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FLAP INTERNACIONAL 53 FLAP INTERNACIONAL 52 Especialistas afirmam: no mundo dos helicópteros, o mercado atual não tem vendido o que vinha sendo vendido dois ou três anos atrás. Nada, porém, que abale os negócios, pelo menos por enquanto. Por: Solange Galante MENOS VENDAS, MAS HÁ NOVIDADES NO HORIZONTE

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Especialistas afirmam: no mundo dos helicópteros, o mercado atual não tem vendido o que vinha sendo vendido dois ou três anos atrás. Nada, porém, que abale os negócios, pelo menos por enquanto.

Por: Solange Galante

MENOS VENDAS, MAS HÁ NOVIDADES NO HORIZONTE

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A indústria reconhece: em termos gerais, e mundialmente, 2013 foi um ano difícil. Mas, na aviação executiva, o segmento de asas rotativas enfrenta menos preconceito que o de asas fixas. Hoje, o helicóptero é visto como ferramenta de trabalho por excelência, o que viabiliza e otimiza muitos negócios e, a despeito dos altos e baixos da economia global, o crescimento do setor decola na vertical.

No Brasil, a frota continua aumentando ano a ano – em março passado a quantidade de he-licópteros civis registrados pela Agência Nacional de Aviação Civil superou 1.560 aeronaves. É uma frota que se altera diariamente quanto a cancela-mentos, novos registros, reservas de marcas, etc., mas, passando a régua, foram mais de 150 novos helicópteros registrados em relação a março de 2013. No entanto, não há em 2014 tanto otimis-mo quanto há dois anos.

Gualter Pizzi, da Gualter Helicópteros, avalia que o mercado atual de aeronaves de asas rotativas no Brasil está desacelerado e as vendas começaram a cair já no segundo semestre do ano passado, em parte pela alta do dólar e pela insegurança do empresário em investir nesse momento de definição da política e da economia brasileiras. E quanto à composição da frota? “Acredito que o Robinson ainda continua sendo o helicóptero mais vendido devido ao seu custo-benefício, principalmente o R66, a turbina.” E ele está certo. Hoje, a maior frota é justamente de helicópteros da Robinson – que vê crescer a quantidade de R66 em território bra-sileiro. Dos 140 novos helicópteros registrados no ano passado pela Anac, 80 foram dessa fabricante norte-americana, sendo 28 a pistão (R22 e R44) e 52 do modelo a turbina R66. “Foi um ano excep-cional, tanto para a Robinson Helicopter Company quanto para a Audi Helicópteros”, afirma Apostole

Lack Chryssafidis, diretor comercial da Audi, uma das principais representantes da Robinson no Brasil. “Sem dúvida alguma as aeronaves da Robinson são e sempre serão abridoras de mercado e ficamos felizes em poder constatar que possuímos clientes em todos os Estados brasileiros.” Os modelos mais vendidos atualmente são o R66 Turbine e o R44 Raven II, sem contar o R22, ainda hoje o helicóp-tero mais utilizado nas escolas de treinamento. “O R66 Turbine é um tremendo sucesso de vendas em todo o mundo, tendo sido vendidas mais de 500 unidades, sendo mais de 110 no Brasil.”

Também entraram nos registros da Anac em 2013 34 aeronaves da Airbus Helicopters (antiga Eurocopter) e subsidiárias, das quais 22 da brasileira Helibras. A terceira indústria mais presente entre os novos registros foi a ítalo-britânica AgustaWestland, com 14 aeronaves, seguida pelas norte-americanas Sikorsky (seis) e Bell (cinco unidades). Completa a soma uma aeronave russa Mi-171A1, que é utiliza-da na indústria onshore na Amazônia. A maior frota de aeronaves a turbina, conforme o Registro Ae-ronáutico Brasileiro, e desconsiderando aeronaves com registro suspenso ou cancelado, também é da Airbus Helicopters/Helibras. A terceira maior frota é da Bell, com pouco mais de 200 unidades no Brasil

em março passado, seguida pela AgustaWestland (cerca de 180) e Sikorsky (aproximadamente 130).

Outro helicóptero que vendeu bem dentro do seu segmento, segundo Gualter Pizzi, foi o Bell 429. Esse modelo da Bell Helicopter foi o mais vendido no mercado brasileiro no último ano, como confirma Rafael Mugnaini, diretor de Heli-cópteros e Operações da TAM Aviação Executiva, representante Bell no Brasil. “O ano foi bom em vendas e demonstrou sinais de recuperação das recentes crises e incertezas econômicas”, informa o diretor da TAM AE. “O 429 foi o biturbina leve mais vendido no ano de 2013 e isso já está se repetindo em 2014 também.” A Bell e a TAM Aviação Executiva promoveram juntas em abril e maio o primeiro demo tour no Brasil do novo Bell 429WLG, a versão com trem retrátil. Rafael ficou impressionado como o modelo tem recebido elogios dos mais de 70 clientes que já realizaram voos de demonstração. “Impressionam as carac-terísticas únicas do helicóptero, especialmente performance, conforto e despachabilidade. Sem dúvida, a relação custo-benefício é imbatível.” O Bell 429 também incorporou o painel touchscreen de série, com interface para áudio, transponder, navegação, GPS e piloto automático.

Dos 140 novos helicópteros registrados no ano passado pela Anac, 80 foram da Robinson.

Segundo a Anac, a terceira maior frota de helicópteros no Brasil é da Bell.

O Bell 429 foi o modelo mais vendido no mercado brasileiro pela fabricante norte-americana.

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Mas a grande novidade deste ano partiu tam-bém da Bell, o novo Bell 505 Jet Ranger X, helicóp-tero que foi apresentado formalmente na Heli-Expo 2014 (HAI), em fevereiro passado. “A Bell inovou no seu projeto, apresentando uma aeronave total-mente remodelada, sem coluna interna na cabine, com um motor Turbomeca Arrius 2R com Fadec, painel moderno equipado com Garmin 1000, re-almente foi a grande novidade”, informa Gualter Pizzi. “Mais de 200 unidades já foram vendidas, com mais de 10% deste número para o Brasil”, complementa – e comemora – Rafael, da TAM AE.

Os novos modelos da Bell foram feitos pen-sando na demanda dos clientes em todo o mundo, inclusive no Brasil. “No caso do Bell 505, a TAM AE participou do comitê de desenvolvimento da aeronave apresentando sugestões em toda a fase de projetos da mesma. Ela foi lançada com um valor extremamente competitivo e adequado à expectativa do público nacional – aproximadamente 35% da frota corporativa brasileira é composta por aeronaves desta categoria”, diz Rafael.

A Robinson não fica atrás em novidades. “As principais mudanças para 2014 são o novo desenho do painel de instrumentos e a incorporação de no-vos aviônicos tipo glass cockpit”, explica Apostole Lack. “Uma outra grande oportunidade que vamos oferecer ao mercado é o nosso R66 Turbine versão Police, uma solução bastante eficiente e econômica para o patrulhamento aéreo dos grandes centros urbanos. Ele já vem com uma câmera giroestabili-zada, sistema de infravermelho com zoom contínuo 10X, monitor LCD de 10,4 polegadas, farol de busca Spectrolab, alto-falante externo com sirene e outros equipamentos.”

Saindo dos fabricantes norte-americanos e visi-tando uma fabricante europeia, a AgustaWestland contabilizou quase 20 helicópteros entre vendidos

e entregues no Brasil em 2013. O GrandNew con-tinua sendo o modelo mais vendido no mercado corporativo, o AW139, no mercado offshore e o Koala, no segmento parapúblico, como informa Daniel Cagnacci, diretor de Marketing da empresa no Brasil. Pelas contas da AW, são pouco mais de 200 helicópteros no País hoje. “Se considerarmos que em 2004 a nossa frota era de apenas cerca de 40 helicópteros, temos apresentado um cresci-mento em torno de 25% ao ano, o que é bastante significativo para nós e o mercado.”

Por sua vez, François Arnaud, vice-presidente comercial e de Marketing da Helibras, subsidiária da também europeia Airbus Helicopters, comenta: “Sabemos que o mercado de aviação tem enfren-tado alguns desafios em virtude da desaceleração da economia, consequentemente, resultando na redução dos investimentos tanto por parte das empresas que se tornam mais conservadoras, como pelos órgãos governamentais, que vivem ainda um ano de incertezas por conta das eleições gerais. Considerando as perspectivas atuais e futuras, po-demos dizer que o resultado do primeiro trimestre de 2014 mantém o mesmo nível que 2013, ano em que entregamos 30 aeronaves novas no mercado,

mas aguardaremos o resultado das eleições e as novas medidas econômicas a serem implantadas pela nova gestão para ter um melhor panorama sobre o futuro”.

OffshoreApós uma grande expectativa quanto ao pré-

sal e entusiasmo das companhias que operam no offshore brasileiro, hoje o mercado está menos aquecido. As empresas estão revendo planos de frota ou mesmo deixando de operar. Este foi o caso da Sênior. Pertencente ao Grupo Synergy, que hoje resolveu focar quase que exclusivamente no mercado de aviação comercial (carga e passageiros) por meio da Avianca Colômbia e da Avianca Brasil, a Sênior deixou o mercado de óleo e gás, repassando a outra companhia aeronaves e rotas e demitindo quase todo o seu quadro de funcionários. O futuro da empresa permanece indefinido.

Para a Helivia Aerotáxi, embora haja uma desaceleração em relação à enorme expansão que havia sido proposta para a indústria offshore no Brasil, principalmente para atender à demanda da Petrobras, a revisão de sua própria expansão de frota ainda permite uma oportunidade de ne-gócios muito viável para a Helivia e o Greenwich AeroGroup, ao qual pertence. “Em geral, as opera-ções diárias dos helicópteros na atividade offshore tendem a ser muito resistentes às flutuações que afetam outras indústrias”, informa John Fenton, presidente da Helivia. A empresa está baseada em Macaé (RJ), atendendo às empresas BG, Ensco e Technip, além da Petrobras. Em meados de 2013 a Helivia concluiu sua reestruturação, que incluiu o recrutamento de líderes da indústria para a sua equipe de gestão, a aquisição de novas aeronaves de tecnologia de ponta e desenvolvimento de sistemas de gestão de segurança aprovados por grandes companhias de petróleo no Brasil, como a Petrobras, Ensco e outras. A Helivia se mantém concentrada para atender às demandas da Pe-trobras nos próximos cinco anos, bem como das outras empresas de petróleo e gás internacionais operando no Brasil. A frota atual da Helivia é com-posta por três helicópteros Sikorsky S76C+: dois

A AgustaWestland já vendeu mais de 100 unidades do AW169 em todo o mundo.

A novidade da Bell é o 505 Jet Ranger X.

Com a nova família AW, a empresa cresce no offshore brasileiro. A foto mostra o modelo AW189.

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possuem unicamente uma configuração utilitário/offshore e o outro configuração híbrida offshore/VIP. A Helivia está em fase final de conclusão de seu plano de renovação da frota com os maiores fabricantes e importantes empresas internacionais de leasing para garantir que esteja totalmente pre-parada para atender às demandas de crescimento do mercado offshore brasileiro.

Outra operadora offshore, a Brazilian Helicop-ter Services (BHS), subsidiária brasileira da CHC Helicopter, líder global em serviços de helicópteros, e da empresa operadora do CHC Group, crê que as demandas dos serviços que presta, seus processos de segurança tecnologicamente avançados e sua frota devem continuar aumentando à medida que a exploração e as novas descobertas do mercado

de óleo e gás crescerem, especialmente com a demanda para atendimento após as descobertas do pré-sal. “Temos a força de nosso parceiro estra-tégico, a CHC Helicopter, e a experiência de mais de 18 anos no mercado offshore brasileiro”, diz Ricardo Maltez, gerente geral de Operações da BHS.

O ano de 2013 foi um ano de transformação e de contínua busca pela eficiência operacional da empresa, que cresceu muito nos últimos três anos, tendo hoje mais de 720 colaboradores na operação brasileira, e os contratos e frota também cresceram consideravelmente durante este período. “Isso requer que continuemos com muito treinamento, padronização e disciplina operacional. Estamos otimistas em relação às perspectivas para o cresci-mento da indústria no Brasil e a capacidade da BHS de melhor entender e atender às necessidades dos nossos clientes.” Além da Petrobras, opera helicóp-teros para a HRT e efetua voos de fretamento para outros clientes. Nos últimos anos, a BHS apoiou diversas empresas internacionais de petróleo em solo brasileiro, como a britânica BP, Saipem, Bras-drill, Modec e Dolphin Geophical.

A BHS atua em três grandes bases: Macaé, Cabo Frio e Farol de São Tomé, todas elas locali-zadas no Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, a empresa opera com quase 40 aeronaves no Brasil, mais de 30 delas helicópteros de grande e médio porte, que são fundamentais para o fornecimento de transporte offshore para a indústria de óleo e gás. A empresa atua primordialmente no segmento offshore, mas possui capacidades para atuar no segmento aeromédico e de busca e salvamento, assim como voos de fretamento.

No último dia 27 de maio a BHS realizou o evento de inauguração do novo hangar de Cabo Frio. O novo hangar é um marco no mercado offshore, com uma infraestrutura adequada para cumprir sempre os padrões de segurança, como informa a empresa. De acordo com Ricardo Maltez,

o hangar irá garantir serviços de qualidade ainda mais elevada e aumento da eficiência operacional para os clientes da BHS, além de ser um espaço mais confortável e produtivo para os colaboradores que atuam no Brasil. Os clientes, segundo ele, experi-mentarão uma maior disponibilidade e flexibilidade de voos, pois as novas instalações acomodarão aeronaves mais avançadas, pessoas qualificadas e tecnologia de ponta.

A Omni Táxi Aéreo é uma empresa de aviação que oferece soluções de transporte offshore e onshore em todo o território brasileiro, realizando a movimentação de passageiros, de cargas e tam-bém serviços aeromédicos. A companhia integra o grupo português Omni Helicopters International (OHI) e acredita que o mercado tem possibilidades de expansão. Segunda maior operadora de voos offshore do País, tem como principais clientes empresas de exploração e produção de petróleo e gás, seus prestadores de serviços e empresas de sísmica offshore, como Petrobras, Total E&P, Repsol, Anadarko, Queiroz Galvão E&P, CGG, Western, Geco, Odebrecht e Modec, entre outras. “Consideramos o desempenho da empresa muito bom no último ano, tendo nosso lucro operacional mais que dobrado com relação ao ano anterior”, informa o comandante Roberto Coimbra, diretor da Omni Táxi Aéreo. “Em quatro anos crescemos 10,8% em número de horas de voo e 7,1% em número médio de aeronaves. Em 2014 nossa frota terá um considerável aumento de disponibilidade, que reflete a excelência dos nossos serviços. No último mês de maio concluímos a aquisição de oito aeronaves antes operadas pela empresa Sê-nior Táxi Aéreo, sendo quatro AW139 e quatro S76C+. Com este incremento reduzimos ainda mais o espaço entre a Omni e a empresa líder de mercado.” A Omni possui uma frota de 53 helicópteros, composta por dois EC225, cinco S-92A, dois S-61, 14 AW139, cinco EC155, dois AS365N3, 14 S-76, seis EC135P2+ e três BO105. Atualmente, a Omni opera a partir de nove bases espalhadas por todo o País – Jacarepaguá, Macaé, Vitória, Salvador, Aracaju, Guamaré, Paracuru,

Oiapoque e Porto Urucu – e com escritório central localizado no bairro da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, sendo a companhia de táxi aéreo com maior abrangência territorial, o que possibilita atender a uma grande gama de clientes. Além da Petrobras, atende a empresas como Total E&P, Andarko, Queiroz Galvão E&P, PGS, CGG, Western Geco, Odebrecht Óleo e Gás, Modec e Seadrill, entre outras. “Nossa expectativa é de que as novas rodadas de licitações previstas pela ANP nos forneçam inúmeras oportunidades de novos negócios.”

Fabricante importante na frota offshore brasi-leira, a Sikorsky, por meio de sua representante, a Powerpack, avalia que 2013 foi um bom ano para a empresa, tendo introduzido o S-76D no mercado mundial e especificamente no Brasil foram entre-gues sete aeronaves, todas S-92, para o segmento offshore. A frota Sikorsky no Brasil é composta de 114 S-76, 23 S-92, oito S-61N – quase todos na indústria do petróleo e gás –, acrescidos de 20 Black Hawk e quatro Seahawk na área militar. “O mercado já está interessado no S-76D, tem percebido o modelo como a progressão natural da linha 76, e acreditamos vê-los em operação no Brasil já a partir do final de 2015 ou início de 2016”, informa Luísa de Souza Dantas, gerente de Comunicação da Powerpack.

No entanto, a maior empresa operadora nesse segmento, a Líder Aviação, até agora não investiu em helicópteros S-76D. Por outro lado, ainda em 2014, a Líder receberá mais dois S-92, frutos de um investimento de 60 milhões de dólares, e que deverão entrar em operação no segundo semestre. A empresa já possui dez aeronaves desse modelo de grande porte e alcance, além de 46 unidades de modelos diversos do S-76. A Líder, baseada em Belo Horizonte (MG), acredita na expectativa de aumento de demanda em função, principalmente, dos projetos da Petrobras que dizem respeito ao pré-sal. Os helicópteros da Unidade de Operações de Helicópteros operam nas bases do Rio de Ja-neiro, Macaé, Campos do Goytacazes, Navegan-tes, Vitória e Porto Urucu. Em junho, a empresa

A Omni é a segunda maior operadora de voos offshore do País.

A Helivia está em fase final de conclusão de seu plano de renovação da frota.

A maior empresa operadora no segmento offshore brasileiro é a Líder Aviação.

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totalizando 11 unidades em operação nas Forças Armadas. Os dois helicópteros destinados à FAB e ao Exército passaram por toda a linha de montagem no Brasil – as três primeiras aeronaves do lote de 50 haviam sido apenas montadas no Brasil, enquanto a fábrica ainda estava sendo implantada em Itajubá. Com essa entrega, a Helibras prossegue cumprindo os prazos e critérios de nacionalização estipulados pelo contrato assinado entre a empresa e o Minis-tério da Defesa, em 2008, que estabelecia o for-necimento de 50 aeronaves desse modelo para as Forças Armadas brasileiras, beneficiando também a linha de produção do modelo civil EC225.

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colocará em operação um hangar em Itanhaém.A Líder possui ainda oito helicópteros Bell

de modelo antigo (212 e 412). Por muitos anos a fabricante norte-americana ficou praticamente fora desse segmento, mas, agora, já volta a focar nesse mercado. Por exemplo, em relação ao novo supermédio Bell 525 Relentless, segundo Rafael, da TAM AE, as empresas operadoras de táxi aéreo offshore em apoio ao mercado de óleo e gás estão acompanhando de perto todo o desenvolvimento do projeto, pois a nova aeronave terá performance compatível com as missões para as plataformas do pré-sal. O primeiro voo do Relentless deverá ocorrer ainda este ano.

A situação é diferente para a AgustaWes-tland, que, após já ter sido muito bem aceita nesse mercado com o AW139, observa que a expecta-tiva é grande em relação também aos dois novos integrantes da família, os AW169 e AW189. “Já temos várias posições vendidas do AW169 para o mercado brasileiro e quase 100 no total”, informa Daniel Cagnacci. “A certificação do AW189 em fevereiro deste ano com um total aproximado de

uma centena de unidades vendidas permitiu a inclusão deste modelo nos planos da Petrobras para 2014. Portanto, o interesse tem se mostrado positivo para ambos. Em fevereiro de 2014 tive-mos a certificação do AW189 e, durante a HAI, anunciamos um novo helicóptero que é o AW109 Trekker. A certificação do AW169 está prevista para o final de 2014.” Aliás, durante o evento, o Grupo Omni Helicopters International fechou contrato com a AgustaWestland para a compra de nove helicópteros para atuarem na subsidiária brasileira Omni. Serão quatro bimotores AW139 e cinco AW189. O contrato finaliza o acordo que incluía uma solicitação total de 13 AW139 e intro-duz o AW189 no País. A entrega das aeronaves está prevista para ocorrer sequencialmente a partir do fim de 2015. Além da compra, foi assinado um contrato de treinamento e plano de serviços para a atual frota operacional de AW139 da Omni brasileira pelos próximos anos. A negociação total está avaliada em aproximadamente 125 milhões de euros.

Mudança de marca O ano de 2014 mal tinha começado e o seg-

mento de aeronaves de asas rotativas em todo o mundo soube da novidade: a Eurocopter havia deixado de existir. Ou melhor, apenas o nome Eurocopter. A partir de janeiro deste ano o grupo passou a se chamar Airbus Helicopters. A mudan-ça marca uma nova era na história da empresa, que se une à Airbus e à Airbus Defence & Space para formar o novo Airbus Group. A nominação e designação de produtos da Airbus Helicopters – inclusive de suas subsidiárias, como a Helibras, no Brasil – permanecem inalteradas no novo branding.

A Helibras, única fabricante brasileira de helicópteros, completou, em 2014, 36 anos de atividades. Desde a sua fundação, em 1978, a

A maior frota de helicópteros a turbina do País é da Airbus Helicopters, antes conhecida como Eurocopter.A maior frota de helicópteros a turbina do País é da Airbus Helicopters, antes conhecida como Eurocopter.

empresa já entregou mais de 750 helicópteros no Brasil, sendo 70% do modelo Esquilo, fabricado em Itajubá. Em 2012, começou a produzir o modelo EC725 (militar), tendo construído uma nova linha de montagem e ampliado todas as suas instalações para esse novo programa. O primeiro helicóptero EC725 (H-36 FAB 8510) da Força Aérea Brasileira completou mil horas de voo em janeiro passado, tendo já realizado importantes missões na região norte do País, como buscas, resgates e transporte médico de urgência. Em meados do mês de abril passado, a Helibras entregou dois novos EC725,

A Líder investe em treinamento, já operando um simulador de S-76 no Brasil.

A maior frota de helicópteros a turbina do País é da Airbus Helicopters, antes conhecida como Eurocopter.

Desde a sua fundação, em 1978, a Helibras já entregou mais de 750 helicópteros no Brasil.

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Segurança de voo e treinamentoAinda falando em Airbus Helicopters, a

Agência Europeia para a Segurança da Avia-ção (Easa) certificou o novo design do eixo de engrenagem do helicóptero EC225, permitindo assim a produção em série da peça para todas as aeronaves de asas rotativas deste modelo que já estejam em operação no mundo, bem como para as novas unidades que estão sendo produzidas. Uma excelente notícia também para os clientes da Helibras, que produz o modelo nas versões

civil (EC225) e militar (EC725) em Itajubá. Após essa certificação, haverá a validação de outras autoridades internacionais de aeronavegabilidade ao longo dos próximos meses. A fabricação do eixo de engrenagem redesenhado já está em andamento. “A Airbus Helicopters tratou como alta prioridade o desenvolvimento deste novo eixo para o EC225 e a certificação da Easa é um marco importante para que nossos clientes voem com uma solução final”, disse Jean-Brice Dumont, vice-presidente executivo da Engenharia da Airbus Helicopters. O novo projeto elimina todos os três fatores que, em conjunto, causaram inesperadas panes do EC225, dois pousos de emergência no Mar do Norte em 2012, e a suspensão das operações de parte da frota destas aeronaves por precaução e prevenção.

O aprimoramento da família não se restringiu a isso. A prova é o lançamento do EC225e, nova versão que garante ao helicóptero melhor de-sempenho e alcance, aviônica avançada e maior conforto na cabine. Detalhes sobre o EC225e foram apresentados na Heli-Expo 2014. O modelo passa a oferecer maior carga útil, um tanque de combustível adicional para voos de alcance muito longo, novo leiaute de cabine para melhorar o conforto dos passageiros e novos aviônicos que aumentam significativamente a consciência situa-cional dos pilotos, reduzindo a carga de trabalho. A certificação do EC225e está prevista para o final de 2015 e as primeiras entregas acontecerão em meados de 2016.

A cidade de São Paulo possui hoje a maior frota urbana de helicópteros do mundo e ela vem se modernizando. Com nova diretoria, a Associa-ção Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe), entidade que reúne cerca de 2.556 associados, entre quase 3.500 registrados pela Anac – um universo de profissionais que decide muito na

hora do empresário adquirir uma nova aeronave –, pretende ser ainda mais atuante do que já era, especialmente quanto à segurança de voo e trei-namento para que os pilotos se adaptem às novas tecnologias embarcadas. “Nós, como Abraphe, temos foco em criar agora algumas certificações e módulos de aperfeiçoamento para aqueles pilotos que estão entrando no mercado. Vamos aproximá-los da realidade de procedimentos por instrumentos e visuais especiais que existem em São Paulo, temos um grupo de trabalho focado nisso para criar workshops não só voltados para segurança mas também para a padronização de procedimentos e melhorar o nível dos profissionais que voam em São Paulo”, diz o comandante Jorge Faria, presidente da Associação.

Segurança de voo e treinamentos simulados andam de mãos dadas. A novidade nesses seg-mentos é a operação do primeiro simulador FTD nível 7 de helicópteros Esquilo da CAE, instalado na unidade Sacomã da empresa. Focando na demanda das forças públicas, forças militares e aviação geral, onde o modelo da Airbus Heli-copters/Helibras é muito utilizado, o simulador atende aos requisitos dos modelos BA, B1 e B2 do AS350 para, inicialmente, treinamentos de emergência. Já este mês, na mesma unidade da CAE Simuflite, será iniciada a montagem do primeiro simulador de Sikorsky S-92 (categoria FFS nível D), com previsão de certificação na última semana de agosto. Ele irá se somar ao simulador de Sikorsky S-76 já em operação con-junta da CAE com a Líder Aviação, que também é um FFS. Os simuladores vêm ao encontro da obrigatoriedade de treinamento simulado, den-tro do RBHC 61, exigência da Anac que deverá entrar em vigor ainda em junho e abrangerá cerca de 90% dos operadores da aviação geral. As informações são de Marcos Alencar, gerente geral da CAE. Por sua vez, a Líder Aviação está muito satisfeita com o simulador de S-76 ope-rado com a parceria com a CAE, tanto que está investindo na vinda do simulador de S-92, que entrará em operação no segundo semestre. “O simulador de S-76, desde que foi inaugurado, tem realizado cerca de 500 horas de operações por mês, principalmente em treinamentos da tripulação Líder. Contar com o simulador no Brasil ajuda a Líder a melhorar ainda mais seus padrões de segurança, pois facilita a realização dos treinamentos, já que os pilotos não precisam mais viajar ao exterior”, a empresa informa por meio de sua assessoria de imprensa.

A Líder conta com uma grande infraestrutura, que permite à empresa fornecer uma ampla gama de serviços especializados.

O Sikorsky S-76, nas diversas versões, é numeroso na frota servindo a indústria de óleo & gás.

Segurança de voo e treinamentos simulados andam de mãos dadas.

Os simuladores vêm ao encontro da obrigatoriedade de treinamento dentro do RBHC 61. A CAE inaugurou este simulador de Esquilo recentemente na capital paulista.

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Suporte ao clienteAlém das operações offshore e treinamento,

a Líder conta com uma grande infraestrutura, que permite à empresa fornecer uma ampla gama de serviços especializados de manutenção e reparação de aeronaves, inclusive de helicópteros. A empresa é centro de serviço autorizado da Bell e Agusta, além de atender à Helibras/Airbus Helicopters e Sikorsky. Atendendo também com fretamento de aeronaves e manutenção, a Líder ainda conta com o maior centro de serviços de reparo de pás de helicóptero no mundo, por meio da CT Brasil, uma joint venture entre a empresa e a Composite Technology Inc.

Também a Helibras está investindo alto na área de suporte e serviços e conta com o centro de su-porte ao cliente localizado em Atibaia. Inaugurado em agosto de 2013, este centro recebe e gerencia todas as solicitações dos clientes relacionadas à manutenção, reparo, fornecimento de peças, ga-rantia e assistência técnica, de todos os operadores de helicópteros Helibras/Airbus Helicopters no País. O local ainda abriga o centro de logística de toda a empresa, administrando o estoque de peças, de ferramentas e de materiais utilizados nas oficinas e pelos técnicos que trabalham diretamente nas bases dos operadores. Outras fabricantes também investem alto em instalações no Brasil, como a AgustaWestland, que, durante a Labace 2013, anunciou a construção de um novo centro de serviços, que se encontra em fase de definição de projeto para ter iniciadas as obras. Por sua vez, a Bell pretende inaugurar um depósito alfandegário no Brasil para aumentar a disponibilidade de peças de reposição e a Sikorsky está estabelecendo a Sikorsky do Brasil, com a expansão da capacidade de reparo e revisão de componentes no País e o aumento do estoque de peças para os mercados civil e militar no Depósito Especial, localizado no Rio de Janeiro e já em funcionamento.

Mercado no segundo semestreGualter Pizzi acredita que o mercado de

asas rotativas este ano não vai ser dos melhores. “Acredito que os empresários estão aguardando a definição econômica e política do País. Mas, ainda assim, as vendas vão acontecer, embora não na quantidade que vinham sendo feitas.” Ele também crê que é o segmento executivo que mais venderá neste ano. “Não será um ano de grandes vendas, comparado com os anos de 2011 e 2012, mas em meus 27 anos de aviação sei que o mercado é de altos e baixos e já tivemos anos bem piores do que este, se é que serve de consolo.”

A Sikorsky, sempre focando no mercado civil mais o offshore, acredita ver aeronaves S-76D em operação no Brasil já a partir do final de 2015/início de 2016. Por enquanto, as metas da Powerpack são a entrega de unidades adicionais do S-92 e do militar Black Hawk para o Brasil.

A AgustaWestland também manterá seu ritmo de produção e investimentos. “Continuamos sendo a líder na indústria em termos de avanço tecnoló-gico e inovação. Isso se deve ao fato de sermos o único fabricante que foi capaz de desenvolver e/ou certificar seis produtos novos durante os últi-

mos cinco anos. Em termos de investimentos em pesquisas, em 2013 investimos quase 15% do nosso faturamento e a nossa meta para o futuro é de continuar com o mesmo ritmo”, informa Daniel Cagnacci.

A meta da Helibras é manter o nível de vendas e entregas dos últimos anos, contando com a neces-sidade crescente do uso do helicóptero no mercado civil, uma vez que se locomover nas grandes cidades tem se tornado cada vez mais um desafio. “Em relação ao mercado governamental, o emprego do helicóptero para diversas missões de resgate e poli-ciais é imprescindível em um país tão extenso e cada vez mais populoso como o Brasil e esperamos novas aquisições para o futuro”, informa François Arnaud. Além da atuação no mercado Oil & Gas, a Helibras vai também dar continuidade ao seu apoio total às Forças Armadas com grandes contratos de modernização e inspeções para manter a disponibilidade máxima da frota, bem como vai continuar a promover as novidades e inovações das aeronaves da linha Airbus Helicopters/Helibras para os diversos segmentos de mercado nos próximos anos, “além dos diferenciais que já temos, como a facilidade para aquisição do helicóptero, no caso do AS350 Esquilo, financiado pelo BNDES por ser produzido no Brasil”. Tudo isso porque voar, com ou sem crise, é preciso.

Em breve, um simulador do Sikorsky S-92 estará em funcionamento também na CAE em São Paulo.