Guia de apresentação guilherme de faria

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Guia de Apresentação (biografia) 21 de Maio de 2012 Literatura Portuguesa 11ºano Maria Rebelo Guilherme de Faria foi uma vitima do esquecimento e, por isso, não se encontram muitos dados acerca da sua existência, por um lado, porque conviveu pouco no mundo (morreu muito cedo), por outro, porque o seu estado depressivo constante fez da sua poesia mais um refúgio do que uma “prenda para o leitor”. Ou seja, a sua poesia é bastante característica, não se desenvolvendo sob as mesmas temáticas que as restantes da sua época (à excepção do estilo saudosista que encontraremos adiante) e sendo usada como expressão do seu tumulto, tendo como destinatário a própria morte, temática com a qual poucos se relacionam, ou poucos se sentem atraídos por. Deste modo, a sua poesia e vida foi atirada para o esquecimento, só tendo começado a ser desenterrada desde 2006, num projecto de José Rui Teixeira grande amante do poeta, que habita no porto, e juntamente com um grupo tem coleccionado escritos e tudo o que desenterra a memória apagada de Guilherme de Faria. Abordando o pouco que é conhecido da sua vida, o poeta nasce a 6 de Outubro de 1907, em Guimarães, filho do médico António Baptista Leite de Faria e de D. Lúcia de Sequeira Braga Leite de Faria. Em 1919 muda-se para Lisboa, com 12 anos de idade, onde permanece até à data da sua morte. Foi poeta e editor, tento editado alguns livros religiosos, entre os quais: "Oração a Santo António de Lisboa" [1926] e "Antologia de Poesias Religiosas" (que só seria publicada após a sua morte) e escrito 7 número da perfeição livros de poesia. Correspondeu-se e manteve contacto com vários poetas e artistas portugueses da década de 20 (a geração ORPHEU), entre os quais se encontram: Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Mário de Sá- Carneiro e, com principal destaque, Teixeira de Pascoaes, com quem estabeleceu uma forte amizade. Prova dessa forte amizade está na contracapa de uma edição d’O Génio português na sua expressão filosófica, poética e religiosa, assinado por Teixeira de Pascoes, na qual se pode ler: (ler citação) A sua poesia compreende-se como saudosista, tal como é frequente em Teixeira de Pascoaes. O saudosismo, só para integrar, foi um movimento literário e até filosófico que apareceu após a instauração da República. Este estilo encontra na "saudade" o que melhor define o individuo perante a sua pátria, ou seja, dando um exemplo, a saudade que se demonstra perante ser português passa a ser fulcral, o ser português e mostrar que o somos passa a ser motivo de mérito pessoal é a prova da saudade da pátria, prova de sofrer com ela. Claro que este estilo não se desenvolve unicamente em torno da pátria, como se vê em Guilherme de Faria e até no próprio Pascoaes. A saudade é definida por Pascoaes como "o próprio sangue espiritual da Raça, o seu estigma divino, o seu perfil eterno"

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Guia de Apresentação

(biografia)

21 de Maio de 2012 Literatura Portuguesa 11ºano

Maria Rebelo

Guilherme de Faria foi uma vitima do esquecimento e, por isso, não se encontram muitos dados acerca da sua existência, por um lado, porque conviveu pouco no mundo (morreu muito cedo), por outro, porque o seu estado depressivo constante fez da sua poesia mais um refúgio do que uma “prenda para o leitor”. Ou seja, a sua poesia é bastante característica, não se desenvolvendo sob as mesmas temáticas que as restantes da sua época (à excepção do estilo saudosista que encontraremos adiante) e sendo usada como expressão do seu tumulto, tendo como destinatário a própria morte, temática com a qual poucos se relacionam, ou poucos se sentem atraídos por. Deste modo, a sua poesia e vida foi atirada para o esquecimento, só tendo começado a ser desenterrada desde 2006, num projecto de José Rui Teixeira – grande amante do poeta, que habita no porto, e juntamente com um grupo tem coleccionado escritos e tudo o que desenterra a memória apagada de Guilherme de Faria.

Abordando o pouco que é conhecido da sua vida, o poeta nasce a 6 de Outubro de 1907, em Guimarães, filho do médico António Baptista Leite de Faria e de D. Lúcia de Sequeira Braga Leite de Faria. Em 1919 muda-se para Lisboa, com 12 anos de idade, onde permanece até à data da sua morte.

Foi poeta e editor, tento editado alguns livros religiosos, entre os quais: "Oração a Santo António de Lisboa" [1926] e "Antologia de Poesias Religiosas" (que só seria publicada após a sua morte) e escrito 7 – número da perfeição – livros de poesia.

Correspondeu-se e manteve contacto com vários poetas e artistas portugueses da década de 20 (a geração ORPHEU), entre os quais se encontram: Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Mário de Sá-Carneiro e, com principal destaque, Teixeira de Pascoaes, com quem estabeleceu uma forte amizade.

Prova dessa forte amizade está na contracapa de uma edição d’O Génio português na sua expressão filosófica, poética e religiosa, assinado por Teixeira de Pascoes, na qual se pode ler: (ler citação)

A sua poesia compreende-se como saudosista, tal como é frequente em Teixeira de Pascoaes. O saudosismo, só para integrar, foi um movimento literário – e até filosófico – que apareceu após a instauração da República. Este estilo encontra na "saudade" o que melhor define o individuo perante a sua pátria, ou seja, dando um exemplo, a saudade que se demonstra perante ser português passa a ser fulcral, o ser português e mostrar que o somos passa a ser motivo de mérito pessoal – é a prova da saudade da pátria, prova de sofrer com ela. Claro que este estilo não se desenvolve unicamente em torno da pátria, como se vê em Guilherme de Faria e até no próprio Pascoaes. A saudade é definida por Pascoaes como "o próprio sangue espiritual da Raça, o seu estigma divino, o seu perfil eterno"