescências jovens do
biomonitor das três estações de exposição e da estação controle foram coletadas
em frascos plásticos (embalagem de filme), com 5 cm de altura e 3 cm de diâmetro,
não transparentes. As inflorescências foram fixadas numa mistura de etanol com
ácido acético numa proporção de 3:1, e, ali permaneceram por um período de 24
horas. Após este tempo, as inflorescências foram lavadas em água corrente durante
3 minutos e novamente armazenadas em frascos idênticos ao descrito
anteriormente, porém, numa solução contendo exclusivamente etanol a 70%. Os
frascos contendo as inflorescências jovens foram identificados com informações
sobre as estações à qual pertenciam e, em seguida, guardados no congelador (0ºC),
seguindo-se metodologia descrita em MA, 1983.
As inflorescências permaneceram armazenadas no congelador até a data em
que foram utilizadas na preparação das lâminas em laboratório.
3.5 PREPARO E ANÁLISE DAS LÂMINAS
O procedimento de preparo das lâminas, visando encontrar tétrades do
biomonitor e posterior contagem de micronúcleos formados, seguiu o padrão
definido por MA, 1981, apresentado na figura 8 e descrito na seqüência.
45
Figura 8: Preparo de lâminas segundo MA (1981).
As inflorescências selecionadas foram dissecadas com o uso de lupa, estilete
e pinça. As anteras foram separadas e dispostas sobre a lâmina, e em seguida
coradas com acetato-carmin e maceradas com o uso de um bastonete metálico.
Após a maceração e retirada dos fragmentos das anteras, o material corado foi
coberto com uma lamínula e aquecido sobre a chama de uma lamparina a álcool
durante um curto tempo (10 s) para fixação do corante. Após o aquecimento, foi
retirado o excesso de corante através da compressão com papel toalha do conjunto
lâmina/lamínula.
Uma constatação, nas fases preliminares do trabalho em laboratório, foi a
verificação que a grande maioria (80%) das inflorescências que continham tétrades,
mediam entre 3 e 5 mm de comprimento. A partir desta confirmação, todas as
inflorescências utilizadas no preparo das lâminas, foram selecionadas dentro desta
faixa de tamanho.
46
Para cada uma das três estações de exposição e da área controle, foram
preparadas em média 95 lâminas, das quais, em 10 eram encontradas tétrades,
totalizando 40 lâminas para análise microscópica. Em cada uma das 40 lâminas
analisadas, foram aleatoriamente pesquisadas 300 tétrades, totalizando 12000
tétrades analisadas em cada período de exposição.
As lâminas foram analisadas num microscópio trinocular acoplado a uma
câmera digital Samsung conectada a um aparelho de televisão de 29 polegadas.
Este procedimento possibilitou a visualização da imagem em maior dimensão e deu
mais confiabilidade na identificação do micronúcleo.
Na figura 9 é visualizado um conjunto, contendo 1 tétrade com formação de 2
micronúcleos.
Figura 9: Conjunto de tétrade com 2 micronúcleos.
47
A experiência da 1ª exposição demonstrou ser este experimento um trabalho
que demandaria tempo significativo e desconhecido quantitativamente até então.
Por conta desta indisponibilidade, e, objetivando quantificar a variável
temporal das atividades práticas do experimento, foi registrado o tempo demandado
para o preparo e análise de lâminas da 2ª exposição. Naquela exposição foram
preparadas 388 lâminas, das quais, em 40 verificou-se a formação de tétrades, com
a seguinte alocação de tempo em cada atividade prática:
• 6 minutos na preparação de cada lâmina (388).
• 4 minutos no uso do microscópio para aferir se havia ou não tétrade na lâmina
(388)
• 60 minutos na contagem de tétrades e micronúcleos em cada uma das 40
lâminas onde foram encontradas tétrades.
Considerando a quantidade de lâminas preparadas, e o tempo aplicado em
cada atividade, chegou-se ao total de 6280 minutos gastos nas atividades da 2ª
exposição, ou seja, 104,7 horas. Como foram realizadas 2 exposições, conclui-se
que o tempo necessário ao preparo e análise das lâminas foi aproximadamente de
210 horas. Esta informação possibilita planejar o número de sessões de laboratório
que serão necessárias à realização do trabalho.
Esta constatação de procedimentos laboriosos e demorados para contagem
de micronúcleos nas tétrades encontra registro na bibliografia (Ma, 1990) que
considera isto uma desvantagem do teste Trad-MCN.
48
3.6 CONTAGEM E REGISTRO DE TÉTRADES E MICRONÚCLEOS
À medida que as lâminas iam sendo microscopicamente analisadas, as
tétrades existentes eram projetadas na tela do aparelho de televisão e
detalhadamente observadas para que fosse confirmada ou não a existência de
micronúcleo naquela tétrade.
Ocorrendo ou não formação de micronúcleo na tétrade analisada, os dados
eram transcritos para um formulário específico (APÊNDICE A), por nós
desenvolvido, onde foram registradas as seguintes informações:
• Número da lâmina
• Local da exposição
• Data da exposição
• Nível da radiação
• Data da análise em laboratório
• Hora de início e fim da análise
• Número de tétrades e número de micronúcleos encontrados
As lâminas analisadas continham apenas um número aleatório e não
seqüencial que impossibilitava, a priori, a correlação dela com a estação de
exposição. As leituras das lâminas foram realizadas sem que o analista pudesse
correlacionar, no momento da análise, à qual estação as lâminas pertenciam.
Após o cômputo do número de tétrades e micronúcleos foi utilizada uma outra
base de dados, que correlacionava o número da lâmina com a estação à qual aquela
lâmina pertencia.
49
A freqüência de micronúcleos foi expressa na forma de micronúcleos por 100
tétrades (MCN/100T) e calculada individualmente por lâmina, dividindo-se o total de
micronúcleos encontrados em cada lâmina pelo número de tétrades contadas
naquela lâmina. O resultado encontrado multiplicado por 100.
3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS
As análises realizadas basearam-se na aplicação dos modelos e testes
estatísticos descritos na seqüência, para dados não paramétricos.
3.7.1 Exposição do biomonitor a diferentes níveis de radiação:
Foi inicialmente aplicado o modelo estatístico de Kruskall-wallis, para dados
não paramétricos, que teve como proposta avaliar se houve diferença na formação
de micronúcleos quando o biomonitor foi exposto a diferentes níveis de radiação.
Através deste teste foi avaliado o nível de significância do conjunto de registros das
variáveis tratadas, no caso, a freqüência de formação de micronúcleos entre
estações com diferentes níveis de radiação eletromagnética não-ionizante, em cada
um dos dois períodos de exposição individualmente. O nível para todos os testes,
foi fixado em 0,05 ou 5% (p < 0,05) o nível de rejeição de nulidade e em 95% o grau
de confiança.
Na seqüência, e após o teste de Kruskall-wallis ter apresentado resultado
significativo, foi então aplicado o teste de Dunn, para identificar quais as estações de
exposição, que apresentaram dados com diferenças significativas, quando
50
comparadas entre si. A análise estatística foi realizada pelo programa GRAPHPAD
INSTANT v.3.0.
Na representação gráfica dos dados, foi utilizado o formato “boxplot”. Este tipo
de gráfico possibilitou a visualização simultânea dos seguintes parâmetros: média,
erro da média e desvio padrão. Os gráficos foram gerados no programa
STATISTICA versão 5.2
Adicionalmente, o conjunto de dados oriundos das duas exposições, foi
submetido ao modelo de regressão linear, para que fosse verificada estatisticamente
a existência de correlação linear entre as variáveis do objetivo. O nível de
correlação linear é expresso por R2, sendo este o parâmetro que reflete a
intensidade da correlação existente entre as variáveis, no caso, nível de radiação
eletromagnética não-ionizante e formação de micronúcleos. É admitida a existência
de correlação linear quando R2 for maior que 0,7.
3.7.2 Exposição do biomonitor a diferentes níveis de radiação em diferentes
estações do ano.
Na comparação das médias da formação de micronúcleos encontrados em
cada estação, nas 2 exposições, aplicou-se o test Mann-Whitney , analisando-se o
resultado conforme o nível de significância (p) encontrado. Na representação gráfica
dos dados foi também utilizado o formato do tipo boxplot.
51
4 RESULTADOS
Os resultados apresentados são referentes à exposição dos biomonitores em
locais com diferentes níveis de radiação eletromagnética não-ionizante no período
entre 25/08/05 a 26/08/05.
Figura 10: Variação da freqüência de micronúcleos na 1ª exposição
52
A figura 10 mostra que nesta exposição foram registrados os seguintes
resultados:
E1 – estação Controle – 4,40 MCN/100T, com radiação de 0,43 V/m.
E2 – estação Politécnica – 10,39 MCN/100T, com radiação de 22,58 V/m.
E3 – estação Federação – 9,49 MCN/100T, com radiação de 11,11V/m.
E4 – estação Cabula – 10,22 MCN/100T, com radiação de 0,68 V/m.
Este conjunto de resultados, submetido ao teste Kruskal-Wallis, apresentou
nível de significância p = 0,0007, que é um resultado extremamente significativo no
correlacionamento das variáveis nível de radiação e formação de micronúcleos.
Na seqüência foi realizado o teste de Dunn, que comparou o resultado de
cada estação com as demais individualmente, para identificar as estações que
diferiram entre si e, que apresentou como resposta que as três estações, E2, E3 e
E4 quando comparadas com a área controle E1, apresentaram nível de significância
p<0,05.
Entretanto, quando foram comparados os resultados das estações E2, E3 e
E4 entre si, o nível de significância foi maior que 0,05, em todas as comparações.
Além disto, ficou evidenciada a comparação de E4 com as demais estações,
pois, considerando que E4 apresentou nível de radiação próxima de E1 (ambas
muito baixas), e distante de E2 e E3, ambas com nível de radiação bem mais
elevado que E4, esperava-se que ocorressem resultados opostos aos expressados
pelo nível de significância na comparação de E4 com as demais estações.
Foi observado também, que entre as estações E3 e E4, ocorreu uma inversão
entre o nível de radiação e a formação de micronúcleos, ou seja, das duas estações
53
a que apresentou maior freqüência de micronúcleos não foi a com maior nível de
radiação. Uma hipótese para tal ocorrência baseia-se na existência de outros
fatores, que não as radiações, provocando estresse no vegetal.
Com o propósito de novamente avaliar o potencial do biomonitor, foi realizada
uma 2ª exposição, tendo sido os biomonitores expostos nos mesmos locais da 1ª
exposição.
A figura 11 mostra que as estações E1, E4, E3 e E2 mantiveram nesta ordem
o nível crescente de radiação e de freqüência de micronúcleos.
Figura 11: Variação da freqüência de micronúcleos na 2ª exposição
54
As medições da 2ª exposição apresentaram os seguintes resultados:
E1 – estação Controle – 4,73 MCN/100T, com radiação de 0,22 V/m.
E2 – estação Politécnica – 6,40 MCN/100T, com radiação de 20,72 V/m.
E3 – estação Federação – 5,83 MCN/100T, com radiação de 9,25V/m.
E4 – estação Cabula – 5,50 MCN/100T, com radiação de 0,36 V/m.
A aplicação do teste de Kruskal-Wallis resultou num valor de p = 0,0168, que
é considerado um valor significativo na correlação das variáveis.
Entretanto, na aplicação do teste de Dunn, só foi verificado significância, na
comparação dos resultados das estações E1 e E2 (p<0,05). Nas demais
comparações de resultados entre estações, o nível de significãncia foi maior que
0,05 (p > 0,05).
Na figura 12, observamos a equação matemática decorrente dos resultados
obtidos nas 2 exposições e, o valor obtido para o parâmetro de correlação (R2) e o
nível de significância (p).
Figura 12: Correlação linear entre a radiação e formação de micronúcleos
55
No caso em estudo foi encontrado R2= 0,1985, significando que
estatisticamente não existe correlação linear entre as variáveis analisadas, e não
existe significância no conjunto de resultados obtidos nas duas exposições (p>0,05).
Na seqüência de análises, e visando avaliar os efeitos da radiação na
formação de micronúcleos em diferentes períodos, cada estação teve seus próprios
resultados nas duas exposições confrontados entre si.
A figura 13 mostra que o nível de radiação na estação controle, apresentou
uma redução da 1ª para a 2ª exposição, passando de 0,43 V/m para 0,22 V/m. De
forma inversa, a freqüência de micronúcleos passou de 4,40 MCN/100T para 4,73
MCN/100T da 1ª para a 2ª exposição.
Figura 13: Nível da radiação e formação de micronúcleos na estação Controle.
56
O nível de significância encontrado foi não significativo (p = 0,1903).
O baixo nível de radiação não-ionizante nesta estação, nas 2 exposições, não
provocou significativos danos no biomonitor, ainda assim, o número de
micronúcleos formados é maior do que o encontrado por outros autores em
condições de controle.
A figura 14 mostra que na estação Politécnica ocorreu pequena redução no
nível de radiação da 1ª para a 2ª exposição, passando de 22,58 V/m para 20,72 V/m
respectivamente. Entretanto, a freqüência de micronúcleos apresentou uma variação
mais intensa, passando de 10,39 MCN/100T na 1ª exposição para 6,40 MCN/100T
na 2ª exposição.
Figura 14. Nível da radiação e formação de micronúcleos na estação Politécnica
57
A comparação dos resultados de radiação e freqüência de micronúcleos
resultou em p = 0,0007, o que representa significância na correlação existente entre
as variáveis analisadas.
Entretanto a desproporcionalidade verificada entre a variação da radiação e a
da formação de micronúcleos, sugere que outros fatores ambientais podem ter
contribuído mais intensamente na formação dos micronúcleos na 1ª exposição.
A figura 15 mostra que na estação Federação, de forma análoga ao ocorrido
na estação Politécnica, a variação da radiação que passou de 11,11 V/m para 9,25
V/m entre a 1ª e a 2ª exposições também foi menos intensa que a variação na
freqüência de micronúcleos, que atingiu 9,49 MCN/100T na 1ª exposição e 5,83
MCN/100T na 2ª exposição, o que é desproporcional às alterações das emissões de
radiações.
Figura 15: Nível da radiação e formação de micronúcleos na estação Federação.
58
Com base no modelo estatístico, o nível de significância foi: p = 0,0015. Este
resultado representa ser muito significativa, nesta estação, a correlação entre as
variáveis analisadas.
A exemplo da Estação Politécnica, a desproporcionalidade verificada entre a
variação da radiação e a formação de micronúcleos, sugere que outros fatores
podem ter contribuído mais intensamente na formação dos micronúcleos na 1ª
exposição.
Na estação Cabula, figura 16, a radiação passou de 0,68 V/m na 1ª exposição
para 0,36 V/m na 2ª exposição e a freqüência de micronúcleos passou de 10,22
MCN/100T para 5,50 MCN/100T respectivamente. Nesta estação houve
proporcionalidade entre as variações de radiação e de formação de micronúcleos.
A aplicação do teste de Dunn apresentou como resultado p = 0,0002, o que
confirma ser significativa a correlação existente entre estas variáveis nesta estação,
nas exposições realizadas.
59
Figura 16: Nível da radiação e formação de micronúcleos na estação Cabula
Os resultados encontrados nas 4 estações, mostram que em 3 delas é
significativa a correlação existente entre a variação do nível de radiação e freqüência
de micronúcleos, em diferentes épocas do ano, mas também apresentam em
algumas situações, desproporcionalidade nestas variações, sugerindo que outros
fatores ambientais tiveram influência mais intensa na formação de micronúcleos do
que a radiação isoladamente.
Adicionalmente foi então verificada a variação de outros parâmetros
climatológicos ocorridos nos mesmos períodos e, que pudessem ter contribuído para
a formação de micronúcleos no biomonitor.
O quadro 2 na folha 35, apresenta os índices de temperatura, insolação,
umidade do ar e índice pluviométrico, ocorridos nos dois períodos de exposição, e
mostra que o índice pluviométrico apresentou variação superior a 300% entre as
60
duas exposições. Os demais parâmetros não apresentaram variação, ou
apresentaram em nível inferior a 10%.
Sabemos que as variáveis ambientais e o potencial de poluição atmosférica
das estações estudadas são diferentes.
Além destes parâmetros, foi também analisada a influência da velocidade do
vento na formação de micronúcleos no biomonitor.
A figura 4 na folha 35 mostra que, no período da 1ª exposição e nas 24 h que
a antecederam, o vento atingiu velocidade máxima de 2,50 m/s. Enquanto isto, a
figura 5 na folha 36 mostra que, na véspera e no período da 2ª exposição, a
velocidade do vento atingiu pico de 4,8 m/s. A velocidade máxima do vento no 2º
período foi 92% maior do que no 1º período.
A maior velocidade do vento na 2ª exposição pode ter contribuído para uma
maior dispersão de poluentes presentes na atmosfera.
61
5 DISCUSSÃO
BATALHA, J. R. F. e outros, São Paulo – 1999, utilizaram a Tradescantia
pallida (Rose) D. R. Hunt var purpurea Boom para avaliar seu potencial como
biomonitor quando exposta a agentes estressores, tanto em ambiente controlado,
como em ambiente externo. O experimento foi realizado com utilização do protocolo
Trad-MCN definido como padrão para clone 4430 ou 03 do gênero Tradescantia. O
biomonitor respondeu adequadamente, apresentando resultados semelhantes ao do
clone 4430, mostrando assim seu potencial como biomonitor.
A confirmação desta potencialidade foi o ponto de partida para utilização da
mesma variedade, com aplicação do mesmo protocolo Trad-MCN, na realização do
experimento objeto desta dissertação.
Os resultados obtidos por BATALHA (1999), mostraram que o biomonitor
quando exposto a diferentes agentes estressores, apresentou em todas as
situações, resultados que expressavam nível de significância, na correlação agente
estressor e sensibilidade para formação de clastogênicos. Além disto, em todos os
experimentos, a variação da clastogenicidade se mostrou compatível com a variação
da concentração do agente estressor, embora de forma não linear.
62
Nos experimentos realizados nesta dissertação, também foi observada
significância em diversas correlações entre o nível de radiação eletromagnética não-
ionizante e a formação de micronúcleos nas células do biomonitor. Entretanto, em
algumas situações, houve inversão nos resultados obtidos, onde exemplares
expostos a determinados níveis de radiação, apresentaram micronúcleos em
freqüência superior a outros exemplares expostos à radiações de menor intensidade
que a primeira.
Foi adicionalmente verificada, em algumas situações, que apesar da
significância da correlação, segundo o modelo estatístico adotado, era evidente a
discrepância entre as variações dos níveis de radiação e da freqüência de
micronúcleos formados, sugerindo que outros fatores estressores, como: variáveis
ambientais, poluentes atmosféricos e outros, estivessem também interferindo nos
resultados obtidos.
Estas constatações impossibilitaram a associação direta entre a formação de
micronúcleos e a intensidade da radiação eletromagnética não-ionizante, dos locais
onde os biomonitores foram expostos e, elas encontram aderência à informações
obtidas através de comunicação com a Professora Dra. Marisa Domingos, Instituto
Botânico - SP, quando relata que:
“.....temos visto que as plantas de T. pallida ‘Purpurea’ também mostram
intensidades muito distintas da resposta bioindicadora ao mesmo nível de
determinado agente poluidor,......... Parece-nos que estas diferenças têm alguma
relação com o “estado fisiológico” ou fase fenológica em que se encontram as
plantas utilizadas.”
63
“.... essa espécie adapta-se com facilidade a uma variedade de ambientes,
podendo ser encontrada praticamente em todo o mundo na atualidade. Isso indica
que ela deve possuir mecanismos fisiológicos e metabólicos que conferem tolerância
a extremos ambientais. Dependendo da época, tais mecanismos podem tornar a
planta “menos receptiva” a mudanças ambientais, os níveis basais de micronúcleos
seriam mais altos e o acréscimo de micronúcleos seria pouco expressivo.”
Dos possíveis fatores climáticos que interferem no comportamento do
biomonitor, são encontradas referências na literatura, no que diz respeito a
velocidade dos ventos e nível de precipitação pluviométrica.
Segundo, DOMINGOS, M. e outros (2002), avaliando os impactos de poluição
atmosférica sobre remanescentes florestais, abordam a influência de parâmetros
meteorológicos sobre a remoção de poluentes, e concluem que a dispersão dos
poluentes atmosféricos depende da direção e da velocidade do vento e da
turbulência vertical; que o vento possui um efeito diluente sobre as concentrações de
poluentes e que a velocidade do vento, geralmente, aumenta com a altitude, o que
favorece a dispersão de poluentes.
Conforme, PETRIC, E. (2001), avaliando a poluição atmosférica da Cidade do
Salvador, observa que as médias de micronúcleos para os mesmos locais em
diferentes períodos, foram mais elevadas nos meses com maior estiagem do que
nos meses mais chuvosos, sugerindo que nos períodos mais secos os biomonitores
estão sujeitos a uma ação mais intensa dos fatores clastogênicos.
As constatações destes autores, tanto no que se refere às ações decorrentes
da velocidade do vento, quanto ao efeito de períodos de maior estiagem na ação de
64
fatores clastogênicos, encontra concordância neste trabalho, pois, na primeira
exposição foi registrado índice pluviométrico menor, e velocidade do vento mais
baixa, do que na 2ª exposição, e, na 1ª exposição, a freqüência de micronúcleos foi,
em média, quase o dobro das verificadas na 2ª exposição, conforme quadro 2 na
folha 35 e, figuras 4 e 5, nas folhas 35 e 36 respectivamente.
Ainda comparando os resultados deste trabalho com trabalhos de outros
autores, verifica-se que eles são incompatíveis aos encontrados por SOLLITTO
(2005) quando expôs o biomonitor, em ambiente controlado, a diferentes níveis de
campo magnético de baixa freqüência, e observou a formação de micronúcleos em
nível crescente à medida que aumentava a intensidade do campo magnético.
Testes de genotoxidade conduzidos por WANG, S. & WANG, X.(1998), com
exemplar do gênero Tradescantia (clone 3) exposta à radiação de raios ultravioleta
UV-B a três diferentes doses de exposição, resultou em formação crescente de
micronúcleos, conforme o número de horas que o biomonitor ficou exposto à
radiação. Porém no nível de radiação mais elevado a freqüência de micronúcleos foi
inferior ao do nível intermediário da radiação, tal como ocorreu entre as estações
Cabula e Federação, na 1ª exposição deste experimento.
Isto sugere, a exemplo dos resultados verificados no presente experimento,
que o teste Trad-MCN é sensível às radiações não-ionizantes e possivelmente a
outros poluentes ambientais.
Quanto ao modelo estatístico de correlação linear aplicado para as variáveis
analisadas, confirmou que, estatisticamente não existe correlação linear entre nível
de radiação eletromagnética não-ionizante e formação de micronúcleos.
65
6 CONCLUSÕES
• Não foi possível relacionar a formação de micronúcleos exclusivamente ao
nível das radiações eletromagnéticas não-ionizantes.
Nas duas exposições não se observou equivalência direta entre redução ou
aumento de radiação e, redução ou aumento de micronúcleos formados,
embora a 2 ª exposição tenha apresentado níveis médios de radiação e
micronúcleos inferiores aos da 1ª exposição, porém em diferentes
proporções.
• O número de micronúcleos formado variou entre as estações e entre as duas
exposições.
• A estação onde foi encontrado o maior número de micronúcleos também foi a
estação com maior nível de radiação. Embora a estação Cabula com nível de
radiação semelhante à estação Controle, também tenha apresentado elevado
nível de micronúcleos.
66
• Nas duas exposições não se observou equivalência direta entre redução ou
aumento de radiação e, redução ou aumento de micronúcleos formados,
embora a 2 ª exposição tenha apresentado níveis médios de radiação e
micronúcleos inferiores aos da 1ª exposição, porém em diferentes
proporções.
• Possivelmente outras variáveis, como as ambientais, fisiológicas e outros
poluentes atmosféricos interferiram na dinâmica de formação de
micronúcleos.
• O biomonitor sofreu significativas variações na formação de micronúcleos
quando exposto no mesmo local, porém em diferentes estações do ano, e em
diferentes condições climáticas, principalmente o índice pluviométrico e a
velocidade do vento.
67
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Trabalho recente de Souza, E. (2006), também empregando a variedade
estudada neste experimento, na avaliação de radiações não-ionizantes, mostrou
maior coerência entre os parâmetros nível de radiação eletromagnética não-
ionizante e viabilidade do grão de pólen do que na formação de micronúcleos. Fica a
incerteza, se foi uma coincidência em relação aos resultados deste trabalho, ou, se
houve sensibilidade mais específica no parâmetro estudado pela autora. Daí a
necessidade de se continuar desenvolvendo experimentos com a variedade
purpurea.
Sugere-se que trabalhos que dêem continuidade a este, submetam o
biomonitor à exposição da radiação eletromagnética não-ionizante em ambiente de
condições controladas.
Na hipótese de realização de bioensaios em ambientes naturais, estes
poderão ser realizados somente com a exposição das inflorescências, conforme
método adotado por KLUMP, A. e outros, (2006), devendo ser monitorado o máximo
possível de fatores ambientais durante a exposição, além da radiação, considerando
que essa planta aparenta ser uma bioindicadora generalista.
67
68
É necessário também que seja definido um protocolo específico para esta
variedade, tal como, foi desenvolvido o Trad-MCN para o clone 4430 do gênero
Tradescantia.
Cuidados adicionais no cultivo dos biomonitores na estação Controle, como
sombreamento, fertilização contínua e mudança de substrato, poderão minimizar o
efeito dos fatores de estresse, diminuindo as freqüências basais de micronúcleos.
Devido aos laboriosos procedimentos de contagem de micronúcleos e
tétrades, constantes do subitem 3.5 na folha 47, se torna imprescindível o
desenvolvimento de alguma ferramenta que automatize a contagem de tétrades e
micronúcleos, dando agilidade e maior confiabilidade aos resultados dos
experimentos. Esta providência, além de padronizar o procedimento de contagem,
irá torná-lo imune às deficiências visuais humanas. Este desenvolvimento, visando a
automação do processo, através de técnicas de processamento digital de imagens,
pode ser promovido pela associação de competências entre as unidades da
Universidade Federal da Bahia.
69
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78
ANEXO C – Temperatura diária (máxima, média e mínima) em agosto de 2005 e maio de 2006. FONTE: Instituto Nacional de Meteorologia - INMET.
Agosto de 2005.
Maio de 2006.
79
ANEXO D – Insolação total diária em agosto de 2005 e maio de 2006. FONTE: Instituto Nacional de Meteorologia - INMET.
Agosto de 2005.
Maio de 2006.
80
ANEXO E – Umidade relativa do ar em agosto de 2005 e maio de 2006. FONTE: Instituto Nacional de Meteorologia - INMET.
Agosto de 2005.
Maio de 2006.
81
ANEXO F – Chuva acumulada mensal e nº de dias com chuva em agosto de 2005 e maio de 2006. FONTE: Instituto Nacional de Meteorologia - INMET.
Agosto de 2005.
Maio de 2006.
83
ANEXO H – Medição da radiação na área controle em 11 de maio de 2006.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
Medições de Campo Elétrico (Radiação não-ionizante) realizadas em 11/05/2006 (Estação 1 – Interlagos) End.: Estrada do Coco Km 20, Lot. Parque Interlagos, Qd2, Lt14, Camaçari / Ba Latitude: 12º 48’ 03.8” S Longitude: 38º 12’ 29.4” W Hora da Medição: 12h 32m Nível médio de radiação: 0,22 V/m Distância da torre mais próxima: 300m
Prof. Antonio Cezar de Castro Lima CREA-BA 21359 / D
Salvador – 12 de Maio de 2006
85
ANEXO J - Medição da radiação na estação Politécnica em 11 de maio de 2006.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA Medições de Campo Elétrico (Radiação não-ionizante) realizadas em 11/05/2006 (Estação 2 – Terraço da Escola Politécnica - UFBa) End.: Rua Aristides Novis, Nr2, Federação, Salvador / Ba Latitude: 12º 59’ 58.4” S Longitude: 38º 30’ 36.3” W Hora da Medição: 15h 34m Nível médio de radiação: 20,72 V/m Distância da torre mais próxima: 20m
Prof. Antonio Cezar de Castro Lima CREA-BA 21359 / D
Salvador – 12 de Maio de 2006
87
ANEXO L - Medição da radiação na estação Federação em 11 de maio de 2006.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA Medições de Campo Elétrico (Radiação não-ionizante) realizadas em 11/05/2006 (Estação 3 – Área residencial na Federação) End.: Rua Padre Camilo Torrend, Nr172, Federação, Salvador / Ba Latitude: 13º 00’ 02.4” S Longitude: 38º 30’ 38.1” W Hora da Medição: 16h 37m Nível médio de radiação: 9,25 V/m Distância da torre mais próxima: 130m
Prof. Antonio Cezar de Castro Lima CREA-BA 21359 / D
Salvador – 12 de Maio de 2006
89
ANEXO N - Medição da radiação na estação Cabula em 11 de maio de 2006.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA Medições de Campo Elétrico (Radiação não-ionizante) realizadas em 11/05/2006 (Estação 4 – 19º Batalhão de Caçadores) End.: Rua Silveira Martins – 19º Batalhão de Caçadores do Exército, Cabula, Salvador / Ba Latitude: 12º 57’ 57.1” S Longitude: 38º 27’ 18.2” W Hora da Medição: 14h 50m Nível médio de radiação: 0,36 V/m Distância da torre mais próxima: 350m
Prof. Antonio Cezar de Castro Lima CREA-BA 21359 / D
Salvador – 12 de Maio de 2006
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APÊNDICE A: Formulário desenvolvido para contagem de tétrades e micronúcleos. PESQ DE MICRONÚCLEOS EM TRADESCANTIA EXPOSTA À RAD.ELETROMAGNÉTICA
DATA EXPOS. LOCAL NV RAD
DATA COLETA LÂM Nº
DATA ANÁLISE HORA INÍCIO HORA FIM
TET MCN TET MCN TET MCN TET MCN TET MCN TET MCN1 51 101 151 201 2512 52 102 152 202 2523 53 103 153 203 2534 54 104 154 204 2545 55 105 155 205 2556 56 106 156 206 2567 57 107 157 207 2578 58 108 158 208 2589 59 109 159 209 259
10 60 110 160 210 26011 61 111 161 211 26112 62 112 162 212 26213 63 113 163 213 26314 64 114 164 214 26415 65 115 165 215 26516 66 116 166 216 26617 67 117 167 217 26718 68 118 168 218 26819 69 119 169 219 26920 70 120 170 220 27021 71 121 171 221 27122 72 122 172 222 27223 73 123 173 223 27324 74 124 174 224 27425 75 125 175 225 27526 76 126 176 226 27627 77 127 177 227 27728 78 128 178 228 27829 79 129 179 229 27930 80 130 180 230 28031 81 131 181 231 28132 82 132 182 232 28233 83 133 183 233 28334 84 134 184 234 28435 85 135 185 235 28536 86 136 186 236 28637 87 137 187 237 28738 88 138 188 238 28839 89 139 189 239 28940 90 140 190 240 29041 91 141 191 241 29142 92 142 192 242 29243 93 143 193 243 29344 94 144 194 244 29445 95 145 195 245 29546 96 146 196 246 29647 97 147 197 247 29748 98 148 198 248 29849 99 149 199 249 29950 100 150 200 250 300
TOTAL MCN MCN / 100T
91
UFBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA
MESTRADO PROFISSIONAL EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS
AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO
Rua Aristides Novis, 02, 4º andar, Federação, Salvador BA CEP: 40.210-630
Tels: (71) 3235-4436 / 3203-9798 Fax: (71) 3203-9892
E-mail: [email protected] / [email protected] Home page: http://www.teclim.ufba.br