Guia de campo crustáceos

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GUIA DE CAMPO CRUSTÁCEOS ESTUDO DA NATUREZA Instrutor: Edson Luiz

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GUIA DE CAMPO

CRUSTÁCEOS

ESTUDO DA NATUREZA

Instrutor: Edson Luiz

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CRUSTÁCEOS

A maioria dos crustáceos é marinha, porém muitos ocorrem em água-doce e uns poucos vivem em

lugares úmidos na terra, como o tatuzinho de jardim. Os crustáceos são animais de vida livre, com

exceção de algumas formas que são sésseis ou parasitas,

O corpo é formado por um exoesqueleto de quitina, um polissacarídeo nitrogenado carbonato de cálcio

transforma o exoesqueloto numa carapaça rígida. Apresenta um cefalotórax (cabeça e tórax) rígido e

abdômen anterior segmentado. No cefalotórax, a cabeça apresenta 5 segmentos e o tórax 8. O abdômen

está dividido em 6 segmentos. Em cada segmento existe um par de extremidades articuladas.

O aparelho digestivo é formado pela boca, que se abre acima das mandíbulas, um esôfago curto e

tubular, um estômago de parede fina, dividido em uma câmara cardíaca anterior e dilatada e uma câmara

pilórica posterior, um intestino médio e um intestino tubular que se estende dorsalmente até o ânus.

Abaixo do estômago existem duas glândulas digestivas, o hepatopâncreas ("fígado"). O alimento que é

trazido para a boca pelo segundo e terceiro pares de pernas vai para o esôfago e daí para a câmara

cardíaca, onde é triturado pelo moinho gástrico, uma estrutura formada por dentes calcificados. Na

câmara pilórica o alimento recebe as enzimas digestivas, eliminadas pelo hepatopâncreas que,

juntamente com o intestino médio, fazem a absorção do alimento. A matéria que não foi digerida e

partículas mais duras, é transformada em fezes que serão eliminadas pelo ânus.

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O sistema circulatório dos crustáceos é um sistema aberto ou lacunar onde o sangue preenche espaços

abertos ou seios, que estão distribuídos em diversas partes do corpo. O coração dos crustáceos se

encontra dentro do seio pericárdio. O sangue que preenche este seio, passa para o coração através de três

pares de válvulas. Do coração ele é bombeado para seis artérias que o distribuem para todo o corpo. O

sangue, então, corre para os espaços abertos (seios), que estão entre os órgãos. Daí ele é coletado em um

grande seio externo, no assoalho do tórax, passando para os canais aferentes e então para as brânquias,

onde ocorre a oxigenação. Das brânquias o sangue volta para o seio pericárdico e coração. O sangue,

neste grupo, geralmente contém um pigmento respiratório chamado hemocianina.

A respiração é realizada por brânquias, projeções plumosas da parede do corpo, irrigadas com vasos

sangüíneos e que estão localizadas ao longo de cada lado do tórax.

Na maioria dos crustáceos os sexos são separados, ocorrendo dimorfismo sexual. A fecundação é interna.

Nos crustáceos os indivíduos jovens, principalmente, podem sofrer regeneração quando da perda de

extremidades pares e olhos. Tal perda é reposta na muda, onde a estrutura é parcialmente formada.

ARATU (Aratus pisoni) GUAIAMU (Cardisoma guanhumi)

BARATINHA DA PRAIA (Ligia exotica) LAGOSTA (Panulirus argus)

CAMARÃO BRANCO (Litopenaeus schmitti) LEPA (Lepas anatifera)

CAMARÃO ROSA (Farfantepenaeus paulensis) MARIA FARINHA (Ocypode albicans)

CAMARÃO SETE BARBAS (Xiphopenaeus

kroyeri) PITU (Macrobrachium carcinus)

CARANGUEJO ARANHA (Lybinia sp.) SIRI AZUL (Callinectes sapidus)

CORRUPTO (Lysiosquilla scabricaud) TATUÍ (Emerita brasiliensis)

CRACA (Balanus balanus) UÇÁ (Ucides cordatus)

ERMITÃO (Clibanarius vittatus) UCA ou CHAMA MARÉ (Uca pugnax)

ARATU (Aratus pisoni)

Características: também conhecido como marinheiro é um

caranguejo pequeno, com carapaça quadrada, trapezoidal, de cor

acinzentada.

Habitat: manguezais

Ocorrência: litoral Atlântico Ocidental

Hábitos: a rborícola. É extremamente ágil em correr entre os galhos

das pequenas árvores e arbustos onde se instala. Quando se sente

ameaçado, ele foge rapidamente para outro galho, correndo de um

lado para outro. Raramente desce até a água. Fazem as tocas em

fundos arenosos e lodosos para refugiar-se.

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Características: pequeno crustáceo de no máximo 4 cm de

comprimento, com carapaça acinzentada.

Habitat: praias com rochas batidas pelas ondas.

Ocorrência: em todo o Brasil.

Hábitos: é vista, em dias nublados ou chuvosos, correndo em

bandos nas rochas, acompanhando o ritmo das marés. Nos dias

ensolarados, procura abrigo entre as frestas das rochas. Tem

hábitos terrestres, mas necessita de umidade e geralmente deixa seu

abrigo ao entardecer. É muito ágil: pode dar 16 passos por segundo.

Alimentação: algas e de animais menores do que ela.

Reprodução: a fêmea procura lugares mais úmidos para liberar os

jovens das bolsas incubadoras.

Predadores naturais: aves, pássaros e outros crustáceos

Ameaças: muito caçada para isca de pesca. Poluição é a principal

ameaça.

BARATINHA DA PRAIA (Ligia exotica)

CAMARÃO BRANCO (Litopenaeus schmitti)

Características: possui dez pernas e abdome alongado. Rosto

reto e serrilhado em cima com 8 a 11 farpas, embaixo somente

com 2. É de cor cinza-clara, sendo espécie muito freqüente entre

nós. Chegam a ter 20 cm de comprimento.

Habitat: regiões arenosas e lodosas nas enseadas de pouca

profundidade ou ao longo da costa

Ocorrência: do litoral do nordeste ao sul do Brasil.

Hábitos: bom nadador, o camarão nada com movimentos rítmicos. Um movimento rápido com a parte

terminal da cauda aberta faz com que ele se movimente para trás. Forma grandes grupos, principalmente

no período reprodutivo.

Alimentação: pequenos animais ou matéria orgânica em decomposição.

Reprodução: a fecundação dos camarões é externa; o macho fecunda os óvulos após a postura e os

ovos são mantidos entre as pernas abdominais da fêmea, durante todo o período da incubação.

Eclodidos, os camarões passam por fases larvais, cuja forma é diferente da adulta, recebendo cada

estágio, denominação especial; o primeiro estágio tem o nome de neuplios, que são larvas

microscópicos e transparentes, sendo encontrado, por vezes, no plancto marinho; o segundo de

protozoea, onde já aparecem os olhos, os apêndices complicam-se e o tórax funde-se com a cabeça;

depois de outra muda, surge a forma denominada de zoea , de olhos já móveis, passando esta para a

forma denominada misis. Na última, temos então o camarão, na sua forma definitiva e adulta.

Predadores naturais: peixes e aves.

Ameaças: constituem explêndido alimento, rico em proteínas e sais minerais; possuem também certa

percentagem de iodo. A pesca predatória, a poluição e destruição do habitat são as principais ameaças à

espécie.

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CAMARÃO ROSA (Farfantepenaeus paulensis)

Características: é uma espécie nativa considerada de interesse

para aqüicultura. É um dos principais recursos pesqueiros das

regiões Sudeste e Sul do país.

Habitat: regiões arenosas e lodosas nas enseadas de pouca

profundidade ou ao longo da costa em profundidade em torno de

15 a 150 m

Ocorrência: a partir de Ilhéus-BA, estendendo-se até o litoral nordeste da Argentina

Hábitos: bom nadador, o camarão nada com movimentos rítmicos. Um movimento rápido com a parte

terminal da cauda aberta faz com que ele se movimente para trás. Forma grandes grupos, principalmente

no período reprodutivo.

Alimentação: pequenos animais ou matéria orgânica em decomposição.

Reprodução: formam grandes grupos, principalmente no período reprodutivo. A fecundação dos

camarões é externa; o macho fecunda os óvulos após a postura e os ovos são mantidos entre as pernas

abdominais da fêmea, durante todo o período da incubação. Eclodidos, os camarões passam por fases

larvais, cuja forma é diferente da adulta, recebendo cada estágio, denominação especial; o primeiro

estágio tem o nome de neuplios , que são larvas microscópicos e transparentes, sendo encontrado, por

vezes, no plancto marinho; o segundo de protozoea , onde já aparecem os olhos, os apêndices

complicam-se e o tórax funde-se com a cabeça; depois de outra muda, surge a forma denominada de

zoea , de olhos já móveis, passando esta para a forma denominada misis. Na última, temos então o

camarão, na sua forma definitiva e adulta.

Predadores naturais: peixes e aves.

Ameaças: constituem explêndido alimento, rico em proteínas e sais minerais; possuem também certa

percentagem de iodo. A pesca predatória, a poluição e destruição do habitat são as principais ameaças à

espécie.

CAMARÃO SETE BARBAS (Xiphopenaeus kroyeri)

Características: é considerado o camarão de maior interesse

econômico. Possui cerca de 8 cm de comprimento e rostro com a

ponta curvada para cima.

Habitat: águas marinhas costeiras de até 30 metros de profundidade

Ocorrência: dos Estados Unidos ao sul do Brasil

Hábitos: bom nadador, o camarão nada com movimentos rítmicos.

Um movimento rápido com a parte terminal da cauda aberta faz com

que ele se movimente para trás. Forma grandes grupos, principalmente no período reprodutivo.

Alimentação: pequenos animais ou matéria orgânica em decomposição.

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Reprodução: a fecundação dos camarões é externa; o macho fecunda os óvulos após a postura e os ovos

são mantidos entre as pernas abdominais da fêmea, durante todo o período da incubação. Eclodidos, os

camarões passam por fases larvais, cuja forma é diferente da adulta, recebendo cada estágio,

denominação especial; o primeiro estágio tem o nome de neuplios, que são larvas microscópicos e

transparentes, sendo encontrado, por vezes, no plancto marinho; o segundo de protozoea, onde já

aparecem os olhos, os apêndices complicam-se e o tórax funde-se com a cabeça; depois de outra muda,

surge a forma denominada de zoea , de olhos já móveis, passando esta para a forma denominada misis.

Na última, temos então o camarão, na sua forma definitiva e adulta.

Predadores naturais: peixes e aves.

Ameaças: constituem explêndido alimento, rico em proteínas e sais minerais; possuem também certa

percentagem de iodo. A pesca predatória, a poluição e destruição do habitat são as principais ameaças à

espécie.

Características: também conhecido como siri-da-areia, caranguejo

-da-areia, caranguejo-espinhoso, é de fato um caranguejo

tipicamente praiano. Possui corpo triangular com parte dorsal

apresentando algumas protuberâncias pontiagudas e pernas delgadas

e longas, lembrando uma aranha. Parte frontal da carapaça

parecendo com um nariz pontudo. A carapaça pode atingir 10 cm de

diâmetro. Os machos são maiores que as fêmeas. Coloração

geralmente marron-escura para pardacenta.

Habitat: praias

Ocorrência: todo o litoral brasileiro.

Hábitos: vive em tocas cavadas perto da vegetação da praia. Quando muito importunado com uma

vareta, sai correndo desesperado.

CARANGUEJO ARANHA (Lybinia sp.)

A noite é facilmente visto movimentando-se em busca de alimento ou comendo animais mortos. Dentro

d'água vive em áreas rochosas e normalmente se camufla com plantas que se fixam sobre sua carapaça e

pernas.

Alimentação: carnívoro e detritos

Ameaças: destruição do habitat e caça para servir aquariofilistas

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CORRUPTO (Lysiosquilla scabricaud)

Características: chega a atingir cerca de 25 cm de

comprimento. O primeiro par de patas, muito desenvolvido, é

usado tanto para atacar a presa como para se defender. O

urópodo, quando aberto, também funciona para defesa, fechando

a galeria em que o animal está instalado.

Habitat: fundo lodoso ou arenoso

Ocorrência: litoral do Brasil.

Hábitos: cava seus buracos ou aproveita-se dos orifícios deixados por outros animais para neles se

instalar.

Reprodução: a fêmea desova no local onde se abriga e, em caso de perigo, enrola os ovos como uma

bola, prendendo-os junto ao corpo até encontrar um abrigo mais protegido.

Ameaças: é muito utilizado como isca para pesca de robalo. Poluição e destruição do habitat são as

principais ameaças.

CRACA (Balanus balanus)

Características: crustáceo marinho séssil, tem forma totalmente aberrante.

Pequeno animal semelhante a um camarão, permanentemente dentro de sua

casa calcária e que joga alimento na boca. A abertura da carapaça ou manto

está dirigida para o lado oposto da fixação. Assim, os apêndices torácicos

podem filtrar o plâncton. Corpo mal segmentado, provido de 6 pares de

patas que mais se parecem com fios enrolados na pontas. A casca é de feitio

variável, em geral em forma de tulipa.

Habitat: águas litorâneas.

Hábitos: fixam-se em rochas ao nível das marés, em animais marinhos tais

como, baleias, tartarugas, além de cascos de embarcações, sempre em

contato com a água.

Ocorrência: em todo o litoral do Brasil. Abrem sua concha debaixo d'água e fecham a tampinha

quando a maré baixa.

Alimentação: plâncton

Reprodução: é hermafrodita.

Ameaças: poluição

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ERMITÃO (Clibanarius vittatus)

Características: crustáceo marinho de coloração marrons escura,

desprovido de carapaça no abdômen. Se utiliza de concha de

moluscos para se abrigar.

Habitat: mares

Ocorrência: litoral do Brasil.

Hábitos: vive junto de rochas e arrasta uma concha onde se abriga.

Fora da concha ele fica vulnerável, pois seu abdômen é desprovido de

carapaça. Quando a concha em que se refugia fica pequena, ele

procura outra maior e chega a matar o molusco do qual quer a concha. Chegam a retirar as actínias fixas

em rochas e as alojam sobre a concha que lhes serve de proteção.

A actínia protege o ermitão com suas células urticantes, que afastam os predadores, tendo em troca a

vantagem de

ser deslocada junto com o crustáceo, ampliando assim seu campo de ação, além de receber as sobras de

alimento.

Alimentação: animais em decomposição, plâncton, outros crustáceos, pequenos peixes.

Ameaças: poluição

GUAIAMU (Cardisoma guanhumi)

Características: caranguejo de grande porte, pode chegar a mais de

11 cm de carapaça e de pesar mais de 500 g. O macho apresenta uma

garra bem maior que a outra. G arras extremamente fortes capazes

de quebrar carapaças de outros crustáceos. Coloração azulada ou

acinzentada. As puãs são esbranquiçadas, sem pêlos nas pernas.

Habitat: restingas e manguezais

Ocorrência: mais comuns no Nordeste do Brasil, mas podem ser encontrados em todo o litoral do

Brasil.

Hábitos: fazem tocas no lodo para se abrigarem .

Esses buracos são cavados até a linha d'água, e no fundo de cada buraco existe uma

pequena piscina. Cada goiamu tem seu próprio buraco e estes não tem comunicação entre si. Conseguem

respirar dentro e fora da água, mas passam a maior parte do tempo fora da água. São totalmente

inofensivos e frágeis.

Alimentação: folhas e frutos, mas também podem comer insetos, animais mortos, ou qualquer outro

alimento que possam carregar para seu buraco, detritos encontrados no lodo e podem capturar outros

caranguejos na falta de alimento.

Reprodução: atinge a maturidade sexual com 4 anos. O ciclo reprodutivo é totalmente ligado às

estações quentes do ano e as fases da lua. Os machos cortejam a fêmea e a fertilização é interna. As

fêmeas carregam os ovos consigo por aproximadamente duas semanas. Em noite de lua cheia do verão

as fêmeas migram juntas para o mar para liberar as larvas recém eclodidas para o mar, que dependem da

água salgada para sobreviver.

Ameaças: devido sua excessiva captura e destruição de seu habitat está ameaçada de extinção.

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LAGOSTA (Panulirus argus)

Características: crustáceo com corpo robusto e revestido

de uma carapaça espessa, cheia de espinhos, com cerdas

duras no tórax. As fêmeas são menores que os machos,

alcançando 25 cm de comprimento, enquanto que os

machos podem ir a 36 cm ou mesmo 60 cm. As lagostas

sofrem mudanças de pele para crescer; quando isso se

Depois disto a carapaça velha se fende dorsalmente e a

lagosta, com novo revestimento, vai aos poucos saindo do antigo invólucro.

A forma nova é mole, mas logo adquire consistência, impregnando-se de sais calcários até tomar seu

aspecto definitivo. Nessa época, devido ao jejum que se impôs, a lagosta abandona sua toca e procura o

alimento, podendo então ser capturada pelo homem.

Habitat: fundo do mar com locais de vegetação ou áreas rochosas, longe da costa e grande

profundidade, sendo as vezes encontradas até a 50 ou 70 metro0s, desde que exista abundância de

moluscos e anelídeos.

Ocorrência: desde o norte até Santa Catarina, porém é em Pernambuco e na Paraíba que se a pesca em

larga escala.

Hábitos: crustáceo reptante marinho. São marchadoras e passeiam sobre os rochedos. Durante o dia,

permanece em seu abrigo (cavidade de rochas, corais ou emaranhados de algas), com o corpo oculto e

antenas estendidas. À noite, sai em busca de alimento, retornando ao abrigo de manhã. Quando

ameaçada, a lagosta dobra o abdômen, com a nadadeira caudal aberta em leque, ao mesmo tempo em

que mantém as patas e antenas orientadas para a frente, facilitando assim um rápido deslocamento. É

um animal voraz.

Alimentação: principalmente animais mortos, mas caça toda espécie de crustáceos, devorando mesmo

os da sua espécie. Além disso gosta muito de caramujos de concha calcária.

Reprodução: o desenvolvimento embrionário de uma lagosta se processa no interior dos ovos. Estes

ficam presos sob o ventre da fêmea. Do ovo surge a larva que se encontra dobrada sobre si mesma e

que, logo ao sair do ovo, expande-se e se transforma num corpo delgado e chato, completamente

transparente, chamado filóssomo. Fica vagando ao sabor das correntes e é tal modo transparente que

não seria possível distinguí-lo na água se não fossem os pontos negros dos seus olhos. Daí vai-se

transformando e aumentando de volume. Quando adquire todos os seus órgãos, mede apenas 2 a 3

centímetros, incluindo as pernas. Passa-se então sua última transformação chegando à forma da lagosta

adulta. Põem em média 100.000 ovos.

Ameaças: pesca predatória, dificuldades de reprodução e inimigos naturais. Sua carne é muito

apreciada e é considerada alimento de luxo.

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LEPA (Lepas anatifera)

Características: animal dotado de pedúnculos coriáceos em

cujas extremidades ocorrem as valvas, mais finas do que as das

cracas e com maior mobilidade que elas.

Habitat: águas litorâneas

Ocorrência: todo o litoral do Brasil.

Hábitos: fixa-se em objetos inanimados flutuantes.

Alimentação: plâncton

Reprodução: fase larval tem náuplios típicos e é seguida pelo estágio de cypris, quando apresenta duas

valvas. Depois de pouco tempo, a larva se fixa através da glândula de cimento, até alcançar a forma

adulta.

MARIA FARINHA (Ocypode albicans)

Características: pequeno caranguejo também conhecido

como c aranguejo-da-areia, caranguejo-branco-da-areia.

Habitat: praias

Ocorrência: todo o litoral do Brasil

Hábitos: para ficar longe do alcance da água, a maria-farinha

cava buracos na areia, preferindo o limite extremo da praia,

onde a vegetação se instala. É aí que constrói sua toca, cavando-a com as quelas, que usa como

escavadeiras, e transportando para longe a areia retirada.

Alimentação: detritos

PITU (Macrobrachium carcinus)

Características: trata-se de um camarão de água doce. Os adultos

apresentam corpo com faixas longitudinais pretas e amarelas. Podem

atingir grande tamanho (até 27 cm de comprimento). Além de sua

importância ecológica, como elo das cadeias alimentares aquáticas,

os pitus têm reconhecido valor econômico, sendo pescados

artesanalmente em várias regiões do Brasil, onde alcançam preços

elevados no mercado consumidor. É uma das três espécies de camarão de água doce nativas do Brasil

com potencial para utilização em atividades de cultivo.

Habitat: rios correntosos, de leito pedregoso.

Ocorrência: do Pará ao Rio Grande do Sul, em rios que desembocam no Oceano Atlântico.

Hábitos: geralmente vivem entocados. Noturnos.

Alimentação: restos de animais e vegetais. Podem comer também organismos vivos, como algas, larvas

de insetos e moluscos ou outros crustáceos.

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Habitat: rios correntosos, de leito pedregoso.

Ocorrência: do Pará ao Rio Grande do Sul, em rios que desembocam no Oceano Atlântico.

Hábitos: geralmente vivem entocados. Noturnos.

Alimentação: restos de animais e vegetais. Podem comer também organismos vivos, como algas, larvas

de insetos e moluscos ou outros crustáceos.

Reprodução: parte do seu ciclo de vida é dependente de água salobra, isto é, com um certo grau de

salinidade. A fêmea do pitu, após a cópula, pode desovar até 200 mil ovos, de tamanho muito pequeno e

coloração alaranjada, que são carregados, após a postura, nas patas localizadas na parte posterior do

animal. O período de incubação dos ovos pode durar de 2 a 4 semanas. As fêmeas ovadas migram em

direção ao estuário, onde ocorre a eclosão, isto é o nascimento das larvas, que passarão por vários

estágios de desenvolvimento e metamorfose, até atingirem a fase juvenil. As larvas morrem se

permanecerem em água doce, por isso os pitus só habitam rios que estão conectados ao oceano. Os

jovens migram rio acima, onde crescem e atingem a maturidade sexual. A mortalidade na fase larval é

bastante elevada, pois muitas são predadas por outros animais.

Ameaças: a captura do pitu, bem como de outras espécies de camarões de água doce exploradas pela

pesca artesanal no Brasil, tem declinado devido à poluição, destruição dos ambientes naturais e pesca

excessiva. O tamanho médio dos animais capturados também reduziu-se acentuadamente. No Rio de

Janeiro, uma recente revisão da fauna ameaçada de extinção coloca o pitu como espécie vulnerável no

estado, isto é, que apresenta um alto risco de extinção a médio prazo. Para que seja evitada a extinção do

pitu, é necessário que seja dado apoio à realização de estudos de biologia básica das populações destes

crustáceos, especialmente sobre sua reprodução. Estes estudos forneceriam subsídios para a preservação

e exploração sustentável destes camarões de grande importância econômica, social e ambiental.

SIRI AZUL (Callinectes sapidus)

Características: é um dos maiores siris do litoral brasileiro,

chegando a ter mais de 15 cm de envergadura. A fêmea é menor do

que o macho. O último par de patas locomotoras é modificado,

funcionando como remos. A quela pode pinçar com muita rapidez,

causando pequenos ferimentos. A fêmea apresenta abdômen largo

e arredondado, cujos apêndices são usados para carregar os ovos

quando está ovígera.

Habitat: praias lodosas, tanto rasas como profundas, e pode subir pelos riachos que desembocam no

mar, sendo abundante sua ocorrência em água salobra.

para que as larvas se desenvolvam. Possui duas fases em seu ciclo de vida: uma marinha (fase pelágica)

onde os ovos eclodem e os organismos se desenvolvem para o estádio de zoea, permanecendo em águas

marinhas até o estádio de megalopa quando então migram para águas estuarinas em busca de proteção e

salinidades mais baixas; e uma estuarina onde as megalopas recrutam (fase bentônica) e se desenvolvem

para os primeiros estádios juvenis. Após sucessivas mudas, os animais se tornam adultos e aptos à cópula

que ocorrerá em águas estuarina. A cópula é estimulada através de uma mudança na salinidade. Após a

cópula, as fêmeas fertilizadas migram para regiões de maior salinidade. As fêmeas então liberam os ovos,

resultantes da cópula em águas estuarinas de baixa salinidade, em águas marinhas de maior salinidade.

Ameaças: pesca predatória, destruição do habitat e poluição.

Reprodução: a fêmea, na época da eclosão dos ovos, retorna ao mar

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TATUÍ (Emerita brasiliensis)

Características: pequeno crustáceo de mais ou menos 4 cm de

comprimento, também conhecido por "tatuíra" ou "tatuzinho".

Cefalotórax alongado, semicilíndrico, com abdômen dobrado

por baixo. O tempo para esses animais corre junto com as

batidas de seu coração, locais de muito calor faz o coração bater

mais rápido, o animal vive menos, ao passo que em locais mais

frescos, o coração trabalha mais lento, e garante longevidade maior ao animal.

Hábitos: se movimenta junto com as ondas e perfura a areia com o retornar da água, produzindo bolhas

e um "furinho" característico. Costumam ser encontrados em nossas praias agrupados em áreas de mais

de 2 m 2 , grupos esses sempre próximos uns dos outros, sendo mais ou menos os mais novos nas

camadas mais superficiais da areia, e os grandes, um pouco mais abaixo.

Predadores naturais: peixes, crustáceos e aves.

Ameaças: é muito utilizado para isca de pesca e também como alimento. Por não tolerar poluição é

excelente bioindicador. A poluição por esgotos e excessiva freqüência humana são algumas ameaças.

UÇÁ (Ucides cordatus)

Características: crustáceo de grande porte, sendo u m dos maiores caranguejos que habitam os

manguezais do litoral brasileiro. Tem 10 pernas de cor arroxeada providas de grandes cerdas rijas na face

interna. O primeiro par de patas é bem desenvolvido e forte, terminando numa garra ou pinça (puã),

servindo para alimentação, defesa e atração da fêmea. Com as patas distendidas, ele alcança 30 cm de

envergadura. Como todo artrópode, realizam mudas (trocas de carapaça) para o crescimento do

indivíduo. Apresenta carapaça inflada lateralmente, com coloração que varia entre o azul, verde, amarelo

e branco. Apresentam dimorfismo sexual: os machos possuem abdome em forma de "t" invertido e as

fêmeas, abdome arredondado. Os machos desta espécie podem alcançar cerca de 70 e 89 mm de

comprimento e largura da carapaça, respectivamente, e as fêmeas 54,5 e 65 mm.

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Habitat: manguezais

Ocorrência: todo o Atlântico Ocidental. No Brasil, do Pará à Santa Catarina.

Hábitos: vivem em substrato arenoso ou lodoso onde escavam tocas ou podem refugiar-se entre fendas. Suas

tocas na lama são cobertas pela maré alta e ficam à mostra na maré baixa. Durante a maré alta refugiam-se em

tocas e na maré baixa saem em busca de alimento. Essas tocas têm de 0,5 a 1,5 m de profundidade, são habitadas

por um único animal, sendo pronunciado o territorialismo da espécie. Assim como outros caranguejos do mangue,

apresenta grande importância ecológica. A atividade escavadora proporciona oxigenação e drenagem do

sedimento.

Alimentação: s ão onívoros, alimentando-se de tudo. Sua dieta é constituída principalmente por matéria vegetal

(folhas em decomposição, frutos e sementes das árvores do mangue), contribuindo para a aceleração da

reciclagem dos nutrientes, mas alimenta-se também de outros invertebrados, como crustáceos e moluscos. Podem

comer também fungos que crescem nas folhas de mangue, após estas serem transportadas para o interior da toca.

Reprodução: quando chega o momento da reprodução, que se dá nos meses mais quentes do ano, os animais

deixam suas tocas em busca de parceiro para a cópula e/ou realizar a desova e desta forma se tornam presas fáceis

não só para os catadores, mas também para pessoas que usualmente não realizam a captura destes crustáceos. Este

fenômeno, ainda muito pouco investigado cientificamente, é conhecido como "andada" ou "carnaval". A fêmea do

caranguejo, após a cópula, põe dezenas de milhares de ovos muito pequenos e coloração avermelhada. Os ovos

são carregados, após a postura, nas patas do abdome, que tem formato arredondado e pode ser observado na

região ventral (embaixo do corpo do animal). As fêmeas ovadas migram em direção à água, onde ocorre o

nascimento das larvas, que seguem para o mar e, após passarem por uma fase de crescimento rápido e

metamorfose, retornam para o mangue, onde continuarão crescendo e atingirão a maturidade sexual. A

mortalidade na fase larval é muito elevada.

Ameaças: é a espécie mais procurada para alimentação humana. Sua carne é muito apreciada e é comum observar

o comércio desta espécie principalmente no litoral. É de grande importância sócio-econômica no Norte/Nordeste

do Brasil pois, além de ser um recurso de subsistência, sua captura constitui a única fonte de renda de inúmeras

famílias. A pesca predatória, associada à falta de uma fiscalização efetiva e a degradação dos manguezais, e ao

desrespeito das leis ambientais, são fatores que têm sido responsáveis pela redução acentuada das populações do

caranguejo-uçá nos últimos anos. Hoje, a espécie encontra-se ameaçada de extinção.Visando proteger o uçá

durante seu período reprodutivo, o IBAMA, em sua portaria no 124, de 25 de setembro de 2002, proibiu a

captura, a manutenção em cativeiro e a comercialização de machos e fêmeas nos estados do Espírito Santo, Rio de

Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, de 1º de outubro a 1º de dezembro e a captura de fêmeas de 1º a 31

de dezembro. A portaria proíbe, ainda, a captura de fêmeas ovadas em qualquer época do ano, assim como de

animais com largura da carapaça inferior a 6 cm. Estudos sobre o caranguejo-uçá, especialmente sobre sua

reprodução, devem ser incentivados e acelerados, sobretudo no Norte e Nordeste do Brasil, onde o consumo em

algumas capitais é elevado e o volume de informações sobre sua biologia é escasso. Os resultados destes estudos,

somados ao conhecimento empírico dos catadores, serão fundamentais para a criação de leis protecionistas para o

uçá nestas regiões. De um caranguejo, as partes com mais carne são as patas da frente, terminadas em pinça. O

resto do bicho é quase todo descartado. Quando catavam caranguejos, os povos da floresta retiravam-lhes só a

pinça. Como qualquer crustáceo, a pata regenera e o bicho não é sacrificado. Assim, nunca faltaria caranguejo no

mangue. O problema é que o corte deve ser feito na articulação junto à base e, na maioria das vezes, o apêndice é

retirado sem nenhum cuidado, danificando estruturas respiratórias ligadas à pinça e causando a morte do bicho.

Seria injusto dizer que somente a pesca indiscriminada é responsável pela diminuição dos estoques dos

crustáceos. O aterro dos mangues, as indústrias que lançam o esgoto nos rios e o desmatamento contribuem para a

quebra da cadeia alimentar, expulsando e eliminando espécies.

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UCA ou CHAMA MARÉ (Uca pugnax)

Características: caranguejo pequeno, medindo 3 cm de

largura, de coloração azeitona ou parda, com pequenas

manchas claras. Carapaça trapezóide e garras muito desiguais. A

fêmea desse caranguejo possui as duas pinças pequenas,

enquanto o macho apresenta uma pequena e a outra grande. A

pinça pequena é para alimentar-se e a grande serve para atrair a

fêmea na época de reprodução e afugentar outros machos. O

nome chama-maré provém do movimento que o animal faz com a pinça maior quando estão sobre o

substrato durante a maré baixa, como quem está "chamando a maré".

Habitat: fundos arenosos e lodosos de manguezais

Ocorrência: todo Atlântico Ocidental

Hábitos: costuma aparecer em grande número e correndo, ágil, pelo lodo. Fazem suas tocas para refugiar

-se na maré alta nos fundos arenosos e lodosos. A toca tem em média 5 cm de comprimento com 2 a 3

cm de diâmetro e termina em galerias. Ao menor sinal de perigo, ele pára à espreita próximo de sua toca,

na qual se refugia. Durante a maré baixa saem para se alimentar.

Alimentação: animais mortos

Ameaças: destruição do habitat e poluição.

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Fonte bibliográfica

Apostila baseada no site www.vivaterra.com.br/crustaceos

Imagens retiradas da internet