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– Ufa! Nem acredito que conseguimos subir o penhasco!… Foi muito perigoso!

– E todo este esforço para chegarmos a esta gruta… Olha!

– Ei! Está aí alguém? Se estiver, que dê um passo à frente! Aviso já que estou armado até às goelas!

– Leonardo!– O que é que queres, LUÍSA?– Não digas que estás armado! Achas

que um telemóvel no bolso é uma arma letal?– Shhhhh! É só para assustar!– Tonto!– Olha, uma caixa!

– Abre-a, rápido!– Está bem! E… e se está armadilhada?– Oh, Leonardo, não sejas dramático! Achas que te iam contratar

para vires a esta gruta abrir uma caixa armadilhada? De certeza que são informações sobre o nosso próximo caso. Abre, estou curiosa!

– OK, vou abrir… Ah! Não acredito! Luísa, estás a ver o mesmo que eu?

– Estou…

3… 2… 1… Aventura!

Pensavas que a aventura tinha terminado?! Não podias estar mais enga-nado! Estou de novo em ação. E tu também! Temos mais um mistério para resolver e este está a superar todas as expectativas! Nem vais acreditar no caso que eu e a minha amiga Luísa temos para desvendar! Ah, e vê bem a quantidade de coisas que vais aprender a fazer:

Analisar uma obra arquitetónica 6

Analisar uma pintura 8

Analisar uma escultura 10

Comparar e analisar mapas históricos 11

Construir um quadro cronológico comparativo 12

Interpretar um filme histórico 14

Analisar um gráfico 15

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Vamos recordar?

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Antes de continuarmos com a nossa aventura emocionante – e antes de descobrires o que é que estava dentro da caixa que eu e a Luísa encontrámos –, deixa-me ajudar-te a recordar alguns aspetos impor-tantes do meu trabalho de investigador. As minhas pesquisas seguem sempre quatro passos fundamen-tais:Perguntar, Criticar, Sintetizar e Comunicar.

1. PerguntarColocar questões pertinentes é o principal. Perguntas totalmente descabidas e que

se sabe, à partida, que não encontram resposta não interessam para a investigação histórica. Por isso, é fundamental saber formular questões coerentes e realistas. Eis os passos que deves seguir:

• Identificar o assunto que queremos investigar: Qual é o tema? Qual é a época? Qual é o espaço?

• Ler os documentos, situando cada documento em relação ao tema (política, econo-mia, sociedade, arte, vida quotidiana, religião), à época e ao espaço de que trata. Não te esqueças de sublinhar as palavras que não compreendes e pro-curar o seu significado no dicionário.

• Analisar os documentos, sublinhando as ideias relacionadas com o assunto da tua investigação. Procurar aplicar conceitos relacionados com o que estás a estudar.

• Comparar as informações fornecidas pelos documentos e assinalar as seme-lhanças e as diferenças relevantes.

• Escrever as questões de pesquisa, construindo-as a partir da leitura e análise dos documentos. Por exemplo: “Depois de ter lido o doc. 1, eu pergunto-me se seria possível que…” ou “Com base no doc. 2 e de acordo com o que aprendi nas aulas de História, por que motivo é que…”.

Agora, é só partir à aventura comigo e com a Luísa. Nas próximas páginas, vais poder acompanhar-nos nesta história cheia de mistério, em que o perigo espreita a cada passo que damos. Embarca na nossa companhia nesta aventura e aproveita para recordares como se analisam as fontes históricas e historiográficas: pinturas, esculturas, mapas his-tóricos, filmes… Enfim! Acredita que vai ser muito divertido!

Vamos recordar?

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Vamos recordar?

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© Porto Editora2. Criticar

• A partir da questão que queremos resolver, devemos debruçar-nos sobre a análise das fontes, procurando distinguir as que são vestígios deixados por pes-soas da época em estudo – as fontes históricas - e aquelas que foram produzidas posteriormente, fruto de investigação científica – as fontes historiográficas.

• Ler os documentos e verificar a sua pertinência, compreendendo se eles se ade-quam ao nosso tema de investigação.

• Avaliar a credibilidade e a fiabilidade dos testemunhos do pas-sado – Será que posso confiar no autor do documento? De onde é que ele retirou as informações que constam no documento? Porque é que o autor do documento o produziu? Será que as suas ideias, os seus valores, as suas crenças, etc., o influen-ciaram na produção deste documento? Será que as informações que constam no documento são credíveis, fiáveis, precisas?

• Depois de responder a estas questões, devemos enunciar as razões que nos permitem confiar na mensagem dos documentos que estamos a consultar.

3. Sintetizar• Depois de teres seguido os dois passos anteriores, encontras-te a meio do cami-

nho da tua investigação. Por isso, chegou o momento de sintetizar a informação retirada da análise cuidada e atenta dos documentos.

• Organizar as informações que foram assinaladas como relevantes através da cons-trução de um esquema, um quadro comparativo, um friso cronológico, etc.

• Preparar o plano da síntese utilizando a organização prévia das ideias principais – A que informações devo dar mais relevo? Por que ordem devo apresentá-las?

• Por fim, chega o momento de redigir a síntese, sempre com muito respeito pela ortografia e pela explicação clara das ideias.

4. Comunicar• Estás a aproximar-te do final: só te resta comunicar as tuas conclusões. E, che-

gado este momento, deves ter em consideração os seguintes aspetos: o público--alvo da tua comunicação; as informações mais importantes que queres trans-mitir; os documentos que devem ser utilizados para confirmar o que estás a dizer. Podes, ainda, transmitir as tuas conclusões de variadas formas, construindo um quadro comparativo, um friso cronológico, um esquema hierárquico, um painel, etc.

Já chega de conversa! Vamos regressar à nossa aventura emocionante?

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– Não posso acreditar, Leonardo! É um astrolábio, não é?– Sim, correto! Até te digo mais: é o astrolábio de Nicol Pate-

nal, datado de 1616, e que está em exposição no Museu da Marinha, em Lisboa.

– Queres dizer “estava”! Agora está nas tuas mãos, Leonardo! E como é que sabes isso tudo?

– Eu já tive de resolver um caso muito curioso em que uma das pistas era um astro-lábio igual a este. Existem cerca de 1500 em todo o mundo. Este instrumento foi aperfei-çoado pelos árabes. O astrolábio dos Descobrimentos é o chamado astrolábio planisférico e devia ser manuseado com muito cuidado, pois era muito sofisticado e delicado. Servia para medir a altura das estrelas e dava para calcular as horas pela posição do Sol, mas também determinar a posição dos astros para determinados dias e horas do ano.

– Olha, Leonardo, tem um cartão no fundo da caixa. Presta atenção: “Finalmente, está seguro este valioso instrumento. Deve regressar sem falta ao seu legítimo aposento”.

– Museu da Marinha, aí vamos nós…

– Temos algo que lhe pertence, tenente: o astrolábio de Nicol Patenal.– Já esperava que aparecesses, Leonardo. Nem sabes como respiro de alívio! Não

queríamos que este assunto chegasse à comunicação social. Não é bom para o museu.– Como sabia que vínhamos, tenente?– Por uma razão muito simples, Luísa. Hoje de manhã recebi esta carta pelo correio,

dirigida a vocês. Quem roubou o astrolábio sabia que vinham devolvê-lo hoje mesmo.– Inacreditável! E o que diz a carta?– “Onde jaz o venturoso e no canto em que a luz emana, bate no frio três vezes e per-

gunta por quem te chama!”– Hum… onde jaz o venturoso! Bem, o rei português que tinha o cognome “O Ven-

turoso” era o rei D. Manuel I… e está sepultado aqui ao lado, na igreja do Mosteiro dos Jerónimos… Vamos, Luísa, parece que temos um encontro marcado com D. Manuel…

– Ou com o que resta dele…

– Ei! Espera um bocadinho, Luísa! Vou aproveitar esta visita ao Mosteiro dos Jerónimos para explicar como se analisa uma obra arquitetónica.

Uma pergunta intrigante!

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Agora é a tua vez…São estas as regras a seguir. Tenta res-ponder às questões colocadas nas caixas acima sobre uma obra arquitetónica de uma época que estejas a estudar.

Em primeiro lugar, deves especificar o carácter da construção: religiosa, comemora-tiva, civil, militar, doméstica, etc. Depois, e de acordo com o período de construção, deves identificar o estilo arquitetónico em que se insere.

Identificar os elementos arquitetónicosIdentifica os elementos arquitetónicos: planta, alçados, base de sustentação, abóbadas, arcos, etc.

Enquadrar no período históricoIdentifica o período/acontecimento em que se desenvolveu a produção da obra arquitetónica.

Interpretar a obraRelaciona a obra arquitetónica com os conhecimentos adquiridos e resume as suas características.

Na análise de uma obra arquitetónica devemos ter em consideração os seguintes aspetos:

Em que data e em que local foi construída?

Qual é o carácter da construção? E o estilo arquitetónico?

Quem foi o seu autor? Quem é que a mandou construir?

Analisar uma obra arquitetónica

Este mosteiro é uma obra admirável! D. Manuel I decidiu fundar, em 1496, o Mosteiro de Santa Maria de Belém, junto ao rio Tejo. Depois, doou-o à ordem de S. Jerónimo e ficou conhecido por Mosteiro dos Jerónimos. Repara nos seus principais elementos arquitetónicos.

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– Esta igreja é colossal! Sinto o peso da História nos meus ombros!– Não é de estranhar… Estás a caminhar entre os túmulos de Vasco da Gama e de

Luís de Camões. Vamos subir até ao altar. O túmulo de D. Manuel fica à direita.– Então, a pista dizia que devíamos dirigir-nos aonde jaz o venturoso. Cá estamos,

mas não vejo nada que nos interesse.– E não falava da luz, Leonardo? Tem uma vela em cada canto, será isso?– Duvido, Luísa! Não há cá nada!– Espera! Então, estamos no local onde estão os restos mortais de D. Manuel: a igreja

do Mosteiro dos Jerónimos, certo? E na entrada estão dois túmulos mandados construir por Simão José da Luz Soriano, em testamento! Repara, é de lá que a luz emana! Estávamos enganados! Resta saber quem é que nos chama: Vasco da Gama ou Luís de Camões!

– E, para sabermos isso, basta-nos bater no mármore frio três vezes!– Boa!– Será o grande poeta? (toc-toc-toc). Não…– Só pode ser o navegador Vasco da Gama! (toc-toc-toc) Olha, caiu qualquer coisa:

– Não estou a compreender nada, Leonardo! E tu?– Deixa-me pensar… Gonçalves pintou seis regalos para a vista… Seis quadros?

Seis… Ah, esta é muito boa! Próxima visita: Museu Nacional de Arte Antiga!– Mas, porquê? Explica-te, homem!– Não precisas de ficar parada a ouvir-me! Acompanha-me! Esta pista é muito fácil! Ora,

Nuno Gonçalves é um dos mais notáveis da pintura europeia e autor de seis painéis muito conhecidos: os Painéis de S. Vicente, que estão em exposição no Museu das Janelas Verdes.

– Então, não íamos ao Museu Nacional de Arte Antiga?– E vamos! Este é o outro nome pelo qual o museu é conhecido.

Em número de seis GonçalvesPintou um regalo para a vista,No homem vestido de negroEncontra-se a próxima pista.

Uma vez que vamos ao Museu Nacional de Arte Antiga, deixa-me explicar-te como se analisa uma pintura. É já ao virar da página.

Está aí alguém?

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Analisar uma pintura

A pintura que se segue é uma obra emblemática da pintura portuguesa. Foi atribuída a Nuno Gonçalves, pintor do rei D. Afonso V, e data do século XV. Apresenta, em torno da figura central de S. Vicente, os diversos estratos que compunham a sociedade da época.

Tens dúvidas? Não te preocupes. Com o treino, torna-se cada vez mais fácil. A seguir, temos de:

Na identificação da pintura devemos ter em consideração os seguintes itens:

Agora é a tua vez…Analisar uma pintura é muito simples, não concordas? Então, agora é a tua vez. Inter-preta o conteúdo desta obra de arte seguindo as orientações que te são apre-sentadas nas caixas acima e ao lado. Aplica a mesma metodologia nas pinturas das épocas que vais estudando ao longo do 8.º ano.

Descrever a composição do documentoDescreve a disposição dos elementos que figuram na pintura.

Enquadrar no período históricoIdentifica o período/acontecimentos em que se desenvolveu a produção da obra.

Interpretar a pinturaRelaciona a pintura com os conhecimen-tos adquiridos e resume as suas carac-terísticas.

Qual é o título? E o tema? (religioso, mitológico, paisagem, retrato…)

Quem foi o seu autor? Quem é que man-dou produzir?

Em que data e em que local foi produ-zida?

Em que suporte foi produzida? (papel, tela, madeira, pergaminho, parede…)

Um dos paineis de S. Vicente – Painel do Infante.

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– Com esta é que eu não contava!– O que foi, Leonardo?– Já viste a quantidade de figuras que estão vestidas de negro? Em que painel estará

escondida a próxima pista?–Não sei mesmo! Nem sequer imagino! Só sei que os painéis devem o seu nome a

José de Figueiredo que os apelidou de painel dos Frades, dos Pescadores, do Infante, do Arce-bispo, dos Cavaleiros e da Relíquia, de acordo com o que estava representado em cada um. Ao todo, contam-se 58 personagens individualizadas em torno da dupla figuração de São Vicente.

– Luísa, não te sabia tão conhecedora desta obra de arte!– Há muita coisa sobre mim que desconheces, Leonardo! E isto aprendi na aula de

História, quando falámos sobre os Descobrimentos portugueses e sobre o interesse de todos os grupos sociais em partir à descoberta de novas terras.

–A tua professora ficaria muito orgulhosa se te ouvisse a falar assim! Mas ainda não descobrimos a próxima pista.

Uma pista difícil

Perfeito! É o momento ideal para eu explicar como se analisa uma escultura. E vou aproveitar a oportunidade para explicar, também, como é possível comparar e analisar mapas históricos e construir quadros cronológicos comparativos!

Luísa, está-se mesmo a ver! Temos de rumar em direção à Cidade Invicta! Porto, aí vamos nós!

Leonardo, observa o painel da Relíquia! O homem vestido de negro segura um livro na mão e diz qualquer coisa…

Presta atenção: para onde olha o Infante, na cidade que o viu nascer?

O que será que isso signi-fica?

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Analisar uma escultura

Da autoria de Tomás Costa (1861-1932), o monumento abaixo foi inaugurado em 1900 e representa o Infante D. Henrique a comandar as armadas dos Descobrimentos, com a vitória, representada sob a figura feminina, a ostentar a bandeira portuguesa.

Na identificação da escultura devemos observar os seguintes elementos:

Qual é o título? E o tema? (é importante confirmar se o que vemos é uma obra completa ou um excerto de um conjunto mais vasto)

Quem foi o seu autor? Quem é que man-dou produzir?

Em que data e em que local foi produ-zida?

Em que suporte foi produzida? (papel, pedra, madeira, bronze, ouro…)

É simples, não é? De seguida, temos de desenvolver estes aspetos:

Agora é a tua vez…Muito bem! Desta vez é que não escapas. Interpreta o conteúdo desta escultura seguindo as orientações que te são apresentadas nas caixas acima e ao lado. Termina sintetizando numa frase a mensagem desta obra. Aplica a mesma metodologia nas esculturas das épocas que vais estudando ao longo do 8.º ano.

Descrever a composição da esculturaDescreve a disposição dos elementos que figuram na escultura e a relação estabelecida entre os mesmos.

Enquadrar no período históricoIdentifica o período/acontecimento no momento de produção da obra.

Interpretar a esculturaRelaciona a obra com os conhecimentos adquiridos e resume as suas caracterís-ticas.

Infante D. Henrique (Porto).

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Comparar e analisar mapas históricos

Saber analisar e comparar mapas históricos é fundamental para compreendermos a evolução da representação geográfica do mundo. Por isso, presta atenção ao que te vou ensinar:

Primeiro, devemos observar atentamente os dois mapas. A seguir, temos de:

Agora é a tua vez…Muito interessantes as informações forne-cidas pelos mapas. Já viste como o conhe-cimento do mundo mudou num tão curto espaço de tempo? Segue as orientações que te são apresentadas nas caixas e estabelece comparações entre os mapas em análise.

Atentar no título, autor e datas dos mapas.

Observar atentamente o mapa referente ao período cronológico mais antigo e identificar os territórios representa-dos. De seguida, proceder do mesmo modo com o mapa mais recente.

Estabelecer semelhanças e diferenças entre os mapas em análise.

Formular questões que os mapas podem sugerir, tais como: o que provocou estas mudanças de representação geográfica? Como se explica esta evolução na repre-sentação do espaço?

Apresentar as conclusões retiradas da análise e comparação dos mapas.

O conhecimento do mundo no século XV (Planisfério de Toscanelli, 1457)

O conhecimento do mundo no século XVIII (Planisfério de Eusébio da Costa, 1720)

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Construir um quadro cronológico comparativo

Um quadro cronológico comparativo permite-nos compreender que, num dado período da História, existe um conjunto de acontecimentos ou situações de natureza diferente que ocorrem em simultâneo. Ora, observa o que se segue.

Expansão e colonização europeia

Datas Portugal Europa e o Mundo

1492Data provável da morte do pintor Nuno Gonçalves.

1500Pedro Álvares Cabral chega à costa brasileira.

Bastidas, La Cosa e Balboa, ao ser-viço de Castela, percorrem a costa da Colômbia e chegam ao Panamá.

1502Vasco da Gama faz a sua segunda viagem ao Oriente e estabelece uma feitoria em Cochim.

Contarini elabora um mapa do con-tinente americano, o mais antigo de que há conhecimento.

1503Primeira referência conhecida acerca da Casa da Índia.

Fundação da Casa da Contratação, em Sevilha.

1508

D. Manuel concede aos mercadores italianos Affaitadi o monopólio da venda das especiarias portuguesas nos Países Baixos.

Os navegadores espanhóis Pinzón e Solis chegaram à costa americana. Porto Rico foi conquistado e deu-se início à colonização da Jamaica.

Na construção de um quadro comparativo, deve-se ter em atenção os seguintes aspetos:

Agora é a tua vez…Como vês, isto é muito fácil. Segue as orientações que te são apresentadas nas caixas acima e constrói um quadro comparativo com base no estudo do Subdomínio 5.2. Aplica a mesma metodologia em qualquer assunto que vais estudando ao longo do 8.º ano.

Desenhar uma tabela na qual devemos inserir o período de tempo tratado e os aspetos que se pretendem comparar.

Atribuir um título ao quadro compara-tivo.

Inserir no quadro as situações e acon-tecimentos que se pretendem indicar e escrevê-los no espaço correto, na inter-secção da data e do evento.

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– Leonardo! Importas-te de parar um bocadinho! Já estou cansada!– Estás bem, Luísa? Senta-te e descontrai…– Deixa-me ver se entendi tudo direitinho: começámos com um astrolábio roubado,

visitámos o Mosteiro dos Jerónimos e encontrámos, no túmulo de Vasco da Gama, a pista que nos levou aos painéis de S. Vicente. No painel da Relíquia, o “homem vestido de negro” indi-cou-nos o caminho até ao Porto e levou-nos a visitar a estátua do Infante D. Henrique. Repa-raste que o Infante apontava para o mar imenso, como se nos recordasse que foi ele o grande impulsionador dos Descobrimentos?

– Reparei… Mas o mais estranho foi encontrarmos mesmo debaixo dos nossos pés uma notícia de jornal que dava conta do desaparecimento do planisfério de Toscanelli, datado de 1457, da Biblioteca Nacional de Florença. Os italianos devem estar com uma cabeça…

– Achas que foi coincidência?– O quê? O mapa ter desaparecido?– Não, a notícia ter surgido mesmo debaixo dos nossos olhos…– É claro que não. Só não vejo a relação entre esta pista e as anteriores…– Pois, eu também não… Reparaste como era limitado o conhecimento do Mundo?– Pois era… Os Portugueses foram espetaculares! Foram os Portugueses que “deram

novos mundos ao Mundo”. Ao observar o planisfério de Toscanelli essa frase faz todo o sentido! Até ao século XV, os Europeus não sabiam o que ficava a sul do Bojador e conhe-ciam o mundo asiático de modo pouco consistente, com muitas imprecisões.

– Sim, mas não foram só os Portugueses… Os Espanhóis também contribuíram para o alargamento das terras conhecidas.

(Trimmm! Trimmm! Trimmm!)– Sim, Leonardo Mistério ao seu dispor. Com quem estou a falar?– Isso não interessa. Tenho apenas um breve recado para lhe dar.

A menina Luísa tem razão.– Eu tenho sempre razão! Mas a que se refere

em particular?– Os Espanhóis foram muito importan-

tes na descoberta de novas terras. Eles também nos deram o “Novo Mundo”… Prestem atenção ao filme… Foi com a orientação de Toscanelli…

– Olha, desligou a chamada… A que filme se refere este senhor de voz estranha?

– Não temos de pensar muito. Olha o que deixaram no banco de jardim! Um DVD…

Um telefonema misterioso

Esta aventura está mesmo emocionante! Eu e a Luísa vamos ver este filme e, de seguida, vamos analisá-lo com toda a atenção, para não deixar escapar a próxima pista. Se quiseres, vem connosco que eu explico-te como se faz.

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© Porto EditoraInterpretar um filme histórico

Os filmes são hoje considerados documentos históricos porque nos fornecem dados importantes, quer sobre o contexto da época em que foram produzidos, quer, no caso de se tratar de um filme histórico, sobre um facto ou episódio da História. Por isso, presta atenção.

Na identificação do filme, devemos ter em consideração os aspetos constantes na sua ficha técnica:

Qual é o título?

Quem foi o seu realizador?

Em que data e em que local foi realizado?

Quem são os atores principais?

É um filme premiado?

Devemos visualizar o filme na íntegra e, se necessário, voltar a ver alguns excertos. Depois, temos de responder aos elementos que se seguem:

Agora é a tua vez…Vê atentamente o filme que te sugiro e interpreta o seu conteúdo seguindo as orientações que te são apresentadas nas caixas acima. Podes fazer o mesmo exercício para outros filmes indicados no manual (páginas 206 e 207) relacionados com diferentes épocas históricas.

1. Tipo de filme histórico (biografia, ficção, filme de época, documentário).

4. Personagens principais e secundá-rias (reais e imaginárias).

2. Época e local em que decorre a ação – acontecimentos históricos relatados.

5. Significado e rigor histórico do filme – possíveis erros.

3. Resumo da história – linhas gerais do enredo.

6. Relaciona a obra cinematográfica com os conhecimentos adquiridos sobre a época que este retrata.

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Analisar um gráfico

Saber analisar um gráfico é muito importante pois os gráficos mostram, de forma clara, a evolução de diferentes aspetos económicos, sociais, demográficos… num deter-minado período de tempo. Por isso, são muito utilizados em História, sempre que dis-pomos de dados estatísticos. Existem diversos tipos de gráficos. Ora presta atenção:

Identificar o gráfico: qual a sua natureza, o assunto, o tempo e o espaço que representa.

Fazer a leitura dos dados (indicar a ten-dência geral; referir as oscilações mais relevantes; estabelecer comparações).

Identificar o contexto histórico em que os dados se inserem.

Explicar os dados, relacionando com os conhecimentos adquiridos da época em estudo.

Na análise de um gráfico devemos prestar atenção aos seguintes aspetos:

Agora é a tua vez…Fácil, não é? Como podes ver, um gráfico apresenta informação relevante de forma clara e direta. Agora, interpreta o conteúdo dos gráficos seguindo as orientações que te são apre-sentadas nas caixas acima. Aplica a mesma metodologia em qualquer assunto que vais estudando ao longo do 8.º ano.

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Milhões de habitantes

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Taxa denatalidade

Taxa demortalidade

Antigo regimedemográfico

Revoluçãodemográfica

Novo regimedemográfico

Cristãos

32%

Muçulmanos

17,3%

Agnósticos

16,6%

Budistas

6,3%

Hindus

13,3%

Outros

14,4%

(incluindo Judeus e Sikhs)

%

%%

O gráfico linear é muito utilizado para representar evoluções ao longo do tempo. Se tiver mais do que uma linha, permite comparações.

O gráfico de sectores permite ver cada uma das parcelas representadas e a sua relação com o todo, num dado momento.

O gráfico de barras, horizontais ou verticais, é o mais usado quando se pretende fazer uma comparação entre conjuntos de dados.

Evolução demográfica ocorrida em alguns países europeus [1700-1800]

Evolução da população na Inglaterra e na França nos séculos XVIII e XIX

Distribuição atual das religiões pela população mundial

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Page 16: GUIA PARA TRABALHAR FONTES - portoeditora.pt · Tonto! Olha, uma caixa! Abre-a, rápido! Está bem! E e se está armadilhada? Oh, Leonardo, não sejas dramático! Achas que te iam

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Um final inesperado!– Agora é que eu estou a perceber porque é que o quadro cronológico comparativo

tinha aquele espaço em branco… Era para colocarmos lá a chegada de Cristóvão Colombo à América, em 1492, ao serviço de Espanha… Daí o telefonema misterioso!

– Pois, mas continuo sem perceber o significado destas pistas todas… Andámos aqui feitos “baratas tontas”, de Lisboa para o Porto, a tentar resolver um enigma que nem sabemos bem o que é!

– Então, vamos recapitular. Astrolábio, Mosteiro dos Jerónimos, Vasco da Gama, Painéis de São Vicente, estátua do Infante D. Henrique, um filme sobre Cristóvão Colombo…

– Um quadro cronológico comparativo com datas sobre a expansão e colonização europeia…

– Já reparaste que todas as pistas estão relacionadas com os… (Trimmm! Trimmm! Trimmm!)

– A resposta ao enigma é…– Descobrimentos!– Parabéns, Leonardo, missão cumprida! Até à próxima aventura.– Mas… Como assim? Então é este o desfecho?– Será que o senhor da voz esquisita nos pode explicar o que é que se passa?– Olha, desligou novamente a chamada! Este homem é mesmo estranho!– Nunca mais caio numa como esta!– Sinto-me enganada! E cansada… Tenho os pés cheios de bolhas…– Nem acredito que enganaram o Leonardo Mistério…– Deixa lá, Leonardo… Apesar deste final inesperado, foi muito divertido, não foi?– Bem, lá isso é verdade! Passou num instante…

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Fim

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