GUIÃO PARA ACTIVISTAS EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA · Guião para Activistas em Situação de...

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GUIÃO PARA ACTIVISTAS EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA Segunda Edição INSTITUTO NACIONAL DE GESTÃO E CALAMIDADE MOÇAMBIQUE

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GUIÃO PARA ACTIVISTAS EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIASegunda Edição

INSTITUTO NACIONAL DE GESTÃO E CALAMIDADEMOÇAMBIQUE

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GUIÃO PARA ACTIVISTAS EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

AUTORES:

INSTITUTO NACIONAL DE GESTÃO DE CALAMIDADES (INGC)

Rua da Resistência, 1746

Maputo

Tel.: 21 416007/08

Linha Verde: 21 414079

Fax: 21 417575

Email: [email protected]

Website: www.ingc.gov.mz

FUNDO DAS NAÇõES UNIDAS PARA A INFâNCIA (UNICEF)

Av. do Zimbabwe, 1440

Caixa Postal 4713

Maputo

Tel.: 21 481100 / Fax: 21 491679

Email: [email protected]

Website: www.unicef.org/mozambique

1a Edição 2009

2a Edição 2013

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................................5

1. ÁGUA, HIGIENE E SANEAMENTO: COMPORTAMENTOS CHAVES PARA PREVENÇÃO DA DIARREIA E DA CÓLERA ......................................................6

COMO TRATAR E CONSERVAR A áGUA PARA bEbER?

PORqUE é IMPORTANTE TRATAR A áGUA?

bOAS PRáTICAS DE HIGIENE

USO CORRECTO E LIMPEZA DAS LATRINAS

O qUE OS ACTIVISTAS PODEM FAZER EM CASO DE SURTOS DE CóLERA OU DIARREIAS AGUDAS?

2. PREVENÇÃO DA MALÁRIA .....................................................................................8

COMO SE APANHA A MALáRIA?

SINAIS E SINTOMAS

GRUPOS DE MAIOR RISCO

PRINCIPAIS MENSAGENS A SEREM DISSEMINADAS

3. ALIMENTAÇÃO DO LACTENTE E DA CRIANÇA PEQUENA .............................10

ALEITAMENTO MATERNO ExCLUSIVO

ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR DE CRIANÇAS AMAMENTADAS

4. PREVENÇÃO E TRATAMENTO DO HIV E SIDA .................................................. 13

COMO SE TRANSMITE O HIV ?

COMO SE PODE PREVENIR DO HIV ?

ONDE SE PODE FAZER O TESTE DE HIV?

O qUE SÃO ANTIRETROVIRAIS?

PRINCIPAIS MENSAGENS

5. PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS ..........................................16

PRINCIPAIS MENSAGENS A SEREM DISSEMINADAS

6. PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO ................................................................................18

PRINCIPAIS MENSAGENS A SEREM DISSEMINADAS

7. PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA ............................................................................20

O qUE é PARTICIPAÇÃO COMUNITáRIA?

ALGUNS ExEMPLOS DE COMO ENVOLVER A COMUNIDADE NA VIDA DO CENTRO DE ACOMODAÇÃO E/OU REASSENTAMENTO

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5Guião para Activistas em Situação de Emergência

INTRODUÇÃO

CARO ACTIVISTA,

O nosso país tem sido afectado por várias calamidades naturais tais como cheias e ciclones. Como consequência, várias famílias perdem as suas casas e outros bens, incluindo a produção agrícola. Muitas das famílias são transferidas temporariamente ou definitivamente para locais mais seguros, no entanto, carecendo de condições adequadas de saneamento e de água potável. Como forma de minimizar as consequências dessa situação, o governo, as agências internacionais e ONGs em coordenação e colaboração com as comunidades têm feito um esforço no sentido de melhorar as condições de saneamento desses locais, facilitar o acesso à água potável assim como promover actividades de Comunicação para Mudança de Comportamento para evitar o surgimento e transmissão de doenças, particularmente a cólera e malária.

Como parte dessas actividades, elaborou-se o presente “Guião para Activistas em Situação de Emergência”, que visa reforçar trabalho dos activistas, trazendo informações e mensagens-chave que devem ser compartilhadas com a população.

Sugerimos que, para além das sessões de educação sobre saúde que efectua junto à população, aproveite o momento de distribuição de materiais (redes mosqueteiras, lajes, certeza ou javel, sabão, material escolar, kits recreativos e outros) para disseminar mensagens que promovam a mudança de comportamento das pessoas.

Por exemplo, quando houver distribuição de sabão, aproveite a ocasião para disseminar mensagens sobre a necessidade de se lavar as mãos com água e sabão, principalmente depois de usar a latrina, para que sejam evitadas diarreias e doenças como a cólera.

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6 Guião para Activistas em Situação de Emergência

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1. ÁGUA, HIGIENE E SANEAMENTO: COMPORTAMENTOS CHAVES PARA PREVENÇÃO DA DIARREIA E DA CÓLERA

As famílias e a comunidade em geral precisam de água para o consumo em quantidade suficiente e boa qualidade. Em situação de emergência, é ainda mais importante que toda água seja tratada antes de beber.

COMO TRATAR E CONSERVAR A ÁGUA PARA BEBER?

v A água pode ser tratada com Certeza, javel ou cloro e o activista pode ajudar a comunidade a tratar a água directamente a partir da fonte de água.

v Se for com Certeza, coloca-se uma tampinha do frasco no bidão de 20 litros de água. Depois de colocar Certeza, espera-se 30 minutos antes de beber até fazer efeito, matando os micróbios.

v Se for javel, colocam-se 2 colheres de chá por cada bidão de 20 litros.

v Se não tiver Certeza, javel ou cloro, a água pode ser fervida por pelo menos 5 minutos e deixa-se arrefecer antes de beber.

v Toda água deve ser guardada em recipientes limpos e tapados durante o transporte das fontes de água e depois de tratada ou fervida.

v é importante conservar a água para beber em lugares seguros, fora do alcance das crianças e dos animais.

PORQUE é IMPORTANTE TRATAR A ÁGUA?

A água não tratada ou de fontes não seguras pode ser um vector de transmissão de várias doenças tais como a diarreia e a cólera. Mesmo a água que parece estar limpa ou transparente pode conter micróbios que causam estas doenças.

Algumas pessoas não gostam de usar Certeza ou javel devido ao cheiro, mas é importante explicar que é preferível sentir um pouco de cheiro no início, antes da pessoa habituar-se, do que ficar doente. Outros, acreditam que o cloro é o que provoca a cólera. Isto pode ser devido a própria semelhança dos termos “cólera” e “cloro”, ou ao facto de se intensificar o tratamento dos poços com cloro justamente quando há surtos de cólera.

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7Guião para Activistas em Situação de Emergência

BOAS PRÁTICAS DE HIGIENE

As práticas de higiene como lavar as mãos com água e sabão ou cinza são uma forma de evitar doenças como a diarreia e cólera. Por isso, deve-se sempre lavar as mãos com água, sabão ou cinza antes de comer, amamentar ou dar de comer as crianças, preparar os alimentos ou depois de usar a latrina.

As mãos devem ser lavadas com água corrente (da torneira ou deitando com uma caneca) e sabão. Na falta de sabão, pode-se usar cinza. O sistema de lavagem das mãos conhecido como tip-tap pode ser construído pela comunidade após uma pequena formação e demonstração dada pelos activistas.

Deve-se tapar a comida para evitar o contacto com poeiras e, principalmente, o contacto com as moscas que podem transportar micróbios nas suas patas.

A hortaliça, principalmente a consumida crua, e as frutas devem ser bem lavadas com água tratada, pois podem ter micróbios causadores de doenças.

USO CORRECTO E LIMPEzA DAS LATRINAS

As fezes, mesmo de uma pessoa saudável, são fontes de infecção quando expostas ao ar livre. As moscas que poisam nas fezes deixadas ao ar livre podem transportar nas suas patas os micróbios que existem nas fezes até à comida ou água, contaminando-as. Por isso, é que se deve usar sempre a latrina e mantê-la sempre tapada e limpa. As crianças também devem aprender a usar a latrina.

O activista, em caso de emergências, deve assegurar que as famílias afectadas sejam mobilizadas para participar na construção de latrinas comunitárias, seja nos centros de acomodação temporânea, seja nos bairros de nova relocação.

As latrinas devem ser mantidas limpas e tapadas. A cinza é um óptimo produto para desinfectar as latrinas e reduzir o cheiro.

O QUE OS ACTIVISTAS PODEM FAzER EM CASO DE SURTOS DE CÓLERA OU DIARREIAS AGUDAS?

Os surtos de cólera são frequentes quando há uma situação de emergência como cheias e as pessoas ficam aglomeradas em centros de acomodação sem o saneamento adequado. Os principais sintomas nas pessoas são diarreia, dores de barriga e vómitos. Estes sintomas são mais graves nas crianças e nos bebés. Muitos deles morrem porque perdem muitos líquidos (água) por causa da diarreia.

Logo que aparecerem os primeiros sinais a pessoa deve ir imediatamente ao Centro de Saúde mais próximo. quando uma pessoa está com diarreia deve beber muitos líquidos, como água tratada, mistura de soro oral, sumos, água de arroz, papinhas, entre outros para repor os líquidos perdidos através das fezes. Se a pessoa não ingerir muitos líquidos e não for imediatamente à unidade sanitária, pode perder a vida em menos de um dia. Para os bebés até aos 6 meses, mesmo com diarreia, é importante que continuem a ser amamentados só e só com leite do peito.

Criança saudável, criança feliz!

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8 Guião para Activistas em Situação de Emergência

2. PREVENÇÃO DA MALÁRIA

COMO SE APANHA A MALÁRIA?

Através da picada de mosquito durante a noite (o mosquito que transmite o micróbio que causa a malária só sai à noite para se alimentar).

SINAIS E SINTOMAS:

Febre; dores de cabeça; dores nas articulações e, por vezes, vómitos e diarreia.

O QUE FAzER?

Em caso de pelo menos um destes sinais, a pessoa deve ir imediatamente ao centro de saúde mais próximo. A malária quando não tratada pode levar à morte.

GRUPOS DE MAIOR RISCO:

v Crianças com menos de cinco anos de idade.

v Mulheres grávidas.

COMO SE PODE PREVENIR DA MALÁRIA?

v Uma das melhores formas de prevenção da malária é através do uso da rede mosquiteira tratada com insecticida para proteger-se da picada do mosquito.

v Pulverizando as casas. A pulverização é uma forma de matar os mosquitos e assim evitar a transmissão de malária.

v Eliminando sempre que possível as águas paradas, pois é lá onde o mosquito se desenvolve.

PAPEL DO ACTIVISTA:

v Discuta com as comunidades as importância de dormir protegido pela rede mosquiteira.

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9Guião para Activistas em Situação de Emergência

v Explique que as redes mosquiteiras foram tratadas com insecticida cuja duração é de 4 anos.

v Explique que a rede mosquiteira deve ser lavada com cuidado para evitar que se rasgue e não mais do que 6 vezes por ano. Deve-se cuidar bem da rede e usá-la somente para proteger as crianças e a família contra a malária e não para pescar.

v Faça demonstração de como instalar a rede mosquiteira.

v Explique às pessoas que devem seguir as instruções dadas pelas equipas de pulverização.

Criança saudável, criança feliz!

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10 Guião para Activistas em Situação de Emergência

3. ALIMENTAÇÃO DO LACTENTE E DA CRIANÇA PEQUENA

ALEITAMENTO MATERNO ExCLUSIVO

v Todas as mães devem ser recomendadas a dar aleitamento materno exclusivo aos bebés nos primeiros 6 meses de vida. Aleitamento materno exclusivo significa dar apenas leite materno, não dar outros líquidos, nem mesmo água. As mães precisam de ser estimuladas e apoiadas para fazer a amamentação com sucesso.

v Deve-se apoiar a mãe para fazer o aleitamento materno exclusivo até que a sua criança atinja os 6 meses de idade, altura em que deve introduzir a alimentação complementar (ver em baixo) e continuar com o aleitamento materno até aos 2 anos de idade ou mais.

v Para as mães vivendo com HIV, a recomendação que o activista dever trazer é a seguinte:

v Fazer o aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses, introduzir alimentação complementar adequada a partir dos 6 meses de idade e continuar a amamentar até aos 12 meses de idade. Ao mesmo tempo, as mães vivendo com HIV devem se dirigir a unidade sanitaria para receber os medicamentos antiretrovirais para o bebé e/ou TARV para a mãe. No caso do bebé receber os medicamentos, ele precisa de continuar a recebe-los até 1 semana após do desmame.

v Mesmo em situações onde os medicamentos (ARVs) não estão disponíveis, deve-se recomendar a prática do aleitamento materno (exclusivo nos primeiros 6 meses de vida, com a introdução de alimentos complementares a partir dos 6 meses e a continuação da amamentação até os 12 meses de vida).

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NOTA PARA O ACTIVISTA:

é possível que alguns bebés menores de 6 meses não estejam a ser amamentados antes do início de uma emergência. Para estas crianças é necessário asseguar os seguintes cuidados básicos essenciais:

v O apoio às mães pode ser dado pelos activistas da seguinte maneira:

v Aconselhamento e apoio para o posicionamento correcto da mãe e do bebé e a boa pega na hora de amamentar;

v Apoio psicológico para fortalecer a confiança da mãe com a criança;

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11Guião para Activistas em Situação de Emergência

v A preparação e uso de fórmula infantil deve ser feita de forma a não promover o seu uso por outras mães que amamentam;

v é importante promover o uso do copo ou colher para alimentar os bebés.

ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR DE CRIANÇAS AMAMENTADAS

1. A partir dos 6 meses de idade, as crianças necessitam de outros alimentos para além do leite materno. Estes alimentos complementares devem ser introduzidos gradualmente.

2. Os alimentos complementares devem ser ricos em proteínas, calorias e micronutrientes. é necessário assegurar que os alimentos complementares são preparados de forma higiénica.

3. Crianças de 6-8 meses de idade necessitam de alimentos complementares pelo menos duas a três vezes por dia.

4. Crianças de 9-12 meses de idade necessitam de receber alimentos complementares pelo menos três a quatro vezes por dia.

5. Crianças com mais de 1 ano necessitam de receber alimentos complementares, cinco vezes por dia.

ConCeitos errados Comuns em relação a amamentação

1. “O stress faz secar o leite”. A mensagem correcta é: O stress pode temporariamente afectar o reflexo de saída do leite, mas não afecta a produção do leite. As mães precisam de confiança e apoio.

2. “Mulheres desnutridas não podem amamentar”. A mensagem correcta é: a desnutrição moderada ou ligeira não diminuirá a produção de leite. É preciso alimentar a mãe para que tenha energia para alimentar a sua criança. Todas as mães precisam de alimentos e líquidos extra para se manterem fortes.

3. “Uma vez interrompida a amamentação, a mãe não conseguirá reactivá-la”. A mensagem correcta é: Geralmente é possível reactivar a lactação. Para o efeito as mães necessitam de apoio de uma pessoa capacitada.

4. “Bebés menores de 6 meses com diarréia necessitam de água ou chá”. A mensagem correcta é: O leite materno oferece todos os líquidos que uma criança menor de 6 meses necessita, mesmo quando ela tem diarréia. Se a diarréia for abundante ou com sangue, deve-se procurar um profissional de saúde.

5. “Se a mãe está com stress, vai passar a tensão para o bebé”. A mensagem correcta é: O aleitamento materno relaxa ambos, a mãe e o bebé. As mães necessitam de ter confiança e apoio da família.

6. “Mães com bebés gêmeos não têm leite suficiente para amamentar os dois bebés”. A mensagem correcta é: Mães com bebés gêmeos podem amamentá-los perfeitamente. Estas mães precisam apenas de encorajamento, apoio prático (aconselhamento), alimentação e líquidos extra. Aparentemente, todas as mães que dizem não ter leite suficiente, de facto, não têm segurança e apoio suficientes. O corpo humano é capaz de produzir leite para amamentar dois bebés.

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NOTA PARA O ACTIVISTA:

é possível que algumas crianças dos 6-24 meses não estejam a ser amamentados antes do início de uma emergência. Para estas crianças é necessário que os pais procurem aconselhamento especifico nas unidades sanitárias.

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4. PREVENÇÃO E TRATAMENTO DO HIV E SIDA

O QUE é O HIV?

HIV é o nome do vírus que causa o SIDA. O HIV destrói as defesas do corpo diminuindo a sua capacidade de se proteger das doenças.

O QUE é O SIDA?

SIDA é a doença causada pelo HIV. O SIDA é a fase em que o HIV já conseguiu destruir grande parte das defesas do corpo, diminuindo a sua capacidade de se proteger das doenças. Nesta fase, a pessoa pode apanhar facilmente várias doenças, como por exemplo tuberculose, pneumonia, candidíase oral e certos tipos de cancro.

COMO SE TRANSMITE O HIV:

v Através de relacções sexuais não protegidas (sem preservativo) com pessoa infectada pelo HIV.

v Mãe infectada pelo HIV para o seu bebé durante a gravidez, parto ou aleitamento ao peito. A transmissão do HIV de mãe para o seu bebé chama-se “Transmissão Vertical”.

v Transfusão de sangue infectado pelo HIV, uso de agulhas, lâminas e outros objectos cortantes ou perfurantes contaminados pelo HIV.

COMO SE PODE PREVENIR DO HIV:

v Fazendo o teste do HIV e SIDA de forma regular para conhecer o próprio estado.

v Ter um único parceiro sexual e serem fiéis um ao outro. Ambos parceiros não deve ter relações sexuais com outras pessoas.

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14 Guião para Activistas em Situação de Emergência

v Usando correctamente o preservativo em todas relações sexuais ocasionais.

v Fazendo a Prevenção da Transmissão Vertical (PTV). Na consulta pré-natal as mulheres seropositivas recebem toda a orientação e assistência para evitar que o vírus do HIV seja transmitido ao seu bebé.

COMO é QUE A PESSOA PODE SABER SE ESTÁ INFECTADA PELO HIV?

Não se pode saber se uma pessoa tem o HIV somente a partir do seu aspecto. Uma pessoa pode ter o vírus no seu corpo e aparentemente estar saudável. A única forma de saber é através do teste do HIV. Este teste é normalmente feito a partir de uma análise ao sangue.

é preciso ter em conta que o resultado do teste pode dar negativo, pois quando a pessoa acaba de se infectar, o teste não consegue detectar. Por isso quando o resultado é negativo é preciso repetir três meses depois.

ONDE SE PODE FAzER O TESTE DE HIV?

Nas unidades sanitárias, e em todos os locais onde se faz o Aconselhamento e Testagem em Saúde (ATS).

O QUE SÃO OS ANTIRETROVIRAIS?

Antiretrovirais são medicamentos que actuam contra o HIV. Estes medicamentos diminuem a quantidade de vírus no corpo, aumentando as defesas e melhorando a saúde da pessoa.

PAPEL DO ACTIVISTA:

v Durante as emergências, as pessoas que estão nos Centros de Acomodação e que tenham iniciado o tratamento com antiretrovirais nos seus antigos locais de residência deverão dirigir-se à unidade sanitária mais próxima para dar continuidade ao seu tratamento.

v Nos Centros de Acomodação, normalmente são oferecidos os serviços básicos de saúde, entre os quais o Teste do HIV. O Activista deve incentivar toda a população a aderir ao teste do HIV. No caso de resultado positivo poderão ter acompanhamento dos técnicos de saúde e iniciar o tratamento antes da doença se agravar.

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15Guião para Activistas em Situação de Emergência

v Discutir com os jovens aquelas práticas correntes que podem constituir risco de infecção pelo HIV e outras infecções de transmissão sexual - ITS, promovendo em particular o sexo seguro, através da distribuição de preservativos e organizando sessões de demonstração do seu uso.

v Discutir com as comunidades a necessidade das mulheres grávidas a irem à consulta pré-natal para terem todo o acompanhamento e assistência necessária.

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16 Guião para Activistas em Situação de Emergência

5. PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS

As crianças são mais vulneráveis à situações de violência durante as emergências, principalmente as crianças órfãs, crianças com algum tipo de deficiência, crianças chefes de família, mães adolescentes e crianças desacompanhadas.

Por isso, elas merecem atenção especial, devendo ser protegidas por todos os membros da comunidade, sobretudo pelos seus familiares, pelos líderes dos Centros de Acomodação e pelos activistas. Elas devem também ser registadas no centro de acomodação.

Os adultos precisam de ficar muito atentos (por exemplo estar atentos a quem se aproxima dos seus filhos), pois as crianças podem ser vítimas de abuso e exploração sexual durante as emergências.

As crianças precisam também de brincar nos Centros de Acomodação e/ou centros de trânsito, por isso é recomendável que os líderes desses centros reservem, com a ajuda dos activistas, Espaços Amigos da Criança dedicado às brincadeiras infantis. Estes espaços devem ser monitorados pelos adultos, de modo que as crianças não fiquem sozinhas sujeitas a abusos.

PAPEL DO ACTIVISTA:

v Nos primeiros dias de qualquer emergência, muitas crianças podem perder-se dos seus pais ou encarregados de educação. Os activistas devem identificar o ponto de recolha das crianças perdidas e divulgar essa informação a todos os líderes comunitários para que estes divulguem a mensagem. O uso de megafones e altifalantes é muito apropriado para divulgar estas mensagens.

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v Explique as pessoas que devem evitar mandar uma criança sozinha à busca de água ou lenha, como forma reduzir situações que possam facilitar actos de violência e abuso sexual.

v Procure saber se existe Gabinete de Atendimento às mulheres e crianças vítimas de violência, abuso ou exploração, no distrito onde o Centro de Acomodação está instalado. Se houver, divulgue no centro de reassentamento, o endereço do Gabinete de atendimento ou o contacto do ponto focal da policia responsável para a prevenção e mitigação da violencia. Os oficiais que trabalham nesses gabinetes estão devidamente preparados para atender as pessoas vítimas de violência, abuso ou exploração.

v Discuta com a comunidade como poderão se prevenir casos de violência no Centro de Acomodação, identificando Espaços Amigos da Criança. Explique aos líderes comunitários e professores que caso sejam distribuídos Kits recreativos (contendo bolas, redes, cordas para saltar) para as crianças brincarem, eles têm a responsabilidade de assegurar o manejo correcto dos mesmos.

v Explique as pessoas que no caso de presenciarem uma situação de violência, devem informar imediatamente à polícia (se houver no centro), ou ao líder do acampamento ou representante distrital do Ministério da Mulher e Acção Social ou ao Gabinete de Atendimento.

v Todo o acto de violência, abuso ou exploração sexual deve ser denunciado às autoridades locais, chefe do centro, ou à polícia ou ao Gabinete de Atendimento às vítimas de violência, abuso ou exploração.

v As pessoas vítimas de violência, abuso ou exploração sexual precisam de apoio e solidariedade da comunidade.

é dever de todo adulto proteger e apoiar as crianças!Criança protegida, criança feliz!

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18 Guião para Activistas em Situação de Emergência

6. PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃOTodas as crianças, tanto rapazes como raparigas, têm direito a estudar, mesmo durante as emergências. Para que elas desenvolvam todas as suas capacidades, elas precisam de ir à escola e contar com o apoio e incentivo dos adultos.

Por isso, mesmo em situação de emergência, onde as pessoas estão fora das suas comunidades, as crianças devem continuar a frequentar a escola. Para o efeito, no caso de não haver escolas regulares próximo dos Centros de Acomodação, são providenciadas escolas temporárias e material escolar tanto para os alunos como professores.

PAPEL DO ACTIVISTA:

v Converse com às famílias no sentido de as estimular a mandarem todos os filhos à escola, tanto rapazes como raparigas, mesmo em situação de emergência.

v Os activistas devem estimular os pais para que as crianças sejam enviadas à escola todos os dias. Em caso de emergência, directores de escolas e professores também são afectados pela situação tão difícil. Por isso, os pais devem ser sensibilizados pelos activistas a ajudarem os directores das escolas e os professores a assegurar que as escolas funcionem normalmente.

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19Guião para Activistas em Situação de Emergência

v Procure informar-se sobre a existência de crianças órfãs no Centro de Acomodação que não estejam matriculadas e encaminhe-as rapidamente às autoridades locais para a sua integração.

v Estimule os pais a participarem na vida escolar dos seus filhos, perguntando por exemplo o que eles ou elas aprenderam na escola e ajudando-os com os TPC.

v Converse com os professores a fim de eles transmitirem às crianças as mensagens sobre boas práticas de higiene contidas no presente manual. é muito importante conversar com as crianças sobre essas práticas porque durante as situações de emergência as crianças são mais vulneráveis às doenças. E as crianças precisam ter saúde para que desenvolvam todo o seu potencial.

Criança educada, criança saudável! Criança saudável, criança feliz!

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20 Guião para Activistas em Situação de Emergência

7. PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA

O QUE é PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA?

Participação comunitária pode ser entendida como um processo onde as comunidades, participam activamente na tomada de decisões ou na busca de soluções para as questões que as afectam directamente.

A participação da comunidade é um direito de todas as comunidades e é muito importante porque permite o diálogo entre os diferentes membros da comunidade e as instituições/organizações que lá actuam, melhorando a qualidade das decisões tomadas. O sucesso do trabalho e mesmo a sustentabilidade das acções é maior quando as comunidades estão envolvidas na gestão e solução dos seus problemas, participando da planificação, implementação e avaliação das acções.

PAPEL DO ACTIVISTA:

v Envolva activamente o líder e outros representantes da comunidade, incluindo grupos de mulheres e jovens, em todas as questões do dia-a-dia do centro

de acomodação e/ou reassentamento. Estas pessoas não devem simplesmente ser informadas do que vai acontecer no centro. Elas devem definir quais as suas prioridades, identificar os problemas que as afectam, propor alternativas de solução para os problemas de acordo com as condições e os meios disponíveis, participar na resolução das questões e na implementação das decisões tomadas e actividades do centro.

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21Guião para Activistas em Situação de Emergência

v Estimule as comunidades a participar nos diversos grupos de trabalho que existem na área afecctada pela emergência como, por exemplo, o comité de cordenação de resposta à emergência ao nível do distrito, os grupos de saúde e nutrição, água e saneamento e outros.

Alguns exemplos de como envolver a comunidade na vida do centro de acomodação e/ou reassentamento.

NA ÁREA DE SANEAMENTO:

Caso não existam latrinas no centro, o activista pode explicar a comunidade o risco que as fezes representam quando deixadas ao ar livre, pois as moscam depois de poisarem nas fezes podem, em seguida, poisar nos os alimentos e na água contaminando-os. No caso concreto do centro, como as pessoas estão aglomeradas, elas acabam defecando nos arredores do mesmo, o que irá atrair muitas moscas e exalar mau cheiro, para além do risco de surgimento de casos de doenças como a diarréia e a cólera.

O activista deve mobilizar a comunidade a participar activamente na:

v Identificação dos riscos que as fezes ao ar livre representam.

v Identificação do local para a construção das latrinas.

v Construção das latrinas (incluindo o corte de estacas, a abertura das covas e a colocação das cerca/paredes).

v Limpeza das latrinas.

NA ÁREA DE COMUNICAÇÃO E MOBILIzAÇÃO SOCIAL.

A comunicação é fundamental para que haja participação comunitária. A comunicação deve ser ela própria participativa. Isto é, deve ser um processo dinâmico, interactivo, de diálogo construtivo entre os membros da comunidade e instituições/organizações, possibilitando que as pessoas, quer individualmente quer colectivamente, atinjam o seu potencial máximo e se engajem na procura do seu próprio bem estar e desenvolvimento.

No âmbito da emergência, a comunicação e mobilização social tem sido feita através da unidades móveis de multimédia, teatro do oprimido, rádios comunitárias (nos distritos onde existem rádios) e através de activistas como tu.

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22 Guião para Activistas em Situação de Emergência

Para uma participação mais efectiva da comunidade na componente de comunicação e mobilização social, o activista poderá:

v Mobilizar o líder comunitário e outras pessoas influentes da comunidade para que eles definam com os ténicos da Unidade Móvel e os membros do grupo de teatro, os temas relevantes a serem abordados nas sessões de mobilização social.

v Estabelecer contactos com a rádio comunitária para a participação da comunidade nos programas radiofónicos sobre questões que preocupam a comunidade.

v Garantir que todas as actividades a serem implementadas no centro sejam em coordenação e envolvimento dos benefeciários, sejam elas actividades de saúde e nutrição, educação, água e saneamento, etc...

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