Gustavo Barroso - Brasil Colônia de Banqueiros

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  • 8/2/2019 Gustavo Barroso - Brasil Colnia de Banqueiros

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    Gustavo BarrosoEx-Presidente da Academia Brasileira de Letras

    BRASIL

    Colnia de Banqueiros(Histria dos emprstimos de 1824 a 1934)

    Rio de Janeiro - 1936

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    BARROSO, Gustavo. BRASIL Colnia de Banqueiros (Histria dos emprstimos de1824 a 1934). 5. ed. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira S/A, 1936.

    NDICE________________

    Cap. I OS EMPRSTIMOS DA MONARQUIA 5

    Cap. II OS EMPRSTIMOS DA REPBLICA 34

    Cap. III OS EMPRSTIMOS DOS ESTADOS 52

    Cap. IV OS EMPRSTIMOS DOS MUNICPIOS 62

    Cap. V OS EMPRSTIMOS E A MOCIDADE BRASILEIRA 67

    Cap. VI O CONDOR PRISIONEIRO 75

    ESQUEMAS E MAPAS 80APNDICE 77

    BIBLIOGRAFIA 103

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    memria de meus antepassados maternos, de raa germnica, que espalharam o suor de seu rosto e o sangue de suas veias pelos campos da Europa, e memria de meusantepassados paternos, brasileiros da gema, que regaram com seu suor a terra da ptriacultivada pelas suas mos; que regaram com seu sangue os campos de batalha daAmrica!

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    Trotski e Rotschild marcam a amplitude das oscilaes do esprito judaico; estes doisextremos abrangem toda a sociedade, toda a civilizao do sculo XX.

    (Opinio do judeu Kadmi citada em Lon de Poncins - "Les forces scrtes de la Revolution").

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    CAPTULO I

    OS EMPRSTIMOS DA MONARQUIA

    (1824-1889)

    Ousei rasgar o espesso e misterioso vu que cobria oTesouro, persuadido de que a desconsolao pblica e aextino do patriotismo andam a par da misria pblica; deque a runa dos Estados, a queda dos Imprios soconseqncias das desordens das finanas.

    (Relatrio do Ministro da Fazenda, Manuel JacintoNogueira da Gama, Visconde de Baependi, em 1823).

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    Em 1818, o viajante ingls Henry Koster, depois de nos ter

    visitado e observado, escrevia que o Brasil mudara demetrpole, cessando de depender de Portugal para se tornarcolnia da Gr Bretanha1. O conceito era pesado, mas justo.E acrescentava outro, bebido no que ouvira, durante a suaestadia: o de que no nosso pas s os ingleses podiam viverbem.

    O ingls reinava mercantilmente sobre a inpciaportuguesa, afirma Oliveira Martins2. Reinaria, portanto,conseqentemente, sobre a ento melhor colnia do Reino.Esse domnio vinha de longe, da tratado Methuen de 1703,como o reconhecia o prprio marqus de Pombal numa carta.

    1 Henry Koster Travels in Brazil.2 Oliveira Martins Histria de Portugal.

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    Mal passava uma semana que se abrigara entre ns, corridopelos granadeiros de Junot, o prncipe-regente D. Joo abriaos portos do pas ao comercio das naes amigas, isto , ao

    comercio da Inglaterra, nica capaz de exerc-lo. Em 1809,os seus emporocratas exigiram mais e por isso se iniciaramas negociaes de que resultou o tratado preferencial decomrcio, assinado em 10 de fevereiro de 1810. Por ele, osnavios ingleses podiam ser reparados nos portos brasileiros,concediam-se foro e jurisdio especial aos sditosbritnicos, favoreciam-se nas alfndegas as mercadorias deAlbion com o direito de 15% ad valorem, 9% menos do que

    as de qualquer outra nao. Era um verdadeiro monopliocomercial que fez baixar as exportaes portuguesas para oBrasil de mais de 50%3.

    Koster estava certamente ao par de tudo isso e o seuconceito, portanto, era, como dissemos, pesado, mas justo.

    Livres de Portugal em 1822, no nos libertamos dametrpole comercial inglesa seno l para 1834, pois at essadata duraram os efeitos do tratado preferencial. E passamos aum jugo pior: fomos transformados em colnia da casabancaria judaica Rotschild, em colnia do supercapitalismointernacional, que no tem ptria e como que obedece a leissecretas de aniquilamento de todos os povos.

    H uma grande documentao que prova isso. Em 1806, porexemplo, num documento escrito pelo seu prprio punho,Sismondi j denunciava o judasmo como o disfaradoorganizador das seitas anti-crists, das sociedades secretas,da derrubada dos tronos, do enriquecimento pela usura, como fito de dominar o mundo. Herder condenou a filantropia

    3 Oliveira Martins op. cit. de Oliveira Lima D. Joo VI no Brasil.

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    crist, o nosso eterno sentimentalismo diante desse PERIGOFORMIDAVEL pelos seus efeitos dissolventes edesmoralizantes. Em 1811, de Maistre previa a morte da

    Rssia nas suas mos. Em 1816, prevenia em carta o czar.Em 1823, Goethe, profetizava que sua influncia extinguiriaos sentimentos morais na Alemanha. Em 1844, l-se noromance Coningsby de d'Israeli que o mundo governadopor personagens muito diferentes daqueles que imaginam osolhos que no penetram atrs dos bastidores. Em 1847,Bismarck, num discurso ao Landtag prussiano, pediatextualmente que os cristos fossem emancipados dos

    judeus. Em 1869, Gougenot-Desmousseaux mostrava ojudeu agindo na sombra, - meia dzia de indivduos dessaraa, donos do ouro e das associaes secretas, dando ordensao mundo inteiro. Em 1877, Calixto de Wolsk, baseado nosdocumentos irrefutveis de Brafman, dava publicidade osegredo desse domnio nos pases moscovitas. E, enfim, em1906, a formidvel documentao dos chamados Protocolos

    dos sbios de Sio, embora apregoados como umafalsificao, veio confirmar ponto por ponto todos os libelosacusatrios anteriores.

    As crises financeiras que se manifestaram vrias vezes nospases de grandes concentraes de capitais, nestes ltimostempos, revelaram o divrcio absoluto entre os interesses dasnacionalidades e os dos grupos financeiros. A fuga do ouro,

    de pas para pas; os pnicos das praas, conseqentes demaquinaes propositais; as contradies econmicas epolticas, assinalando uma marcha segura em detrimento dasautoridades nacionais, - tudo isso ps em evidncia um fatorabsolutamente imprevisto no mundo moderno: a existncia

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    de uma poltica imperialista, que foge aos impositivosnacionais.

    Tivemos, antigamente, o imperialismo militar, das naes

    fortes, que reduziam pases livres a condies de escravido.Em seguida, tivemos o imperialismo das naes econmicas,que conquistavam mercados para seus produtos. Foi dentrodesse imperialismo complexo; dentro da luta econmica depovos contra povos que germinou um novo imperialismo,inimigo de todos os povos. que o capitalismo, na sua obrade infiltrao internacional, desnacionalizou-se; perdeu aidia da ptria, tornando-se um destruidor de todas asptrias (semitismo).

    O Estado liberal-democrtico, adotando todas as normas doliberalismo econmico, facilitou a expanso dessa foradominadora. Havendo todos os povos erigido ao capital oculto de suas homenagens, esse novo Deus passou a oprimiros governos, a assoberbar os Estados, na sua marchaavassaladora. Tendo-se facilitado tudo ao capital, este passoua atentar contra os princpios fundamentais da civilizaocrist, como sejam o princpio da famlia e o principio danao.

    O capitalismo hoje, no mundo, um permanente proletalizador das massas, um continuo transmutador devalores morais, um aambarcador de economias privadas,um opressor da agricultura, da indstria e do comercio, tudosubmetendo ao seu imprio.O capitalismo organizado, segundo a rota que lhe traou KarlMarx, torna-se o inimigo do prprio capital. Pois o capital a conseqncia natural do princpio da propriedade, ao passoque o capitalismo organizado a negao daquele princpio.

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    Na sua marcha avassaladora, a organizao capitalista domundo procura, antes de tudo, penetrar no organismo dasnaes, afim de aniquil-lo. Comea, portanto, pela

    escravizao dos governos.Essa escravizao se opera atravs dos favores, dosemprstimos, pois o primeiro passo para tornar um governoescravo torn-lo devedor.

    Quando essa potestade internacional pretende reduzir umpovo s condies de escravo, o que ela faz naturalmenteno mandar exrcitos: manda banqueiros.

    Assim, prossegue a marcha da escravido de um povo. Osemprstimos se multiplicam; as emisses espinhosas sereproduzem; as operaes e negcios estabelecem a tramacom que se manieta a nacionalidade. E um pas que chegou aesse ponto no tem mais do que deixar-se sugar pelotremendo polvo que 1he lanou as antenas. Pois a confusose estabelece em todos os quadrantes da vida nacional. Os

    partidos polticos, em cuja proa aparece a catadura dosamigos dos banqueiros, assumem atitudes as mais variadas,para iludir o povo, ora com o regionalismo separatista, oracom o acenar novas e maiores liberdades, ora a defenderobscuros princpios revolucionrios. O povo aplaude eacompanha esses polticos que estendem sobre os banqueirosinternacionais a clmide pura de suas intenes patriticas,sagrando-os amigos da Ptria.

    O exame de todas as transaes, efetuadas pelos nossosgovernos, o alarma nacional contra a avassaladora influnciade grupos financeiros que aqui exploram e se dissimulam emmil faces, muitas verdadeiramente simpticas, mas todasexpressivas da mesma inexorvel poltica subterrnea, a

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    atitude franca, leal e decisiva contra qualquer tentativa, porparte de polticos, de partidos ou de homens pblicos, nosentido de acobertar. os latrocnios, que matam toda a

    vitalidade nacional, tudo isso so deveres que se impem nova gerao brasileira.

    Libertar o Estado das foras que se formam a ele paralelas;impor a autoridade da nao, acima de tudo; ir s extremasconseqncias de uma campanha sem trguas, esse overdadeiro caminho do povo brasileiro e principalmente dasua mocidade4.

    O fenmeno vem se precisando de longa data. J em 1545,Lutero abria os olhos dos povos contra esse capitalismo,ento nascente: Eles (os banqueiros e capitalistas) tm todasas mercadorias nas mos e fazem com elas o que bementendem, sem receio de elevar ou abaixar preos conformesua convenincia, oprimindo e destruindo os pequenoscomerciantes, do mesmo modo que o peixe maior devora os peixinhos dentro d'gua. Parece que foram instituidossenhores de todas as criaturas de Deus e libertados de todasas leis da f e do amor . . . Somente se contentaro quandotiverem sugado o mundo inteiro e todo o ouro do universolhes encher a pana... Todos esto expostos ao perigo e runa, ganha este ano, perde no seguinte, menos eles, oscapitalistas, que ganham sempre, eternamente, ou reparam asperdas com novos lucros. No de admirar, pois, que tomem

    conta do mundo5.Entregamo-nos a esse polvo no inicio de nossa vida, com oprimeiro emprstimo que fizemos no estrangeiro logo aps aindependncia e que nos tirou para sempre a independncia.4Relatrio da Comisso de Sindicncia do Instituto de Caf sobre os negcios de Murray & Simons.5 Martin Luther Von Kraufhandlung und Wucher.

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    Que havamos de fazer? Pobres, sem recursos, pedimosdinheiro emprestado. Nossos estadistas seguiram o hbito dapoca. E, como canta, indignado, o poeta integralista

    maranhense Manuel Sobrinho, numa ode ao Sete deSetembro:

    E quando, para dar nova Ptria alento,

    Se esperava (foi grande o desapontamento!)

    Que o Brasil um instrumento agrcola empunhasse,

    E, erecto da lavoura a estrada palmilhasse,

    Ele empunha a sacola, o mar bravio afrontaE vai tomar l fora emprstimos sem conta,

    Esquecendo que tal esdrxulo processo

    Era o bice fatal ao carro do Progresso!

    Assim temos passado, assim temos vivido . . .

    E hoje, que somos bem um dbito vencidoNas finanas do mundo, e o corvo da INSOLNCIA

    Fareja-nos, salvai, homens, a Independncia

    Que um dia,. espada em punho; indmito, altaneiro

    Conquistou para ns um prncipe estrangeiro

    E que os nossos irmos vendem (quanto desdouro!)

    Como a um traste qualquer; por um punhado de ouro!A nova nao deu-se, ao nascer, de mos atadas aocapitalismo sem ptria. Metido o p nas suas misteriosasengrenagens, o corpo todo do Brasil haveria de, em umsculo, passar por entre as moendas do engenho de fazer

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    ouro. Elas espremeriam de seu pobre povo suor e sangue. E,depois de assim dessorado, sugado, espoliado, ainda osliteratos em busca de xitos fceis viriam consider-lo inerte

    e preguioso, apelid-lo Jeca Tatu e fazer, pervertidamente, o Retrato do Brasil. Ao brasileiro roubado e escravizado,brasileiros no se pejaram de caluniar!

    Conquanto a independncia do Brasil - escreve CastroCarreira6 - no fosse conseguida custa de grandessacrifcios de vidas e dinheiro, todavia se aumentaram emmuito os seus compromissos, que, juntos aos novos encargosnaturalmente criados, como se ver no desenvolvimento desuas despesas, fizeram o pas principiar sua vida lutandocom as dificuldades dos dficits e do recurso aosemprstimos, no qual se tem mantido.

    Em 1922, escrevendo sobre o centenrio de nossosemprstimos, o sr. Jacob Cavalcanti disse: o mau estado dasfinanas do Brasil-Colnia, nos dias prximos suaindependncia, retratava a desordem financeira dametrpole; de sorte que o Brasil,. tornado independente,entrava logo no regimen dos dficits oramentrios ecaminhava a passos largos para a subordinao ao crditoestrangeiro. Tornava-se independente para ficarsubordinado...

    Entramos na vida independente onerados com umemprstimo portugus, cuja responsabilidade assumimos ecom uma tradio de finanas sempre arrebentadas. Dezanos antes, em 1812, o escrivo do Real Errio, ManuelJacinto Nogueira da Gama, depois visconde de Baependi,declarava lastimvel o estado do Tesouro, confessando que

    6 Castro Carreira Histria financeira e oramentria do Imprio do Brasil desde sua fundao.

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    no tinha dinheiro nem para pagar aos empregados pblicos,que, para no morrerem de fome, esmolavam o po dacaridade. Havia tropas a que se deviam vinte e seis meses

    de soldo!No Manifesto de 6 de agosto de 1822, o Prncipe D. Pedroclamava, referindo-se s Cortes de Lisboa: Lanou mosroubadoras aos recursos aplicados ao Banco do Brasil,sobrecarregado de uma dvida enorme nacional.

    Estendemos a sacola aos banqueiros judeus de Londres,pedindo o favor dum emprstimo e combinamos que seria

    lanado naquela praa em duas vezes. O contrato da primeirafoi passado a 20 de agosto de 1824, entre o marechal decampo Felisberto Caldeira Brant, mais tarde marqus deBarbacena, e o conselheiro Manuel Rodrigues GameiroPessoa, mais tarde visconde de Itabaiana, e as casas bancrias Baseth Farquhar Chrawford & C., Fletcher,Alexander & C. Thomas Wilson & C. 7. O da segunda foirealizado pelos mesmos com o banqueiro Nathan MayerRotschild.A autorizao para o contrato de emprstimo foi dada pelodecreto de 5 de janeiro de 1824, sendo ministro da FazendaMariano Jos Pereira da Fonseca, mais tarde visconde emarqus de Maric.

    a primeira vez que esse nome, famoso por muitos ttulos

    nos anais da finana internacional, aparece na nossa histria.Nunca mais sair dela: Os brasileiros devem guardar bem

    7 Verdadeira cure! Um avano! A urubuzada doghetto financeiro da City se atirou sobre a presa recm-nascida. Se no, vejamos: Richard Campbell Baseth, David Colvin, John Farquhar e James GathorneRemington, formando o consrcio Baseth, Farquhar, Chrawford & Cia.; Edward Fletcher, James Alexander,Henry Pascher e Charles Dashwood Bruce, formando o Fletcher, Alexander & Cia.; e Thomas Wilson & Cia.Guardai de memria os nomes! Alguns ainda remanescem em negociatas por aqui... a terceira gerao queainda quer os restos da carnia que engordou a primeira e engordou a segunda...

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    guardada a lembrana da data: 12 de janeiro de 1825.Nesse dia, os banqueiros puseram o p sobre o nosso corpo, passamos a pertencer-lhes e durante cem anos para eles

    trabalhamos. Entretanto, embriagada pela v palavra deliberdade, a nao se divertiu com a Abdicao, as rebeldiasda Regncia, a Maioridade, as guerras do 2. Imprio, aAbolio e as revoltas da Repblica, entremeadas de quedasde gabinetes, de mudana de regimes, de sucessesgovernamentais e de ditaduras, enquanto que, por trs dosbastidores, s os banqueiros, de mos dadas aos polticos, agovernavam e a exploravam.

    J tempo de dizer a verdade ao povo brasileiro. Ela noconsta, seno veladamente, das mensagens oficiais. Calou-asempre a boca mentirosa ou covarde dos polticos doliberalismo. Embora acoimados pelos comunistas deservirem ao capitalismo, os Integralistas so os que at hojetm tido a coragem de preg-la para que o colosso acorde,se espreguice, quebre as cadeias e, erguendo o tacape duma

    verdadeira liberdade, espatife os dolos e os bezerros deouro. J basta de se dizer que a casa Rotschild presa tanto osttulos brasileiros que com eles constitui o dote de suas filhascasadouras. J basta de consider-los nossos amigos, comoeu prprio me penitencio de o haver feito, levado por essas balelas e por ainda no ter estudado a fundo os nossosemprstimos8 (1). Tudo isso muito bom para embair os

    tolos atravs da leitura dos jornais. Mas a verdade outra ebem trgica: essa propaganda, contumaz e esperta, oculta tosomente o trabalho forado de geraes e geraes debrasileiros.

    8 No discurso em que saudei na Academia Brasileira, como seu Presidente, o escritor teatral Baro Henri deRotschild.

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    Nathan Mayer Rotschild! Este nome est preso a toda aengrenagem financeira mundial do comeo do sculo. Seuportador assiste, de longe, a batalha de Waterloo, v a derrota

    de Napoleo, corre costa belga, paga a peso de ouro obarco dum pescador, atravessa a Mancha em pleno temporal,arrebenta cavalos at alcanar Londres e surge na Bolsa coma mais tranqila fisionomia deste mundo. Sorri e comea avender seus ttulos. Todos pensam que deve estar ao par denovas terrveis da guerra, pois nada ainda transpirava do fatalencontro de Napoleo com Welligton e Blcher. S ele oconhecia e de visu. O pnico ganha os portadores de aes,

    de bnus e de aplices. Baixa pavorosa! Os agentes deNathan compram tudo por dez reis de mel coado. Mais tarde,chega a notcia da estrondosa vitria e todos aqueles papis,como natural, sobem vertiginosamente. Esto na quasetotalidade em mos da casa Rotschild, que realiza um ganhocolossal e, sombra dessa formidvel riqueza comea adominar a Europa9: Cara o imprio militar de Napoleo, a

    maior potncia poltica da poca, e nascia o imprioargentrio de Rotschild, a maior potncia financeira dosnovos tempos.

    Aquela barca que o trouxera a Londres no estava armadaem corso - escreve Calixto de Wolski10 , mas serviu primeira faanha de pirataria financeira do sculo! Eacrescenta: Tudo isso foi encantadoramente fcil, devia ter

    dito com seus botes o fundador da raa de nossos reisatuais. Nunca se poder saber o que intimamente pensou darevoltante incapacidade dos cristos para a liquidao desuas contas. Quanto aos reis e imperadores, mais autnticos,

    9 Chamberlain Die Grndlagen das zwantzische Iahrhundert.10 Calixto de Wolski La Russie Juive Avant-Propos.

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    porm menos hbeis do que ele, Rotschild, nfimo corretordum principezinho alemo; esses imperadores e reis,assombrosos pastores de povos, no compreenderam que

    eles e seus povos iam assistir ecloso dum novo poderio, e.que os operrios que trabalhavam na edificao dessepoderio eram verdadeiros gnios. As testas coroadas - maisou menos ungidas - no possuam cincia infusa! Iam em breve ter outros cuidados. Seus povos, alis, aborrecidospedinches de Constituies, Cartas e outras liberdades domesmo quilate, trabalhavam inteligentemente em favor do jogo dos judeus, fazendo... revolues, sempre liquidadas

    com emprstimos, converses e outras velhacadas!...Tripotages, diz o texto. Calixto de Wolski escrevia isso noprefcio da Russie Juive em 1882. Pouco tempo depois,morria misteriosamente... Quem no sabe que perigosodescobrir certas maroscas?...

    A sociedade chegou a um ponto de bastardia moral togrande que no compreende mais que se condenem os atosdessa natureza. Chama-se a isso habilidade. Aperta-se a moe coroam-se com ttulos os homens que desse modoprocedem, enquanto se mete na priso o desgraado quefurtou um nquel para matar a fome dos filhos. Oargentarismo sem piedade ganha, assim, bilhes, pouco selhe dando dos prejuzos alheios, das naes que sedigladiam, do sangue derramado nos campos de batalha, das

    vivas e rfos sem po, das economias de povos inteirosque se submergem nas voragens das bolsas! A isso chamacom razo a voz da Igreja immodica possidendi libido e isso a grande causa das aflies por que tem passado, vaipassando e ainda h de passar o mundo.

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    O domnio do planeta por esses meios vem de longa data e curioso que caiba sempre ao judeu. Antes dos Rotschild, osFugger de Augsburgo o haviam conseguido por anlogos

    processos, perturbando o ritmo da vida ocidental e desviandoa prpria civilizao de seu rumo. No ano de 1367, o primeiro Fugger se estabeleceu naquela cidade alem ecomeou a fortuna que um centenrio depois era formidvele decidia da eleio de Carlos V como imperador daAlemanha11. Entre outros, Aloys Geiger nos conta quefizeram do arcebispo de Mogncia seu testa de ferro, por eleconseguiram o monoplio da venda das indulgncias papais

    e a realizaram com tal despudor que provocaram a revolta deLutero. Em verdade, o arcebispo-e-leitor arrematara na CriaRomana a percepo das indulgncias do Jubileu por 10.000ducados. Devia, porm, 20.000 aos Fugger e cedeu-lhes em pagamento aquela percepo a que eles deram carter deverdadeira explorao comercial, vidos de lucro. Tetzel, ofamoso perdoador das apstrofes luteranas, andava

    acompanhado do representante da casa Fugger12

    . Ao mesmotempo que traficavam com as indulgncias da Igreja, essesargentrios inescrupulosos organizavam em pleno sculoXVI um cartel do cobre, impondo pelo monoplio docomrcio desse metal o seu preo em todos os mercadoseuropeus e drenando para seus cofres rios de ouro. Da apalavrafuggern, comum na linguagem corrente da Alemanhado Sul, significando falta de escrpulo13. E a voz deChamberlain se eleva com estranha autoridade nestacondenao formal: ''Emancipado dos entraves salutares queo associam aos interesses da comunidade, o indivduo11 Ehrenberg Zeitalter der Fugger.12 Ludwig Keller Die Anfnge der Reformation und die Ketzerschulen.13 Schoenhof A history of money and prices.

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    somente conhece como lei o arbtrio sem freio de seuscaprichos. A escolha dum imperador depender dos clculosimbecis dum filho de tecelo que unicamente enxerga suas

    vantagens pessoais. No exagero, porque, graas ao concursodos Fugger e dos Welser, Carlos V foi eleito e podeempreender a nefasta guerra da liga de Smalkalde.14

    Antes dos Fugger, fora no sculo X o opulento Joo o Bom.Ento, segundo a palavra de Dante, a Itlia era a "hospedariada dor", mas, no meio dessa dor, ele nadava em ouro, ele, ojudeu que intervinha nas eleies dos Papas e fizera de seufilho o Anti-Papa Anacleto!...

    Eis de longa data a mola secreta que explica os atos demuitos governantes. Na sombra, por trs deles, esto os Jooo Bom, os Welser, os Fugger, os Rotschild, os Zaharof, osBaruch, os Staviski e outros, calculando to s os lucros dasua immodica porsidendi libido, sem o menor respeito emuito menos o menor amor pela sorte das naes quedependem do seu maldito dinheiro.

    tempo de voltarmos ao emprstimo da independncia. Omilho de libras da primeira operao nos foi dado peloprazo de 30 anos, com 1% de amortizao, 5% de jurosanuais e tipo de 75, o que quer dizer que recebemos 750.000, mas ficamos devendo 1.000.000. A margem de250.000, linda soma naquelas priscas eras, ficou soi-disant para as despesas do emprstimo e, sobretudo, para serrepartida entre os intermedirios, os de l e os de c. Nessamargem, est o segredo do xito dessas operaes e doaodamento de certos homens de Estado em faz-las. Poresse lucro imediato, eles, cegos de cupidez, no trepidam em

    14 Chamberlain Die Grndlagen das zwantzische Iahrhundert.

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    sacrificar o futuro do seu povo e com essa isca dourada queIsrael vai cumprindo risca aquela promessa das Escrituras:Tu devorars todos os povos que o Senhor teu Deus te

    entregar.

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    Por isso, a usura proibida entre eles desta sorte: No farsmal algum viva nem ao rfo. Se vs os ofenderdes, elesgritaro por mim e eu ouvirei os seus clamores! E de outrosmodos. Mas autorizada para os estrangeiros. Basta ler:Deuteronmio, XV, 1 etc.; xodo, XXIII, 20, 21 e Gnesis,XXII, 22, 23.

    O contrato com Thomas Wilson e seu squito contmclusulas que valem a pena conhecer: opo para a segundaparte do emprstimo 2.000.000: comisso de 4% sobreos gastos (condio 7.); monoplio das compras de qualquermaterial de que carecesse o Governo Imperial entregue firma dos emprestadores (cond. 9.) e que os contratadoresdo emprstimo se esforariam por obter; 2% sobre acompra ou a venda de quaisquer mercadorias para o Brasilou do Brasil; l % sobre todas as nossas compras e vendas deprata e ouro; l % sobre todas as letras de cmbio vindas parao nosso pas ou dele remetidas para o estrangeiro; l% sobretodos os seguros de embarque de ouro e prata, e demaistransaes!!!! Quem duvidar procure a obra j citada deCastro Carreira e leia o texto do leonino instrumento peloqual fomos vendidos aos judeus de Londres.

    Os negociadores desse pacto, Barbacena e Itabaiana, eramntimos e se tratavam em carta por amigo do corao. Oprimeiro fora acreditado plenipotencirio do Brasil na Gr-Bretanha por uma carta credencial de 12 de agosto de 1822.15 Liber Deuteronomii Caput XII v. 16: Devorabis omnes populos, quos Dominus Deus tuus daturus esttibi.

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    O segundo fora incumbido especialmente dos ajustes para oreconhecimento da independncia. As instrues paratratarem do emprstimo lhes foram enviadas em 1824 pelo

    ministro e secretrio de Estado visconde de Maric. Elasmarcavam o mnimo de 80 para o tipo e o mximo de 6%para os juros. Os decretos de 30 de dezembro de 1824 e de28 de fevereiro de 1825 aprovaram as duas operaesconjuntas. Defendendo-se mais tarde das acusaes que lheforam feitas, Barbacena diz16 que obteve melhor tipo do queo fixado nessas instrues, pois, se a primeira e menor parteda operao obtivera o tipo 75, a segunda e maior obtivera o

    85, sendo, pois, a mdia de tipo de todo o emprstimo 812/3.

    Apesar da opo contratual, os banqueiros Wilson e todo oseu numeroso bando no tomaram a seu cargo o lanamentoda segunda operao do emprstimo. No h no Tesouronenhum documento, nem nos livros, publicaes ecorrespondncias do tempo qualquer referncia que elucide o

    caso. Claro est que no pode ter sido por prejuzos havidos,embora Barbacena se refira a uma baixa imediata dos ttulos. Ns sabemos bem como funcionam as altas e baixas aosabor das mais indecorosas especulaes. O negcio foi dadoa outro, que o aceitou com todos os riscos, mau grado asperdas aludidas. Wilson e sua matula no fizeram a menorreclamao. que o urubu-rei descera das alturas onde

    remigiava desde que a Inglaterra encadeara nas rochas deSanta Helena a guia napolenica. Toda a urubuzada,camirangas, unas, tingas, e caracars afastou-se respeitosa,afim de que Sua Majestade examinasse o repasto e visse seera digno de seu real bico. A Velha Guarda morrera sob a16 Exposio das negociaes do emprstimo brasileiro em Londres.

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    metralha de Waterloo para que a sombra de outras asassubstitusse na face do mundo a sombra colossal daquelasque se tinham comeado a fechar com o calor da Espanha e o

    frio da Rssia. E essas asas eram asas de abutre...Temos de admitir uma interveno forte e discreta, se nosecreta, que arredou a malta-mirim dos Wilson, Fletcher,Bazeth, Farquhar et reliqua, entregando o bolodefinitivamente famlia-assu, a quem os inefveis mistriosda alta finana internacional reservavam o direito deexplorao do Brasil. O feliz mortal escolhido foi comose viu e ainda se ver - Nathan Mayer Rotschild a cujo"poder colossal"em uma de suas prprias cartas Barbacenase refere com respeito17.

    Quando Schiller escreveu que os judeus formam um Estadono Estado, sabia perfeitamente que escrevia uma verdade.Lembrava-se talvez daquele rescrito do imperador Tibrio,expulsando os judeus de Roma justamente por este motivo.E, quando, em 1870, o judeu convertido Brafmann publicouem Vilna o seu Livrosobre o Kahal, foi que o mundo viuclaramente a organizao desse Estado no Estado queamedrontara Tibrio e Schiller revelara. Ele se compe dedois rgos: o judicirio ou Beth-Dine e o administrativo ouKahal. Este quem regula o modo pelo qual os israelitasdevem explorar os cristos, de maneira a no haver choquesviolentos entre seus interesses e receber a direo do Kahal

    os subsdios necessrios a manuteno desse aparelho.Transcrevemos na ntegra um dos documentos autnticospublicados por Brafmann na obra citada. Ele dar idia clarae perfeita do assunto. Quinta-feira, vspera da lua nova.

    17 Antonio Augusto de Aguiar Vida do marqus de Barbacena.

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    Acra 5562. Os representantes do Kahal e a assembleia geralcomposta de todas as autoridades judaicas da cidadedecidiram que o direito de explorar o hospital da cidade

    (Vilna) e sua praa situada ao fim da rua Kaidony e pertencentes aos monges catlicos vendido ao RabinoIsaque, filho de Gerson. Ao mesmo igualmente vendido odireito de explorar a praa pertencente municipalidade esituada nas proximidades das propriedades acima referidas.Esse direito de explorao das propriedades dos cristos vendido ao dito Rabino Isaque, a seus descendentes ourepresentantes, do centro da terra at as mais altas nuvens

    do cu, sem que ningum possa nunca lhe contestaro direitopago por ele caixa do Kahal pelo preo convencionado.

    Conseguintemente, esse direito inviolvel por toda aeternidade e o dito Isaque pode dispor dele a seu bel-prazer,isto , revend-lo, empenh-lo, do-lo. Se o Rabino arranjarcom os membros da municipalidade a autorizao delevantar algumas construes na praa, cujo direito de

    explorao adquiriu do Kahal, poder construir casas equaisquer outros edifcios, de madeira, pedra ou tijolo. Se ogoverno se apoderar dessas praas, afim de nelas erguerquartis ou outros edifcios pblicos, severamente proibidoa qualquer judeu fazer qualquer contrato com o governo,porque s Isaque filho de Gerson tem o direito de entrar emcombinao com os poderes pblicos para obter a

    adjudicao dos trabalhos. , alm disso, expressamenteproibido a qualquer judeu receber quaisquer comisses dosmesmos, pois somente Isaque filho de Gerson poder ser ointermedirio do governo ou da municipalidade em tudo oque se relacione com os locais de que comprou o direito deexplorao.

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    Cada Kahal do mundo inteiro concitado a proteger essedireito adquirido por Isaque filho de Gerson para ele, seusdescendentes e representantes. Cada Kahal e cada Beth-Dine

    devem perseguir todo indivduo que queira por obstculo aopleno e inteiro exerccio desse direito, trat-lo como inimigoe for-lo a pagar todo o prejuzo que possa resultar de suaingerncia hostil; e, em caso de negligncia da parte doKahal ou do Beth-Dine em perseguir o delinqente,constrangendo-o a indenizar os prejuzos de Isaque filho deGerson e seus descendentes, o Kahal ser responsvel com asua caixa, no mais breve prazo possvel, por essa

    indenizao.A publicao desta escritura de venda ser enviada a todas assinagogas.18

    Certamente todos os brasileiros gostariam de saber porquanto Nathan Mayer Rotschild comprou ao Kahal deLondres, para si e seus descendentes ou representantes odireito de explorao do Brasil do centro da terra at asmais altas nuvens do cu.Teria sido caro ou barato? Nunca o saberemos. O Kahal, diz Wolski, profundoconhecedor do assunto, o modesto estado-maior que dirigesilenciosamente uma guerra implacvelcontra a economiacrist. Se at hoje as polcias de todos os pases tm sidoimpotentes contra a Migdal, sociedade secreta judaica queorganiza e explora a prostituio no mundo inteiro, como podero segurar esse silencioso estado-maior que j provocava o receio do imperador Tibrio, a cujo nomeCcero estremecia na tribuna do Frum, que ajudou

    18 Calixto de Wolki La Russie Juive.

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    serenamente a levar a infeliz Rssia ao domnio doscomunistas e ensopou de sangue a Hungria e a Baviera?19

    Nunca o saberemos?

    Vale a pena recordar as palavras do prprio Ccero, aodefender Flaco, quando ele revela, antes do cristianismo, o poder oculto do Kahal Kados, a Santa Comunidade:Sequitur auri illa invidia Judaici. Hoc nimirum est illudquod non longe e gradibus Aureliis haec causa discitur; abhoc crimen hic locus abs te, Laeli, atque illa turba quaesitaest: scis quanta sit manus quanta concordia, quantum valeat

    in concinionibus. Summiss voce agam, tantum ut indicesaudiant. Neque enim desunt, qui istos in me, atque inoptimum quemque incitent: quos ego, quod id faciliusfaciant, non adjuvabo. O documento to importante quemerece ser traduzido e grifado nas passagens mais dignas denota do texto: Vem em seguida a odiosa imputao do ourodos judeus! Sem dvida, por esse motivo que a causa sepleiteia ao p dos degraus aurelianos. Foi por causa dessaacusao que escolhestes este lugar, Llio, e a espcie deouvintes que vos rodeiam. Sabeis qual o seu nmero, como so unidos e de que influncia gozam em nossasassemblias. Evitarei, pois, levantar a voz; quero somenteque os juizes me escutem; porque no faltaro indivduosdispostos a manobrar essa gente contra mim e contra osmelhores cidados. No quero fornecer aqui novas armas

    sua malevolncia20.O cesarismo de Tibrio defendera-se, porque sentira apalpitao dum como Estado racial e teocrtico dentro do

    19 No Quand Israel nest plus roi de Jerme e Jean Tharand, se l: ...dans la Jerusalm marxiste eleve sur lsbords du Danube, Bela Kun et ses acolytes nont fait rgner que la sottise, la cruaut et le sadisme.20Pro Flacco: XXVIII.

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    Estado Imperial. Assim tem de ser, como inexorvelfatalidade, onde quer que os judeus se apresentem. SegundoRenan, o que constitui uma nao o casamento do homem

    com a terra. S esse casamento produz a comunho deinteresses materiais e de sentimentos capaz de criar umanao. Os judeus no realizam nunca esse casamento. Da aeterna antinomia entre eles e qualquer Estado digno dessenome, e, portanto, com capacidade de reao que nopermite gozem as vantagens do judasmo sem os nus dosoutros habitantes, em vista do estatuto particular motivadopela religio que os livra em geral de vrias coisas, como por

    exemplo o servio militar. (Existem casos de pessoasnascidas no Brasil, que dizem ser brasileiras, porm fazemde tudo para no prestar servio militar, nas nossas forasarmadas, alguns at preferindo faz-lo nas foras armadas deIsrael!... Nota dos Editores). A prpria Bblia testemunhairretorquivelmente isso, no livro de Ester, quando Aman,ministro de Estado e responsvel pela governao do pas,

    diz ao rei Assuero: "H um povo disperso nas provncias deteu reino que pratica novas leis e cerimnias, e que demaisdespreza as ordenaes do rei". Eis porque Tibrio osconfinava no bandel de Porta Portese ou os despachava paraSardenha; porque o pretor Hispalus, no ano de 139 (Antes deCristo!) severamente reprimia em Roma suas perturbaesda ordem pblica; porque Cludio mandou fechar assinagogas e bani-los da capital do Imprio; porque contraeles se convocou, na Espanha, o conclio de Elvira; porque orei Visigodo Egica e o rei godo Wamba os expulsaram;porque o conclio de Toledo lhes proibiu os cargos pblicos; porque o abade Pedro de Cluni se revoltava contra eles;porque os persas foram obrigados a destru-los no sculo X e

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    os califas a desterr-los no sculo XI; porque os mouros deEspanha os chacinaram aps a famosa conspirao deHalvy; porque o sulto Amurat II matou at o ltimo dos

    comunistas que se tinham levantado contra seu pai, MaomII, chefiados pelo judeu renegado Kemal Udbin; porquetodos os historiadores bem informados lhes atribuem osmanejos das foras secretas que tem desencadeado asrevolues modernas atravs do Iluminismo, daBuschenchaft, da Maonaria, do movimento Haskala, etc.; eporque Hitler os guerreia.

    A segunda operao do emprstimo da independncia foicontratada pelos mesmos negociadores, Barbacena eItabaiana, com a casa Rotschild. O contrato to leoninocomo o anterior. Os 2.000.000 tm melhor tipo, 85,idntico prazo, juros e amortizaes; mas deviam ser dadosem doze prestaes mensais. Como o srio, o judeu no passa sem prestaes. uma inclinao racial. Vejamosalgumas das condies contratuais: a 3. manda contar os

    juros desde outubro de 1824 e o emprstimo foi lanado emjaneiro de 1825! a 4. determina a comisso de % sobre acompra das cautelas para a amortizao, mesmo quandoessas cautelas sejam as dele banqueiro-comprador; a 5.concede 4 % para corretagem e despesas, de maneira que amargem do tipo no teve nem essa rasgada desculpa.

    Os Rotschild comeram sozinhos essa margem sem se

    engasgarem. Dos 4% da corretagem atiraram a Barbacena eItabaiana 2%. Baependi, mais tarde, tanto quanto lhepermitiam suas funes e a linguagem oficial, se horrorizavacom a negociata. Quem pode deixar de notar - escrevia -que se pea dinheiro na Europa com grandes sacrifcios e

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    no menos risco do crdito nacional para se pagar no Brasilparte dos juros que se deviam... E acrescentava claramenteque os comissrios imperiais encarregados do contrato do

    emprstimo haviam desfalcado os cofres pblicos de1.900.000 cruzados!

    Examinado o emprstimo por uma comisso nomeada paraisso pela Cmara dos Deputados, esta declarou no seuparecer, entre outras cousas, as seguintes: que, enquanto oGoverno Imperial paga 5% de juros sobre qualqueradiantamento de dinheiro fora dos prazos estipulados nocontrato, a casa Rotschild nada pagava pelas somas vencidasque conservasse em suas mos; que da percentagem de 4%sobre a produto lquido da operao metade ficara comRotschild e metade fora paga a Barbacena e Itabaiana,cabendo a estes um total de 72.00021; e que os empresta-dores tinham sobre a quantia total, o lucro lquido de 3 %.A esse parecer Barbacena replicava com uma Exposiobrilhante, mas no muito convincente.

    Com esse emprstimo, reconhece Jacob Cavalcanti, iniciou-se o prestgio da casa Rotschild no crdito do Brasil, a quetem prestado assinalados servios. O grifo meu e tudoquanto se contem neste livro me autoriza a faz-lo.

    Em todas as negociaes levadas a efeito para obter os trsmilhes de esterlinas que nos amarravam para sempre agleba judaica, nica cousa em verdade convincente o podercolossal de Rotschild que Barbacena reconhecia por escrito.E, quando leio escritores como Draper22, encarniados contrao grande poder do antigo Papado, sorrio de piedade dos

    21 A cmbio de 47, que era o da poca.22 Draper Conflits de la science et de la religion.

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    homens que renegam um poder espiritual, mas se abaixamdiante dos Papas do dinheiro...

    Antes de passar adiante, ponhamos em presena do leitor

    esta conta do Tesouro Imperial que mostra quanto custou emnossa moeda o emprstimo da independncia:

    Rendeu 12.397:777$777

    Pagamos a juros 46.263:878$445

    Custou nao 60.348:179$393

    Est a o doloroso quadro. Os juros elevaram-se quase aquatro vezes o capital. Somando as comisses, que suprimida conta para torn-la mais clara, temos o custo total de 60mil contos. Foi quanto demos em espcie por 12 mil, almdas condies onerosas e perpetuas, isto , cinco vezes mais.E no se diga nada: negcio honesto. Legal, pode ser, no

    duvido. Licito que no foi e nunca ser.Releva notar ainda que, em grandes quantias assim, a taxa dejuros de 5 % a mais alta que a decncia permite cobrar.Tudo o que exceder da entra no domnio da mais indignausura.

    At 1857, quando o Banco de Frana obteve liberdade detaxas de juros, a legislao francesa no permitia

    emprstimos, particulares ou no, a mais de 5 %.A garantia que demos aos banqueiros foi a hipoteca dasrendas das alfndegas. Devamos acabar os pagamentos em1854. No o pudemos e os credores magnnimosprorrogaram o prazo por mais dez anos, isto , at 1864.

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    Desta sorte, o primeiro dinheiro que tomamos emprestado naaurora do Imprio, nos escravizou at o raiar da guerra doParaguai!

    Nossos amigos, os Rotschild!...Em virtude dos tipos 75 e 85 das operaes dos nossosamigos banqueiros, ficamos a dever 3.000.000, massomente recebemos 750.000, e mais 1.750.000. Por essas 2.450.000 pagamos 6.050.000 de juros, e, somando aisso o capital integral, veremos que o custo total do negciofoi para o Brasil de 9.050.00023.

    Por esse preo fomos vendidos aos banqueiros israelitasainda no bero!

    curioso, antes de prosseguirmos, ver ligeiramente como osreferidos banqueiros procedem a essas frutuosas negociatas.Lanam o emprstimo na praa, ficam com certo nmero decautelas e o pblico, os tomadores, com o resto. Depois, elesvo comendo as comisses de venda e de recebimento de

    juros, tendo posto o p nos negcios dum pas semdespender quase nada. Os tomadores caram com o capital deque eles descontaram a margem do tipo. A responsabilidadesobre essa quantia logo retirada do governo que estendeu amo pedinchona. Mais tarde, aproveitando as baixas, osbanqueiros vo adquirindo os ttulos e apertando as rdeas danao escravizada. Deixam unicamente, neste ou naquele

    pas, certo numero de proprietrios de cautelas, que servem para a grita, as reclamaes e as constantes ameaas deintervenes estrangeiras com bandeiras nas alfndegas.Esses truques tm um sculo j e so mais do que

    23 Ao examinar o leitor as diversas contas do Tesouro que publicamos no esquea de levar em conta asvariaes do cmbio, que so, s vezes, violentas.

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    conhecidos. Comeam a impressionar muito menos do queimpressionavam...

    Tudo isso e mais alguma cousa fazem parte dos segredos da

    chamada alta finana internacional, cujas imoralidades maischocantes e cujas transaes mais ignominiosas so feitashabilmente, dentro das leis. O judeu, - escreveu um grande jurista - misturado s civilizaes arianas, utilizando ocontrato de auxlio mtuo pelo emprstimo fraternal ou ocontrato de venda a prazo, os quais, lealmente praticados soinstrumentos de utilidade, eqidade e paz, os transformouem contratos de pilhagem pela usura, pela expropriao e pela especulao na Bolsa. que se no serve dessesinstrumentos de modo moral e mesmo no tem conscinciade que possam assim ser usados. Resulta disso uma espciedeparasitismo judaico com uma concepo que desnatura odireito. E acrescenta que esses indivduos de psicologiadiversa da nossa usam o nosso direito a seu modo, sem nemde leve cuidar que o desviam absolutamente de sua

    verdadeira essncia24.Para escravizar o trabalho cristo; os judeus acharam,sempre com o auxilio da poltica, cmplices no alto da escalasocial. Os imperadores e reis que, outrora, empenhavam asjias da coroa com os Salomes e Abraos, passaram pelaescola dos judeus e se tornaram os excelentes devedores, osingnuos descontadores de letras dos tempos modernos.

    Inaugurando a era dos emprstimos, os judeus tomaram ashipotecas de todos os futuros hipotecveis: rendas dosEstados, caminhos de ferro, canais, fbricas, etc. Existe

    24 Edmond Picard Le droit pur.

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    ainda algum futuro no hipotecado? Se existe, j est visadoe notado por eles25.

    Que melhor futuro hipotecveldo que este imenso Brasil?!

    Nas Reflexes sobre a histria da Humanidade, h muitotempo j, Herder escreveu este perodo candente: Umministrio em que governa um judeu, uma casa em que o judeu tem as chaves das gavetas e armrios, umaadministrao cujas funes principais so confiadas a judeus, uma universidade onde so tolerados comocorretores e prestamistas dos estudantes, so outras tantas

    Lagoas Pontinas que, preciso aterrar! Porque, de acordocom o velho provrbio: Onde h carnia, os abutres seajuntam e onde ha podrido os vermes pululam.

    Em virtude de uma conveno adicional ao tratado de 29 deagosto de 1825, pelo qual a nossa independncia foireconhecida por Portugal, o Brasil tomou a seu cargo o pagamento de 2.000.000, sendo 1.400.000 dos

    remanescentes dos emprstimo portugus de 1823 e 600.000 de indenizaes pelos bens da coroa real deixadosno Imprio. Estes ltimos milhares de esterlinas deveriamser pagos no prazo de um ano a contar das ratificaes dostratados. Entregaram-se logo ao Governo Lusitano 250.000. O resto foi sendo dado em prestaes legaoportuguesa em Londres.

    Quando estourou o caso de D. Miguel e D. Maria II serefugiou na Inglaterra, o conde de Palmela utilizou ospagamentos recebidos e os que continuou a receber na causada Rainha, o que trouxe varias complicaes no futuro.Barbacena e Itabaiana tiveram grande parte nelas.25 Calixto de Wolski La Russie Juive Avant-Propos.

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    Transpusemos as 1.400.000 do emprstimo portugus de1823 para a nossa conta, trocando as cautelas lusitanas porttulos brasileiros, vencendo juros de 5%. Dos clculos feitos

    pelo Tesouro Imperial extramos um resumo:

    Amortizamos 12.620:098$150

    Pagamos de juros 10.264:479$743

    Custo total 22.884:577$899

    Quase vinte e trs mil contos!Soma colossal naquele tempo, correspondendo talvez a230.000 de hoje!

    Foi o que nos custou o reconhecimento da nao atravs dasnegociaes com lord Canning. Os brasileiros humildes, brancos, caboclos, negros e mestios, unidos como nosgloriosos dias da guerra holandesa, haviam derramado seu

    sangue no Genipapo, em Itaparica e em Piraj. Os brasileiroschamarrados de ouro fizeram as combinaes diplomticas,os pactos de famlia e as negociatas de dinheiro...

    Cinco anos mais e batamos de novo, o que era fatal,humildes, ansiosos, dilacerados de lutas e dvidas, porta deThomas Wilson e de Nathan Mayer Rotschild. Em nome doImprio distante e assoberbado de dificuldades, o magnfico

    marqus de Barbacena e o magnfico visconde de Itabaiana,usando duma autorizao contida no art. 7. da lei de 8 deoutubro de 1828, tomaram 400.000 a juros de 5%, 1% deamortizao e o tipo de 52!!! A fumaa da plvora e damacega queimada das coxilhas de Ituzaing ainda manchava

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    as fardetas dos nossos caadores a p, dramos a liberdadeao Uruguai, perdendo a Cisplatina, e o troar dos canhes doMonte Santiago parecia continuar no crepsculo do l. rei-

    nado. Enfraquecidos, devamos nos sujeitar a todas as forcascaudinas... O marqus e o visconde queriam o dinheiro comofosse. Rotschild imps o tipo 52. No se conhece na histriafinanceira do mundo cousa mais monstruosa. A imoralidadefoi to grande que o governo ingls chegou a pensar emproibir a operao26.

    A 1. de junho de 1829, Barbacena escrevia jubiloso aoImperador, de Lalenham, dizendo que, finalmente, seajustara, o emprstimo, reconhecendo o pblico ingls queRotschild tinha confiana e f nos recursos do Imprio. Eterminava acrescentando que, enfim, se poderiam equipar asfragatas e levar para diante os negcios da Rainha.

    Para derrubar D. Miguel e reerguer D. Maria, 1 se ia odinheiro que amos ficar devendo por dezenas e dezenas deanos! E o marqus se alegrava com a f e a confiana dopoder colossal de Rotschild nos recursos do Imprio!- Livra! como diz o povo.

    Sua assinatura no figura, porm, no contrato doemprstimo, que os jornais do tempo apelidaram o ruinoso.Entretanto, ainda se encontrava na Inglaterra. Segundo umacarta que escreveu ao conselheiro Francisco Gomes da Silva,

    o Chalaa, de bordo, achava-se no mar em outubro de 182927. O contrato traz a data de 26 de junho e somente aassinatura do conselheiro Manuel Rodrigues GameiroPessoa, visconde de Itabaiana. Hipoteca nominalmente a26 Leia-se a exposio sobre nossos emprstimos feita Constituinte pelo ministro Osvaldo Aranha e ver-se-que tenho razo de sobra no que a digo.27 Francisco Gomes da Silva Memrias.

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    alfndega do Rio de Janeiro. Os juros comeam a sercontados de 3 de julho de 1829, data da assinatura docontrato, quer o dinheiro entre, quer no entre. Este ser

    dado em doze prestaes mensais. Judeu sem prestao no judeu. Reserva-se 1/8% para comisso de amortizao ecorretagem. No podemos deixar de lembrar aqui aqueletrecho em que o grande Emanuel Kant diz o seguinte: Ospalestinos que vivem no nosso meio conseguiram pelo seuesprito de usura uma reputao de velhacos, bem fundadana maioria dos casos. Na verdade, parece estranho imaginarnuma nao composta de ladres; porm ainda mais

    estranho. verificar que existe uma nao compostaexclusivamente de traficantes que desdenham a honra deviver como os outros habitantes do pas que os acolhe,achando mais vantajoso engan-los.

    Premido pelos credores dos gastos diplomticos deBarbacena, pelas despesas dos emigrados portugueses, squais no bastavam os pagamentos feitos pelo Brasil por

    conta das 600.000 da conveno adicional, o viscondesuplica um adiantamento. Rotschild d, mas cobra por ele 4% de juros. Mais, tarde, esta soma entrar no computo total ajuros de 5%, de modo que rendeu 9%!

    O visconde e o marqus a tudo se tinham de sujeitar, porque precisavam de dinheiro para atender a grandes despesas.Segundo confisso do ltimo, com a Rainha, as fragatas e os

    emigrados, se gastaram 177.738, e com o 2. casamento deD. Pedro I 42.272.

    Estudando o emprstimo de 1829, Castro Carreira dizserenamente que pagaramos capital quase duplo do querecebamos. E apresenta esta conta em moeda brasileira:

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    Recebemos (?) 2.233:775$555

    Pagamos de juros 6.858:143$889

    Custou 9.362:147$797

    No recebemos tal. Escrevendo em 1842, em S. Petersburgo,o depois conselheiro Candido de Oliveira28 mostrava que osemprstimos brasileiros realizados nessa poca haviamrendido, lquidos, 3.712.000; que desta soma apenas

    recebera o Tesouro Imperial 1.092.000; que a restante emaior parte ficara na praa de Londres e ali forainteiramente consumida principalmente na alimentao dosmesmos emprstimos, e em outras despesas feitas na Europapor conta do Governo Brasileiro, entre as quais figurava averba das despesas diplomticas compreendidas no perodode 1825 a 1830 29; e que, finalmente, a despesa totalsuportada peIo Brasil para o fim exclusivo do pontual pagamento dos dividendos efetivos, por conta dosmencionados emprstimos, at o fim do ano de 1841, sobe aenorme soma de cerca de 4.000.000, que excedia ocapital emprestado, do qual somente se amortizara ainsignificante importncia de 276.000 libras!30

    Possa a dolorosa recordao destes fatos, terminava oconselheiro, gravar-se profundamente na memria dos

    administradores brasileiros... E ns acrescentamos paraservirem de lio um dia a administradores de verdade.

    28 Candido de Oliveira Sistema Financial do Brasil.29 As exageradas contas de Barbacena que tanto desgostaram D. Pedro I. O total das despesas diplomticas foide 300.000 libras.30 Em 1842!

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    Em 1830, a grita era grande no Rio de Janeiro contra esseemprstimo. Da tribuna do parlamento, Holanda Cavalcantio condenava, e denominava, aos arranjos financeiros

    realizados em Londres a Caixa mgica, o Sorvedouro dasvendas e o Cancro do Tamisa. A imprensa desaaimadaglosava essas expresses. Encontraremos uma delas grafada pelo prprio punho do monarca. No dia 27 do setembrodesse ano, D. Pedro I escrevia uma carta intima a Barbacena,ento ministro da Fazenda, referindo-se textualmente Caixa mgica e declarando-se disposto ao exame dasrespectivas contas. Como nesse exame o marqus no podia

    ser juiz e parte, resolvera demiti-lo e nomear seu substitutoo visconde de Paranagu. Por decreto de 30 de setembro, ademisso era publicada, porque convinha liquidarem-se ascontas da divida com Portugal, as grandes despesas com Portugal, as grandes despesas com a Rainha e osemigrados, e com o casamento. um decreto de demissosui-generis, com exposio de motivos.

    Barbacena defende-se na sua citada Exposio. Seubigrafo, Antonio Augusto de Aguiar,31 tambm o defende.Todavia, tanto o escrito do primeiro como o livro do segundopassam como gato por brasas sobre a operao de 1829. E'verdade que s Itabaiana assinou o contrato e, depois,demitido tambm, levou a breca em Portugal...

    Vejamos mais alguns sinistros pormenores. O capital real do

    emprstimo de 1829 foi de 400.000; mas o capital nominalde 769.200. Alem disso, o tipo reduziu o capital real a 208.000. Ora, desta sorte, por 208.000, o Brasil pagou,capital e juros, 1.950.000!!! De novo, as rendas das

    31 Seu filho, o Visconde de Barbacena.

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    alfndegas hipotecadas. A misria da soma nem ao menosentrou para nossos cofres. Foi destinada ao pagamento dos juros atrasados do emprstimo da independncia e das

    dvidas particulares contradas com. os contratadores do prprio emprstimo pelo Governo Imperial. Entre elas,deviam estar as motivadas pelas suntuosidades de Barbacena cata duma princesa europia para casar com D. Pedro I.

    Na expirao do prazo contratual desse emprstimomonstruoso, 30 anos, ainda devamos 508.000, quepassaram para o novo emprstimo de 1859. Notem bem: daoperao Itabaiana-Rotschild couberam-nos 208.000lquidas, empregadas em pagar juros e dvidas contradas porBarbacena com Rotschild, todas acrescidas de juros; nofim de trinta anos de pagamento continuado de juros,devemos ainda essas 208.000 aumentadas de mais 300.000, que vo gravar novo emprstimo!

    Foi o segundo passo do banqueiro internacional no nossoterritrio, a segunda volta das moendas do bangu deespremer ouro do infeliz e caluniado Jeca-Tatu, o comeo dogiro dum parafuso sem fim...

    Dez anos passaram e tivemos de apelar para novoemprstimo, afim de suprir insuficincias de rendas. Emtodos os relatrios ministeriais da poca se verifica o regimedos dficits. O Imprio liberal possua soberania jurdica,mas no possua soberania econmica e tinha de procederforosamente como um simples particular.Era regente do Imprio Pedro de Araujo Lima e ministro daFazenda Miguel Calmon du Pin e Almeida, marqus deAbrantes. Havia dficits em trs oramentos: Fazenda,Marinha e Guerra.

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    A 5 de fevereiro de 1839, contramos esse emprstimo comos banqueiros Samuel & Philips: Assinou-o o nossoencarregado de negcios em Londres, Jos Marques Lisba.

    Havia dez anos que Rotschild nos esfolava. Agora cabia aoutro, no se sabe por que secreta combinao, a novaesfola. Capital real: 312.500, tipo 76, juros 5%, prazo 30anos. Tudo isso, em resumo, quer dizer: por 237.500recebidas 503.000 pagas!

    OAnuario da Bolsa de 1931 d, para esse emprstimo o tipo76; o autorizado sr. Jacob Cavalcanti, 73. Na dvida, preferio mais favorvel.

    As contas do senador Castro Carreira, tiradas da escrita doprprio Tesouro, acusam o seguinte:

    Recebidos 3.623:755$278

    Juros pagos 5.172:729$105

    Custo total 9.604:201$153

    O regime dos dficits continua naturalmente e em 1843somos forados a novo emprstimo na City. J maior, D.Pedro II est na aurora do seu longo reinado. Encarregou-seda operao o nosso plenipotencirio em Londres,comendador Jos Marques Lisboa, que a contrata com Isaac

    Lyon Goldsmid. Destina-se a liquidar definitivamente oajuste de contas com Portugal, proveniente das negociaespara a nossa independncia. Decerto o Kahal permitia a IsaacLyon negcios com Portugal... Reconhecamos dever aindado emprstimo portugus 488.393, 19 s. e 5 d., alm de 134.308 de juros, isto , o total de 622.702. Tomamos,

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    portanto, emprestado este capital real de 622.702 a juros de5%, tipo 85 e prazo de 20 anos, com a obrigao de pagar ocapital nominal de 732.600. Assinaram-se os atos a 3 de

    maio de 1843.Como garantia, demos em penhor as rendas de todas asalfndegas, que formariam - reza o contrato textualmente.-um fundo particular para esse compromisso.

    Ao fim do prazo ajustado, ainda devamos 362.000 que passaram, como natural e entra pelos olhos, para oemprstimo de 1863. Um canudo dentro de outro canudo!

    Engavetamento de emprstimos... Na verdade, o resultado desta operao financeira oseguinte, na nossa moeda:

    Recebemos para pagar 5.534:575$376

    Pagamos de juros 6.422:709$299

    Custou-nos tudo 14.259:034$129

    Para simplificar a conta, no esto intercalados e outrosprejuzos.

    Reparai que, com vinte e um anos de vida independente,estamos sempre com a corda ao pescoo, fazendoemprstimos para pagar juros de outros emprstimos, cujassobras incorporamos a novos emprstimos, crculo viciosoem que temos vegetado at hoje, cada vez pior32. Antes dens, Integralistas, ningum fizera o povo brasileiro descer

    32 Meses depois de pronunciada esta conferncia em diversas capitais do Brasil, o sr. Ministro da Fazenda, vozautorizada no assunto, declarava Constituinte o que eu afirmava, quase com as mesmas palavras. A verdade uma s.

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    aos crculos dantescos desse inferno de sua escravido, queele nem mesmo suspeitava e que a grande causa de todas assuas aflies. Ns resolvemos mostrar-lhe a verdade doa em

    que doer, acontea o que acontecer!As 662.702 de 1843 custaram nao a bagatela de 1.465.200!

    A 27 de julho de 1852, depois de vencido e expulso o tiranoRosas, depois que as baionetas dos caadores de Marques deSouza passearam triunfantes pelas avenidas de Buenos Aires,os Rotschild lanavam por nossa conta, em Londres, um

    emprstimo de 954.250 reais por 1.040.080 nominais,tipo 95, isto 5% s de desconto sobre o capital real e jurosmdicos de 4%. Por que tanta generosidade? Porque oouro no sairia da caixa voraz dos banqueiros. Era destinadoao resgate do que ainda ns devamos, aps trinta anos dejuros, do emprstimo da independncia, feito em 1824 e doemprstimo portugus de 1823! S em 1882 acabamos opagamento dessa linda operao que nos custou apenas 2.294.523!Lobo de Bulhes, citado por Jacob Cavalcanti, transcreve oseguinte documento sobre essa questo: Pagou Portugal osjuros e amortizao deste emprstimo relativos aos anos de1824 e 1825, e, sobrevindo a independncia do Brasil,ajustou-se na primeira parte do art. 2. da convenoadicional ao tratado com o Imprio do Brasil de 29 de agostode 1825, que sua Majestade Imperial tomava sobre si oemprstimo contrado em 1823; porem. os mutuantes noquiseram relevar Portugal da sua responsabilidade para comeles e transpass-la para o Brasil (sic), de maneira que oBrasil se obrigou a pagar a Portugal o que naquela poca

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    restava do emprstimo, que era um milho e quatrocentasmil libras esterlinas; porm Portugal no ficou desonerado daparte dos mutuantes; antes pelo contrario, continuou a sua

    responsabilidade, solidria pelo que toca a eles, e subsidiria do Imprio do Brasil at este Imprio acabar de satisfazer ocapital e juros do mesmo emprstimo (sic).

    Comentrio nico, em bom portugus: - Os mutuantes (leia-se banqueiros-judeus) s tiveram um escopo; firmarem-seem duas amarras: garantirem-se l e c.

    Vale a pena determo-nos ainda um instante neste emprstimo

    de 1852. Foi assinado no dia 27 de julho. Do nosso lado, oministro do Brasil na Inglaterra, cavalheiro Sergio Teixeirade Macedo; do outro, a firma N. M. Rotschild & Sons33.Autorizou-o o decreto legislativo n. 587 de 6 de setembrode 1850. As clusulas do contrato declaravam que a casaRotschild seria exclusivamente empregada em todos ospagamentos e compras da operao, que teria a percentagemde % sobre os remanescentes, de 2% para despesas etrabalho e de 1% para cobrar riscos e prejuzos eventuais...Olhem as contas:

    Rendeu o emprstimo 8.226:932$780

    Juros pagos 9.413:843$109

    Custo total 21.024:784$159

    Em 1858, no dia 19 de maio, novo emprstimo contratadocom Rotschild e Filhos pelo comendador Francisco Inacio de

    33 Bares Lionel, Anthony, Nathaniel e Mayer Amschell de Rotschild bares assinalados.

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    Carvalho Moreira, mais tarde baro de Penedo, faustosoplenipotencirio dum Imprio que vivia de emprstimos. Ofausto de suas recepes fez poca em Londres. Estava

    legalmente autorizado pelo decreto n. 912 de 26 de agostode 1857. 1.425.000 reais e 1.526.000 nominais em 4prestaes... Tipo: 95%. Prazo: 30 anos. Juros: 4%. Fim: prolongamento da Estrada de Ferro D. Pedro II, depoisCentral do Brasil e novamente D. Pedro II. o primeiroemprstimo para uma utilidade, o primeiro que se no fazpara pagar somente dividas e juros atrasados. Do contratoconstam condies esplndidas para os banqueiros:

    comisses de 1% sobre quaisquerdividendos a pagar, 1/8%sobre resgates, 2% de corretagem.

    Recebemos realmente, de acordo com o tipo, 1.360.275 eat dezembro de 1888 pagamos 3.366.500!

    Eis um quadro mais claro:

    Recebidos 12.330:423$500Juros pagos 9.211:834$845

    Custo total 24.885:058$650

    Os juros so, como se v, uma inveno mirfica. Sobretudoos juros de usura. Afirmam os israelitas e seus defensores

    que a isso foram forados pela. perseguio aos cristos, quelhes no permitiam outra propriedade e outro negcio senoo dinheiro. uma deslavada mentira! Segund Ihering34 oprova de sobejo, os juros so uma inveno semita, osjudeus de Babilnia os elevavam a 20 e 25 %, e j procediam

    34 Von Ihering Vorgeschichte der Indoeuroper.

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    a descontos, o que o mesmo que a margem do tipo dosemprstimos.

    Sayce, o grande historiador ingls, exibe documentos

    insofismveis, provando que, em Babilnia, um sculo antesda primeira destruio do reino de Jud por Sennacherib, jse afirmava o parasitismo usurrio dos judeus, que eles jcobravam juros escorchantes e que a casa judaica EgibiIrmos era o banco Rotschild da sia, naquele tempo35.

    Se abrirmos as documentadssimas pginas de Van derKindere, aprenderemos que, nas Flandres, no sculo XVI,

    enquanto os prestamistas decentes no iam alm de 6%, os judeus, livres de qualquer, livres de qualquerconstrangimento, cobravam de 60 a 200%!!!36

    Isto os tornou prodigiosamente ricos em todos os tempos e por toda a parte, desde quando arrematavam os impostosaduaneiros do Imprio Romano at quando anualmenteretiravam 900 milhes de marcos dos emprstimos

    ferrovirios da Pobre Alemanha vencida! Na Idade Mdia,desde Luiz II encheram a Frana, onde o Languedoc setornou uma nova Judia. Carlos o Calvo quis reprimi-los emorreu envenenado pelo medico Sedecias. Carlos o Simplesespantava-se da pobreza do povo e da opulncia judaica.Luiz o Moo criou, por causa deles, o ofcio de Preboste dasDvidas. Se Felipe o Augusto no reage, tomariam Parisinteiro, pois metade j lhes estava hipotecada...

    A engrenagem que nos devia exonerar e escravizar entra em pleno funcionamento. Os emprstimos imperiais que serepetiam de dcada em dcada surgem com a diferena dum35 Sayce Assyria, its princes, priests, people. Sennacherib apoderou-se de Jerusalm ao tempo do reiEzequias, no ano de 701 A. C., isto , sete sculos antes do nascimento de Jesus!!36 Van der Kindere Le sicle des Artevelde.

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    lustro ou pouco mais e se vo suceder quase anualmente.Estamos no meado do sculo XIX, em pleno apogeu dodomnio judaico no mundo, atravs da finana internacional.

    Razo sobrava .a Hehn para escrever:Quando Goethe morreu a 22 de maro de 1832. Brnedatou desse dia a liberdade da Alemanha. Na realidade, essedia marca o fim duma poca, porque com ele comeou aidade judaica em que vivemos37. ' a idade que secaracteriza pelo culto do xito, pela materializao da vida,pela divinizao do ouro, pelo pragmatismo, sem o menorvislumbre de piedade para com os povos escorchados. Ocapitalismo cientifico faz do capital uma abstraomonstruosa que vai devorar a sua prpria sociedade com omonstro comunista que gerar. Porque absolutamenteimpossvel fazer entrar na cabea dum judeu a noo do quens entendemos por divindade, religio ou moral. A' queest o n, o verdadeiro n da questo judaica. E por issoque um homem imparcial, sem alimentar o menor desprezo

    para com os judeus, dignos, alis, de elogios e notveis pormuitos ttulos, pode e deve considerar a presena de grandenumero deles entre sua gente como um grave perigo. No somente o judeu, porm o que procede do esprito judaicoque corri e decompe em ns o melhor de ns mesmos38.

    A nossa civilizao promana de trs fontes: a arte e afilosofia gregas, o direito romano e a religio crist. O judeu

    nega essas trs fontes procura desvirtu-las. Como nohaver choque?

    O reconhecimento desse esprito judaico contrario nossacivilizao parte das maiores autoridades israelitas em37 Viktor Hehn Gendanken ber Goethe.38 Chamberlain Die Grndlagen des XIX.es Iahrhundert.

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    assuntos .que lhes dizem respeito. Num discursopronunciado na cidade de Presburgo, a 30 de julho de 1903,o dr. Leopoldo Kahn, notabilidade judaica, dizia: O judeu

    nunca se assimilar. Jamais adotar hbitos e usos de outros povos. O judeu continuar judeu em todas ascircunstancias. O dr. Mandelstan, professor israelita daUniversidade de Kiev, declarava numa orao em plenoCongresso Sionista de Basilia: No desejo a assimilaodos judeus nas outras naes. Quero salv-los como nao, porque tm uma aspirao comum conservada atravs dahistria na sua conscincia nacional. Outro judeu, o dr.

    Felsenthal, defendia esta tese: O judasmo um povo e nouma religio (!). O povo judaico tudo. A religio umacidente. Com o decurso do tempo esse modo de pensar nose modifica, antes cada vez mais se acrisola. Em setembro de1933, o American Jewish Congress ofereceu ao historiadorisraelita Emilio Ludwig uma recepo em Nova York.Segundo telegrama dali, publicado pela A Noite, de 29

    daquele ms e ano, durante a mesma, ele concitou osisraelitas do mundo inteiro a se unirem para que acomunidade judaica fosse reconhecida como entidadenacional. Acrescentou ainda que, mesmo que os israelitasno se estabelecessem na Palestina, no haveria razo paraque no fossem reconhecidos como nao. Citou o exemplodos poloneses e checos que, quando no dispunham deterritrio, eram considerados como entidades nacionais.

    Apregoando sua pretenso de formarem assim um Estadodentro dos outros Estados ou superior a todos os Estados, os judeus apelam para os conceitos de raa e de religio,quando qualquer nao procura impedir a formao dessasentidades nacionais, verdadeiros quistos no seu organismo.

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    Por que ho de os povos se curvarem aos desejos desse povoque o grande Hegel considerava incapaz de elevar-se acimaduma. concepo materialista do mundo? Fichte ps a

    questo em pratos limpos: Por quase todos os paiseseuropeus s alastra um Estado poderoso e inimigo, que viveem contnua guerra com todos os outros Estados e pesaterrivelmente sobre os cidados. o JUDAISMO. No creioseja to terrvel somente, por formar um Estado isolado,separatista, estreitamente unido, mas porque esse Estado sefunda no dio a toda a humanidade... Todos vs pronunciaispalavras melfluas de tolerncia, de direitos do homem e de

    direitos do cidado. E no vedes que os judeus, que so, semvs, cidados dum Estado mais slido e poderoso que todosos outros, gozaro no vosso Estado de dupla proteo,esmagando assim os vossos concidados. Eles querem osdireitos do homem, embora no-los recusem, como se podeler no Talmud; porm, se quisermos dar-lhos, precisamos primeiro cortar-lhes as cabeas numa noite e repor-lhes

    outras sobre os ombros em que no existam mais idiasjudaicas. Ora, Fichte no um panfletrio anti-semita nemum poltico, nem um troca-tintas qualquer; Fichte um dosmaiores pensadores da humanidade.

    Outro grande pensador, Schopenhauer; abunda emconsideraes da mesma ordem: Os judeus so o povoescolhido de Deus. possvel. Mas, como os gostos diferem,

    eu no os escolheria... Em nenhum caso, se deviam dardireitos polticos a gente que nunca est em sua ptria, cujanica ptria so os outros judeus do universo... No hidia mais superficial e mais falsa do que considerar os judeus simplesmente como uma seita, uma confissoreligiosa. Isso no passa de estratagema calculado para

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    falsear a verdadeira noo das cousas. O emprego de talexpresso no devia ser permitido: deve-se dizer - ANAO JUDAICA.

    Da a magistral concluso a que chega Tharaud: No poruma aparente contradio que esse povo, que se mostrou emtodos os tempos o mais teimoso em conservar-se a si prprio, se tornou o povo mais internacionalista.Precisamente por ser original e pessoal em excesso, seugnio o leva a atacar o que ha de mais original e pessoal nassociedades onde vive, a fim de substituir isso por um. tipouniforme de sociedade, do qual sejam excludas as tradiesespeciais de cada nao e no qual cada nao perca seucarter especfico, ficando o judeu o mais forte justamentepor manter o seu...

    Razo de sobra assiste a Hitler quando afirma que, por maisbem tratado que seja, o rabanete jamais se transformar emmorango: ser sempre rabanete...

    Kant, Fichte, Hegel, Schopenhauer, toda essa luzida pliadede grandes filsofos que nesse sentido opinou sobre oJudasmo Super-Nao, sobre o Judasmo Internacional,.fez-se eco, como os documentos o provam de sobejo, dasopinies exaradas pelos prprios intelectuais israelitas e doclamor que contra essa explorao sobe do fundo dossculos. O anti-semitismo muito mais antigo do que ocristianismo. Nem foi criao deste. Porque o judasmo foi oproblema mais difcil e perigoso de todos os tempos, nocomo problema racial ou religioso; porm como problemapoltico e econmico. Nos primrdios da histria de Israel,ele se apresenta claramente nos livros sagrados. QuandoIsaque, filho de Abrao, e pai de Jacob, vivia em Gemara, os

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    palestinos rebelaram-se contra a sua permanncia e seuchefe, Abimelec, disse-lhe estas palavras: textuais esignificativas: Afasta-te de ns, porque tu te tens feito mais

    poderoso do que ns! O de Ester documenta aensangentada formao do Estado judaico dentro do Estadopersa pela matana at das criancinhas, o que se comemorana festa do Purim. Em Alexandria, formam uma verdadeiranao governada por um etnarca. Em Roma, constituem oBeth Dine ao tempo de Augusto e possuem o Prncipe da Nao, cujas decises eram apoiadas pelas leis romanas,como se v do capitulo do CODEX - De Judoeis. Em plena

    idade-mdia, mau grado toda a vigilante defesa dos Estadoscristos, segundo o judeu Bedarride suas riquezascontrastavam com o estado, miservel em que se arrastava opovo.

    esse Estado ou melhor Super Estado financeiro queescraviza o Brasil, como veremos.

    Para resgatar o escandalosssimo emprstimo de 1829, quecontinuava a pesar nas finanas imperiais, fizemos comRotschild, por intermdio do referido Carvalho Moreira, o de23 de fevereiro de 1859: 508.000 ao par, ao prazo de 30anos e juros de 5%. Ao par! Parece negcio de pai Par filho.Nada disso. Era o saldo justo daquelas miserveis 208.000j pagas e repagas, que se convertia em novo emprstimo para render juros por mais trinta anos. Com os trinta

    decorridos, seriam meio sculo e pico! Juros de juros dejuros! Nada mais!

    As 508.000 transformaram-se em 460.000 de novosttulos. O resto sumiu-se em despesas e percentagens. E

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    sabem quanto nos custaram? 762.000 de juros com ocapital: 1.270.000.

    As contas do Tesouro do este belo resultado:

    Dvida amortizada 4.779:548$099

    Juros pagos 3.606:262$986

    Custo total 8.547:235$129

    Mal passava um ano e a 10 de abril de 1860 o baro dePenedo, autorizado pelo decreto n. 912, de 26 de agosto de1857, negociava outro emprstimo com Rotschild paraconstruo de estradas de ferro, a tipo 90 e juros de 5%, por30 anos. Recebemos em prestaes 1.089.000 por 1.210.000 que ficamos a dever. Aplicamo-los felizmente emcaminhos de ferros, na Companhia E. de F. do Recife ao S.Francisco, e outras, sendo 400.000 para aquela. E pagamos

    um total de 3.025.00039

    !

    Recebemos 10.525:947$300

    Pagamos de juros 8.344:650$378

    Custou-nos 23.988:515$477

    Trs anos mais tarde, no dia 7 de outubro de 1863, o barode Penedo assinava novo contrato de emprstimo comRotschild. A imprensa da poca denominou-o o oneroso eno , contudo, o pior que fizemos! Foi de 3.300.000 a

    39 Anurio da Bolsa do Rio de Janeiro, (1931).

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    prazo de 30 anos, juros de 4% e tipo de 88. Devia servirpara remir os saldos dos emprstimos de 1824, 1825 e 1843,assim como parte da dvida flutuante. Os banqueiros

    descontaram 2 % de comisso e % de corretagem sobre ocapital real acima especificado. O capital nominal elevou-sea 3.855.307, 3 shs. e 9 d.

    Os saldos daqueles emprstimos anteriores elevavam-se a 2.919.000, quase todo o capital real da operao, o quesignifica que o ouro ficou no cofre dos prestamistas e nscontinuando a pagar, pagando sempre, e a regar com o suor eo sangue de geraes e geraes sacrificadas a infeliz terrabrasileira!

    O tipo 88 nos deu somente do capital real a soma de 2.904.000. Deduzindo dela os saldos ou remanescentesdaqueles citados emprstimos - 2.919.000, ver-se- que osbanqueiros no remeteram ao errio imperial, para pagar adivida flutuante, nem um vintm. Houve mesmo o dficit de 15.000. Portanto, as 3.300.000 de que s nos couberampor um oculo 2.904.000 custaram-nos at abril de 1893 - 8.426.863.

    Castro Carreira nos oferece a seguinte conta at a morte damonarquia:

    Emprestados 28.612:124$750

    Juros pagos 26.886:883$581Custo total 67.463:193$201

    Do capital devamos ainda em 1888 515.300.

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    Parece que a D. Pedro II levaram qualquer denncia sobre aao do baro de Penedo nesse emprstimo, porque, no dia 6de novembro de 1863, Suam Majestade escrevia uma carta a

    Miguel Calmon du Pin e Almeida, marqus de Abrantes, daqual extramos este pedacinho: Constou-me que oemprstimo contrado em Londres o foi a 85 e no a 88, porque houve 2% de comisso. Espero que o Ministrobrasileiro40 no tenha recebido parte deles, e de nenhummodo possa consentir que ele o faa. J procedi do mesmomodo h anos41. A honestidade do velho soberano searripiava contra os intermedirios de c, mas que podia ela,

    se eles estavam de mos dadas com opoder colossal dos del?...

    O baro de Penedo veio a pblico com uma brochuraintitulada O emprstimo brasileiro contrado em Londresem 1863, afim de defender-se de crticas acerbas que lheeram feitas. Mostrou que as condies do mercadofinanceiro londrino eram das mais desfavorveis, no s pelo

    retraimento da oferta de capital diante de enorme procura por parte de vrias naes, como principalmente pelorompimento de relaes diplomticas entre a Inglaterra e oImprio, em virtude da famosa questo Christie. E apontouas vrias operaes de crdito na mesma data ou proximamente realizadas em condies inferiores s danossa: emprstimos marroquinos a tipo 85, ferrovirio

    italiano a 74, egpcios a 84 e 82 , otomano a 68, portugusa 44 (!!), venezuelano a 63, mexicano a 63, boliviano a 88 efrancs a 66,30.

    40 Penedo.41 A carta est catalogada nos arquivos do Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro.

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    O rol demonstra que no s o Brasil a vtima do SuperEstado Capitalista sem entranhas; mas o mundo inteiro. Daa sua aflio, a sua inquietao, a sua angstia, o seu

    desespero. Est mergulhado num pego em que pululam assanguessugas e estrebucha sugado por todos os lados nalama ensangentada. Um dia, os povos compreendero averdadeira origem de todos os seus males e, ento, as bichasvorazes nojentas sero duramente castigadas...

    Ao emprstimo oneroso faziam-se sobretudo as seguintescriticas: o tipo da emisso - 88, que nos fazia perder 6%diante de ttulos nossos a 94, em benefcio dos banqueiros;no ter sido a operao posta em concorrncia e sim haversido entregue diretamente a Rotschild; no se ter procuradorenovar com pouca despesa as cautelas dos emprstimosvencidos: ter-se lanado a operao precocemente, pois,sendo remota a data de resgate dos emprstimos anteriores,l.. de dezembro de 1863 e 1. de abril 1864, os juros danova operao comearam a ser contados de outubro de

    1863.Todas essas crticas parecem procedentes. Que valia, porm,a opinio do rebanho tosquiado contra o poder colossaldeRotschild, contra o grande abutre que desfraldara no cu daEuropa as largas asas negras depois que se fecharam emWaterloo as asas de ouro da guia imperial? Para queconcorrncias? Pois ele no comprara a explorao do Brasil

    desde o centro da terra at as mais altas nuvens do cu. Opovo dos jecas que suasse o suor do trabalho e da angstia, pagando os juros. O baro de Penedo continuaria aassombrar Londres com o fausto de suas recepesdiplomticas.

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    H muitas mscaras na histria do Brasil que precisam serviolentamente arrancadas!...

    Desde 1824, pagvamos juros, comisses, percentagens e

    amortizaes. Havia quarenta anos que o Brasil trabalhava.Entretanto, sem que entrasse nos seus cofres, o ouro sereproduzia sua custa no banco dos Rotschild, o ourosugava-lhe toda a seiva, o ouro o depauperava. Estava presoao eito do senhor judaico que, atravs de sua influencia poltica, se apoiava, para qualquer revolta do devedorespoliado, nos canhes das formidveis esquadras daInglaterra! Os governos so caixeiros e cobradores debanqueiros. A isso o liberalismo reduziu a Autoridade!

    Triste, desgraada condio a que nos rebaixava a economiapoltica cujos postulados eram vitoriosos na poca e sempreinsatisfeito, para quem os povos no so mais do querebanhos que se tosquiam vontade.

    A cada novo pedido do Governo Imperial, sempre em crise

    de dinheiro, o total dos emprstimos se avoluma. O dinheirovai tambm perdendo seu valor aquisitivo. A proporo digna de nota. So os juros que se acumulam e rendem juros.

    A 12 de setembro de 1865, o baro de Penedo negocia comRotschild um emprstimo de 5.000.000, valor real e 6.363.613 - 19 sh. e 2 d. valor nominal. A guerra do Paraguaiobrigava-nos a mais esse sacrifcio. Juros: 5 %. Prazo: 37

    anos. Comisso: 2 %. Agncia %. Selo %. Capitalrecebido: 3.700.000! Autorizou a operao o decreto de 6de julho de 1865. Parte do emprstimo foi convertida em1889. E do nosso bolso saram em troca dessas 3.700.000 abagatela de 14.668.950!!

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    As contas oficiais oferecem estes dados at 1883:

    Recebidos 44.444:000$000

    Juros pagos 70.910:803$005

    Custo total 116.354:655$308

    Em 1871, a 23 de fevereiro, o conselheiro e plenipotencirioJos Carlos de Almeida Areas firma novo contrato comRotschild, os bares assinalados Lionel, Nathan, Anthony e

    Mayer Amschell. O emprstimo de 3.000.000 reais e 3.459.634 nominais, com 2% de comisso, % decorretagem e despesas, tipo 89, juros de 5% e prazo de 38anos, para despesas extraordinrias do Imprio.Recebemos em cinco prestaes - sempre esse negcio deturco! - 2.670.000, que nos custaram afinal, capital e juros, 10.031.938! Sua autorizao est contida na lei n. 1.764

    de 28 de junho de 1870.Veja-se a conta do Tesouro at 1888:

    Recebidos 26.521:746$482

    Juros pagos 25.823:122$280

    Custo total 39.256:413$152

    O custo total est reduzido nesta conta, porque o emprstimodevia ser liquidado em 1911. Faltavam,. pois, 23 anos de juros e at 1888 s se tinha amortizado pequena parte,restando a pagar 2.655.900.

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    O baro de Penedo foi o negociador de nova operao decrdito com a casa Rotschild em 1875. Assinou-se o contratoa 18 de janeiro: 5.301.191 nominais, tipo 96 , juros de

    5%, e prazo de 38 anos, com a comisso de 2% e apercentagem de 1% sobre os dividendos, para despesasextraordinrias do Imprio.

    Recebemos 4.825.000 e restitumos 10.072.263!

    At 1888, quando ainda devamos 4.584.100 de capital efaltavam 27 anos de juros para 1915, data da liquidao, asituao era esta:

    Recebidos 44.444:000$000

    Juros pagos 34.446:881$272

    Custo total 46.358:888$165

    No ano de 1883, no dia 30 de outubro, o conselheiro Joo

    Jos do Rosrio, Diretor do Tesouro Nacional e delegado domesmo em Londres, contrata outro emprstimo comRotschild: 4.000.000 reais por 4.599.600 nominais, tipo89, taxa 4%, % de comisso sobre o resgate, 2% decomisso pura e simples; 1/8% de corretagem e prazo de 3anos, que as moratrias de 1898 e 1914 prorrogaram pormais 26. Sessenta e quatro anos ao todo! Some-se tudo e se

    ter esta maravilha: por 3.650.000 teremos de dar no fimdas contas 18.475.128!!

    Em verdade, duro de se dizer, mas chama-se a isso vender,inconscientemente talvez, mas vender, o futuro da nao!

    As contas imperiais at 1888 fornecem-nos estes dados:

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    Recebimentos 25.552:000$000

    Juros 10.158:796$404

    Custo 19.136:110$452

    S em 1922 deveria terminar o prazo. Restavam em 1888trinta e quatro anos de juros e ainda devamos do capitalnominal de 4.599.000 - 4.369.900. E s havamosrecebido em dinheiro de contado 3.560.000!

    Infelizmente, no parou a a histria financeira damonarquia. Em 1886, a 2 de fevereiro, novo contrato comRotschild42. F-lo o conselheiro Jos Antonio de AzevedoCastro, delegado do Tesouro Nacional na capital inglesa: 6.000.000 reais por 6.421.000 nominais, a juros de 5%,prazo de 37 anos, 1% sobre os dividendos, % sobre osresgates, 1/8% de corretagem, 1% do capital, para

    pagamento da dvida flutuante. Vede como antiga, j vemde longe e nos nossos dias ainda continua a flutuar. topesada e nunca vai ao fundo! So 5.700.000 que entram ecustaro 11.897.350.

    Em 1888, devamos ainda 6.398.900 de capital, mais doque o emprstimo lanado e muito mais do que a somarecebida, em virtude do desconto do tipo e do acrscimo das

    comisses e percentagens pagas a Rotschild e postas nonosso passivo. O emprstimo rendeu em moeda brasileira52.662.738$556 e custou at 1888 de juros e amortizaes8.496:547$634. Ponham-se em cima disto os juros, asamortizaes e as diferenas de cambio at 1927, fim de seu42 Bares Nathan Mayer, Alfredo, Carlos e Leopoldo.

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    prazo, se recuar de espanto em presena da formidvelquantia,

    No importa para o calculo de juros feito pela formula trivial

    de juros que os emprstimos tenham sido convertidos maisadiante, porque as converses somente fazem piorar asituao. Os prazos se alongam, os juros continuam a correracrescidos dos juros-atrasados, incorporados ao capital,tornados capital. Se algum erro se cometeu, foi para menos.

    O ministrio da Fazenda tratou diretamente com Rotschild o penltimo emprstimo do Imprio, estando na pasta o

    conselheiro Joo Alfredo Corra de Oliveira, em 1888, de 6.000.000 reais e 6.257.200 nominais, tipo 97, juros de4%, 1% de comisso, 1% de corretagem e prazo de 37anos. Produziu 5.820.000 pelas quais pagaremos um totalde 8.260.304 de juros e 6.257.300 de capital ou sejam 14.548.885. Quase quinze milhes!

    O derradeiro emprstimo do regime imperial, negociado pelo

    conselheiro Jos A. de Azevedo e Castro, delegado doTesouro, com Rotschild, destinado converso dosemprstimos de 1865, 1871, 1875 e 1888, foi o de 1889, de 17.213.500, tipo 90, juros de 5 % e prazo de 56 anos, isto at 1945! Rendeu 15.492.150 pelas quais daremos 55.571.740!!! Esta operao foi ratificada pelo GovernoRepublicano em 1890, a 29 de abril, assinando pelaRepublica o mesmo conselheiro que assinara antes peloImprio.Os nmeros tornaram-se quase astronmicos.

    Segundo Amaro Cavalcanti43, o Imprio legou Repblicauma divida estrangeira total de 30.283.200 de capital, no43 Amaro Cavalcanti Resenha financeira do Ex-Imprio do Brasil.

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    se computando nela os monstruosos juros a serem pagos.Essa dvida comeara em 1824 modestamente com 3.000.000, em duas fornadas e varias prestaes, mediante

    um contrato leonino. Havamos pago juros e amortizaescontinuamente com graves sacrifcios para a.economianacional. Do dinheiro das escandalosas, ruinosas e onerosasou tristes operaes realizadas, pouca, muito pouca cousanos tinha servido para o desenvolvimento de linhas frreas, opagamento de despesas de guerra ou de dividas internas. Aquase totalidade destinara-se sempre a pagar remanescentes,excedentes, juros vencidos e acumulados das dividas

    estrangeiras. E, aps 65 anos de trabalho ininterrupto,devamos dez vezes mais!

    Tnhamos sido uma colnia dos Rotschild e somente dosRotschild, porque, pelas operaes feitas

    subseqentemente s contratadas com outros banqueiros,eles haviam monopolizado todas as nossas dvidas. Eafirmavam tanta confiana em ns que, com os ttulosbrasileiros, dotavam as filhas nos festivos dias de npcias...Muita honra. para um pobre marqus de carregao como oBrasil!

    Parafraseemos uma advertncia inspirada de Chamberlain, oerudito autor de As origens do sculo XIX: E ns,predestinados por tudo a dar vida a uma nova concepo domundo, mais profunda, mais humana, mais elevada do quequalquer outra; para iluminar com sua luz e vitalizar com seucalor toda a nossa cultura ns nos amarramos com as prprias mos ao carro triunfante de Israel e seguimoscabisbaixos como escravos as arcas carregadas de ouro docapitalismo sem ptria!

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    Durar isso para sempre? Ser esse o nosso trgico destino?Seremos servos humildes do judasmo capitalista deRotschild ou escravos submissos do judasmo comunista de

    Trotski, pontos extremos da oscilao do pndulo judaico nomundo? Ou encontraremos no fundo d alma nacional aqueleesprito imortal de catequizadores, descobridores, bandeirantes e guerreiros, nico que nos poder livrar deambos os apocalipses?Desperta Brasil, adormecido eternamente em beroesplndido, desperta e caminha! J tempo de fazeresr