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Guias Práticos Regionais de Empreendedorismo e de Promoção de Competitividade Energia, Ambiente e Sustentabilidade

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Guias  Práticos  Regionais  de  

Empreendedorismo  e  de  Promoção  de  

Competitividade  

 

 

Energia,  Ambiente  e  Sustentabilidade  

 

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► Energia,  Ambiente  e  Sustentabilidade  

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ÍNDICE  

 

Preâmbulo ......................................................................................................................................... 4  

1.  Informação  Regional...................................................................................................................... 6  

1.1.  Informação  de  Referência....................................................................................................... 6  

1.1.1.  Centros  Tecnológicos  e  Centros  de  Saber........................................................................ 6  

1.1.2.  Apoios  disponíveis ........................................................................................................... 7  

1.1.3.  Legislação  geral  e  links  úteis ............................................................................................ 8  

1.2.  O  mercado  regional .............................................................................................................. 10  

1.2.1.  Caracterização  geral  e  dinâmica  económica  e  social ..................................................... 10  

1.2.2.  Barreiras  à  entrada  e  envolvente  competitiva .............................................................. 10  

2.  Desenvolvimento  de  Projectos  Empresariais .............................................................................. 12  

2.1.  Da  Ideia  ao  projecto.............................................................................................................. 12  

2.1.1.  Estruturar  a  Ideia ........................................................................................................... 12  

2.1.1.1.  Como  surgiu  e  qual  a  viabilidade  de  a  desenvolver? .............................................. 12  

2.1.1.2.  Que  necessidade  vai  preencher? ............................................................................ 12  

2.1.2.  Estruturar  o  Projecto ..................................................................................................... 13  

2.1.2.1.  Objectivo................................................................................................................. 13  

2.1.2.2.  Meios ...................................................................................................................... 14  

2.2.  Um  Projecto  na  área  da  Energia,  Ambiente  e  Sustentabilidade........................................... 15  

2.2.1.  Avançar  com  o  Projecto................................................................................................. 15  

2.2.1.1.  O  financiamento  do  Projecto.................................................................................. 18  

2.2.1.2.  Constituir  a  empresa............................................................................................... 19  

2.2.1.3.  Escolher  os  sócios ................................................................................................... 19  

2.2.1.4.  Escolher  o  tipo  de  empresa .................................................................................... 20  

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2.2.2.  Assegurar  a  sustentabilidade  do  Projecto ..................................................................... 21  

2.2.2.1.  A  estratégia  e  a  sua  implementação....................................................................... 21  

2.2.2.2.  A  organização.......................................................................................................... 26  

2.2.2.3.  O  marketing ............................................................................................................ 27  

2.2.2.4.  As  finanças .............................................................................................................. 28  

2.2.3.  O  Plano  de  Negócio........................................................................................................ 30  

Algumas  Referências  Bibliográficas ................................................................................................. 33  

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A  Quem  se  Destina  este  Manual?  

 

  O  Manual  foi  elaborado  para  um  público-­‐alvo  específico  –  o(a)  empreendedor(a).    

  O  conceito  de  empreendedor  é  muito  abrangente,  abrangendo  uma  enorme  diversidade  

de   naturezas,   dimensões,   áreas   de   negócio,   mercados   geográficos,   mas   com   uma   motivação  

comum,  a  de  progredir,  dando  início  a  algo  que  gere  riqueza  e  seja  útil  para  a  comunidade.    

  Daí,  a  dificuldade  de  produzir  um  documento  com  o  mesmo  grau  de  utilidade  para  todos  

os   que   sejam   empreendedores.   Pelo   que   se   explica   o   seu   conteúdo   mais   geral,   ainda   que  

centrado  em  aspectos  nucleares  e  práticos,  de  modo  a  orientar  antecipadamente  a  estruturação  

das  ideias  e  a  acção,  por  via  de  alguns  pressupostos  a  ter  em  conta  e  da  indicação  de  experiências  

e  informação  a  pesquisar.  

 

Quais  os  Objectivos  que  Persegue?  

 

  Os  objectivos  que  nortearam  a  redacção  do  documento  são  de  duas  naturezas:  

 

Φ Servir  de  guia  prático  para  a  acção;  

Φ Facilitar  a  reflexão  e  a  validação  de  ideias.  

 

  De   modo   muito   conciso,   o   que   se   pretende   é   alertar   o(a)   empreendedor(a)   para   os  

aspectos   cruciais   de   iniciar   uma   actividade   empresarial,   num  momento   conjuntural   com   tantas  

oportunidades,  mas  também  com  tantos  riscos  e  incertezas.  

 

O  que  contém  

 

  Pretende-­‐se   fomentar   uma  utilização   flexível,   isto   é,   em  qualquer  momento   e   situação.  

Daí  a  sua  estrutura  directa  e  a  redacção  mais  virada  para  a  aplicabilidade  e  menos  para  o  conceito  

teórico  subjacente.  

  Assim,  fornece-­‐se  de  início  um  conjunto  de  informação  regional,  disponível  para  pesquisa  

mais   aprofundada,   entrando-­‐se   de   seguida   no   processo   que   vai   da   ideia   ao   projecto   concreto.  

Preâmbulo  

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Trata-­‐se   de   um   caminho   normalmente   seguido   por   todos   os   empreendedores,   em   cujas   fases  

apontamos   os   principais   aspectos   a   ter   em   conta,   numa   perspectiva   mista   de   exequibilidade,  

prudência  e  bom-­‐senso.  

  A   estruturação   do   projecto   em   si   mesmo   obedece   aos   normais   pressupostos   técnicos,  

tendo-­‐nos   limitado  a   colocar  o  enfoque  nos  aspectos  mais  essenciais  e   relativamente  aos  quais  

notamos   algumas   carências   nos   projectos   a   que   temos   tido   acesso,   sobretudo   nos   de   menor  

dimensão.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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1.1.1.  Centros  Tecnológicos  e  Centros  de  Saber  

 

Universidade  e  Institutos  

 

Φ Instituto  Politécnico  de  Coimbra    

Φ Instituto  Superior  Miguel  Torga  

Φ Universidade  de  Coimbra  

o Gabinete  de  Apoio  às  Transferências  de  Saber  

o Instituto  Pedro  Nunes  

Φ Escola  Universitária  das  Artes  de  Coimbra  

Φ Universidade  de  Aveiro  

Φ Instituto  Português  de  administração  e  Marketing  de  Aveiro  

Φ Instituto  Jean  Piaget  de  Arcozelo  (Viseu)  

Φ Instituto  Politécnico  de  Viseu  

Φ Universidade  Católica  Portuguesa  (Beiras)  

Φ Instituto  Superior  de  Ciências  Educativas  de  Mangualde  

Φ Instituto  Politécnico  da  Guarda  

Φ Instituto  Politécnico  de  Leiria  

Φ Instituto  Superior  de  Linguas  e  Administração  (Leiria)  

Φ Instituto  Superior  Dom  Diniz  

Φ Instituto  Politécnico  de  Castelo  Branco  

Φ Universidade  da  Beira  Interior  

 

Parques  de  Ciência  e  Tecnologia  

 

Φ Feirapark  –  Santa  Maria  da  Feira  

Φ Sanjotec  –  São  João  da  Madeira  

Φ Biocant  –  Cantanhede  

1.  Informação  Regional  

1.1.  Informação  de  Referência  

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Φ Parkurbis  –  Covilhã  

Φ Coimbra  iParque  –  Coimbra  

Φ Tagusvalley  –  Abrantes  

Φ Óbidos  Terra  Digital  –  Óbidos  

 

Incubadoras  

 

Φ AIBAP  –  Associação  para  a  Incubadora  do  Beira  Atlântico  Parque  (Mira)  

Φ IEFF  –  Incubadora  de  Empresas  da  Figueira  da  Foz  

Φ Incubadora  D.  Dinis  (Leiria)  

Φ Incubadora  de  Empresas  da  Universidade  de  Aveiro  

Φ Instituto  Pedro  Nunes  –  Incubadora  de  Empresas  e  Ideias  (Coimbra)  

Φ OPEN  –  Associação  para  as  Oportunidades  Específicas  de  Negócio  (Marinha  Grande)  

Φ PARKURBIS  –  Parque  de  Ciência  e  Tecnologia  da  Covilhã  SA    

Φ WRC  –  Web  para  a  Região  Centro,  Agência  de  Desenvolvimento  Regional  SA  (Curia)  

 

Agências  de  Desenvolvimento  Regional  

 

Φ ADRAVE  –  Agência  de  Desenvolvimento  Regional  do  Vale  do  Ave  

Φ ADReDv  –  Agência  de  Desenvolviemnto  Regional  de  Entre  Douro  e  Vouga  

Φ AD-­‐ELO  –  Agência  de  Desenvolvimento  Local  da  Bairrada  e  do  Mondego  

Φ ADRAT  –  Agência  de  Desenvolvimento  Regional  do  Alto  Tâmega  

Φ ADREDT  –  Agência  do  Desenvolvimento  Regional  de  Entre  Douro  e  Tâmega  

Φ ADRVE  –  Agência  de  Desenvolviemnto  Regional  do  Vale  do  Cávado  

Φ BEIRA  LUSA  –  Agência  de  Desenvolviemnto  Regional  para  a  Beira  Interior  Sul  e  Cova  da          

Beira  

Φ WINCENTRO  –  Agência  de  Desenvolvimento  Regional  

 

1.1.2.  Apoios  disponíveis  

 

Φ Mais  Centro  -­‐  O  Programa  Operacional  (PO)  Regional  do  Centro  é  um  programa  no  âmbito  

do  QREN  destinado  exclusivamente  à  Região  Centro  -­‐  www.maiscentro.qren.pt  

 

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  Ainda  no  âmbito  do  QREN  existem  outros  Programas  Operacionais  de  apoio,  que  importa  

referir:    

 

Φ PO  Factores  de  Competitividade  –  www.pofc.qren.pt  

Φ PO  Valorização  do  Território  –  www.povt.qren.pt  

Φ PO  Potencial  Humano  –  www.poph.qren.pt  

   

  Adicionalmente,   temos   ainda  no   âmbito  dos   Fundos   Estruturais   na  Região,  mas   fora  do  

âmbito  do  QREN:  

 

Φ Fundo  Europeu  Agrícola  de  Desenvolvimento  Rural  -­‐  

www.igfse.pt/content.asp?startAt=1&categoryID=264&newsID=1841  

Φ Fundo  Europeu  das  Pescas  -­‐  

www.igfse.pt/content.asp?startAt=1&categoryID=264&newsID=1839  

 

  Um   contacto   também   a   explorar   para   eventuais   fontes   de   financiamento   é   o   da  

Associação  Portuguesa  de  Business  Angels  –  www.apba.pt  

 

 

1.1.3.  Legislação  geral  e  links  úteis  

 

  Legislação  Geral  

   

  Um  excelente  “ponto  de  acesso”  à  Legislação  Nacional   sobre   temas   relacionados  com  o  

empreendedorismo   e   sobre   a   actividade   empresarial   em   geral,   é   o   site   do   IAPMEI   –  

www.iapmei.pt  –  onde  podem  encontrar  links  para  acesso  aos  diplomas  relevantes.    

  Ver,  em  particular,  www.iapmei.pt/iapmei-­‐leg-­‐01.php?ambito=1  

 

  Legislação  sobre  Energia  e  Ambiente  

 

Φ Nacional  

Despacho  nº  14076/2010;  Decreto  Legislativo  Regional  n.º  16/2009/A;  Despacho  n.º  

11020/2009;  Despacho  n.º  10250/2008;  Decreto  Legislativo  Regional  n.º  1/2008/M;  

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Portaria   nº   835/2007;   Portaria   nº   461/2007;   Regulamento   das   Características   de  

Comportamento   Térmico   dos   Edifícios   (RCCTE);   Regulamento   dos   Sistemas  

Energéticos   de   Climatização   em   Edifícios   (RSECE);   Sistema  Nacional   de   Certificação  

Energética  e  da  Qualidade  do  Ar   Interior  nos  Edifícios   (SCE):  Decreto-­‐lei  n.º  9/2007,  

de  17  de  Janeiro,  que  aprova  o  Regulamento  Geral  de  Ruído  (RGR),  rectificado  pela  

Declaração  de  Rectificação  n.º  18/2007,  de  16  de  Março,  e  alterado  pelo  Decreto-­‐lei  

n.º  278/2007  de  1  de  Agosto;  Decreto-­‐lei  n.º  146/2006,  de  31  de  Julho,  que  transpõe  

a  Directiva  n.º  2002/49/CE,  do  Parlamento  Europeu  e  do  Conselho,  de  25  de  Junho,  

relativa   à   avaliação   e   gestão   do   ruído   ambiente,   rectificado   pela   Declaração   de  

Rectificação  n.º  57/2006,  de  31  de  Agosto.  

 

Φ Comunitária  

  Projecto  de  Norma  prEN  15217:2005;  Directiva  Comunitária  2002/91/CE  

 

Φ Outros  documentos  

  Protocolo  Comissão  Tripartida;  Protocolo  SCE;  Decreto-­‐Lei  n.º  152/2005;  Decreto-­‐Lei  

n.º   35/2008;   Decreto-­‐Lei   n.º   555/99;   Decreto-­‐Lei   n.º   177/2001;   Lei   n.º   60/2007;  

Portaria   n.º   1110/2001;   Lei   n.º   37/2007;   Decreto-­‐Lei   n.º   181/2006;   Decreto-­‐Lei   n.º  

225/2007;   Declaração   de   Rectificação   n.º   71/2007;   Decreto-­‐Lei   n.º   363/2007;  

Decreto-­‐Lei  n.º  108/2007;  Portaria  n.º  54/2008;  Decreto-­‐Lei  n.º  71/2008  

 

Links  úteis  Nacionais  

 

Φ Direcção  Geral  de  Energia  e  Geologia  (DGEG)  -­‐  www.dgge.pt  

Φ Agência  Portuguesa  do  Ambiente  (APA)  -­‐  www.apambiente.pt  

Φ Inspecção-­‐Geral  do  Ambiente  e  do  Ordenamento  do  Território  (IGAOT)  -­‐  

www.igaot.pt  

 

Links  úteis  Internacionais  

 

Φ European  Building  Performance  Directive  Concerted  Action  -­‐  www.epbd-­‐ca.org  

Φ Energy  policy  for  a  competitive  Europe  -­‐  http://ec.europa.eu/energy/index_en.htm  

Φ GreenBuilding  -­‐  www.eu-­‐greenbuilding.org  

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1.2.1.  Caracterização  geral  e  dinâmica  económica  e  social  

 

  A  Região  Centro,  por  confronto  com  as  restantes  regiões  de  Portugal,  caracteriza-­‐se  por  

uma  estrutura  produtiva  muito  diversificada  e   territorialmente  heterogénea,  apresentando  uma  

variedade   de   especializações   produtivas   tradicionais,   algumas   com   forte   inserção   internacional  

(cerâmica  e  vidro;  indústrias  agro-­‐alimentares;  metalurgias  de  base  e  indústrias  de  fabricação  de  

máquinas  e  equipamento,  plásticos,  etc.).    

  Além   disso,   apresenta   boas   taxas   de   escolarização   da   população   e   condições   para   o  

desenvolvimento   de   actividades   de   investigação   científica,   nomeadamente   nas   áreas   de   saúde,  

engenharia  dos  materiais,  electrónica,  biotecnologia  e  tecnologias  de  informação  e  comunicação.  

Existe   também   uma   boa   rede   de   universidades,   centros   tecnológicos   e   instituições   total   ou  

parcialmente   dedicadas   à   investigação   científica   e   ao   desenvolvimento   e   transferência   de  

tecnologia.  

  Com  um  tecido  empresarial  dinâmico  e  um  sistema  regional  de  inovação,  tem  propiciado  

o   despontar   de   novas   empresas   em   sectores   emergentes,   com   boa   afirmação   nos   mercados  

internacionais.   Oferece,   ainda,   uma   qualidade   de   vida   elevada   aos   seus   habitantes,   detendo  

serviços  de  excelência  na  área  da  educação  e  da  saúde,  equipamentos  e  actividades  na  área  da  

cultura   e   do   lazer,   centros   urbanos   com   dimensão   adequada   e   paisagens   urbanas   e   rurais  

atractivas.  

 

   

1.2.2.  Barreiras  à  entrada  e  envolvente  competitiva  

   

  Encarando   o   mercado   global   regional,   as   barreiras   à   entrada,   ou   seja,   as   limitações   à  

implementação  de  novos  projectos  centram-­‐se,  em  termos  genéricos,  nos  seguintes  factores:  

 

Φ Existência  de  condicionantes  legais  para  a  entrada  num  sector  ou  mercado,  tais  como  

licenças  ou  alvarás;  

Φ Necessidade  de  montantes  elevados  de  investimento;  

Φ Necessidade  de  uma  elevada  capacidade  técnica  e/ou  científica;  

1.2.  O  mercado  regional  

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Φ Notoriedade  e  curva  de  experiência  das  empresas  já  instaladas  nesses  mercados;  

Φ Capacidade  de  retaliação  a  novos  entrantes;  

Φ Capacidade   de   satisfazer   as   necessidades   dos   actuais   consumidores   e/ou   actuais   e  

potenciais  clientes.  

 

  Por  isso,  os  novos  empreendimentos  empresariais  devem  ter  em  conta  a  necessidade  de  

desenvolver  um  trabalho  prévio  que  contemple:  

 

Φ O   conhecimento   da   legislação   geral   das   actividades   económicas   e   da   legislação  

específica  do  sector;  

Φ A   identificação   das   actividades   e   dos   produtos   mais   adequados   e   dinâmicos,   bem  

como  a  compreensão  do  modo  como  se  organizam  as  respectivas  cadeias  de  valor  e  

redes  de  cooperação  internacional;  

Φ Compreensão  da   evolução  de  núcleos   empresariais   e  clusters   regionais,   bem   como  

das  condições  sócio-­‐económico-­‐culturais  da  população;  

Φ A  identificação  do  que  as  regiões  concorrentes  oferecem,  utilizando  o  benchmarking  

para  identificar  posições  relativas,  num  contexto  competitivo  alargado;  

Φ O   desenvolvimento   de   um   marketing,   capaz   e   diferenciador,   ancorado   num  

posicionamento  específico.  

 

A  envolvente  competitiva  depende  muito  do  sector  e  da  sua  estrutura  empresarial,  sendo  

que   a   sua   compreensão   é   um   elemento   essencial   a   ter   em   conta   no   arranque   de   qualquer  

projecto   empresarial,   pois   vai   condicionar   fortemente   a   estratégia   a   adoptar   e   a   evolução   do  

próprio  projecto.  

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2.1.1.  Estruturar  a  Ideia  

 

2.1.1.1.  Como  surgiu  e  qual  a  viabilidade  de  a  desenvolver?  

 

  Como   surgiu   a   ideia?   De   estudos   efectuados?   Do   desenvolvimento   de   experiências  

científicas?  De  conhecimento  adquirido?  Qual  a  viabilidade  de  desenvolver  a  ideia?  

  É   importante  ter  consciência  da  origem  da   ideia.  É  algo  de   inovador  que  não  existe?  Foi  

uma  “luz”  que  se  acendeu?  Uma  inspiração  criativa?  

  Mas   também   é   importante   ter   consciência   da   sua   viabilização.   É   algo   que   pode   ser  

desenvolvido  com  o  conhecimento  detido?  Que  tempo  e  que  custos  envolve?    

  É   fundamental   colocarmos   estas   questões   pois   não   chega   ter   uma   ideia,   por   mais  

brilhante  e  original  que  seja.  É  necessário  que  essa  ideia  seja  viável,  face  à  tecnologia  existente  e  

aos  custos    envolvidos  no  seu  desenvolvimento.  Porque  uma  ideia  para  se  tornar  num  produto  ou  

serviço,  ainda  tem  um  longo  caminho  a  percorrer.  

  Nesta  fase  não  podemos  perder  de  vista  a  exequibilidade  da  ideia.  Afinal  para  que  serve?  

 

2.1.1.2.  Que  necessidade  vai  preencher?  

 

  Mas   não   chega   ter   uma   ideia   original   ou   identificar   uma   inovação,   algo   que   ainda   não  

existe.   Importa   também   perceber   se   essa   ideia,   se   essa   inovação,   vai   preencher   alguma  

necessidade,  ou  seja,  se  existe  um  mercado  para  ela.    

  Uma   ideia  sem  um  mercado  não  tem  razão  de  existir.  Mas  para   identificar  se  existe  um  

mercado   temos   de   começar   por   estruturar   a   ideia   de   forma   a   podermos   transformá-­‐la   num  

produto  ou   serviço.  A   seguir   temos  de  perceber   se  esse  produto  ou   serviço   vai   preencher  uma  

necessidade,   se   vai   resolver   um  problema  que   os   potenciais   clientes   possam  estar   a   enfrentar,  

mas  também  se  o  vai  fazer  por  um  preço  competitivo,  por  um  preço  que  seja  aceitável  por  esses  

potenciais  clientes.    

2.  Desenvolvimento  de  Projectos  Empresariais  

2.1.  Da  Ideia  ao  projecto  

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2.1.2.  Estruturar  o  Projecto  

 

2.1.2.1.  Objectivo  

 

  Qual  o  objectivo?  O  que  se  pretende  atingir?  

  Quando   um   empreendedor   tem   uma   ideia   e   a   pretende   materializar   num   produto   ou  

serviço,   tem   de   definir   um   objectivo.   Mas   tem   também   de   ter   claras   as   suas   motivações:  

satisfação  pessoal?  Notoriedade?  Autonomia  financeira?    

  Esta   questão   assume   grande   importância   porque   a   materialização   de   um   projecto   de  

empreendedorismo   implica   um   elevado   grau   de   empenho,   de   sacrifício,   de   resistência   e  

representa,  frequentemente,  uma  mudança  radical  no  rumo  de  vida  do  empreendedor.  

  Adicionalmente,   as   suas   motivações   vão   influenciar   a   forma   como   vai   procurar  

materializar   o   seu   projecto,   afectando   um   conjunto   de   decisões   que   são   críticas   para   o   seu  

sucesso.  

  O   objectivo   deve   estar   claramente   definido   porque   vai   ser   o   “farol”   que   vai   guiar   o  

empreendedor  ao  longo  do  seu  trajecto,  que  lhe  vai  permitir  reencontrar  o  seu  caminho  sempre  

que   se   sentir   perdido,  mas   também  que   lhe   vai   servir   de   inspiração   relembrando   porque   tudo  

começou.  

  É  por  esse  motivo  que  o  objectivo  deve  ser:  

 

Φ claro,  bem  definido,  para  sabermos  o  que  pretendemos  atingir;  

Φ quantificável,  para  termos  uma  medida  que  nos  indique  como  está  a  ser  atingido;  

Φ acordado,  pois  quando  existem  vários  participantes,  o  objectivo  deve   ser  acordado  

entre  eles,  para  assegurar  o  seu  envolvimento;  

Φ realista,  passível  de  ser  atingido;  

Φ definido   no   tempo,   pois   só   assim   temos   um   horizonte   temporal   para   a   sua  

realização.  

   

  Sendo   todos   importantes,   a   quantificação   e   a   definição   de   um   horizonte   temporal  

permitem   uma   focalização   que   vai   ser   fundamental   na   estruturação   de   métricas   para  

acompanhamento  do  projecto.  

   

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  Normalmente   utiliza-­‐se   o   acrónimo   SMART1   para   explicitar   as   características   dos  

objectivos  pela  facilidade  em  memorizar  o  seu  significado.  Dizer  que  “objectives  must  be  smart”  

equivale   a   dizer   que   os   objectivos   devem   ser   inteligentes,   o   que   se   consegue,   com   as  

características  acima.  

 

2.1.2.2.  Meios  

 

  Para  a  materialização  de  um  projecto  é  preciso  que  existam  meios,  ou  seja,  um  conjunto  

de   elementos   de   suporte   que   o   permitam   realizar.   Tal   como   numa   casa   é   necessário   ter   uma  

estrutura   sobre   a   qual   esta   vai   assentar,   também   um   projecto   empresarial   necessita   de   uma  

estrutura  sobre  a  qual  vai  assentar  e  que  vai  permitir  o  seu  desenvolvimento.  

  Os  meios,  os  elementos  de   suporte  do  projecto,   incluem  desde  os  meios  humanos,   aos  

meios   tecnológicos   e   financeiros,   ou   seja,   todos   os   elementos   necessários   para   que   o   projecto  

tenha   sucesso   e   que   vão   desde   os   conhecimentos   técnicos,   à   capacidade   de   gestão,   passando  

peos  financiamentos  necessários  ao  arranque  e  continuidade  da  operação.  

  Na  avaliação  dos  meios  é  necessário  ter  em  conta  quais  os  elementos  de  suporte  que  vão  

ser  necessários  para  o  projecto,  os  quais,  por  sua  vez,  dependem  de  vários  factores  relacionados  

com  o  próprio  projecto,  tais  como:  

 

Φ A  complexidade   técnica  –  o  promotor   tem  os   conhecimentos   técnicos  necessários?  

Se   for   um   projecto   tecnológico,   normalmente   é   o   caso,   mas   será   suficiente?   Que  

apoio   adicional   vai   necessitar?   Será   possível   começar   com   um   ou  mais   estagiários  

que   serão   formados   ou   especializados   internamente?   Ou,   pelo   contrário,   serão  

necessários,   logo  à  partida,  um  ou  mais  colaboradores  com  conhecimentos  técnicos  

específicos?  

Φ A   dimensão   –   a   dimensão   que   se   pretende   do   projecto   vai   influenciar   o   nível   de  

suporte  necessário,  em  particular  no  que  se  refere  aos  meios  humanos  e  financeiros,  

mas  sem  esquecer  outros  que  o  podem  condicionar  como,  por  exemplo,  a  localização  

ou  a  logística.  

                                                                                                                         1   Specific   (claro)   Measurable   (quantificável)   Agreed   upon   (acordado)   Realistic   (realista)   Time-­‐related  (definido  no  tempo)  

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Φ A   abrangência   –   a   abrangência   do   projecto,   tal   como   a   sua   dimensão,   condiciona  

igualmente  o  volume  de  suporte  que   irá  ser  necessário  para  o  desenvolvimento  do  

projecto,  na  medida  em  que  pode  envolver  um  conjunto  alargado  de  conhecimentos  

e  competências.  

 

 

 

2.2.1.  Avançar  com  o  Projecto  

 

  São   muitas   as   hipóteses   de   transformar   uma   ideia   num   projecto   competitivo,   num  

domínio  tão  vasto,  transversal  e  actual  como  este.  Ainda  que  se  tenha  assistido  nos  últimos  anos,  

ao   aparecimento   de   iniciativas   de   cariz   e   dimensão   diversa   no   grande   domínio   da   energia,  

ambiente  e  sustentabilidade,  há  espaço  para  o  lançamento  de  novos  negócios.  

 

  Em  termos  sucintos,  poderemos  dizer  que  este  ambiente  geral  se  divide  em:  

 

Φ Projectos  com  fortes   investimentos  em  equipamentos,  pressupondo  capitais   iniciais  

avultados;  

Φ Projectos  de  investigação  associada  ao  desenvolvimento/melhoria  tecnológica  

Φ Projectos   de   prestação   de   serviços   de   apoio   a   empresas   e   indivíduos   –   estudos,  

certificações,  instalações,  testes,  etc.  

   

  Portugal   está   na   linha   da   frente   no   que   concerne   à   sustentabilidade   e   à   eficiência  

energética,  com  particular  enfoque  nas  energias  renováveis  e  na  mobilidade  eléctrica.  Quanto  à  

eficiência  energética,  a  certificação  de  edifícios  residenciais,  serviços  e  indústria  promoveram  uma  

maior  sustentabilidade.  No  seu  conjunto,  abriu-­‐se  um  mercado  que  abarca  uma  cadeia  de  valor  

que  vai  desde  o  estudo,  desenvolvimento  e  produção  de  equipamentos,  instalação  e  montagem,  

assistência   técnica,   até   ao   apoio   técnico   com   estudos,   auditorias,   consultoria   de   gestão.

  Ficam   em   aberto   muitas   hipóteses   de   negócio   que   podem   ser   postas   em   prática   por  

empreendedores   com   capacidades   diversas   e   que   podem   assumir  massas   críticas   e   dimensões  

diversas.  

  À  medida  que  a  sociedade  se  desenvolve,  o  consumo  de  energia  e  a  utilização  de  recursos  

2.2.  Um  Projecto  na  área  da  Energia,  Ambiente  e  Sustentabilidade  

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naturais   aumentam.   Mas,   nem   sempre   de   modo   eficiente.   E   isso   é   algo   que   urge   mudar.   As  

empresas  e  os  países  podem  aumentar  muito  a  respectiva  competitividade  se  puserem  em  prática  

medidas  de  eficiência  e  explorarem  os  seus  recursos  de  modo  equilibrado  e  corrente.    

  O  empresário  tem  uma  responsabilidade  ambiental  acrescida  neste  século,  uma  vez  que  a  

maioria   dos   recursos   tem   vindo   a   ser   explorada   intensivamente,   pondo   em   risco   a   sua  

manutenção   futura.   Se   é   certo  que   a   indústria   há  muito   tem  vindo  a  pôr   em  prática  processos  

mais  “amigos”  do  ambiente  e  sustentáveis,  tal  não  tem  acontecido  nos  sectores  dos  transportes,  

da   habitação   e   dos   serviços.   O   modelo   de   desenvolvimento   das   chamadas   economias  

emergentes,  sendo  o  mesmo  que  os  países  mais  desenvolvidos  adoptaram  no  passado,  lança  uma  

grande  pressão  nos  recursos  e  no  ambiente,  em  geral.  

  O   agravamento   das   emissões   de   gases   com   efeito   de   estufa,   a   par   do   consumo  

exponencial   de   fontes   energéticas   comprometem   seriamente   a   sustentabilidade   futura   do  

planeta.  E  somos  todos  parte  deste  cenário.  

  Daí  que  os  novos  projectos  devam  adoptar  soluções  e  processos  que  permitam  travar  esta  

escalada  e  contribuir  para  a   inversão  da  situação.  E  este   imperativo  conduz  a  uma  mudança  de  

comportamentos  individuais  e  colectivos.  

  Dependemos   cada   vez   mais   das   fontes   energéticas.   O   consumo   de   energia   é  

determinante   para   o   desenvolvimento   económico   e   social   de   todos   os   países   e   espaços  

económicos.   Contudo,   este   padrão   de   desenvolvimento   não   é   fácil.   Porque   temos   de   poupar  

energia?  Porque  temos  de  mudar  o  modelo  energético?  Porque  é  necessário  ter  maior  eficiência?  

   

  Estas  perguntas  são  respondidas  por  dois  factos  inequívocos:  

 

Φ As  energias  não  renováveis,  ou  de  origem  fóssil,  estão  em  extinção;  

Φ O  meio  ambiente  está  a  sofrer  impactes  negativos,  já  hoje  insustentáveis.  

 

  O  que  são  as  fontes  de  energia  renováveis?  

  São   todas   as   que   subsistem   de   forma   permanente,   com   é   o   caso   das   energias   solar,  

hídrica,  eólica,  biomassa,  marés,  das  ondas  e  geotérmica.  Estas  energias   têm  ainda  um   impacte  

ambiental  nulo  ao  não  gerarem  emissão  de  gases  com  efeito  de  estufa.  

  As  energias  não  renováveis  apresentam  reservas  limitadas,  como  são  os  casos  do  carvão,  

gás  natural,  petróleo  e  urânio.  À  medida  que  o  respectivo  consumo  aumenta  e  a  sua  extracção  se  

torna   mais   difícil   o   seu   custo   sobe,   aliado   ainda   aos   mecanismos   da   oferta   e   da   procura   e   a  

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17  

 

constrangimentos  de  cariz  geo-­‐político.  

  Ora,   a   transformação,   transporte   e   utilização   final   da   energia   têm   impactes   ambientais  

negativos,  a  nível  local  e  global.  Na  fase  de  exploração,  os  resíduos  gerados  contaminam  águas  e  

solos  e  geram  emissões  para  a  atmosfera.    

  O  transporte  e  distribuição  também  afectam  o  meio  ambiente,  por  via  dos  impactes  das  

redes  eléctricas  ou  oleodutos  e  gasodutos  e  até  marés  negras,  afectando  ecossistemas.  Acresce  

que  a  produção  de  energia,  a  partir  de  fontes  fósseis,  precisa  de  um  processo  de  combustão,  quer  

em   centrais   eléctricas,   quer   localmente   em   caldeiras   ou  motores   de   veículos,   originando   CO2,  

outros  gases  e  partículas  poluentes,  que  prejudicam  a  saúde.  

 

  Tome  nota:  

Φ Consumir   energia   de   origem   fóssil   leva   à   extinção   de   reservas,   aumenta   a  

dependência  energética  e  a  degradação  ambiental:  

Φ Os   veículos,   o   aquecimento   eo   consumo   eléctrico   são   os   grandes  

responsáveis  pela  emissão  de  CO2  e  o  efeito  de  estufa;  

Φ As  energias  renováveis  são  inesgotáveis  e  têm  fraco  impacte  ambiental.  

Φ Consumimos,  cada  vez  mais,  energia,  prevendo-­‐se  que  o  consumo  duplique  

nos  próximos  35  anos  e  triplique  daqui  a  55  anos.  Os  sectores  da  habitação  e  

dos   transportes   são   os   grandes   responsáveis   pelo   aumento   mais   que  

proporcional   do   consumo.   Portugal   depende   energeticamente   do   exterior  

em   cerca   de   80%.   A   nossa   principal   fonte   de   energia   é   o   petróleo   e   seus  

derivados.  

   

  Por  tudo  isto,  estamos  a  falar  da  necessidade  de  colocar  no  mercado  um  vasto  conjunto  

de   soluções,   em   equipamentos   e   serviços,   que   suportem   a   necessária   e   em   curso   mudança  

gradual  de  paradigma  de  consumo.  Avançar  com  um  projecto  nesta  área  é  algo  estrategicamente  

de  ponderar.  

  Há  mercado?  Que  tipo  de  actividade?  

  O  mercado  existe  e  comporta  as  dificuldades  de   todos  os  mercados  actuais  –  nada  está  

garantido.   Todavia   e   considerando   as   grandes   áreas   de   equipamento/soluções   e   prestação   de  

serviços,  temos  algumas  vertentes  que  é  importante  referir:  

 

Φ Investigação  

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Φ Desenvolvimento  e  produção  

Φ Representação  e  comercializaçãoServiços  de  energia  globais,  incluíndo  a  instalação  e  

gestão   de   soluções   globais   de   eficiência   em   edifícios   habitacionais,   de   serviços   e  

industriais  (ESE)2  

Φ Montagem  de  equipamentos  e  soluções  

Φ Estudos  e  auditorias  ambientais  (ruído,  poluição,  resíduos)  e  energéticas  

Φ Diagnósticos  e  auditorias  energéticas  

Φ Certificação  ambiental  e  energética  

Φ Mobilidade  eléctrica  (pontos  de  carregamento  para  veículos)  

Φ Iluminação  

Φ Cogeração  

Φ Bioclimatização  

Φ Isolamento    

Φ Optimização  da  utilização  das  redes  de  vapor,  água  quente  ou  termofluídos  

Φ Optimização  da  utilização  de  equipamentos  térmicos  

Φ Afinação  de  sistemas  de  combustão  para  produção  de  energia  térmica  

Φ Energia  solar  térmica  

Φ Sistemas  fotovoltaicos  

 

2.2.1.1.  O  financiamento  do  Projecto  

 

  Naturalmente   que   as   questões   levantadas   acima   se   prendem   com   as   necessidades  

financeiras   para   a   implementação   do   projecto.   Na   realidade,   qualquer   projecto   implica   um  

conjunto  de  necessidades  que  envolvem  basicamente:  

 

Φ Encargos  com  pessoal  –  que   incluem  os  vencimentos,  encargos  sociais  e  seguros  de  

acidentes  pessoais  das  pessoas  envolvidas  no  projecto;  

Φ Instalações  –  para  o  funcionamento  da  equipa  que  vai  lançar  o  projecto,  que  podem  

incluir  um  escritório,  loja  e/ou  armazém,  dependendo  da  actividade;  

Φ Equipamentos   –   computadores,   software   aplicacional,   telefones,   secretárias,  

cadeiras   e   armários,   entre   outros.   Nalguns   casos   também   equipamento   de  

                                                                                                                         2  ESE  –  Empresas  de  Serviços  Energéticos,  designadas  internacionalmente  por  ESCO,  Energy  Services  Company.  

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laboratório   e   software   de   investigação,   que   podem   representar   investimentos  

significativos  e  que  têm  de  ser  levados  em  conta;  

Φ Fundo   de   maneio   –   seja   qual   for   a   actividade,   é   fundamental   assegurar   que   o  

projecto  dispõe  de  meios  financeiros  para  funcionar  até  que  possa  começar  a  gerar  

receitas.   Este   aspecto   não   é   de   somenos   importência,   apesar   de   frequentemente  

desvalorizado,  pois  trata-­‐se  de  assegurar  a  base  de  sustentabilidade  do  projecto,  sem  

a  qual  existe  permanentemente  o  risco  de  o  mesmo  “morrer  na  praia”.  

 

2.2.1.2.  Constituir  a  empresa  

 

  Em   geral   os   projectos   de   empreendedorismo   materializam-­‐se   em   empresas,   que   são  

entidades   jurídicas   autónomas,   constituídas   por   uma   ou   mais   pessoas,   com   uma   determinada  

finalidade.  

  A   empresa   tem  por  base  o   conceito  de   responsabilidade   limitada,   ou   seja,   os   sócios  de  

uma  empresa  só  são  responsáveis  por  aquilo  que  contribuem  para  a  empresa,  deixando  de  fora  o  

seu  património  pessoal  e  minimizando  assim  o  risco  da  actividade.  No  entanto,  como  sabemos,  a  

realidade   não   é   bem   assim   e   os   sócios   acabam   por   ter   de   avalizar,   ou   seja,   garantir   os  

empréstimos   a   que   venham   a   recorrer   fazendo   com   que   a   sua   responsabilidade   acabe   por   ser  

ilimitada.  Esta  noção  de   risco   tem  de   ser  devidamente  avaliada  pois  um  projecto  empresarial   é  

uma   actividade   de   risco,   na   qual   o   empreendedor   compromete   os   seus   conhecimentos,   o   seu  

esforço  e  capacidade  financeira,  seja  própria  ou  alheia,  normalmente  de  familiares  ou  amigos.  

  De   qualquer   forma,   a   constituição   de   uma   empresa   continua   a   ser   a  melhor   forma   de  

várias  pessoas  se  unirem  num  projecto  comum,  partilhando  os  riscos  e  os  benefícios  entre  si,  de  

acordo  coma  sua  participação.  É  também  uma  demonstração  da  “seriedade”  do  projecto,  que  se  

constitui  numa  entidade  autónoma,  passando  de  uma  ideia  a  uma  formalização  da   ideia,  de  um  

empreendedor  ou  grupo  de  empreendedores,  a  uma  entidade  autónoma  que  o  vai  implementar.  

Na  realidade  passa  a  ser  ela  própria  a  materialização  da  ideia.  

 

2.2.1.3.  Escolher  os  sócios  

 

  A  escolha  dos  sócios  é  um  dos  aspectos  mais  críticos  da  vida  de  qualquer  empreendedor  e  

representa,  frequentemente,  a  diferença  entre  o  sucesso  e  o  falhanço.  

  Várias   questões   se   colocam,   desde   logo:   porquê   escolher   um   sócio?   Que   vantagens   e  

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desvantagens  resultam  de  ter  um  ou  mais  sócios?  Que  consequências  resultarão  dessa  decisão?      

  É   frequente  que  a  escolha  dos  sócios  surja  de  uma  consequência  “lógica”,  por  exemplo,  

dois  ou  três  amigos  ou  colegas  que  têm  uma  ideia  ou  que  estão  a  desenvolver  um  produto  e  que  

decidem  constituir  uma  empresa  para  lançar  o  projecto  comercialmente.  Ou,  seguindo  a    mesma  

lógica,     duas   ou   três   pessoas   que   se   jutam   por   terem   competências   complementares,   por  

exemplo,  um  ou  dois  técnicos  e  um  gestor,  ou  um  técnico,  um  gestor  e  outro  comercial.    

  Mas  é  essencial  ter  em  conta  que  só  esse  facto  não  é  suficiente,  a  complementariedade  é  

uma  boa  coisa  mas  não  deve  ser,  por  si  só,  a  base  de  uma  empresa.  Existem  outros  factores  a  ter  

em   conta   e   consideramos   que   o   essencial   é   uma   partilha   de   princípios.   Mais   do   que   a  

complementariedade  de  competências  ou  de  capacidades  ou  a  amizade  entre  os  futuros  sócios,  é  

essencial  assegurar  que  partilham  princípios  e  objectivos.  

  Os  objectivos  que  unem  os  promotores  do  projectos  e  os  princípios  que  partilham  são  a  

“cola”  que   lhes  vai  permitir  manterem-­‐se  unidos  ao   longo  das  dificuldades  da   implementação  e  

desenvolvimento  do  mesmo.  

 

2.2.1.4.  Escolher  o  tipo  de  empresa  

 

  A  escolha  da  forma  jurídica  da  empresa  vai  implicar  com  o  seu  modelo  de  funcionamento.  

Optar  por  determinado  estatuto  jurídico  deve  ponderar  os  pontos  fortes  da  futura  empresa  tendo  

em  atenção  as  características  que  melhor  se  adaptam  às  expectativas  de  desenvolvimento.  

   

  As  formas  jurídicas  mais  comuns  são:  

 

Φ Sociedade  por  Quotas  

Φ Sociedade  Unipessoal  por  Quotas  

Φ Sociedade  Anónima  

   

  Existem  ainda  outras  formas  jurídicas,  menos  frequentes:  

 

Φ Estabelecimento  Individual  de  Responsabilidade  Limitada,  EIRL  

Φ Sociedade  em  Comandita  

Φ Sociedade  em  Nome  Colectivo  

Φ Cooperativas  

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  Existem,   portanto,   várias   formas   jurídicas   de   empresas   sendo   que,   para   uma   pequena  

empresa  que  se  está  a  iniciar,  o  modelo  da  sociedade  por  quotas  merece  a  primeira  atenção.    

  Trata-­‐se   do   modelo   mais   comumente   utilizado   em   Portugal   e   também   aquele   que  

apresenta   características   mais   adequadas   a   um   projecto   que   se   está   a   iniciar   devido   à   sua  

estrutura  societária  simples  e  aos  seus  custos    de  constituição  e  de  operação,  sempre  de  ter  em  

conta  na  fase   inicial  de  qualquer  projecto.  A  sociedade  por  quotas  tem  de  ter,  pelo  menos,  dois  

sócios  e  um  capital  social  mínimo  de  5.000  euros.  

  Existe   também   a   possibilidade   de,   no   caso   de   um   único   empreendedor,   este   ou   esta,  

optarem  por  uma  sociedade  unipessoal  a  qual,  tendo  basicamente  as  mesmas  características  da  

sociedade   por   quotas   pode   ter   apenas   um   sócio.   Tem  no   entanto,   uma   característica   essencial  

que  a  distingue  das  outras  formas  de  sociedade,  na  medida  em  que  tem  de  ter  na  sua  designção  

social   a   menção   “Unipessoal”   para   que   todos   saibam   que   se   trata   de   uma   sociedade   de   uma  

pessoa  só.  Esse  facto  torna-­‐a  menos  atractiva  para  determinados  projectos  que  pretendam  uma  

abrangência  que  vai  acabar  por  requerer  uma  posição  mais  institucional  no  mercado.  Assim,  este  

tipo   de   empresa   estará   mais   adequado   a   operações   que,   por   exemplo,   utilizem   uma   marca  

comercial,  em  que  o  nome  da  empresa  não  seja  uma  “marca”  por  si  mesmo.  

  Há  ainda  um  outro  tipo  de  sociedade,  mais  vocacionada  para  projectos  que  tenham  uma  

perspectiva  de  maior  dimensão  e  de  possibilidade  de  crescimento,  em  que  faça  sentido  uma  base  

de   representação   diferente   do   capital.   Trata-­‐se   das   sociedades   anónimas   as   quais,   têm   uma  

estrutura  societária  mais  complexa,  com  um  custo  de  constituição  e  de  operação   também  mais  

elevado.  Para  a  sua  constituição  é  necessário  um  número  mínimo  de  5  accionistas  e  um  capital  

social  de  25.000  Euros.  

 

 

2.2.2.  Assegurar  a  sustentabilidade  do  Projecto  

 

2.2.2.1.  A  estratégia  e  a  sua  implementação  

   

  Para     implementar   um   projecto   é   fundamental   ter   uma   estratégia   que   sirva   os   nossos  

objectivos,  ou  seja,  saber  o  que  queremos  fazer,  como  vamos  fazê-­‐lo,  quando  e  com  que  meios.  

  Conhecer   o   ambiente   em  que   vamos   trabalhar   para   saber   que  produtos   e   que   serviços  

vamos  disponibilizar,  em  que  mercados  e  para  que  clientes,  como  os  vamos  disponibilizar,  a  que  

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preços   e   em   que   condições   é   um   imperativo   para   que   o   projecto   tenha   sucesso.   Isto   deve   ser  

efectuado  antes  de  qualquer  avanço  formal,  de  modo  a  conhecer  o  melhor  possível  o  terreno  que  

vamos  pisar.  Este  enquadramento  inicial  que  permite  a  definição  da  estratégia  comporta  aspectos  

gerais,  comuns  a  todo  e  qualquer  projecto,  e  aspectos  específicos  do  sector  de  actividade  em  que  

queremos  trabalhar.  

Para   definir   a   estratégia   temos   de   avaliar   o   ambiente   em   que   nos   vamos   enquadrar,  

sendo   que   nem   sempre   é   fácil   obter   elementos   concretos   para   formular   raciocínios   claros,  

identificar  riscos  e  perceber  o  grau  de  influência  da  incerteza.  E  este  aspecto  é  fundamental,  pois,  

o  risco  é  algo  que  por  definição  podemos  medir,  quantificar.  A  incerteza,  não.    

Na   actual   conjuntura,   com   uma   miríade   de   factores   e   agentes   a   conflituar   no   mesmo  

espaço   negocial,   e   em  que   a   globalização   económica   e   financeira   coloca   alguma  dificuldade   de  

mensuração  das  expectativas  e  dos  comportamentos,  identificar  os  principais  factores  de  risco  e  

as   grandes   incertezas   e   dar-­‐lhes   uma   ponderação   relativa,   em   termos   de   impacte   no  

desenvolvimento  do  projecto,  pode  ser  a  diferença  entre  vencer  e  soçobrar.  

 

Daí  ser  importante  recordar  que  esta  análise  prévia  deve  ter  em  conta  o  seguinte:  

 

Φ Factores   actuais   e   evolutivos   do   ambiente   geral   e   seu   impacte   esperado   –  

económicos,   sociais,   culturais,   políticos,   tecnológicos   –   numa   lógica   global   e  

transversal  de  país,  Europa  e  mundo;  

Φ Factores  actuais  e  evolutivos  do  ambiente  próximo  e  seus  intervenientes  –  sector  de  

actividade,   fornecedores,  parceiros,   estado,   clientes,   colaboradores,   concorrentes  –  

tentando   perceber   níveis   de   expectativas,   constrangimentos,   necessidades,   modos  

de  actuação,  etc.;  

Φ Antevisão   das   capacidades   e   constrangimentos   da   empresa,   ao   nível   dos   recursos  

disponíveis   e   alcançáveis,   do  desenvolvimento  necessário,   da   resposta   exigida   pelo  

mercado  e  pela  concorrência,  das  competências  específicas  da  equipa,  em  termos  de  

processos  e  conhecimentos.  

 

Este  enquadramento  vai  permitir  definir  com  maior  clareza:  

 

Φ O  que  devemos  fazer  –  planos  de  acção;  

Φ Como  devemos  fazer  –  processos  internos;  

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Φ Com  que  meios  -­‐  recursos  materiais  e  humanos,  e  

Φ Quando  –  programação  temporal  da  acção.  

 

E,   naturalmente,   traçar   uma   rota   consequente   com   base   num   plano   de   actuação  

detalhado  e  exigente.  

Em  termos  estratégicos,  existem  algumas  linhas  de  enquadramento  a  ter  em  conta  no  que  

respeita  ao  conjunto  Energia  /  Ambiente  /  Desenvolvimento  Sustentável.  Em  1987,  foi  publicado  o  

conceito   de   Desenvolvimento   Sustentável,   no   Relatório   Brundtland   "O   Nosso   Futuro   Comum",  

sendo   definido   como   "o   desenvolvimento   que   satisfaz   as   necessidades   presentes   sem  

comprometer   a   capacidade   das   gerações   futuras   satisfazerem   as   suas   próprias   necessidades".    

O   conceito   ficou   a   fazer   parte   da   agenda   política   mundial,   na   Conferência   das   Nações   Unidas  

sobre  Ambiente  e  Desenvolvimento  (CNUAD),  realizada  no  Rio  de  Janeiro,  em  1992.    

A   nível   nacional,   têm   vindo   a   ser   desenvolvidas   diversas   acções   para   integrar   as  

preocupações   ambientais   e   a   política   energética.   Foi   definida   uma   Estratégia   Nacional   para   a  

Energia   (ENE   2020),  aprovada   pela  Resolução   do   Conselho   de  Ministros     n.º   29/2010,   de   15   de  

Abril.  

  Em   termos   da   Europa   comunitária,   esta   preocupação   de   integração   energia/ambiente  

consta  da   “Política  Energética  para  a  Europa”,   lançada  em   Janeiro  de  2007  pela  Comissão.   Esta  

estratégia  comum  promove  uma  nova  política  energética  na  UE,  assente  em  4  pilares:    

 

Φ Um  mercado  de  energia  funcional;  

Φ A  passagem  para  uma  economia  de  baixo  carbono;  

Φ Aumentar  a  eficiência  energética;  

Φ Criar  uma  nova  abordagem  nas  relações  com  os  países  terceiros.    

 

O   objectivo   é   o   de   que   a   Europa   seja,   globalmente,   uma   economia   energética   muito  

eficiente   e   com   baixa   produção   de   CO2,   satisfazendo   todos   os   requisitos   energéticos   e  

ambientais.   Assim,   foi   aprovado,   em   2009,  o   Pacote   Energia/Clima,   que   constitui   um  

instrumento  fundamental   para   colocar   a   Europa   na   linha   da   frente   do   desenvolvimento  

sustentável  e  que  definiu  metas,  até  2020,  como  sejam:  

 

Φ Redução  de  20%  dos  gases  com  efeito  de  estufa  (GEE);  

Φ Meta   de  20%   de   incorporação   de   energias  renováveis   no   consumo   bruto   de  

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electricidade,  com   uma   meta   mínima  vinculativa   de   10%   de   incorportação   de  

energias  renováveis  nos    transportes;  

Φ Redução  de  20%  do  consumo  de  energia  primária  em  2020.  

   

  Convém  ter  ainda  em  atenção  que:  

 

Φ O  Protocolo  de  Quioto  estabeleceu  objectivos  e  metas  para  2012,  para  o  combate  às  

alterações  climáticas;  

Φ Em   fins   de   2009,   realizou-­‐se   na   Dinamarca   a   Conferência   de   Copenhaga   (COP   15),  

com  o  objectivo  de  estabelecer  um  acordo,  vinculativo,  para  o  pós-­‐2012.  Este  acordo  

envolve   já   um   maior   número   de   países   e   lançou   as   bases   para   se   estabelecerem  

compromissos   de   redução   de   emissões   de   GEE,   financiar   o   desenvolvimento  

sustentável  e  combater  a  desflorestação;  

Φ Entre   Novembro   e   Dezembro   de   2010,   decorreu,   no   México,   a   Conferência   de  

Cancún   (COP   16),   sobre   alterações   climáticas.   Esta   Conferência   veio   relançar   o  

processo  internacional  de  negociação  com  vista  a  um  acordo,    global  e  abrangente.  

   

  Mas   não   chega   ter   uma   estratégia   bem   definida,   é   necessário   implementá-­‐la   e   é   na  

implementação   que   frequentemente   as   coisas   correm  mal.   Uma   deficiente   implementação   é   a  

principal  causa  da  falha  de  um  grande  número  de  estratégias.    

  A   implementação  obriga  a  um  controlo  e  monitorização  de  todo  o  processo,  numa  base  

regular.  

   

  O  sistema  de  controlo  assentará  em  dois  tipos  de  avaliação:  

 

Φ Avaliação     de     performance,     visando     medir     a     eficiência   (resultados    

conseguidos/meios   utilizados)   e   a   eficácia   (resultados   conseguidos/resultados  

programados)  na  execução  dos  programas;    

Φ Avaliação  de  impacte,  visando  medir  o  grau  de  concretização  dos  objectivos  do  Plano  

e   de   cada   programa,   e   ainda   o   contributo   específico   de   cada   programa   para  

modificar   a   área   sobre   a   qual   actuou.   Esta   avaliação   desdobra-­‐se   na   análise   dos  

efeitos  directos  e   imediatos,  por  um   lado,  e  na  análise  dos  efeitos   indirectos  e  dos  

efeitos  diferidos,  por  outro.    

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  Estas    tipologias    de    avaliação    são    bastante    distintas    quanto    aos    tipos    de  informação  e  

de  instrumentos  de  análise  que  utilizam:    

Φ a  avaliação  de  performance  recorrerá  fundamentalmente  a  indicadores  de  realização  

física  e  financeira      dos      programas;    

Φ a   avaliação   de   impacte   recorrerá   à   análise   documental,   à   análise   de   fontes  

estatísticas,   a   entrevistas   e   inquéritos,   assim   como,   eventualmente,   a   técnicas   de  

exploração  da  informação  -­‐  análise  de  séries  cronológicas,  análise  matricial,  etc.  Esta  

avaliação  de   impacte   será  empreendida  não   só  na  etapa  da  avaliação  ex-­‐post,  mas  

também  na  etapa  da  avaliação  on-­‐going.  

  Deverá   existir   um   Sistema   de   Controlo   de   Alterações   aos   Programas   do   Plano   que  

estabelecerá:  

Φ QUEM  tem  autoridade  para  autorizar  alterações;  

Φ O  PROCESSO  que  conduz  à  aprovação/rejeição  das  alterações.  

  Tipicamente,  a  aprovação  será  sempre  dada  pelo  responsável  pelo  projecto/empresa,  que  

supervisionará   o   Sistema   de   Controlo   de   Alterações   (SCA),   avaliará   e   sancionará   os   Pedidos   de  

Alteração  (PA),  antes  de  serem  tomadas  as  decisões  finais.  As  áreas-­‐chave  a  serem  tratadas  são:  

 

Φ Porque  é  que  a  alteração  é  necessária  

Φ Qual  é  a  alteração  

Φ Benefícios  e  desvantagens  da  alteração  

Φ Impacte,  caso  a  alteração  não  seja  efectuada  

Φ Custo  da  alteração  

Φ Efeito  da  alteração  nos  prazos  

Φ Efeito  da  alteração  nos  outros  recursos  

Φ Efeito  da  alteração  no  desempenho  

Φ Risco  associado  com  a  alteração  

 

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26  

 

  A   monitorização   do   Plano   e   respectivos   Programas   será   efectuada,   como   regra,   numa  

base  regular,  mensal,  trimestral,  semestral,  anual,  a  ajustar  à  realidade  dimensional  e  temporal  do  

projecto  e  da  empresa.  

 

2.2.2.2.  A  organização  

   

  Uma  empresa  é  uma  organização,  ou   seja,  um  conjunto  de  pessoas  que   se   juntam  com  

um  objectivo  comum,  organizando-­‐se  de  forma  a  assegurar  que  o  fazem  da  forma  mais  eficiente,  

mas   também  mais   eficaz3.   É,   pois,   necessário   assegurar   que   a   organização   que   for   constituída  

para  implementar  a  estratégia,  dispõe  dos  recursos  e  das  capacidades  necessárias,  mas  também  

que  os  estrutura  de  forma  a  assegurar  a  sua  optimização.  

  Tem   de   ter   uma   cadeia   hierárquica,   mas   deve   garantir   um   grau   de   flexibilidade   que  

salvaguarde  a  autonomia  e  não  abafe  a  criatividade.  Para  isso  é  necessário  garantir  uma  liderança  

eficaz,   que   indique   o   caminho  mas   não   o   encha   de   escolhos,   que   aponte   uma   direcção   para   o  

objectivo,  mas  que  permita  formas  alternativas  de  lá  chegar.  

  Não  há  nenhum  tipo  de  organização  que  se  possa  indicar  como  o  mais  eficaz,  pois,  cada  

projecto   tem   as   suas   particularidades   e   sendo   o   ambiente   competitivo  muito   dinâmico,   não   é  

possível  aconselhar  um  modelo  de  organização  em  detrimento  de  outros.  

  Então,  como  sei  que  o  meu  modelo  é  adequado?  

  Escolhendo  as  pessoas  com  as  competências  certas,  orientando  o  trabalho  de  todos  para  

os  objectivos  e  montando  modos  de  fazer  (processos)  simples  mas  efectivos  e  passíveis  de  serem  

continuamente  melhorados.   E  monitorizando   sempre   toda   esta   cadeia,   para   perceber   onde   se  

está  a   falhar  e  corrigir  de   imediato.  Olhar  para  o  que  os  nossos  concorrentes   fazem  bem  e  que  

lhes  garante  sucesso  é  muito   importante  –  aprender  com  as  melhores  práticas  dos  outros.  Mas  

também  com  os  seus  erros.  

  Em   suma,   todo   o   processo   requer   muito   acompanhamento   e   intervenção,   muita  

flexibilidade,   sem  perder  os  objectivos  de  vista  e  sem  esquecer  que  a  organização  é  algo  vivo  e  

que  só   funciona  com  o  contributo   integrado  de  todos  e  que  é  tão  boa  e   forte  quanto  o  seu  elo  

mais  fraco.  

 

                                                                                                                         3  Se,  como  diria  Peter  Drucker,  a  eficiência  é  fazer  as  coisas  bem  e  a  eficácia  é  fazer  as  coisas  certas,  então  temos  de  nos  assegurar  que  a  organização  consegue  atingir  um  equilíbrio  entre  fazer  as  coisas  certas,  sem  deixar  de  as  fazer  bem  

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2.2.2.3.  O  marketing  

 

  O   marketing   é   uma   função   essencial   em   qualquer   projecto   pois   são   os   clientes   que  

permitem  assegurar   o   seu   sucesso,   a   sua   continuidade.   Sem   clientes   não   há   rendimentos,   sem  

rendimentos  não  há  lucros  e  sem  lucros  não  há  futuro.  Trata-­‐se  de  uma  “equação”  muito  simples,  

mas  frequentemente  esquecida,  pelo  que  a  devemos  ter  sempre  presente.  

  Por  isso,  como  já  referido,  é  essencial  assegurar  que  existe  um  mercado  para  os  produtos  

da  empresa,  que  os  mesmos  satisfazem  uma  necessidade  ou  desejo,  que  resolvem  um  problema  

de  um  grupo  de  potenciais   clientes  e  que  esses  potenciais   clientes   têm  meios  para  o  adquirir  e  

vontade  para  o  fazer.  

  Conhecer  o  mercado  é  conhecer,   igualmente,  os  potenciais  clientes,  sejam  indivíduos  ou  

empresas,  o  que  implica  um  trabalho  preparatório  de  análise  e  de  “descoberta”.  E  também  aqui,  

como  em  tudo  na  gestão,  é  necessária  uma  boa  dose  de  bom  senso.    

  Um  estudo  de  mercado  exaustivo  e  detalhado  é  uma  opção  que  está  geralmente  fora  de  

causa,  não   só  pelo   seu  elevado  custo,  mas   também  porque  no  caso  das   inovações  a   fiabilidade  

dos   resultados   pode   ser   duvidosa.   Estudos   simplificados,   direccionados   para   públicos-­‐alvo  

específicos,  análise  de  tendências,  observação  e  uma  boa  dose  de  instinto  e  de  capacidade  para  

pensar   “fora   da   caixa”,   fora   dos   padrões   comuns,   são   factores   essenciais   a   ter   em   conta,   com  

particular  acuidade  nos  projectos  de  inovação.  

  Um   plano   de   marketing   é   um   determinante   de   uma   boa   acção   no   mercado.   Não   se  

pretende  um  documento  teórico,  graficamente  perfeito,  mas  sim,  um  guia  prático  de  acção  que  

permita   uma   análise   do   que   se   está   a   fazer   face   ao   que   se   pretendia   fazer.   Um   plano   deve  

contemplar  alguns  pressupostos  estruturais,  como  sejam:  

 

Φ Identificação  das  variáveis  do  contexto  externo  à  empresa  –  geral  e  mercado  –  que  

influenciam  os  produtos/serviços  a  oferecer.  

Φ Definição  de  objectivos  claros.  

Φ Identificação  das  variáveis  determinantes  do  mix,  na  perspectiva  da  empresa  (4  P)  e  

também  na  do  consumidor  (4  C).  

 

4  Pês   4  Cês  

Produto/Serviço   Valia  para  o  Consumidor  

Preço   Custo  para  o  consumidor  

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Promoção   Comunicação  

Ponto  de  venda   Conveniência  

 

Φ Elaboração  de  um  plano  detalhado  de  acção,  quantificado,  com  todas  as  actividades  

bem  definidas,  respectivo  custo  e  tempo  de  execução.  

Φ Definição  de  modos  e  momentos  de  controlo,  com  base  em  indicadores  simples,  de  

modo  a  introduzir  as  correcções  necessárias  e  em  tempo  útil.  

 

 

2.2.2.4.  As  finanças  

 

  A  vertente  financeira  de  qualquer  projecto  é  um  elemento  essencial  para  assegurar  a  sua  

sustentabilidade   até   porque   temos   de   ter   uma   noção   bem   clara   de   que   nenhum   projecto   se  

desenvolve  como  previsto.    

  De  uma  forma  geral,  a  implementação  de  qualquer  projecto  demora  mais  tempo  do  que  

previsto,  tem  mais  problemas  dos  que  foram  inicialmente  identificados  e,  frequentemente,  pode  

exigir  mudanças   de   rumo,   tudo   factores   que   representam   custos   adicionais   e   que   colocam   em  

causa   a   sua   sustentabilidade,   exigindo   sacrifícios   não   previstos   aos   empreendedores   e   sendo  

causa   de   muitos   dissabores   e   divergências   que   testam   permanentemente   a   sua   capacidade   e  

vontade.  

  Por  todos  estes  motivos  há  que  assegurar  uma  base  financeira  adequada  para  o  arranque  

do   projecto,   garantindo   que   a   empresa   se   pode  manter   a   funcionar   com   recursos   próprios,   ou  

com   capacidade   de   recorrer   a   recursos   alheios,   por   um   período   alargado   de   tempo   tendo   em  

conta,  realisticamente,  que  as  previsões  financeiras  são   isso  mesmo,  previsões,  e  que  o  período  

estimado  para  o   consumo  desses   recursos  deve  conter  uma  margem  de  manobra  adequada  de  

forma   a   garantir,   tanto   quanto   possível,   uma  minimização   do   risco   de   que   não   haverá   falta   de  

meios  financeiros.  

  Tal,   obriga   a   um   planeamento   mínimo   de   tesouraria,   com   base   numa   previsão   de  

vendas/prestações  de  serviços  realista,  contemplando  ainda  prazos  de  recebimento  e  pagamento  

ajustados  ao  sector,  ao  negócio  e  aos  tempos  em  que  vivemos.  

  O   cálculo  do  ponto  de  equilíbrio  é   fundamental  para   se  perceber   se  o  nosso  plano  é,   à  

partida,  viável  e  o  que  temos  de  vender,  com  a  margem  necessária,  para  cobrir   todos  os  custos  

fixos  do  período  e  os  variáveis  associados.  

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  É  necessário  estudar  a  viabilidade   financeira  do  projecto,  projectando  os   fluxos  gerados  

no  tempo,  de  modo  a  conhecer  o  período  de  retorno  do  capital  a  investir,  com  base  numa  taxa  de  

remuneração  desse  capital  e  num  risco  associado  ao  retorno  faseado  no  tempo  e  à  natureza  do  

projecto.  Projectos   com  períodos  de   retorno  adequado  e  valores  actualizados   líquidos  positivos  

(VAL)   que   apresentem   rendibilidades   internas   (TIR)   ajustadas   à   realidade   conjuntural,   são   à  

partida  bons  investimentos,  em  termos  do  capital  investido  e  do  risco  associado.  

  Por   último,   não   esquecer   que   os   negócios   existem  para   gerar   riqueza,   pelo   que   devem  

apresentar   resultados   positivos   e   suficientes   e,   sobretudo,   tesourarias   positivas,   de   modo  

sustentado,   passado   o   período   de   lançamento   e   penetração   no   mercado.   Doutra   forma,   a  

falência,  com  todos  os  problemas  associados,  é  o  fim  anunciado.  

  O  financiamento  do  projecto  deve  ser  garantido  por  duas  origens  fundamentais  –  capitais  

próprios  e  capitais  alheios.  Um  projecto  com  insuficiência  dos  primeiros  terá  muitas  dificuldades  

de   sobreviver,   face   aos   constrangimentos   actuais   do   crédito.   Daí   ser   normal   que   a   autonomia  

financeira   se   situe   acima  de  20%,   isto   é,   que  os   capitais   próprios   da   empresa   –   capital   social   e  

resultados   retidos   –   respondam   pela   cobertura   de   20%   do   activo   total   (bens   e   direitos   sobre  

terceiros).  

  Os  capitais  alheios  podem  ter  diversas  fontes,  como  sejam,  empréstimo  bancário,  leasing,  

renting,  crédito  de  fornecedores,  etc.    

  É  aconselhável  uma  solução  que  assegure  uma  mistura  equilibrada  das  diversas  formas  de  

capital   alheio,   que   não   tenha   um   custo   (taxa   de   juro   efectiva)  muito   elevado   e   que   obrigue   à  

prestação  de  garantias  exequíveis  para  o  empreendedor.  

  Para  além  destes  financiamentos,  o  capital  de  risco  tem  vindo  a  assumir  uma  importância  

cada  vez  maior  como  elemento  potenciador  de  novos  projectos  de  empreendedorismo.  Apesar  de  

em  Portugal   esta   actividade   ainda  não   se   encontrar  muito  desenvolvida,   fruto  de  uma  herança  

cultural  de  aversão  ao  risco,  o  seu  papel  dinamizador  deve  ser  destacado.  Nesta  grande  categoria  

podemos   incluir,   além   das   Sociedades   de   Capital   de   Risco,   os   Business   Angels   que,   a   nível  

individual  ou  em  associações,  têm  vindo  a  assumir  um  papel  crescente  no  financiamento  de  novos  

projectos.  

  Em   resumo,   iniciar  uma  actividade   sem  dinheiro   suficiente  e   sobredimensionada  para  o  

mercado   que   é   possível   trabalhar   é   algo   a   evitar,   porque   não   reúne,   à   partida,   as   condições  

mínimas  de  sobrevivência.  

 

 

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2.2.3.  O  Plano  de  Negócio  

 

  Perante  todas  as  considerações  e  recomendações  anteriores,  é  vital  que  o  novo  projecto  

esteja  estruturado  em  torno  de  uma  matriz  básica  –  o  Plano  do  Negócio.  

   

  Porquê  escrever  um  plano  de  negócios?  

  A  maior  motivação   para   a   elaboração   do   plano   de   negócios   continua   a   ser   a   de   obter  

financiamento.   Qualquer   empreendedor   que   queira   lançar   um   negócio   deve,   desde   logo,  

construir  o  documento.  Tal,  será  uma  ajuda  em  termos  de:  

 

Φ Clarificação  e  materialização  da  ideia  inicial;  

Φ Maior  evidência  e  percepção  de  riscos  e  ameaças  no  novo  negócio,  podendo  concluir  

pela  viabilidade  e  sustentabilidade  da  empresa,  nos  moldes  prefigurados;  

Φ Maior  confiança,  com  visão,  metas  e  objectivos  muito  melhor  definidos.  

 

Um  bom  plano  de  negócios   reforça  a   imagem  da  empresa,   junto  de   todos  aqueles   com  

que  se  relaciona,  ajudando,  não  só  na  obtenção  de  capitais  junto  da  banca,  mas  também  pode  ser  

o  elemento  fundamental  para:  

 

Φ Atracção  de  sócios;  

Φ Obtenção  de  intermediários;  

Φ Atracção  de  investidores,  nomeadamente,  empresas  de  capital  de  risco;  

Φ Contratação  de  colaboradores;    

Φ Comunicação  interna  e  externa  das  ideias;  

Φ Venda  do  produto/serviço  as  clientes  potenciais.    

 

  O   seu   desenho   é   variável,  mas,   apresenta   alguns   vectores   a   garantir,   para   uma  melhor  

compreensão  e   acompanhamento.  A   título  meramente   indicativo,   apresentamos  uma  estrutura  

de  Plano  de  Negócio,  para  servir  de  ponto  de  partida,  base  de  reflexão  e  de  organização  do  novo  

projecto  de  empreendedorismo.  

 

 

 

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Estrutura  do  Plano  de  negócios  

 

Capa  

Índice  Geral  

Índice  de  Figuras  e  Tabelas  

Introdução  e  enquadramento  geral  

Plano  de  Negócio    

1.  Sumário  Executivo  

1.1.  Descrição  do  projecto  

1.2.  Dados  dos  empreendedores,  perfis  e  atribuições  

2.  Apresentação  da  Empresa  

2.1.  Dados  genéricos  do  projecto  

2.2.  Sector  de  actividade  

2.3.  Forma  jurídica  

2.4.  Enquadramento  fiscal  

2.5.  Capital  social  

  3.  Análise  e  Pressupostos  Estratégicos  

3.1.  Envolvente  externa  

3.1.1.  Geral  

3.1.1.1.  Aspectos  económicos  e  Sociais  

3.1.1.2.  Aspectos  político-­‐legais  

3.1.1.3.  Aspectos  Tecnológicos  

      3.1.2.  Ameaças  e  oportunidades  globais    

3.1.3.  O  Sector  de  Actividade  

3.1.3.1.  Produtos,  serviços,  mercados  e  concorrência  

3.1.3.2.  Fornecedores  

3.1.3.3.  Clientes  

3.1.3.4.  Barreiras  à  entrada  e  saída  

3.1.3.5.  Prescritores  e  aconselhadores  

3.1.3.6.  Ameaças  e  oportunidades  sectoriais  

    3.2.  A  Empresa  

3.2.1.  Organização  e  estrutura  

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      3.2.2.  Actividade  comercial  e  prestação  de  serviços  

      3.2.3.  Recursos  Humanos  

      3.2.4.  Instalações  

      3.2.5.  Operações  

      3.2.6.  Finanças  

3.2.7.  Pontos  fortes  e  fracos  

      3.2.8.  Capacidades  distintivas  

      3.2.9.  Vantagens  competitivas  

3.3.  Avaliação  estratégica  (SWOT)              

3.4.  Objectivos  estratégicos  

3.5.  Estratégia  global  

3.6.  Estratégias  operacionais  

3.6.1.  Plano  de  Marketing  

3.6.1.2.    Mix  

3.6.1.3.  Estrutura  de  actuação  

3.6.1.4.  Custos  e  cronograma  

3.6.2.  Recursos  Humanos  

3.6.3.  Investimentos  

3.6.4.  Processos  operacionais  

3.6.2.  Plano  Financeiro    

4.  Viabilidade  

    4.1.  Projecções  económicas  e  financeiras  

4.2.  Balanço  previsional  

4.3.  Demonstração  de  resultados  previsional  

4.4.  Plano  Investimentos  e  fontes  de  Financiamento  

4.5.  Análise  de  viabilidade  (VAL,  TIR,  Payback)  

ANEXOS  

 

 

 

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Φ Práticas  de  Energia  Solar  Térmica,  Tomás  Perales  Benito,  Editora  Publindustria,  2010  

Φ Práticas  de   Energia   Solar   Fotovoltaica,   Tomás  Perales  Benito,   Editora  Publindustria,    

2010  

Φ Medidas   de   Eficiência   Energética   Aplicáveis   à   Indústria   Portuguesa:   Um  

Enquadramento  Tecnológico  Sucinto,  Edição  ADENE,  Re.New.Able,  PNAEE  e  SGCIE  

Φ Guia  da  Eficiência  Energética,  Edição  ADENE,  Re.New.Able,  PNAEE  

Φ Poupar  Energia  e  Proteger  o  Ambiente,  EDIDECO    

Φ Legislação  Fundamental  do  Ambiente,  RMV  &  Associados  -­‐  Sociedade  de  Advogados  /  

Membro  da  CRA  –  Global,  2008,  Porto  Editora  

 

 

 

 

 

Algumas  Referências  Bibliográficas