HajaSaúde! Maio/Junho 2016

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HajaExercício! “Se, para muitos, este músculo está adormecido e serve apenas para segurar as calças, e mesmo assim esse trabalho não é eficaz, está na hora de pôr, literalmente, o rabo a mexer!” HajaEntrevista! «nunca se pensa, quando se vai ao primeiro mundial, “Vou ser campeão do mundo!”» HajaMemória! “Uma das lendas do atletismo português ficou conhecida tanto pelas suas formidáveis marcas desportivas, como pela ansiedade que o impediu de conquistar mais.” PÁG. 5 PÁG. 6 PÁG. 10

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HajaExercício!

“Se, para muitos, este músculo está adormecido e serve apenas

para segurar as calças, e mesmo assim esse trabalho não

é eficaz, está na hora de pôr, literalmente, o rabo a mexer!”

HajaEntrevista!

«nunca se pensa, quando se vai ao primeiro mundial, “Vou ser campeão

do mundo!”»

HajaMemória!“Uma das lendas do atletismo

português ficou conhecida tanto pelas suas formidáveis

marcas desportivas, como pela ansiedade que o impediu

de conquistar mais.”

PÁG. 5PÁG. 6PÁG. 10

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HajaEditorial! 3

HajaBreves! 4

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HajaEntrevista! 6

HajaNutrição! 8

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HajaTecnologia! 15

HajaCinema! 17

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HajaExplicação! 21

HajaSexualidade! 26

HajaGula! 28

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"Sports for me is when a guy walks off the court, and you really can't tell

whether he won or lost, when he carries himself with pride either way."

Jim Courier

É difícil marcar um momento na história em que tenha nascido o desporto,

mas o seu valor atual é inegável. O desporto é capaz de mover massas e

transcende fronteiras – junta pessoas de diferentes países e culturas por uma

paixão comum. Uma paixão que motiva um atleta para se dedicar de corpo e alma,

trabalhar dia e noite para conseguir o lance mais ofensivo, o flic-flac mais

perfeito, a maior distância ou o menor tempo. Esta busca pela perfeição requer

disciplina, dedicação e trabalho árduo, mas também muitos erros e persistência. É

o desporto pelo desporto. O mais importante não é a competitividade entre pares

ou as vitórias, mas sim a possibilidade de fazer algo grandioso e extraordinário.

Porque conseguir o desenvolvimento máximo do potencial físico do ser humano é

algo tão belo e entusiasmante como testemunha-lo, que só deve fazer com que

queira quebrar mais barreiras e conseguir aquilo que se diz impossível.

É com esta determinação que vos trazemos esta edição dedicada à Medicina

Desportiva, que conta com uma entrevista a Rui Bragança, entre outras crónicas.

Agora que cruzamos a meta final deste ano letivo, o HajaSaúde! deseja a todos os

nossos leitores um descanso bem merecido e sucesso para os desafios que se

avizinham - que a nossa garra não esmoreça!

Ana Sofia Milheiro, 5º Ano

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João Lima, 2º AnoHa

jaBre

ves!

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Braga: Capital da música eletrónica e arte digitalO Theatro Circo, o GNRation e a Casa Rolão serão os palcos do Semibreve 2016,

um festival de música eletrónica e arte digital que irá ocorrer em Braga nos dias 28, 29 e 30 de outubro. Como cartaz teremos Andy Stott, Paul Jebanasam & Tarik Barri e Ron Morelli, sendo que, recentemente, foram também confirmados quatro novos nomes, Tyondai Braxton, Kaitlyn Aurelia Smith, Oliver Coates e Nídia Minaj, que certamente valem a pena conhecer.

Além dos diversos concertos, no Semibreve, ocorrerá também a entrega do EDIGMA Semibreve Award, um prémio que visa estimular a criação artística digital. As candidaturas podem ser feitas até dia 24 de julho e, segundo a organização, esta edição focar-se-á na importância dada “à interatividade, ao som e à imagem”.

Mais candidatos que vagas O dia 20 de junho foi o último dia para os médicos que estão a terminar o ano escolherem a especialidade que desejam. Contudo, após 11 dias, as opções continuam a ser poucas. Existem 2 vagas e ainda 167 candidatos e a diferença não é maior, uma vez que houve 206 desistências.considerados aptos, pois 207 rescindiram o contrato. Em dezembro deste ano os jovens médicos que não conseguiram vagas para a especialidade terminam o ano comum e, como tal, o contrato com o Serviço Nacional de Saúde. Passam então a ter autonomia para exercer como médicos indiferenciados e as suas opções são escassas, podendo passar pela emigração. Segundo a ANEM, apesar do número de inscritos ser superior, a prova nacional de seriação foi realizada por 2253 candidatos. Mas, na realidade, apenas 2046 foram considerados aptos, pois 207 rescindiram o contrato.As escolhas começaram a 1 de junho com 1675 vagas disponíveis e no dia 20 de junho existiam apenas 2 vagas para 167 candidatos. A diferença não era superior, uma vez que houve 206 desistências por esperarem já não ter vaga. Como alternativas poderão repetir o exame ou então emigrar. Segundo André Fernandes, presidente da ANEM, nenhuma das alternativas é positiva, uma vez que o problema se agrava para o ano seguinte e a formação está a ser desperdiçada.

Presidente da República promulga diploma para acelerar recrutamento de médicos O chefe de Estado promulgou o Decreto-Lei que estabelece um regime especial e transitório para admissão de pessoal médico, na categoria de assistente, da carreira especial médica das entidades públicas empresariais integradas no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No conselho de Ministros que se realizou a 20 de maio, o governo tinha aprovado um regime especial e transitório para a contratação de médicos especialistas, com o intuito de dar resposta à escassez destes profissionais no nosso país. O Conselho de Ministros estabeleceu este regime para permitir a admissão de médicos assistentes, da carreira especial médica e da carreira médica das entidades públicas empresariais integradas no SNS, tentando assim dar resposta à escassez de médicos no país e garantir o acesso a cuidados de saúde adequados a todos os utentes do SNS.

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Sofia Leal, 5º Ano

O desporto de alta competição depende da otimização da condição física e psicológica dos atletas. Assim, não se investe apenas na força muscular, na resistência, na flexibilidade, mas também na saúde mental. A disciplina necessária para o treino diário e empenhado, os cuidados a ter a nível de alimentação e gestão de esforços, e a gestão do stress inerente à competição e à pressão para ter uma boa classificação, são aspetos que e x i g e m c a r a c t e r í s t i c a s p e s s o a i s particulares. O desenvolvimento destas pode se r apo iado pe lo s p rópr i o s treinadores, e é estudado pela Psicologia do Desporto.

Uma das lendas do atletismo português ficou conhecida tanto pelas suas formidáveis marcas desportivas, como pela ansiedade que o impediu de conquistar mais.

Fernando Mamede foi um atleta do Sporting Clube de Portugal que, entre 1969 e 1986, consistentemente se classificou em 1º lugar nas competições nacionais de corrida de fundo, e em meetings europeus. As marcas que atingia permitiriam, nas competições internacionais, o apuramento para as finais, quando não o pódio. Contudo, na sua part ic ipação em Campeonatos do Mundo e em Jogos Olímpicos não esteve à altura da sua extraordinária capacidade. Na primeira

participação em Jogos Olímpicos, em Munique (1972), teve uma prestação aquém do seu habitual e não passou das eliminatórias. Nos Jogos Olímpicos de Montreal (1976) voltou a ficar pelas eliminatórias nos 800m e nos 4x400m, chegando a semifinalista no 1.500m. Entretanto, brilhava a nível nacional e nos encontros de menor peso. Competiria ainda nos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984), ano em que conseguiu um feito extraordinário. Um mês antes dos Jogos, participou num meeting em Estocolmo, onde estabeleceu o novo recorde mundial dos 10.000m, tendo Carlos Lopes sido o 2º classificado. Foi o primeiro atleta português a estabelecer um recorde mundial, que se manteve durante 5 anos a nível mundial, e durante 10 anos a nível europeu. Nos Jogos Olímpicos, poucas semanas depois, apurou-se com facilidade para a final, e era o favorito para o ouro; no entanto, a sua dificuldade em lidar com a pressão voltou a manifestar-se, e desistiu a meio da prova. A sua única medalha em grandes competições internacionais foi no Campeonato Mundial de Crosse, em 1981, em que Mamede conseguira a prata nos 10.000.

A sua história enquanto atleta inspira reflexão acerca da importância da preparação psicológica para a alta competição, e as suas conquistas não deixam de merecer a admiração devida.

Mente sã em competição

Figura 1 – Quando venceu a medalha de prata no Mundial de 1981.

Figura 2 – Fernando Mamede a bater o recorde mundial em 1984.

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ENTREVISTARui Bragança, campeão nacional de Taekwondo

HajaSaúde! (HS): Como é que nasceu a tua vontade de praticar taekwondo?

Rui Bragança (RB): Os meus pais foram para o ginásio, basicamente tive de ir para o taekwondo, nem sequer sabia o que é que era, mas depois, a partir daí começamos a bater nas raquetes, começamos a fazer alguns jogos de combate. O “gostinho” começou a crescer. Depois, à medida que ia percebendo mais a tática, fui gostando, cada vez mais, do taekwondo.

HS: Quando é que te começaste a dedicar?

RB: Eu entrei para o taekwondo em 2005. Tinha 13 anos. Depois, foi uma coisa gradual. O primeiro título, a sério, que tive, foi o de Campeão Nacional de Juniores em 2007 e em outubro de 2007 fui medalha de bronze no Europeu de Juniores. Por isso, pode dizer-se que em 2007 foi quando as coisas começaram a sério.

HS: Sabemos que antes do taekwondo praticaste natação e karaté…

RB: Natação, karaté, andebol, BTT… (Risos)

HS: Andebol, não sabíamos. O que é que te fez mudar?

RB: Eu saí da natação porque tinha alergia ao cloro e, quando passei para a competição foi impossível continuar. No karaté, eu era muito novo, e a turma era à noite, já era mais avançada, acabei por sair. Era muito duro. O andebol fiz no 5º e no 6º ano, depois troquei de escola, a outra nem sequer tinha. Também não estava com os meus amigos, acabei por sair.

HS: Neste momento como é que é a tua rotina de treinos?

RB: Normalmente treino de manhã, depois vou para o hospital ou para as aulas, de tarde ou estudar ou aulas, ou seja lá o que for, depois, ao fim da tarde, treinar outra vez, comer e dormir.

HS: Não é fácil conciliar com o curso, ou é?

RB: Não, não é muito fácil.

H S : Q u a i s t ê m s i d o a s g ra n d e s dificuldades? Tempo?

RB: O facto de ter de ter tempo para tudo, tanto para os estágios e depois para estudar para os exames, e o facto de ter de faltar para as competições, depois torna-se um bocado complicado o ter de compensar essas horas, que se fosse só o horário normal até seria fácil, mas fazer essas horas mais as de compensação.

HS: Claro. O que é que achas que é mais difícil na vida de um desportista?

RB: O que é mais difícil na vida de um desportista? (risos) Sei lá! A competição é a parte que nós mais gostamos, a parte mais divertida. Se calhar é quando falhamos, quando temos uma série de falhanços sucessivos, encontrar as forças para

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João Lima, 2º Ano

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continuar e para ver em que é que nós erramos e continuar.

HS: E no taekwondo, em particular, também é isso?

RB: Sim, às vezes nós até nos podemos sentir bem e depois chegar a um campeonato e perder. Depois, no campeonato seguinte, por alguma coisa, voltamos a perder, e depois começamos “Fogo! Porquê? O que é que se passa?”. E tentar mudar essa maré de azar às vezes pode ser muito complicado.

HS: Qual foi a tua vitória mais marcante?

RB: É difícil dizer. Foram todas diferentes! Desde que fui campeão nacional, e foi a primeira vez que ia ao nacional, quando foi o europeu de juniores, aquela medalha de bronze foi: “espera aí, se calhar até tenho jeito”. O mundial em 2012 era a primeira vez que ia ao mundial, com 19 anos, ser logo vice-campeão do mundo também foi uma coisa surpreendente, também não tinha bem noção daquilo que estava a fazer.

HS: Mas não estavas mesmo à espera?

RB: Eu ia para dar o meu máximo, mas nunca se pensa, quando se vai ao primeiro mundial, “Vou ser campeão do mundo!” é preciso ter noção das coisas também.

HS: Então a expectativa era mais baixa?

RB: Sim, o nosso objetivo quando fomos para lá era tentar ganhar o primeiro combate. Depois, combate a combate, as coisas foram evoluindo. Todas elas têm uma história. Todas elas têm algo por trás que faz com que valha muito a pena.

HS: A tua alimentação, tem regras? Como é que funciona?

RB: Não, é assim, eu combato na categoria de menos de 58 quilos, por isso, tenho de ter alguns cuidados, mas não há nada que não possa comer ou tenha de comer. Tenho uma alimentação equilibrada, mais regrada, claro, e acompanhada por um nutricionista mas não há assim nenhum segredo.

HS: Tabaco, álcool…nada disso?

RB: Não, isso não, ainda por cima sou asmático, por isso, tabaco é para esquecer.

HS: Que conselhos dás a uma pessoa que queira iniciar esta modalidade?

RB: Se gostam de algo em que têm de usar a cabeça, mas que também tenha uma parte física, não há modalidade melhor. Os combates são a coisa mais intensa possível. Isto é como o xadrez, mas a alta velocidade. Temos de tentar sempre pensar três jogadas à frente, só que enquanto eles mexem peões, nós mexemos as pernas e depois, tem toda a parte física e toda a parte benéfica que isso traz.

HS: O que é que esperas do futuro? Assim grandes expectativas?

RB: Grandes expectativas?! Estar bem nos jogos. Chegar aos jogos e estar bem.

HS: E nos Jogos Olímpicos?

RB: Vamos ver. (Risos). Um combate de cada vez, um round de cada vez e vamos ver até onde chego.

HS: Tem de ser também. Que conselhos darias às pessoas que vão ler a entrevista, seja no desporto, seja na medicina, na vida?

RB: Que conselho é que eu daria? Serem felizes. Serem felizes naquilo que fazem que fica tudo mais fácil.

HS: Obrigado pela entrevista.

RB: De nada, sempre às ordens.

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Já é de comum acordo, mas nunca é demasiado relembrar, que o sucesso da p r á t i c a d e s p o r t i v a a s s e n t a primordialmente numa alimentação adequada. Esta temática, no entanto, falha em gerar consensos universais, levando a todo o tipo de teorias e estilos de dieta diferentes.

Recentemente, no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Saudável, sob alçada da Direção Geral da Saúde, foi publicado um manual de Nutrição Desportiva, onde podemos encontrar informação sobre como calcular as nossas necessidades energéticas, consoante o nosso nível de atividade, bem como informação sobre como utilizar os grandes grupos nutricionais (proteína, hidratos de carbono, gorduras e fluídos).

Neste artigo vou debruçar-me mais sobre as estratégias específicas abordadas no documento, nomeadamente ao que toca à estimulação da síntese muscular, maximização do rendimento e perda de peso.

1) Anabolismo Muscular

A síntese muscular é dependente do consumo de proteína, mas também do tempo de consumo da mesma, em relação à atividade física realizada, uma vez que é necessário para balancear, quer a disponibilidade proteica no antes, durante e no pós-treino imediato, bem como na fase de recuperação. Além do mais, segundo reportado, a síntese muscular beneficia do estímulo independente, e aditivo em relação a exercícios de força, do consumo de alimentos ricos em proteína, sendo, em jovens atletas, recomendado o consumo diário de 1,2-2,0 g proteína/kg/dia.

Com particular enfoque no pós-treino imediato, considera-se neste manual, ótimo o consumo de 20-25 g de prote ína de a l to va lor b io lóg ico, aconselhando o consumo de 650 ml de leite de vaca (de preferência magro/ 3

ovos tamanho S/ ≈100 g de carne magra ou peixe). Concomitante, e com potencial efeito aditivo, recomenda-se o consumo de hidratos de carbono no pós-treino inicial, e concomitantemente ao consumo de proteína, em valores de 0,8-1,2 g hidratos de carbono/kg/h.

O consumo de proteína com o objetivo do maior efeito anabólico possível deve ser preferencialmente realizado no pois-treino imediato e a cada 3h pós-exercício de força, como valores de consumo a rondar os 20 g em cada momento. Salienta-se ainda o consumo de caseína antes de dormir em valores de 27,5 g-40 g, sendo o leite um alimento preferencial devido ao seu conteúdo em caseína e proteína de soro. Notar que neste manual não são recomendados s u p l e m e n t o s p r o t e i c o s d e v i d o à inexistência de estudos científicos, mas principalmente devido à segurança dos mesmos, não pelo seu conteúdo proteico, mas pela qualidade de produção dos mesmos.

2) Maximização de rendimento

O papel dos hidratos de carbono torna-se mais relevante em sessões de endurance superiores a 90 minutos, sendo aí um importante fator limitante. Assim, e visando maximizar o rendimento da sessão

Pedro Peixoto, 5º Ano

Nutrição desportiva

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de endurance, recomenda-se o consumo de uma refeição que inclua hidratos de carbono em alimentos/bebidas com baixo teor de gordura e de fibra, e com conteúdo moderado em proteína de forma a evitar distúrbios gastrointestinais. As recomendações indicam que 1-4 g hidratos de carbono/kg peso corporal deverão ser consumidos 1-4h antes do exercício – 4h antes se for uma refeição principal e 1-2 h antes se for um lanche/merenda; Parece haver uma pequena percentagem de atletas que respondem negativamente a ingestão de hidratos de carbono na hora que precede o exercício, provocando sintomas de hipoglicémia nos primeiros momentos de exercício.

O consumo de hidratos de carbono durante o exercício adquire um papel importante se este ocorrer por mais de 30 minutos -1hora, sendo recomendado o consumo beb idas , gé i s ou bar ras energéticas com baixo teor de gordura, proteína e fibra durante a prática desportiva superior a 1 hora, com o objetivo de maximizar o rendimento da mesma.

No pós-exercício, o fator alimentar que mais influencia a reposição de glicogénio muscular é a quantidade de h id ratos de carbono consumidos , recomendando-se consumos de 1,2 g/kg/hora nesse período. Uma taxa similar de re-síntese de glicogénio muscular poderá ser atingida através da co-ingestão de 0,8 g hidratos de carbono/kg/hora e de 0,2-0,4 g proteína/kg/h, com uma quantidade mínima de 0,24 g/kg de

proteína de alto valor biológico. O momento e a frequência de ingestão são também fatores importantes que podem modular a taxa de reposição de glicogénio muscular, sendo que refeições mais frequentes – com quinze a trinta minutos de intervalo – parecem otimizar os níveis de glicogénio muscular, particularmente durante as primeiras horas após o exercício.

3) Perda de Peso

A perda de peso é absolutamente dependente da criação de um défice energético. Aqui as recomendações citadas são interessantes porque preferem um défice energético menor para preservar o máximo de massa muscular possível, uma vez que restrições severas poderão causar alterações metabólicas proteladas no tempo com diminuição do consumo metabólico diário de até 500Kcal/dia em relação a um sujeito não sujeito a essas r e s t r i ç õ e s d e p e s o s i m i l a r. A s m a n i f e s t a ç õ e s d e s t e d e s a r r a n j o metabólico são várias, nomeadamente, a diminuição da frequência cardíaca, da pressão arterial e da força muscular, o aumento das HDL e alterações de humor.

Para se evitar que se instale este quadro, recomenda-se que o atleta deva s e g u i r u m p l a n o a l i m e n t a r q u e disponibilize pelo menos 30 kcal/kg de massa isenta de gordura, em sinergia com treinos de força de uma ingestão suficiente de proteína, parece consensual que a adesão ao plano alimentar é mais importante que a abordagem nutricional.

Fonte: Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável - Nutrição no Desporto, 2016

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Os glúteos são o maior e mais forte grupo muscular do corpo. Ao contraírem levam ao movimento da anca em todas as direções, participam no movimento de elevação do corpo e até agachar, caminhar e dar passadas laterais. Para quem acha que treinar glúteos é apenas para mulheres ou para adquirir aquela forma idolatrada de BumBum brasileiro, enganou-se, treinar glúteos melhora a tua estabilidade corporal e desempenho atlético como na corrida ou nos treinos de outros grupos musculares. Também, como são um grupo grande, ao exercitá-lo poderás aumentar o teu metabolismo basal.

Se, para muitos, este músculo está adormecido e serve apenas para segurar as calças, e mesmo assim esse trabalho não é eficaz, está na hora de pôr, literalmente, o rabo a mexer!

Então, sem mais demoras, e porque sei que estão ansiosos por saber os exercícios que vão revolucionar as vossas curvas neste verão, apresento uns dos melhores exercícios focados nos glúteos que poderão fazer em qualquer sítio desde que, estejam reunidas as condições de segurança!

Inês Braga, 5º Ano

Não dês férias aos teus Glúteos!

1. Step Up Coloque um pé sobre uma caixa resistente ou cadeira (1). Empurre a anca para trás (2) e, em seguida, suba com o peso do corpo apoiado na perna de apoio (e sem dar impulso com a outra perna) (3). Aperte o glúteo da perna de apoio no topo do movimento.

Mantenha-se nessa posição 3 segundos, sempre a contrair. Depois, empurre a anca para trás, de novo, e baixe lentamente o pé para voltar à posição inicial.

Deverá realizar entre 8 e 15 repetições sempre com uma das pernas, e depois com a outra perna. Deverá repetir isto entre 3 e 4 vezes.

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2. Hip Thrust Provavelmente o melhor exercício para o glúteo!

Deite-se de costas com os joelhos dobrados com um ângulo de 90 graus. Coloque os pés no chão, à largura da anca. Em seguida, contraia os abdominais e incline a anca de modo a que a região lombar esteja contra o chão (1). Manter esta inclinação pélvica durante todo o exercício.

Empurre, através dos pés, (mantendo a força nos calcanhares) e levante a anca tão alta quanto possível, sem arquear as costas. Mantenha essa posição por alguns segundos, em seguida, reverta lentamente o movimento. (2)

Deverá realizar entre 8 e 15 repetições. Deverá repetir isto entre 3 e 4 vezes. Para torna-lo mais difícil pode colocar um peso ou objeto pesado em cima da pelve.

3. Hip Thrust de uma perna Este exercício é uma variação, mais avançada do Hip Thrust, que se executa da mesma maneira que o 2., elevando apenas uma perna durante o exercício.

Deverá realizar entre 8 e 15 repetições sempre com uma das pernas, e depois com a outra perna. Deverá repetir isto entre 3 e 4 vezes.

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3. Barbell squat2. Goblet squat1. Bodyweight squat

4. Agachamento (Squat) O agachamento é conhecido como um exercício focado no quadricípite, no entanto também trabalha a cadeia posterior e glúteo. Á medida que se agacha, o glúteo é esticado e é no movimento de subida que este é essencial para propulsionar o corpo para cima.

(1) Mantendo a cabeça erguida e o peito alto, empurre o quadril para trás, dobre os joelhos e baixa o corpo até que as coxas estejam a, pelo menos, 90 graus do chão.

(2) Posicione a barra, apoiando-a sobre o músculo trapézio, entre o pescoço e os ombros. Segure a barra com as duas mãos, mantendo a cabeça erguida e o peito alto, empurre o quadril para trás, dobre os joelhos e baixe o corpo de maneira a que as coxas estejam a, pelo menos, 90 graus do chão.

(3) Escolha um peso ou objeto pesado, e posicione-o junto ao tórax com a extremidade a bater no queixo. Mantendo a cabeça erguida e peito alto, empurre o quadril para trás, dobre os joelhos e baixe o corpo para que as coxas estejam a pelo menos 90 graus do chão.

Realize 8-15 repetições, 3-4 vezes. NOTA: Certifique-se que os joelhos não passam a linha dos dedos dos pés. Os pés devem estar paralelos um ao outro,

ou ligeiramente abduzidos, e os joelhos, durante o agachamento, devem ter a mesma direção da ponta dos pés. Certifique-se ainda, que a coluna está alinhada e retilínea durante todo o movimento.

Variações:

5. Hip Hinge Fique com os pés à largura do quadril, com a cabeça numa posição neutra, com os ouvidos alinhados com os ombros, quadris e tornozelos. Mantenha esta posição ao longo do movimento.

Mantenha os joelhos dobrados sem mudarem de plano e empurre os quadris e isquiotibiais para trás tanto quanto possível, até que a coluna esteja paralela ao chão. Em seguida, empurre os quadris para a frente até à posição total contraindo bem os glúteos na parte superior do movimento.

Realizar 3-4 séries de 8-15 repetições.

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6. Walking Lunges Este exercício pode ser feito apenas com o peso do corpo, ou então com halteres ou um objeto pesado em cada mão. Da posição inicial, dar um grande passo à frente com o pé esquerdo, até que a coxa esteja paralela ao chão. Empurre o corpo para cima, de volta à posição inicial. Vá alternando a perna, como se desse passos “walking”.

Deverá fazer 30 passos seguidos, repetindo 3-4 vezes. NOTA: O joelho não deve ir para a frente, mas sim manter-se na mesma posição, à medida que o tronco e o quadril

descem. O pé que fica atrás deve ter apenas a ponta do pé apoiada no chão, e deve estar perpendicular a este.

7. Back Extension Numa máquina de extensão do tronco ou no chão, abduzindo os pés a 45 graus, assim o movimento será mais focado no glúteo, em vez de estar confinado à lombar.

Manter as costas naturalmente arqueadas a tocar no chão ou até estar a 90 graus (maquina). Em seguida, levante o tronco para trás, até que ele esteja em linha com a sua parte inferior

do corpo (maquina) ou até à máxima extensão possível (chão), apertando os glúteos no pico do movimento.

Realizar 3-4 séries de 8-15 repetições.

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8. Bulgarian Split Squat Em pé, com um dos pés num banco ou degrau, como na figura. Mantendo o corpo reto e o peito para a frente, dobre a perna da frente até a coxa estar paralela ao chão. Depois, impulsione o corpo para ficar novamente de pé, como na posição inicial. Este movimento pode ser feito apenas com o peso do corpo, colocando as mãos atrás da cabeça, ou com pesos nas mãos ou barra olímpica.

NOTA: O joelho não deve ir para a frente, mas sim manter-se na mesma posição, à medida que o tronco e o quadril descem. O pé que fica atrás deve ter apenas a ponta do pé apoiada no chão, e deve estar perpendicular a este.

9. Hip Abdution Ao abduzir a coxa estamos a contrair o glúteo durante todo o movimento.

Existem inúmeras variações deste exercício: deitado ou em pé, com banda elástica à volta das pernas ou presa a um pilar, ou então com caneleiras de peso, a escolha é sua.

O corpo deve estar alinhado e reto, quadris e ombros, e a coluna lombar não deve estar estendida. Deves abduzir uma das pernas, sem mover os quadris, focando a contração máxima do glúteo no pico de maior abdução da perna.

Realizar 8-15 repetições com uma das pernas, alternando com a outra. Repetir 3-4 vezes.

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Jorge Diogo Silva, 5º Ano

Algumas das maiores inovações, no campo da tecnologia aplicada ao desporto, conseguiram chegar à luz do sucesso pela sua simplicidade, quer a n ível do tratamento de lesões t raumato lóg i ca s a s soc iadas ao de spo r to , que r em te rmos de monitorização de parâmetros físicos no mais simples dos exercícios. Passo agora a apresentar algumas das inovações mais recentes, ainda em fase de teste, que pela sua simplicidade poderão vir a revolucionar, de forma mais ou menos marcante, o conceito da tecnologia aplicada ao desporto.

X2 Head Impact Management System

Este pequeno chip é colocado na região pré-auricular e permite, posteriormente à realização de uma avaliação neuro-cognitiva inicial, a deteção de traumatismos crânio-encefálicos e sua caracterização em termos de gravidade, prevendo o risco de complicações intracranianas e alertando para a necessidade de

realização de exames complementares de diagnóstico adequados. Este pequeno aparelho possui sensores de impacto que transmitem a informação a uma aplicação, através de Bluetooth, onde se podem observar dados relativamente ao traumatismo: força, índice de severidade de sintomas, equilíbrio craniano relativo à direção do traumatismo, etc. A aplicação permite ainda integrar dados de vários indivíduos, tornando-se especialmente útil para treinadores de desportos de maior contacto físico e agressividade a nível profissional.

Pele Fotónica Ultraflexível

N u m c o n t e x t o m a i s investigacional, em abril de 2016, foi publicada a caracterização de um aparelho denominado “pele fotónica ultraflexível”, que é simplesmente um instrumento eletrónico mais fino do que a pele, com aproximadamente 3 µm de espessura, que possui díodos de e m i s s ã o d e l u z a s s o c i a d o s a f o t o d e t e t o r e s o r g â n i c o s : descomplicando, esta “pele” funciona como um oxímetro de pulso flexível que possui como que um “mostrador” do valor das dezenas da saturação de oxigénio; o valor das unidades é representado através da cor da luz emitida no algarismo das dezenas, tendendo para o verde se se aproximar do 9, e para o vermelho se se aproximar do 0. Esta medição baseia-se na transdução da saturação de oxigénio num valor de voltagem para o

É como ficção científica no desporto

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logia!

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aparelho, que demonstra posteriormente este valor através da emissão de luz. Além da aplicação no desporto, mais especificamente a nível de organização de treino, este device pode ainda encontrar a sua utilidade no contexto da medicina, nomeadamente na avaliação direta da saturação de oxigénio em órgãos internos, no contexto cirúrgico, visto ser um dispositivo não só aplicável na pele (Yokota et. al, 2016).

S e n s o r M u l t i - P a r â m e t r o s d e Exacerbações de Asma

Sendo totalmente explícito o seu nome, este denominado Health and Environmental Tracker pode ser de elevada utilidade para a prevenção de exacerbações de uma das patologias crónicas respiratórias mais comuns, a asma. Este “sensor” é na realidade constituído por 3 componentes: uma pulseira, um adesivo torácico e um espirómetro portátil. Estes componentes permitem avaliar uma miríade de parâmetros que serão posteriormente conjugados numa aplicação que aplicará u m a l g o r i t m o d e p r e d i ç ã o d e exacerbações ou complicações, algo ainda em investigação atualmente. De entre alguns dos parâmetros incluídos, a pulseira avalia a temperatura/humidade ambiente e exposição ao ozono; o adesivo

torácico avalia o eletrocardiograma, impedância da pele e movimento; o espirómetro avalia parâmetros de débito e volumes pulmonares. Apesar da sua evidente complexidade, este tipo de sensor poderá ser visionado de uma forma mais simples, visto integrar e traduzir a avaliação de parâmetros ambientais e individuais, comumente implicados na patologia asmática e apenas avaliados a nível hospitalar, em algo portátil, personalizado e aplicável futuramente pelos pacientes apenas.

Page 17: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

Race: 10 segundos de liberdade (7,1/10 no IMDB)

É o ano de 1933 e os Jogos Olímpicos de Berlim estão quase à porta. Mas, com a cada vez mais marcada e mais presente propaganda Naz i e os rumores das atrocidades cometidas pelo governo de Adolf Hit ler, do outro lado do oceano, a participação dos Estados Unidos da América nos jogos é o tema em debate. Ignorando a discriminação ainda presente no seu próprio país, o Comité Olímpico Americano pesa prós e contras: a sua participação pode ser interpretada como uma atitude conivente com a política alemã, mas quantos momentos

de glória, para os atletas que arduamente trabalham e para a nação, serão perdidos com o boicote?

Este é também o dilema de Jesse Owens. Nascido em Alabama, no seio de uma família carenciada, Owens foi o primeiro filho da família a entrar para a universidade e foi na Universidade de Ohio que encontrou uma oportunidade de desenvolver o seu talento nato para o atletismo. Sob a tutela de Larry Snyder, o seu treinador, o jovem afro-americano conquista múltiplas vitórias, quebra recordes e consegue também conquistar o apoio de muitos que até então o tinham discriminado. Apesar de ter sido vítima de preconceito e racismo toda a sua vida, Owens sabe que, na Alemanha, a tolerância é ainda menor. Esta consciência aliada a um forte sentido de responsabilidade moral conduzem Owens a uma encruzilhada: deverá participar nos Jogos Olímpicos e desafiar a teoria da supremacia da raça Ariana ou desistir do seu sonho e apoiar o seu povo na luta contra o racismo?

Race – 10 segundos de liberdade é um filme extraordinário que relata a história de um grande atleta, de um grande homem e as injustiças de que foi alvo, numa pequena amostra do que muitos sofreram e, infelizmente, ainda sofrem. Mas, também nos relembra que, por vezes, de onde menos esperamos surge a humanidade e o c o m p a n h e i r i s m o – c a r a c t e r í s t i c a s imprescindíveis no desporto. Tal como noutros filmes, em diversos momentos da narrativa somos confrontados com uma questão importante: deverá o desporto ter alguma conotação política e deverá esta ter algum poder sobre o desporto? E onde deve ser traçada a linha?

HajaCinema!

17Ana Sofia Milheiro, 5º Ano

Figura 3- Poster do filme Race – 10 segundos de liberdade

“Out there, there ain’t no black and white, there’s only fast and slow. Nothing matters, not color, not money, not even hate. For those 10 seconds you are

completely – free.” Jesse Owens (Stephan James)

Page 18: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

Título Original: Before I Fall

Autoria: Lauren Oliver

Editora: Editorial Presença

Nº. Páginas: 371

Diga-me, caro leitor, o que faria se soubesse que tinha apenas 24h de vida?

Para nos ajudar a responder a esta pergunta, nesta edição, trouxemos-vos uma história impressionante que nos leva a pensar no valor da vida e no significado da morte... Senhoras e senhores abram alas para: Antes de Vos Deixar.

Lauren Oliver apresenta-nos uma narrativa sobre uma adolescente de 17 anos, Samantha Kingston, que tem tudo: o namorado com quem há anos sonhava, três melhores amigas formidáveis e todos os privilégios que a sua popularidade académica lhe pode oferecer. Sexta-feira, 12 de fevereiro, devia ter sido um dia igual a tantos outros. Nada a faria suspeitar que iria ser o seu último...

Mas, então, durante uma semana, através de um exemplo inigualável do efeito borboleta, ela revive esse dia, tentando perceber todos os mistérios que envolvem a sua morte - o que pode ou não mudar e até onde seria capaz de ir para se salvar -, descobrindo o verdadeiro valor de tudo o que está prestes a perder.

Este livro suscitou-me emoções deveras contraditórias.

A Sam tem uma personalidade da típica mean girl. Isto é, uma adolescente popular, daquelas que humilham qualquer um só pelo prazer de o fazer; esperam receber

HajaL

ivro!

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Núria Mascarenhas, 3º Ano

Crítica a “Antes de Vos Deixar” de Lauren Oliver

Classificação de 3,92 em 191 733 votações no Goodreads1

«...vocês podem dar-se ao luxo de esperar. Para vocês talvez exista um amanhã. Talvez existam mil manhãs, ou três mil, ou dez mil, tanto tempo que podem afundar-se nele, brincar com ele, deixá-lo escapar-se por entre os vossos dedos, como se fosse uma pilha de moedas. Tanto tempo que o podem desperdiçar.» (in Antes de Vos Deixar)

Page 19: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

HajaLivro!19

mais de dez rosas no dia dos namorados, só pelo simples facto de serem populares o suficiente para tal; ignoram o rapaz que mais se preocupa com elas, só porque ele não é tão popular como o pretendido.

Porém, apesar de suscitar uma ligeira irritabilidade, com o avançar do enredo, afeiçoamo-nos à personagem. Crescemos com ela, aprendendo que a vida é um breve assobio. Tão breve que poderá se extinguir sem nunca sabermos quando… Sem termos oportunidade para nos despedirmos de quem mais amamos…

É interessante descobrir, em conjunto com a personagem principal, as coisas que ela (por mais que queira) não consegue alterar. E perceber as que ela altera sem, realmente, o pretender.

Cada vez que a Sam revive o dia 12 de fevereiro, solidifica-se uma certa empatia desenvolvida com o leitor. O compartilhar desta experiência (que parece) sem fim, faz suscitar dúvidas como: “Será que eu seria capaz de reviver seis vezes um dia assim? O dia em que tudo termina para mim? Tendo a oportunidade de fazê-lo, seria capaz de me despedir de todos os que amo ou não teria a coragem necessária para tal?” Porquê que isso estava a acontecer? O que a Sam devia fazer para se salvar ou parar essas repetições?  - Foram essas as perguntas que me fizeram devorar este livro em tempo recorde...

“Antes de Vos Deixar” leva-nos a refletir sobre as coisas pelas quais queremos ser recordados... Será que somos boas pessoas? Será que, ao desaparecermos, alguém sentirá a nossa falta? Alguém ficará de coração destroçado? Chorará até que não tenha mais lágrimas para gastar?

Outra mensagem patente no livro é que, por vezes, a felicidade está mesmo por baixo dos nossos narizes; porém, insistimos em permanecer de olhos fechados.

Nunca devemos esquecer que palavras desmedidas e inconsequentes podem ter repercussões, por vezes, devastadoras e incorrigíveis.

No final, no entanto, embora triste, não foi surpreendente... Foi até bastante previsível.

E, dizendo isto, tenho de admitir que chorei como uma bebé quando acabei este livro.

E , a c r e d i t e m q u e n ã o c h o r o facilmente... Mas, Antes de Vos Deixar é muito comovente, dramático e triste; uma mistura perfeita de Visto do céu e O Feitiço do Tempo.

Portanto: «Vivam todos os

dias como se fosse o

último... Um dia vocês

acertarão!»

Page 20: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

O IX Minho Medical Meeting irá realizar-se nos próximos dias 21 e 22 de

outubro de 2016, subordinado aos temas de Traumatologia e Psiquiatria.

Este ano, a Comissão Organizadora traz-te um congresso ainda mais

pautado pela excelência com um conjunto de oradores de renome

internacional e currículos de fazer inveja, vindos desde o Canadá até à

Áustria, concurso de posters com um prémio de 250 euros e ainda, um

concurso de casos clínicos que irão desafiar o teu conhecimento quer

sejas um rookie ou um profissional nas artes médicas.

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Nuno Gonçalves, 4º Ano

Page 21: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

Jogos Olímpicos: Estará o Brasil preparado?

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Kelly Pires, 2º Ano

Com a contagem decrescente para os Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Janeiro, muitos críticos reparam que a cidade ainda tem uma elevada taxa de criminalidade, de poluição bem como, muitos outros problemas para encarar no trabalho de preparação. Então o que passa no Rio de Janeiro? Estará a cidade anfitriã pronta? Nesta edição do HajaSaúde! tens uma timeline ilustrando algumas das maiores adversidades no Rio ao longo dos anos, esperamos esclarecer algumas dúvidas sobre o que se passa noutra parte do mundo.

Rio de Janeiro é escolhido para os Jogos Olímpicos de verão 2016 após concorrer com cidades como Tóquio, Madrid e Chicago.

Apenas duas semanas depois, casos de violência de gangues, envolvendo drogas, tornam-se notícias em todo o mundo. Um helicóptero da polícia é abatido a cerca de 1km da futura localização das cerimónias de

início e encerramento dos Jogos. O presidente da câmara do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, admite que há um longo caminho a percorrer até à segurança apropriada.

Ocorre o lançamento do logotipo na festa de réveillon em Copacabana. A cantora Daniela Mercury chamou ao palco a campeã olímpica Maurren Maggi e outros atletas para juntos revelaram o logotipo.

Roderlei Generali, presidente do Comité do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos, demite-se. Renato Ciuchini toma o seu cargo.

2 de outubro de 2009

17 de outubro de 2009

31 de dezembro de 2010

26 de junho de 2010

Page 22: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

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Começa a construção do parque Olímpico.

Milhares de pessoas protestam, por todo o Brasil, contra o dinheiro gasto nos Jogos Olímpicos e outros eventos desportivos enquanto que, muito pouco é investido na assistência médica pública e na educação.

Operação Lava Jato, uma investigação da Polícia Federal do Brasil descobriu lavagem de dinheiro, sem precedentes, e de corrupção na empresa de petróleo Petrobras, onde os executivos alegadamente aceitavam subornos em troca da adjudicação de contratos a empresas de construção a preços inflacionados.

Mais de 2000 trabalhadores civis encarregues dos vários foros Olímpicos entram em greve, exigindo melhores salários e condições de trabalho, atrasando, assim, as construções por 2 semanas.

John Coates, vice-presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), afirma que as lentas preparações no Rio nunca antes tinham acontecido e são as piores que já vivenciou. Declara ainda que algumas obras ainda não começaram e a poluição da água continua um problema grave.

Oficiais do COI questionam-se sobre a necessidade de um plano B e transladar os Jogos Olímpicos 2016 para Londres. Embora improvável afirmam ser uma resposta lógica.

6 de julho de 2012

Junho de 2012

Março de 2014

3-17 de abril de 2014

29 de abril de 2014

Maio de 2014

Page 23: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

O preço dos bilhetes é anunciado. Serão vendidos 7.5 milhões, 200 mil menos que os Jogos de 2012, devido às dimensões das infraestruturas. Os preços variam desde 40 BRL até 4.600 BRL para os lugares mais caros na cerimónia de abertura.

Milhares de peixes mortos dão à costa na Baía de Guanabara, levantando dúvidas acerca da segurança da água. Um mês mais tarde, investigadores encontraram 'super bactérias' resistentes a drogas em Guanabara, onde Jogadores Olímpicos participarão em navegação à vela e windsurf.

As mascotes oficiais dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 foram reveladas a 24 de novembro, Vinicius e Tom, respetivamente, representam toda a fauna e flora brasileira.

Um aumento da violência de gangues leva a 30 feridos e 5 vítimas mortais. Investigadores suspeitam que o aumento de vigilância tenha pressionado os gangues a reaverem território.

Inicia-se uma série de protestos contra a alegada corrupção por parte do governo da presidente Dilma Roussef, desencadeado por revelações de que numerosos políticos estavam envolvidos no caso Petrobras.

Milhares de peixes mortos voltam a aparecer na Baía de Guanabara, desta vez durante uma visita do COI. Oficiais brasileiros afirmam que todos foros Olímpicos serão limpos e seguros até 2016. O presidente do COI avisa que o período mais intenso de preparações acontecerá com os eventos teste que se dão antes dos Jogos começarem.

Primeiros bilhetes são vendidos após anúncio da programação dos Jogos. O evento ocorrerá entre os dias 5 e 21 de agosto e as Paraolimpíadas serão entre o 7 e o 18 de setembro.

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16 de setembro de 2014

Novembro-dezembro de 2014

Janeiro de 2015

Fevereiro de 2015

31 de março de 2015

Page 24: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

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Apesar das preocupações iniciais, o Comité Olímpico do Rio declara que todos os foros Olímpicos estão completos, exceto o Velódromo (76%) e a Área Jovem (75%).

Um surto do vírus Zika é transmitido por mosquitos e levanta receios de um potencial impacto sobre os atletas e visitantes. Os organizadores afirmam que irão realizar inspeções diárias nos locais olímpicos para evitar poças de água estagnada que permitem mosquitos de se reproduzirem.

Dr. Amir Attaran, da Universidade de Ottawa, escrevendo para o Harvard Public Health Review, argumentou que os Jogos poderiam resultar numa "catástrofe global" e afirmou que era "socialmente irresponsável " e " eticamente questionável " permitir que os jogos continuassem

A chama olímpica foi acesa no Templo de Hera em Olímpia a 21 de abril. No mesmo dia, uma secção da ciclovia Tim Maia, onde os Jogos decorrerão, foi atingida por uma onda gigante e desabou. Dois pedestres morreram após uma queda no oceano. Eduardo Paes anunciou, quatro dias depois, que a ciclovia seria reparada e que as empresas responsáveis seriam punidas.

No dia 27 a tocha foi entregue aos organizadores brasi leiros no estádio Panathenaic em Atenas.

O escândalo Petrobrás transforma-se numa completa crise política que afeta não só a presidente Dilma Rousseff, mas também o ex-presidente Lula da Silva, resultando em manifestações massivas em todo o país, tanto anti e pró-Rousseff. De acordo com os apoiantes de Rousseff, em nome da corrupção, manifestantes anti-governo exigem o impeachment da presidente para substituí-la por políticos dispostos a suspender as investigações.

29 de dezembro de 2015

Janeiro de 2016

Abril de 2016

Março de 2016

Page 25: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

A 12 de maio, Rousseff foi destituída após uma votação no Senado Federal, assim, o vice-presidente Michel Temer será presidente interino durante os Jogos. No entanto, a legitimidade de Temer tem sido questionada. Antes da votação, apenas 8% favoreceu a sua ascensão ao poder.

John Coates presta uma segunda visita ao Rio e declara estar impressionado com os avanços, acreditando que os Jogos se dariam sem ocorrências. Apesar das promessas para aumentar a segurança, a 21 de maio, três membros do comité representante de Espanha foram assaltados à mão armada no Rio.

Um grupo de 150 médicos e cientistas enviaram uma carta aberta à Organização Mundial de Saúde, convidando-os a ter "uma discussão transparente e aberta dos riscos de realização dos Jogos Olímpicos como planeado no Brasil". A OMS rejeitou o pedido, afirmando que "cancelar ou alterar o local dos Jogos Olímpicos de 2016 não vai alterar s i g n i f i c a t i v a m e n t e a p r o p a g a ç ã o internacional do vírus Zika", e que não havia "nenhuma justificação de saúde pública" para adiar

As medalhas são apresentadas ao público pela primeira vez, as mais pesadas da história com 500g, numa cerimónia realizada na Arena do Futuro. O novo sistema de VLT para os Jogos Olímpicos é inaugurado, fazendo conexões como, por exemplo, da Cidade Olímpica ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.

As suspeitas dos apoiantes de Rousseff foram confirmadas depois do senador Romero Jucá, após a demissão do presidente, aparecer numa gravação com o ex-executivo do petróleo, Sérgio Machado, concordando que a remoção de Rousseff seria a única maneira de acabar com as investigações. Dave Zirin, editor desportivo do The Nation, reivindicou que os Jogos Olímpicos do Rio ajudaram a cimentar um golpe de Estado.

HajaExplicação!25

Maio de 2016 Junho de 2016

Julho de 2016

Page 26: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

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Apenas algumas semanas antes dos Jogos, a cidade-sede tem outra entrada no seu rol de problemas. O laboratório anti-doping do Rio foi encerrado, após a World Anti-Doping Agency acusar atletas russos de injuriarem o seu programa. A equipa russa de track field fica proibida de jogar.

As amostras de sangue e urina podem ter que ser levadas para os EUA e Europa para testes durante os jogos, embora o laboratório do Rio afirmar que tenciona reabrir ainda este mês.

Será que a cidade estará pronta para sediar os Jogos Olímpicos? Correrão os eventos sem percalços? O COI está otimista, nós teremos de esperar para ver. Não obstante, não te esqueças de apoiar os atletas portugueses e o nosso Rui Bragança!

Agosto de 2016

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João Barbosa Martins, 5º Ano

A sexualidade e o desporto vistos na diagonal

Sendo esta a minha quarta i n t e r v e n ç ã o n o H a j a S a ú d e ! e , considerando o tema desta edição, tentarei delinear e estirar os curtos e tensos filamentos que conectam a sexualidade ao desporto, de forma imparcial, tal como se do jogo da corda se tratasse.

De facto, nos dias que correm, de forma frenética, decidida e incansável, tal como verdadeiros atletas o fazem, ao fim da tarde pelos passeios, vestidos de cores garridas, o desporto tornou-se algo essencial, v ital e quotidiano. E, felizmente que assim o é, pois inúmeras s ã o a s v a n t a g e n s v a s c u l a r e s , imunológicas, metabólicas, ósseas e mentais associadas à prática responsável

do desporto. Ademais, é recomendado que todo o prudente clínico aconselhe a prática desportiva consciente por melhorar significativamente a função cerebral, aumentar os níveis cerebrais de serotonina, reduzir os níveis de stress e melhorar o relaxamento e a boa disposição. Melhora ainda, a força e a estamina físicas, regula o peso e contraria o surgimento de doenças cardiovasculares. Relativamente ao desporto praticado na verticalidade, o culto da imagem tornou-se farto e fértil n a n o s s a s o c i e d a d e , o n d e a excomungação está predestinada à adiposidade e a toda a roupa, de onde ressaltam os ditos “pneus”. Aliás, a reminiscência que o ecrã de um

Page 27: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

HajaSexualidade!27

computador tem tendência a copiar do reflexo de um espelho é de corpos hirtos, viris e atléticos, incendiando o cortejo e a luxúria, numa eterna primavera, que nem o frio esbate, tal é a apetência. Vivem-se tempos em que a humanidade se encontra grávida de um copioso brotar renascentista, em evidente trabalho de parto. Talvez seja fisiologicamente cíclico, talvez a corporalidade preze revelar-se e esquecer-se secularmente das prioridades térreas, valorizando-se em cada centenário regresso. Assim, atualmente, o corpo humano volta a estar no centro da estratosfera cósmica, rivalizando com os obsoletos atléticos discóbolos gregos ou com as possantes e s c u l t u r a s d e M i g u e l  n g e l o , contracenando com a Sra. Maria, que ainda diz orgulhosamente, enquanto crava a agulha no pano de croché “no meu tempo a gordura era formusura”. O retorno do culto pagão do corpo, no entanto, desta vez de forma mais pitoresca e tilintada pela picareta dos flaches, é exibido nas galerias das redes sociais, regelando a espátula e o martelo de outras eras, substituindo-o por um narcísico paralelepípedo, que fita, luminescente, o fundo infinito de um espelho. Os motivos são vários, quer por gosto e, por isso não cansa, quer por ansiar cortejo e, por isso agradar, quer por orgulho em demonstrar o que de melhor há para se ver, almejando libertar o turbilhão de feromonas, cobiças ao toque e à incita intimidade.

Não obstante esta supracitada e abençoada ínt ima relação, agora relat ivamente ao horizontal izado desporto, considerando uma abordagem conservadora e pouco ousada, um ato sexual, em muito se assemelha às vantagens salubres da atividade física. De facto, uma maratona desta modalidade poderá melhorar a função imunológica, c o m c o m p r o v a d o s e a t e s t a d o s

aumentados níveis de anticorpos contra vírus e bactérias; poderá melhorar a função vesical com reforço dos músculos pélvicos nas mulheres; logrará permitir uma redução da pressão arterial sistólica, com todas as consequências positivas cardiovasculares e mesmo reduzir o risco de surgimento de enfarte agudo do miocárdio, desimpedindo assim, não só as artérias helicinas, mas aparentemente, também as coronárias; melhorará o controlo da dor crónica de diversas etiologias, pelo contrariar do orgástico consequente turbilhão e assim melhorar também a qualidade do sono pós o ato e reduzir os nefastos níveis de stress e ansiedade. Estudos indicam ainda que, quando feito com a devida frequência, reduzirá o risco de cancro da próstata nos cavalheiros. Todos estes factos, não são obviamente de minha justiça, porém, e n c o n t r a m - s e d e v i d a m e n t e e cientif icamente comprovados por estudos, cujas condições e detalhes, me privarei cordialmente de delinear, não por serem ordinários mas provavelmente apetecíveis e invejados. Uma ciência que certamente deixaria Newton ou Einstein ciumentos e envergonhados das suas brilhantes teorias.

Termino, desejando que HajaSaúde!, mas também que

Haja Sexualidade, sem a incitada e emergente

necessidade de a tornar um desporto olímpico, mas que se realize de forma prazenteira e segura, à imagem da prática

desportiva, cravando medalhas de saudade e pódios de afeto e bem estar, onde todos sejam

vencedores.

Page 28: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

INGREDIENTES: - 1 lata de polpa de manga;

- 4 dl de natas;

- 6 folhas de gelatina.

PREPARAÇÃO: 1. Demolhar as folhas de gelatina em água fria. Escorrer e levar com um pouco de

água ao micro-ondas até dissolver;

2. Bater as natas frias até ficarem firmes;

3. Numa tigela, juntar a gelatina à polpa de manga. Incorporar suavemente com as

natas batidas;

4. Refrigerar.

Decore a gosto e delicie-se!

Mousse de Manga

Figura 4- Mousse de Manga

HajaG

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Catarina Pestana, 4º Ano

Page 29: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

Warning: A seguinte rubrica pretende despertar sentimentos de espanto e estupefação com a estupidez. Obrigado. Reader discretion is advised (or not).

Capítulo 1O: Um brinde ao verão

Novo estilo de natação: Nadar para trás

Agora que chegou o verão, todos temos objetivos diferentes. Há aqueles de nós que se dedicam às sagradas técnicas do corpo de bronze, os que se dedicam à arquitetura e à construção de monumentais obras de areia, e ainda os que se dedicam à simbiose entre o homem e o mar, numa tentativa infundada de desenvolverem guelras.

Bem, como a natação é uma modalidade olímpica com mais de um século de história, de medalhas e competições, muitos diriam que há pouco que se possa mudar ou melhorar. Para nosso alívio (e divertimento), o norueguês Eirik Ravnan dedicou parte do seu talento a desenvolver o nadar para trás: uma técnica revolucionária em que o objetivo é mesmo esse, nadar para trás, fazendo o movimento inverso ao que seria normal. Segundo o nadador, esta técnica proporciona-lhe um bom treino de agilidade.

Tão fantástica é a performance de Eirik, que recomendo os mais curiosos a ver esta pérola do mundo náutico: https://www.youtube.com/watch?v=sck674fVEjA

Por isso, da próxima vez que acharem que estão a ver um pateta nadar de uma forma anómala ou bizarra, pensem que podem estar a testemunhar um treino de agilidade e um futuro prestígio… do mundo da estupefação virtual.

Já bebeu vinho de beterraba? Se não, claramente que não é um gato com classe

Como já perceberam, tenho queda para falar de produtos inovadores. Nesta edição trago-vos as mais recentes sensações do mundo dos gatos com classe, Pinot Meow e Moscato.

A empresa americana Apollo Peak lançou no mercado estes dois produtos, feitos à base de beterraba e erva-dos-gatos. Segundo a empresa, o produto é desprovido de álcool, uma vez que este tem efeitos nocivos nos animais de estimação. Em contrapartida, usam a erva-dos-gatos que, quando ingerida por estes, tende a deixa-los “melancólicos”, mimetizando assim os efeitos que o álcool tem nos humanos.

Embora estes produtos tenham sido desenhados para o mundo felino, a empresa garante que também podem ser consumido por cães, ou em caso de acidente ou “por engano”, por humanos, sem risco para a saúde.

Por agora, a empresa só vende nos Estados Unidos da América, pelo que os gatos europeus vão ter de continuar a contentar-se em acompanhar o seu Filé Mignon de rato com um copo de água Delcano. Me out.

HajaPaciência!Tiago Rosa, 4º Ano

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Page 30: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

Conselhos da Rebeca

HajaH

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É verdade. É tudo verdade. Eu sou adepta do transformismo. Mas não vejo de que forma isso se enquadra neste assunto. Avancemos, então, se já deixaram de se comportar como criancinhas. Bom. A crónica de hoje é tão boa que vocês nem vão acreditar! A crónica de hoje vai-vos deixar completamente boquiabertos! Clique aqui para ver o que a crónica de hoje fez a seguir! Este parágrafo é exclusivamente dedicado a quem clicou, por isso nada de batota. Olá, amigos! Bem-vindos sejais a mais uma belíssima divagação sobre patavina! Desta feita, e porque ao que parece vai haver uma porrada de eventos desportivos neste Verão, decidi falar-vos sobre os eventos desportivos que vão acontecer – adivinharam – neste Verão! São o Euro, que é um jogo com a bola; e os Jogos Olímpicos, que são vários jogos, alguns com bolas, outros menos obscenos. Podem não acreditar, mas em tempos eu própria fui uma fabulosa atleta olímpica! Aliás, eu era tão olímpica que fazia os outros olímpicos parecer paraolímpicos! Na altura dizia-se que isso muito se devia a eu partir as pernas à q u e l e s q u e m e f a z i a m m a i o r concorrência, mas a verdade é que desde que parti as pernas a quem disse isso, percebeu-se que não passava de um boato. A minha especialidade era: muitas. Talvez por isso – e porque na altura o meu país ainda não existia –, nunca cheguei a ganhar nenhuma competição. Mas fiz estupendas provas de qualificação, oh se

fiz! Recordo-me de uma com ternura: eu e um colega a fazer miminhos um ao outro. Infelizmente a prova era de natação, pelo que não tivemos os mínimos necessários. Foi distração da nossa parte, já que na prova de miminhos pusemo-nos a nadar um contra o outro. O juiz interpretou isso como, passo a citar, “o abraço mais dessincronizado de sempre”. Recebemos uma menção desonrosa – conceito que, aliás, abriu as portas para mais tarde se inventar um outro bem ridículo: a “menção honrosa”. Ou ganhou ou perdeu, deixem-se de m#%$@s! Também joguei à bola. Na altura era mais fácil, porque o desporto ainda não tinha sido inventado. Foi um dia em que estava danada com a vida e chutei a cabeça de um leproso; ela levou um belo efeito e entrou junto ao canto superior esquerdo da janela do Sr. Fulano. Toda a gente gritou “golo!” por instinto sem saber muito bem porquê, e foi aí que eu decidi chamar a esse gesto “Aljustrel”. Mais tarde, no fim da I Guerra Mundial, ficou acordado no tratado de Versalhes que o gesto se passaria a chamar “golo”. Nunca percebi muito bem porquê, mas não contestei, sob pena de me ver retiradas as terras de Alsácia e Lorena. Na altura tinha um ótimo abacateiro a crescer, dava fruta tão bonita que os invejosos dos alemães até o quiseram reclamar para eles… lutei e consegui ficar com ele, mas no fim só dava fruta bichada e acabei por ter de o vender no eBay ao user hotfatty68. Graças aos meus feitos, fiquei

Desistir enquanto és o melhor é sempre mais saboroso. Ouviste, Messi?

Page 31: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

HajaHumor!

29conhecida como “o que é que aquela gaja está ali a fazer?” – diga-se, de forma completamente merecedora. De repente, dei por mim no centro do mundo, e a cada 4 anos um palerma local vinha atrás de mim com uma tocha na mão para me acender a lareira lá de casa. Ele dizia que me queria queimar viva, mas eu percebia que aquilo era só brincadeira de gaiato. Lembro-me com pesar do momento em que t i ve de me re t i ra r das competições oficiais. Após ter sido submetida a 3 próteses do joelho, aperceberam-se que me tinham posto uma a mais, que infelizmente acabou por se alojar na minha coluna cervical. De imediato o meu merceeiro me aconselhou a cessar qualquer tipo de exercício, eu comprei detergente para a roupa e

aceitei a sua decisão. Mais tarde na minha vida ainda recebi o convite da parte do meu país para fazer um último jogo por ele, mas mesmo na véspera, fui abordada pela CMTV… tentei atirar o microfone deles para o lixo, mas ao fim de falhar 3 ou 4 vezes fiquei tão frustrada que desisti da seleção. Disto, que levo eu?... Pois bem, querem um conselho?... Nunca se metam com a máfia letã. Por mais estúpido que soe o gentílico, vos garanto que eles são tudo menos gentílicos! Gentis. Licos. Que lico tlocadilho, sim senhol! Opá… Não queiram acabar como eu, pronto. Um abraço para quem ainda vai aguentando até ao fim.

Page 32: HajaSaúde! Maio/Junho 2016

Jornal HajaSaúde!Edição: Ana Sofia Milheiro, Joana Silva e Gonçalo CunhaColaboradores: Ana Sofia Milheiro; António Mateus-Pinheiro; Catarina Pestana; Gonçalo Cunha; Joana Silva; João Barbosa Martins; João Lima; Jorge Silva; Kelly Pires; Mário Carneiro; Núria Mascarenhas; Pedro Peixoto; Rafael de Vasconcelos; Rita Neves; Sofia Leal Santos; Tiago Rosa; Nuno GonçalvesRevisão linguística: Jéremy FontesPaginação & Grafismo: Catarina Fontão

NEMUM - Núcleo de Estudantes de Medicina da

Universidade do Minho

Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho

Campus de Gualtar, 4710 - 057 BRAGA

Correio eletrónico: [email protected]

Jogo Portugal – Bélgica da Liga Mundial de Vóleibol de 2015

Fotografia de Catarina Lopes Milheiro

Foto de Capa:http://www.ruibraganca.com/wp-content/uploads/2015/06/Campeoa_Olimpico_Europeu.jpg