Helena Moniz FLUL/CLUL – L2F/INESC-ID · Caracterização prosódica das disfluências e suas...

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1 1 Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores Investigação e Desenvolvimento em Lisboa technology from seed L 2 F - Spoken Language Systems Laboratory Caracterização prosódica das disfluências e suas implicações para o processamento de fala Helena Moniz FLUL/CLUL – L2F/INESC-ID FLUL Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores Investigação e Desenvolvimento em Lisboa technology from seed 2 L 2 F - Spoken Language Systems Laboratory FLUL Resenha do trabalho Conceitos prosódicos Sistemas de anotação prosódica Diferenciação de estruturas linguísticas por mecanismos prosódicos Prosódia e processamento automático de língua natural Área de aplicação: as disfluências Caracterização segmental e prosódica das disfluências Natureza fluente/disfluente Teste perceptivo e CART Conclusões

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Caracterização prosódica das disfluências e suas implicações para o

processamento de fala

Helena Moniz

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Resenha do trabalho

• Conceitos prosódicos

• Sistemas de anotação prosódica

• Diferenciação de estruturas linguísticas por mecanismosprosódicos

• Prosódia e processamento automático de língua natural

• Área de aplicação: as disfluências

• Caracterização segmental e prosódica das disfluências

• Natureza fluente/disfluente

• Teste perceptivo e CART

• Conclusões

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Juízos de valor obre oradores: fundamentos prosódicos?

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Conceitos prosódicos

• Prosódia:– estudo das sequências que vão da palavra à frase (nível

suprassegmental)– ritmo e entoação da língua

• Prosódia constituída por 3 propriedades/traços:– duração (medida em milissegundos)– intensidade (medida em decibéis, corresponde à energia de um

som)– acento (proeminência de uma palavra em relação às adjacentes)

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Organização prosódica

• diferentes propostas de hierarquização de constituintes prosódicos, mas um princípio comum: a sequência fónica é constituída por proeminências distintas.

– enunciado– sintagma entoacional– sintagma fonológico– palavra prosódica– sílaba

• línguas podem ter uma organização fonológica diferente (Japonês vs Português).

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Conceitos prosódicos: melodias das línguas

• Línguas tonais– distinção entre significados de palavras– contrastes gramaticais– Chinês standard, Cantonês, Thai, etc.

• Línguas entoacionais– distinção entre tipos frásicos– distinções pragmáticas e discursivas– expressão de emoções

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Configuração de diferentes significados

• Informação nova/já dada• fraseamento e desambiguação sintáctica• mecanismos discursivos• funções pragmáticas• emoções

– Contorno entoacional,– localização e tipo de tom,– amplitude e gama de variação de F0,– velocidade de fala

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ToBI(Tones and Break Indices)

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ToBI

• Sistema de anotação de tons (Tones) e índices de rupturas (Break Indices) inicialmente usado para descrever o inglês americano depressa passou a ser generalizado.

• 4 fiadas:– ortografia– tons– índices de rupturas– miscelânea (efeitos paralinguísticos, disfluências e comentários)

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ToBI

• Eventos tonais– H (high) e L (low)– monotonais ou bitonais– acentos tonais e tons de constituinte ou de fronteira.

• Índices de ruptura– níveis de relação entre as palavras: da co-articulação máxima ou

ruptura 0 a níveis de disjunção 4 (e.g., fim de enunciado).

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Exemplo de declarativa neutra

http://www.ling.ohio-state.edu/~tobi/

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Exemplo de interrogativa global

http://www.ling.ohio-state.edu/~tobi/

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Melodia(s) das declarativas: o modelo

(H) H*L L%

Ou

H*L !HL* L%

(H) HL* L%Frota (91; 98; 00; 02; prelo)

------

H HL* L%

Ou

L*H HL * L%

Vigário (95; 98)

------H* HL* L%Falé (95)

------Baixo-descendenteCruz-Ferreira (83; 98)

------A* BViana (87)

------A-M-B

alto, médio e baixo no finalMartins (86)

Melodia das declarativas com foco

marcadoMelodia das declarativas neutrasAutores

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Melodias das globais

L*H LH%

Ou

L*H HL% (quando só existe uma palavra

prosódica)

(H) HL* LH%Frota (91; 98; 00; 02;

prelo)

-----Baixo-ascendenteCruz-Ferreira (98)

------H* HL* H%Falé (95)

------Baixo-descendente

ou

Baixo-ascendente

Mata (90; 92)

------A* BA

última acentuada com o traço [F0 +elevado]

Viana (87)

------Final ascendenteMartins (86)

Melodia das globais com foco marcadoMelodia das globais neutrasAutores

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Melodias e interpretação de significados

Interrogativa global vs concordância-continuação

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“Por que razão devem os engenheiros importar-se com a prosódia?”

E. Shriberg (2008)

• Crescente interesse nas áreas do processamento automático– síntese de fala– reconhecimento de fala– sistemas de diálogo

• Mas a sua análise ainda não está difundida na comunidade

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Extracção de pistas prosódicasE. Shriberg (2008)

• Software público (Praat e snack)• Extracção de F0 e energia do áudio (pistas a serem pós-

processadas)– interpolação para retirar efeitos de micro-prosódia– normalização de F0 e energia

• Alinhamento de F0 e energia com as palavras e os fones reconhecidos automaticamente

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Áreas de aplicação: detecção de frases e pontuação

• Detecção de “frases faladas” /enunciados para tarefas de pontuação (Batista, 2008; 2009):– extracção de informação,– tradução automática,– sumariação extractiva

• Computação realizada com pistas prosódicas e lexicais combinadas– prosódicas ( F0, duração, energia) – modeladas, e.g., com

árvores de decisão;– lexicais (n-gramas de palavras e marcas de pontuação) – modelos

de língua;– combinação através, e.g., modelos de máxima entropia

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Motivação para o estudo de disfluências no português europeu

• Área de aplicação que não estava descrita linguisticamente para o português

• Controvérsia: erros vs mecanismos linguísticos fluentes

• Padrões regulares em diferentes línguas

• Caracterização importante para diferentes áreas: Linguística, ASRU, TTS, Diálogos e AgentesConversacionais, etc.

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Tipologia de Shriberg (1994) e Eklund(2004):

• Pausas preenchidas nasceu um homem novo <aam> o que

é que vocês acham disto que ouviram (maexe30s_14.wav)

• Alongamentos disfluentes <e=> ainda uma que essa por acaso foi quase igual em todos (pdexe9s_007_008.wav)

• Repetições uma imagem que representasse <as diferentes> as diferentes classes sociais (maexe30s_44.wav)

• Fragmentações os produtos lá <fabri-> fabricados mais importantes é os charutos rum café e frutos (axexe30s_10.wav)

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Tipologia de Shriberg (1994) e Eklund (2004):

• Substituições provavelmente <poderás> poderá ter essa

simbologia (maexe30s_101.wav)

• Apagamentos as noites de Cuba são muito mexidas <são> até é

chamada Cuba a rainha do som (axexe_9.wav)

• Inserções (repetição e inserção) que estão <no

museu> no museu nacional de arte antiga (maexe30s_9.wav)

• Marcadores de edição esta cobra <que une que vai que

não é que une> que vai depois (maexe30s_87.wav)

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Modelo de auto-monitorização de Levelt (1983; 1989)

• O falante monitoriza o seu próprio discurso e o dos seus interlocutores:– Concepção da mensagem pretendida (clarificação ou correcção da

mensagem);

– Estruturação formal da mensagem (coesão e coerência);

– Erros lexicais (selecção lexical);

– Erros sintácticos ou morfológicos (concordâncias);

– Erros fonológicos (selecção de fones, comutação de sílabas);

– Inadequação à situação comunicativa (contexto apropriado, estatuto social dos interlocutores).

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Modelo de auto-monitorização de Levelt (1983; 1989)

• Como e quando interrompe o seu discurso:– Regra Geral de Interrupção – o falante interrompe o discurso

assim que detecta um erro, não respeitando fronteiras de palavra.

– As auto-correcções podem ser explícitas (são produzidas) e não-explícitas (não chegam a ser produzidas).

– Uso de marcadores de edição e de pausas preenchidas, para sinalizar que vai ser feita uma correcção.

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Modelo de auto-monitorização de Levelt (1983; 1989)

• A forma como o corrige (restrições linguísticas várias):– Boa formação de constituintes (são respeitados e reconstituídos):

seguem as regras das estruturas coordenadas.

– Convenção da identidade da palavra e/ou a convenção da categoria da palavra (ex. manter a preposição e introduzir uma outra palavra).

– Marcação prosódica (diferença de valores da frequência fundamental, amplitude e duração) dos constituintes que são erros, semanticamente motivada.

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Estrutura de uma sequência disfluenteShriberg (1994)

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Corpora

• CPE-FACES (Mata, 1999) – apresentações orais no 3º ciclo– 2h de fala espontânea e preparada (4 alunos e 1 professora) – anotação manual de disfluências (Shriberg, 1994; Eklund, 2004),

anotação morfo-sintáctica e prosódica

• LECTRA (Trancoso et al. 2008) – aulas universitárias– 10h de fala preparada e espontânea (5 professores) – anotação manual de disfluências (Shriberg, 1994; Eklund, 2004),

anotação morfo-sintáctica e prosódica

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Análise de frequência das disfluências

• % de disfluências– 13,24% (1569 disfluências e 11.851palavras) no corpus do

básico– 7,0% professora do básico (341 em 4530 palavras)– 3,16% no já tratado do universitário (273 em 8636 palavras)– Valores estão de acordo com os reportados na literatura:

• intervalo de 5% a 10% em diálogos humanos (Shriberg, 2001)• média de 6% (Fox Tree, 1995) em diferentes aplicações

– Alongamentos, pausas preenchidas e repetições são mais frequentes.

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Frequência no corpus do básico

627/100%1569/100%Total

0/0%4/0,25%Inserções

0/0%20/1,28%Marcadores de edição

24/3,83%112/7,14%Apagamentos

23/3,67%177/11,28%Substituições

198/31,58%274/17,46%Pausas Preenchidas

94/14,99%485/30,91%Repetições

288/45,93%497/31,68%Alongamentos

Isolada ou mesma categoriaSequência complexaCategoria

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Frequência por falante e situação

• Frequência superior de disfluências na situação preparada: – evidência para uma maior monitorização e adaptação por parte do

falante à situação específica.

• Classificação de Shriberg: falantes como repeaters vsdeleters. – falantes são mais repetidores.

• Professora produz – mais pausas preenchidas do que os alunos, mas com maior

controlo na sua distribuição;– repetições com inserções, como estratégia pedagógica de reforço.

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Caracterização linguística

5 formas distintas <anotação ortográfica>• uma vogal central alongada: <aa> <ee>• um murmúrio nasal: <mm> • combinação de ambas: <aam> <eem>

Qualidade da vogal central: [ @: ] ou [ 6: ] (mais frequente)• Alguns falantes usam consistentemente [ 1: ] em vez de [ @: ] / [ 6: ]• Outros ambas, por vezes no mesmo enunciado

Contrariamente ao observado para outras línguas não se comportamcomo palavras plenas – não estão sujeitas à mesma variação contextual

O mesmo parece acontecer com os alongamentos

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Pausas preenchidas: tipologias de línguas

Inventário extraído de Clark & Fox Tree (2002)

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Pausas preenchidas e alongamentos(isolados)

Aluno Professora

Funções distintas como afirmam Clark & Fox Tree (2002) e Eklund (2004)?

Acústica e funcionalmente similares, como sugerem os dados?

<mm> - categoria separada ou recurso linguístico ao serviço do prolongamento de pausas preenchidas e alongamentos?

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Distribuição contextual de pausas preenchidas e alongamentos

9,3%56,5%34,2%Alonga/.s

0%92,3%7,7%mm

44,0%25,7%30,3%aa

77,5%15,0%7,5%aam

FraseOraçãoConstit.s(Dis)FLs

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Padrões temporais

• Diferenças significativas (ANOVA: p<001):– entre aa e aam

– entre alongamentos e mm,

– mas não entre mm e aam, sendo que este último par permite ganhar mais tempo do que os restantes.

• Pausas silenciosas antes e depois com comportamento similar ao verificado para estes pares.

277 ms392 ms416 msAlonga/s

744 ms585 ms651 msmm

166 ms378 ms603 msaa

616 ms655 ms800 msaam

Pausas Silenc. Após

Duração das

(Dis)FLs

Pausas Silenc. Antes

(Dis)

Fluências

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Teste perceptivo

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Teste perceptivo

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Teste perceptivo

• 30 estímulos

• Classificação manual de momentos de facilidade de expressão (fluência/disfluência, H. Riggenbach ed., 2000) numa escala de 5 níveis por 3 anotadores independentes– 95% de concordância

• 40 participantes– 20 engenheiros e 20 professores de português

• 5 vezes cada estímulo

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Resultados do teste perceptivo

(Dis)fluency Ratings

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

PRL PRLs FP FPs SUB DEL FRAG REP Varia REPs

Categories

%

20

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Resultados do teste perceptivo

• Concordância de 80% com os juízos dos anotadores

• Participantes rejeitam todas as sequências com disfluênciascomplexas

• Participantes preferem alongamentos e pausas preenchidas

• Alongamentos julgados fluentes:– ocorrem em conjunções coordenativas ou completivas

– não perturbam o contorno global de F0

• Pausas preenchidas julgadas fluentes: – têm contorno estacionário

– ocorrem em fronteiras de sintagmas entoacionais

– comportam-se como parentéticas

– não perturbam o contono global de F0

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CART

• Objectivo: quais as pistas linguísticas mais salientesquando se classificam todos os tipos ditos de disfluênciascomo fluentes ou disfluentes?

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CART

• Resultados apontam 2 pistas:

índices de ruptura e contono de F0– Eventos produzidos numa

fronteira 3/4 sãoconsiderados fluentes vs. eventos dentro de um constituinte

– Eventos com contornosestacionários ouascendentes vs descendente

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Conclusões

• Resultados apontam para padrões regulares na produçãodas disfluências (fraseamento e contorno de F0).

• Fraseamento prosódico (rupturas 3 e 4) é crucial pararealizar uma tarefa de avaliação de níveis de fluência/disfluência.

• Contorno estacionário ou ascendente também influencia a classificação vs. descendente e com efeitos glotais.

• Características são salientes tanto no teste perceptivoquanto na CART.

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Contribuições para uma definição de fluência

• A fala espontânea é de facto regulada, estruturada, organizada e hierarquizada em função do todo discursivo (Mata, 1999).

• A produção consciente dos fenómenos (dis)fluentes envolve condicionantes linguísticas (contextualização, localização, padrões temporais e funções).

• As categorias não são todas disfluentes e podem mesmo contribuirpara o planeamento on-line dos enunciados.

• A fluência pode ser entendida, também, como: a propriedade e mestria no uso e integração de disfluências no todo discursivo.

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Trabalho futuro

• Em função da aplicação ou domínio saber como tratar as disfluências, e.g.,– Extrair as que não contribuem para a frase pretendida pelo falante

em aplicaões como ASR– Modelar em sistemas de síntese de fala as que são consideradas

benéficas para o discurso, por conferirem naturalidade discursiva– Descrever aprofundadamente todos os tipos de disfluências

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Reflexão

Somos diariamente cirurgiões da mensagem que ouvimos e/ou produzimos, sem nunca atendermos realmente a todos os contornos que podem estar contemplados na mera produção e na percepção de uma (dis)fluência.

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Referências seleccionadas

Beckman, M. (2003). “The meaning of intonational structure.” Proc. of ICPhS. Barcelona.

Blaauw, E. (1995). On the perceptual classification of spontaneous and read speech. Utrecht: Led.

Bolinger, D. (1986). Intonation and its parts: melody in spoken English. Stanford: Stanford University Press.

Clark, H. (2002). “Speaking in time”. Speech Communication, 36, 5-13.

Cruz-Ferreira (1998). “Intonation in European Portuguese”. In Hirst, D & A. Di Cristo (eds.). Intonation systems. Cambridge: Cambridge University Press, 167-178.

Cruz-Ferreira (1983). Non-native comprehension of intonation patterns in Portuguese and in English. Dissertação de Doutoramento. University of Manchester.

Falé, I. (2006). “Categorical perception of intonation contrasts in European Portuguese”. In ICPhS.

Falé, I. (2005). Percepção e reconhecimento da informação entoacional em Português Europeu. Dissertação de Doutoramento. Universidade de Lisboa.

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Frota, S. (no prelo). “The intonation of European Portuguese”. In Jun, Sun-Ah (ed.). Prosodic Typology II: thePhonology and Intonation of Phrasing. Oxford University Press.

Frota, S. (2002). “Nuclear falls and rises in European Portuguese: a phonological analysis of declarative andquestion intonation.” Probus, 14, 113-146.

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Frota, S. (1998). Prosody and Focus in European Portuguese. Dissertação de Doutoramento. Universidade de Lisboa.

Frota, S. (1991). Para a Prosódia da Frase: Quantificador , Advérbio e Marcação Prosódica. Tese de Mestrado. Universidade de Lisboa.

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Referências seleccionadas

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de Lisboa.Mata, I. (1999). Para o estudo da entoação em fala espontânea e preparada em Português

Europeu. Metodologia, resultados e implicações didácticas. Dissertação de Doutoramento. Universidade de Lisboa.

Mata, I. (1992). “Questão da entoação e interrogação em Português. «Isso é uma pergunta?»”. InPereira, I., Mata, I. & M. Freitas. Estudos em prosódia. Lisboa: Edições Colibri, 33-73.

Mata, I. (1990). Questões de entoação e interrogação em Português. «Isso é uma pergunta?». Dissertação de Mestrado. Universidade de Lisboa.

Mateus et al. (2003). Gramática da Língua Portuguesa. Lisboa: Editorial Caminho.Nespor & Vogel (1986). Prosodic phonology. Dordrecht: Foris publications.Ostendorf et al (2008). “Viana, M. C. (1987). Para a síntese da entoação do Português. Dissertação de Carreira de

Investigação. Universidade de Lisboa.Vigário, M. (1995). Aspectos da prosódia do Português Europeu. Estruturas com advérbios de

exclusão e negação frásica. Dissertação de Mestrado. Universidade do Minho.