Guia da Boa Escola 2015

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ENTREVISTA SUZANA HERCULANO-HOUZEL FALA SOBRE CÉREBRO E TECNOLOGIA Disciplinados, liberais, tecnicistas, holísticos: saiba qual escola mais se aproxima do seu perfil www.guiasdeeducacao.com.br O modelo de cada família ANO 12 • Nº 12 Quando as salas tecnológicas são aliadas do ensino O que observar sobre a saúde no ambiente escolar 15 tópicos importantes para analisar antes da matrícula 2015 Tudo para pais e escolas se prepararem para a viagem do filho ao exterior

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Edição completa do Guia da Boa Escola 2015 da Editora Segmento. Confira outros guias da editora: http://goo.gl/pAh7mV

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ENTREVISTA SUZANA HERCULANO-HOUZEL FALA SOBRE CÉREBRO E TECNOLOGIA

Disciplinados, liberais, tecnicistas, holísticos: saiba qual escola mais se aproxima do seu per� l

www.guiasdeeducacao.com.br

O modelo de cada família

ANO 12 • Nº 12

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ESPECIAL INTERCÂMBIOS

Quando as salas tecnológicas são aliadas do ensino

O que observar sobre a saúde no ambiente escolar

15 tópicos importantes para analisar antes da matrícula

2015

Tudo para pais e escolas se

prepararem para a viagem do � lho

ao exterior

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sumário

12 EntrevistaA neurocientista Suzana Herculano-Houzel fala sobre o desenvolvimento do cérebro das crianças

24 PerfisLiberal, disciplinada, tecnicista, holística: quatro tipos de família e a escola mais indicada para cada uma delas

40 TecnologiaQuando games, aplicativos e espaços voltados para o uso de dispositivos eletrônicos podem ser aliados

48 SaúdeFuncionários e professores precisam estar preparados para lidar com problemas médicos e situações de emergência

Giovanna, de 8 anos, com a mãe Maria Luiza. Página 40

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54 Especial Intercâmbios

As experiências de alunos que vão estudar no exterior: o que pais (e escolas) precisam saber

68 IndicadoresSaiba o que observar em relação a15 tópicos que fazem parte do cotidiano escolar, como alimentação e biblioteca

80 EsportesMais do que apenas recreação, a educação física contribui para o desenvolvimento do aluno e pode descobrir talentos

88 Orientação vocacional

Os testes ficaram para trás: saiba como escolas estão preparando os alunos para tomar a decisão sobre a carreira

96 JustiçaPor que conflitos do ambiente escolar estão sendo resolvidos no Judiciário – e como isso pode ser evitado

102 ArtigoA pedagoga e consultora Fátima Trindade discute por que os brasileiros estão atrasados no domínio da língua inglesa

Clarissa, de 9 anos, com a mãe Magnólia. Página 24

Pedro, de 4 anos, com a mãe Daniela. Página 48

Os estudantes Gabriel e Pedro, atletas de vôlei. Página 80

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carta ao leitor

Para fazer sentidoISSN: 1807-4065

Com as mudanças no perfi l econômico do brasileiro nos últimos anos e a ampliação do acesso aos bens de consumo, questões que há duas décadas estavam fora de cogitação das famílias de classe

média estão se tornando algo rotineiro. Fazer uma viagem internacional, por exemplo, hoje exige algum planejamento fi nanceiro e algumas parcelas mais salgadas no cartão de crédito, mas não é nenhuma loucura. Por isso, a cada ano aumenta o número de brasileiros visitando a Disney ou a Torre Eiffel, assim como é cada vez maior a quantidade de estudantes brasileiros participando de programas de intercâmbio e cursos de idiomas fora do país.

De acordo com empresas do setor, 230 mil estudantes brasileiros devem fazer algum tipo de intercâmbio no exterior em 2014. Embora o perfi l que prevaleça seja de jovens entre 18 e 30 anos, 20% deles tinham menos de 17 anos quando fi zeram a viagem segundo dados de 2012. Nesta edição, preparamos um material especial para discutir a fundo a questão do intercâmbio, principalmente em relação aos alunos mais novos. Falamos com pais e fi lhos que passaram por essa experiência, alguns deles ainda no ensino fundamental, para explicar o que os motivou a ir e quais as recompensas – e os receios – por parte de cada um. De todo modo, uma conclusão é bastante clara: a viagem precisa ter um “sentido” pedagógico e não ser apenas uma peça de propaganda da escola ou se tornar competição entre alunos.

“Fazer sentido” é também a recomendação da neurocientista Suzana Herculano-Houzel, entrevistada da edição, para pais e educadores que querem entender como “estimular” o cérebro da criança. A pesquisadora fala ainda sobre o uso de dispositivos tecnológicos na sala de aula – para ela, a regra é clara: a tecnologia em si é maravilhosa, somos nós os res-ponsáveis se a usamos de maneira errada.

Já a matéria de capa é um esforço de reportagem para entender quais os grandes perfi s de famílias brasileiras e como elas podem se identifi car com a melhor escola para cada um. Embora não se trate de verdades absolutas, ter a clareza de quem somos nós enquanto pais e o que queremos para a educação dos nossos fi lhos pode evitar decisões erradas, diminuir as chances de confl ito com a direção e os professores e fazer da experiência escolar uma fase de descobertas tranquilas – e felizes – para a criança. Aproveite a leitura!

Gabriel Jareta, editor

POLÍTICA EDITORIAL

O propósito do Guia da Boa Escola é orientar os pais a fazer uma escolha quali� cada para seus � lhos. Procuramos mostrar as diversas opções, de modo a in� uir o mínimo possível na decisão da família, que é particular e individual. Por isso, desde o lançamento da publicação adotamos uma política de isenção segundo a qual não identi� camos as instituições entrevistadas para as reportagens. Dessa forma, oferecemos informações sem conduzir a opinião do leitor em favor de uma ou de outra escola.

PRESIDENTE: Edimilson Cardial DIRETORIA: Carolina Martinez Márcio Cardial Miriam Cordeiro Rita Martinez Rubem Barros

Diretor Editorial: Rubem BarrosEditor: Gabriel [email protected]ção: Cleber EstevamFotografi a: Gustavo MoritaColaboradores: Camila Mendonça, Caroline Marino, Juliana Duarte, Luciana Alvarez, Marcelo Daniel (texto), Alessandro Carvalho, Marcella Marer (foto), Fernando Brum (infografi a), Luiz Roberto Malta e Maria Stella Valli (revisão) Capa: Robson MinghiniSubeditora web: Carmen GuerreiroEstagiária: Nathália AguiarProcessamento de Imagem: Paulo Cesar Salgado Produção Gráfi ca: Sidney Luiz dos SantosPCP: Isabela Elias

PUBLICIDADEGerente: Anderson Cardoso – [email protected] de Negócios: Milene Laviña – [email protected] Isiama – [email protected]

ESCRITÓRIOS REGIONAISBrasília – Sonia Brandão Tel.: (61) 3225-0944 / (61) 9973-4304 – [email protected]á – Marisa Oliveira Tel.: (41) 3027-8490 – [email protected] de Janeiro – Edson BarbosaTel.: (21) 4103-3868 / 8881-4514 – [email protected]

WEB Gerente: Fabiano VidalAssistentes: Lucas Carlos Lacerda e Lucas Alberto da Silva

TECNOLOGIAGerente: Paulo CordeiroAnalista: Diego de AndradeDesenvolvedores Web: Jonatas Moraes Brito e Michael Regis

MARKETINGDiretora: Carolina MartinezCoordenadora: Fabiana GamaAnalista Marketing Comercial: Caroline FerrazAnalista Marketing Circulação: Kátia HochbergDesigners: Gabriel Andrade e Rodrigo CárcamoRedator: David Anderson Rodrigues

EVENTOSCoordenadora: Priscilla RodriguesAssistente: Josiane Rodrigues

OPERAÇÕESDiretora: Miriam CordeiroGerente de Assinaturas: Beatriz ZagotoEventos Assinaturas: Lúcia SousaVendas Governo: Cláudia SantosPlanejamento e RH: Melissa RamosContas a Pagar: Simone MeloFaturamento: Weslley Patrik

Distribuição exclusiva para todo o Brasil:Dinap S/A – Distribuidora Nacional de PublicaçõesRua Dr. Kenkiti Shimonoto, 1.678 – Jardim Belmonte – Osasco (SP) – CEP 06045-390

Guia da Boa Escola é um anuá rio da Editora Segmento. Esta publicação não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressam apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião do anuário.

Editora SegmentoGuia da Boa Escola

Rua Cunha Gago, 412, 1o andarCEP 05421-001 – São Paulo (SP)

Central de atendimento ao leitorDe 2a a 6a feira, das 8h30 às 18h

Tel.: (11) 3039-5666 / Fax: (11) [email protected]

ou acesse www.editorasegmento.com.br

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na internet

Ferramenta de decisão

Diante de tantas informa-ções e opções, a internet é o caminho natural para

as famílias que ainda têm dúvidas sobre a melhor opção de escola para seus fi lhos. Pensando nisso, a partir de novembro, o site do Guia da Boa Escola estará totalmente reformula-do, com mais reportagens e dicas para auxiliar quem está nesse momento de decisão tão importante para a vida das crianças e adolescentes.

Parte integrante do portal Guias de Educação (www.guiasdeeduca-cao.com.br), o site conta com uma exclusiva ferramenta de busca que traz mais de 700 escolas de São Pau-lo e da Grande São Paulo divididas por região, bairro e nível de ensino (maternal, educação infantil, ensino fundamental I e II, ensino médio). Nesse banco de dados, você pode também consultar a infraestrutura, as

atividades curriculares e extracurri-culares e muitas outras informações.

Já as reportagens desta edi-ção do Guia da Boa Escola não param por aqui. Para quem quer saber mais sobre orientação vocacional, apresentamos no site mais experiências com escolas que apostam em maneiras inovadoras de ajudar o aluno a decidir por uma graduação, além de uma conversa com o especialista Tadeu Patané para falar um pouco mais sobre o papel da escola nesse momento de escolha. E a partir da entrevista deste número, com a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, pre-paramos uma seleção de palestras inspiradoras para falar de educação e o desenvolvimento do seu fi lho. Você também vai encontrar um vídeo da pesquisadora falando sobre o que torna o cérebro humano tão especial.

O site também vai apresentar um infográfi co exclusivo sobre o bilinguismo: o que dizem as pes-quisas, qual é a melhor idade para começar, quais são os medos dos pais, quais os benefícios e também as críticas em relação ao ensino de duas línguas na escola.

SOBRE O PORTALO portal Guias de Educação

apresenta informações e reportagens atualizadas sobre tudo o que envolve a vida estudantil – da primeira es-cola do fi lho até a pós-graduação do profi ssional no mercado, passando pelo vestibular e por novidades na educação a distância e no ensino profissional. Um banco de dados exclusivo traz milhares de opções de cursos presenciais e a distância em todo o Brasil, além de detalhes de centenas de instituições de ensino.

www.guiasdeeducacao.com.br

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entrevistaSuzana Herculano-Houzel

Neurônios em movimentoGabriel Jareta

A trajetória da neurocientista carioca Suzana Hercula-noHouzel está ligada à di-

vulgação da ciência para o grande público. Seja por meio de livros que tratem de temas cotidianos ou participando de programas de TV voltados ao grande público, a pes-quisadora procura traduzir para seus leitores e telespectadores alguns dos muitos mistérios (e encantos) do funcionamento do cérebro. Profes-sora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Suzana tem se dedicado nos últimos anos a estabelecer uma maneira de contar o número de neurônios presentes nos cérebros de diferentes animais e, principalmente, o que isso pode dizer a respeito do que nos faz humanos.

Na entrevista a seguir, a neuro-cientista fala sobre questões cotidianas da infância, adolescência e da vida escolar, como o mau uso do Google para ajudar na lição de casa, mitos sobre a capacidade maior de meninos ou meninas para resolver tarefas e o excesso de estímulos presentes ao

De acordo com a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, nosso cérebro gosta de estímulos e desafios, mas eles precisam fazer sentido para não se tornarem apenas estresse e irritação – e saber disso é fundamental para pais e professores

redor da criança. “O estímulo por si só não é bom. É uma besteira enor-me e contraproducente achar que a gente precisa estar sendo estimulado o tempo inteiro”, diz. Ela mesma, mãe de uma adolescente e de um pré--adolescente, sabe bem como tudo isso funciona na prática. “A gente não pode esperar que uma criança sozinha possa fazer bom uso da tecnologia. Adultos fazem mau uso, como esperar que crianças façam bom uso?”, questiona.

Existe uma maneira positiva de estimular o cérebro da criança?

Suzana Herculano-Houzel – A palavra “estimular” tem vários senti-dos diferentes. Tudo o que acontece no mundo age como um estímulo para os seus sentidos e, portanto, para o seu cérebro. Quando pais e educadores falam em estimulação, eles estão falando de uma combi-nação de duas coisas: ações que eles podem fazer no ambiente com jogos, brinquedos, quebra-cabeças e tudo mais que também sirva como estímulo no segundo sentido, para

o desenvolvimento do cérebro, para desenvolver habilidades. O mais importante é que a estimulação deve fazer sentido. O estímulo propria-mente dito não é necessariamente informativo para a criança. Por exemplo, uma língua que você não conhece, se não for combinada com coisas que você vê acontecer, um som novo associado, aquilo não tem o menor significado para o cérebro e é apenas ruído. Isso quer dizer que botar mandarim ou italiano para a criança ficar ouvindo enquanto faz alguma coisa é apenas barulho irri-tante, e não estímulo. O que serve de fato como estimulação para o cére-bro é aquilo que faz sentido, que tem conteúdo, que traz informação, que serve para resolver um problema, para aprender a usar um brinquedo. Esse é um conceito fundamental: ao invés de você ficar simplesmente ouvindo a música tocando ou vendo o programa na TV, a possibilidade de você usar informação ativamente é muito mais importante em termos de desenvolvimento de capacidade.

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A neurocientista Suzana Herculano-

Houzel, pesquisadora e professora da UFRJ

Muitos pais e educadores também acabam superestimulando as crianças, então não é importante esse momento de ver TV, ouvir a música de maneira passiva?

O excesso de estímulo e de es-timulação é irritante e é estressante, sobretudo quando você não tem ne-nhum controle sobre esse estímulo. Ou seja, você está imerso naquele ambiente onde está sempre tocando uma musiquinha que alguém acha que está fazendo bem para o seu cérebro. O excesso de estimulação é também não ter descanso, estar o dia inteiro passando de uma atividade para outra, sem aquela possibilidade de simplesmente sentar, olhar para a rua, ver seus amigos brincando, estar

ali com seus próprios pensamentos e observando o que está acontecendo ao redor. Esse é o lado bom de estar aparentemente “passivo”, sem fazer nada, mas, é importante notar, sem estar sendo bombardeado pelo cur-so de mandarim tocando nos seus ouvidos ou os pais ou educadores querendo que você faça mais uma coisa em seguida. É uma questão de bom senso e de se colocar no lugar da criança. O estímulo por si só não é bom. É uma besteira enorme e contraproducente achar que a gente precisa estar sendo estimulado o tempo inteiro. O cérebro gosta de ser desafiado, mas sempre de maneira que lhe dê oportunidades de usar aquela informação.

É sempre uma questão polêmica o uso de tecnologias como o celular, o tablet ou mesmo o Google. O que a senhora pode dizer sobre isso? Atrapalha ou ajuda?

Quem atrapalha ou ajuda é a gente mesmo. Para conceituar, a tec-nologia é um conjunto de métodos, sistemas, aparelhos, e ferramentas que ajudam a resolver problemas. Nesse sentido, o Google é uma tec-nologia maravilhosa. Se o efeito dele é negativo sobre nossa memória, isso é culpa nossa, pelo mau uso que fa-zemos dessa tecnologia. É excelente você ter um repositório externo de memória que pode ser consultado a qualquer instante. Agora, você dele-gar sua capacidade de memorização, de associação de informações a um mecanismo externo é uma péssima ideia, e quem faz isso sofre as conse-quências. A memória é uma capacida-de que depende do uso, quanto mais você exige da sua memória, melhor ela fica – e vice-versa, quanto menos você exige de sua memória, pior ela fica, menos coisas você lembra, afinal você resolveu terceirizar sua memória para o Google.

E em relação à sala de aula?Eu acho muito divertido obser-

var a ironia da coisa, porque vejo professores e pais recorrendo a essas tecnologias por preguiça de pensar. O professor, ao invés de se preocupar em dar uma aula melhor, acha que usar um programa no iPad ou no computador vai ser melhor. Isso não é necessaria-mente verdade, há muitos estudos que mostram que, quando o professor é bom, introduzir programas de ensino de línguas ou de matemática não ajuda no ensino. Várias vezes, muito pelo contrário, eles só atrapalham. Porque

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o processo de aprendizado guiado, orientado e instigado por um bom professor é excelente. É completo, personalizado, o professor responde imediatamente às necessidades e ao progresso do aluno. Mas, claro, se a alternativa é “nada”, ou professor ruim ou sem conteúdo, essas tecnologias específi cas para ensino podem ajudar. Mas não é algo preto no branco – a única coisa preto no branco é que a tecnologia tem a fi nalidade de ajudar a resolver problemas. O que a gente vê de mais formidável no uso de tecnologia para aprendizado – e não ensino – é o que a gente chama hoje de aprendizado auto-organizado, a

capacidade que qualquer um tem de se expor a um pro-

blema novo em uma dessas interfaces tecnológicas e conseguir sozinho explorar aquele ambiente e encontrar maneiras de resolver problemas. Isso é extraordinário, e que você encontra, por excelência, em videogames. Só que, em geral, quando vejo escolas falando em usar tecnologia não é em explorar videogames, mas em usar programinhas feitos para o “ensino”. Em um ambiente livre, o aprendizado auto-organizado com tecnologias é extraordinário. O videogame dá essa oportunidade de imersão num ambien-te de tentativa e erro intensivo, onde cada ação tem um retorno positivo ou negativo imediato que permite você organizar as próximas ações de uma maneira melhor, ou seja, aprendendo.

E para as crianças pequenas?As pessoas gostam desses progra-

minhas educativos para crianças, para ensinar criança a falar, como o “Baby Einstein”, para estimular cérebro das crianças etc. Eles não funcionam! É divertidíssimo falar disso, porque a gente se dá conta de que nada é melhor do que um pai e uma mãe falando com a criança para ensiná-la a falar. E é isso que eu chamo de estimulação ativa. A melhor maneira de aprender a linguagem é como a gente aprende no desenvolvimento normal, que é vendo aquilo ser usado, casando sentido e ação. Você produz sons, tenta alcançar algum objetivo produzindo sons dife-rentes e observa se o retorno é aquilo que você queria ou não.

E o que fazer quando a criança não tem maturidade ou disciplina para entender que fi car no celular em vez de fazer a tarefa de casa não é correto, ou recorrer à Wikipedia em vez de estudar?

Isso também é aprendizado, e faz parte do papel dos pais e da escola. Antes de qualquer coisa, é dar o bom exemplo, mostrar que você busca ativamente a informação, que você tenta assimilar a informação por você mesmo, que é importante você mesmo se lembrar da informação e não fi car consultando o Google, que o primeiro resultado da busca não basta. Eu faço isso aqui em casa com meus fi lhos, que, é óbvio, têm aquele impulso preguiçoso de escrever a

pergunta que eles precisam no Goo-gle e se satisfazerem com a primeira resposta que aparece na Wikipedia. Os pais têm de abrir junto e mostrar “olha, isso aqui está incompleto”, “faça suas próprias perguntas sobre o assunto, estão respondidas aqui?”. Mesmo assim, isso não é culpa da tecnologia moderna. A tecnologia há 30 ou 40 anos era a enciclopédia, e o que a gente fazia quando tinha trabalho para a escola? Abria a enci-clopédia e se contentava com aquela primeira defi nição que aparecesse. A única diferença é que ao invés de ser uma enciclopédia em quarenta volumes que ocupa três metros da sua estante, você agora tem ainda mais informação disponível na primeira resposta do Google, que é o verbete da Wikipedia. Isso também é apren-dizado: onde buscar a informação, como buscar a informação, não fi car pendurado no telefone o dia inteiro, não fi car jogando videogame o dia inteiro. A gente não pode esperar que uma criança sozinha possa fazer bom uso da tecnologia. Adultos fazem mau uso da tecnologia, como esperar que crianças façam bom uso?

Muitos pais e educadores ainda podem achar que fi car no computador ou no celular é diferente, mais prejudicial do que recorrer a uma enciclopédia de papel.

Acreditar na primeira resposta do Google é tão ruim quanto abrir a enciclopédia e acreditar naquele único verbete que provavelmente havia sido escrito dez anos antes e nunca passou por atualização. Esse é o aspecto do conteúdo, mas você tem também o aspecto do uso, da exposi-ção àquilo. Só fi car em frente ao com-putador o dia inteiro é tão ruim quan-to só jogar bola o dia inteiro, você vai fi car muito bom naquilo mas não vai melhorar naquelas outras coisas que

“O Google é uma tecnologia maravilhosa. Se o efeito dele é negativo sobre nossa memória, isso é culpa nossa, pelo mau uso que fazemos dessa tecnologia’’

A melhor formação é aquela pensada para seu filho do começo ao fim. O Sistema de Ensino SER já nasceu com a qualidade da Abril Educação: reúne material didático produzido por autores renomados, tecnologia e produtos desenvolvidos para a formação completa do aluno,garantindo resultados expressivos no aprendizado.

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você poderia estar fazendo. É o que eu digo para os meus filhos: ver tele-visão não é ruim, “só” ver televisão é péssimo. O mesmo vale para jogar videogame e ficar na internet. Tudo isso é ótimo, desde que não seja a

atividade exclusiva do dia nem atrapalhe as outras ativi-dades, como estar com os

amigos, fazer atividade física, abrir um livro para ler histórias diferentes contadas por pessoas diferentes e não apenas pedacinhos de informação, ver as notícias da atualidade, saber o que está acontecendo no mundo. A gente precisa de variedade.

Há muitos estudos sobre a diferença entre ler no meio digital ou ler no papel, e que talvez a leitura no digital não seja uma leitura tão boa quanto no papel, por conta da quantidade de distração.

Essa é uma comparação injus-ta. Quando a gente abre um livro para ler, em geral você não está na frente da televisão e cercado por dez pessoas falando coisas diferentes. “Ler” numa tela de computador é essencialmente isso: você está fa-zendo uma coisa mas se expondo, ainda que involuntariamente, a várias outras coisas. Mas, de novo: isso não é culpa da tecnologia moderna. Anti-gamente, a distração eram seus oito irmãos correndo pela casa jogando bola, o rádio e a televisão ligados, gente chegando. Sempre existiu mais

informação do que a gente dá conta por uma limitação interna: o cérebro só consegue prestar atenção em uma coisa de cada vez. E isso é culpa da gente: você não precisa trabalhar com notificação ligada no seu computador, você não precisa escrever com o programa de e-mail aberto num lado e o Facebook na outra tela. Você pode

escolher desligar isso tudo e ficar sentado no computador fazendo o que você tem de fazer, isso é trivial, mas as pessoas partem do princípio de que se a tecnologia existe ela deve estar toda hora aberta e sendo usada o tempo todo.

Mas é difícil conseguir se disciplinar.Eu discordo, é fácil se disciplinar.

O difícil é se dar conta de que isso é um problema. O que falta é se dar conta de que não é uma boa ideia você se sentar para fazer um trabalho no computador e permitir que qua-tro, cinco outros programas fiquem disputando sua atenção. O difícil é se dar conta e pensar: “Peraí, eu não preciso dessa notificação ligada o tempo todo. Eu vou saber se tem e--mail na hora em que eu quiser saber se tem e-mail”.

Muitos pais ficam preocupados em saber se o filho é inteligente. O que é a inteligência, é possível medi-la?

Fala-se muito em como medir a inteligência, mas o que não está resol-vido ainda é se existe uma definição

universal de inteligência. Existem mui-tos estudos que buscam descobrir o que torna uma pessoa mais ou menos capaz de resolver problemas, de associar informação, mas a questão é o que exa-tamente você chama de inteligência. Eu gosto de trabalhar com uma definição supersimples e operacional de que a inteligência é sua capacidade de usar informações para resolver problemas, só isso. Essa é uma capacidade que, se você tem o cérebro saudável, você tem. Quão bem você faz isso, como todo o resto, depende de todo o seu histórico de tentar fazer isso. São capacidades que você aprende e desenvolve como quaisquer outras.

Você aprende ou tem gente que nasce com essa capacidade mais evidenciada?

Exatamente da mesma maneira como você tem características físi-cas, externas, diferentes de qualquer outra pessoa, cada cérebro nasce com o seu formato, suas características biológicas e genéticas. Todo mundo é diferente desde o começo, mas todo mundo aprende, esculpe o seu cére-bro e o vai tornando cada vez mais seu, mais personalizado, de acordo com sua história de uso, o que quer dizer inclusive que todo mundo me-lhora naquilo que faz. Se seu cérebro é saudável você tem essa capacidade, mas, sim, pessoas diferentes têm capacidades ligeiramente melhores ou piores por causa dessas diferen-ças biológicas que são seu ponto de partida. Porém isso não basta: você pode nascer com a maior capacidade inata do mundo para tocar piano, mas você jamais vai ser um pianista se não tiver a oportunidade de colocar os dedos em um piano ou se não tiver chance e método para praticar. Baixar o programa de kung fu só existe no “Matrix”, na vida real você precisa aprender, você vai ter de ralar.

“Assim como você tem características físicas, externas, diferentes de qualquer outra pessoa, cada cérebro nasce com o seu formato, suas características biológicas e genéticas’’

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Hoje há uma discussão grande sobre diagnósticos de hiperatividade ou défi cit de atenção, por exemplo, e muitas crianças acabam sendo medicadas sem necessidade. Como identifi car esse excesso?

É como a tecnologia: a medica-lização está no mau uso que as pessoas fazem de uma coisa maravi-lhosa que é a existência de remédios para resolver problemas reais do cérebro. A criança que de fato tem défi cit de atenção precisa ser tratada com medicamento. A medicalização é um termo que jogam por aí como algo feio, como se o remédio fosse uma coisa ruim, e isso é uma coisa absolutamente injusta – principal-mente com as pessoas que precisam desse remédio. O problema da me-dicalização está na cabeça torta das pessoas que acham que tudo se resol-ve com remédio, que todo problema que a criança tem em casa ou em sala de aula é um problema do cérebro, e não é. Para a criança que de fato tem transtorno de atenção, o rendimento

na escola e a capacidade de aprendizado mudam da

água para o vinho no momento em que o diagnóstico correto é feito e esse problema pode ser corrigido com medicamento. A qualidade de vida dessa criança se transforma. Dar um remédio para uma criança que não precisa, aí sim ela vai subir pelas paredes, ou vai fi car com difi culdade de assimilar informação porque ela

tomou Ritalina e o cérebro vai achar que tudo é importante – e não é.

Há um mito de que os meninos teriam mais aptidão para as ciências exatas, enquanto as meninas se sairiam melhor nas ciências humanas. Do ponto de vista do cérebro, há alguma diferença?

Isso é o que a gente chama de profecias autorrealizadas. A partir do momento em que você tem uma ex-pectativa de que você é menina e não vai conseguir resolver um problema de matemática, a sua motivação para buscar informação para resolvê-lo é muito menor. Se a sua motivação é menor, seu interesse é menor e o seu desempenho de fato será menor porque você não se empenhou para começo de conversa – não tanto, por exemplo, quanto meninos da sua mesma turma que foram alvo de expectativas positivas do professor e dos pais. Então imagine como é fácil isso se transformar numa daquelas espirais descendentes em que você fi ca cada vez pior porque acredita que você deve ser ruim. Ou você

deixa de melhorar porque acredita que não vai ser capaz de fazer aquilo, portanto não tem competência. A expectativa – positiva ou negativa – tem um poder fenomenal sobre o que a gente faz através da manipula-ção da nossa motivação, das nossas próprias expectativas a respeito da gente mesmo.

Uma questão delicada em relação aos adolescentes, cujos cérebros estão em um momento de grande transformação, é quanto ao uso de maconha. A maconha faz mal para o cérebro em desenvolvimento?

A maconha, como qualquer ou-tra droga, age diretamente no sistema de recompensa e deixa você com uma sensação de bem-estar. Essa é uma informação extremamente importante que as campanhas do Ministério da Saúde omitem e que sobretudo os pais não querem que seus fi lhos ouçam. Todas as drogas que levam ao vício dão prazer, elas levam ao vício justamente por isso. O problema de um adolescente se expor a drogas que dão prazer é que uma das grandes transformações que estão acontecendo no cérebro nessa fase é um ajuste no nível de equilíbrio e de funcionamento desse sistema de recompensa, que dá para a gente motivação e prazer. Se esse cé-rebro se forma e se ajusta na presença de drogas que estimulam o sistema de recompensa, você essencialmente está ensinando esse cérebro a esperar prazeres do tamanho que você con-segue na presença das drogas. Uma das primeiras consequências – e isso é muito bem documentado – é que pessoas que experimentaram drogas durante a adolescência têm muito mais chance de se tornarem adultos dependentes de drogas, enquanto que pessoas que começaram a usar drogas na idade adulta têm muito mais facilidade de experimentar droga apenas uma vez e falar “ah, bacana” e acabou. E a chance do vício é um dos vários problemas, porque há outros: a gente sabe que a maconha mata diretamente neurônios do hipocampo, portanto prejudica a memória, além de toda uma série de problemas cognitivos muito bem documentados.

“A expectativa – positiva ou negativa – tem um poder fenomenal sobre o que a gente faz através da manipulação da nossa motivação, das expectativas a nosso próprio respeito’’

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Tradição ou questionamento, conteúdo ou questões éticas? Saiba identificar com que grupo você e seus filhos mais têm afinidade

e como diminuir as chances de errar na escolha da instituiçãoLuciana Alvarez

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tempo livre que ela tem dentro da escola. Para o pai, mais importante do que a corrida para alfabetizar as crianças cedo é dar ferramentas para que a criança possa fazer um uso da língua escrita de maneira criativa.

Augusto reconhece, porém, que nem todos os pais conseguem ter uma visão tão positiva da pedagogia da escola. “Na última reunião tinha pais reclamando que os professores demoram para passar as fórmulas nas aulas de matemática. Eles não enten-deram a proposta. Minha expectativa é que o resultado final seja o mesmo nível de conhecimento oferecido nas escolas tradicionais. Mas o ‘como’ chegar lá importa”, afirma. Segundo

do que pela obediência a uma disciplina rígida. Quando pequenas, as meninas estudaram em um colégio de bairro, pequeno e acolhedor. Depois a família passou um ano morando nos Estados Unidos, pois a mãe ganhou uma bolsa

de doutorado. Agora, os pais preferiram uma escola maior, com capacidade de oferecer “novidades” às filhas, ou seja, experiências diferentes com as quais elas possam construir um aprendizado de forma múltipla.

Um dos grandes orgulhos de Au-gusto é o livro que a filha mais nova produziu recentemente junto com uma amiga – elas criaram o enredo, escreveram e ilustraram. A primeira obra de Lia foi produzida durante o

Na escola das irmãs Ana, de 10 anos, e Lia Calil, de 7, não há apostilas nem livros

didáticos: elas trabalham com um material específico, feito de fichas destacáveis, com as quais elas mes-mas “montam” seus livros didáticos. Apesar de terem inúmeras atividades, no cronograma da semana há sempre algum tempo livre, em que elas têm a liberdade de fazer o que desejarem. Não há uniforme e quase nada de lição de casa. Há um ano, esse é o dia a dia delas desde que foram matricu-ladas em um colégio construtivista na zona oeste de São Paulo.

Para os pais, que também estu-daram em escolas construtivistas, o esquema das aulas está ótimo. “Em termos de proposta, acho muito bom. Demora mais para chegar a algumas conclusões, porque ensina a criança a buscar a resposta, em vez de ficar reproduzindo, decorando”, afirma o pai, Augusto Calil.

A família de Augusto pode ser considerada “liberal”, prezando mais pelo desenvolvimento da criatividade

A escola deve ser um complemento, algo que reafirme as crenças dos pais, nunca o oposto do que prati-cam, alertam os especialistas. “A fa-mília não pode esperar que a escola faça algo que ela mesma não faz. Ela simplesmente não consegue”, diz Marcelo Cunha Bueno, consultor pedagógico e diretor de escola. Segundo ele, é comum famílias com poucas regras procurarem escolas mais rígidas como forma de tentar “equilibrar” a vida do filho. Mas, na

prática, essa tentativa simplesmen-te não funciona. Para Quézia Bombonatto, presiden-te da Associação Brasileira de Psi-copedagogia, pais e escola devem ser sempre parceiros e, para isso, precisam compartilhar os mesmos valores. “Vejo muitas famílias que são extremamente desorganizadas, sem regras, nas quais os filhos se atrasam porque os pais não conse-guem se levantar na hora”, relata. Para dar certa disciplina aos filhos,

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Opostos que não se atraemaponta a especialista, é preciso mudar a rotina familiar, em vez de colocar em uma instituição mais rígida e esperar que a escola corrija um comportamento que é de todos. O mesmo vale para outros aspectos, como passar todo o tempo livre vendo TV, mas optar por uma escola que valorize a leitura na esperança de formar filhos que sejam bons leitores. “Se os pais querem que os filhos leiam, eles devem é ler. A gen-te ensina pelo exemplo”, diz Quézia.

Os relatos das famílias mostram que não existe uma escola ou metodologia de ensino ideal, um modelo que se encaixe com perfeição para todos

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ele, para a metodologia de fato fun-cionar bem, deve haver uma sintonia entre a família e a proposta da escola.

Essa sintonia foi algo que não acon-teceu na primeira escola em que Fabíola Thamer matriculou o filho, Felipe, de 4 anos – na época ele tinha um pouco mais de um ano e meio. A escola era muito bem recomendada, mas simplesmente não funcionou para a família. “O filho da minha irmã estudava lá havia muitos anos e todos adoravam. Não acho que seja uma escola ruim; apenas não era o que eu queria”, conta Fabíola.

Para a mãe, a escola era liberal demais. Duas das coisas que incomo-

daram Fabíola foram a falta de um horário rígido de entrada e a ausência de uniforme. “A escola tinha sim um uniforme, mas não cobrava dos pais. Então, o Felipe era o único que usava. Também achava ruim cada criança chegar num horário”, lembra.

Em casa, a família de Fabíola sempre foi bastante “disciplinada”: Felipe, por exemplo, tem horário cer-to para fazer refeições (e não come só o que quer), vai para a cama sempre na mesma hora. “Na minha visão, criança precisa de rotina”, afirma. Por isso, no ano letivo seguinte, ela buscou um colégio que espelhasse a

organização que o filho tem no lar. “Ele se adaptou muito melhor numa escola mais tradicional. O Felipe não gosta de faltar e faz questão de ser pontual; ele fica bravo se é o último da classe a chegar”, conta a mãe.

FiLOSOFiA COMPARTiLHADAOs relatos das duas famílias

mostram que não existe uma escola ou metodologia de ensino ideal, um modelo que se encaixe com perfeição para todos. O que existe é a melhor escola possível para cada criança, em certo momento do seu desenvol-vimento, de acordo com as crenças e expectativas da sua família. Assim, antes de procurar uma escola, cada família precisa conhecer as caracte-rísticas de seus filhos e reconhecer qual é o seu perfil como grupo, para que possa escolher uma instituição de ensino que se torne uma parceira na importante tarefa de preparar as crianças para o futuro.

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O papel do professor pode ser facilmente percebido tanto no discurso sobre a filosofia da escola quanto na prática, pela relação entre os alunos e o corpo docente

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As irmãs Ana (sentada) e Lia com o pai Augusto Calil: escola construtivista em que elas estão matriculadas valoriza a

criatividade e exige poucas tarefas

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Para Mauro Luís Vieira, profes-sor do departamento de psicologia social na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que estuda as relações entre as crenças das mães e pais com o desenvolvimento infantil, as famílias devem se informar sobre aspectos práticos da vida escolar. “O método nem sempre serve como um critério de escolha, porque as pessoas muitas vezes não conhecem bem as teorias, ou a escola adota um rótulo que não segue na prática. Os pais têm de perguntar como é a rotina do colégio”, recomenda.

“Tem escolas que são muito tradi-cionais e rígidas e, no outro extremo, há escolas sem ordem, sem disciplina. Há escolas que cantam o hino; em outras, nem é preciso esperar sua vez para entrar na sala de aula. Sempre tendo em vista aspectos práticos, você consegue descobir o que a escola valoriza”, avalia Vieira. E, antes de se decidir por um local, a família deve entender o que ela própria valoriza. “Não dá para dizer que um tipo é melhor que outro. Se você está colo-cando seu fi lho lá, tem de compartilhar minimamente daquela fi losofi a.”

As famílias devem se perguntar, por exemplo, se procuram um local em que o professor seja visto como uma autoridade, alguém responsável por ensinar, ou como um alguém com proximidade, que colabore no processo de aprendizagem individual do aluno. Ou, é claro, algo no meio do caminho. O papel do professor pode ser facilmente percebido tanto no discurso sobre a fi losofi a da escola quanto na prática, pela relação entre os alunos e o corpo docente.

“Os pais podem ver se as crian-ças fazem fi la, como é a distribuição das carteiras na classe – algo que pode ser fi xo ou dinâmico”, exempli-fi ca o psicólogo. Essas são algumas formas de perceber se aquela será

Reconheça seu perfi lAs perguntas abaixo, elaboradas a partir da apuração desta reportagem, podem ajudar a identifi car o que cada família pretende com a educação dos fi lhos – e assim encontrar uma escola que ofereça o que de fato procuram

1. Como deve ser a relação entre alunos e corpo docente? Se pensa que o professor deve ter uma atuação forte,

seu perfi l é mais tradicional e tecnicista Se pensa que o aluno deve ser o protagonista do ensino,

seu perfi l é mais liberal e holístico

2. Como deve ser a relação entre os alunos e funcionários da escola? Se acha que o importante é que cada um cumpra o seu papel, seu perfi l é

mais tecnicista e tradicional Se acha relevante o contato com os funcionários de todos os níveis, seu

perfi l é mais holístico e liberal

3. Como deve ser a participação dos pais dentro da escola? Se acha que os pais devem acompanhar, cobrar e apoiar,

seu perfi l é mais tradicional e tecnicista Se acha que os pais devem colaborar, participar e atuar,

seu perfi l é mais liberal e holístico

4. Como deve ser o material didático? Se prefere apostilas, seu perfi l é mais tecnicista Se prefere livros didáticos e caderno, seu perfi l é mais tradicional Se prefere materiais alternativos, seu perfi l é mais liberal e holístico

5. Como devem ser as salas de aula? Se acha que devem ser bem equipadas, seu perfi l é mais tecnicista Se acha que devem ser bem organizadas, seu perfi l é mais tradicional Se acha que devem ser aconchegantes, seu perfi l é mais holístico Se acha que devem ser versáteis, seu perfi l é mais liberal

6. Como deve ser a cobrança por desempenho? Se acha que deve ser focada em testes padronizados, seu perfi l é mais

tecnicista Se acha que deve haver provas feitas para cada classe, seu perfi l é mais

tradicional Se acha que devem ser por trabalhos e projetos, seu perfi l é mais liberal Se acha que o importante é uma avaliação individual de todas as

atividades, seu perfi l é mais holístico

7. Qual deve ser o papel das artes e da música na escola? Se vê como uma distração, algo para relaxar e aproveitar,

seu perfi l é mais tradicional Se vê como uma forma de melhorar as habilidades motoras,

seu perfi l é mais tecnicista Se vê como uma forma de entender o mundo, seu perfi l é mais liberal Se vê como uma ferramenta de autoconhecimento, seu perfi l é mais holístico

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uma escola que está de acordo com suas crenças e valores.

Dos dois lados da grande divisão entre escolas liberais e rígidas, existe todo um espectro de tipos e perfis. Algumas famílias valorizam muito os avanços tecnológicos, têm sempre os equipamentos mais modernos e, portanto, ficam mais satisfeitas com os filhos em escolas bem equipadas. Outras acreditam que conhecer dife-rentes culturas e idiomas é um dos pontos mais importantes da formação de um jovem feliz e de sucesso e,

por isso, preferem escolas bilíngues. Em certos lares, a convivência com diversidade é um ponto essencial, assim acabam se encaixando bem em escolas com propostas inclusivas.

Há ainda famílias que valorizam a expressão artística e outras prefe-rem uma maior ênfase nos esportes e atividades físicas. Existem pais que prezam pelo contato mais próximo com a natureza, e também os que desejam que seus filhos se tornem pessoas cultas, leiam muito. Cada família deve, em primeiro lugar, se

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reconhecer e estabelecer suas prio-ridades. Só então, deve partir para a busca de um lugar que seja compatí-vel com o seu perfil.

PAPEL DA ESCOLAAlém de variar entre liberais

ou mais disciplinadas, as famílias também podem ser classificadas de acordo com o que esperam do colégio. Ao pesquisar sobre a escola para o seu filho, grande parte das famílias enfatizam o aspecto cogni-tivo, deixando de lado outros pontos do desenvolvimento. São famílias mais “tecnicistas”, que se reservam o papel de passar valores e ética, assim como promover atividades extracurriculares que acreditam ser importantes, sejam elas esportivas, artísticas, sociais ou religiosas.

Outras, contudo, fazem questão de uma formação completa dentro da escola, buscando locais ou metodo-logias que trabalhem habilidades e valores para além dos aspectos cogni-tivos mais básicos. São famílias que desejam uma educação “holística”.

A família de Janete Rocha, mãe de Sâmia, de 11, e Júlia, de 10 anos, se encaixa melhor no primeiro gru-po. Para elas, o melhor caminho foi buscar uma escola com metodologia tradicional. Há três anos as meninas mudaram de escola, saindo de um colégio de bairro pequeno, para uma grande rede de ensino. “Lá, o foco são os estudos. Para mim, ótimo. Quem tem de dar educação e ensinar valores são os pais. Não vejo que isso seja papel da escola”, afirma Janete.

A mãe, que estudou a vida inteira em um colégio religioso com forte formação ética, reconhece que a prin-cípio não gostava muito da ideia de matricular as filhas em uma grande rede. Mas acatou a recomendação da psicóloga da filha mais velha. “A psicóloga da Sâmia, que têm déficit Gu

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Felipe, 4 anos, com a mãe Fabíola Thamer: família não se adaptou à falta de horários rígidos da escola anterior

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Quatro perfi s de famílias

LIBERAL Família que convive bem com diferenças,

como com casais homoafetivos Deseja que a escola deixe seu fi lho uma

pessoa mais questionadora Preza por qualidades como a criatividade Não gosta muito de convenções sociais,

nem regras estritas

DISCIPLINADA Família bem estruturada, com cada

membro tendo claro o seu papel Deseja que a escola deixe o fi lho uma

pessoa mais responsável Preza por qualidades como o esforço e a

obediência Tem preferência por regras mais estritas,

se dá bem em ambientes tradicionais

TECNICISTA Família que reserva para si a função de formação

ética e religiosa, rejeitando interferências externas Deseja que a escola dê para o fi lho o máximo de

conteúdos possível Preza por qualidades como a competência Tem preferência por questões práticas, custo-

benefício, facilidade de locomoção

HOLíSTICA Família que leva seus valores para todos

os ambientes que frequenta Deseja que a escola ajude a desenvolver

os fi lhos em todos os aspectos – cognitivo, emocional, comportamental etc.

Preza por qualidades como harmonia e autoconhecimento

Tem preferência por ambientes que permitam criar relações mais profundas

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de atenção, me sugeriu essa escola, dizendo que seria um local que iria desafi á-la”, conta.

Para a família, foi uma op-ção acertada. “Eles mantêm bom acompanhamento dos alunos, se esforçam para identifi car os talentos de cada um, sempre fazendo cam-peonatos de todos os tipos, feiras de ciências.” A mãe avalia que a escola tem um ambiente bastante competitivo, mas acredita que isso está fazendo bem para as fi lhas. “É uma forma de incentivá-las, fazê--las correr atrás.”

Já Magnólia de Souza Santos, mãe de Clarissa, de 9 anos, se en-quadra no segundo perfi l de família, entre os que preferem uma escola com uma atuação mais ampla. Ela optou por um colégio de fi losofi a Waldorf, que busca equilibrar o lado cognitivo com o desenvolvimento

de habilidades artísticas, musicais e sociais. “Na escola ela trabalha muito com a natureza, as artes, a reli-giosidade. Isso acaba desenvolvendo outros valores na criança”, diz. Lá, segundo conta, a competitividade e a pressa passam longe.

“Eles assimilam de um jeito mais leve – a tabuada, por exemplo, vem com ritmos e jogos. A Clarissa lê e escreve bem, mas, além disso, os cadernos são bonitos, todos co-loridos”, relata Magnólia. A família também participa de uma forma

diferente: não basta incentivar que os fi lhos estudem, é preciso colocar a mão na massa. “Ela tem sempre algum projeto de casa para toda a família: no 2º ano ela construiu um relógio com o pai; no 3º, foi a maquete de uma casa. E são as mães e pais que organizam as festas da escola”, cita.

Embora não professem nenhu-ma religião, as escolas Waldorf estimulam a religiosidade de forma ecumênica, o que pode gerar confl itos com certas doutrinas, assim como

Embora não professem nenhuma religião, as escolas Waldorf estimulam a religiosidade de forma ecumênica, o que pode gerar confl itos com certas doutrinas ou com famílias ateias

As irmãs Sâmia (esq.) e Júlia estudam sob supervisão da mãe Janete: ambiente exigente de uma grande rede de escolas está fazendo bem para as meninas

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em famílias ateias. Para Magnólia, contudo, que segue a fé espírita, esse aspecto da vida escolar é visto de forma positiva. “Acho que lidam com a espiritualidade de uma forma muito bonita. Ensinam as crianças a terem respeito por todas as religiões, darem valor aos outros e à natureza, saberem sobre Deus”, afi rma.

Para Quézia Bombonatto, pre-sidente da Sociedade Brasileira de Psicopedagogia, tanto as famílias que pensam as escolas de maneira tecnicista quanto holística podem

fazer boas escolhas, contanto que tomem certos cuidados. “A função primordial da escola é o pedagógi-co. Se a família está fi rme em seus valores, não precisa de uma escola tão forte nesse sentido”, afi rma ela, aconselhando que os pais nunca desprezem o ensino formal em prol de crenças e valores.

Porém, a psicopedagoga lembra que a sociabilização é algo que acon-tece sobretudo na escola; para que as relações dos fi lhos se deem de forma ética, a escola precisa inevitavel-

mente desempenhar um bom papel de mediadora. Em casa, os pais até podem ter uma presença fi rme, mas não estarão presentes para avaliar e orientar as interações entre os grupos que se formam na escola.

Dentro desse movimento de pro-curar uma escola que tenha um perfi l semelhante ao da família, é natural que as famílias acabem todas se agru-pando com outras que sejam muito semelhantes a ela. Mas vale a pena ressaltar que as diferenças podem ser produtivas, segundo lembra o pro-fessor Vieira, da UFSC. “As pessoas acabam se agrupando por interesses, afi nidades. É com as pessoas desse ambiente que seu fi lho vai conviver. Mas a escola não é uma ilha separa-da: será dentro desse contexto que a criança vai conhecer o mundo, criar habilidades sociais. Por isso, ter algu-ma diversidade é importante”, afi rma.

É natural que as famílias acabem todas se agrupando com outras que sejam muito semelhantes, mas vale a pena ressaltar que as diferenças podem ser produtivas

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Magnólia e a � lha Clarissa: escolha por um colégio que valoriza questões ligadas à natureza, às artes e à espiritualidade

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Confrontos frequentes em relação a decisões e valores da escola escolhida podem indicar falta de segurança da família sobre sua decisão. É preciso ouvir melhor os filhos e a própria instituição

Entre os diversos perfis de família, há dois tipos que quase sempre entram em

conflito com a instituição que es-colheram: as famílias “perdidas”, que não sabem exatamente o que esperar da escola e frequentemente trocam de opinião, e as que querem “mudar tudo”, na tentativa de deixar a escola do seu jeito, como se fosse a sua casa, e não um espaço coletivo.

Na atualidade, é cada vez mais comum as famílias se sentirem in-seguras com a escolha pedagógica para a escola dos filhos. Há tantas

opções, tanta informação, tantos livros sobre os mais variados tipos de educação que, na ânsia de dar o melhor para as crianças, os pais acabam se perdendo em meio a essa imensidão de opções.

“Com tanta literatura produzida sobre a infância, a família quer se informar, mas muitas vezes acaba mais confusa. Tenta educar com base em manuais e guias. Ela vem para a escola pedir ajuda, ou es-perando algo impossível”, afirma Marcelo Cunha Bueno, consultor pedagógico, diretor de uma escola

na zona sul de São Paulo, e coor-denador dos cursos de extensão do Instituto Singularidades.

O conselho de Bueno para os pais é deixar de lado tanta teoria e tentar olhar mais para o próprio filho. “A família precisa conhecer a criança. Entender o que ela está precisando naquele determinado momento – e não só projetar o que os pais querem. No ensino infantil, por exemplo, eles devem examinar: meu filho está precisando de espaço livre e brincadeira, ou de concen-tração?”, recomenda.

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Driblando os

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Para as escolas, a melhor solução para lidar com tanta insegurança é acolher os pais, acredita Bueno. “As crianças precisam se sentir acolhidas, mas as famílias também precisam de colo às vezes. A escola precisa ter paciência, saber escutar de coração aberto, e saber falar o que é preciso ser dito”, diz.

ORiEnTAçãO PARA OS PAiSQuem trabalha com educação

está percebendo que o número de pais que se sentem perdidos vem crescendo ano a ano. “As escolas

atualmente dão muitas orientações para as famílias. Cada vez mais sou chamada por escolas para dar palestras para os pais”, relata Quézia Bombonatto, presidente da Associa-ção Brasileira de Psicopedagogia.

Segundo Quézia, a mudança na forma de ensinar e aprender trazida pelas tecnologias é uma das grandes fontes de insegurança. “Os pais se distanciam, pois acham que está tudo diferente, que não podem mais orien-

A mudança na forma de ensinar e aprender trazida pelas tecnologias é uma das grandes fontes de insegurança para as famílias, aponta especialista

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tar os fi lhos numa lição de casa, por exemplo. Mas eles precisam perceber que certas coisas não mudam nunca: ensinar a ter organização, estimular, dar importância e criar um ambiente propício aos estudos”, afi rma.

Muitos dos desencontros entre famílias e escolas provêm de outro tipo de postura, a das famílias que querem moldar a escola exatamente às suas crenças e necessidades. “A escola é um espaço coletivo. Se há algo que diz respeito apenas a an-gústias individuais de uma família, a escola provavelmente não con-seguirá atender àquela demanda”, diz Bueno.

SUPERPROTEÇÃOO desejo constante de superpro-

teção é algo que faz com que pais tenham pedidos muitas vezes nega-dos, sentindo-se frustrados com o colégio. Mas antes de exigir um anjo da guarda 100% do tempo vigiando o fi lho, os pais devem lembrar que uma das funções da escola é estimu-

Outro critério que acaba dividindo as famílias entre as escolas é o valor das mensalidades. As mais caras terão, obviamente, uma grande parcela de � lhos de empresários e executivos bem-sucedidos. Pro� ssões de renda média e � lhos da classe trabalhadora � carão em outras.Algumas famílias, porém, na tentativa de oferecer uma educação melhor, optam por fazer um grande esforço para matricular o � lho em escolas caras para o seu orçamento. Essa diferença de nível socioeconômico será facilmente

percebida nos materiais e roupas, nas viagens de férias, e mesmo nas excursões organizadas pela escola – e a família deve estar preparada para isso.“Às vezes, pode ser um grande peso para a criança não conseguir acompanhar o padrão dos amigos. O fato de ver a família se esforçando tanto para pagar seus estudos também pode resultar em cobranças exageradas por desempenho”, alerta a psicopedagoga Quézia Bombonatto.

Questões � nanceiras

Antes de exigir um anjo da guarda vigiando o � lho 100% do tempo, os pais devem lembrar que uma das funções da escola é estimular uma autonomia cada vez maior

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lar uma autonomia cada vez maior das crianças. “Hoje a gente vê com frequência crianças de 7, 8 anos que só comem se a mãe der na boca. Não deveria ser assim. Se a escola proíbe a chupeta, a mamadeiras, os pais devem fi car felizes – e não reclamar. A criança recebe a superproteção como uma forma de rejeição, porque vê que os pais não acreditam no seu potencial”, afi rma Quézia.

Uma boa escola deve estar sem-pre aberta para receber pedidos e ouvir reclamações, até como forma de se aprimorar, mas só pode fazer modifi cações dentro de certos limites. “O processo de ensino-aprendizagem é um processo de mudanças. A escola

deve sempre se questionar até que ponto cada sugestão é válida, se é possível acatar”, afi rma Quézia. O que elas não podem é abrir mão de sua proposta pedagógica. “Se a escola segue uma fi losofi a, não adianta os pais reclamarem, quererem mudar isso. Eles deviam ter pensado antes. O que vale são críticas para aprimorar os valores da escola.”

Os pais que matriculam os fi lhos em escolas religiosas, por exemplo, não podem pedir que a escola aban-done a sua doutrina. Mesmo que não sigam a mesma religião, eles devem estar cientes de que os fi lhos terão algum contato com os ensinamentos – ainda que tenham acertado de ante-mão que os fi lhos seriam dispensados do ensino religioso.

“As escolas religiosas se mos-tram atualmente bastante fl exíveis. Mesmo nas aulas de religião, o foco costuma ser mais os princípios mo-rais que as doutrinas em si. Mas se os pais são contrários às religiões e fi cam criticando em casa, com certeza haverá um confl ito prejudicial para a criança”, defende Quézia.

Mas é claro que nem todos os problemas se originam pelo perfi l das famílias: algumas escolas não colocam em prática o que disseram aos pais no discurso inicial. Nesses casos, os pais podem – e devem – exigir que a instituição cumpra suas promessas. Esse é o perfi l de família consciente, que escolheu com critério uma boa educação para os fi lhos e faz questão de fazer valer sua opção.

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Sala sem

De televisão 3D e jogos educativos no smartphone a espaços mais abertos e cheios de pufes coloridos – como as escolas têm utilizado aqueles gadgets que antes só atrapalhavam

tédioCaroline Marino

Quando está em casa, Giovanna Ohl Leme Nascimento, de 8 anos, usa games e aplicativos para estudar inglês. Cheios de imagens e sons, os jogos a ajudam a se afeiçoar à nova

língua. Como ela mesma costuma dizer, é um jeito de aprender brincando. Na escola, não é diferente. Há jogos para estimular o raciocínio, jogos para decorar a tabuada e uso de fi lmes para estudar inglês e ciências. Giovanna está no 3º ano do ensino fundamental em uma escola no Jardim Paulista, zona sul de São Paulo. Assim como ela, muitas outras crianças e adolescentes encontram nas novas tecnologias uma aliada nos estudos.

tecnologia

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Sala sem Giovanna, de 8 anos, e a mãe, Maria Luiza Ohl nascimento, em um espaço da escola desenvolvido em parceria com o Google: um complemento

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Se de um lado a tecnologia pode ajudar na aprendizagem, de outro, pode abrir espaço para alguns problemas, como o uso excessivo de celulares e tablets pelas crianças, levando à falta de foco nas questões do ensino. Isso porque com o sinal de internet aberto, há dezenas de atrativos na web que nada têm a ver com o conteúdo da escola. Diante disso, algumas escolas optam por certo controle e muita orientação sobre o uso saudável dessas tecnologias.

No colégio onde estuda Giovanna Ohl Leme Nascimento, de 8 anos, tudo é bem controlado. Sinal do wi-fi, por exemplo, apesar de liberado a todos os alunos, é supervisionado. “Se liberarmos completamente na escola, eles acabam entrando nas redes sociais, o que não tem função nenhuma no ensino”, explica Erica Mantovani, coordenadora do ensino fundamental da instituição. De acordo com ela, alguns sites são até bloqueados. Se acontecer de algum aluno entrar em um site que

tecnologia

Quais os limitesnão tenha ligação com a escola ou o ensino, os professores chamam esse aluno para uma conversa. “Esse é o papel da escola, ensinar como usar a tecnologia da maneira adequada”, ressalta Erica. A mesma coisa acontece com o celular. A princípio o uso em sala de aula era proibido, mas como alguns professores pediam que os alunos os usassem para fazer alguma pesquisa, a escola resolver liberar. Sempre com supervisão. Para Erica, proibir o uso não faz sentido. “A

Hoje há uma infinidade de pro-gramas disponíveis para montagem de slides, de atividades interativas e jogos para o ensino. É uma forma de usar a tecnologia para tornar a aula mais envolvente, interativa, criativa e, por que não, inteligente. Mas tudo isso deve estar ancorado em uma boa proposta pedagógica, pois todo

o aparato tecnológico perde o sentido se não mantiver o objetivo principal: a qualidade do aprendizado.

Na escola de Giovanna, a tec-nologia é trabalhada desde cedo. As crianças com menos de um ano já têm atividades nesse sentido, com filmes para saber o nome e som dos animais, por exemplo. Recentemente, a escola inaugurou o espaço Education, em

parceria com o Google. Nada de cadeiras e mesas tradicionais. Lá, a ideia é que os alunos absorvam o conteúdo de uma maneira inovado-ra. Com pufes e almofadas no lugar das cadeiras, e televisões no lugar das lousas, os alunos utilizam pro-jeções multimídia, mapas virtuais, videoconferências internacionais e

trabalhos coletivos, com softwares de edição compartilhada de textos.

A escola ainda possui uma sala de mídia, com retroprojetor e televisão 3D. “Usamos a televisão 3D, por exem-plo, nas aulas de ciências para que os alunos aprendam como funciona o cor-po humano”, conta Erica Mantovani, coordenadora do ensino fundamental do colégio. Por outro lado, ela lembra

que a escola também oferece aulas sem nenhum uso de tecnologia. “A questão é usar quando necessário”, explica.

Maria Luiza Ohl Leme Nasci-mento, mãe da pequena Giovanna, tem essa preocupação. Para ela, por exemplo, não se pode deixar a escrita à mão de lado. “A tecnologia é um segundo apoio que o professor tem no ensino”, diz. Ela conta que com os games sua filha evoluiu muito – tanto na absorção do idioma inglês quanto no raciocínio. “Os professores indicam vários jogos educativos, que complementam o estudo”, afirma Maria Luiza, que costuma jogar com a filha os games sugeridos pela escola. O importante é explorar as fun-cionalidades que essas tecnologias apresentam para a criação de situa-ções concretas e imaginárias, como explica Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, professora do programa de pós-graduação em educação da PUC-SP e pesquisadora na área de tec-nologia na educação. De acordo com ela, essas situações devem contribuir para a construção de sentidos, noções e significados a partir do contexto

Para os professores, é importante explorar as funcionalidades que essas tecnologias apresentam para a criação de situações concretas e imaginárias

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cultural dos estudantes e de uma visão ampliada desse contexto pelo acesso a outros ambientes, recursos e espaços por meio da internet. “Integrar a tecno-logia à educação pode trazer efetivas contribuições à aprendizagem de dife-rentes áreas de conhecimento”, afi rma.

nA PRÁTiCAEm língua portuguesa, por exem-

plo, podem ser trabalhados textos utilizando apenas um computador e um programa Word. É possível incluir comentários nos textos dos alunos sem alterá-los e depois pedir que revisem. Outra atividade interessante é pedir aos alunos que pesquisem na internet um texto narrativo e solicitar que mudem o gênero textual para poesia. Há ainda a possibilidade de realizar produções de textos baseadas em histórias em quadrinhos disponíveis na rede.

Em um colégio na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, a tecnologia faz parte da estratégia da escola. Ta-blets e smartphones estão no material dos alunos a partir do 6º ano e são

recomendados para os alunos das de-mais séries. “De maneira geral, todas as disciplinas têm proposta de ensino com aplicativos e games”, afirma Silvia Vampré Ferreira Marchetto, coordenadora de tecnologia educa-cional da escola. Lá, eles trabalham com o SimCity, jogo de simulação da Maxis criado pelo designer de jogos Will Wright, o mesmo criador de The Sims. O objetivo básico do jogo é criar uma cidade e administrar bem os seus recursos para que ela não entre em falência e o aluno, no papel de prefeito, não seja expulso.

Há, ainda, o aplicativo Flashcards , que permite que os alunos criem fi -

chas para organização de conteúdo. Segundo Silvia, isso é muito usado no 6º ano, quando os alunos trabalham bastante o vocabulário e o signifi cado das palavras. “Com o aplicativo, eles constroem as fi chas com as palavras e podem compartilhar com os amigos e, ainda, jogar”, diz. De acordo com ela, o aprendizado fi cou muito mais motivador e interessante.

Na visão da coordenadora, é muito mais atraente para o aluno usar a tec-nologia. “Entre fazer algo no caderno e usar um aplicativo de estudo, ele prefere a segunda opção”, afi rma. Ela conta que em português, por exemplo, as notas do segundo bimestre (depois de usar os aplicativos) se mantiveram numa média igual ou superior às que foram atingidas no ano anterior. “Ve-mos claramente a preferência deles

pelo uso da tecnologia”, completa.João Francisco Shida, de

14 anos, está no 9º ano e apro-va o uso da tecnologia no seu dia a dia escolar. Além do uso de um aplicativo chamado Socrative, que funciona como um sis-

tecnologia tem sua função e precisamos educar as crianças tecnologicamente”, diz. Mas essa não é a realidade em todos os colégios – alguns preferem não usar nenhum tipo de bloqueio, apenas a conscientização. No colégio de João Francisco Shida, na Vila Mariana, a rede wi-fi é aberta a todos os alunos e sem nenhuma restrição. “O que temos é um programa de cidadania digital para orientar os alunos sobre o uso excessivo, com palestras e

conversas entre professores e alunos”, afi rma Silvia Vampré, coordenadora de tecnologia educacional da escola. Para ela, proibir não adianta nada, até porque há maneiras de entrar em sites bloqueados. “Preferimos orientá-los para que eles saibam usar corretamente”, completa.

Na visão de Silvia, a tecnologia faz com que as aulas se tornem

mais atrativas e restringir seu uso só atrapalha. “A aula deve ser mais algo em que o aluno esteja participando, não mais aquela aula em que ele está apenas assistindo. Hoje, a estratégia de aula é outra”, afi rma. E para ela, ainda muita coisa vai mudar. “Os professores já perceberam que precisam não só de um novo espaço de sala de aula, mas de novas propostas”, completa.

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tema de resposta inteligente, permi-tindo que professores se conectem à sala de aula por meio de uma série de exercícios e jogos educacionais, ele adora o projeto extracurricular, que acontece às sextas-feiras pela manhã. “Usamos um jogo para construir uma réplica do colégio para apresentação na feira de ciências”, conta. Segundo ele, essa prática é interessante por es-tar muito próxima daquilo que gosta de fazer nas horas vagas.

PROFESSORES PREPARADOSAntonio Pacheco Jr., diretor de

um colégio no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo, viu esses benefícios e hoje aposta muito na tecnologia e na formação de seus professores nessa área. Há dois anos, o colégio disponibiliza aos professores um curso sobre o uso da tecnologia no ensino. “Queremos estimular os professores a usar a tecnologia em sala de aula e, com isso, se aproximarem mais dos alunos”, explica. Segundo ele, usar a tecnologia tem um único objetivo: fazer com que a aprendizagem melho-re. E foi uma demanda dos próprios

alunos. “Eles reclamavam que não usávamos a tecnologia. Havia muito atrito nesse aspecto”, lembra. Hoje, com a tecnologia auxiliando o ensino, a aproximação entre alunos e professo-res melhorou e o desempenho também. No 2º ano do ensino médio, os alunos são estimulados a produzir documentá-rio de diferentes temas. “É uma forma diferente de trabalhar a produção e a criatividade”, afi rma o diretor.

De acordo com Maria Elizabeth, da PUC-SP, o preparo dos professores é essencial. Ela explica que eles de-vem saber propor aos alunos ativida-des em que esses recursos estimulem a aprendizagem, unindo a ludicidade com o desenvolvimento do pensamen-to, a vivência social e democrática. “Esse uso deve caminhar junto com a proposta pedagógica”, diz.

Para a professora Claudia Vanessa Quaiotti, que dá aulas para uma turma do 3º ano de um colégio no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo, o uso da tecnologia – com cautela, segundo ela – ajuda as crianças a entenderem o mesmo conteúdo de forma diferente. “Claro que nem tudo pode ser passado

aos alunos por meio de um aplicativo. É preciso analisar e ver se o conteúdo vai ter algum ganho”, aponta.

No ano passado, lembra Claudia, foi elaborado um projeto chamado “Conhecendo o bairro do Itaim Bibi”, em que cada criança recebia por e-mail um local importante no bairro para fo-tografar. “Eles teriam de ir com os pais no fi m de semana para tirar uma foto com o celular que não entregasse de cara o local e criar uma cha rada com as características do lugar”, explica. Com todas as imagens em mãos, foi criado um game e depois a professora trocou os games entre as classes para que as crianças descobrissem quais eram os locais fotografados. O objetivo era que as crianças conhecessem melhor a his-tória do bairro, além do entretenimento.

DERRUBAR MUROSEntretanto, o uso de dispositivos

tecnológicos no ensino não é uma unanimidade. Pelo contrário, ainda há escolas avessas a isso e que proíbem o uso de tablets e celulares em sala de aula. A questão é saber usar a tec-nologia de maneira correta e a favor

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João Francisco Shida, aluno do 9º ano: experiência educacional

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do ensino, segundo os especialistas ouvidos pelo Guia da Boa Escola. Para Alexandre Le Voci Sayad, sócio--fundador do MEL (Media Education Lab), a tecnologia ajuda a escola a vencer paradigmas antigos, dos quais sempre se queixou. “A escola sempre quis se aproximar do mundo real, sempre quis derrubar muros. E a tec-nologia permite isso”, afi rma.

A tecnologia aproxima a escola tanto do mundo do trabalho como do mundo dos alunos, e derruba a barrei-ra geracional quando usada de forma inteligente, diz ele. O importante, segundo Alexandre, é saber quando a tecnologia pode ajudar a fazer me-lhor o que se quer ou ganhar escala: em vez de falar com vinte alunos o professor poder falar com duzentos.

MAiS PARTiCiPAçãOO fato é que este é um caminho

sem volta. Um aluno que entra no en-sino fundamental hoje convive com tablets e celulares desde bebê. “Não podemos ignorar isso. A tecnologia está presente na vida das crianças”, afi rma Silvia Vampré, coordenadora de tecnologia educacional. Segundo ela, a ideia é que a escola mostre o outro lado. “Em casa eles usam para brincar – gostam e sabem como fazer – e na escola precisamos mostrar o outro lado: o do aprendizado”, diz.

Ainda não existe um modelo de-fi nitivo para o uso do celular em sala de aula, nem quais os melhores games para o estudo. Mas uma coisa é certa: é só o começo de uma grande mudança. Hoje, as aulas devem ser mais partici-pativas e menos naquele formato em que apenas o professor fala e o aluno escuta. Se as lousas já deram espaço para as digitais e algumas pesquisas já são feitas pela internet, as salas de aula também podem passar por trans-formações de espaço. Agora, é só dar tempo ao tempo.

tecnologia

Milena Ferreira Pinto Wolf, de 12 anos, estudante de um colégio no Tatuapé, zona leste de São Paulo, não vê problema algum de ter em seu Facebook e Instagram professores como amigos. Para ela, é uma forma de manter contato e fi car mais próxima deles. “Mas só adiciono quem eu gosto muito”, ressalta. O colégio em que Milena estuda não permite celular nem tablet durante as aulas. Apesar de ela já ter se acostumado com isso, gostaria de usá-los mais para pesquisas e organização de estudo. “Isso facilitaria meu aprendizado”, afi rma. “Só pego o celular e o computador depois da aula”, completa.Cada escola determina suas políticas de comunicação entre estudantes, professores e funcionários. Há as que não permitem que alunos e professores sejam amigos nas redes sociais, por exemplo. Para as que permitem, alguns cuidados são importantes, segundo Erica Mantovani, coordenadora de ensino fundamental de um colégio na zona sul de São Paulo. Para ela, não há problema algum entre a amizade de alunos e professores nas redes sociais,

mas é preciso ter cuidado com as publicações postadas. Outro cuidado, de acordo com ela, é que o professor não procure o aluno. “Se o aluno o procurar, tudo bem”, diz. Porém, a recomendação neste caso é que seja uma relação educativa. “O professor tem de estar atento ao que posta. Postagens com indicações de livros, fi lmes e eventos são sempre bem-vindas, é preciso o cuidado de ser professor também nas redes sociais”, completa. Veja abaixo alguns cuidados nessa relação:

A família deve orientar o comportamento de seus fi lhos no meio virtual, assim como professores precisam explicar para seus alunos no que consiste sua relação de amizade nas redes sociais;

Preste atenção no conteúdo que seu fi lho curte e compartilha nas redes sociais e como conversa com os professores nesse meio;

A criança ou adolescente não deve achar que pode participar das interações dos professores, como se fosse um colega qualquer;

Uma relação saudável é a que estimula o interesse do aluno pelos estudos e melhora o relacionamento entre ele e o professor.

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Como saber se uma escola está preparada para garantir bem-estar aos alunos e agir corretamente em situações de emergência

mãosJuliana Duarte

Matriculado no pré I, Pedro De Camillis Cassano, de 4 anos, esbanja energia.

Assim como as crianças da mesma idade, ele adora correr e brincar. Certa vez, enquanto a turma da escola se divertia no parquinho, o garoto caiu e bateu a cabeça. Com a força do impacto, seu supercílio abriu, o que ocasionou um sangramento in-tenso. A professora responsável logo percebeu o incidente e o conduziu à enfermaria, além de avisar a coor-denadora. Profissionais habilitados realizaram o primeiro atendimento e detectaram a necessidade de enca-minhá-lo ao pronto-socorro. “Fomos avisados imediatamente e a escola se prontificou a levá-lo. No dia seguinte, a coordenadora me chamou e relatou tudo pessoalmente”, afirma a mãe,

saúde

Daniela De Camillis. Segundo ela, essa postura foi decisiva para evitar o agravamento do problema.

Quando se trata da saúde dos pequenos, todo cuidado é pouco, especialmente longe dos olhos dos pais. Qualquer atitude errada coloca em risco o bem-estar e o desenvol-vimento dos alunos. Tal cenário faz da escolha da instituição de ensino uma tarefa que vai além da análise do projeto pedagógico – os pais devem verificar com atenção redobrada se o espaço é realmente adequado e está preparado para receber as crianças.

Quando decidiu matricular Pedro nessa escola, por exemplo, Daniela observou diferentes quesitos, como a disposição das salas de aula, o estado de conservação dos brinquedos do parque, a altura das janelas e se havia

grades em todas elas, a existência de pisos que amortecem quedas e as en-tradas e saídas da escola. “Verifiquei se nos pátios havia algo pontiagudo que poderia machucar ou então se o acesso aos prédios era falho, sem inspetores tomando conta. Tudo isso deve ser levado em conta, pois está diretamente ligado ao bem-estar”, diz a mãe.

De acordo com Valéria Reigada, professora do curso de enfermagem da Escola Técnica Estadual (ETEC)

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Parque da Juventude, uma instituição preparada para garantir a saúde dos pequenos é aquela que antecipa pos-síveis problemas, o que tem relação direta com a sua estrutura física. Para isso, é fundamental levar em conta alguns pontos essenciais, como o isolamento dos produtos de limpeza, a altura das fechaduras, a escolha por móveis com as pontas arredondadas e o acesso restrito à cozinha ou à área administrativa, entre outros. “Os pais precisam ter esse olhar diferenciado

quando forem visitar uma instituição candidata. Um local seguro e saudá-vel vai além da beleza”, comenta.

inFRAESTRUTURAOutra característica importante

é a existência de um ambulatório administrado por profissionais capa-citados. Essa estrutura permite que a etapa de primeiros socorros seja realizada imediatamente no próprio local, o que auxilia e agiliza a recu-peração da criança. No entanto, nem

O aluno Pedro, de 4 anos, com a mãe Daniela de

Camillis: cuidados com objetos e situações que

possam causar risco à criança

todas as escolas brasileiras investem na área. Segundo Leonardo Santana Rocha, gestor de enfermagem da União de Ensino Superior de Viço-sa (Univiçosa), não existe uma lei federal que obrigue a instituição de ensino a manter um serviço de aten-dimento à saúde em suas instalações. Porém, algumas medidas podem e devem ser tomadas para promover o bem-estar e a segurança. “É possível montar e manter uma sala para pe-quenos curativos, medição de pres-

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saúde

são arterial e ter um desfibrilador cardíaco em local de fácil acesso, com algum funcionário capacitado para usá-lo”, recomenda.

Mesmo com leis diferentes em estados e municípios, especialistas defendem a preparação do professor para lidar com casos de emergência “Isso não quer dizer que ele deve medicar ou atender as crianças sem autorização, mas sim que saiba tomar as atitudes necessárias”, aponta Va-léria. Aqui, mais uma vez, entra em cena a atenção redobrada dos pais: ao visitar a escola, pergunte se os funcionários fizeram algum tipo de treinamento nesse sentido. Vale pedir referências ou até mesmo questionar a existência de um certificado de par-ticipação em cursos específicos, pois quem lida com crianças deve saber o momento correto de ligar para uma ambulância, por exemplo, ou então de comunicar verbalmente aos pais quando se trata de um problema mais grave ou persistente.

Geralmente, em situações mais brandas, a comunicação acontece por meio de bilhetes e relatos anexados às agendas dos alunos. “Cabe à escola proporcionar aos seus colaboradores conhecimentos e habilidades para o atendimento pré-hospitalar, facilitan-do a condução em situações de ur-gência. Procedimentos inadequados podem deixar sequelas irreversíveis”, ressalta Anna Lucia Casalinho, enfer-meira, professora e coordenadora do curso de enfermagem da Faculdade Anhanguera de Pelotas (RS). Mes-mo se não existir uma enfermaria, o colégio deve disponibilizar kits de pronto-atendimento, fundamentais

para ajudar na cicatrização de ma-chucados em geral.

MAnUAL PARA FUnCiOnÁRiOSÉ importante questionar também

se a nova escola tem um manual de primeiros socorros, elaborado por profissionais da área de saúde e com-partilhado por todos os funcionários da instituição. A publicação deve conter os procedimentos indicados em diferentes casos, como acidentes, desmaios, ferimentos, queimaduras, reações alérgicas, intoxicações e ur-

gências odontológicas, entre outros. “Concentrar as informações é funda-mental para que o acesso a elas seja mais abrangente. O colégio deve se responsabilizar, sim, pelo bem-estar do aluno enquanto ele está em suas dependências”, comenta Valéria.

A publicitária Susana Ishii pas-sou por um momento delicado quan-do a filha Letícia, hoje com 7 anos, estava no maternal. Ela detectou a presença de hematomas no corpo da menina e foi avisada, apenas pela agenda, que um colega de classe a

Letícia, de 7 anos, na escola onde estuda na zona oeste do Rio:

apoio na escola foi decisivo para lidar com problema de pele

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mordia com frequência. “Fiquei bem chateada de a escola não ter interfe-rido ou então me chamado para con-versar. Eu tive de tomar a iniciativa para resolver o problema”, comenta.

Tempos depois, Susana desco-briu que a filha tinha uma doença não contagiosa chamada dermatite atópica – um ressecamento extremo da pele, que provoca feridas e ver-melhidão. Nesse caso, a atual insti-tuição, localizada na zona oeste do Rio de Janeiro, agiu prontamente e se colocou à disposição para ministrar os medicamentos, além de oferecer apoio psicológico para que a criança não se sinta excluída da turma. “Em momentos de crise, o problema fica aparente e chama a atenção. Os professores ajudam muito para que a Letícia não pense que é diferente dos demais e, assim, cresça sem traumas. Nessas duas experiências, comprovei como a escola pode ser decisiva”, afirma.

PROCEDiMEnTO FUnDAMEnTALÉ papel da escola solicitar um

histórico de saúde da criança no momento da matrícula – mais um indicador de boa conduta. Segundo Claus Zeefrid, médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), esse documento deve conter o relato de doenças preexistentes, alergias, o tipo de alimentação que a criança pode ingerir, se ela tem restrições ao sol e as suas condições de vacinação – é um resumo da vida clínica do aluno. Essas informações serão fundamentais para o procedi-mento dos funcionários, tanto em situações de emergência quanto em tratamentos contínuos.

A dona de casa Marcely Lima, por exemplo, tem duas filhas peque-nas: Nicole e Manuella, de 8 e 4 anos, respectivamente. A mais velha foi diagnosticada com problemas respi-

ratórios e precisa receber inalação e medicamentos específicos durante o período de aula. “Tudo foi informado à escola no momento da matrícula. Assim, eles administram essas ques-tões com mais segurança”, afirma. Nesse caso, as instruções oferecidas pelos familiares devem ser bem completas para que os funcionários realizem os processos corretamente. Lembrando que os alunos só podem

ser medicados mediante autorização prévia dos pais (ou de seus represen-tantes legais), que devem apresentar a prescrição à instituição.

O mesmo acontece em casos de emergência, como quedas mais graves e traumas na cabeça – os familiares devem ser avisados em primeira instância. Antes de deslocar a criança para uma unidade de saúde, a escola localiza os pais e solicita as devidas

Os alunos só podem ser medicados mediante autorização prévia dos pais (ou de seus representantes legais), que devem apresentar a prescrição à instituição

A voz da experiência Ninguém melhor do que as mães para contar quais são as prioridades em relação à saúde e segurança na hora de escolher a escola dos filhos. Veja os depoimentos a seguir.

Eu sempre presto atenção na limpeza, que está diretamente ligada à saúde das crianças. Antes de mudá-las de escola, também converso com outros pais, para saber o que eles acham do local, e procuro visitar todos os ambientes da instituição

Marcely Lima, dona de casa

Descartei uma escola pelo fato de ter uma piscina perto da área onde as crianças brincavam. A porta era automática, o que permitia fácil acesso, e não havia monitoramento. É fundamental prever problemas e usar essas análises para a escolha do local

Daniela De Camillis, jornalista

Observo sempre a limpeza e a higiene, principalmente nos banheiros. Noto se as janelas são altas e também o movimento em frente à escola. Verifiquei que as crianças menores entram pelo portão lateral do colégio, onde o movimento de carros é bem menor, o que diminui o risco de acidentes

Talita de Paula Rocha, recepcionista

Sempre vou à cantina para verificar se os alimentos oferecidos no local são frescos e estão dentro dos prazos de validade

Susana Ishii, publicitária

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autorizações. Enquanto isso, professo-res e auxiliares evitam a remoção do aluno, procedimento que só pode ser realizado por profi ssionais de saúde.

O comportamento mais ade-quado dos educadores é afastar os curiosos e acionar imediatamente o Samu pelo telefone 192 (número que deve fi car sempre à vista para que o funcionário mais próximo possa fazer o contato imediatamente). Com a chegada da equipe, os professores

têm o papel de fornecer todas as in-formações sobre o problema, o que tornará o atendimento mais efi ciente. “A ação de pessoas não capacitadas pode ser mais danosa do que o trau-ma original. Querer ajudar e saber como proceder são coisas totalmente diferentes”, alerta Claus Zeefrid. De acordo com a professora Valéria, da ETEC Parque da Juventude, é fundamental que o colégio saiba agir em diferentes situações. Tal

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saúde

experiência deve ser adquirida nos programas de treinamento oferecidos pela instituição de ensino.

SEM EXPOSiçãOO contato com outras crianças é,

sem dúvida, uma porta aberta para a chegada de diferentes doenças, como as gripes e viroses, tão comuns na infância. Pequenos acidentes, como quedas e torções, também costumam acontecer com maior frequência prin-cipalmente nas séries iniciais, pois a curiosidade dos alunos aumenta as situações de risco. “Por isso, é fun-damental que a escola inclua em seu plano pedagógico aulas sobre a pre-venção de problemas. Trabalhando de modo lúdico, com fantoches e histórias, por exemplo, também conseguimos conscientizar os pequenos e reduzir os índices de acidentes”, diz Valéria.

A discrição é outro ponto funda-mental quando se trata de assuntos rela-cionados à saúde. Todas as informações oferecidas à instituição de ensino no ato da matrícula devem ser confi denciais para evitar a exposição do aluno.

Durante o dia a dia das aulas tam-bém há a possibilidade de educadores e demais funcionários detectarem algum tipo de patologia, o que deve ser comunicado imediatamente aos pais. No caso de doenças infectocon-tagiosas, facilmente propagadas em ambientes fechados, o contato deve ser feito com mais cautela. “É impor-tante que a instituição procure algu-ma forma de atestar ou apresentar o diagnóstico, pois ela não pode tomar decisões baseadas em ‘achismos’. Ser transparente com os familiares é fundamental”, explica Valéria. Em seguida, os pais dos demais alunos devem ser comunicados para evitar a contaminação de outras crianças. No entanto, tudo isso deve acontecer sem divulgar nomes, o que poderia deixar o aluno em uma situação delicada.

Check-listComo saber se a escola é saudável e segura? Veja se a instituição:

Tem infraestrutura preparada especialmente para receber as crianças, com janelas altas, desníveis sinalizados e pisos que amortecem quedas

Se preocupa em equipar as salas de aula com móveis que possuem pontas arredondadas

Isola materiais de limpeza em salas específi cas

Pede um histórico de saúde no momento da matrícula

Tem um manual próprio de primeiros socorros

Conta com um ambulatório

Tem um profi ssional da área de saúde no quadro de funcionários

Age com discrição em casos de doenças contagiosas

Se preocupa em relatar todos os fatos para os pais

Matricula seus funcionários em cursos de primeiros socorros

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Sem os pais e com apoio das escolas, estudantes estão viajando para fora do país cada vez mais jovens. Conheça histórias de famílias que já viveram a experiência de um intercâmbio e saiba até onde vão os limites dessa decisão

Conhecer um novo país, ver e sentir lugares diferentes, vivenciar novas culturas.

Viajar é perceber um mundo maior que aquele visto na tela de um celular, entre as paredes do quarto e os muros da escola. É se encantar pelo diferente. Não é tão difícil entender a vontade da estudante Sophia Marzinetti Cunha de estudar fora do Brasil depois de uma viagem que fez para a Itália. O tempo foi pouco, 15 dias, mas o sufi ciente para despertar novas perspectivas. “Aprendi a conviver com os outros, fi z mais amizades. Foi uma viagem difícil de esquecer”, conta.

A princípio não há nada de novo na empolgação e expectativas de So-phia, a não ser pelo fato de a estudante ter apenas 11 anos de idade e ter feito a viagem sem os pais. E ela não está sozinha. Embora o público com idade acima de 18 anos ainda seja o grande filão do mercado de intercâmbio, tem crescido o número de crianças e jovens ainda na educação básica que saem do país para fazer algum curso.

De acordo com o último estudo

da Belta (Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacio-nais e Culturais), 20% das agências organizaram viagens para jovens de até 17 anos em 2012. “O brasileiro, especialmente, ainda tem receio de enviar os fi lhos quando muito jovens, mas já temos visto uma mudança cultural que faz com que aumente o número de programas para crianças com idade a partir dos dez anos”, ava-lia Maura Leão, conselheira da Belta.

Em algumas agências, como a STB, a procura por intercâmbio para o público com idade de até dez anos cresceu 30% nos últimos cinco anos. “Os motivos para o crescimento vão além do idioma”, afi rma Renata San-tana, gerente de high school (ensino médio) da agência. “É uma idade de formação de caráter e personalidade e os pais buscam esses desafi os para que seus fi lhos tenham habilidades que os ajudem no crescimento pessoal, como lidar com pessoas diferentes e se adaptar a uma rotina distinta”, afi rma.

Foram esses argumentos que motivaram o advogado Paulo Viana

Cunha, de 49 anos, pai de Sophia, a permitir a viagem dela. “A ideia é que eles vivam um período sem os pais para conviverem um pouco com essa ansiedade e se acostumarem a cuidar um pouco de si mesmos”, afi rma. Esta não foi a primeira experiência da famí-lia. O fi lho mais velho, João, hoje com 16 anos, também fez a mesma viagem quando tinha 11 anos. A novidade, no início, deixou os pais ansiosos. “Fica-mos um pouco preocupados, porque era a primeira vez que ele estava longe da gente, mas sabíamos que ele aproveitaria a experiência”, diz o pai.

PARTE DO PROJETOA tranquilidade para liberar os

fi lhos ainda tão novos para o mundo foi maior porque por trás de tudo estava a escola onde eles estudam, uma fundação internacional em Belo Horizonte (MG). A viagem é parte do projeto pedagógico do colégio, que tem o italiano como primeira língua. São previstas duas viagens: uma ao fi nal do ciclo básico, para a Itália, e outra ao fi nal do ciclo do ensino fun-

Camila Mendonça

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mundoespecial intercâmbios

Cidadãos do

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damental, quando o estudante passa por Londres, Paris, Madri e Lisboa. Em ambas, os alunos ficam 15 dias, sendo uma semana em uma escola, cumprindo o calendário letivo, e outra em atividades culturais. “É possível aprender através dos livros ou por meio de experimentação. Quando a criança aprende pela experiência, difi-cilmente ela esquece”, explica Magno Braz, diretor-administrativo da escola.

PERSPECTiVA AMPLiADAO motivo de proporcionar uma

experiência como esta aos alunos, explica Braz, é dar oportunidade de cruzar o conteúdo de sala de aula com a vida real e ampliar as perspec-tivas dos estudantes. “O aprendizado é ampliado e eles desenvolvem a autonomia e pequenas habilidades, como administrar o próprio dinheiro, aprender a dividir espaços e respeitar regras”, afirma. Todo roteiro e conteú-do tratados na viagem são organizados pela escola, que tem como parceira uma agência no exterior. São forma-dos grupos de alunos e os professores acompanham de perto, orientando os

especial intercâmbios

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Giovanna Franco, de 16 anos, está ansiosa. Ela está preparando as malas para viajar para os Estados Unidos, no fim do ano. É que a escola onde estuda, no bairro de Higienópolis (São Paulo), iniciou, há cinco anos, um trabalho de inte-gração com as demais unidades do mesmo grupo, que tem escolas nos Estados Unidos, Canadá e França – o que permite, agora, que os estudan-tes brasileiros passem um mês na escola do Kansas. A turma de Gio-vanna será a primeira a participar do projeto. Serão 15 dias cumprin-

do o ano letivo e outros 15 dias com atividades organizadas pela escola, sempre no fim do ano. Os alunos ficarão na casa de famílias que têm filhos estudando no colégio da rede no Kansas. E a ideia é que essas crianças fiquem na casa dos pais dos alunos brasileiros, no meio do ano, como troca. “Além de todo o aprendizado que uma vivência internacional proporciona, como o contato com outra língua e o respei-to a uma cultura diferente, o aluno terá a oportunidade de amadurecer os seus valores”, afirma Maria Ber-

Família tem papel determinantenadete Silveira, diretora do colégio. Para apresentar o programa, a esco-la realizou reuniões constantes com os pais. E foram estes encontros que deram mais segurança a Giovanna e sua família.Quando falou com os pais sobre a viagem, depois da primeira apresen-tação feita pela escola, a estudante estava ansiosa. “Senti que a viagem era para mim e foi aquela empol-gação”, conta Giovanna. Por outro lado, cautelosos, os pais esfriaram a animação. Preferiram receber mais informações antes de dizer o tão

O advogado Paulo Cunha e a filha

Sophia: viagem internacional sem os

pais pela primeira vez aos 11 anos

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estudantes durante a viagem e deixan-do os pais informados.

Embora façam parte do calendário acadêmico, as viagens não são obriga-tórias, já que há um custo envolvido – que é de responsabilidade dos pais. Para que a experiência não se encerre com o retorno e para multiplicar o aprendizado, a escola realiza atividades entre os alunos que foram e os que ficaram. “Essa troca acontece em sala de aula, faz parte do contexto pedagó-gico e ajuda no desenvolvimento das crianças”, explica Braz. “A escola tem no DNA formar cidadãos para o mundo e nada mais natural que um programa como este faça parte do currículo aca-dêmico”, completa o diretor.

É pensando em ampliar a forma-ção das crianças que as escolas têm in-vestido cada vez mais em programas de intercâmbio como parte das atividades escolares. As próprias agências perce-beram aumento na procura por parce-rias. “É um movimento crescente. As escolas têm interesse em oferecer estas oportunidades porque, quando pensam em educação, pensam em educar de forma que os jovens tenham acesso ao

esperado sim. “Queríamos esperar, porque intercâmbio com a esco-la era uma novidade. A princípio achei interessante, mas não podia demonstrar isso, senão ela não dor-miria o resto do ano”, conta a mãe de Giovanna, a advogada Juliana Fran-co, de 39 anos. “A orientadora nos chamou para explicar todo o progra-ma e passar orientações”, conta. Foi a partir desses encontros que Juliana se convenceu de que seria uma expe-riência relevante para a filha.Na hora de preencher o formulário de interesse no programa, no entan-

mundo”, acredita Fernanda Zocchio, diretora de produtos e operações da Experimento Intercâmbio Cultural.

Fernanda conta que as instituições de ensino buscam por algo mais “custo-mizado”, que possa atrelar a experiên-cia no outro país com o que é aprendido durante o ano letivo. Há aquelas ainda que têm o cuidado de atrelar a viagem aos interesses e vocação dos alunos. Programas curtos, de até um mês, são os mais comuns. Para Tereza Fulfaro, diretora educacional da CI Intercâm-bio, as experiências que as escolas têm proporcionado aos estudantes acabam sendo encaradas, aos olhos dos pais, como uma preparação para uma expe-riência maior. “É o test drive para um high school, um primeiro passo para que a família avalie a adaptação dos filhos em outro país”, acredita.

MAiS JOVEnSDe acordo com Fernanda, tam-

bém tem crescido a demanda por in-tercâmbios enxutos para crianças cada vez mais novas, com idade a partir dos sete anos (isso mesmo, sete anos). Nesses casos, a procura tem sido en-

cabeçada pelas escolas, que buscam parcerias para oferecer essa possibi-lidade. Além da credibilidade diante da família, a escola cumpre o papel de assessorar os alunos, ajudando-os a fazer as conexões dos conteúdos e transformando a experiência, mesmo curta, mais proveitosa. O princípio é deixar de lado a concepção tradicional de educação para trás, avalia a diretora da Experimento. “As escolas que têm perspectiva mais moderna estão mais alinhadas e vemos mais e mais elas derrubando os muros das escolas para fazer com que as crianças tenham experiências diferenciadas”, afirma.

A participação ativa dos profes-sores, que acompanham os alunos nas viagens, é essencial para que o pro-grama aconteça, pois eles são referên-cia tanto para os alunos como para a família. “Os pais confiam na escola e na indicação que elas fazem”, afirma Rui Pimenta, gerente dos cursos de idiomas na EF – Education First. “A partir do momento em que ela promo-ve esta iniciativa e explica como se insere no contexto da educação dos filhos, os pais apoiam”, completa.

to, quem quase desistiu foi Gio-vanna. “Bateu uma insegurança, principalmente por conta do estu-dante que vamos receber depois”, conta a menina. O aniversário, no mês da viagem, e o primeiro final de ano sem os pais também a dei-xaram insegura. Há ainda o medo de avião. Nessa hora, contou a tranquilidade passada pelos pais. “Fiquei tranquila porque a escola sempre foi muito atenta com rela-ção ao que oferece. Ela fica muito tensa e a gente fala para ela ficar calma e que não vai ter problema

nenhum”, conta Juliana.Para Ângela Soligo, professora e coordenadora do curso de peda-gogia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), é função da família garantir a segurança e o suporte psicológico e afetivo dos filhos. “É importante lidar com medos e construir autonomia, mas é mais importante quando o inter-câmbio atende a uma necessidade do sujeito, do pré-adolescente e do jovem – que isso parta dele e não que seja uma imposição da escola ou dos pais”, afirma.

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No entanto, assumir que uma experiência no exterior é fundamental para o desenvolvimento escolar – e pessoal – da criança pode ser um erro. Para Ângela Soligo, professora e co-ordenadora do curso de pedagogia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), promover intercâmbio não deveria ser papel da escola. Embora ela acredite na importância que a viagem tem para o crescimento de qualquer pessoa, de qualquer idade, a educa-dora vê com preocupação a viagem promovida pelas escolas, sem os pais, e cada vez mais cedo. Para ela, os ob-jetivos não são tão acadêmicos quanto deveriam. “É uma moeda. Em algumas escolas privadas, qualquer ‘a mais’ que é possível oferecer acaba sendo usado como propaganda”, afirma.

A professora levanta outra questão: como a escola que organiza um intercâm-bio lida com os alunos que não podem rea lizar a viagem? Para ela, há o risco de se criar mais um fator de competição dentro do universo escolar. “Hoje qual-quer coisa estimula a competição, prin-

cipalmente entre os mais novos, como a marca do tênis, a cor da mochila. Se ela organiza uma viagem, vai ter de trabalhar bem a questão de que não é possível ter tudo o tempo todo”, enfatiza.

Na opinião de Ângela, as aulas pós-viagens realizadas a fim de con-versar sobre a experiência não são suficientes para preencher a atmosfera de falta entre aqueles que não foram. Maura, da Belta, concorda que nem todas as escolas estão preparadas para

ter a responsabilidade de organizar e promover viagens com os alunos. “Muitas não querem se envolver no processo, mas abrem portas e estimu-lam este conhecimento de mundo de outras formas”, afirma.

AUTOnOMiANa opinião de Paulo Cunha, pai

de Sophia, quando a escola tem esse tipo de iniciativa, ela está abrindo uma porta a mais para os alunos. “A oportu-nidade que a escola dá vai na mesma direção da educação que damos. Não delegamos para a escola e viramos as costas”, afirma. Por isso, ele aprova o envolvimento da escola dos filhos nesse processo e conta que a experiên-cia proporcionou mais do que novos conhecimentos. “Eles ganham maior autocontrole para enfrentar situações que, muitas vezes, têm de resolver so-zinhos. E cria neles este espírito de in-dependência e a percepção de que não há mais um cordão umbilical”, avalia.

A criação de autonomia e a ideia de que está “criando os filhos para o mun-

do” são as principais justificativas dos pais que liberam viagens internacionais para os pequenos. Para Ana Maria Da-miani, coordenadora da Escola de Edu-cação da Anhembi Morumbi, as viagens costumam despertar curiosidade e criam possibilidades de agregar vivências que extrapolam a sala de aula. “Isso favo-rece o estudante a compreender outras realidades e contribui no processo de aprendizagem”, afirma.

A educadora enfatiza, porém, a

necessidade de estabelecer objetivos para o intercâmbio. “O principal é entender o motivo e saber o momento de mandá-lo”, avalia. Estabelecer uma grade de atividades coerente com o programa pedagógico da esco-la e enviar professores que estimulem conexões ajudam a dar significado à viagem e diminuem o risco de ela se tornar apenas turismo.

Para Ângela Soligo, da Unicamp, é preferível aguardar para um inter-câmbio. “A experiência de viver fora é importante, mas na infância a criança ainda precisa de mais proteção, mais estrutura e de uma atenção maior que, muitas vezes, ela não vai encontrar em outros países, até por conta de diferenças culturais”, diz. A educadora explica que os mais novos estão mais suscetíveis a preconceitos e sofrimen-tos que podem não ser compreendidos nem mesmo por eles ou pelo acompa-nhante. “É diferente quando a expe-riência é com a família, com alguém com quem ela se identifique”, afirma.

Na opinião de Ângela, um adoles-cente acima dos 15 anos é capaz de tirar maior proveito da experiência do que uma criança e consegue construir um significado mais sólido da experiência. “Antes dessa idade, é pouco proveitoso. A relação custo-benefício é mais custo do que benefício e estou falando de cus-to subjetivo mesmo, de como a criança vai se sentir e as dificuldades com as quais terá de lidar sozinha”, explica.

DECiSãO MADURAPensando nessa questão é que a

analista de sistemas Sandra Roseli Poffo, de 47 anos, deu o aval para a viagem da filha, Anna Luiza Poffo, de 17 anos. A estudante passou um mês no Canadá, em intercâmbio feito pela escola onde estuda, em Blumenau (SC). “Ela foi com 16 anos, quando estava no segundo ano, justamente por estar mais preparada para encarar

especial intercâmbios

Estabelecer uma grade de atividades coerente com o programa pedagógico da escola e enviar professores que estimulem conexões ajudam a dar significado à viagem

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a experiência de forma mais leve”, conta a mãe.

A própria escola que organiza a viagem não recomenda o intercâmbio para os alunos mais novos. “Eles são muito jovens e imaturos antes dos 14 anos para ir sem os pais. Por uma questão de segurança, aconselhamos esperar até que o jovem crie certa inde-pendência, porque o professor não fica o tempo todo com eles”, afirma Gisele Vanin, professora responsável pela uni-dade de línguas da instituição. Até para a estudante, o fato de ter viajado com 16 anos foi fundamental. Anna conta que no primeiro dia, ela e duas amigas, que ficaram na mesma casa, se assus-taram com o “jeitão” do dono da casa. “Na primeira noite não queríamos mais ficar ali, mas foi só impressão mesmo, tivemos essa capacidade de esperar e olhar as coisas com mais atenção e ter paciência. Com o tempo, nos apegamos à família”, lembra.

As viagens para o Canadá orga-nizadas pela escola de Anna ocorrem há nove anos em parceria com uma agência e são feitas durante as férias dos alunos, sempre no início de cada ano. Para a iniciativa, são reunidos grupos de estudantes de diversas escolas do mes-mo grupo. O objetivo principal, afirma Gisele, é reforçar o estudo da língua inglesa. “Claro que tem a questão da vivência. Tem aluno que nunca pegou um ônibus sozinho, por exemplo. Na viagem, eles ficam em casa de família e aprendem a não ter tudo de ‘mão beijada’. Eles têm de arrumar a cama, preparar o café, acordar na hora certa, sem contar as diferenças culturais com as quais têm de lidar”, diz a professora. Antes de a escola apresentar o progra-ma, Anna nem sequer pensava em sair da cidade onde mora. Foi a apresenta-ção da escola, a conversa com colegas e com os pais que fizeram com que a vontade de sair do país despertasse. Em muitos alunos, no entanto, isso não é

suficiente. Principalmente nos mais novos, há outro fator que influencia o sucesso do intercâmbio e que deve ser considerado por pais e escolas: a personalidade da criança.

Para a educadora Ana Maria Da-miani, uma observação simples deve ser considerada. “A criança está feliz com a ideia? Se a possibilidade de um intercâmbio a deixa mais angustiada do que o normal e se essa angústia é maior que a vontade de estar em outro lugar, daí não vale a pena em-barcar esta criança antes de entender a situação”, afirma. Ela explica que

os pais precisam saber claramente se o filho está aberto à experiência. E nesta análise as motivações dos pais também devem ser questionadas.

A VOz DO ALUnOUm colégio em Santos, litoral de

São Paulo, fechou parceria com uma agência da região para que os estudan-tes do 9º ano do ensino fundamental ao 3º ano do médio estudem inglês de duas a quatro semanas na Universidade de Kent, na Inglaterra. O programa de férias não atraiu muitos interessados no ano passado, mas fez brilhar os olhos

Prestes a completar 15 anos, Clarice Valdívia passou três semanas na inglaterra: experiência trouxe mais responsabilidade

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de Clarice Cobra Valdívia, de 15 anos. Para que um representante da escola acompanhasse os alunos, era preciso um número mínimo de estudantes in-teressados, mas apenas Clarice e uma amiga queriam ir. Esse empecilho não a fez desistir e ela procurou conversar com a escola e com os pais. “Eles esta-vam inseguros de me mandar sozinha, mas eu ia completar 15 anos e queria fazer algo diferente e eles entenderam”, conta a estudante. Diante da vontade da filha, os pais falaram com a agência, que apresentou o pacote montado para a escola. E ela embarcou com a amiga, sem os pais e nem a escola. “A agência conversou com uma professora de uma escola de São Paulo e ficamos com este grupo durante a viagem”, relata.

Foram três semanas no campus da universidade. “No início, ficamos um pouco tímidas de conversar com os alunos do outro grupo e, como estávamos sozinhas, ficamos com um pouco de medo”, conta. Na primeira semana, ela ficou sem conexão de internet, o que dificultou o contato com a família e aumentou a apreen-

são, mas o problema foi resolvido e a ansiedade por estar em uma cidade diferente superou os receios.

Clarice conta que sabia que apren-deria mais do que mais algumas regras de gramática para reforçar a língua que já estuda no Brasil, mas se surpreendeu com o que encontrou por lá. “Aprendi muito sobre mim e a como lidar comi-go mesma. É uma experiência sobre relacionamento. Sou um pouco en-vergonhada e percebi que isso mudou muito, sem contar a sensação maior de liberdade e responsabilidade quando se está sem os pais”, diz.

A experiência de Clarice poderia ter sido diferente caso a vontade não tivesse partido dela. Quando o filho está receptivo à experiência, como Clarice, tudo ao redor é mais percep-tível. Com a cabeça aberta, os olhos e sentidos capturam melhor a expe-riência e o jovem consegue construir um significado só dele para a expe-riência. “Isso acontece em qualquer faixa etária. Quando o aluno tem essa abertura, ele consegue extrair mais, receber mais referências e enriquecer

a bagagem cultural”, afirma Ana Ma-ria, da Anhembi Morumbi. Isso pode acontecer mesmo com crianças bem mais jovens que Clarice.

O advogado Anibal Froes Coelho, de 43 anos, não se surpreendeu quando o filho Gabriel, então com 11 anos, chegou todo determinado falando do projeto da escola, localizada na região de Alphaville (São Paulo). “A persona-lidade dele sempre foi de participar de tudo na escola. Ele nunca ficou ressa-biado com nenhuma atividade”, conta.

E as atividades não são poucas. Desde 2009, o colégio desenvolve diversos tipos viagens com propostas acadêmicas, depois de uma rodada de visitas em escolas na Nova Zelândia e Austrália. “Vimos como era o pla-nejamento, as aulas, e percebemos que era uma vivência importante para os nossos alunos”, conta Maril-da Bardal, coordenadora de relações internacionais da escola.

ROTEiROS ADAPTADOSA partir dessas visitas, os man-

tenedores perceberam a necessidade

especial intercâmbios

O advogado Anibal Coelho com o filho Gabriel, 13 anos, que se prepara para a segunda experiência internacional: vontade do filho transmite segurança

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tode fazer um projeto mais robusto para essa área. Hoje, a escola tem roteiros para os alunos de diferentes faixas etá-rias e interesses, de academia de tênis, nos Estados Unidos, a de futebol, em Manchester, na Inglaterra, passando pelo University Tour, para alunos que querem se graduar no exterior. Por ano, cerca de 40 alunos viajam com o colégio. “A vantagem da escola é que ela conhece o perfi l de cada um e com isso consegue desenvolver programas que estimulem interesses e reforcem habilidades”, afi rma Marilda. O pro-grama mais tradicional da escola é um intercâmbio para uma escola americana na Suíça, feita com alunos com idade a partir de dez anos.

Os alunos fi cam três semanas tendo aulas de inglês, matemática, cultura internacional e outras disciplinas com alunos de mais de 35 nacionalidades diferentes. Este foi o primeiro destino de Gabriel com a escola. Antes mesmo que os pais soubessem do projeto, o menino já chegou avisando que as vagas eram limitadas.

“Topamos logo de cara. Primeiro porque sabíamos que não era um passeio, uma colônia de férias, e depois porque ele realmente queria”, conta Coelho. “Ali-nhamos esta personalidade e desprendi-mento dele com o conhecimento que a experiência proporcionaria”, avalia. Os primeiros dias não foram tão tranquilos, muito por conta dos primeiros choques culturais e fuso horário.

Quanto aos receios, os pais afi rmam que não tiveram nenhum. Tanto que Ga-briel, hoje com 13 anos, está repetindo a experiência. “Ele pediu para voltar e isso passa muita segurança para a gente. Ele é novo, mas já está quebrando barreiras e conhecendo pessoas de todos os lugares, o que é muito importante nesse mundo que está pequeno por conta da internet e das trocas culturais”, considera. Se depender desses estudantes, o mundo fi cará menor ainda.

1. APRENDER A SE VIRAR SOZINHOAumentar o senso de responsabilidade é um dos maiores legados de um intercâmbio, geralmente mais longo, de mais de três meses. Sem os pais para acordá-los, para levá-los para a escola ou para dizer o que precisam fazer, os intercambistas mais velhos, a partir de 14 anos, aprendem a determinar o que é prioridade e o que é preciso ser feito. Para os mais novos, que estão acompanhados dos professores, também é possível ver pequenas mudanças, como arrumar a cama sozinhos e escolher a roupa que vão usar.

2. ADMINISTRAR A PRÓPRIA VIDALidar com regras diferentes de outra família e outra instituição, respeitar outros horários e executar tarefas ajuda o intercambista a administrar sozinho a própria vida. Isso inclui saber fazer o próprio roteiro, cuidar das coisas pessoais e gerir o seu orçamento.

3. SE CONHECER MELHORPassar um tempo sozinho ajuda o jovem a entender melhor como ele mesmo funciona e acertar algumas arestas. Para isso, claro, é preciso estar com a cabeça aberta à experiência.

4. LIDAR COM AS DIFERENçAS Gente nova, língua nova, regras novas, culturas novas. Para sobreviver em outro país, é preciso aceitar tudo isso. E lembrar que o intercambista pode ser o diferente aos olhos do país novo. Depois da aceitação, vem o entendimento de que não há “melhores” e nem “piores” culturas. Apenas diferentes.

5. DESCOBRIR UM MUNDO MAIORVer que o mundo é maior que aquele visto na escola pode ser uma experiência reveladora. Para um jovem, essa percepção eleva o senso de tolerância. Para a criança, ajuda a criar conexões de conteúdos vistos em sala de aula.

6. DESCOBRIR NOVAS POSSIBILIDADESPara um adolescente, uma temporada no exterior pode ajudá-lo a descobrir que existem outras profi ssões, estilos de vida, enfi m, novos caminhos para o futuro que, em casa, ele não estava conseguindo enxergar.

O que volta na bagagemO QUE SEU FILHO APRENDERÁ ALÉM DE UMA LÍNGUA NOVA

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230 mil brasileiros

devem fazer intercâmbio

em 2014

US$ 1,3

bilhão é o valor que o mercado de

intercâmbio estima que deve movimentar no

país em 2014

Cerca de

200 mil brasileiros fizeram

intercâmbio em 2012

OS PACOTES MAIS BUSCADOS

60% são cursos de idiomas

13,4% cursos de high school (ensino médio no exterior)

7,3% são cursos de férias

O PERFIL DO INTERCAMBISTAPrevalece o jovem adulto

73% das agências de intercâmbio atenderam público entre 18 e 30 anos

20% atenderam jovens de até 17 anos

6,3% tiveram um público com idade

entre 31 e 50 anos

OS DESTINOS

1º Canadá (apontado

por 91,3% das agências)

2º Estados Unidos (apontado por

75% das agências)

3º Reino Unido (apontado por

68,8% das agências)

TEMPO MÉDIO DE PERMANÊNCIA FORA DO PAÍS

37,5% das agências disseram que os estudantes ficam de um a três meses no exterior

26,3% afirmaram que o tempo médio é de quatro a seis meses

EM ALTAHigh School

Intercâmbio em família

Idioma com atividades extras

Especialização e pós-graduação

Voluntariado

Intercâmbio para público de até 10 anos

Intercâmbio em destinos não convencionais

Intercâmbio para a terceira idade

OS CURSOS O inglês é a língua mais buscada nas agências e os destinos escolhidos são Canadá (66,3%), seguido pelos Estados Unidos (17,5%) e Reino Unido (15%)

De idiomas: em geral, esse estudante busca um aperfeiçoamento no exterior, principalmente do idioma

High School: é o ensino médio no exterior, um dos tipos de intercâmbio que tem um bom público, já que muitos pais, preocupados com o futuro dos filhos, investem para que o adolescente tenha essa experiência no exterior e esteja mais preparado para entrar na faculdade e no mercado de trabalho

Cursos de férias: é ideal para um período curto e pode ser apenas de língua ou combinado com algum curso de aperfeiçoamento ou atividade específica.

Voluntariado: para os jovens mais maduros, é possível passar uma temporada fazendo trabalho voluntário em alguns países da América Latina e África do Sul

PELO MUNDOO mercado de intercâmbio

cresce com o aumento da renda das famílias e o entendimento de que

a experiência pode fazer a diferença no futuro

profissional

QUANTO CUSTAQuatro semanas de curso de língua nos Estados Unidos, com acomodação em casa de família, com meia pensão (café da manhã e jantar)

Entre US$ 4,7 mil a

US$ 5,5 mil

Seis meses de curso de língua nos Estados Unidos, com acomodação em casa de família, com meia pensão

Média de US$ 10 mil

Um ano de curso de língua nos Estados Unidos, com acomodação em casa de família, com meia pensão

Média US$ 15 mil

High School

US$ 10.000 por ano em escola pública nos Estados Unidos, em casa de família, com meia pensão

Média US$ 45.000 por ano em escola particular nos Estados Unidos, em residência estudantil da própria escola ou casa de família, com meia pensão

especial intercâmbios

Fontes: Agências CI, Experimento, STB e a Belta (Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais), que responde por cerca de 90% do mercado de intercâmbio no Brasil

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especial intercâmbios

Sonho de fazer a faculdade no exterior está mais próximo para estudantes brasileiros – e ganha apoio das escolas

Quando estava no sexto ano, Vinicius Canto, de 18 anos, começou a participar

de olimpíadas de matemática. Uma

competição após outra, ele percorreu o país e conheceu outros estudantes. Muitos deles tinham o ingresso em uma faculdade no exterior como ob-

jetivo comum. “Até então, nem sabia que era possível a um brasileiro e sequer sabia por onde começar e como fazer”, conta. A escola militar no Rio

De olho na graduação

Campus da Universidade Yale, nos EUA: graduações no exterior estão se abrindo para estudantes brasileiros

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de Janeiro onde ele estudava recebeu representantes de universidades como Princeton e Columbia, mas foi em um curso preparatório para a Olimpíada de Matemática em uma escola parti-cular da cidade que Vinicius recebeu orientações diretas de como entrar em universidade estrangeira.

A escola oferece preparatório para universidades americanas e uma consultoria para a inscrição, cujo modelo é bem diferente do brasileiro e inclui provas, redações sobre a vida e sonhos do candidato, histórico escolar, relatório de ativi-dades extracurriculares, cartas de recomendação, entrevistas, dentre outras particularidades, que variam por instituição.

Há pouco tempo, passar uma tempo-rada no exterior era um luxo a que poucos se submetiam. Estudar fora, então, era sinônimo de vaga certa no mercado de trabalho na volta. Hoje não é bem assim. Fatores eco-nômicos deram mais acesso à classe média ao intercâmbio e também fizeram a fluência da língua inglesa ser um pré-requisito para muitos mercados. Foi por isso que Renata Tavares, de 27 anos, trancou o últi-mo ano de faculdade para estudar por um ano nos Estados Unidos. “Se eu fosse depois que eu me formasse, talvez não conseguisse parar a vida e deixar um possível trabalho para viajar”, conta. Graduar-se com flu-ência em inglês era o foco da estu-dante, que na época estava com 20 anos. O planejamento foi curto, três meses antes e o visto foi tirado às pressas, em outra cidade, para que

chegasse a tempo. Quando voltou, conseguiu um estágio e retomou os estudos. Na bagagem, além da língua, ela trouxe experiências que, diz, fizeram diferença na carreira. “O contato com pessoas de outros paí-ses é cada vez mais comum na rotina das empresas. Acabo me responsa-bilizando pelos grandes projetos justamente por conta da língua e da facilidade em lidar com pessoas de diferentes culturas”, conta. Se para profissionais um intercâmbio pesa no currículo, para jovens sem ex-periência, que estão iniciando a vida profissional, ele pode ser ainda mais determinante. “Para o jovem, a via-gem pode ajudar a desenvolver com-petências comportamentais que hoje no mercado são importantes, como a habilidade de lidar com situações que exigem mais jogo de cintura”, afirma Flávia Queiroz, gerente executiva da

Page Talent, empresa de recrutamen-to de estagiários e trainees.“O intercâmbio oferece oportunida-des de desenvolvimento, mas o peso que ele tem no mercado dependerá da maneira como o jovem encara esta experiência”, completa Bruna Tokunaga Dias, gerente de orienta-ção de carreira da Cia de Talentos. Essa vivência, analisa, pode ser um diferencial quando o que é aprendi-do se aplica no dia a dia. Situações como dividir as responsabilidades, trabalho em equipe, respeito a ambientes e pessoas diferentes e o cumprimento de tarefas são comuns em empresas e também em inter-câmbios mais longos. As consultoras ainda ressaltam que uma temporada de estudos no exterior também pode ajudar jovens indecisos a es-colher o caminho profissional que querem seguir.

Intercâmbio pesa como diferencial

“O interesse do brasileiro por se graduar fora do país é grande, mas muitos não sabem como fazer e a ideia é fornecer o caminho”, afirma Lilian Anastácio, professora responsável pelo projeto de preparação e consul-toria do colégio fluminense. O projeto está no terceiro ano e em 2012 auxi-liou em oito aprovações e em outras três admissões em 2013. Neste ano, já são dez alunos buscando a consultoria. “A escola, nesse sentido, ajuda o aluno a expandir as possibilidades que, em princípio, parecem inatingíveis. O maior ganho é dar ao aluno um olhar de futuro com inúmeras possibilida-des”, diz a professora.

As principais dúvidas sobre o processo de admissão em universida-

des nos Estados Unidos são relacio-nadas aos custos. “É um sistema caro que é pago anualmente, então há uma grande busca por informações sobre bolsas de estudo”, conta. Vinicius está esperando uma reavaliação da bolsa de estudos que ganhou para estudar em Yale, nos Estados Unidos, após sete meses de processos para oito universidades americanas, entre elas Harvard e Columbia.

A ida do jovem depende desta re-avaliação, porque, embora tenha sido admitido, o valor da bolsa que recebeu ainda é insuficiente para o estudante. Se ele não conseguir uma redução no valor da universidade, não perderá a vaga, mas terá de adiar o sonho por mais um ano. (Camila Mendonça)

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especial intercâmbios

As principais dúvidas de quem pensa em liberar o filho para o mundo e os passos para um intercâmbio sem muitos tropeços

1A AGêNCIAAo invés de escolher por preço, dê prioridade ao atendimento

da agência. É que aquela pessoa atrás do balcão será o contato que ajudará seu filho a resolver problemas, caso apareçam. Se não for bem atendido, não pense duas vezes, procure outra empresa. Bombardeie a agência de perguntas – isto não ajuda apenas a esclarecer dúvidas, mas a testar a paciência deles também. Busque a reputação da agência, há quanto tempo ela atua no mercado, quantas pessoas já levou ao exterior. Para tanto, vá a feiras de estudantes, converse com pessoas que viajaram com a empresa e busque informações pela internet.

2SEGURANçAUma das preocupações dos pais brasileiros, acostumados

à violência no Brasil, é sobre o nível

de criminalidade do local onde a criança ou o jovem ficará hospedado. As agências que organizam a viagem costumam dar este tipo de informação, mas não se atenha apenas aos catálogos das agências. Pesquise na internet sobre a cidade e o que ela tem a oferecer. Falar com quem já foi ajuda a ficar mais tranquilo.

3HOSPEDAGEMDependendo do programa, existem vários tipos de alo-

jamento. O mais comum é ficar em casa de família natural do país, o que ajuda a ampliar o aprendizado, pois o estudante viverá a rotina de um típico estrangeiro. Há ainda alojamento em universidades, apartamento para divi-dir com outros colegas, brasileiros ou não, e mesmo apartamento somente para o intercambista. Se a viagem

Um guia para os pais

está sendo organizada pela própria família, a escolha deve considerar a personalidade e

maturidade do filho, a proximidade com a escola e o acesso a transporte público, além dos custos, claro. Casa de família é sempre a opção mais barata. Se a escola está à frente da organização do intercâmbio, os pais não têm muita opção, mas precisam esclarecer todas as dúvidas com a escola antes de embarcar a criança.

4QUEM É ESSA FAMíLIAAs famílias que recebem in-tercambistas passaram por um

processo para fazê-lo. Normalmente, a escola onde a criança ou o jovem estudará no exterior é quem está à frente desse processo, que considera uma série de regras. Antes de alocar o jovem, as agências tentam entender o perfil dele para direcioná-lo para a

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família mais adequada. São levados em conta fatores como se o aluno gosta de animais, de crianças e até se tem alguma alergia, pois normal-mente a família é quem se responsa-biliza pelas principais refeições do intercambista. Escolhida a família, as agências enviam os contatos para a família brasileira e assim será pos-sível ter algumas conversas antes de embarcar a criança. Converse por Skype, tente visualizar o máximo possível a casa, faça perguntas e, se o assunto avançar, peça para ver o quarto onde o estudante ficará.

5E A ESCOLAMuitas famílias ficam tão pre-ocupadas com a hospedagem

que se esquecem de perguntar sobre a escola onde o filho ficará. Se ele está indo pela escola brasileira, faça perguntas e pesquisa na internet sobre a instituição de ensino estrangeira. Se está organizando o intercâmbio do filho por conta própria, é possível escolher a escola de acordo com a cidade onde estudante quer ficar. Pesquise o perfil da instituição, o que ela prioriza, o projeto pedagógico, as nacionalidades que costumam desembarcar por ali, a faixa etária dos estudantes. E combine tudo isso às expectativas do jovem.

6SUPORTEAinda que se tomem todos os cuidados, o estudante pode

ter problemas, seja com a família ou com a escola no exterior. Se ele foi por conta própria, o primeiro contato deve ser a escola onde ele estudará. Se o problema não for resolvido, a agência é o segundo ponto. Lembre- se de que é possível trocar de alo-jamento e até mesmo de escola no meio do caminho, mas verifique antes todas as condições para que isso seja possível. Se a viagem tem a escola do

filho como intermediária, ela deverá ser o primeiro conta-to do aluno para resolver o problema.

7COM QUEM O FILHO VAI FICAROutro ponto que não deve

ser esquecido é se o intercambista dividirá alojamento e com quem. Faça essa pergunta à escola que está organizando a viagem. Se for por agência, o intercambista escolhe se quer dividir o quarto ou se quer um quarto só para ele – os custos são diferentes. Normalmente, algumas famílias recebem mais do que um es-tudante e esse controle não é possível de ser feito antes do embarque. Em alojamento de universidade e apar-tamento, depende muito. É possível organizar um grupo de amigos no Brasil para ficarem no mesmo lugar, por exemplo, bem como é possível fazer isso apenas quando chegar lá.

8COM QUE IDADE Há educadores que dizem que é melhor a criança atingir

certa maturidade, após 14 ou 15 anos, para viajar sem os pais, para aprovei-tar melhor e com mais responsabili-dade a experiência. Há quem diga, no entanto, que para os mais novos, a partir dos 11 ou 12 anos, é mais fácil aceitar as diferenças culturais e assimilar outra língua. Mas a decisão mesmo cabe aos pais. A personali-dade da criança conta muito nesta hora. Se ela é mais independente e desprendida, talvez não terá tantos problemas. Se está sofrendo com

a ideia de ir sem os pais, é melhor não mandar por ora. Nesta decisão, considerar o desejo do filho é importante.

9QUANTO TEMPO FICARO tempo de permanência em outro país depende dos objetivos

do intercambista e, claro, da disponibili-dade financeira da família. Para ganhar fluência na língua, quanto mais tempo, melhor. Os especialistas consideram que menos de um mês é mais pró-ximo de uma experiência turística.

10O QUE ELE VAI APRENDEREste ponto depende tam-

bém do objetivo da criança. Há cur-sos de diversos tipos para todas as faixas etárias. Os cursos de línguas são os mais comuns, mas é possível combinar esse aprendizado com um curso específico, que esteja alinhado ao interesse do intercambista. Para quem já tem fluência em outra língua, é possível fazer cursos livres em vá-rias áreas com várias durações, como fotografia, design, negócios etc.

11OS DOCUMENTOSFique atento a isso. Cada país tem uma exigência

de entrada que pode ir além do vis-to. Vacinas obrigatórias, quantidade mínima de dinheiro, atestados médi-cos. Jovens e crianças muito novas podem precisar de algum tipo de autorização para sair do país sem os pais. Ao escolher o destino, busque com antecedência ter os documentos necessários em dia.

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Para tirar a

indicadores

O processo de escolha da melhor escola para os � lhos passa pela observação de alguns critérios relativos ao ambiente escolar. Reunimos a seguir 15 tópicos fundamentais para essa decisão

DÚVIDA

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Foto

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Não existe escola perfeita, mas sim instituições mais ou menos compatíveis com os valores e critérios pedagógicos da família. Portanto, durante a escolha da melhor instituição para os fi lhos, os pais devem,

antes de qualquer coisa, realizar um processo intenso de pesquisa, norteados por alguns indicadores que permitem avaliar a qualidade do colégio e sua adequação à identidade familiar e da criança. E, com o objetivo de ajudar os pais nessa empreitada, o Guia da Boa Escola reuniu quatro especialistas no assunto, entre consultores e acadêmicos, para falarem sobre o que precisa ser observado em relação a 15 critérios presentes no cotidiano escolar. A busca pela escola de qualidade exige um conhecimento dos seus projetos institucionais e político-pedagógicos, esclarecendo quais serão a metodologia, os conteúdos e as avaliações adotadas em sala de aula. A instituição deve, ainda, respeitar as competências, habilidades e ritmos de cada aluno e ter abertura para que as famílias participem do processo de formação dos estudantes. Além dos critérios objetivos, outro aspecto que pesa na escolha do colégio se relaciona à intuição dos pais, que devem ter em conta as impressões subjetivas que determinados ambientes escolares despertam. Assim, por meio da observação de itens como formação do corpo docente, sistemas de avaliação, quantidade de alunos por sala e a existência de bibliotecas e laboratórios, as famílias poderão defi nir qual escola é a mais adequada aos seus objetivos de aprendizagem e desenvolvimento em relação aos fi lhos.

Christina Stephano de Queiroz

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Verde » A alimentação é balanceada e oferecida com o suporte de um nutricionista

AmArelo » A cantina oferece tanto salgadinhos e refrigerantes quanto frutas e saladas

Vermelho » Alimentos industrializados e gordurosos predominam na cantina

Verde » A quantidade de alunos por sala é adaptada conforme a idade ou projeto pedagógico

AmArelo » Muitos alunos por sala, mas docentes experientes em trabalhar com turmas grandes

Vermelho » As turmas são grandes e não há ações específi cas que considerem esse aspecto nas aulas

Verde » A quantidade de alunos por sala é adaptada conforme a idade ou projeto pedagógico

AmArelo » Muitos alunos por sala, mas docentes experientes em trabalhar com turmas grandes

Vermelho » As turmas são grandes e não há ações específi cas que considerem esse aspecto nas aulas

A obesidade infantil é, hoje, uma das principais preocupações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Portanto, além de preparar lanches saudáveis para os fi lhos levarem nas lancheiras, os pais devem assegurar-se de que a cantina da escola oferece opções balanceadas para os dias em que a criança tiver de comprar a merenda ou almoçar. Refrigerantes e salgadinhos engordam e não garantem a energia necessária para que a criança fi que atenta e disposta a aprender. É importante, ainda, que a escola conte com um nutricionista para elaborar e acompanhar os cardápios, fi scalizando os alimentos e suas formas de preparo. “O ideal é que sejam oferecidas mais comidas assadas

Se por um lado o número maior de alunos por sala amplia a dimensão da socialização e diversifi ca relacionamentos socioafetivos, por outro os estudantes correm o risco de não serem acompanhados de perto em seu desenvolvimento. Márcia Rosiello Zenker, consultora pedagógica da Humus, opina que o mais importante nesse aspecto é que os pais verifi quem como o professor garante a aprendizagem e o convívio entre os estudantes, já que salas com poucos alunos não necessariamente garantem um bom sistema de ensino. “Propostas pedagógicas que trabalham com grupos delimitados pela natureza de suas escolhas curriculares podem ser efi cazes, mesmo que as turmas não sejam tão pequenas”, pondera a consultora.

e alimentos menos gordurosos”, diz Ana Mariana Damiani, coordenadora dos cursos de pedagogia e letras da Universidade Anhembi Morumbi. Pais que deixam fi lhos em período integral precisam se preocupar ainda mais com o assunto, já que grande parte das refeições ocorre na escola. Os hábitos de alimentação saudáveis podem, também, ser trabalhados em sala de aula. Algumas escolas, inclusive, desenvolvem projetos em hortas orgânicas, nos quais os estudantes acompanham todo o processo de plantio e colheita das verduras ou colhem os frutos das árvores, na temporada. Há, ainda, instituições que contam com animais de estimação, que são alimentados diariamente pelos alunos.

Já Maria Márcia Sigrist Malavasi, professora do curso de graduação em pedagogia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da pós-graduação na área de avaliação educacional, acredita que, para crianças com menos de cinco anos, o ideal é contar com um professor para cada turma de cinco alunos, enquanto na educação infantil são recomendadas de 12 a 15 crianças por salas com um docente. Alunos do primeiro ao quinto ano devem fi car em salas com, no máximo, 18 crianças, enquanto no ensino médio o ideal é trabalhar com até 20 alunos por turma. Além disso, é importante verifi car se há, pelo menos, uma coordenadora, uma orientadora pedagógica e uma psicopedagoga por cada ciclo de ensino.

Alimentação

Alunos por sala

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Verde » Quando a escola conta com um psicopedagogo no quadro de funcionários

AmArelo » Parcerias com psicopedagogos para solucionar problemas pontuais

Vermelho » Não se prevê o trabalho conjunto com profi ssionais da área

Verde » Bibliotecas amplas e diversas, com política de uso organizada

AmArelo » Escolas sem biblioteca, mas com salas de leitura

Vermelho » Quando a escola não possui biblioteca nem sala de leitura

Pais de fi lhos com necessidades especiais ou difi culdades de aprendizado são os principais interessados em assegurar-se de que a escola conta com um psicopedagogo em seu quadro de funcionários. O consultor pedagógico Maurício Sampaio – que já foi coordenador de programas para a juventude do governo do Estado de São Paulo – lembra que os psicopedagogos ainda não são obrigatórios nas escolas, porém podem ser fundamentais para desenvolver o processo de ensino-aprendizagem de toda a comunidade escolar. Assim, há escolas que contratam os psicopedagogos e outras que fazem parcerias pontuais quando determinadas situações e alunos demandam. Independentemente do

De acordo com uma lei federal, no prazo de dez anos todas as escolas do Brasil devem contar com bibliotecas ou salas de leitura. Para Márcia Malavasi, da Unicamp, não há possibilidade de um bom ensino caso a escola não tenha uma biblioteca. O acervo deve estar organizado e reunir livros diversos – entre eles de literatura, enciclopédias, idiomas, atlas e dicionários – e oferecer opções adequadas a todas as faixas etárias. Em relação à quantidade, é preciso que exista ao menos um título por aluno matriculado, um catálogo informatizado e um bibliotecário responsável.Renata Aguilar, psicopedagoga e palestrante educacional, lembra, também, que é preciso fazer

caso, é fundamental que o colégio saiba indicar profi ssionais da área, caso a família peça ou a escola necessite. “O colégio precisa ter profi ssionais que saibam perceber e acompanhar as necessidades das crianças em todos os aspectos: cognitivo, psicológico e social”, resume Márcia Malavasi, da Unicamp. Apesar de muitos professores também serem formados em psicopedagogia, a professora opina que é preciso dispor de ao menos um profi ssional dedicado à atividade, a fi m de oferecer atendimento adequado. Isso porque, como o professor está envolvido com o cotidiano de aulas, alguns problemas podem passar despercebidos.

alguns questionamentos sobre a funcionalidade da biblioteca e seu uso no processo pedagógico. “A frequência e o trabalho realizado na biblioteca ou com os materiais que ela possui são indicadores de que a escola se preocupa com a valorização da leitura no âmbito escolar e também em casa”, afi rma. O consultor Maurício Sampaio explica, ainda, que a biblioteca pode ser física – para permitir que os alunos façam pesquisas nos livros – e também digital, com parte de seu acervo disponível on-line. Além disso, não basta somente ter a biblioteca, é preciso, também, criar políticas para seu uso, como realizar aulas de português com o material do acervo e organizar vivências de leitura.

Avaliação psicopedagógica

Biblioteca

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Verde » Políticas de formação continuada e incentivos à qualifi cação de docentes

AmArelo » Ações pontuais de capacitação

Vermelho » A escola dá mais importância à estrutura física do que à qualifi cação dos professores

Verde » Formatura compatível com os valores e identidade familiar

AmArelo » Formatura mais cara ou diferente do que a família espera

Vermelho » Não contar com a organização de qualquer tipo de evento

A escola constitui seu corpo docente baseada no que pretende para os alunos. Dessa forma, se está mais interessada em fomentar o pensamento crítico, forma seu corpo docente orientado nesse sentido. Caso pretenda ser transmissora de conteúdos, os professores devem ser craques nessa função. Assim, antes de realizar a matrícula, recomenda-se aos pais que perguntem ao diretor quais os critérios usados para selecionar os docentes, para ter a certeza de que suas credenciais e perfi s estão conforme as expectativas da família. Como formação básica às aulas iniciais, os professores devem ser graduados em pedagogia, enquanto a partir da segunda etapa do ensino fundamental também se exige formação universitária na área específi ca da disciplina. A

Os rituais que celebram as conquistas dos alunos são importantes para todos os envolvidos na comunidade escolar, seja a apresentação de um projeto coletivo ou a formatura fi nal. Por isso, os pais devem considerar que tipo de ritual se organiza para marcar a passagem de um ciclo do ensino a outro, de maneira a avaliar se ele está em linha com as expectativas da família. Há instituições que, além da cerimônia de entrega do diploma, organizam viagens ou festas. Por

consultora Márcia Zenker, da Humus, explica que os pais devem verifi car se a escola promove formação continuada, como viabiliza atualizações em áreas de conhecimento do professor, como apoia suas difi culdades e os motiva para prepararem uma boa aula. “Se for possível, os pais podem pedir para assistir a uma aula, já que algumas escolas têm aulas abertas”, aconselha. Maurício Sampaio considera este o item mais importante a ser avaliado dentro de uma escola e aconselha os pais a consultarem outros pais para terem mais referências. “Vejo famílias preocupadas com a estrutura da escola e muitas esquecem que metade do aprendizado do aluno está relacionada à empatia com o professor”, opina o consultor.

isso, deve-se ponderar se as atividades previstas apresentam custo compatível com os recursos da família e, em caso negativo, que opções podem ser buscadas, para assim evitar que o estudante “fi que por fora” em um momento tão aguardado como este. Também se aconselha que os pais questionem como funciona caso o aluno seja reprovado e verifi quem se a formatura é realizada pela equipe escolar ou por uma empresa terceirizada.

Corpo docente

Formatura

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Verde » Plataformas digitais que facilitam a relação da escola com os pais

AmArelo » Escolas que possuem site, mas não usam recursos on-line no cotidiano com as crianças

Vermelho » Escolas sem nenhum projeto tecnológico, tanto no âmbito administrativo como no pedagógico

Verde » Os laboratórios funcionam como parte indispensável do processo de ensino-aprendizagem

AmArelo » Laboratórios com pouca estrutura e uso em situações pontuais

Vermelho » Escolas sem laboratórios ou que pretendem substituí-los totalmente por ambientes virtuais

Apesar de considerarem que uma boa escola não necessariamente precisa contar com recursos administrativos pela internet, especialistas garantem que esse atalho ajuda não somente no processo inicial para escolha do melhor colégio como também na relação cotidiana com os pais. A internet administrativa é uma plataforma digital que facilita dados sobre a vida escolar do fi lho e pode ser positiva a famílias que acessam a internet, mas que não têm tempo de ir até a escola ou até mesmo telefonar para pedir informações. “A ferramenta, no entanto, não isenta a responsabilidade dos pais de acompanharem de perto o dia a dia escolar, comparecerem às reuniões,

Em um mundo onde a vida se torna cada vez mais virtual, os laboratórios escolares emergem como uma prioridade dentro das escolas, na medida em que permitem ao estudante exercitar sua capacidade de experimentação em disciplinas como química, física, biologia, além de informática. Há escolas que tentam simular os ambientes de laboratórios em computadores, algo que o consultor Maurício Sampaio considera equivocado, já que eles não permitem “contrabalançar o aspecto demasiado virtual” do cotidiano infantil. No entanto, não adianta que o colégio tenha um laboratório equipado e esteticamente maravilhoso se ele não é funcional. Durante o processo de escolha da

festas ou até mesmo buscarem os fi lhos. Esses são aspectos que a tecnologia não substitui”, enfatiza a pedagoga Renata Aguilar. Assim, hoje, algumas escolas usam ferramentas on-line para disponibilizar a agenda, o cardápio diário e o envio de recados – informações que nem sempre são lidas quando mandadas via agenda do estudante. Outras instituições disponibilizam o conteúdo das disciplinas on-line, o que ajuda principalmente os pais de crianças que precisam de aulas para reforço escolar. Há, também, colégios que possuem câmeras em todos os ambientes e as imagens podem ser vistas por meio de um computador com acesso à internet.

escola, os pais devem questionar a frequência com que os alunos utilizam esses espaços, se há um professor especialista para essa prática e como os experimentos são abordados posteriormente em sala de aula.Márcia Zenker, consultora da Humus, sugere que os pais tentem entender como a escola usa os laboratórios para que os alunos desenvolvam o raciocínio e o método científi co, a curiosidade, a elaboração de relatórios e a capacidade de análise de dados. Conforme o segmento escolar – na educação infantil, por exemplo – os experimentos podem acontecer em ambientes simples, como no parque e na cozinha, mas seus resultados geram alto impacto no desenvolvimento cognitivo das crianças.

Internet administrativa

Laboratórios

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Verde » Tarefas dimensionadas de acordo com o tempo que o aluno passa na escola

AmArelo » Tarefas de casa condicionadas conforme o andamento das aulas

Vermelho » O professor delega para fazer em casa conteúdos que deveriam ser trabalhados no ambiente escolar

Verde » Escolas próximas à residência ou ao trabalho ou cujo percurso não gere estresse às famílias

AmArelo » Quando a localização não é um facilitador, mas os pais podem contratar transporte escolar seguro

Vermelho » Quando os colégios são distantes e a família não conta com apoio para transportar os fi lhos

A lição de casa pode ser um aspecto polêmico e a família tem de estar preparada caso opte por uma escola mais tradicional, na qual as tarefas fazem parte do dia a dia e, com isso, o acompanhamento dos pais é essencial. As tarefas representam papel fundamental para reforçar os conteúdos ministrados em sala de aula e os pais devem questionar a escola sobre com que frequência e intensidade os alunos precisam elaborar trabalhos. Principalmente no ensino médio, essa preocupação precisa ser primordial, opina o consultor Maurício

Escolas afastadas das residências ou dos locais de trabalho obviamente difi cultam a rotina dos pais. A princípio, muitas famílias não se importam com as distâncias, mas, com o tempo e o trânsito das grandes cidades, esse aspecto acaba sendo relevante na escolha do melhor colégio. Outro ponto importante a observar é o fl uxo de trânsito e a organização do horário de entrada e saída, pois a difi culdade em estacionar e a demora também acabam sendo agentes complicadores às famílias. Evitar o sofrimento

Sampaio, pois muitas vezes os alunos demandam ajuda dos pais para resolver assuntos que eles já não dominam.Especialistas alertam, no entanto, que jamais a escola deve passar lição de casa com o intuito de penalizar a criança que não a faz ou que erra os exercícios. Márcia Malavasi, docente da Unicamp, considera, ainda, que se o aluno estuda em período integral, não deve levar trabalhos para desenvolver em casa, já que a escola tem a responsabilidade de se ocupar desse tipo de reforço escolar durante o próprio período letivo.

de horas paradas no trânsito é muito importante à criança pelo estresse que isso pode trazer ou até mesmo por razões de segurança. Além disso, se os pais optam por contratar transporte escolar, é fundamental que verifi quem as condições de segurança do veículo, entre elas a disponibilidade de cintos de três pontos para todas as crianças e um monitor que ajude no seu embarque e desembarque. É preciso, ainda, verifi car se o motorista possui carteira de habilitação categoria D e alvará de circulação emitido pela prefeitura.

Lição de casa

Localização

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Verde » Quando o material didático dá espaço ao docente lecionar usando, também, a sua criatividade

AmArelo » Escolas que usam um meio-termo entre apostilas e livros didáticos

Vermelho » Escolas que somente usam apostilas nas aulas

Verde » Intercalar a oferta de disciplinas curriculares com atividades para relaxar e brincar

AmArelo » Mesmo sem espaços ao ar livre, a escola organiza atividades fora da grade curricular

Vermelho » Escolas com atividades ininterruptas no período integral ou sem programação dirigida

Há escolas que optam pelo sistema de apostilas e outras que preferem o livro didático. E, na hora de escolher o colégio, é importante verifi car como um ou outro material é utilizado dentro do projeto pedagógico da instituição. “A aula e o dia a dia escolar não podem se resumir em cumprir apenas o material didático como fi m em si mesmo, mas sim contar com projetos paralelos, uso de cadernos e atividades práticas”, diz a pedagoga Renata Aguilar. Ela alerta os pais que fi quem atentos, pois há instituições que adotam material de baixa qualidade, com muitas ilustrações e pouco espaço para a criança escrever.Para o consultor Maurício Sampaio, as apostilas nem sempre devem ser vistas como um aspecto negativo,

Deixar o fi lho na escola o dia inteiro requer um preparo do corpo docente e de toda a estrutura escolar. Assim, pais de crianças que passam de oito a dez horas no colégio devem se preocupar em checar qual a programação prevista durante todo o dia. As horas devem ser direcionadas e as crianças pequenas precisam de um momento no qual possam descansar e relaxar. Atividades extras e livres e o acompanhamento das tarefas de casa devem fazer parte da rotina do aluno que estuda em período integral.Programação ininterrupta e uma agenda lotada prejudicam principalmente as crianças pequenas. “Os pais devem fazer, ainda, uma

já que permitem melhor organização do estudo. Essa opinião não é compartilhada por Márcia Malavasi, professora da Unicamp, pois ela avalia que esse tipo de material didático engessa o aprendizado da criança e o método de ensino dos professores. “Apostilas não permitem que os docentes usem sua criatividade para trabalhar”, critica. Em geral, as apostilas só podem ser compradas na própria escola, enquanto livros didáticos podem ser adquiridos em diferentes lojas, sebos ou até mesmo de antigos alunos. A escola deve oferecer armários nos quais os estudantes possam guardar esses livros, para não terem de carregá-los todos os dias na mochila (que não deve somar mais do que 10% do peso do aluno).

observação atenta dos espaços de brincar que a escola oferece, para garantir que o aluno poderá usufruir de sua infância”, diz Márcia Zenker, consultora da Humus. Nesse sentido, é preciso que a instituição conte com espaços ao ar livre e ambientes nos quais a criança possa correr e se exercitar. A família deve observar, também, se o fi lho volta muito cansado do período integral e, neste caso, avaliar se é necessário reduzir a jornada escolar, deixando a criança com um parente ou uma babá durante meio período. Por fi m, recomenda-se garantir um tempo de convívio familiar durante os fi ns de semana ou no fi nal do dia.

Material didático

Período integral

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Verde » Avaliações que consideram o desempenho integral do aluno e seu interesse pela escola

AmArelo » Escolas que se baseiam somente em provas, mas deixam isso claro no projeto pedagógico

Vermelho » Avaliações que visam classifi car e punir os estudantes que vão mal

Verde » Colégios que adotam medidas de segurança efi cientes, mas discretas

AmArelo » Escolas que garantem a segurança por meio de ao menos uma estratégia

Vermelho » Escolas com muros muito baixos e sem segurança nas portas

Fator essencial no âmbito escolar, as avaliações devem ser contínuas e o aluno avaliado de forma integral e não apenas por meio de provas. Isso signifi ca que a escola precisa ter como objetivo analisar o desempenho do estudante diariamente e preocupar-se com seu resultado em todos os aspectos, tanto cognitivo quanto social. “A equipe docente deve ser aberta para resolver as difi culdades dos alunos de forma conjunta com a família”, explica a pedagoga Renata Aguilar. Além disso, é positivo quando o colégio dispõe de critérios diferentes para analisar os alunos com difi culdades específi cas de aprendizado. Márcia Malavasi, da Unicamp, enfatiza que sistemas de avaliação que estabelecem rankings e classifi cam as crianças, anunciando publicamente os resultados,

Colégios não devem jamais assemelhar-se a prisões, porém hoje, mesmo em bairros considerados tranquilos, é fundamental dispor de recursos para garantir a segurança dos alunos. Entre eles, guardas para controlar a entrada e a saída e identifi car que pessoas estão autorizadas a buscar a criança na escola. Algumas instituições exigem que os pais assinem um documento e mandem uma cópia do registro de identidade de familiares ou amigos que também vão se ocupar do transporte do estudante. Os pais precisam investigar, ainda, se o bairro tem

são prejudiciais ao sistema de ensino, devido ao seu caráter punitivo. Dessa forma, não é positivo quando as escolas se baseiam somente na realização de provas para avaliar os alunos, principalmente no caso de crianças menores. Assim, os professores devem considerar, também, fatores como o interesse do aluno pelas aulas, como faz as tarefas de casa e como convive com colegas e docentes. Já Márcia Zenker, da Humus, sugere que, antes de defi nir a escola, os pais peçam para ler seu projeto pedagógico e perguntem à direção se a instituição conversa com o aluno sobre sua produção, se os ajuda a elaborar roteiros de estudo e se dispõe de plantões de dúvidas. “Esses recursos ajudam o estudante a reconhecer o que sabe e o que precisa ser melhorado”, observa.

histórico de crimes e situações perigosas, sendo que áreas isoladas e com pouco fl uxo de pessoas podem trazer mais riscos à família. Os muros da escola devem garantir que nenhum desconhecido tenha acesso às dependências da instituição. Internamente, câmeras podem ajudar a controlar a segurança do ambiente. Apesar da preocupação intensa com o indicador principalmente em cidades grandes, é preciso que a escola tome cuidado para não se tornar uma prisão, sem chamar a atenção por conta da quantidade excessiva de guardas, cercas ou muros.

Processos de avaliação

Segurança

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VERDE » O uniforme não é caro e pode ser comprado em mais de uma loja

AMARELO » Não há opções de lojas para adquirir o uniforme, mas seu uso é facultativo

VERMELHO » A família considera que seu uso mais atrapalha do que ajuda no cotidiano

Há bons argumentos para o uso (ou não) do uniforme escolar. Por um lado, permite evitar “desfi les de moda” e é prático para algumas famílias. Nessas situações, seu uso é bem-vindo se ele for confortável e contar com cores sóbrias para acompanhar o aprendizado. Por outro lado, há famílias que não querem investir nos uniformes escolares, por considerá-los um gasto desnecessário e inútil. No caso das escolas que adotam uniformes, os pais devem questionar se o uso é

obrigatório e o que deve ser feito em caso de acidentes. Caso o aluno molhe ou rasgue a roupa, poderá assistir às aulas ou deverá ir embora para casa? Vale lembrar, ainda, que o colégio pode determinar que o uniforme seja disponibilizado somente em um local, quando tiver marca registrada. Os valores das peças devem considerar a situação econômica das famílias e o modelo só poderá mudar de cinco em cinco anos.

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esportes

Gabriel Paiva (dir.) e Pedro Garrido, ambos de 15 anos: das quadras de vôlei da escola para clubes pro� ssionais

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Educação

Qual o papel do esporte na escola de seus filhos? Conheça o que algumas instituições oferecem e saiba se elas são capazes de

reconhecer – e estimular – o talento

Marcelo Daniel

Sentado à beira da quadra de esportes do colégio, Pedro Garrido, na época um garoto

de 9 anos, observava atentamente o treino de vôlei em andamento. Eram os últimos dias do ano letivo de 2008 e o estudante aguardava a carona de sua mãe para ir embora. Quem também estava bem atento à cena era o pro-fessor de educação física, responsável pela equipe em treinamento. Ele se aproximou e o convidou a praticar aquela modalidade, fazer algumas aulas para saber se era de seu interesse. Hoje, aos 15 anos, o jovem ainda frequenta a mesma escola, mas divide suas atividades com a equipe de voleibol do São Caetano do Sul, onde é titular na sua categoria.

Apesar de ter ares de acaso, o con-vite que ocorreu com o atleta ainda na infância faz parte do dia a dia de uma tradicional escola da zona sul de São Paulo. Com abrangência do ensino in-fantil ao ensino médio, a instituição é reconhecida historicamente pelo peso dado ao incentivo à prática esportiva, independentemente da idade, nas mais diversas modalidades.

Quando o assunto é o esporte, algumas escolas têm se diferenciado ao investirem em uma boa estrutura, que possibilite o desenvolvimento de diversas atividades – e não apenas as modalidades coletivas mais comuns. Há ainda um esforço na criação de um calendário de eventos e um modelo pedagógico que torne a educação

em jogo

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física cada vez mais atrativa e que influencie na formação social e, até mesmo, em um futuro atleta.

Mesmo com o foco nas atividades esportivas, a educação física tem por objetivo constituir um desenvolvimento global, através da aplicação das atividades físicas de forma lúdica, social e competitiva. “Trata-se não apenas da educação no movimento, mas também da educação do ser humano pelo movimento”, explica Marcelo de Almeida, coordenador da disciplina em um colégio da cidade de Barueri, São Paulo.

Sobre os benefícios para os alu-nos de uma instituição que incentiva a prática esportiva, o docente ressalta a melhora na disciplina, atenção, concentração, rapidez no raciocínio, assim como uma importante ajuda no convívio social e na forma como lidar com as situações de vitória e derrota. Esses temas são expostos a todo momento durante as aulas, com objetivo de levar os alunos aos treinamentos. A partir daí, são feitos processos seletivos em cada categoria para saber quem serão os alunos que vão representar a escola nas compe-tições esportivas.

E não são poucas as modali-dades: a partir do 4º ano do ensino fundamental, basquete, handebol, futebol, voleibol, ginástica artística, atletismo – com salto em altura, salto em distância, velocidade, re-vezamento, resistência; no 6º ano é acrescentada a modalidade cheerle-

ader (líderes de torcida); no ensino médio, entram também ginástica, musculação, dança e rugby. Como atividade extraclasse, a escola ainda oferece natação, balé, esgrima e judô.

A grade de treinos, a diversifica-ção das modalidades e a participação em competições externas, na visão de Almeida, contribuem para a fide-lização e, também, para a captação de novos alunos. “É muito frequente ouvirmos depoimentos de famílias que decidiram matricular seus filhos na instituição por causa do esporte”, revela o professor, que cita casos

de matriculados que vivem em São Paulo e viajam diariamente. “São pais ligados ao esporte e que, via de regra, acompanham as atividades esportivas dos filhos.”

Além desse vínculo com o alu-no, ter o esporte inserido no DNA de todas unidades do colégio também trouxe alguns frutos com atletas, de renome internacional, que passaram pelas aulas de educação física da instituição. É o caso do piloto Emer-son Fittipaldi, da Fórmula 1, dos atletas Oscar Schmidt e Pedrinho Rava, no basquete, Cesar Castro, nos saltos ornamentais, Miriam Mi-nakawa e os gêmeos Felipe e Hiran Gasparini, no judô.

CAMinHO PROFiSSiOnAL“Sempre fui muito incentivado

pelo meu técnico, tive apoio e con-selhos quando participei de seletivas em times como o São Caetano do Sul,

para conseguir atuar como jogador de alto rendimento e ser federado”, afirma Pedro Garrido. A descober-ta que ocorreu ainda na infância, dentro da escola, foi impulsionada pelas atividades rotineiras de natu-reza esportiva da instituição. “Nossa filosofia sempre teve como um dos pilares a prática esportiva, desde a fundação”, afirma Silvana de Freitas, coordenadora do núcleo cultural, responsável também pelas atividades esportivas da casa.

A necessidade de incentivo ao esporte resultou na organização de jogos olímpicos estudantis, prestes a atingir 30 anos de realização pelo colégio. Uma competição aos moldes das Olimpíadas, incluindo cerimô-

A educação física tem por objetivo constituir um desenvolvimento global, através da aplicação das atividades físicas de forma lúdica, social e competitiva

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nia de abertura com espetáculos artísticos, entrega de medalhas e a participação de atletas de 40 colégios.

As modalidades são voleibol, handebol, basquete, futsal, natação, xadrez, ginástica artística e judô. E os participantes, de todas as idades, do ensino infantil ao médio. “Atra-vés do esporte, o colégio se utiliza de sua grande motivação para al-cançar a educação integral do aluno – e ser um dos diferenciais para a escolha da escola pelas famílias”, ressalta a coordenadora.

Nas quadras da mesma institui-ção, quando fez as primeiras aulas de voleibol, Gabriel Paiva, hoje com 15 anos, confessa que não gostou nem um pouco da modalidade. Na época tinha

9 anos e, mesmo com os incentivos do corpo docente, resolveu deixar os treinamentos e passou a se dedicar mais ao futebol. Passados dois anos, resolveu dar mais uma chance para o vôlei. Hoje, veste a camisa da equipe do SESI-SP. “Posso dizer que os trei-nos são dados por pessoas altamente qualificadas e recebemos um dos melhores treinos do mundo para uma categoria de base”, afirma.

COMPREEnSãO DA ESCOLANo entanto, para prosseguir com

seu sonho na carreira esportiva, o estudante do 1º ano do ensino médio teve de, mais uma vez, contar com a compreensão de sua escola. “O colégio me permitiu conciliar meu

recesso no treino com o dia em que temos aula à tarde”, conta Gabriel. Em outra ocasião, em que teve de viajar com a equipe para disputar a Copa Mercosul, também houve cooperação no ensino. “Perdi aulas, porém a escola me ajudou, com aulas extras e separando o material das que havia perdido, assim como as provas, que pude refazer em outra data.” A viagem não atrapalhou o currículo escolar de Gabriel – e ainda lhe ren-deu o título da competição.

E a preocupação com a prática es-portiva ultrapassa os limites da escola, que oferece atividades como academia, natação e hidroginástica para ex-alunos e também aos pais. “O objetivo é ofe-recer possibilidades de esportes para

Aula de judô em um colégio localizado em

Barueri: conhecido pelo estímulo à

prática esportiva

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Estruturatoda a comunidade ligada ao colégio”, explica a coordenadora.

DE OLHO nELESQuando o interesse e o desem-

penho dos alunos ultrapassam as atividades das aulas de educação física, no entanto, o professor passa a ser uma peça importante na função de “olheiro” de um potencial talento no esporte. Esse tipo de observação faz parte da pauta das reuniões realizadas no colégio em Barueri. “Trocamos informações sobre alunos que se des-tacam, bem como os que necessitam de uma atenção especial”, explica o coordenador Marcelo de Almeida. “É uma forma de, como equipe, ajudar-mos uns aos outros.”

Para Silvana de Freitas, responsá-

vel pelo núcleo cultural de um colégio na zona sul de São Paulo, o corpo docente utiliza a informação para tra-balhar a busca de possíveis talentos no esporte. “Temos professores que atuam tanto nas atividades esportivas curriculares quanto nas extracurricula-res, que ficam em constante contato e promovem uma troca de observações sobre o desempenho dos alunos”, diz.

Existe ainda uma preocupação com a modalidade pela qual o estudante vai optar durante a educação física. Desde o momento que ingressam na escola, até o 3º ano do ensino fundamental, as crianças passam por atividades que testam suas habilidades motoras, com bola, sem bola etc. Segundo a coorde-nadora, o objetivo é explorar todas as

possibilidades de esportes para que, quando for a hora, elas já conheçam melhor e saibam qual escolher.

ATiViDADES PEqUEninASGritos, risadas e diversão. Dinâ-

micas que até podem lembrar uma festa ou uma grande brincadeira são, na verdade, fundamentos para a inserção da criança no ambiente da educação física. “Trabalhamos com desenvolvimento corporal e orientação espacial, e também com a psicomotricidade através de atividades com bolas, cordas e arcos”, explica Mara Custódio, diretora pedagógica de uma escola de educação infantil da zona leste de São Paulo. As atividades são desenvolvidas em uma miniquadra da própria escola.

Além das dinâmicas previstas na grade de disciplinas para os pequeni-nos, desde o início de sua fundação, a escola oferece opções extracurri-culares, que aproximam a criança do esporte, como tae-kwon-do, balé, ioga, capoeira e natação. No caso es-pecífico da arte marcial, o tae-kwon--do é aplicado a partir dos três anos de idade, mediante solicitação dos pais. Ao concluir o ensino infantil, o pequeno praticante é direcionado a dar continuidade na modalidade em uma academia especializada. Na opinião da diretora pedagógica, já é possível notar benefícios na prática com a criança: “Percebemos que os alunos ampliam a concentração e o senso de disciplina”, diz.

esportes

Em relação às instalações para a prática esportiva, aqueles colégios que têm tradição em formar atletas e são conhecidos pela valorização do esporte apresentam infraestru-tura avançada e que pode ser com-parada aos mais modernos centros de treinamento profissional. Entre as instituições consultadas para esta reportagem, o colégio em Ba-rueri conta com três quadras po-liesportivas, duas quadras de vôlei, três piscinas aquecidas cobertas e um ginásio com capacidade para mil espectadores, entre outras opções. Já a escola localizada na zona sul de São Paulo possui, além das quadras, um ginásio inteiro dedicado à ginástica artística e uma estrutura completa de fitness, natação e hidroginástica.Segundo o professor Hugo Nunes, especialista em educação física, é preciso ter, principalmente, atenção na maneira como as aulas são ministradas a cada grupo de acordo com a idade. “Na faixa etária dos seis aos dez anos é fundamental que as crianças tenham como base uma variabilidade motora em suas práticas esportivas e, nesse sentido, cabe aos pais cobrar uma aula que tenha a ludicidade como fator prin-cipal; caso contrário, poderemos estar ‘queimando’ um futuro poten-cial para o esporte”, explica. Na visão de Nunes, ter boas opções e grande estrutura para o esporte ajuda bastante, mas não é um pon-to fundamental. “O mais importan-te é contar com profissionais qua-lificados e que estejam atentos aos avanços e retrocessos em torno da formação esportiva para crianças e adolescentes”, afirma.

Quando o interesse e o desempenho dos alunos ultrapassam as atividades das aulas, o professor passa a ser uma peça importante na função de “olheiro” de um potencial talento no esporte

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esportes

“Pais não valorizam educação física”Na visão do professor Hugo Nunes, mestre em educação física e especialista em lutas, artes marciais e gestão escolar, muitas vezes os métodos de ensino do passado podem ter criado a impressão de que a disciplina tem menor importância dentro do contexto curricular. Docente nas Faculdades Integradas de Santo André (Fefisa) e membro do Grupo de Pesquisa em Educação Física Escolar da Universidade de São Paulo (USP), o pesquisador se aprofundou no estudo das relações sociais que podem surgir durante as atividades esportivas em classe. Em entrevista ao Guia da Boa Escola, Nunes fala sobre a importância que os pais devem dar ao esporte na vida escolar.

As atividades que acontecem durante a educação física algumas vezes são subestimadas pelos pais? Grande parte dos pais e mães não valorizam a educação física, até mesmo por conta das experiências que tiveram ao longo do seu ciclo escolar, visto que é um componente curricular que em sua história prezou demasiadamente o desenvolvimento físico-esportivo dos estudantes – o que, de certa maneira, não tem grande valor em uma sociedade que preza quase que exclusivamente o conhecimento intelectual. A partir deste ponto de vista, a educação física passou – e ainda passa – em determinados segmentos escolares, como sendo o

componente curricular responsável por “gastar” as energias dos estudantes para que estes voltem mais calmos para a sala de aula.

Do ponto de vista da formação da criança, o que a educação física pode representar?Vale ressaltar que a educação física cultural está comprometida com uma formação crítica e democrática dentro da escola, que busca trabalhar com a diferença cultural no ambiente escolar e proporcionar aos estudantes vivência para compreender e desenvolver a empatia e a solidariedade pelo outro. Assim, é fundamental uma educação física sensível às diferenças para que os estudantes possam conviver no espaço público respeitando uns aos outros e sabendo apreciar e até mesmo praticar uma determinada manifestação corporal que lhes seja atraente.

Sua pesquisa aborda o desenvolvimento das relações de poder nessas atividades. Em que situações elas podem ser reconhecidas?As relações de poder se expressam a todo momento na escola. Aprendemos com (o filósofo francês) Michel Foucault (1926-1984) que, diferentemente do que muitos pensavam, o “poder” não é uma entidade suprema, superior, que devemos tomar de alguém, mas sim que o “poder” está esparramado em toda parte e nas relações que desenvolvemos

com nossos semelhantes. Em toda relação pedagógica – e também nas aulas de educação física – esses diferentes “poderes” se entremeiam e podem se manifestar na exigência dos garotos de não jogar futebol com as garotas ou, ainda, nos estudantes habilidosos que não deixam os menos habilidosos participarem do jogo. É fundamental entendermos – e os estudantes também – que determinadas práticas esportivas são valorizadas e tidas como “boas” diante da referência de determinadas pessoas e que a escola deve sempre colocar sob suspeita muitas verdades tidas como absolutas.

Que tipo de benefícios as artes marciais podem render no dia a dia esportivo de uma escola – seja no currículo ou como atividade extra?Compreender os aspectos culturais e sociais que influenciaram essa arte marcial e, dependendo do mestre, utilizar alguns aspectos dessas lutas para que o estudante se harmonize e tenha habilidade para viver no mundo moderno. As lutas, de maneira geral, trabalham muito bem as situações de extremo estresse e, assim, podemos interferir indiretamente e acompanhar como isso vem sendo trabalhado pelo estudante em outros ambientes, mesmo sabendo que isso não é uma regra.

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Escolha

Deixando para trás os convencionais testes vocacionais, as escolas inovam e adotam métodos personalizados para conduzir os alunos na busca de um projeto de vida

guiadaNathália Aguiar

orientação vocacional

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Escolha Predileção, habilidades, áreas

de interesse e metas são os principais elementos exa-

minados nos tradicionais testes de orientação vocacional que, por meio de questões objetivas, pretendem guiar estudantes na escolha da pro-fissão. Originalmente utilizado por militares, esse tipo de teste tinha a finalidade de analisar as competên-cias de soldados durante a Primeira Guerra Mundial. Os testes, chama-dos Army Alpha e Army Beta, eram responsáveis por indicar o perfil e determinar a função de cada soldado dentro da corporação militar.

Do recrutamento de soldados para o serviço militar, os questionários direcionados às inclinações pessoais

passaram a ser aplicados nas escolas como forma de apontar as possíveis áreas de atuação dos estudantes. Utili-zando uma série de perguntas, os testes procuravam mapear características como raciocínio lógico, liderança ou aptidão artística para sugerir a disposição de cada aluno a uma série de profissões de diversas áreas do co-nhecimento, classificadas em ciências humanas, exatas e biológicas.

Hoje em dia, no entanto, os co-légios têm aplicado cada vez menos os testes vocacionais como método de auxílio aos alunos na escolha do curso. Seja para evitarem resultados rasos e imprecisões, ou para propor-cionarem um mecanismo que não se concentre somente na carreira,

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Ao se formar no colégio em 2011, Lívia Ferreira não teve dúvidas sobre o que prestar no vestibular: rádio e TV. Mas o caminho para a escolha do curso não foi imediato, e contou com o suporte da orientação pro� ssional escolar. No primeiro ano do ensino médio, Lívia tinha certeza de que a melhor opção seria cursar publicidade e propaganda. Tal certeza foi desfeita assim que a estudante participou de uma palestra sobre a área, promovida pela escola na qual estudava. O interesse pelo curso que acabaria escolhendo surgiu no segundo ano do ensino médio, mas começou a ser dividido com jornalismo, ciências sociais e história no último ano escolar.Para a decisão ser tomada, a atual estudante do 3º ano de

rádio de TV recebeu orientações do coordenador Roberto Nasser, do colégio onde estudava, e conheceu, ainda na escola, o ambiente que viria a ser o seu futuro local de trabalho. “No último ano do ensino médio, eu conversei com o Nasser e ele foi crucial para eu escolher minha pro� ssão. Ele me deu o contato de uma ex-aluna do colégio que tinha feito rádio e TV, e conhecê-la foi o que me fez decidir. Ela me levou para conhecer os estúdios onde ela trabalhava”, conta Lívia.A iniciativa do colégio de trazer ex-alunos para dialogar com os vestibulandos é vista por Roberto Nasser como positiva. “Os alunos se identi� cam mais, isso cria uma empatia e facilita a comunicação”, a� rma o coordenador.

algumas escolas têm optado por metodologias alternativas que veem o futuro profi ssional do aluno como apenas um dos aspectos a serem trabalhados. Em vez de perguntas e respostas automáticas, a preferência passou a ser por um processo contí-nuo no qual o autoconhecimento do aluno é o caminho para a construção de um projeto de vida.

ORIENTAÇÃO NO CURRÍCULOO autoconhecimento, a informa-

ção e a refl exão formam a base do projeto de orientação profi ssional de uma escola da zona oeste de São Pau-lo. Há mais de vinte anos, as turmas do 9º ano do ensino fundamental e os alunos do ensino médio participam de debates, palestras e atividades acerca das perspectivas futuras e do mundo do trabalho. “A escola pensa no percurso do aluno e em como explorar lingua-gens para engajar o estudante nessa questão. A orientação foca a dinâmica das relações entre projetos pessoais e profi ssionais”, explica André Meller, coordenador de comunicação e tecno-logia educacional do colégio.

A orientação do colégio tem início no 9º ano do ensino fundamental para os estudantes já se habituarem à temáti-ca, segundo Meller, que foi responsável pelo projeto de orientação profi ssional da escola durante dez anos. Enquanto as turmas do último ano do fundamen-tal e do 1º ano do ensino médio são convidadas a comparecer a eventos e a palestras sobre carreira, os alunos do 2º ano do ensino médio contam com atividades interdisciplinares em sala de aula, com temas que vão desde o sentido do trabalho na construção da identidade até informações sobre os cursos superiores existentes.

Já no último ano do ensino médio, a grade curricular recebe mais uma disciplina: a de orientação profi ssio-nal. Por meio de uma aula semanal, os

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Lívia Ferreira, estudante de rádio e TV: visita ao ambiente de trabalho

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estudantes do 3º ano são divididos em grupos de até 15 alunos, que recebem acompanhamento de psicólogos es-pecialistas na área. “As aulas formam uma série de debates feitos para o aluno refl etir sobre as suas perspecti-vas e sobre a passagem para o mundo adulto”, ressalta o coordenador. Tanto os interesses e a trajetória pessoal do aluno quanto a análise dos currículos das universidades e as diferenças entre os principais vestibulares do país fazem parte das discussões em sala de aula.

Formada há dois anos no colégio, a estudante Rafaela Fiorini recorda-se do projeto de orientação profi ssional de forma positiva. “Achei bem legal, porque na época eu queria fazer moda e era a única da minha sala com esse interesse, mas mesmo assim eles fi ze-ram um workshop com representantes de uma universidade, no qual eles apresentaram o curso e a faculdade.”

Após completar pouco mais de um ano no curso de moda, Rafaela migrou para o design gráfi co, seu atual curso, e diz que considera importante a instrução dos coordenadores no pro-cesso de escolha da carreira. “O que eu achei mais importante foi que eles conseguiram introduzir a realidade do mundo do trabalho, as consequências e as difi culdades, e auxiliaram a gente na hora de fazer inscrição nos vesti-bulares e ver as matérias nos sites das faculdades”, completa.

Todo esse processo tem a fi-nalidade de propiciar ao aluno a organização de um projeto de vida que, entre outros aspectos, envolve a escolha da profi ssão. “O objetivo da orientação profi ssional do colégio é ajudar o aluno a construir o seu projeto de vida. O aluno é levado a entender a questão do trabalho como forma de inserção no mundo”, afi rma Meller. Além dos debates e das aulas, o colégio promove a Jornada das Pro-fi ssões. Aberto aos estudantes a partir

do 9º ano do fundamental, o evento recebe profi ssionais de diversas áreas para tirar dúvidas dos estudantes e para compartilhar suas experiências no mercado de trabalho.

ATEnDiMEnTO PERSOnALizADODistante da costumeira aproxi-

mação com predestinação, o termo ‘vocação’ é definido no blog do projeto de orientação profi ssional de um colégio da zona sul de São Paulo como “a soma da realização de de-terminado interesse com a potencia-lidade para fazê-lo”. A interpretação desse conceito já entrega o projeto da escola, cuja proposta não é identifi car talentos naturais, mas auxiliar no desenvolvimento do interesse e da capacidade de executá-lo.

“A orientação profissional do colégio foi pensada para ser desen-volvida durante o período de três anos”, conta Roberto Nasser, criador e coordenador do projeto de orienta-ção, que existe há 20 anos. Durante o ensino médio, os alunos vão se envol-vendo gradualmente em questões do mundo universitário e do mundo do trabalho. E os pais são convidados a participar. “Mostramos aos pais o que existe hoje, os novos cursos, as novas possibilidades, porque sabemos que eles exercem infl uência na escolha dos fi lhos”, conta Nasser.

O contato inicial das turmas com as carreiras, no 1º ano do ensino médio, acontece por meio da exposição de diferentes áreas profi ssionais e da ob-servação de possíveis preferências. No ano seguinte, os estudantes aprofundam o interesse e investigam os cursos e as carreiras com que mais se identifi caram.

O processo de autoconheci-mento do estudante é mediado pelo professor Nasser, que, no último ano do ensino médio, passa a oferecer atendimento individual. “O terceiro ano do ensino médio é o momento de

orientação vocacional

O que infl uencia a escolha?Mais de 3.700 alunos do ensino médio de oito colégios participaram de uma pesquisa que apontou o que mais exerce infl uência nos participantes do Teenager 2013, evento que reúne futuros universitários e instituições de ensino superior.

Fatores que infl uenciam a escolha de um curso superior:

aulas de qualidade boa aceitação no

mercado de trabalho professores capacitados

e renomados universidade que

oferece o curso preparação complementar

para o mercado de trabalho infraestrutura fl exibilidade para trabalhar

em diferentes áreas

Fontes de informação que infl uenciam a escolha profi ssional:

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Infl uência de pessoas na escolha profi ssional:

muita infl uência: pais ou responsáveis legais

média infl uência: professor, orientador educacional e amigos

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trabalho de orientação profi ssional op-tativo aos alunos. “É optativo porque o aluno tem de estar motivado, não adianta só a escola conceder, é uma busca pessoal”, explica Katia Pupo. O programa consiste em oito encontros com uma psicóloga, nos quais os ado-lescentes refl etem sobre autoconheci-mento, carreira e escolha profi ssional. No 3º ano do ensino médio, há também uma série de palestras que contam com a presença de pais e ex-alunos.

Desse período, Mariana Baileiro, formada em rádio e TV e ex-aluna do colégio, destaca o empenho dos pro-fessores em atender às particularida-des dos estudantes. “As provas deles, no terceiro colegial, são pautadas nos vestibulares mais concorridos. E eu queria prestar um vestibular que tinha uma estrutura totalmente dife-rente. Então eu falei com cada um dos professores das matérias que caíam no vestibular e todos, sem exceção, arrumaram um tempo fora do horário de aula para me ajudar”, relembra. Mariana também participou das visitas às universidades, que fazem parte dos ‘projetos’. Neles, os alunos mergu-lham em determinadas áreas por um período, como projeto de publicidade, engenharia, trabalho solidário, criação de aplicativos, e realizam diversas atividades sobre cada área.

O colégio, que também recebe os mais diversos profi ssionais, tem o objetivo de proporcionar, através da orientação profi ssional, o conheci-mento de si mesmo e das vontades in-dividuais, amenizando a normalmente estressante condição de vestibulando. “A escolha não é algo defi nitivo, o caminho é muito dinâmico. Passar isso aos alunos é fundamental para que o processo não seja angustiante. O contato de profi ssionais com alunos é bom para mostrar a eles que a vida, muitas vezes, leva a outros caminhos”, fi naliza Katia.

o lugar, porque lá você vê como as coisas são e sabe que é lá que você quer estar”, explica.

AULAS DE TUTORiAOs testes vocacionais simpli-

ficados também não integram o projeto de orientação profi ssional de uma escola localizada na região do Morumbi, em São Paulo. “Os testes indicam habilidades e uma pessoa pode ter habilidades diversas. O alu-no pode escolher uma carreira que deseja além das competências que tem e nós mostramos que ele não é refém das habilidades e que é pos-sível que ele as desenvolva”, expõe Katia Pupo, orientadora pedagógica e educacional do colégio.

Com a proposta de tornar a passa-gem da vida escolar para a universitária uma experiência agradável, o projeto de orientação do colégio trabalha me-todologias alternativas com os alunos durante os três últimos anos. Cada sala

de aula do 1º ano do ensino médio tem o próprio professor tutor, que semanal-mente propõe dinâmicas de grupo e discussões para incentivar os alunos a começarem a pensar numa perspectiva futura. “A escola capacita professores de várias áreas para que eles possam acompanhar a vida acadêmica dos alu-nos, abordar assuntos como cidadania, valor, hábitos de estudo, preconceito, entre outros que acharem relevantes”, esclarece a orientadora.

Durante os dois anos seguintes do ensino médio, o colégio oferece o

orientação vocacional

tomada de decisão, no qual o aluno escolhe o curso que considera mais adequado ao seu projeto de vida.” Recomendações e temas como mu-danças no mercado de trabalho fazem parte dos encontros com Nasser, que recebe os alunos e trabalha suas dú-vidas individualmente.

Anualmente, a escola reúne representantes de universidades, de empresas e da área internacional em um evento voltado para a formação profi ssional. Lá, os futuros universi-tários visitam os estandes de diversas faculdades e empresas, conversam diretamente com profi ssionais da sua área de interesse e com representan-tes estrangeiros sobre intercâmbio.

Responsável por trazer as uni-versidades aos alunos, o colégio pro-move também a ida dos estudantes às instituições de ensino superior – e foi esse o fator determinante na decisão de Matheus Gomes, aluno do 3º ano do ensino médio. A identificação

tanto com a área de exatas quanto de biológicas fez Matheus permanecer em dúvida quanto ao curso até o início deste ano, quando conheceu os laboratórios da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). “O professor Nasser me orientou bastante quanto à escolha do curso. Decidi que queria fazer engenharia, mas estava entre a engenharia quí-mica, civil, mecânica e de produção. Depois de visitar a Poli, percebi que eu queria estudar engenharia quími-ca. Faz toda a diferença conhecer

A escolha não é algo defi nitivo, o caminho é muito dinâmico. Passar isso aos alunos é fundamental para que o processo não seja angustiante, explica a orientadora Katia Pupo

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Conflitos no

É cada vez mais comum situações próprias do ambiente escolar acabarem na Justiça. Para especialistas, diálogo e regras mais claras poderiam evitar o

caminho da chamada “judicialização da educação”

tribunalGabriel Jareta

justiça

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No começo de junho de 2014, uma curiosa decisão judicial ganhou des-taque em jornais e portais de notícia

brasileiros: um juiz do município de Tobias Barreto, Estado de Sergipe, negou reparação por danos morais a um aluno que teve seu celular tomado pelo professor em sala de aula. Ele pedia reparação pelo “sentimento de impotência, revolta, além de um enorme desgaste físico e emocional”. O juiz substituto Eliezer Siqueira de Sousa Junior, da 1ª Vara Cível e Criminal do município, entendeu que o professor tinha razão ao advertir o estudante sobre o uso do celular em sala de aula e pos-teriormente tomá-lo de suas mãos – em sua defesa, o jovem diz que usou o aparelho apenas para “ver as horas”. Segundo o professor, o celular era utilizado para ouvir música – fato que teria acontecido inclusive durante a apli-cação de uma prova.

Mais do que proferir a sentença, o juiz aproveitou o momento para se solidarizar com a figura do professor. “Ensinar era um sacer-dócio e uma recompensa. Hoje, parece um carma”, escreve o magistrado. Um pouco mais à frente, retoma: “Vivemos dias de verdadeira ‘crise de autoridade’ na educação brasileira. (...) onde a figura do professor é relegada a um papel pouco expressivo na sociedade. Hoje, o

professor é tido como uma pessoa que estudou muito e não chegou a lugar nenhum, quando não se diz coisa pior”.

O desabafo do juiz em sua sentença aponta indiretamente para um caminho cada vez mais comum na educação brasileira: a resolução de conflitos próprios do ambiente escolar em instâncias judiciais, como se o professor, a direção ou mesmo a família não conseguissem estabelecer um diálogo mínimo. O que pode ser o enfraquecimento do papel da “autoridade escolar” pode significar também a incapaci-dade de pais e alunos de compreenderem seu lugar (assim como seus direitos e deveres) na escola.

JUDiCiALizAçãO Esse fenômeno, chamado por especialistas

de “judicialização da educação”, ainda é pouco estudado no país. Em que pese a necessidade de recorrer à Justiça para garantir direitos fundamentais, como o acesso a uma vaga na creche, temas como indisciplina, bullying, uso de uniforme, pequenos acidentes em horário escolar e uma infinidade de outras questões acabam seguindo o caminho das mesas de advogados, promotores e juízes.

Uma das principais referências sobre o tema no Brasil é um artigo chamado “A Fo

tolia

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Embora não haja uma sistematiza-ção atualizada a respeito dos temas educacionais que chegam à Justiça, os autores Alvaro Chrispino e Raquel Santos Chrispino pesquisaram as principais demandas à época da pu-blicação do artigo de autoria deles sobre a judicialização das relações escolares. São casos concretos que mostram a variedade de situações a que pais, alunos e escolas estão su-jeitos – alguns bastante graves.Um dos mais comuns se refere à chamada “obrigação de guarda e vigilância”: a escola é responsável pela integridade física dos alunos enquanto eles estão dentro do estabelecimento. Além disso, o en-tendimento é de que cabe responsa-bilidade à escola se a direção libera os alunos mais cedo e algo acontece nesse período. No caso examinado no artigo, uma aluna foi molestada sexualmente em um terreno próxi-mo à escola após ser liberada antes

judicialização das relações escolares e responsabilidade civil dos educa-dores”, de autoria de Alvaro Chris-pino e Raquel Santos Chrispino, publicado em 2008. O texto recorre ao Novo Código Civil, ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e ao Código de Defesa do Consu-midor para identificar as origens desse fenômeno. “A judicialização das relações escolares é um fato verdadeiro e, a nosso ver, ocorre em grande número porque os atores educacionais envolvidos não foram formados para lidar com esta nova demanda e não foram informados sobre as novas obrigações decor-

justiça

Casos concretos

procede ajuda muito”, diz. Isso sig-nifi ca que, se um aluno se machuca jogando futebol, faz diferença se havia supervisão de um professor ou não, se o atendimento foi rápido e seguiu os procedimentos corretos de primeiros socorros, se a família foi avisada imediatamente etc. Em resumo, é importante para a Justiça saber se as regras estavam sendo cumpridas.Situações de dano moral (aluna im-pedida de ir ao banheiro que acabou se urinando; um aluno chamado de ladrão pela professora diante da sala) e agressão e maus-tratos a aluno (menor agredido no pátio ou mesmo um estudante que perdeu a visão de um olho ao ser atingido por um pedaço de pau) também resul-taram em condenações por danos morais e materiais.

rentes desses instrumentos legais que explicitam deveres e garantem direitos”, escrevem.

SAiR nA FREnTEAtualmente, Alvaro é coordena-

dor do programa de pós-graduação em ciência, tecnologia e educação do Centro Federal de Educação Tecnoló-gica (Cefet) do Rio de Janeiro, onde também dá aulas de química para o ensino médio. Ele ainda participa de capacitações e palestras sobre mediação de confl itos em ambiente escolar e procura orientar diretores e professores sobre como agir de maneira “proativa” para evitar que

situações comuns do dia a dia escolar se transformem em casos de justiça.

Na opinião dele, o que falta é um conhecimento claro do aluno sobre as regras e, em contrapartida, uma dis-posição ativa da escola em informar essas regras. As observações e con-clusões do artigo de 2008, diz Alvaro, continuam valendo ipsis litteris para os dias atuais. “A diretoria não está atenta a esse tipo de questão, assim como os funcionários administrativos e os professores também não são preparados proativamente”, afi rma. Como consequência, família e alunos acabam exigindo coisas que não estão contempladas pela escola. “Os alunos

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do horário regular. “Sair mais cedo é um grande problema. Há casos de estudantes atropelados, assaltados e até de morte durante o período em que deveriam estar sob vigilância da escola”, comenta Alvaro Chrispino.Outra situação comum é em relação a acidentes na educação física ou em laboratórios. Nos casos observados, a Justiça entende que o estabe-lecimento tem responsabilidade por danos físicos – e até morte – ocorridos durante as práticas espor-tivas ou experimento químico. Para Alvaro, a situação em relação a acidentes pode ser ilustrada da seguinte maneira: para todos os efeitos, o aluno entrou na escola andando e saiu carregado, e a es-cola vai perder a causa. “A respon-sabilidade objetiva é muito clara, mas a maneira com que a escola

A tecnologia educacional está presente no cotidiano dos edu-candos e educadores. As salas de aula são equipadas com sis-tema de vídeo, som, multimídia e lousas eletrônicas em espaços alternativos.A dimensão religiosa, caracterizada pela identidade católico-franciscana, permite ao educando experimen-tar os valores de uma educação cristã que se manifesta pela for-mação da autonomia, da coo-peração, do sentido da vida e do compromisso social. Seus 179 mil metros quadrados de área contam com trechos de Mata Atlântica preservados, além de bosque e ambiente agro-pecuário e aviário, cenários que completam o privilegiado am-biente educativo.

projeto pedagógico é pautado na interdiscipli-naridade e contextualiza-

ção, com o objetivo de despertar o senso crítico e a capacidade analítica nos educandos. O cur-rículo é focado em competên-cias e habilidades acadêmicas, comunitárias e sociais, por meio do qual o educando desenvol-ve a autonomia e transforma-se em protagonista de seu conhe-cimento em diferentes lingua-gens, condição essencial para que possa refl etir na construção do seu projeto de vida; com-preender o mundo que o cerca; resolver problemas a partir de situações do cotidiano; reconhe-cer mudanças sociais, políticas e culturais e seus impactos na sociedade; elaborar e construir conhecimento.

Em parceria com a Texas Tech University (TTU), o colégio ofe-rece, desde 2010, o programa ofi cial americano de High School. Os educandos são integrados ao currículo americano e, dessa forma, constroem sua formação ancorada em duas certifi cações. Em 2013, o colégio estabelece par-ceria com a Cambridge University e fortalece a história de valoriza-ção do ensino de idiomas. Os Exa-mes Cambridge English passam a integrar o currículo do 5º, 7º e 9º anos do Ensino Fundamental, e da 2ª e 3ª séries do Ensino Médio. O Período Integral oferece insta-lações exclusivas aos alunos de 4 a 10 anos, com programação diversifi cada de atividades es-portivas, culturais e acadêmicas, alinhadas às faixas etárias.

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não cumprem as regras porque não foi dito explicitamente que regras são essas”, aponta.

O caso do uso de smartphones é um exemplo claro. Para Alvaro, a esco-la precisa compreender que a sociedade atual está baseada hoje no uso desses dispositivos, mas cabe ao diretor e aos professores apresentarem as regras a respeito do uso. Se as normas estão cla-ras, e os pais têm conhecimento disso, não há espaço para discussões posterio-

res. “Inclusive, deixar o smartphone de lado ou fazer uso dele durante a aula, como uma contribuição ao professor, faz parte da ação pedagógica”, afi rma. Afi nal, lembra o pesquisador, tanto o Código Civil quanto o ECA são “ruas de mão dupla”, ou seja, tanto estabele-cem direitos quanto deveres.

FALTA DE DiÁLOGOCoincidência ou não, os casos ju-

diciais envolvendo questões escolares se tornaram mais comuns nos últimos anos. De acordo com um levantamen-to realizado pela jurista Nina Beatriz Stocco Ranieri, da faculdade de Direito da USP, das mais de 4,4 mil decisões na área de educação julgadas pelo Su-premo Tribunal Federal (STF) de 1988 ao início de 2013, mais de 95% foram, a partir do ano 2000, concentradas notadamente no fi nal da década. E esse número é apenas um indício da grande quantidade de ações correndo em tri-bunais menores – afi nal, nem todos os processos chegam à última instância. É importante mencionar, porém, que a

maior parte dessas ações está relacio-nada à garantia de acesso a uma vaga no ensino fundamental e infantil.

Para Nina, no entanto, o número crescente de confl itos em ambiente escolar que acabam indo parar na Justiça é também um sintoma de como a sociedade não está conseguindo resolver suas questões de maneira satisfatória. “Judicializar tudo não é a solução. Tem custos, é demorado e nem sempre se chega a um consenso”,

afi rma. Na opinião dela, a “individua-lização” da sociedade é um dos fatores que contribuem para esse quadro. “A pessoa não é capaz de se compor com alguém, precisa levar a extremos”, diz.

Para Alvaro Chrispino, houve uma “espetacular melhoria” do acesso ao direito nos últimos dez anos, especial-mente com a criação dos juizados es-peciais cíveis, que torna mais fácil para os cidadãos procurarem seus direitos até mesmo sem a necessidade de um advogado. Por outro lado, o pesquisa-dor concorda que a sociedade de hoje é “beligerante”. “A sociedade dá valor ao confronto, e não à mediação. E isso em várias áreas, como no ambiente de trabalho, por exemplo”, afi rma.

Por isso, mais uma vez, Alvaro insiste que as regras devem ser claras. Se uma família matriculou o aluno em determinada escola, cujas normas são conhecidas por todas as partes, ela sabe que o fi lho está sujeito àque-las regras. “O problema é que muitos pais acham que seu fi lho é diferente dos outros”, observa.

O número crescente de confl itos que acabam indo parar na Justiça é também um sintoma de como a sociedade não está conseguindo resolver suas questões de maneira satisfatória

Ponto pacífi coSe antes as discussões pela cobran-ça de mensalidade eram um gran-de problema entre pais e colégios particulares, hoje já é possível dizer que esta é uma situação em que a lei é bastante clara, com pouca margem para questiona-mento. “Em caso de inadimplência é vedado divulgar o nome do alu-no ou impedir a participação em atividades escolares”, afi rma Leila Cordeiro, assessora técnica da Dire-toria de Atendimento e Orientação ao Consumidor do Procon-SP. Se-gundo ela, a recomendação é para que pais e direção discutam den-tro dos termos do contrato, sem qualquer sanção ao estudante.Leila chama atenção para a chama-da “taxa de reserva de matrícula”, outro item que provoca bastante dúvida entre os pais. Nesse caso, a taxa deve estar prevista na pla-nilha de custos das mensalidades desde o princípio do contrato, e não algo “a mais” no decorrer do ano letivo. “Os pais não podem ser pegos de surpresa”, afi rma. O mes-mo vale para reajustes: eles devem ser anuais e apresentados com planilha detalhada. Sobre o mate-rial escolar, a regra é que produtos de uso coletivo, como material de limpeza, giz e papel higiênico, por exemplo, não devem fazer parte da lista. A relação de produtos deve ser divulgada para que os pais pro-curem a melhor loja para comprar, ou seja, o local de venda não pode ser uma imposição da escola. “A es-cola pode oferecer opções, algum lugar que tenha desconto, mas não pode obrigar”, afi rma Leila.

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Foto

lia

A falta que faz a

língua Fátima Trindade

artigo

102 • Guia da Boa Escola 2014

inglesa

Hoje, quando falamos de educação básica e suas novas exigências, falamos

não mais do acesso às oportunidades educacionais, e sim da qualidade dessas oportunidades e no quan-to elas estão alargando de fato a qualificação de nossos estudantes, preparando-os para um cenário para além dos muros da escola.

Segundo recente pesquisa (“Demandas de Aprendizagem de Inglês no Brasil” – British Coun-cil), apenas 5,1% dos brasileiros declaram ter proficiência na língua inglesa, e as notícias recentes do retorno de estudantes brasileiros do Programa Ciência sem Fronteiras reforça o fato de que ao falar de su-ficiência na língua inglesa, estamos aquém do que necessitamos.

O ensino da língua inglesa nos currículos escolares passa hoje por um momento de revisão. Segundo

“A consciência da necessidade de mudança na estrutura e expectativa de aprendizagem mais alta na língua já se faz presente em gestores e diretores escolares”

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104 • Guia da Boa Escola 2015

artigo

nossos Parâmetros Curriculares Nacio-nais (PCNs), exige-se a obrigatorieda-de do ensino de uma língua estrangeira, porém o nível de expectativa de apren-dizagem apresenta-se muito abaixo das exigências atuais no universo que vem após a educação básica.

A consciência da necessidade de mudança na estrutura e expectativa de aprendizagem mais alta na língua já se faz presente em gestores e dire-tores escolares, mas a questão hoje é como fazer a mudança, que dire-trizes seguir e como alinhar o nosso currículo para que ele de fato atenda à atual realidade globalizada e de internacionalização dos profissionais.

DiRETRizES inTERnACiOnAiSPara além dos PCNs, muitos co-

légios estão levando para seus planos de ensino as diretrizes internacionais do Common European Framework of Reference (CEFR, ou quadro comum europeu de referência para o ensino das línguas estrangeiras), documento desenvolvido por várias instituições. Esse documento nos dá metas de apren-dizagem distribuídas em seis níveis de proficiência: A1, A2 – nível básico; B1, B2 – nível intermediário; C1, C2 – nível avançado da língua inglesa nas quatro habilidades linguísticas: com-preensão leitora, compreensão auditi-va, produção oral e produção escrita.

Estas diretrizes vêm sendo ado-tadas por várias escolas e, com isso, muitas delas estão alargando as oportu-nidades educacionais de seus estudan-tes, trabalhando com metas de apren-

dizagem para cada ciclo (fundamental I, fundamental II e ensino médio) e aumentando assim as expectativas de aprendizagem. Essas metas de apren-dizagem, seguindo a métrica da CEFR, são validadas com a aplicação de exa-mes em determinados anos/séries, o que funciona como uma comprovação da aprendizagem para os estudantes e também para as instituições. Poderoso instrumento de gestão de qualidade dos cursos, o feedback dos exames gera in-dicadores concretos para que se possa fazer uma gestão mais acertada dos processos, das escolhas de recursos instrucionais e também de material didático. É também um meio de esti-mular a progressão na aprendizagem, despertando no estudante o desejo de querer se movimentar na busca dos níveis mais avançados.

Chegar ao ensino superior com níveis mais avançados de domínio da língua inglesa é abrir portas para os estudantes abraçarem as oportunidades que a internacionalização já está ofe-recendo – como o próprio Programa Ciência sem Fronteiras, o Cultura sem Fronteiras etc., que muitos não estão usufruindo pela falta de proficiência.

Para apoiar esse processo, boa parte dos livros da área, de editoras nacionais ou internacionais, já estão alinhados ao CEFR. Existem também portais para professores com jogos estruturados por níveis, planos de au-las, acesso a projetos internacionais que conectam estudantes de vários países numa troca que vai além da aprendizagem da língua inglesa.

Criatividade é a chave para a solução de problemas, e para tentar-mos driblar certas barreiras temos de colocá-la em ação. No contexto do ensino da língua, uma das barreiras é a carga horária pequena, que muitas escolas driblam com a inserção de projetos orais articulados com projetos de séries, ampliando o espaço do inglês para outros momentos fora de aula. Dividir a turma com outra disciplina é uma forma de conseguir um grupo menor e poder trabalhar melhor a pro-dução oral. Outra atividade também muito bem aceita pelos estudantes são os saraus bilíngues, proposta por vezes fora do horário regular de aula, nos quais os estudantes são expostos a situações bilíngues por meio da poesia, da música, do texto literário e do teatro.

Fato é que temos de ter expecta-tivas maiores com relação aos níveis de proficiência. Nossas diretrizes nacionais atendem a um inglês ins-trumental, mas não a necessidades mais complexas presentes hoje no universo profissional e acadêmico e que, se não atendidas, nos deixarão afastados da inovação, da concorrên-cia internacional e da possibilidade da mobilidade de nossos talentos. Este é sem duvida mais um tema para a agenda da educação brasileira.

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o

FáTIMA TRINDADE é formada em psicologia e pedagogia e especialista em consultoria de carreira. Atualmente é diretora executiva do São Paulo Open Centre, centro autorizado pela Cambridge English Language Assessment para aplicação de exames de diversos níveis de proficiência da língua inglesa.

“Nossas diretrizes nacionais atendem a um inglês instrumental, mas não a necessidades mais complexas presentes hoje no universo profissional e acadêmico”

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Page 95: Guia da Boa Escola 2015

Informe PublicitárioPAINEL DE ESCOLAS

• E-mail: [email protected]

• Endereço: Rua Itapaiuna, 1.350 – CEP: 05707-001 – São Paulo-SP

• Telefone: (11) 3747-9251

• Site: www.portoseguro.org.br

• Curso Oferecido: Currículo Brasileiro, do Infantil 1 ao Infantil 4.

• Infraestrutura: Da proposta pedagógica à arquitetura, instalações e mobiliário, tudo no Portinho é sob medida para crianças de 1 a 5 anos. Assim, os pequenos ganham independência gradativa de forma segura. A sala de informática possui equipamentos de tecnologia touch, tais como tablets, mesa digital e lousa eletrônica. Há também piscina aquecida, fazendinha, horta, biblioteca, parque, pátio

para educação física, ateliê de artes e brinquedoteca.

• Períodos: Matutino e Vespertino

• Mensalidade em 2014: R$ 2.693,00

COLÉGIO VISCONDE DE PORTO SEGURO PORTINHO PANAMBY

• E-mail: [email protected]

• Site: www.colegiodomus.com.br

• Endereço: Rua Bandeira Paulista, 1.108 / Rua Dr. Eduardo de Souza Aranha, 357 – Itaim Bibi – CEP 04532-014 – São Paulo-SP

• Telefone: (11) 3040-1777

• Cursos Oferecidos: Berçário, Maternal, Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio.

• Atividades Extracurriculares: plantão de dúvidas, simulados; formação humana; OPEE; TOM; TOF; Fórum FAAP; vôlei, handebol, futsal; escola de futebol; parceria com academia; natação; judô; balé; teatro, jogral; aula de circo, idiomas (Cultura Inglesa); catecismo e culinária.

• Infraestrutura: quadras poliesportivas, piscinas aquecidas, biblioteca; teatro, cantina, refeitório, centro de informática, laboratórios, lousas digitais, salas ambiente de: estimulação, redação, matemática, inglês, hora do conto, música, multimídia; parques; brinquedotecas, camarim, ateliês, cozinha experimental e transporte escolar.

• Períodos: Matutino, Vespertino e Integral.

• Mensalidade em 2014: de R$ 1.307,00 a R$ 2.704,00

COLÉGIO DOMUS SAPIENTIAE

• E-mail: [email protected]

• Site: www.humboldt.com.br

• Endereço: Av. Eng. Alberto Kuhlmann, 525 – Interlagos – São Paulo-SP

• Telefone: 11-5686-4055

• Cursos Oferecidos: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Formação Pro� ssional Dual (cursos pro� ssionalizantes Pós-Ensino Médio: Gestão em Logística, Seguros, Administração, Comércio Exterior e Secretariado), Abitur (habilitação para cursar o Ensino Superior na Alemanha e outros países da Comunidade Europeia), período extensivo.

• Atividades Extracurriculares: Culturais: orquestra, piano, teclado, violão, violino, guitarra, baixo, � auta doce e transversal, trompete, bateria, canto, teatro, xadrez, balé, street dance, pintura, artes (em língua alemã), circo, robótica educacional, economia (em língua alemã), ‘Deutschklub’ (em língua alemã), religião católica, alemão,

espanhol, mandarim, inglês ativo. Esportivas: atletismo, natação, basquete, futsal, voleibol, handebol, ginástica artistica, judô, karatê shoto ka, esgrima, iatismo, pilates.

• Infraestrutura: Laboratórios de ciências, biologia, física, química e informática. Salas de projeção multimídia, salas de música com tratamento acústico, auditórios, teatro (432 lugares) e biblioteca (com Internet e acervo com mais de 35 mil volumes). Salas de aula com projetor, computador e internet. Restaurante, lanchonete e terraço de convivência. Ginásio poliesportivo com arquibancada, salas de ginástica e multiuso, piscinas semiolímpica e infantil. Cinco quadras poliesportivas. Pista de atletismo. Parques infantis. Churrasqueira coberta. Ambulatório com médico de plantão. Vasta área verde sustentável.

• Período: matutino

• Mensalidade em 2014: entre R$ 1.442,00 e R$ 2.218,00

COLÉGIO HUMBOLDT

ZONA SUL

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Page 96: Guia da Boa Escola 2015

PAINEL DE ESCOLAS Informe Publicitário

ZONA SUL

• E-mail: [email protected]

• Site: www.consa.com.br

• Endereço: Alameda Jauaperi, 416 – Moema – CEP: 04523-010 – São Paulo-SP

• Telefone: (11) 5054-4399

• Cursos Oferecidos: Educação Infantil e Ensino Fundamental, nos períodos Regular, Integral e Semi-Integral; Ensino Médio, no período Regular.

• Atividades Extracurriculares: Inglês (Parceria com a Alumni); Curso de Robótica (Parceria com a Lego Education); Natação (Metodologia Gustavo Borges) e Hidroginástica; Dança; Yôga; Balé; O� cina de Circo; Judô; Tae kwon do; Aulas diversi� cadas de Ginástica e Musculação; Esportes de quadra – Futsal, Basquete, Handebol e Iniciação Esportiva.

• Infraestrutura: Laboratórios de Informática com 1 notebook por aluno, Biblioteca Informatizada, Biblioteca Infantil, Capela, Salas Multimídia, Auditório, Espaços Verdes, Laboratórios de Ciências Naturais (Física, Química e Biologia), Ateliê de Artes Plásticas, Salas de Música e Dança, Parques Infantis, Ambulatório, Lanchonete, Restaurante, Refeitório, Horta e Jardim. Complexo Esportivo Completo – Celfran – com: piscinas cobertas e aquecidas, Salas de Ginástica, Salas de Balé, Judô, Tae kon do, Circo, Academia de Musculação e Quadras Poliesportivas.

• Períodos: Matutino (Infantil, Fundamental e Médio), Vespertino, Integral e Semi-Integral (Infantil e Fundamental até o 7ª ano)

• Mensalidade em 2014: Curso Regular – de R$ 1.254,00 a R$ 1.679,00

COLÉGIO FRANCISCANO N. SRA. APARECIDA CONSA

• E-mail: [email protected]

• Site: www.totsandteens.com.br

• Endereço: Rua Conde de Itú, 547 – Alto da Boa Vista – São Paulo-SP

• Telefone: (11) 5548-2828

• Cursos Oferecidos: Pré – Escola Internacional com Alfabetização em Inglês: Nursery (a partir dos 18 meses); Pre-K (a partir de 4 anos de idade); Kindergarten (5-6 anos) e Currículo Bilíngue: Ensino Fundamental 1 - RECONHECIDOS PELO MEC

• Preparatório para escolas internacionais: G1 – G4 (de 7 a 12 anos); Teens (até 18 anos)

• Atividades Extracurriculares: Aulas de reforço para alunos que encontram di� culdades de adaptação. Convênio com escolas de

esportes (opcional).

• Infraestrutura: 1.120 m² de área, auditório, biblioteca, videoteca, multimidia center, refeitório, cozinha experimental, playground, pátio coberto, quadra poliesportiva, instalações adequadas a cada faixa etária e para uso de portadores de de� ciências, vestiários, enfermaria, material didático importado, pro� ssionais capacitados para a formação global de alunos na língua inglesa e currículo bilíngue a partir do 1º ano do Ensino Fundamental.

• Período: Meio período, período estendido e integral

• Mensalidade em 2014: de R$ 1.485,00 a R$ 2.822,00

TOTS & TEENS

• E-mail: [email protected]

• Site: www.kumon.com.br

• Endereço: Matriz do Kumon América do Sul – Rua Tomás Carvalhal, 686 – São Paulo-SP

• Telefone: (11) 3059.3711/ 3712

• Cursos Oferecidos: Matemática, Português, Inglês e Japonês. Com um método de ensino autoinstrutivo e individualizado, o Kumon tem formado autodidatas há mais de 50 anos pelo mundo. Presente em 48 países e com mais de quatro milhões de alunos, desenvolve a habilidade acadêmica e outras habilidades como concentração, independência, hábito de estudo e responsabilidade. No Brasil, está

presente há quase quatro décadas.

• Período: Matrículas abertas o ano todo.

• Mensalidade em 2014: preço médio sugerido é de R$ 185 por disciplina, sendo que o valor pode variar em cidades e/ou bairros.

KUMON

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Page 97: Guia da Boa Escola 2015

Informe PublicitárioPAINEL DE ESCOLAS

ZONA SUL

• E-mail: [email protected]

• Site: www.pioxiicolegio.com.br

• Endereço: Rua Colégio Pio XII, 233 – Morumbi – CEP 05657-140 – São Paulo-SP

• Telefone: (11) 3759-5050

• Cursos Oferecidos: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Integral e High School

• Atividades Extracurriculares: Música (Violão, Guitarra e Bateria), Teatro, Iniciação Esportiva, Jiu-Jítsu, Balé Clássico, Jazz, Futebol Society, Futsal, Tênis, Judô, Capoeira, Ginástica Artística, Ginástica Geral, Vôlei, Vôlei para mães, Curso de inglês; Curso de Robótica; Catequese e Crisma.

• Infraestrutura: 179 mil m2 com trechos de Mata Atlântica preservados; Rancho (ambiente agropecuário e aviário); Lago de Carpas; Bosque;

Capela; Gruta; Praça São Francisco; Salas de aula com recursos multimídia e acesso seguro à internet; Laboratórios de Biologia, Física, Química, Línguas e Multimídia; Sala de arte, balé, pastoral, música, projeções e grêmio estudantil; Sistema de armários (a partir do 6º ano); Auditório – “Salão Pio XII”; Biblioteca Informatizada; Campo de Futebol (grama sintética); Quadras e Ginásio Poliesportivos; Quadra de Tênis; Pista de Cooper; Enfermaria; Cantina; Restaurante; Amplo estacionamento interno com área coberta de embarque/desembarque. Área exclusiva para educação infantil, com brinquedoteca, ateliê, sala de música, de vídeo e projeção com lousa eletrônica; laboratório de informática, quadras, parque e tanque de areia.

• Períodos: Matutino e Vespertino. Integral disponível para alunos entre 4 e 10 anos.

• Mensalidade em 2014: de R$ 1.545,00 a R$ 2.270,00

COLÉGIO FRANCISCANO PIO XII

• E-mail: [email protected]

• Site: www.colegiosaocamilo.com.br

• Endereço: Rua Paulo Bregaro, 400 – Ipiranga – CEP: 04261-000 – São Paulo-SP

• Telefone: (11) 2588-4500

• Cursos Oferecidos: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Cursos Técnicos

• Atividades Extracurriculares: apoio escolar, plantão de dúvidas, simulados, catequese, palestras, atividades de integração família-escola. Atividades com custo adicional: futsal, dança e saídas extracurriculares.

• Infraestrutura: laboratórios: Informática, Multidisciplinar, Línguas, Radiologia e Enfermagem; 2 quadras; 2 bibliotecas; cantina; Ambulatório; Sala de Dança; Sala de Audiovisual; Sala de Artes; Boletim On-Line; site com informações pedagógicas e administrativas.

• Períodos: Matutino, Vespertino e Noturno

• Mensalidade em 2014: de R$ 698,80 a R$ 1.054,12; Cursos Técnicos: a partir de R$ 324,00

COLÉGIO SÃO CAMILO

• E-mail: [email protected]

• Site: http://www.escolasanti.com.br/

• Endereço: Rua Abílio Soares, 425 – CEP 04005-001 – Paraíso – São Paulo-SP

• Telefone: (11) 3884-0566

• Cursos Oferecidos: Educação Infantil, Ensino Fundamental I e Ensino Fundamental II.

• Atividades Extracurriculares: O SANTIMAIS é o programa de atividades opcionais, culturais e esportivas oferecidas pela Santi aos alunos do T3 ao 9º ano. As atividades são adequadas às faixas etárias e pagas. Parte das atividades acontece na Academia Competition. Santimais Escola: AfterSchool, artes, circo, vivência em inglês, hora do

conto, o� cina de brinquedos, teatro, tênis, futsal, música, percussão, violão, guitarra e robótica. Santimais Academia: natação, balé, capoeira e tae-know-do. Santimais Alimentação: o Santimais oferece a possibilidade de o aluno almoçar na escola, sob os cuidados de uma empresa especializada e supervisão de nutricionista.

• Infraestrutura: biblioteca, auditório, laboratórios de ciências e informática. Ateliê de artes e sala de materiais. Cozinha e copa. Salas de música, de brinquedos e de yoga. Área de recreaçãocom pátios cobertos e áreas externas, Praça da Areia, brinquedão e quadras poliesportivas. Segurança externa. Restaurante e lanchonete. Secretaria e salas de direção e coordenação.

• Períodos: Matutino e Vespertino.

• Mensalidade em 2014: de R$ 1.546,00 a R$ 2.203,00

ESCOLA SANTI

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Page 98: Guia da Boa Escola 2015

PAINEL DE ESCOLAS Informe Publicitário

ZONA SUL

ZONA NORTE

• E-mail: [email protected]

• Site: www.primetimecd.com.br

• Endereço: R. José Gonçalves, 30 – CEP 05727-250 – Morumbi – São Paulo-SP

• Telefone: 11 3739 4621

• Cursos Oferecidos: Berçário e Maternal (3 a 48 meses), com currículo personalizado, baseado no Project Zero da Harvard University, e na Teoria Psicanalítica de Winnicott. Acompanhamento e orientação personalizada aos pais sobre alimentação, sono, desfralde, escolha da escola, etc.

• Atividades Extracurriculares: Jardinagem, culinária, música, artes, teatro.

• Infraestrutura: Área de 1.500 m2, prédio que recebeu vários prêmios internacionais pela segurança e ergonomia para o desenvolvimento

na primeira infância. Playground ergonômico especial (único no Brasil), Casinha com jardim e horta, Water Play com 16 tipos de fontes, Teatro, Bakery, Tanque de areia, Quadra, Salas de atividades, etc. Sistema de aspiração central, que impede que alergênicos retornem ao ambiente; rampas em vez de escadas; janelas na altura do olhar das crianças, água � ltrada em todo o prédio, aquecimento de piso (não resseca a mucosa, mantendo a e� ciência do sistema imunológico); pisos externos macios; lactário com sistema de pressão positiva, câmeras para acesso dos pais; guarita blindada e 4 seguranças.

• Períodos: Manhã, Tarde, Integral e estendido, entre 7:00h e 18:30h

• Mensalidade em 2014: a partir de R$ 3.639,00

PRIMETIME CHILD DEVELOPMENT

• E-mail: [email protected]

• Site: www.santaterezinha.com.br

• Endereço: Av. Eng. Armando de Arruda Pereira, 1.888 – CEP 04308-010 – Jabaquara – São Paulo-SP

• Telefone: (11) 5018-1022

• Cursos Oferecidos: Berçário, Maternal, Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio.

• Atividades Extracurriculares: plantão de dúvidas, simulados; formação humana; Fórum FAAP; robótica; escola de vôlei e futsal; academia (Mont Fitness); natação; hidroginástica; judô; balé; teatro, jogral; idiomas (Cultura Inglesa); aulas de circo; catecismo e culinária.

• Infraestrutura: quadras poliesportivas, piscinas aquecidas,

academia, bibliotecas; teatro, cantinas, refeitórios, centro de informática, laboratórios, lousas digitais, salas ambiente de: estimulação, redação, matemática, inglês, hora do conto, música, multimídia; parques; brinquedotecas, camarim, ateliês, cozinhas experimentais e transporte escolar.

• Períodos: Matutino, Vespertino e Integral.

• Mensalidade em 2015: de R$ 1.128,00 a R$ 2.575,00

COLÉGIO MONTESSORI SANTA TEREZINHA

• E-mail: [email protected]

• Site: www.jardimsaopaulo.com.br

• Endereço: Rua Cataguases, 151 – CEP 02042-020 – Jardim São Paulo – São Paulo - SP

• Telefone: (11) -2821-4000

• Cursos Oferecidos: Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio.

• Atividades Extracurriculares: diversas atividades esportivas, teatro, balé, robótica, violão e coral.

• Infraestrutura: biblioteca, auditório com 371 lugares, quadras poliesportivas, segurança externa, salas de aula com lousa Smart

Board, ambulatório, laboratórios de biologia, ciências, química e informática.

• Períodos: Matutino e Vespertino.

• Mensalidade em 2014: Educação Infantil – R$ 767,00, Ensino Fundamental I – R$ 767,00, Ensino Fundamental II – R$ 978,00 e Ensino Médio – R$ 1.146,00.

COLÉGIO JARDIM SÃO PAULO

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Page 99: Guia da Boa Escola 2015

Informe PublicitárioPAINEL DE ESCOLAS

ZONA OESTE

ZONA NORTE

• E-mail: [email protected]

• Site: www.colegiocil.com.br

• Endereço: Rua Pedro Doll, 240 – Alto de Santana – CEP: 02404-000 – São Paulo-SP

• Telefone: (11) 2950-2211

• Cursos Oferecidos: Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio

• Atividades Extracurriculares: Robótica; equipes de futebol; vôlei; basquete; ginásticas artística e rítmica; coral de alunos e pais; grupo instrumental Or� ; olimpíadas; maratonas de matemática; cursos gratuitos de adaptação de alemão para alunos novos; excursões culturais e de lazer; jogos cooperativos; feiras de educação ambiental

e do livro; Festa das Nações; festivais de Música e Teatro; atividades para integração de pais, alunos e professores.

• Infraestrutura: Com mais de 15 mil metros quadrados, em prédio especialmente construído para a Educação Infantil com brinquedoteca, salas ambientais especiais para crianças; quadra poliesportiva coberta com arquibancadas; laboratórios de Biologia, Física, Química, Artes, Ciências Humanas, Línguas, Informática; sala de música; salão para eventos; an� teatro; biblioteca; ginásio de esportes; praça de alimentação; sala de estudos informatizada; cozinha experimental.

• Período: Matutino e Vespertino

• Mensalidade em 2014: de R$ 1.197,00 a R$ 1.640,00

COLÉGIO IMPERATRIZ LEOPOLDINA

• E-mail: [email protected]

• Site: www.marcelinas.com.br

• Endereço: Rua Cardoso de Almeida, 541 – Perdizes – CEP 05013-000 – São Paulo-SP

• Telefone: (11) 3677-0600

• Cursos Oferecidos: Berçário, Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

• Atividades Extracurriculares: balé, coral, inglês, judô, natação, robótica, xadrez, iniciação esportiva, basquete, futebol, handebol, vôlei, pastoral, preparação para primeira eucaristia e crisma.

• Infraestrutura: berçário completo, parque infantil, biblioteca, capelas, salas de vídeo, salas de aula com equipamentos multimídia, salas de arte e de música, laboratórios de ciências, laboratórios de informática, salas de ballé e de judô, sala de ginástica, ginásio de esportes, quadras poliesportivas, miniquadras, auditório e miniauditório, enfermaria, cantina, refeitório.

• Períodos: Matutino (todos os cursos) e Vespertino (Berçário, Educação Infantil e Ensino Fundamental até o 5º ano). Período Integral opcional até o 7º ano do Ensino Fundamental.

• Parcelas da anuidade de 2014: de R$ 1.200,00 a R$ 2.200,00.

• E-mail: Gerente Administrativo: Roberto Carretti ([email protected]) – Diretora Pedagógica: Suely Corradini ([email protected])

• Site: http://www.vitalbrazilsp.com.br

• Endereço: Av. Nossa Senhora da Assunção, 438 – Butantã – São Paulo-SP

• Telefone: (11) 3712-2218

• Cursos Oferecidos: Educação Infantil / Ensino Fundamental I / Ensino Fundamental II / Ensino Médio

• Períodos: Período da manhã. Educação Infantil: 7h20 às 12h10. Ensino Fundamental I: 7h10 às 12h. Ensino Fundamental II: das 7h15 às 12h05. Ensino Médio: Integral – sendo: 3 vezes por semana: das

7h15 às 17h30. 2 vezes por semana: das 7h15 às 13h. PERÍODO DA TARDE. Educação Infantil: 13h10 às 18h00. Ensino Fundamental I: das 13h às 17h50. Ensino Fundamental II: das 13h05 às 17h55. PERÍODO INTEGRAL. Educação Infantil e Ensino Fundamental I: das 7h10 às 18h.

• Mensalidade em 2014: A anuidade de 2014 é dividida em 13 parcelas iguais.

• EDUCAÇÃO INFANTIL E 1º – ANO – R$ 1.170,00 meio período – R$ 2.340,00 período integral

• ENSINO FUNDA MENTAL I – R$ 1.247,00 meio período – R$ 2.494,00 período integral

• ENSINO FUNDA MENTAL II – R$ 1.325,00 meio período

• ENSINO MÉDIO – R$ 1.478,00

COLÉGIO SANTA MARCELINA

COLÉGIO VITAL BRAZIL

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Page 100: Guia da Boa Escola 2015

PAINEL DE ESCOLAS Informe Publicitário

• E-mail: [email protected]• Site: www.csa.osa.org.br• Endereço: Praça Santo Agostinho,79 – São Paulo-SP• Telefone: (11) 3388-2588/ fax (11) 3388-2578• Cursos Oferecidos: Educação Infantil, Ensino Fundamental 1º ao 9º

ano e Ensino Médio• Atividades Extracurriculares: Acadêmicos: Período Integral

(Educação Infantil ao 5º ano, Orientação de Estudos 6º ao 9º ano.Artísticos: Ballet, Jazz, Street Dance, Coral Infantil, Teatro e Violão.Esportivos: Badminton, escola de esportes, Futsal, Ginástica Rítmica, Handebol, Mat Pilates, Judô, Xadrez e Jiu-Jitsu.Idioma: Inglês.

Religiosos: Catequese para 1ª Eucaristia, Crisma, grupo de jovens.• Infraestrutura:Lousas digitais, salas de aula com ar-condicionado,

laboratórios de Biologia, Física, Química, Línguas e Informática, Playground, Biblioteca, Sala multimídia para palestras, aulas e reuniões, Lanchonete, Ambulatório, Teatro, Cozinha Experimental, Sala de Artes, Música, Judô, Xadrez, Balé e Psicomotricidade, Salão Santa Mônica – espaço multiuso para feiras e exposições, Sala do soninho,Quatro quadras poliesportivas, Restaurante, Sistema de segurança com circuito interno de TV e controle de acesso.

• Períodos: Matutino e Vespertino• Mensalidade em 2014: de R$ 870,85 a R$ 1.338,19

COLÉGIO SANTO AGOSTINHO

• E-mail: [email protected] • Site: www.saoluis.org • Endereço: Rua Haddock Lobo, 400 – CEP 01414-902 – São Paulo-SP.• Telefone: (11) 3138-9600• Cursos Oferecidos: Maternal, Educação Infantil,

Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio.• Atividades Extracurriculares: inglês, teatro, robótica, dança de salão

e balé clássico, recreação esportiva, futsal, escolinha de esportes, basquetebol, handebol, voleibol, natação, hidroginástica, tênis, ginástica olímpica e rítmica desportiva, judô, teclado, violão, � auta doce, guitarra, piano, musicalização infantil e xadrez.

• Infraestrutura: TV São Luís, salas de aula com TVs com acesso à internet, parque de tecnologia, ilha de edição de imagens digitais, laboratórios, biblioteca, museu de história natural, restaurante, cozinha experimental, chácara para aulas de educação ambiental, 9 quadras poliesportivas, ginásio de esportes coberto, teatro, capela, auditórios, salão de festas, salão de eventos e piscinas semi-olímpicas aquecidas.

• Períodos: Matutino, Vespertino, Noturno e Integral.• Mensalidade em 2014: de R$ 1.620,00 (Educação Infantil) a R$

2.390,00 (3ª série Ensino Médio diurno). Os valores do Período Integral e do Período Estendido são de� nidos de acordo com a opção pela sua permanência em 3, 4 ou 5 dias.

COLÉGIO SÃO LUÍS

• Email: colé[email protected] • Site: www.faap.br/colegiosp/colegio.asp• Endereço: Rua Alagoas, 903 – Higienópolis – CEP 01242-902 –

São Paulo-SP• Telefone: Tel (11) 3662-7072 /

(11) 3662-7525 / (11) 3662-7141 • Curso Oferecido: Ensino Médio• Atividades Extracurriculares: fotogra� a, moda, design grá� co,

tecelagem, vídeo, cinema, animação, robótica, teatro, computação, gastronomia, inteligência � nanceira, marketing pessoal, marketing geral, criatividade, empreendedorismo, desenho.

• Infraestrutura: Sala de conferências, auditório de teatro, auditório de cinema, auditório de palestras, Equipamento audiovisual e multimeios (smartboard, data show, DVD, vídeo, notebook e PC), Quadra poliesportiva coberta, quadra poliesportiva descoberta, Laboratório de Artes, Laboratório de Física, Laboratório de Química, Laboratório de Biologia, Laboratório de Informática, Centro de Criatividade e Empreendedorismo, Biblioteca, Sala de Estudos, Museu, Academia de ginástica, Praça de alimentação.

• Período: Integral• Mensalidade em 2014: entre R$ 2.960,00 e R$ 3.700,00

COLÉGIO FAAP SÃO PAULO

• E-mail: [email protected] • Endereços: R. Itambé, 135 – Higienópolis | Av. Mackenzie, 905 –

Tamboré.• Telefone: 2114-8355 | 3555-2139• Cursos Oferecidos: Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino

Fundamental II, Ensino Médio.• Atividades Extracurriculares: O� cinas culturais e de robótica,

natação, judô, ginastica artística, esgrima, futebol, basquete, vôlei, handebol, curso de empreendedorismo e de educação � nanceira.

• Infraestrutura: Ginásio e quadras poliesportivas, piscinas cobertas e aquecidas, campo de futebol, salas multimídia, de ginastica,

expressão corporal e música, ateliê de artes, bibliotecas, playgrounds, horta, cozinha experimental, laboratórios de informática, ciências, física, química, biologia e matemática, auditórios, restaurante e lanchonete, livraria, papelaria, estacionamento, capelania, ambulatório e segurança.

• Períodos: Manhã e tarde• Mensalidade em 2014: de R$ 1.342,00 a R$ 1.825,00

COLÉGIO MACKENZIE

CENTRO

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Page 101: Guia da Boa Escola 2015

Informe PublicitárioPAINEL DE ESCOLAS

• E-mail: [email protected] • Site: www.sidarta.org.br • Endereço: Estrada Fernando Nobre, 1.332 – Granja Viana – CEP:

06705-490 – Cotia-SP• Telefone/Fax: (11) 4612-2711• Cursos oferecidos: Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino

Fundamental II e Ensino Médio.• Atividades extracurriculares: recreação, dança, kung fu, circo,

jogos coletivos, jogos estratégicos, vôlei, handebol, futsal e música. Atividades de suporte pedagógico que visam ao desenvolvimento da aprendizagem dos alunos (estudo supervisionado e plantão de

dúvidas).• Infraestrutura: área total de 40 mil m2. Espaço físico amplo, acolhedor

e diferenciado. Salas de aulas com iluminação natural e lousas inteligentes. Duas midiatecas com 23 mil títulos no acervo em quatro idiomas e mais de 900 títulos em multimídia. Laboratórios de ciências e tecnologia, salas multimídia, ateliê de música e artes, quadras poliesportivas, campo de futebol, refeitório e lanchonete.

• Período: Integral• Mensalidade em 2014: de R$ 2.565,79 a R$ 3.225,97

COLÉGIO SIDARTA

• E-mail: [email protected]• Site: www.colegiopentagono.com• Endereço: Avenida Pentágono, 1000 – Santana do Parnaíba-SP• Telefone: 11 4622-7722• Cursos oferecidos: Educação Infantil, Fundamental e Médio, Ensino Médio

Internacional.• Atividades Extracurriculares: Integral, Escola de Esporte (tênis, judô,

natação, futebol, vôlei etc.). Aulas preparatórias para vestibulares e Enem, Olimpíadas de Matemática, Química e Física, Orientação Pro� ssional, Voluntariado, Coral, Exames de Cambridge, Cursos de imersão no inglês: Learn&Play, Bridges, High School e IFY, com diplomas para universidades dos EUA e Reino Unido.

• Infraestrutura: Bibliotecas para trabalho individual e em grupo. Centro de informática e laboratório móvel com Ipads e Wi-Fi. Laboratórios de ciências, química, física e biologia. Salas para estudo, auditório e salas de aula com lousa eletrônica, projetores e computadores. Quadras poliesportivas, ginásio cobertos com arquibancadas, salas de judô, balé e de ginástica artística. Parques, biblioteca, brinquedoteca e ateliê para a Educação Infantil e salas, lactário e banheiro adaptado para alunos a partir de 1 ano. Refeitório e cantina.

• Período: Educação Infantil – manhã e tarde. Fundamental e Médio – 1º ano – 5 manhãs e 1 tarde; 2º a 9º ano do Ensino Fundamental e Médio – 5 manhãs e 2 tardes. 3ª série do EM – 3 tardes obrigatórias

• Mensalidade em 2014: de R$ 1.200,00 a R$ 2.555,00

COLÉGIO PENTÁGONO

• E-mail: [email protected]• Site: www.objetivo.br• Endereços: Unidades – Cantareira, Ipiranga, Luís Goes, Marquês de

São Vicente, Morumbi, Paulista, Paz, Pinheiros/Faria Lima,Tatuapé, Teodoro, Vergueiro.

• Telefone: 0800 77 00 189• Cursos Oferecidos: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.* • Atividades Extracurriculares: Balé, Coral, Street Dance, Teatro,

Festivais de Artes e Música, Teclado, Escola de Esportes, Tênis, Judô, Xadrez, Natação, Escolas na Natureza (Escola do Mar, em Angra dos Reis-RJ, e Escola da Natureza, em Manaus-AM), Espanhol,

Informática, Olimpíadas de Astronomia e Astronáutica, Biologia, Física, História, Informática, Matemática, Química e Robótica e Orientação Pro� ssional, entre outras atividades.*

• Infraestrutura: Laboratórios de Artes, Informática, Biologia, Física, Matemática, Música, Química, Redação e Robótica, Salas de Aula do Futuro (aulas “virtuais”), bibliotecas, auditórios equipados com multimídia, ginásios de esportes, piscinas, salas de estudo com plantão de dúvidas e sistema de segurança.**Veri� car a disponibilidade em cada unidade.

• Períodos: Matutino, Vespertino, Noturno e Integral.• Valor das mensalidades em 2014: de R$ 1.219,37 a R$ 2.166,78

GRUPO EDUCACIONAL OBJETIVO

• E-mail: [email protected]• Site: www.crb.g12.org • Endereço: Av. Higienópolis, 996 – Higienópolis –São Paulo-SP• Telefone: (11) 3829-2900• Cursos Oferecidos: Maternal, Educação Infantil, Ensino Fundamental

I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio, Período Integral e Período Integral Modular Bilíngue.

• Atividades Extracurriculares gratuitas: futsal, escola de esportes, basquetebol, voleibol, handebol, coral, teatro, xadrez, robótica, o� cina de artes. Atividades Extracurriculares pagas: judô, balé, inglês e francês

• Infraestrutura: espaço de tecnologia com MacBooks/iPads/AppleTV, bibliotecas, auditório, laboratórios de biologia/ciências/física/química, sala de robótica, estúdio de TV, salas de artes visuais e música, quadras poliesportivas, ginásio, ambulatório médico.

• Períodos: Matutino, Vespertino, Período Integral e Período Integral Modular Bilíngue.

• Mensalidade em 2014: de R$ 1.479,00 a R$ 2.401,00

COLÉGIO RIO BRANCO

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• E-mail: [email protected] • Site: www.colegiometodista.g12.br • Endereço: Rua Alfeu Tavares, 112 – Rudge Ramos – SBC-SP • Telefone: 4366-5581• Cursos Oferecidos: Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II,

Ensino Médio e Integral.• Atividades Extracurriculares: Balé, Coral, Judô, Flauta, Futsal,

Ginástica Artística, Robótica, Teatro, Violão, Xadrez. Natação, Dança e Libras (somente para o período Integral).

• Infraestrutura: Atêlie de Artes, An� teatros, Biblioteca, Brinquedoteca, Bosque, Cantina, Complexo Esportivo, Enfermaria,

Horta, Sala de leitura, Laboratórios de Ciências – multidisciplinar (de física, química e biologia), e mídias digitais, Lousa interativa, Parques infantis, Salas multimídia e Sala de Jogos, Salão Nobre, Controle de Acesso, Seguranças 24h, Câmeras internas, uso de uniforme.

• Períodos: Matutino e vespertino.• Mensalidade em 2015: de R$ 642,00 a R$ 1.145,00 (para pagamento

no dia do vencimento)

COLÉGIO METODISTA EM SÃO BERNARDO DO CAMPO

• E-mail: [email protected]• Endereço: Rodovia Visconde de Porto Seguro, 5.701.

CEP:13278-327 – Valinhos-SP• Telefone: (19) 3859-6000• Site: www.portoseguro.org.br• Cursos Oferecidos: Currículos Brasileiro e Bilíngue (alemão/

português), da Educação Infantil ao Ensino Médio. Os alunos do Ensino Médio podem optar pelo curso regular ou Técnico de Gestão em Comércio Exterior e ainda fazer o Abitur, curso preparatório para o ingresso nas universidades europeias e americanas.

• Atividades Extracurriculares: Ginástica Artística e Rítmica, Coral,

Xadrez, Teatro, Natação, Violão, Robótica, Criação Plástica e outros.• Infraestrutura: Para tornar ainda mais interessante e eficiente a

aprendizagem, as crianças da Educação Infantil usufruem de salas de aula que contam com equipamentos multimídia e lousas eletrônicas, brinquedoteca e sala de música. Já os estudantes de todas as idades têm à disposição: setor esportivo completo com campo de futebol, pista de atletismo, arquibancadas, piscinas aquecidas, quadras poliesportivas, salão de ginástica artística e academia, parques específicos por faixa etária, bosque natural, ateliê de artes, laboratórios de biologia, química, física e informática e biblioteca.

• Períodos: Matutino e Vespertino• Mensalidade em 2014: de R$ 1.947,00 a R$ 2.420,00

COLÉGIO VISCONDE DE PORTO SEGURO UNIDADE VALINHOS

• E-mail: [email protected]• Endereço: Alameda Itatuba, S/Nº (Vale do Itamaracá).

CEP: 13278-520 – Valinhos-SP• Telefone: (19) 3859-6121• Site: www.portoseguro.org.br• Cursos Oferecidos: Currículos Brasileiro e Bilíngue (alemão/

português), do Infantil 1 ao Infantil 4. • Infraestrutura: Da proposta pedagógica à arquitetura, instalações

e mobiliário, tudo no Portinho é sob medida para crianças de 1 a 5 anos. Assim, os pequenos ganham independência gradativa de forma segura. As salas de informática possuem equipamentos de

tecnologia touch, tais como tablets, mesa digital e lousa eletrônica. Há também piscina aquecida, fazendinha, horta, salão de educação física, biblioteca, parque, pátio coberto, prainha, ateliê de artes e brinquedoteca.

• Períodos: Matutino e Vespertino• Mensalidade em 2014: R$ 2.438,00

COLÉGIO VISCONDE DE PORTO SEGURO PORTINHO VALINHOS

• E-mail: [email protected] • Site: www.crb.g12.org • Endereço: Rod. Raposo Tavares, 7.200 (km 24), Granja Viana-SP• Telefone: (11) 4613-08579/8580/8496• Cursos Oferecidos: Maternal, Educação Infantil, Ensino

Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio, Período Integral e Período Integral Modular Bilíngue.

• Infraestrutura: espaço de tecnologia com MacBooks/iPads/AppleTV, bibliotecas, auditório, laboratórios de biologia/ciências/física/química, sala de robótica, estúdio de TV, salas de artes visuais e música, quadras poliesportivas, ginásio, ambulatório médico, piscina

semiolímpica aquecida, pista de atletismo, bosque, campo de futebol e húgbi.

• Atividades Extracurriculares gratuitas: natação p/ EI, húgbi, futebol, escola de esportes, ginástica olímpica, basquetebol, voleibol, handebol, coral, teatro, xadrez, robótica, o� cina de artes. Atividades extracurriculares pagas: natação, judô, balé, inglês e francês

• Períodos: Matutino, Vespertino, Período Integral e Período Integral Modular Bilíngue.

• Mensalidade em 2014: de R$ 1.479,00 a R$ 2.401,00

COLÉGIO RIO BRANCO

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