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FLAP INTERNACIONAL 57 FLAP INTERNACIONAL 56 Heli Expo 2 0 1 9 eVTOL, o futuro é agora e elétrico Apesar de uma feira sem grandes novidades em Atlanta, o conceito de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical para grandes cidades ganha força e mostra ser a grande tendência até 2030, com mais de 150 tipos de aeronaves em desenvolvimento em todo o mundo. Texto e fotos: Túlio Brandão

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Heli Expo 2019

eVTOL, o futuro é agora e elétrico

Apesar de uma feira sem grandes novidades em Atlanta, o conceito de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical para grandes cidades ganha força e mostra ser a grande tendência até 2030, com mais de 150 tipos de aeronaves em desenvolvimento em todo o mundo.Texto e fotos: Túlio Brandão

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Mais de 18 mil profi ssionais da indústria de asas rotativas e cerca de 700 expositores estiveram reunidos no Georgia World Congress Center, em Atlanta, para celebrar mais uma edição da HAI Heli-Expo, maior evento mundial do segmento.

Neste ano, em que a associação completa 70 anos de atividades, Matt Zuccaro, presidente da HAI, abriu o evento destacando a importância da indústria continuar concentrada em melhorar os índices de segurança global. Tanto que, nos três dias da feira, foram ministradas mais de 40 palestras sobre o tema. Isso talvez pela própria preocupação do setor nos últimos três anos, quando o índice de acidentes fatais mundialmente pulou de 0,54 para 0,72 pela proporção de 100 mil horas de voo, de acordo com dados da US Helicopter Safety Team. Segundo a organização, grande parte dos acidentes de 2016 para cá foram causados por colisões diversas com obstáculos em voo a baixa altitude. Outras causas estão ligadas à perda de controle em voo e operações inade-quadas fora da regra de voos por instrumentos – IMC. A USHST destaca que o contínuo uso de ferramentas disponíveis no mercado para o trei-namento, como a utilização de simuladores de voo, é fundamental para que os índices tenham queda nos próximos anos.

Ainda na área de segurança, vários outros cursos e simpósios foram oferecidos em toda a abrangência dos temas de operação e manuten-ção da indústria.

Como uma feira itinerante, que alterna ano a ano entre Anaheim, Orlando, Las Vegas e Dallas, o evento deste ano, no estado da Geórgia, fi cou um pouco aquém das edições anteriores, seja pela apresentação de novidades ou talvez pelo próprio desinteresse do público em geral.

Devido ao tamanho dos ambientes da feira, a impressão passada foi de ter sido visitada por pouca gente, além dos comentários de vários expositores qualifi cando-a como uma feira de pouca atividade para eles. Como Atlanta não é um destino de preferência dos brasileiros, muito

por se hospedar no hotel Omni tiveram o privilégio de se deslocar a pé por corredores que interligam o hotel ao centro de convenções, protegidos do mau tempo.

De uma maneira geral, o evento estava bem organizado, todo o recinto da feira era limpo e confortável. Várias praças de alimentação distri-buídas em ambos os halls, que ofereciam uma seleção variada de lanches rápidos, além de um restaurante situado no átrio do Hall B. Como sempre, vários banheiros espaçosos e o tempo todo muito limpos.

Todo o ambiente era climatizado, mantendo uma temperatura agradável, independente das condições do tempo no exterior, além de oferecer wi-fi grátis.

No tocante à parte comercial, nenhuma novidade de impacto foi apresentada pelos expo-sitores, além dos mesmos modelos em diferentes confi gurações. Algumas aeronaves conceito para transporte urbano foram trazidas pela Airbus e Bell. Sob uma plataforma elétrica, uma novidade dos dois gigantes fabricantes, o conceito promete revolucionar o transporte urbano (UAM – Urban Air Mobility) nos próximos anos.

Além dos fabricantes tradicionais, várias empresas customizadoras apresentaram versões para uso parapúblico do helicóptero UH-60 Black Hawk, nas versões M e L, adquiridos das forças armadas como material excedente. Versões para missões contra incêndio, equipadas com tanque de água de alta capacidade, e missão policial, equipados com sensores e aviônica atualizada.

poucos clientes foram vistos.No espaço principal de 92.000 metros

quadrados, foram utilizados dois halls para os diversos estandes e a apresentação estática de helicópteros. Como os halls de exibição fi cam em localizações distantes, este fato fez com que o público fi casse procurando atalhos para passar do Hall B para o Hall C, o que criou bastante difi cul-dades e obrigou as pessoas a longas caminhadas, dispersando os participantes.

O tempo também não ajudou, com uma frente fria baixando sobremaneira a temperatura, além da chuva, que difi cultou o acesso à exposição para os que se deslocaram a pé. Os que optaram

Um fato que mereceu destaque nesta feira foi a diversidade de expositores oferecendo operações fi nanceiras/leasing bem como servi-ços de revisão de componentes e logística de distribuição de peças.

Airbus Helicopters – contrato fi rmado para 15 novos helicópteros H160Com mais de 12 mil helicópteros em operação

atualmente em 150 países, a Airbus Helicopters levou até Atlanta sua linha de produtos variados. Em um display estático no imponente estande, os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer o campeão de vendas H145 e descobrir seus novos e incríveis recursos, o H125 em confi guração para uso das forças de segurança e conferir a cabine do ACH145, que vem equipado com um elegante interior em estilo Mercedes-Benz, tudo parte das opções de alta qualidade que marcam toda a linha de produtos Airbus Corporate Helicopters (ACH). O mock-up do H160 em confi guração EMS tam-bém fez sua estreia nos Estados Unidos durante o evento, permitindo que visitantes apreciassem em primeira mão o excepcional espaço que a cabine oferece para missões críticas de salvamento.

O estande da Airbus montado em Atlanta foi um dos maiores da feira.

Tendência mundial, a Airbus Helicopters está desenvolvendo um Urban Air Mobility (UAM).

Durante o evento a Airbus Helicopters negociou a venda de 15 aparelhos H160.

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Mas o grande destaque foi mesmo a nova versão do helicóptero bimotor H145. Essa atu-alização da aeronave traz um novo e inovador rotor de cinco pás ao H145 multimissão, que amplia a capacidade de carga do helicóptero em 150 quilos e traz novos padrões de conforto, simplicidade e conectividade. O novo rotor de cinco pás do H145 aumenta significativamen-te a performance geral da aeronave, com um peso máximo de decolagem de 3.800 quilos e uma carga útil equivalente ao peso da aeronave quando vazia. A simplicidade do design do novo rotor principal, sem rolamentos, facilita opera-ções de manutenção, melhorando ainda mais a qualidade de serviço e a confiabilidade do H145, ao mesmo tempo em que melhora o conforto durante o voo tanto para passageiros quanto para a tripulação. O diâmetro de rotor reduzido permi-tirá que o H145 opere em áreas ainda menores. O H145 apresenta novos níveis de conectividade a bordo para clientes e operadores por meio da integração do Airborn Communication System (wACS) sem fio, que possibilita a transmissão segura e rápida de dados gerados pelo heli-cóptero em tempo real, inclusive durante voos. A certificação Easa para o novo H145 está pla-nejada para o início de 2020, com as primeiras entregas planejadas para o mesmo ano. Essa atualização também será oferecida aos clientes atuais do H145, como uma opção de moder-nização para entregar as mesmas melhorias em termos de carga útil, manutenção simplificada e conforto às versões já existentes do H145. Impulsionado por dois motores Safran Arriel 2E, o

H145 é equipado com Controle Digital de Motor com Autoridade Máxima (FADEC – Full Authority Digital Engine Control) e a suíte aviônica digital Helionix. A aeronave também inclui piloto auto-mático com quatro eixos, aumentando a segu-rança e reduzindo a carga de trabalho do piloto. Níveis de ruído particularmente baixos fazem do H145 o helicóptero mais silencioso de sua classe.

“A Heli-Expo deste ano focou como nós nos esforçamos constantemente para oferecer aos nossos clientes produtos adaptados para suas missões, quaisquer que sejam elas, além dos serviços certos para que eles possam se concentrar apenas em realizar suas missões com sucesso”, afirma Bruno Even, CEO da Airbus

Helicopters. “Demonstramos também como a Airbus está trabalhando para preparar o futuro da aviação, exibindo em nosso estande um mock--up do demonstrador de alta velocidade Racer e oferecendo atualizações sobre nossa estraté-gia de mobilidade aérea urbana”, acrescenta. O HCare, serviço global de suporte ao cliente da Airbus, foi o destaque do estande, com especia-listas de prontidão para mostrar como clientes podem melhorar a disponibilidade de suas ae-ronaves, otimizar custos, ampliar segurança de voo e melhorar o valor de ativo. Demonstrações de serviços, especialmente os digitais, foram realizadas diariamente no estande da Airbus. O fabricante europeu também conduziu demons-trações de voo com um H135 pintado com as co-res da marinha americana, uma vez que a empresa está oferecendo uma parceria a ela, na qual o versátil H135 é apontado como a melhor solução de treinamento para a reposição de sua frota de asas rotativas. O bimotor H135, que possui certi-ficado IFR e é líder de mercado em sua categoria, sendo uma aeronave comprovadamente moderna e de baixo risco, permitirá à marinha dos Estados Unidos melhorar seu programa de treinamento. Com uma frota de mais de 1.300 aeronaves e uma taxa de disponibilidade operacional comprovada acima de 90%, esta é também uma das aeronaves mais confiáveis do mercado.

Com relação aos dados financeiros, o balan-ço da Airbus Helicopters foi bastante positivo,

segundo dados revelados durante a coletiva de imprensa. A empresa entregou 356 aeronaves de asa rotativa e registrou 413 pedidos brutos de helicópteros (líquidos: 381) em 2018 (um aumento com relação aos 350 pedidos brutos realizados em 2017), mantendo a sua liderança no mercado civil e parapúblico, enquanto reforça a sua posição no mercado militar graças às bem--sucedidas campanhas internacionais. A empresa também registrou 148 pedidos para helicópteros leves bimotores da família H135/H145 e garantiu 15 pedidos para a nova geração H160. Ao final do ano passado, o acumulado geral subiu para 717 helicópteros.

“Nossa performance comercial em 2018 demonstra a resiliência que desenvolvemos como empresa para nos ajudar a operar em um am-biente que ainda é desafiador”, afirmou Bruno Even. “Mesmo o mercado civil e parapúblico ainda sendo baixo em todo o mundo, consegui-mos manter a nossa liderança global graças ao nosso portfólio de produtos e serviços amplo e moderno e à nossa área de operações interna-cional. Enquanto isso, ampliamos a nossa fatia de mercado no setor militar ao garantir grandes contratos com importantes forças armadas do mundo, oferecendo as melhores soluções. Essas tendências positivas permitem que nos prepare-mos para o futuro e sigamos em frente com a nossa transformação, com a inovação como foco e a lealdade ao cliente em mente.”

Cerca de 150 aeronaves estão em desenvolvimento sob o conceito eVTOL.

Um total de 700 empresas expositoras estiveram no evento no Estado da Geórgia, que contou ainda com 60 aeronaves em exposição.

Uma montagem computadorizada do Bell Nexus voando sobre um centro urbano. Conceito de aeronaves elétricas de curta distância ganha destaque.

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No ano passado, a Airbus Helicopters entre-gou a primeira de 100 unidades do H135 para a China, em Qingdao, onde uma linha de monta-gem final dedicada atenderá à demanda cada vez maior do mercado chinês para helicópteros civis e parapúblicos. O Serviço de Voo do Governo de Hong Kong, enquanto isso, recebeu os primei-ros H175 com configuração de serviço público. Ainda em 2018, contemplou bons negócios para a família Super Puma, que demonstrou sua versatilidade ao ser selecionada em importantes campanhas militares, ao mesmo tempo em que atraiu novos clientes civis e parapúblicos com aeronaves H225 usadas anteriormente pelo mer-cado de petróleo e gás. Importantes marcos desse programa foram alcançados em 2018, incluindo o lançamento e os testes do demonstrador de tecnologia de decolagem e aterrissagem vertical elétrico (eVTOL) CityAirbus, em preparação para seu primeiro voo, que deve acontecer brevemente. O primeiro H160 produzido em série iniciou testes de voo em 2018, enquanto o demonstrador de sistema aéreo não tripulado VSR700 realizou seus primeiros voos não tripulados no final do ano.

Bell Helicopter – Avatar em Atlanta?Planeta Pandora? Não, era Atlanta mesmo. Seria impossível transitar pelos corredores da

feira e não notar a aeronave conceito desenvolvida pela Bell, figurando bem na frente do estande da empresa. Batizado de Bell Nexus, o projeto eVTOL pretende colocar o veículo no mercado já no próximo ano. O projeto é uma espécie de táxi aéreo para as grandes cidades, que transporta até cinco passageiros e conta com tecnologia híbrida, que permite percorrer distâncias maiores do que um sistema 100% elétrico seria capaz. O concei-to apresenta motores de elevação com seis fans com inclinação, que são projetados para redefinir segurança e eficiência para decolagem e pouso vertical, como um helicóptero.

Na verdade, o conceito consiste na parceria das empresas Bell, Garmin, Safran, EPS, Thales e Moog. A fabricante de helicópteros está incum-bida do projeto, desenvolvimento e produção. Já a Safran, pelos motores híbridos de propulsão. E as outras empresas, pela aviônica, hardwares, softwares, sistemas de armazenamento de energia e sistemas de controle de voo.

O projeto da Bell tem data de chegada previs-ta para meados de 2020, mesmo que fora de pro-dução em larga escala. A união entre transporte de tecnologia de ponta e conforto e conveniência parece ser o pilar central do desenvolvimento da aeronave para viagens rápidas. Em todo o mundo, temos hoje cerca de 150 aeronaves do tipo em projeto e desenvolvimento. A corrida pela tecno-logia do transporte urbano voador é disputada. Estão nessa disputa empresas de transporte ino-vadoras, além das gigantes da tecnologia, como a Uber em parceria com a Embraer e também a Google, além de inúmeras startups. O veículo da empresa francesa Aeromobil, por exemplo, já está sob encomenda na Europa. O cofundador do Google Larry Page também investe na ideia por meio da startup Kitty Hawk.

Mitch Syder, presidente da Bell, disse que a empresa continua investindo fortemente em novas tecnologias para melhorar a segurança e a

experiência do voo. Ele comentou que o modelo Bell 525 Relentless ultrapassou as mil horas de voo no processo de certificação. Três equipamentos estão sendo utilizados nessa jornada, além de um para testes em terra. A certificação, segundo ele, deverá ficar pronta este ano. Já o modelo monoturbina leve 505 Jet Ranger alcançou mais de 10 mil horas de voo em todo o mundo e agora é oferecido com kits de interior para operações de resgate médico (EMS) e botes infláveis para pouso no água. Uma versão customizada também foi apresentada durante o evento em Atlanta.

Leonardo Helicopters – no 70º aniversário, excelentes resultados globais

Em conferência de imprensa, o diretor da Leonardo Helicopters, Gian Piero Cutillo, disse que o fabricante deverá alcançar sua rentabilida-de de dois dígitos em 2020, baseado nos últimos resultados da empresa. Segundo dados recentes do resultado final do último ano, a Leonardo entregou 177 novas máquinas até o dia 31 de dezembro de 2018 – contra 149 unidades entre-gues em 2017. A entrada de pedidos da divisão dobrou para 6,21 bilhões de euros.

O maior contrato foi fechado no Qatar, para o fornecimento de 28 helicópteros militares NH90, num valor estimado de 3 bilhões de euros. O acordo foi finalizado em agosto e o consórcio NH Industries é de propriedade da Airbus Heli-copters, Fokker Aerostructures e Leonardo. Além disso, a empresa também finalizou o contrato de venda de 84 helicópteros MH-139 para a força aérea dos Estados Unidos, num valor de 2,4 bilhões de dólares, e de 22 AW169M para a Italia Guardia di Finanza.

Outros contratos contemplam o mercado civil, principalmente para a exploração de ener-

Disposição dos assentos a bordo da aeronave eVTOL da Bell. A Leonardo completou 70 anos de atividades no último ano.

A empresa norte-americana também promoveu seus helicópteros convencionais, como o modelo 429.

Visitantes puderam conhecer detalhes da cabine de passageiros do Bell Nexus, que, segundo o fabricante, deverá voar em 2020.

O AW169 aparece em destaque no estande da Leonardo Helicopters assim como outros modelos da marca europeia.

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gia na Rússia, Kuwait e Arábia Saudita, com os modelos AW189, AW169 e AW139.

No Brasil, a empresa já entregou dois AW189, que servem atualmente o segmento offshore, e três AW169 no mercardo executivo. Segue normalmente o cronograma de entregas com 18 aeronaves vendidas deste último modelo citado.

Em termos globais, teve 40% de partici-pação de mercado em valor em 2018, contra 33% no anterior, o que mostra um trajetória de crescimento sustentado iniciado em 2012. Cutillo frisou que a empresa captou 40% do mercado de helicópteros VIP multimotor e que a frota nos Estados Unidos mais do que dobrou na última década, saindo de 200 unidades para 450. No ranking de vendas, foi a empresa que mais vendeu no mercado norte-americano pelo segundo ano consecutivo. O diretor da Leonardo afirmou ainda que as vendas cresceram tanto no mercado civil quanto no militar.

Em fevereiro passado, a empresa também inaugurou um novo centro de distribuição de peças, armazém e reparos de pás em Broussard, Louisiana, e no próximo ano abrirá um novo cen-tro de manutenção e treinamento na Filadélfia, incluindo simuladores de AW139, AW169 e AW189.

Com relação à parte financeira, a receita na divisão de helicópteros cresceu 10,8%, indo para 3,81 bilhões, enquanto o lucro da unidade antes de juros, impostos e amortização (EBITA), aumen-tou 27,8%, indo para 359 milhões.

Para 2019, a Leonardo prevê novas melho-rias no negócio de helicópteros como parte dos esforços que visam “simplificar e otimizar os pro-cessos industriais e melhorar a competitividade dos principais produtos”.

tion agora tem oficialmente um canal de vendas e suporte. A Powerpack é uma empresa de terceira geração e atua há mais de 45 anos como represen-tante comercial exclusivo no território brasileiro de tradicionais empresas estrangeiras, fornecedoras de produtos e serviços para as áreas da aviação civil, militar e de defesa.

A empresa passa a oferecer ao mercado bra-sileiro dois modelos de aeronaves entre os mais vendidos da marca. Trata-se do modelo 280FX a pistão e do monoturbina 480B. Este último, equipado com motor Rolls-Royce 250 C20W, transporta até quatro passageiros mais o piloto e

O grupo EBITA cresceu para 1,12 bilhão, de 1,08 bilhão. Mas o fabricante diz que a melhoria foi absorvida pelos custos de reestruturação de 170 milhões, o que levou a um declínio de 15,3% no lucro antes de juros e impostos (EBIT), para 715 milhões.

Enstrom – representação no Brasil Uma das novidades da fabricante é o recente

acordo para a representação da marca no Brasil. Através da Powerpack Representações, com sede no Rio de Janeiro, a Enstrom Helicopter Corpora-

vem com suíte de aviônicos Garmin G1000H. Pode atingir altitude máxima de 13.000 pés e voar até 370 milhas náuticas (685 quilômetros) sem escalas.

Desde os primeiros projetos de Rudy Enstrom, em 1943, até os testes iniciais em Michigan Quarry, em 1957, com aeronaves que operam em seis continentes, a Enstrom Helicopter Corporation mantém uma reputação de segurança, valor e desempenho. Sediada em Menominee, Michigan, a Enstrom tem uma história rica em inovação de design. O objetivo da empresa é fornecer helicópteros para cada especificação e fornecer suporte e manutenção em todo o mundo. A Enstrom oferece diversas configurações e tem capacidade de equipar e modelar o Enstrom para atender às neces-sidades exclusivas. No Brasil, a Powerpack vê oportunidades de oferecer os dois modelos nos segmentos de treinamento, pulverização agrícola e mercado executivo.

Robinson – 40 anos do R22O ano de 2019 marca para a empresa ame-

ricana o 40º aniversário da certificação e entrega do primeiro Robinson R22 ao mercado. Exata-mente em 1979 o primeiro R22 era entregue, sendo que nestes 40 anos 4.800 destes foram entregues em todo o mundo, de um total de 12.600 máquinas produzidas pela indústria californiana capitaneada pelo aposentado Frank Robinson – atual chairman emérito da empresa.

No Brasil, os primeiros R22 começaram a ser vendidos no início da década de 1990, com a Audi Helicópteros, um dos 30 dealers da marca no mundo, realizando as primeiras entregas. O helicóptero a pistão de dois lugares, muito uti-lizado ainda nos dias de hoje para treinamento

No último ano a Leonardo entregou 177 novos helicópteros em todo o mundo.

A fabricante Enstrom passou a ser representada no Brasil pela Powerpack, com canal de vendas e suporte ao cliente. A Robinson comemorou o 40o aniversário de entrega do primeiro R22.

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de pilotos e reportagens aéreas, teve dezenas de unidades vendidas em todo o Brasil.

Com cerca de 70% de seus produtos expor-tados para outras nações, a indústria americana formou ao longo deste tempo cerca de 21 mil pilotos em todo o mundo.

No estande da empresa montado em Atlanta, além da presença estática de um dos últimos R22 produzidos e com as cores originais do primeiros voos de testes em 1975, o fl agship Robinson R66, impulsionado por uma turbina Rolls-Royce, estava aberto à visitação. Equipado com ar condicionado, aviônicos Garmin G500H 1060 Txi com tela touchscreen, navegador GPS GTN750 e piloto automático Genesys HeliSAS, o aperelho da Robinson conta com um ipad mon-tado ao lado do assento do piloto, em perfeita sincronia com os aviônicos Garmin.

A empresa, com sede em Torrance, em 2018 entregou 316 novos helicópteros, apenas 11 a mais que em 2017. Os mercados que mais cresceram para o fabricante foram o australiano e o norte-americano.

Sikorsky – Defi ant chega com um novo conceito

Uma das novidades recentes da marca Si-korsky, empresa do grupo Lockheed Martin, foi o primeiro voo do protótipo de terceira geração do Programa X2, o SB-1 Defi ant, desenvolvido em parceria com a Boeing. As empresas têm se empenhado no programa do demonstrador para o exército dos Estados Unidos. O SB-1 Defi ant é projetado para voar o dobro da veloci-dade (+500 quilômetros/hora) dos helicópteros atuais e com maior alcance, oferecendo agilida-de e manobrabilidade inigualáveis.

O SB-1 Defi ant está participando do pro-grama do US Army Joint Multi-Role-Medium Technology Demonstrator. Os dados do SB-1 Defi ant ajudarão o US Army a desenvolver os requisitos para a nova geração de helicópteros que deverá entrar em serviço em 2030.

Os testes com o S-97 Raider continuam. Se-gundo o fabricante, o helicóptero demonstrador atingiu em setembro do ano passado o recorde de velocidade de 200 nós (370 quilômetros/hora).

A Sikorsky é representada no Brasil pela Powerpack Representações, empresa exclusiva para venda de produtos para aviação civil e

militar, tais como aeronaves S-76, S-92, Black Hawk e Seahawk. O modelo S-92, aliás, rece-beu durante o evento em Atlanta duas novas variantes, que visam sobretudo diminuir os custos de operação e melhorar a rentabilidade e fl exibilidade das missões. As versões foram batizadas como S-92A+ e S-92B e incluem melhorias no sistema de computadores de voo, caixa do trem de pouso principal, upgrade no interior das versões SAR e offshore, além de melhor desempenho em operações a grande altitude e altas temperaturas.

No próximo ano, o maior evento voltado ao segmento de asas rotativas do mundo aconte-cerá na cidade de Anaheim, na Califórnia, entre os dias 27 e 30 de janeiro.

Com seus dois rotores principais coaxiais e propulsor montado na parte traseira da aero-nave, o Defi ant é diferente de tudo que já foi projetado pela indústria de helicópteros atual-mente. Ele representa um salto na tecnologia para atingir o desejo do governo dos EUA de aumentar a velocidade e o alcance, ao mesmo tempo em que melhora a manobrabilidade e a capacidade de sobrevivência de maneira econômica.

Servirá de base para a próxima geração de helicópteros militares dentro do programa do US Army’s Future Vertical Lift.

Sucesso de vendas, o S-92 da Sikorsky continua com ótima participação de mercado no segmento offshore. Custa cerca de 32 milhões de dólares e transporta até 19 passageiros.

A Sikorsky e a Boeing apresentaram recentemente o modelo militar SB-1 Defi ant para atender à US Army. O helicóptero pode transportar até 12 soldados e atingir cerca de 500 quilômetros/hora de velocidade.

O S-76D, equipado com dois motores PW210, tem boa penetração no mercado executivo mundial.

O modelo SH09 da Kopter, ex-Marenco, deverá ser certifi cado em 2020.