Guia de Turismo Ecológico do Estado de Minas Gerais · Serras, montanhas, picos, rios, lagos e...
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Guia de Turismo Ecológico do Estado de Minas Gerais
Introdução Serras, montanhas, picos, rios, lagos e cachoeiras, grutas e coberturas vegetais variadas são
parte do paraíso ecoturístico existente em Minas. Complementam este “éden” tropical a mão de
um povo hospitaleiro e solidário, que valoriza e preserva sua história, e uma cultura rica e
holística, seja nas cidades, seja nas fazendas seculares ou nas casas dos menos favorecidos.
Minas é, portanto, o melhor destino para os ecoturistas. Ao descobri-la os visitantes não
vencerão apenas os desafios das diversas modalidades ecoturísticas, mas terão incorporado
um pouco de Minas. Para conhecer o subterrâneo da vida mineira, assim como acontece nas
grutas que ainda escondem tesouros, o viajante reconhecerá ser preciso retornar tantas vezes
quanto o espaço de sua bagagem cultural permitir e exigir.
Minas, que um dia foi obstáculo natural e desafiador para os colonizadores, abre-se para dividir
a prodigalidade da natureza e a beleza da paisagem
construída pela mão humana, consciente de seu papel
de criadora do sentimento de brasilidade nas trilhas
percorridas no passado com a tenacidade daqueles que
Minas Gerais no Brasil
Localizado na porção Noroeste da região Sudeste do Brasil, o Estado de Minas Gerais é o
maior da região, fazendo divisa com São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Goiás,
Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Sua área total é de 588.383,6 km2, que corresponde a
cerca de 7% do território nacional. Com 853 municípios, a população está estimada em
17.295.955 habitantes, e densidade populacional de 29 habitantes por km².
Minas Gerais é o principal produtor de café e leite do país e o segundo Estado mais
industrializado e vice-líder em exportações, conforme estudo do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA) de 1999. A agropecuária de Minas Gerais, que mantém a liderança
nacional, ocupa quase 70% do território, principalmente no Triângulo Mineiro, Sul e Sudeste do
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Estado. Responsável por metade da safra brasileira de café, Minas também é o segundo maior
produtor de feijão e o terceiro de milho. No setor de mineração, destaca-se como grande
reserva mineral do país: o valor de sua produção corresponde a 1/3 do total brasileiro.
Minas Gerais e a Natureza
Do imenso território mineiro, cerca de 30% da sua área é ocupada por lagos e rios e 1.252 km2
por áreas de preservação ambiental, entre parques estaduais e federais. Se o mar não está em
nenhuma das divisas, a natureza soube compensar o Estado com suas 16 bacias fluviais que
irrigam distintas formações vegetais.
A diversidade natural não pára por aí: dos oito ecossistemas brasileiros, três estão em Minas –
Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga. Eles abrigam diferentes características de vegetação,
clima e relevo, sendo habitat para 780 espécies de aves, 200 espécies de répteis e anfíbios,
380 espécies de peixes, 190 de mamíferos não-aquáticos, 1.600 espécies de borboletas e 482
espécies de abelhas, entre outras.
Terras planas, vales, colinas e montanhas definem o
relevo fortemente acidentado com altitude média de 700
m. Minas integra o Planalto Atlântico, com destaque para
as serras da Mantiqueira e do Espinhaço, e apresenta
altitudes que variam entre 79 m, no município de Aimorés,
a 2.890 m, no Pico da Bandeira, na Serra do Caparaó. Na
vasta lista de rios destacam-se o São Francisco, cuja
bacia drena 40% do território mineiro. Também são significativos os rios Jequitinhonha, Doce,
Grande, Paranaíba, Mucuri e o Pardo.
A floresta tropical rasgada por faixas de Cerrado predomina na paisagem com clima tropical de
altitude, apresentando em média 24°C, com mínimas de 9°C na região Sul e máxima de 33°C
no Norte do Estado
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As diferentes formas de relevo e vegetação propiciam uma
vasta diversidade de fauna e flora e apontam igualmente
para a urgência de sua preservação. Ao longo da história,
Minas Gerais sofreu intenso desmatamento de seus
ecossistemas naturais em função do aproveitamento
econômico. Dados recentes demonstram que a área do
Estado originalmente coberta pela Mata Atlântica encontra-se reduzida a 4% e que a situação
do Cerrado também é crítica. Nos últimos anos, o aperfeiçoamento da legislação ambiental
procura garantir a preservação da região e para isso conta com as ações dos órgãos
responsáveis pela gestão ambiental o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Renováveis (Ibama), o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a Fundação Estadual do Meio
Ambiente (Feam) e o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), além do trabalho das
secretarias e departamentos municipais de meio ambiente .
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O Estado de Minas Gerais se destaca pela riqueza de seus recursos naturais, representados
pela imensa diversidade de sua fauna e flora, recursos hídricos e minerais e o extraordinário
potencial energético. Com uma área total de 588.384 km2, representando 63% do Sudeste
brasileiro, abriga as nascentes e parte significativa das bacias dos rios São Francisco, Grande,
Doce, Jequitinhonha e Paranaíba. A presença dos biomas
Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, com suas
diferentes formações fisionômicas, faz do Estado o berço
de uma grande diversidade biológica. Em seu
relevo fortemente acidentado, destacam-se as
formações rochosas de dois importantes complexos
montanhosos do Sudeste: a Mantiqueira e o
Espinhaço, onde se concentram espécies vegetais e animais endêmicas.
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A grande riqueza mineral, aliada à ausência de uma política específica de ocupação e uso do
solo, resultou na quase completa destruição dos biomas do Estado. A exploração do carvão
vegetal para os pólos siderúrgicos - ocupando de início a Mata Atlântica e posteriormente o
Cerrado - e a expansão da fronteira agropecuária foram responsáveis pelo desmatamento
maciço do território mineiro. Estima-se que apenas 4% da Mata Atlântica original permaneçam
em pequenas manchas isoladas. É forte também a pressão sobre o Cerrado, a Caatinga e os
Campos Rupestres e de Altitude.
Em conseqüência das modificações sofridas nos
diversos ecossistemas mineiros, é grande o número de
espécies ameaçadas de extinção - 178 espécies
animais e 538 vegetais. Paralelamente, a situação das
unidades de conservação do Estado é bastante crítica,
sobretudo no que se refere à representatividade da
superfície protegida e ao nível de implantação dessas
áreas. Apenas 2,3% do território mineiro encontram-se
legalmente protegidos, sendo que 0,65% está sob
proteção integral. Este fato é especialmente grave frente à multiplicidade de paisagens a serem
protegidas e ao pouco que se conhece de cada uma delas.
A extensa transformação antrópica dos biomas de Minas
Gerais, com a conseqüente perda de biodiversidade de
enorme potencial biológico, econômico e medicinal, indica
a urgência do delineamento de ações para a conservação
do pouco que restou dos ecossistemas naturais. O
Workshop 'Prioridades para a Conservação da
Biodiversidade de Minas Gerais', desenvolvido de forma participativa e transparente, com a
presença de 121 especialistas de 11 áreas temáticas, buscou delinear as áreas de maior
urgência de conservação e as ações prioritárias a serem executadas em cada área indicada.
O mapa resultante desse exercício apresenta as 85 áreas identificadas como prioritárias e a
ação principal para a sua conservação. Essas áreas encontram-se categorizadas de acordo
com a sua importância biológica, descrita como extrema, muito alta ou alta, além das áreas
consideradas como de importância biológica especial, que resultam da sobreposição de áreas
incluídas nessa mesma categoria para mais de um grupo temático. Além dessas, foram
indicadas também áreas consideradas prioritárias para estudos, que estão apresentadas no
mapa 'Áreas Prioritárias para Investigação Científica'.
Os resultados alcançados permitiram também estabelecer um fórum participativo de discussão
para especialistas no tema, evidenciando o nível de conhecimento existente sobre a
diversidade biológica, além de auxiliar os tomadores de decisão quanto ao uso de recursos e
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esforços frente à carência de informações existentes. A iniciativa de se identificar áreas e
ações prioritárias para a conservação da biodiversidade faz parte dos esforços da Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais no sentido de
desenvolver uma estratégia estadual para a conservação da diversidade biológica, iniciada a
partir da definição do status da fauna e flora mineiras.
Ao tornar os resultados disponíveis para outros setores do governo e do setor privado, o
Estado está dando um passo à frente visando integrar a conservação da biodiversidade e a
utilização sustentável de seus componentes, conforme prevê a Convenção da Diversidade
Biológica, da qual o Brasil é signatário.
Turismo Ecológico
Durante décadas as causas ambientais passaram longe dos interesses
turísticos, até que o Brasil descobriu o Brasil. A amplitude de recursos
naturais existentes, a necessidade de fuga do estilo urbano e a procura
por uma vida mais saudável impulsionaram a busca pela natureza,
concentrando o turismo em determinados pólos. A partir dessa situação,
estabeleceu-se um programa nacional para a regulamentação das
práticas ligadas ao meio ambiente, e criou-se a definição do ecoturismo
como o grupo de atividades turísticas que utilizam o patrimônio natural do país, incentivando
sua conservação e buscando a formação de uma política ambientalista. Em outras palavras,
surgiu no panorama nacional uma categoria de turismo que, além das divisas e progressos
advindos da própria atividade, trouxe um importante embrião: a conscientização ecológica.
Nesse novo cenário cultural, os agentes vão além do papel de turistas, empresas e
estabelecimentos de turismo, para se tornar espontaneamente fiscais da natureza.
Na prática do turismo ecológico, a proteção da natureza é lei. Por isso, nos parques nacionais e
estaduais, bem como nas demais áreas de proteção ambiental, há a fiscalização dos órgãos
governamentais (federais, estaduais e municipais), que regulamentam seu uso e visitação.
As áreas naturais, especialmente as Unidades de Conservação (UC) legalmente instituídas
pelo poder público sob regimes especiais de administração, necessitam de uma política que
preserve o impacto ecológico do turismo e que determine, por exemplo, a quantidade de
visitantes que poderá ter acesso à área preservada. A manutenção dos recursos e o próprio
desenvolvimento desses pólos ecoturísticos dependem dessa atuação fiscalizadora. Portanto,
ao viajante que deseja visitar lugares ainda pouco explorados e com recursos naturais intactos
compete respeitar e acatar as determinações.
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Em Minas Gerais, o palco para o ecoturismo estende-se por todo o Estado. Trilhas na mata que
escondem plantas e animais silvestres, montanhas que revelam uma vista cinematográfica,
cachoeiras de águas cristalinas, grutas esculpidas pela água durante milênios... aventura e
ecologia estão nos caminhos de Minas. Um desafio em cada atrativo para os adeptos dos
esportes da natureza. Um refúgio em cada atrativo para os que querem apenas desfrutar a
paisagem. Caminhar, subir, descer, pedalar, escalar, nadar, remar, enfim, explorar. Observar
sem interferir, desbravar sem molestar, usufruir sem poluir – este é o lema do turista
consciente.
Lemas do Ecoturismo
Ter uma atitude ambiental
Significa manter uma relação positiva com o habitat,
interagindo com a fauna e a flora locais, sem interferir no
seu processo natural.
Preservar o recurso que é natural
Se o turista encontrar uma bica de água pura, jamais vai
jogar detritos alí ou vai lavar-se com sabão que não seja biodegradável, visando exatamente
preservar a fonte hídrica do local.
Manter-se em harmonia com a natureza
O turismo ecológico é contemplativo, convida à observação e introspecção. Portanto, a postura
do turista é diferente da interatividade urbana como a que se encontra nos museus, por
exemplo.
Ser holístico
Em integração com a natureza, pode-se captar a noção de igualdade entre os seres vivos e
desenvolver a consciência ecológica ao se perceber como certas atitudes negativas do homem
com a natureza, como desperdício e poluição, geram prejuízo para a própria espécie humana.
ViajarCom o cenário perfeito – a natureza – e as condições ideais – o ar livre –, o exercício da
liberdade e a possibilidade de usufruir gratuitamente dos atrativos naturais, o turismo ecológico
é o passaporte para o lazer e a diversão.
Henry Yu
Dicas para o Ecoturista
Para o Ecoturista Iniciante
O gosto pelo contato com a natureza não tem idade ou época certa para acontecer. Algumas
pessoas despertam mais cedo para essa vertente ecológica, outras têm a oportunidade de
posteriormente satisfazer a necessidade humana em compartilhar o meio ambiente. O fato é
que nunca é tarde para aventurar-se em viagens pelas trilhas e matas deste Brasil. Porém,
para quem nunca experimentou ou não tem o hábito de conviver com as delícias da vida ao ar
livre, é necessário um pouco de cautela, sobretudo nos aspectos segurança e saúde. As
indicações a seguir serão úteis na hora de planejar sua próxima viagem.
Escolha as roupas adequadas
Os tecidos mais apropriados são os que absorvem o suor e permitem que o corpo respire.
Prefira modelos folgados, que não prendam os movimentos. Para regiões de bastante sol, use
roupas claras que refletem o calor, embora não protejam dos raios ultravioleta (neste caso,
aumente o fator do protetor solar). Para regiões sujeitas a temperaturas frias, não dispense a
jaqueta de material impermeável sobre a roupa, pois ajuda a se proteger do vento e manter o
calor do corpo. Lembre-se de levar chapéu ou boné e também dê atenção especial ao que irá
calçar: tênis oferecem conforto, mas são pouco seguros para caminhadas com declives
acentuados; botas de tecido ou couro, com solado antiderrapante e suporte acolchoado para os
tornozelos, são as mais indicadas.
Carregue sempre um kit de primeiros socorros:
Uma aventura longe da civilização nunca está a salvo de mal-estares e acidentes, ao contrário,
o contato com árvores, plantas, trilhas e animais aumenta as chances desses eventos. Por isso
o viajante (e não apenas o iniciante) deve sempre carregar um kit básico de primeiros socorros,
contendo:
- curativos aderentes, que são indispensáveis para cobrir pequenos ferimentos, impedindo o
acúmulo de sujeira que provoca infecção; atadura de gaze para ferimentos com
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bolhas,causados, por exemplo, pelo uso de sapatos inadequados. Fixe o curativo com
esparadrapos que não escapem com o atrito dos pés;
- lenços anti-sépticos, práticos de carregar na mochila e eficazes para a limpeza do ferimento;
- analgésicos e antiácidos para indisposições, como dor de cabeça causada pela exposição ao
sol e complicações estomacais.
Respeite seu próprio ritmo
Caminhar é a forma mais simples de fazer turismo ecológico. Permite a contemplação da
natureza, não envolve maiores custos ou riscos e está ao alcance de qualquer um,
dispensando habilidades físicas específicas. Mas apesar de simples, a caminhada em trilhas
exige um mínimo de condicionamento físico, além de certas dicas que podem ser valiosas para
sua prática por um iniciante. Para começar, prefira dar passadas longas e lentas em vez de
curtas e apressadas, que cansam mais. Exercite-se no seu ritmo, sem sobrecarregar sua
musculatura, ou então não conseguirá desfrutar da natureza. Um bom termômetro é tentar
conversar enquanto anda, se o fôlego faltar, diminua a velocidade da caminhada. Dê quantas
pausas julgar necessário durante o trajeto, mas evite parar a cada cinco minutos, pois a falta de
ritmo nas passadas também é um fator que contribui para o cansaço.
Não vá para uma trilha sem equipamento próprio
Diferente do turismo urbano, onde mapas e bússolas são praticamente dispensáveis, um
passeio por uma trilha demanda condições especiais que evitam transtornos como, por
exemplo, ficar perdido em uma trilha, sem comunicabilidade. Por essa razão inclusive
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recomenda-se sempre viajar acompanhado de um monitor ambiental ou pessoa que tenha
experiência da região. Além disso, é fundamental carregar alguns objetos essenciais, como
bússola, lanterna, relógio e canivete. Uma boa dica é levar um apito, que funciona como
eficiente sinalizador para pedir socorro se alguém se machucar ou se perder do resto do grupo.
Leve alimentos com você
Programas que envolvem a natureza estão sempre sujeitos a imprevistos como uma pancada
de chuva que retarda a volta do passeio. Por isso, é providencial sempre carregar na mochila
algum tipo de alimento para situações de emergência. Comidas secas, como biscoitos, grãos e
barrinhas de cereais, são perfeitas para este fim, já que são práticas de transportar e fornecem
energia rapidamente, ajudando a recompor-se do exercício. Além disso, leve um cantil ou
garrafa de água e mantenha-se hidratado, pois durante o esforço físico a transpiração
aumenta, e a necessidade de beber líquidos fica ainda maior.
Para arrumar a mochila ideal
Como deve ser
Alças, proteção das costas e barrigueira devem ser confeccionadas em material absorvente e
fácil de secar. Assim o suor evapora rapidamente e não traz sensação de desconforto. Zíperes
grandes e reforçados para suportar o peso. Fitas na lateral para ajustar a mochila quando
estiver mais vazia, tornando-a compacta e fácil de carregar.
Alça lateral para transportá-la como mala, ocasionalmente. Fundos duplos com abertura
independente ou bolsos externos para retirar certos itens úteis durante a caminhada, sem que
seja necessário esvaziar toda a mochila.
O que deve conter
Cantil. Água é a prioridade de quem vai se aventurar por uma trilha, por menor e mais fácil que
ela possa parecer. O ideal é carregar sempre um cantil de 1 litro.Agasalho e capa impermeável
(ou plástico para se cobrir) para servir de refúgio contra o vento e a chuva.
Alimentos energéticos. Barrinhas de cereais, sementes, frutas secas, chocolates e biscoitos,
que não ocupam muito espaço e podem ser fundamentais em uma situação de emergência,
como ficar perdido em uma trilha ou ter alguém que passa mal por conta do esforço físico. Não
esqueça de levar saco plástico para recolher o lixo.
Lanterna. Prefira os modelos leves e carregue sempre pilhas sobressalentes.
Como arrumar
Acomode primeiro o material que será menos utilizado, como toalhas, roupa extra, saco de
dormir, barraca.
Máquina fotográfica e pequenos lanches devem ser colocados por cima. Para garantir-se,
embrulhe esses itens em sacos plásticos, protegendo-os de eventuais chuvas.
Capas de chuva, chapéus ou luvas ficam mais à mão acomodados nos bolsos laterais.
Disponha os objetos no fundo da mochila, tomando o cuidado para equilibrar o peso entre as
duas alças e, assim, não sobrecarregar apenas um ombro.
Dicas para Antes de Viajar
Vacinação
Recomenda-se a vacinação contra a febre amarela no Estado de Minas Gerais. Vacine-se, no
mínimo, até dez dias antes de iniciar sua viagem num posto de saúde de sua cidade ou de seu
bairro.
Cuidados
Prepare seu espírito para uma viagem na qual o que importa é desfrutar e não consumir. Leve
em conta seus interesses pessoais e preparo físico na hora de escolher um roteiro e não
apenas o destino em moda.
Garanta a qualidade da água que irá consumir das fontes e riachos levando com você
compostos a base de cloro ou outra substância purificadora a venda em farmácias.
Planeje
Quanto mais cedo você começar seu planejamento, melhor. Pesquise bastante o seu destino,
prevendo com antecedência os roteiros e os equipamentos necessários para sua aventura.
Leve o mínimo de bagagem possível, roupas leves, sapatos adequados e confortáveis.
Lembre-se de levar um chapéu ou boné, não importando se o local de destino tem
temperaturas quentes ou frias. Esse acessório evita a perda de calor pela cabeça e pescoço,
minimizando os riscos de insolação e choques térmicos.
Informe-se sobre o lugar que visitará antes de embarcar. Guias especializados, matérias
publicadas em revistas, na internet, folhetos de agências de turismo, dicas de amigos - vale
tudo. Dê especial atenção para as orientações sobre fauna e flora do local, assim você poderá
desfrutar melhor a natureza do local.
Consulte
Cheque as credenciais das agências de turismo que estão organizando sua viagem. Melhor
saber dos problemas antes de contratar e pagar pelo roteiro, do que arriscar-se a chegar ao
seu destino e ficar na mão com reservas de hotel e traslados, por exemplo.
Quando fechar um pacote com uma agência, pergunte tudo o que está incluído, confirmando
cada detalhe. Há agências que não consideram como parte do roteiro, por exemplo, o
transporte do local da hospedagem até o atrativo (traslado). Neste caso, é melhor se informar
da disponibilidade de transporte alternativo no local.
Seja rigoroso na escolha de uma agência de viagem. Certos indícios já no contato inicial
podem caracterizar amadorismo e falta de estrutura do estabelecimento. Desconfie de um
anúncio que leva apenas um número de celular ou se o local de venda dos pacotes for a
garagem de uma casa, por exemplo.
Quando é a natureza que dita as regras do passeio, certos imprevistos como chuvas e
períodos de estiagem são inevitáveis. Mas, com uma consulta prévia aos calendários regionais,
dá para saber a época mais apropriada de visitação ao lugar, consultando além das condições
climáticas, a temporada de eventos culturais e folclóricos da região.
Conduta
Respeite as comunidades locais, seus valores, crenças e costumes. Não tenha atitudes que
impactem com o modo de vida das mesmas.
Em caminhadas pelas trilhas, carregue um saco plástico para recolher todo o lixo que produzir,
inclusive restos de comida, latas e garrafas plásticas. Não deixe vestígios de sua passagem.
Evite
Se no seu programa de viagem houver uma atividade física puxada, como uma caminhada nas
montanhas, por exemplo, não cometa o erro de esforçar-se demasiadamente no primeiro dia.
Comece com roteiros mais amenos, condicionando-se fisicamente para trajetos mais íngremes
e prolongados.
-Evite caminhar sozinho à noite ou sob cerração
-Evite apoiar-se na vegetação durante as caminhadas ou colocar as mãos em buracos ou
fendas.
-Evite consumir bebidas alcoólicas ou utilizar aparelhos de som em volume alto.
-Fotografe
- Registre os locais e os momentos especiais.
Algumas orientações básicas podem garantir o sucesso das fotografias de viagem. Anote: as
melhores condições de luz para fotos ao ar livre acontecem ao amanhecer e entardecer,
quando o sol incide perpendicularmente no assunto e produz efeitos de luz; evite usar flash que
interfere na luz natural; prefira câmeras com ajuste manual de leitura de luz, porque as
condições naturais mudam rapidamente, e manualmente o fotógrafo poderá clicar fotos com
opção de pontos de exposição a mais e a menos.
Observe
Observe as condições climáticas e dos percursos.
Lembre-se de que acidentes naturais podem fechar os parques e reservas temporariamente.
Travessias em rios demandam a necessidade de técnicas especiais para reconhecimento de
terreno. Uma dica bem simples e eficaz é utilizar uma vara para tocar o fundo do rio à procura
de pedras e buracos.
Banhos em rios e cachoeiras oferecem risco de afogamento e de acidentes, por conta das
correntezas e condições de profundidade. Por isso, antes de mergulhar verifique se há
profundidade suficiente. Nem sempre águas escuras indicam que são fundas, bem como águas
calmas podem esconder pedras no fundo do rio.
Fazer trilhas em bicicletas é uma alternativa ecológica e agradável, mas depende de um bom
condicionamento físico e equipamento adequado. Para saber se a bicicleta é indicada para sua
altura, siga esta dica: quando ficar em pé, mantendo o quadro entre as pernas e os pés
apoiados no chão, a distância do quadro até a virilha deve ser de um palmo.
Cuidados
Para as caminhadas, prefira sempre transportar sua bagagem em uma mochila. É a forma mais
confortável para carregar seus pertences, deixando as mãos livres e o peso distribuído
uniformemente. Há modelos menores, mais leves e compactos, indicados para caminhadas
curtas.
No decorrer dos passeios a pé, reserve intervalos de dez minutos a cada uma hora para
descansar e desfrutar a paisagem. Mesmo que o objetivo da sua viagem seja a prática
esportiva, não desperdice a oportunidade de relaxar em contato com a natureza.
Em caminhadas organizadas em grupo deve haver sempre um guia ou alguém que conheça o
terreno. O ideal para grupos grandes é que haja duas pessoas _ o batedor, que vai à frente
mostrando o caminho, e um segundo guia, que fica no final da fila acompanhando os membros
mais lentos da equipe.
Em situações de emergência é possível usar um relógio de pulso como bússola. Para isso
alinhe a marcação do meio-dia do visor analógico com o sol. A direção Norte corresponde ao
espaço entre a marca de meio-dia e o ponteiro das horas.
Fique de olho na água que vai beber. Em planícies onde há gado pastando, os rios e riachos
podem estar contaminados com detritos dos animais. Riachos com profundidade suficiente
para mergulho também não têm água considerada potável. Somente as bicas de águas que
nascem em montanhas mais altas, acima das pastagens, costumam ser puras. Procure levar
consigo água e alimentação adequada.
Atividades Ecoturísticas
O turismo que envolve a natureza pode causar sérios danos e prejuízos ao equilíbrio ecológico.
Ao abrir uma trilha, o homem interfere no ecossistema, prejudicando seu bom desenvolvimento.
Portanto, qualquer atividade esportiva deve ser praticada com especial controle e cuidados
necessários para a manutenção da biodiversidade.
Escalada ou Alpinismo
Modalidade que consiste em escalar os paredões das serras como lazer ou prática
esportiva. Por se tratar de um esporte de risco, só deve ser praticado por pessoas
capacitadas e com os devidos equipamentos, respeitando-se sempre as normas
de segurança.
Rappel
Descida por cordas em abismos, paredões, rochas etc. O nível de dificuldade é medido de
acordo com os graus de inclinação do local onde o rappel será praticado. Para a segurança dos
envolvidos, deve-se estar acompanhado de monitores especializados e utilizar-se
equipamentos apropriados.
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Passeios a Cavalo
Passeio em meio natural com animais treinados, em
percursos que podem ser feitos durante o dia ou em noites
de boa luminosidade (lua cheia). Indicado fazer o trajeto
acompanhado de guias experientes.
Troperismo
Viagem em lombo de mulas, bestas e burros à moda das tropas dos
séculos passados. Desfrutar as belezas cênicas dos atrativos
naturais e absorver cultura e história é a premissa desse passeio.
Em Minas Gerais a modalidade é muito comum, para viagens
curtas e longas.
Observação de Fauna e Flora
Atividade de atenção e inspeção para observar aves e
espécies da fauna e flora em geral. Exige paciência e
silêncio em contato com a natureza. Prática difundida
pelos pesquisadores científicos, ao alcance da maioria dos
turistas.
Asa-Delta
Atividade esportiva ou de lazer, com equipamento de asa voadora
movida pelo vento. Exige o uso de uma série de acessórios de
segurança para o piloto e para a navegação da asa. Só pode ser
praticado por pilotos experientes com devido Certificado de Piloto
Desportivo, exigido pelo Departamento de Aviação Civil do Ministério
da Aeronáutica.
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Turismo Fotográfico
Variação do turismo de observação da natureza,
privilegiando roteiros em função da beleza cênica e das
condições ideais de luz para fotografia. Exige
conhecimento técnico da modalidade fotográfica.
Trekking e Hikking
Trekking é uma caminhada longa e com pernoite, com ou
sem acampamento. Hikking é uma caminhada curta,
normalmente de meio-dia ou um só dia, sem
acampamento.
Cicloturismo
Turismo de bicicleta. Esta modalidade esportiva exige
preparo físico, boa alimentação, equipamentos específicos
de uso pessoal, de segurança e para manutenção da
bicicleta.
Mountain Bikking
Bicicleta para montanha. Atividade que exige técnica, preparo físico e
concentração. O mountain bike tem categorias de velocidade e regularidade,
de descida de montanhas com ou sem obstáculos (down-hill) e provas em
circuito fechado.
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Acquaraid
Versão sofisticada do bóia cross. No acquaraid, a bóia é revestida de capa e com alças de
segurança. Equipamentos de segurança importantes como o capacete, colete salva-vida, luvas,
joelheiras e tornozeleiras são indispensáveis na descida de corredeiras.
Bóia-Cross
Modalidade de lazer na qual o praticante desce um rio usando uma bóia ou câmara de pneu.
Canyoning
Descida em cachoeiras, suspenso por uma corda, enfrentando o peso e a
temperatura da água e os desníveis do relevo, usando a mesma técnica do
rappel. Para a segurança dos envolvidos, deve-se estar acompanhado de
monitores especializados e utilizar-se equipamentos apropriados.
Canoagem
Prática esportiva ou de passeio que possui diferentes
categorias e pode variar de acordo com a modalidade
escolhida: descer um rio com ou sem corredeiras, enfrentar o
mar, remar em lagoa, etc.
Rafting
Descida em rios e corredeiras em um bote inflável de borracha. É uma prática que deve
sempre ser monitorada por guias experientes e usando-se os devidos equipamentos de
segurança.
Pesca Amadora
Pesca esportiva que obedece a regras quanto ao tamanho dos peixes e aos locais autorizados
para a atividade.
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Tirolesa
Descida e travessia de montanhas, cânions e rios por meio de corda, usando-se roldanas e
equipamentos específicos. Para a segurança dos envolvidos, deve-se estar acompanhado de
monitores especializados e utilizar-se equipamentos apropriados.
Balonismo
Prática de lazer, com um balão inflado por ar quente em que o
piloto só tem o controle vertical do aparelho, sendo a direção dada
pelas correntes de ar, num vôo muito lento.
Só deve ser praticado com pilotos experientes e que possuam
brevê específico.
Camping
Acampamentos de lazer que podem acontecer em áreas
com infra-estrutura ou em áreas selvagens.
Em ambos os casos, o camping oferece o contato com
belezas naturais, proporciona sossego, estimula o espírito
de aventura e de liberdade.
Espeleologia
Exploração de cavernas, com cunho científico, para
conhecer seu interior, biológica e geomorfologicamente.
Observação Astronômica
Atividade que prioriza as propriedades físicas dos objetos
celestes e dos fenômenos físicos que ocorrem neles.A
observação de campo pode ser feita a olho nu ou com auxílio
de binóculos e lunetas.
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Turismo Esotérico
Exploração da natureza em seu caráter holístico, isto é, os
praticantes dessa modalidade buscam a integração do
homem com o meio ambiente, aproveitando a
oportunidade do convívio em caminhadas e exercícios de
meditação ao ar livre, entre outros.
Caving ou Cavernismo
Prática derivada da espeleologia, o caving tem como
objetivo o passeio em cavernas com a observação do
meio ambiente local, sem a preocupação científica.
Paraglinding ou parapente
Modalidade na qual um pára-quedas decola do chão ou de
uma rampa, depois de estar inflado por vento frontal
apropriado. Para essa prática é necessário ter o
Certificado de Piloto Desportivo, exigido pelo
Departamento de Aviação Civil, do Ministério da
Aeronáutica.
Turismo Rural
Vivência no ambiente rural das fazendas, propiciando conhecimento das
tradições regionais.
Os empreendimentos rurais visitados são pequenas e médias propriedades
destinadas à hospedagem e alimentação dos turistas.
Henry Yu
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Henry Yu
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Unidades de Conservação
Parques Nacionais, Estaduais e Municipais
As áreas naturais, especialmente as Unidades de Conservação (UC) legalmente instituídas
pelo poder público sob regimes especiais de administração, necessitam de uma política que
preserve o impacto ecológico do turismo e que determine, por exemplo, a quantidade de
visitantes que poderá ter acesso à área preservada. A manutenção dos recursos e o próprio
desenvolvimento desses pólos ecoturísticos dependem dessa atuação fiscalizadora. Portanto,
ao viajante que deseja visitar lugares ainda pouco explorados e com recursos naturais intactos
compete respeitar e acatar as determinações.
Grandes áreas agrupando um ou mais ecossistemas, com atrativos turísticos significativos,
além dos aspectos de interesse científico e educacional.
São de domínio público, com visitação permitida e controlada por administração governamental
(federal, estadual e municipal). A abertura para visitação depende da avaliação de órgãos
competentes.
Estações Ecológicas
Áreas destinadas à preservação da natureza e realização de pesquisas científicas. É proibida a
visitação pública, exceto sob aprovação do órgão responsável pela administração.
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Áreas de Proteção Ambiental (APA)
Áreas de terra ao longo de estradas e zonas de urbanização com atributos naturais
significativos. São propriedade privada, podendo incluir trechos de domínio público, e estão sob
supervisão governamental.
Reservas Biológicas
Áreas terrestres em que não ocorreu ocupação humana e que contêm ecossistemas de valor
científico, como espécies em extinção. O acesso é limitado.
Florestas Nacionais
Áreas de cobertura florestal nativa, com uso sustentado dos recursos hídricos e florestais. O
acesso ao público é permitido, e a administração do local compete a órgão governamental.
Proteção e preservação Ambiental
Durante décadas as causas ambientais passaram longe dos interesses turísticos, até que o
Brasil descobriu o Brasil. A amplitude de recursos naturais existentes, a necessidade de fuga
do estilo urbano e a procura por uma vida mais saudável impulsionaram a busca pela natureza,
concentrando o turismo em determinados pólos.
A partir dessa situação, estabeleceu-se um
programa nacional para a regulamentação das
práticas ligadas ao meio ambiente, e criou-se a
definição do ecoturismo como o grupo de atividades
turísticas que utilizam o patrimônio natural do país,
incentivando sua conservação e buscando a
formação de uma política ambientalista. Em outras
palavras, surgiu no panorama nacional uma
categoria de turismo que, além das divisas e
progressos advindos da própria atividade, trouxe um importante embrião: a conscientização
ecológica. Nesse novo cenário cultural, os agentes vão além do papel de turistas, empresas e
estabelecimentos de turismo, para se tornar espontaneamente fiscais da natureza.
Henry Yu
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Na prática do turismo ecológico, a proteção da natureza é lei. Por isso, nos parques nacionais e
estaduais, bem como nas demais áreas de proteção ambiental, há a fiscalização dos órgãos
governamentais (federais, estaduais e municipais), que regulamentam seu uso e visitação.
Em Minas Gerais, o palco para o ecoturismo estende-se por todo o Estado.
Trilhas na mata que escondem plantas e animais silvestres, montanhas que
revelam uma vista cinematográfica, cachoeiras de águas cristalinas, grutas
esculpidas pela água durante milênios... aventura e ecologia estão nos
caminhos de Minas.
Um desafio em cada atrativo para os adeptos dos esportes da natureza. Um
refúgio em cada atrativo para os que querem apenas desfrutar a paisagem. Caminhar, subir,
descer, pedalar, escalar, nadar, remar, enfim, explorar. Observar sem interferir, desbravar sem
molestar, usufruir sem poluir – este é o lema do turista consciente.
Turismo Ecológico – Minas Gerais – Brasil
Empresa das Artes / Isto É - 2001
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