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    Administrao

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    FuNDAMENTOS DAECONOMIA

    Introdo

    O objetivo central deste Guia Acadmico so-bre Fundamentos da Economia apresentaros principais conceitos desta rea de formaclara e objetiva para que o leitor tenha umaviso geral deste assunto e possa compreen-der melhor o mundo em que est inserido.A economia estuda como os indivduostomam decises numa situao de conito

    de interesses. De um lado, os indivduostm desejos innitos, mas por outro, noh nem recursos nanceiros e nem bens eservios disponveis para atender a todos. necessrio fazer escolhas e disso quetrata a economia.O estudo da economia pode ser subdivididoem duas reas principais: a microeconomiae a macroeconomia.A microeconomia tem como objeto de estudoo consumidor e a rma e cujos conceitosprincipais so apresentados nos captulos2, 3 e 4.J a macroeconomia se ocupa de questesque envolvem um pas e seu relacionamentocom outros pases. Seus principais conceitosso apresentados nos captulos 5, 6, 7 e 8

    deste Guia.

    1. Introduo Economia1.1. Origem: o termo economia derivado do grego oikos-nomos, sendo que oiko signica casa e nomos, lei ounorma. Pode ser interpretado como administrao do lar, oude forma mais abrangente, administrao de uma empresa,cidade ou pas.1.2. Denio:economia a cincia social que estuda comoos indivduos ou a sociedade tomam decises de alocao de

    recursos escassos.

    1.3. A economia como cincia: tal como a fsica, a biologiae outras cincias, em economia tambm se aplicam mtodoscientcos de anlise, ou seja, desenvolvem-se teorias e so

    feitos testes para explicar o funcionamento da sociedade.1.3.1. Metodologia empregada: formulam-se teorias, coletam-se dados e comprovam-se as teorias formuladas para refut-lasou aceit-las.1.3.2. Formulao de hipteses:so utilizadas com o objetivode simplicar o mundo real e torn-lo mais fcil de ser apreen-dido nos modelos econmicos.1.3.3. Modelos econmicos: so formulaes tericaselaboradas pelos economistas para explicar o funcionamentodo mundo real.1.4. Principais subdivises da economia:1.4.1. Microeconomia: o estudo de como empresas e fam-lias tomam decises e interagem em mercados especfcos.

    1.4.2. Macroeconomia: o estudo da economia de um pas esua interao com a economia de outros pases.

    2. Sistema econmico

    2.1. Conceito:a forma poltica, social e econmica de organiza-o de uma sociedade. Em outras palavras, representa a formacomo est organizada a produo, distribuio e consumo debens e servios entre as pessoas.2.2. Tipos de sistema econmico:2.2.1. Sistema capitalista ou economia de mercado: regidopor foras de mercado, onde predomina a livre iniciativa e a

    propriedade privada dos fatores de produo.2.2.2. Sistema socialista ou economia centralizada: regido porum rgo central de planejamento, onde predomina a propriedadepblica dos fatores de produo.(leia mais no Guia Acadmico Introduo Sociologia).

    3. Conceitos importantes3.1. Escassez: as pessoas no dispem de todos os bens e serviosque desejam possuir ou usufruir. Esta situao faz com que todostenham que tomar decises de alocao de recursos, desde o indiv-duo, passando pela famlia, a empresa e mesmo o governo.3.2. Escolhas: os indivduos fazem escolhas segundo suas

    preferncias.3.3. Maximizao:os indivduos ao tomarem suas decises procu-ram maximizar seu bem-estar.3.4. Fatores de produo: referem-se aos recursos necessriospara a produo de um bem ou servio, por exemplo: mo-de-obra;

    insumos; capital fsico; capital humano; capacidade empresarial.

    3.4.1. Capital fsico: entendido como mquinas, equipamentos,meios de transporte, infra-estrutura (estradas, portos, ferrovias,etc.).3.4.2. Capital humano: entendido como o conhecimento ou habi-lidade do trabalhador.Os fatores de produo tambm podem ser classicados como: terra,trabalho e capital. Neste caso, o fator de produo terra englobatambm os recursos naturais; enquanto trabalho refere-se mo-de-obra e capital, diz respeito aos recursos nanceiros que podemassumir a forma de recursos prprios ou de terceiros.3.5. Mercado: conjunto formado por vendedores e compradores de um

    bem ou servio. De um lado, temos os compradores que determinama demanda por bem e de outro, temos a oferta estabelecida por umgrupo de vendedores/produtores.3.6. Ceteris paribus:ou coeteris paribus, do latim, signica tudo omais constante. (ver link)

    4. Agentes econmicos4.1. Conceito: so grupos que interagem e realizam transaesnum determinado sistema econmico. Podem ser divididos em trsgrupos principais:4.1.1. Famlias: neste grupo incluem-se tanto indivduos quanto uni-dades familiares e representam os consumidores. Seus rendimentosprovem de salrios, aluguis, juros ou lucros.4.1.2. Firmas: corresponde ao grupo dos produtores, representamas empresas encarregadas de produzir ou comercializar bens ouservios.4.1.3. Governo: refere-se a todas as instituies que representam o

    Estado seja na esfera federal, estadual ou municipal.

    5. Problemas econmicos fundamentais5.1.Quanto produzir;5.2.Como produzir;5.3.Para quem produzir.5.4. Curva de possibilidade de produo (CPP): numa economiah diferentes combinaes possveis de produtos a serem produ-zidos, dados os recursos e tecnologias disponveis. As diferentescombinaes de produtos numa economia podem ser representadasatravs de uma curva de possibilidades de produo que ilustra osproblemas econmicos a serem enfrentados (como e quanto produ-zir), a partir de um quadro de escassez e recursos limitados.

    6. Princpios econmicos6.1. Princpio do custo de oportunidade: consiste no custo deobter algo em detrimento de outra coisa.

    6.2. Princpio marginal:pensar de forma a avaliar que impactossobre uma varivel ocasionado pela mudana incremental emoutra varivel.6.3. Princpio dos retornos decrescentes: se todos osfatores de produo necessrios produo de um bempermanecerem constantes e um dos insumos for aumentado,a produo ser aumentada, mas com retornos decrescen-

    tes, ou seja, a produo crescer, mas a uma taxadecrescente.6.4. Princpio da externalidade:os custos ou benefcios rela-tivos produo ou consumo de um bem no esto restritos pessoa que est produzindo ou consumindo este bem.6.5. Princpio do valor real: o que importa para as pessoas ovalor real de sua renda, ou seja, seu poder de compra.

    Link Acadmico 1

    1. Como funcionam os mercados?Os mercados funcionam segundo leis de oferta e demandaque determinam as quantidades e os preos de cada bemproduzido e ou vendido.

    2. Curva de demanda2.1. Conceito: representa o quanto um consumidor desejaadquirir de um determinado bem, por unidade de tempo.

    2.2. Curva de demanda individual: expressa a relao entrepreo e quantidade de um bem para um certo indivduo.2.3. Curva de demanda de mercado: expressa a relaoentre preos e quantidades de um produto que um conjuntode consumidores esto dispostos a consumir.

    3.A demanda por um bem ou servio depende de umasrie de fatoresPor exemplo: preo do bem; renda do consumidor; preo dos

    bens substitutos; preo dos bens complementares; prefernciasdo consumidor; expectativa do consumidor quanto evoluodos preos dos bens no futuro.3.1. Preo do bem: a quantidade demandada de um bem estrelacionada ao seu preo. Em geral, quanto maior for o preo deum bem, menor tende a ser a quantidade que um consumidordeseja obter deste bem.3.2. Renda do consumidor: na maioria dos casos, um aumentona renda do consumidor tambm leva a um incremento naquantidade demandada de bens. Estes bens so denominadosbens normais. Mas, existem tambm excees, conhecidascomo bens inferiores e bens de consumo saciado.3.2.1. Bens inferiores: so bens cuja demanda varia inversa-mente ao nvel de renda do consumidor. Ou seja, quanto maiora renda, menor o consumo de determinado bem. Por exemplo:margarina e manteiga, tubana.3.2.2. Bens de consumo saciado: so aqueles cuja demanda

    do consumidor no se altera em funo de aumentos adicionaisna renda. Por exemplo: comida.3.3. Preos de bens relacionados: a demanda por um bem podeser afetada por variaes nos preos de outros bens, conhecidoscomo bens complementares ou bens substitutos.3.3.1. Bens complementares:so produtos cujo consumo deum determinado bem est relacionado ao consumo de outrobem. Exemplo: po e manteiga; caneta-tinteiro e tinta.3.3.2. Bens substitutos: so bens cujo consumo de um podesubstituir o de outro. Neste caso, o aumento do preo de umbem provoca o aumento da demanda do outro. Por exemplo:telefone xo e celular.3.4. Preferncias dos consumidores: a demanda por um bemdepende do gosto ou preferncias do consumidor que, por suavez, so inuenciados por inmeros fatores como sexo, idade,costumes, alm de outros aspectos scio-culturais.3.5. Expectativas sobre preos, renda e disponibilidades: as

    expectativas exercem uma forte inuncia sobre as decises doconsumidor. Por exemplo, se existe expectativa de aumento derenda no futuro, o consumidor pode aumentar a demanda porbens e servios; ou se houver expectativa de que bens estaromais caros no futuro, pode haver aumento da demanda destesbens hoje; ou se houver expectativa de restrio de oferta debens no futuro, pode-se aumentar a demanda corrente, com o

    Economia como Cincia

    Curvas de Demanda e Ofertae Estruturas de Mercado

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    objetivo de estocar produtos.

    4. Lei da demandaQuanto maior for o preo de um bem, menor ser sua quanti-dade demandada. Ou inversamente, quanto menor for o preode um bem, maior ser a quantidade demandada.4.1. Excees lei de demanda: so conhecidos como bensde Giffen e bens de Veblen4.1.1. Bens de Giffen: so bens de pequeno valor, mas de elevadaparticipao no oramento das pessoas de baixa renda. Quandoh elevao nos preos destes bens, h tambm aumento emsua demanda.

    4.1.2. Bens de Veblen: so tambm conhecidos como consumode luxo e possuem carter de ostentao. Assim, possvel que ademanda por estes produtos aumente com o aumento dos preos.

    5. Curva de OfertaOs produtores determinam a quantidade que desejam vendera determinados preos.5.1. Curva de oferta individual: representa a relao entrepreo e quantidade de oferta de uma rma.5.2. Curva de oferta de mercado: representa a relao entrepreo e quantidade de oferta de um conjunto de rmas.

    6. A oferta de um produto depende de vrios fatoresPor exemplo: preo do bem; custo dos insumos; tecnologiadisponvel; nmero de concorrentes; expectativa do produtorem relao evoluo dos preos no futuro; impostos ousubsdios denidos pelo governo.

    6.1. Preo do bem: quanto maior o preo de um bem ouservio, maior tende a ser a quantidade ofertada em mercado,bem como quanto menor o preo de um bem ou servio, menortende a ser a quantidade ofertada.6.2. Preo dos fatores de produo: diminuio dos preosdos fatores de produo representa custos menores para aempresa, o que aumenta sua lucratividade e estimula suaproduo, levando ao aumento da quantidade ofertada.6.3. Tecnologia disponvel: avanos tecnolgicos que au-mentem a produtividade podem contribuir para o crescimentoda oferta de bens e servios.6.4. Preo de outros bens: a oferta de bens e servios tambmpode ser afetada por variaes no preo de outros bens.6.4.1. Bens substitutos na produo: o aumento do preo deum bem pode estimular a produo de outro bem. Por exemplo:o aumento do preo do petrleo tem estimulado a produo defontes alternativas de energia como os biocombustveis.

    6.4.2. Bens complementares na produo: a variao no preode um bem pode desencadear alterao na produo de outrobem. Por exemplo: o aumento do preo da carne pode estimularo nmero de abates e aumentar a oferta de couro.6.5. Expectativas: tambm inuenciam as decises do produtor.Por exemplo: se o produtor vislumbra que o preo do milho sermais alto do que a soja no futuro, pode decidir hoje plantar milhoao invs de soja.

    7. Lei de ofertaQuanto maior o preo de um bem, maior ser a quantidadeofertada. Ou inversamente, quanto menor o preo de um bem,menor ser a quantidade ofertada.

    8. Equilbrio nos mercadosOcorre quando a demanda iguala a oferta.

    Link Acadmico 2

    1. Introduo1.1. O conceito de elasticidade expressa uma relao entre duasvariveis. Do ponto de vista microeconmico, est associado

    s relaes entre preo e quantidade demandada (ou ofertada)

    de um bem.

    2. Elasticidade-preo da demandaMede a sensibilidade entre a quantidade demandada de um bem emfuno da variao de seu preo. Em outras palavras, a reao ousensibilidade dos compradores a alteraes no preo.2.1. Denio: variao percentual na quantidade demandadadividida pela variao percentual do preo.2.2. Frmula da elasticidade preo da demanda no ponto:

    Onde:Ed = coeciente de elasticidade-preo da demandaQd = variao na quantidade demandadaQd = quantidade demandadaP = variao no preo

    P = preo2.3. Classicaes da elasticidade-preo da demanda:2.3.1. Demanda elstica:Ed > 1. Signica que uma variao (emtermos percentuais) no preo de um bem provoca uma variao(tambm em termos percentuais) na quantidade demandada, noentanto maior que a variao do preo.Exemplo: suponha que uma reduo de 10% no preo de umbem provoque uma elevao de 20% na quantidade demandada,teremos:

    Produtos cuja demanda elstica so muito sensveis a variaesde preo. Elasticidade-preo da demanda do consumidor peloproduto muito importante nos estudos de formao de preo deum produto.2.3.2. Demanda inelstica: Ed < 1. Signica que uma variao (emtermos percentuais) no preo de um bem provoca uma variao(tambm em termos percentuais) na quantidade demandada, noentanto, menor que a variao do preo.Exemplo: suponha que uma reduo de 10% no preo de umbem provoque uma elevao de 1% na quantidade demandada,teremos:

    Produtos cuja demanda inelstica so muito pouco sensveis avariaes de preo.2.3.3. Demanda unitria: Ed = 1. Signica que uma variao (emtermos percentuais) no preo de um bem provoca uma variao

    (tambm em termos percentuais) na quantidade demandada deigual magnitude.Exemplo: suponha que uma reduo de 10% no preo de umbem provoque uma elevao de 10% na quantidade demandada,teremos:

    Produtos cuja demanda tem elasticidade unitria so sensveis avariaes de preo.2.4. Fatores que inuenciam a elasticidade-preo da deman -da:2.4.1. Possibilidade de substituio: quanto maior o nmero de benssubstitutos de um produto, mais elstica deve ser a sua demanda.Quanto menor for o nmero de bens substitutos de um produto, maisinelstica deve ser a sua demanda.2.4.2. Grau de essencialidade: bens essenciais tendem a teruma demanda inelstica, enquanto bens supruos ou facilmente

    substituveis tendem a ter uma demanda elstica.2.4.3. Importncia relativa do bem no oramento do con-sumidor: quanto menor for o peso de um bem no oramentodo consumidor, mais inelstica tende a ser a sua demanda;assim como quanto maior for o peso de um bem no oramentodo consumidor, mais elstica tende a ser a sua demanda.2.4.4. Tempo: a elasticidade de um bem tambm varia, de-pendendo do horizonte de tempo empregado. No curto prazo,as chances de encontrar bens substitutos so menores queno longo prazo e isto afeta as relaes de elasticidade dademanda.

    3. Elasticidade-renda da demandaMede a sensibilidade entre a quantidade demandada de um bemem funo da variao da renda.3.1. Denio: variao percentual na quantidade demandada divididapela variao percentual na renda do consumidor.

    3.2. Frmula da elasticidade-renda demanda:

    Onde:Er = coeciente de elasticidade-renda da demandaQd = variao na quantidade demandadaQd = quantidade demandadaR = variao na rendaR = renda

    3.3. Classicaes da elasticidade-renda da demanda :3.3.1. Bem Normal: Er > 0 ou elasticidade-renda positiva. Signicaque uma variao positiva na renda leva a um aumento na quantidadedemandada de um bem.a)Er > 0, mas < que 1, signica que a elasticidade-renda positiva,porm baixa, ou seja, a demanda inelstica em relao a renda.

    Fazem parte desta categoria os bens de necessidades.Exemplo: um aumento de 10% na renda provoca um aumento de1% na quantidade demandada.

    b) Er = 1, signica que a demanda por este bem tem elasticidade-renda unitria.

    Exemplo: um aumento de 5% na renda provoca um aumentode 5% na quantidade demandada.

    c)Er > 1, signica que a elasticidade-renda deste bem elevada, ou seja, a demanda elstica em relao renda.Fazem parte desta categoria os bens superiores como

    artigos de luxo.

    Exemplo: um aumento de 10% na renda provoca um aumentode 30% na quantidade demandada.

    3.3.2. Bens inferiores: Er < 0 ou elasticidade-renda negativa.Signica que uma variao positiva na renda leva a uma dimi-nuio na quantidade demandada deste tipo de bem.3.3.3. Er = 0 ou elasticidade-renda nula. Signica que ademanda perfeitamente inelstica renda, ou seja, aumentosadicionais na renda no produzem efeito sobre a quantidadedemandada.

    4. Elasticidade-preo cruzada da demandaA quantidade demandada de um bem tambm afetada pelo preode outro bem que seja relacionado (substituto ou complementar).A elasticidade-preo cruzada da demanda mede a sensibilidadeda variao de preos de um bem sobre a demanda de outramercadoria ou servio.4.1. Denio: variao percentual na quantidade demandada

    de um bem dividido pela variao percentual no preo deoutro bem.4.2. Frmula da elasticidade-preo cruzada da demanda:

    Onde:Exy = coeciente de elasticidade-preo cruzada da demandaQx = variao na quantidade demandada do bem xQx = quantidade demandada de xPy = variao no preo do bem yPy = preo do bem y4.3. Classicaes da elasticidade-preo cruzada da

    demanda:4.3.1. Bens substitutos: quando Exy > 0. Um aumentono preo do bem y provoca um aumento na quantidadedemandada do bem x.

    4.3.2. Bens complementares: quando Exy < 0. Um aumentono preo do bem y provoca diminuio na quantidade deman-dada do bem x.4.3.3. Bens independentes: quando Exy = 0. Um aumentono preo do bem y no provoca alteraes na quantidadedemandada do bem x.

    5. Elasticidade da ofertaMede a sensibilidade da quantidade ofertada em funo devariaes no preo.5.1. Denio: variao percentual na quantidade ofertadadividida pela variao percentual no preo.5.2. Frmula da elasticidade-preo da oferta:

    Onde:

    Eo = coeciente de elasticidade-preo da ofertaQo = variao na quantidade ofertadaQo = quantidade ofertadaP = variao no preoP = preo

    5.3. Classicaes da elasticidade-preo da oferta:

    5.3.1. Oferta elstica:Eo > 1. Signica que uma variao (emtermos percentuais) no preo de um bem provoca uma variao(tambm em termos percentuais) na quantidade ofertada, noentanto maior que a variao do preo.5.3.2. Oferta inelstica: Eo < 1. Signica que uma variao (emtermos percentuais) no preo de um bem provoca uma variao(tambm em termos percentuais) na quantidade ofertada, noentanto menor que a variao do preo.5.3.3. Oferta com elasticidade unitria: Eo = 1. Significaque uma variao (em termos percentuais) no preo de um

    bem provoca uma variao (tambm em termos percentuais)na quantidade ofertada de igual magnitude.Link Acadmico 3

    Elasticidades

    QdPx

    PQd

    PPx

    QdQd

    P

    PQd

    Qd

    PQdEd ====

    %%

    Qd

    Rx

    R

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    R

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    Qd

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    Qd

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    QdEr

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    QdEr

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    Qo

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    Comportamento deConsumidores e Produtores

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    R

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    1. Introduo ao comportamento do consumidorUm indivduo ou unidade familiar tem alguma noo de sua rendamonetria para determinado perodo de tempo e tambm temalguma noo sobre como deseja gastar esta renda, ou seja, o quedeseja consumir. O indivduo ou unidade familiar se esforar paramaximizar seu bem-estar, dada sua renda limitada.1.1. Preferncia do consumidor: o consumidor, seja ele umindivduo ou unidade familiar, obtm um determinado nvel desatisfao ou utilidade com o consumo de determinado bem porunidade de tempo. Para dado nvel de renda monetria, o consumi-dor dever comparar cestas diferentes de bens e avaliar seu nvelde satisfao, para orden-las e atingir seu objetivo de maximizar

    seu bem-estar para dado oramento disponvel.1.2. Princpio da maximizao: esta uma das principaishipteses da teoria do consumidor que estabelece que oconsumidor procurar alocar sua renda monetria em bens eservios que maximizem seu bem-estar, sua satisfao.Se a renda monetria no fosse limitada, os consumidores noteriam que tomar decises ou fazer escolha, pois estas teriampossibilidades innitas.

    2. Introduo ao comportamento do produtorO produtor ou a rma produtora procura maximizar seusganhos, em funo do capital disponvel e das alternativasde produo ao seu alcance. Assim, os empresrios tomamdecises de produo (quanto e como produzir; quanto e comovender) com o objetivo de maximizar a renda auferida, ou seja,maximizar seus lucros.2.1. Funo de produo:mostra a relao entre a quan-

    tidade mxima produto, por unidade de tempo, dada umadeterminada quantidade de fatores de produo e o processode produo escolhido.2.2. Fatores de produo: podem ser classicados como:2.2.1. Fatores de produo xos: so aqueles que no podemser alterados rapidamente. Por exemplo: instalaes de umafbrica, prdio sede de uma empresa, etc.2.2.2. Fatores de produo variveis: so aqueles fatorescuja quantidade pode variar mais facilmente para atende r umamaior ou menor produo. Exemplo: matrias-primas, energiaeltrica, combustveis, entre outros.2.3 Perodos de tempo relevantes para a rma: podem serdivididos em:2.3.1. Curto prazo: refere-se ao perodo de tempo em queao menos um dos fatores de produo xo. Neste perodode tempo, a expanso da produo feita apenas com autilizao mais intensa dos fatores de produo variveis. Por

    exemplo: utiliza-se mais horas trabalhadas na produo deuma quantidade maior de produto.2.3.2. Longo prazo: refere-se ao perodo de tempo em que todosos fatores de produo so variveis. Neste perodo de tempo, o au-mento da produo pode ser feito com uma expanso da fbrica oucom a construo de mais uma unidade produtiva, por exemplo.2.4. Produo no curto prazo:2.4.1. Curva de produo totalde um determinado bem:expressa a relao entre variaes na produo, em funode alteraes nos fatores de produo variveis. A partir domomento em que acrescentamos unidades adicionais de umfator de produo varivel a um determinado montante defatores de produo xos, a produo total de um bem aumenta.Mas, h um momento em que a produo total atinge um valormximo e comea a decrescer.2.4.2. Produtividade mdia de um fator de produovarivel: resulta da diviso da produo total de um bem pela

    quantidade do fator de produo varivel utilizado.2.4.3. Produtividade marginal de um fator de produovarivel: resultado da variao da produo total em funoda variao de uma unidade no fator de produo varivel.2.4.4. Lei dos rendimentos decrescentes: a partir de deter-minado ponto, aumentando-se a quantidade de um fator deproduo, mantendo-se a quantidade dos demais fatores xa, aproduo total aumenta, mas a taxas cada vez menores.

    3. Custos envolvidos na produoPara atingir o objetivo de maximizao dos lucros, os produto-res tambm precisam car atentos aos custos envolvidos naproduo e procurar minimiz-los.3.1. Custos de produo no curto prazo:3.1.1. Custos xos: dizem respeito aos custos relacionados aosfatores de produo xos, correspondem aos custos que a empresair incorrer quer decida produzir ou no. Ou seja, so custos que a

    empresa arcar independentemente do nvel da produo.3.1.2. Custos variveis: correspondem aos custos dos fatoresde produo variveis. Estes custos dependem do volume deproduo da empresa.3.1.3. Custo total: corresponde a soma dos custos xos evariveis de uma empresa.

    4. Estruturas de mercado4.1. Concorrncia perfeita:existem muitos produtores e consumidoresnum determinado tipo de mercado de tal forma que ningum agindoindividualmente consegue alterar o preo do produto. Alm disso, os bensproduzidos neste mercado so homogneos.4.2. Concorrncia monopolstica: existem muitos produtoresneste mercado, mas ocorre diferenciao de produtos, emboraos produtos sejam substitutos prximos. Trata-se de uma es-trutura de mercado intermediria entre concorrncia perfeita eo monoplio.4.3. Monoplio:situao em que existe uma nica empresa quevende um produto sem substituto prximo.

    4.4 Oligoplio: estrutura de mercado em que existem poucosprodutores que vendem produtos diferenciados ou no. Neste caso,

    o pequeno grupo de produtores controla a oferta.

    Link Acadmico 4

    1. IntroduoA macroeconomia o ramo da economia que se preocupa com asquestes que afetam governos ou pases. Trata de questes comocrescimento econmico, desenvolvimento econmico, distribuio derenda, estabilidade de preos, nvel de emprego, comrcio internacio-nal, entre outras questes.O estudo da macroeconomia nos proporciona maior entendimento sobrecomo a economia de um pas funciona; serve tambm para compreenderos debates de poltica econmica e auxilia a tomada de decises de neg-

    cios, na medida em que melhora a compreenso do cenrio econmicoatual e suas perspectivas futuras.

    2. Conceitos importantes2.1. Produto Interno Bruto PIB : representa toda a riquezaproduzida por um pas num certo perodo de tempo. Apesar deser um conceito abrangente, algumas atividades no entram emseu clculo, por exemplo: atividades econmicas no-declaradas;produo de bens e servios sem valor de mercado; exausto derecursos naturais no-renovveis.O PIB pode ser calculado de trs maneiras:2.1.1. Pela tica do produto: valor da produo menos o valor doconsumo intermedirio.2.1.2. Pela tica da renda: soma das remuneraes dos fatoresde produo.2.1.3. Pela tica da despesa ou gasto: soma dos gastos naisna economia em bens e servios. As despesas nais em bens e

    servios podem ser divididas em: gastos das famlias com consumo;gastos das empresas com investimentos; gastos do governo embens e servios; exportaes de bens e servios e importaesde bens e servios.De forma sinttica, podemos representar o PIB da seguinte forma:PIB = C + I + G + (X M)Onde:C representa os gastos das famlias com consumo;I representa os gastos das empresas com a ampliao da capaci-dade produtiva;G representa os gastos do governo;X representa as exportaes de bens e servios;M representa as importaes de bens e servios.2.1.4. PIB per capita: representa a renda mdia em um pas. obtidodividindo-se o PIB do ano de referncia pela populao residenteno pas. Tambm considerada uma medida que avalia o nvel dopadro de vida e do desenvolvimento econmico de um pas.

    2.2. Inao: denominamos inao ao aumento generalizado econtnuo do nvel geral de preos. Quando ocorre queda generalizadado nvel geral de preos denominamos deao.H inmeros ndices de inao no Brasil que procuram captar asvariaes de preos, dentre eles, podemos destacar:2.2.1. ndice Geral de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA): calcu-lado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geograa e Estatstica(IBGE), utilizado como referncia pelo Banco Central do Brasil parao regime de metas de inao.O IPCA capta as variaes de preos ocorridas em nove regiesmetropolitanas do Brasil: Belm, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza,Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e So Paulo - almde Braslia e o municpio de Goinia.O IPCA representa o padro de consumo de uma famlia que ganhaentre 1 e 40 salrios-mnimos.2.2.2. ndice Geral de Preos (IGP-M, IGP-DI e IGP-10): calculadosmensalmente pela Fundao Getlio Vargas (FGV). Este ndice

    composto por outros trs ndices: ndice de Preos no Atacado(IPA), que possui peso de 60% no ndice total; ndice de Preos aoConsumidor (IPC), que possui peso de 30% no ndice total e ndiceNacional da Construo Civil (INCC), que possui peso de 10%.Os ndices gerais de preos seguem a mesma metodologia ediferem apenas quanto ao perodo de coleta e a data de divulgaodo ndice:

    a)IGP-M divulgado no penltimo dia til de cada ms e apuraa variao de preos ocorrida entre o 21 dia do ms anteriore o 20 dia do ms de referncia.b)IGP-DI divulgado em torno do dia 10 do ms seguinte aode referncia e apura a variao de preos ocorrida entre o 1e o 30 dia do ms de referncia.c) IGP-10 divulgado em torno do dia 20 do ms de re fernciae apura a variao de preos ocorrida entre o 11 dia do msanterior e 10 do ms de referncia.2.2.3. A inao pode ser classicada como sendo:a) Inao de demanda: ocorre quando a demanda agregadacresce a uma velocidade superior que a capacidade de oferta

    da economia, provocando aumento de preos.b) Inao de custos: ocorre quando os custos das empresasse elevam e so transferidos atravs da cadeia produtiva,produzindo elevao geral de preos. Exemplo: quando ocorreaumento dos preos de energia.c) Inao inercial: quando o aumento de preos num perodo transferido a outro.2.3. Desemprego: a relao entre o nmero de desem-pregados e a fora de trabalho. O desemprego pode serclassicado como:2.3.1. Friccional: trata-se do desemprego que surge numasituao em que os trabalhadores esto procura de empregosque melhor se adaptem a suas habilidades e aspiraes. Consi-derado para perodos relativamente curtos de desemprego.2.3.2. Estrutural: quando a oferta de trabalho insucientepara atender toda a procura por trabalho.2.3.3. Conjuntural: tambm conhecido como desemprego

    cclico, causado por utuaes da economia.2.3.4. Metodologias de clculo: a taxa de desemprego noBrasil divulgada por duas instituies: pelo IBGE e pelaFundao SEADE (Sistema Estadual de Anlise de Dados) doGoverno do Estado de So Paulo em conjunto com o DIEESE(Departamento Intersindical de Estatsticas e Estudos Scio-Econmicos). Mas, os nmeros no so os mesmos em funoda metodologia empregada em cada pesquisa.a) SEADE/DIEESE: a Pesquisa de Emprego e Desempregoda Fundao SEADE/DIEESE divide o desemprego nascategorias aberto, oculto por trabalho precrio e oculto pordesalento. A taxa de desemprego calculada apenas para aregio de So Paulo.a1) Desemprego aberto: considera as pessoas que procura-ram emprego efetivamente nos 30 dias anteriores entrevista,mas no exerceram nenhum trabalho nos ltimos sete dias;a2) Desemprego oculto pelo trabalho precrio: considera

    as pessoas que realizaram trabalhos precrios, por exemplo,exerceram algum trabalho, que pode ser remunerado, paramanter-se ocupadas ou que realizaram trabalho no-remune-rado em negcios de parentes e procuraram emprego nos 30dias anteriores entrevista ou que mesmo no tendo procuradotrabalho neste perodo, procuraram emprego no perodo de 12meses atrs, mas sem sucesso.a3) desemprego oculto pelo desalento: considera as pessoasque no tm trabalho nem procuraram emprego nos ltimos30 dias anteriores entrevista, mas o haviam feito no perodode 12 meses atrs.b) IBGE: a Pesquisa mensal de Emprego e Salrio do IBGEconsidera como desempregado apenas aquela pessoa queprocurou emprego nos ltimos 30 dias, utiliza o critrio dedesemprego aberto. Se o desempregado desistiu de procuraremprego, esta pessoa est excluda do mercado de trabalho eda estatstica de desemprego. A taxa de desemprego calcula

    em seis regies metropolitanas: So Paulo, Rio de Janeiro, BeloHorizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre.2.4. Balano de pagamentos: o conjunto de contas queresume as transaes de um pas com o resto do mundo.2.5. Taxa de cmbio: o preo da moeda estrangeira emtermos da moeda nacional.2.6. Taxa de juros: o preo pago por abrir mo da liquidezpresente.2.7. Dvida pblica: trata-se de uma forma de nanciar ogasto pblico.

    3. Estrutura da anlise macroeconmicaPara facilitar o estudo da macroeconomia, os mercadosso divididos em: mercado de bens e servios, mercado detrabalho, mercado monetrio, mercado de ttulos e mercado dedivisas. Os dois primeiros fazem parte do que cou denominadocomo lado real da economia e os trs ltimos como o lado

    monetrio da economia.3.1. Mercado de bens e servios: participam deste mercadoos consumidores, empresas, governo e setor externo.A condio de equilbrio deste mercado dada por: ofertaagregada de bens e servios = demanda agregada de bense servios.Atravs da interao entre os diversos agentes neste mercado,

    Elementos deMacroeconomia

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    determina-se:3.1.1. Nvel de renda ou produto;3.1.2.Nvel de preos;3.1.3.Consumo agregado;3.1.4.Poupana agregada;3.1.5.Investimentos agregados;3.1.6.Exportaes;3.1.7.Importaes.3.2. Mercado de trabalho: analisa-se este mercado de formaagregada e sem fazer distino de qualicao, escolaridade,sexo, etc.A demanda por mo-de-obra depende de do is fatores bsicos:

    taxa de salrio real (que representa o custo efetivo da mo-de-obra para a empresa) e o nvel de produo desejadopela empresa.Por sua vez, a oferta de mo-de-obra tambm depende do salrioreal e da evoluo da populao economicamente ativa.A condio de equilbrio deste mercado dada por: oferta demo-de-obra = demanda de mo-de-obra.As variveis determinadas neste mercado so:3.2.1.Nvel de emprego;3.2.2.Taxa de salrios monetrios.3.3. Mercado monetrio: os agentes econmicos queinteragem neste mercado so aqueles que de um lado, sodetentores de moeda e de outro, aqueles que desejam t-la,em funo da necessidade de liquidez.A condio de equilbrio neste mercado dada por: oferta demoeda = demanda por moeda.As variveis que so determinadas neste mercado so:

    3.3.1.Taxa de juros;3.3.2.Estoque de moeda.3.4. Mercado de ttulos:neste mercado interagem os agentesque econmicos superavitrios com aqueles decitrios. Osagentes econmicos superavitrios so aqueles que possuemum nvel de gastos inferior renda e podem efetuar emprsti-mos para os agentes decitrios.A condio de equilbrio dada por: oferta de ttulos = demandade ttulos.A varivel determinada neste mercado o preo dos ttulos.No entanto, a taxa de juros tambm sofre inuncia do queocorre neste mercado.3.5. Mercado de divisas: tambm conhecido como mercadode moeda estrangeira. A oferta de divisas depende dasexportaes e dos ingressos capitais estrangeiros; enquantoa demanda de divisas depende das importaes e do volumede sada de capital nanceiro.

    A condio de equilbrio neste mercado dada por: oferta dedivisas = demanda de divisas.A varivel determinada neste mercado a taxa de cmbio.

    4. Determinao da rendaOcorre no mercado de bens e servios pela interao entreoferta agregada e demanda agregada.4.1. Oferta agregada (OA): corresponde ao valor total da produ-o numa economia colocada disposio das pessoas por umdeterminado perodo de tempo. As empresas podem reagir a umaumento da demanda, atravs de trs situaes: aumentandoa produo, sem aumento de preos; aumentando a produoe os preos ou apenas elevando os preos.4.2. Demanda agregada (DA): composta pela demandapor bens de consumo pelas famlias (C); pela demanda porinvestimentos das empresas (I); pela demanda do governo porbens e servios (G) e pela demanda lquida do exterior (X M) X:

    exportaes; M: Importaes. Se considerarmos uma economiafechada, ou seja, sem comrcio exterior, a funo da demandaagregada dada por:DA = C + I + G + (X-M)Essa frmula tambm considerada como PIB pela ticado dispndio.4.2.1. Funo consumo: a demanda total de consumo de umafamlia depende, principalmente, do seu nvel de renda e podeser descrito da seguinte forma:C = f(Y), onde a renda (Y) a varivel independente e oconsumo (C), a varivel dependente.Parte da renda das famlias ser gasta com itens indispensveis sobrevivncia. No entanto, outra parte est diretamenterelacionada renda disponvel. Assim, aumentos adicionais narenda devero ser acompanhados por elevao do consumodas famlias, ainda que no na mesma proporo. Destaforma, a funo consumo das famlias pode ser desdobrada

    na seguinte frmula:C = C0 + bY, onde C0 representa o nvel mnimo de consumo eb representa a propenso marginal a consumir.a) Propenso marginal a consumirrepresenta a relao entre avariao no consumo em funo de uma variao na renda.4.2.2. Investimentos: a demanda por investimentos dependede dois fatores principais:

    a) Expectativas dos empresrios: se as expectativas em relaoao futuro da economia so promissoras, os produtores podem tomardecises de investimento, de ampliao da capacidade produtiva.b) Taxa de juros: esta varivel dene tanto o custo do capital parao empresrio quanto representa um custo de oportunidade do pontode vista do empresrio para decidir investir ou no.4.2.3. Governo: este agente econmico pode afetar a demandaagregada ao decidir aumentar ou diminuir sua demanda por bensou servios ou atravs de alteraes na tributao.Um aumento de tributao diminuiu a renda disponvel das famliase empresas e tem efeito contracionista sobre a demanda agregada.Por outro lado, uma diminuio na tributao eleva a renda disponvel

    e tem efeito expansionista sobre a demanda agregada.O governo obtm receita atravs do recolhimento de impostos. Noentanto, se suas receitas no so sucientes para fazer frente a seusgastos, pode optar por nanciar seu dcit de duas maneiras:a) atravs da emisso de moeda;b) atravs da venda de ttulos da dvida pblica no mercadonanceiro.

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    1. Moeda utilizada para intermediar as transaes realizadas no mercadode bens e servios. As moedas podem ser de trs tipos: moedasmetlicas; papel-moeda e moeda escritural ou bancria que repre-sentada pelos depsitos vista nos bancos comerciais.

    1.1. Funes da moeda:1.1.1. Meio de troca: a funo bsica da moeda, servir como in-termediria de trocas. Muitas mercadorias j exerceram esta funo,desde a poca do escambo. O fato da moeda possuir aceitao geralproporcionou grande acelerao da realizao dos negcios, alm dediminuir os custos de transao.1.1.2. Medida de valor ou unidade de conta: a moeda serve comoreferncia de valor para vrios tipos de bens e servios.1.1.3. Reserva de valor: a moeda tambm utilizada como meiopara preservar riqueza ou o poder de compra. A moeda uma merca-doria que pode comprar qualquer outra e possui liquidez imediata.A partir do momento em que no conamos mais numa moeda, eladeixa de exercer a funo de reserva de valor. Isto pode acontecer emeconomias que passam por perodos de hiperinao e cujo poder decompra corrodo rapidamente. Nestas situaes, costuma ocorrertambm fuga para outra moeda.1.2. Agregados monetrios: a moeda em circulao na economia

    pode assumir vrias formas e segundo o grau de liquidez podemser classicados em:1.2.1. Base monetria: a soma do papel-moeda em poder do pblicoe o total de reservas dos bancos comerciais, tambm corresponde aototal de moeda emitida pelo Banco Central.1.2.2. M1: inclui o papel moeda em poder do pblico e osdepsitos vista.1.2.3. M2: inclui M1, os depsitos para investimentos, depsitosde poupana e os ttulos privados.1.2.4. M3: inclui M2, as quotas de fundos de renda xa e operaescompromissadas com ttulos federais.1.2.5. M4: inclui M3, os ttulos federais, ttulos estaduais e municipais.1.3. Demanda por moeda: a moeda pode ser demandada pormotivos diferentes, por exemplo:1.3.1. Demanda por moeda por motivo transacional: a moedapode ser demandada para ser utilizada como meio de pagamentoem uma transao.

    1.3.2. Demanda por moeda por precauo: a moeda pode ser de-mandada por precauo, ou seja, como preveno para qualquer tipo deeventualidade no prevista que possa vir a ocorrer.1.3.3. Demanda por moeda para especulao: a moeda pode serdemandada para ns especulativos, em funo da expectativa quanto evoluo da taxa de juros, por exemplo.1.4. Oferta monetria: a autoridade monetria pode interferir naoferta de moeda atravs dos seguintes instrumentos:1.4.1. Controle direto da quantidade de moeda em circulao : aautoridade monetria controla a emisso de moeda na economia. Aemisso monetria pode ser feita para: nanciar dcits orament-rios do governo; conceder emprstimos de liquidez para instituiesbancrias ou realizar operaes de compra ou venda de divisas.1.4.2. Operaes no mercado aberto: o Banco Central realizadiariamente operaes de compra e venda de ttulos pblicos, com oobjetivo de regular a liquidez entre as instituies nanceiras. Se hexcesso de liquidez no mercado bancrio, o Banco Central realiza

    operaes de venda de ttulos pblicos; se h escassez de liquidez,o Banco Central realiza operaes de compra de ttulos pblicos eequilibra o mercado.1.4.3. Depsitos compulsrios: o Banco Central pode alterar aquantidade de moeda em circulao na economia ao denir altera -es nas exigncias obrigatrias de encaixe dos bancos. Ao alteraros depsitos compulsrios, o Banco Central atua diretamente sobre

    os recursos emprestveis dos bancos. Assim, um aumentodas exigncias obrigatrias dos bancos, diminui o montantede recursos emprestveis dos bancos e h menor oferta demoeda na economia.1.4.4. Redesconto: uma linha de emprstimo dos bancoscomerciais junto ao Banco Central para casos de problemasde liquidez.1.4.5. Controle seletivo de crdito: as autoridades monetriaspodem estabelecer condies especcas, por exemplo: emtermos de teto para a taxa de juros e outras condies paradeterminados tipos de emprstimos.2. Sistema Financeiro Nacional

    composto por um conjunto de instituies nanceiras, porrgos normativos e por rgos scalizadores.2.1. Segmentos do Sistema Financeiro:2.1.1. Mercado monetrio: neste mercado so realizadas ope-raes nanceiras de curtssimo e curto prazo. As operaesde mercado aberto que envolve a autoridade monetria e asinstituies bancrias para ajustes de liquidez do sistema nan-ceiro tambm so realizadas neste mercado. Tambm podemosincluir neste mercado as operaes interbancrias.2.1.2. Mercado de crdito: neste mercado so realizadas asoperaes de emprstimos, tanto para pessoa fsica quantopara pessoa jurdica. As modalidades de emprstimos maisutilizadas no caso de pessoa fsica so: cheque especial,emprstimo pessoal, emprstimo consignado em folha depagamento e nanciamento de veculos. No caso de pessoajurdica, as modalidades de destaque so para nanciamentodo capital de giro, conta-garantida e os nanciamentos em

    moeda estrangeira (export notes, adiantamento de contratosde cmbio e repasses externos).2.1.3. Mercado de capitais: correspondem s operaes deemisso ou negociao de aes ou outros ttulos mobiliriosde empresas. Tambm uma forma alternativa de nanciaruma empresa.2.1.4. Mercado de cmbio: neste mercado so realizadasoperaes de compra e venda de moeda estrangeira.2.1.5. Mercado de seguros, capitalizao e previdncia pri-vada:neste mercado so realizadas operaes de seguro tantopara pessoa fsica quanto jurdica; operaes de capitalizaoou previdncia privada que tem por objetivo proporcionar aoinvestidor uma alternativa de poupana de longo prazo.2.1.6. Mercados de derivativos:neste mercado realizam-seoperaes de compra e venda de contratos futu ros, de opese trocas de indexadores (operaes de swap).2.2. Composio do Sistema Financeiro:

    2.2.1. Conselho Monetrio Nacional (CMN): formado peloMinistro da Fazenda, que preside o conselho; pelo Ministrodo Planejamento, Oramento e Gesto e pelo Presidente oBanco Central do Brasil.O CMN a instituio superior do Sistema Financeiro e temcomo funo formular a poltica monetria e de crdito, como objetivo de promover o desenvolvimento econmico esocial do pas.2.2.2. Banco Central do Brasil (BACEN): exerce funo nor-mativa e reguladora. o principal rgo executor das normasdenidas pelo CMN e da poltica monetria do governo. Temcomo misso garantir a estabilidade da economia, alm de zelarpela liquidez do sistema nanceiro; administrar as reservasinternacionais e scalizar as instituies bancrias a m degarantir o adequado funcionamento do sistema bancrio.2.2.3. Comisso de Valores Mobilirios (CVM): o principalrgo normativo, regulador e scalizador do mercado de capi-

    tais brasileiro. Tem como nalidade garantir o funcionamentoadequado dos mercados de bolsa e balco; coibir fraudes oumanipulaes de mercado; garantir o acesso pblico adequadoa informaes que afetam os valores mobilirios negociadosem mercado, entre outras funes.2.2.4. Banco Nacional de Desenvolvimento Econmicoe Social (BNDES): um rgo vinculado ao Ministrio doDesenvolvimento, Indstria e Comrcio (MDIC) e tem comonalidade nanciar investimentos de longo prazo. a principalinstituio de fomento do pas.2.2.5. Instituies captadoras de depsitos vista: podemser bancos mltiplos, bancos comerciais, caixa econmica oucooperativas de crdito. Trata-se de instituies autorizadasa captar recursos nanceiros atravs de depsitos vista(conta-corrente).2.2.6. Bancos de investimento: so bancos autorizadosapenas a captarem recursos atravs de depsitos a prazo, ou

    seja, atravs da emisso de Certicado de Depsito Bancrio(CDB) ou Recibo de Depsitos Bancrio (RDB). So instituiesque atuam, principalmente, realizando operaes nanceiraspara empresas e nos mercados de capitais.2.2.7. Sociedades corretoras de ttulos e valores mobilirios:so instituies autorizadas a operar em bolsas de valores oubolsas de mercadorias e futuros; subscrever emisses de ttulos e

    Lado Monetrio e o SistemaFinanceiro Nacional

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    valores mobilirios; intermediar operaes com moeda estrangeira,entre outras funes.2.2.8. Bolsas de Valores: tem a funo de organizar e manterem funcionamento adequado a negociao de ttulos e valoresmobilirios.2.2.9. Bolsas de mercadorias e futuros: tem a funo deorganizar e operacionalizar a negociao de instrumentosnanceiros derivativos.

    3. Operaes de emprstimos, taxas de juros e spreadbancrio3.1. Emprstimos: as operaes de crdito podem ser sub-

    dividas em operaes de crdito com recursos direcionadose livres; ou segundo o tipo de tomador, se pessoa fsica oupessoa jurdica; ou segundo a nalidade, por exemplo: crditopara indstria, para comrcio, para habitao, entre outrasdestinaes.3.1.1. Operaes de crdito com recursos direcionados :referem-se aos emprstimos cujas taxas so denidas pelogoverno ou cujos recursos dos emprstimos foram obtidos atra-vs de normas denidas pelo governo. Exemplo: crdito rural,crdito habitacional e operaes de emprstimo do BNDES.3.1.2. Operaes de crdito com recursos livres: referem-se aos emprstimos cujas taxas de juros foram livrementepactuadas entre instituies nanceiras e muturios.3.2. Taxas de juros dos emprstimos: as operaes decrdito podem ser contratadas com taxas prexadas, utuantesou ps-xadas.3.2.1. Taxas prexadas: referem-se s operaes de emprs-

    timos cuja correo do saldo ou das parcelas denida priori,quando da contratao da operao de crdito.3.2.2. Taxas ps-xadas: referem-se s operaes de crditoque possuem taxa de juro varivel.3.2.3. Taxas utuantes: distinguem-se das operaes deemprstimos contratadas com taxas ps-fixadas, pois opercentual varivel corrigido com base numa taxa de jurodiria, por exemplo: taxa Selic ou taxa do CDI.3.3. Spreadbancrio: usualmente denido como sendo odiferencial entre a taxa de captao dos bancos e a taxa de

    aplicao dos bancos. Ou seja, a diferena entre o que osbancos remuneram pelos depsitos captados do pblico e ataxa de juros dos emprstimos das instituies nanceiras.3.3.1. Decomposio do spreadbancrio: o Banco Central doBrasil realizou uma srie de estudos em que fez uma decom-posio contbil do spreadbancrio com base nos balanosde uma amostra de bancos. De acordo com o Relatrio de

    Economia Bancria e Crdito 2006, os custos administra-tivos respondem por 16,9% do spread bancrio; enquantoa inadimplncia representa 43,4%; o custo do compulsrio,4,7%; tributos e taxas cam com 8,6%; impostos com 7,3% eo resduo lquido dos bancos de 19%.

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    1. IntroduoO governo dispe de instrumentos de poltica econmica quepodem auxili-lo a promover o crescimento econmico ou man-ter a estabilidade de preos ou ainda a melhorar a distribuiode renda. Dentre estas polticas temos: poltica scal; polticamonetria; poltica cambial e de comrcio exterior e de rendas.Neste tpico abordaremos os dois primeiros tipos de poltica

    econmica e no tpico seguinte, abordaremos o terceiro tipo.Alm disso, tambm introduziremos o modelo IS-LM para me-lhor compreenso dos efeitos das polticas macroeconmicassobre a demanda agregada.

    2. Modelo IS-LM: foi desenvolvido por John Hicks e AlvinHansen para sintetizar as principais contribuies trazidaspor Keynes na obra Teoria Geral do Emprego, do Juro eda Moeda.2.1. O mercado de bens e a curva IS: o equilbrio no mer-cado de bens representado pela curva IS, cuja condio deequilbrio dada por:Y = C (Y T) + I + G, onde:Y representa o produto;C representa a renda disponvel para consumo, dada pelarenda (Y) menos a tributao (T);I representa os investimentos que dependem do nvel de

    produo e da taxa de juros;G representa os gastos do governo.2.1.1. Inclinao da curva IS: a condio de equilbrio nomercado de bens implica que o produto seja uma funodecrescente da taxa de juros. Ou seja, quan to maior a taxa dejuros, menor o produto e vice-versa.2.1.2. Deslocamentos da curva IS: a partir da funo apresen-

    tada no item 2.1., podemos notar que alteraes na tributao (T) enos gastos do governo (G) provocam deslocamentos na curva IS.2.2. O mercado monetrio e a curva LM: o equilbrio no mercadomonetrio representado pela curva LM, cuja condio de equilbrio dada por oferta monetria igual demanda por moeda, ou seja:M = $YL(i), onde:M representa a oferta de moeda;$YL(i) representa a demanda por moeda que depende da rendanominal $Y e da taxa de juros (i).Podemos reescrever a equao acima para expressar o equilbrioentre a oferta e demanda real de moeda, assim a condio deequilbrio passa a ser:

    2.2.1. Inclinao da curva LM: a condio de equilbrio no mercadomonetrio implica que a taxa de juros uma funo decrescente donvel de renda. A curva LM tem inclinao ascendente.2.2.2. Deslocamento da curva LM: so provocados por variaesna quantidade de moeda que, por sua vez, provoca alterao nataxa de juros de equilbrio.

    3. Poltica scal

    O governo pode dispor sobre a arrecadao de impostos e tributos(poltica tributria) ou pode controlar ou expandir suas despesas(poltica de gastos).3.1. A arrecadao de impostos: os impostos podem ser clas-sicados em:3.1.1. Diretos: so aqueles que incidem sobre o agente que

    paga o tributo. Por exemplo: imposto de renda, imposto sobrepropriedade, etc.3.1.2. Indiretos: so aqueles que incidem sobre o preo damercadoria ou servio. Por exemplo: imposto sobre circulaode mercadorias; imposto sobre produtos industrializados; impostosobre servios.3.2. Classicao do sistema tributrio:um sistema tributriopode ser classicado como:3.2.1. Progressivo: se a participao dos impostos na renda de umindivduo aumenta conforme sua renda cresce.3.2.2. Regressivo: se a participao dos impostos na renda de umindivduo diminui conforme sua renda cresce.3.2.3. Neutro: quando a participao dos impostos na renda de umindivduo continua a mesma, independente de alteraes na renda.3.3. Gastos do governo: as despesas do governo podem serdivididas em:3.3.1. Despesas correntes ou gastos de custeio;

    3.3.2. Despesas de investimento;3.3.3. Transferncias para outras esferas de governo.3.4. Dcit pblico: se a arrecadao de impostos no sucientepara o governo fazer frente a seus gastos, h uma situao de dcitque pode ser nanciado com a emisso de moeda ou emisso dettulos de dvida.3.5. Poltica scal: podemos classicar a poltica scal comosendo expansionista, ou seja, se contribui para a expanso dademanda agregada ou contracionista, se contribui para a retraoda demanda agregada.Aumentos de gastos do governo ou diminuio dos impostos namedida em que aumentam a renda disponvel so vistos comoiniciativas que promovem a expanso da demanda agregada.Por outro lado, diminuies nos gastos do governo ou aumentode impostos so considerados como medidas que diminuem ademanda agregada.

    4. Poltica monetriaO governo pode influenciar a demanda agregada atravs dosseguintes instrumentos:4.1. Taxa de juros: ao xar a taxa de juros bsica num determina-do patamar, o Banco Central estabelece o custo do dinheiro sobreo qual as demais instituies nanceiras passam a operar. Se obanco central deseja diminuir o ritmo de expanso da demandaagregada, pode elevar a taxa bsica de juros, tornando assimas taxas de emprstimos mais caras. Se, ao contrrio, o bancocentral deseja aumentar o ritmo de expanso da demanda agrega-da, pode reduzir a taxa bsica de juros, tornando os emprstimosrelativamente mais baratos.O Comit de Poltica Monetria (COPOM) do Banco Central dene a taxabsica de juros a taxa Selic em reunies que ocorrem a cada 45 dias.4.2. Reservas compulsrias: como vimos no captulo anterior,oBanco Central xa alquotas sobre os depsitos vista, a prazo e depoupana que os bancos devem recolher e depositar na autoridade

    monetria. Ao fazer isto, os bancos tm menos recursos disposiopara emprestar.Por exemplo, se a alquota de recolhimento compulsrio que incide sobredepsitos vista de 10%, a cada R$ 100 depositados em conta-corrente nobanco, R$ 10 devem ser depositados obrigatoriamente junto ao banco centrale R$ 90 podem ser emprestados a outras pessoas ou empresas.Se o banco central deseja diminuir o volume de emprstimos de uma

    economia, pode optar por elevar as reservas compulsriasrequeridas das instituies bancrias, reduzindo assim o ritmode expanso da demanda agregada.4.3. Operaes de redesconto: uma linha de nanciamentoque o banco central disponibiliza para as instituies nanceirasque esto com problemas de liquidez. pouco utilizado comoinstrumento de poltica monetria.4.4. Operaes de open market (compra e venda dettulos pblicos): so operaes que o banco central realizadiariamente com o objetivo de regular a liquidez no mercadomonetrio. No exerce um papel to importante do pontode vista da execuo da poltica monetria, pois est mais

    relacionado a garantir a ecincia e a operacionalidade diriado mercado monetrio.4.5. Classicao da poltica monetria:

    4.5.1. expansionista: atravs da reduo da taxa de juros oureduo dos recolhimentos compulsrios.4.5.2. contracionista: atravs do aumento da taxa de juros ouaumento dos recolhimentos compulsrios.

    5. A controvrsia entre Keynesianos e Monetaristas:5.1. Introduo: A macroeconomia moderna teve seu inciocom a publicao da obra Teoria Geral do Emprego, doJuro e da Moeda de John Maynard Keynes (1883-1946),economista ingls, considerado o mais importante economistado sculo XX.5.2. Debate entre monetaristas e keynesianos: ocorreu nadcada de 60 entre os seguidores de Keynes, conhecidoscomo keynesianos e os monetaristas, partidrios das idias do

    norte-americano Milton Friedman (1912-2006). As divergnciasocorreram em torno de trs temas: a eccia da poltica scalversus a poltica monetria; a curva de Phillips e o papel dapoltica econmica.5.2.1. Poltica scal versus poltica monetria: para Keynes, apoltica scal possua maior efetividade que a poltica monetriapara produzir impactos sobre a demanda agregada. No entanto,Friedman demonstrou que a poltica monetria tambm muitopoderosa neste quesito.5.2.2. Curva de Phillips: explora a relao entre inao edesemprego. No consta da formulao original de Keynes,mas foi introduzida no arcabouo terico por seus seguidores. Acurva de Phillips demonstra uma relao negativa entre inaoe desemprego: quando o desemprego diminui a inao sobe evice-versa. No entanto, Friedman e Edmund Phelps argumenta-ram que no longo prazo esta dicotomia no prevalece.5.2.3. O papel da poltica econmica: Milton Friedman via com

    desconana a capacidade dos economistas em estabilizar oproduto e dos formuladores de poltica econmica em adotaremmedidas corretas. Esta questo continua em aberto.

    Link Acadmico 7

    1. IntroduoNa era da globalizao quase impossvel pensar num pasque possa abdicar de manter relaes econmicas com outrospases. No h pases auto-sucientes em tudo e a integrao economia global tambm permite a absoro e utilizao detecnologias de ponta.

    2. Comrcio exterior um dos principais canais de acesso aos mercados interna-

    cionais. Os pases se engajam no comrcio internacional debens e servios por diferentes motivos: alguns no dispemde reservas naturais sucientes para suas necessidades;outros no dispem de capital ou trabalho sucientes paraproduzir mercadorias a preos competitivos ao de outrospases ou ainda esto em estgios diferentes em termos dedesenvolvimento tecnolgico.Existem teorias que procuram explicar a existncia do comrciointernacional, como veremos a seguir:2.1. Fundamentos do comrcio internacional: a teoria dasvantagens absolutas. Esta formulao terica remonta aAdam Smith que escreveu em 1776 o clebre livro A Riquezadas Naes. Para Smith, o livre comrcio entre os pases amelhor alternativa, ao permitir de cada pas se especialize naproduo de mercadorias que fabrica de modo mais eciente, ouseja, naquele que possui vantagem absoluta. Assim, poder deixarde produzir uma mercadoria em que apresenta desvantagem

    absoluta e passar a adquirir de outro pas. Assim, os pasespodero usufrui melhor do comrcio internacional.2.2. Fundamentos do comrcio internacional: a teoria dasvantagens comparativas. No incio do sculo XIX, DavidRicardo formulou a teoria das vantagens comparativas quemostra que no necessrio existirem vantagens absolu-tas para se tirar proveito da especializao e do comrcio

    PolticasMacroeconmicas

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    Relaes EconmicasInternacionais

  • 7/28/2019 Guia AdmFundamentosDaEconomia

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    internacional.Ricardo mostrou que mesmo para um pas que apresentedesvantagens absolutas na produo de duas mercadorias,por exemplo, em relao a outro pas, ainda assim a espe-cializao e a troca seriam vantajosas, desde que o pas seespecializasse na produo e exportao da mercadoria cujavantagem absoluta fosse maior.2.3. Poltica de comrcio exterior: o livre comrcio propagadotanto pela teoria das vantagens absolutas quanto pela teoriadas vantagens comparativas no existe, pois os pases aplicampolticas de comrcio exterior e intervm tanto sobre operaes deexportao quanto importao. O governo pode intervir aplicando

    as seguintes medidas:2.3.1. Barreiras tarifrias: aplica-se um imposto sobre o pro-duto importado, para torn-lo mais caro em relao ao similarnacional e assim proteger a produo de sua indstria.2.3.2. Barreiras no-tarifrias: aplicam-se quotas ou obstculosburocrticos que inviabilizam a importao de determinados bense servios.2.3.3. Incentivos ou subsdios: que visam ampliao docomrcio exterior. Estes incentivos podem ser scais (reduode impostos, por exemplo) ou creditcios (melhores condiesde nanciamento da produo, por exemplo).2.4. Fatores condicionantes do comportamento das expor-taes:2.4.1. Desempenho da economia mundial: o desempenhodas exportaes nacionais est relacionado com o desempe-nho da economia mundial, se h maior crescimento econmico,isto tambm tende a impulsionar as vendas externas.

    2.4.2. Taxa de cmbio: uma desvalorizao cambial tende afavorecer os exportadores, pois seus produtos tornam-se maisbaratos em dlares e, portanto, cam mais competitivos nosmercados externos. Por outro lado, uma valorizao cambial tendea prejudic-los, uma vez que seus produtos tornam-se mais carosna moeda estrangeira.2.4.3. Preos externos: uma elevao nos preos externos debens exportados tambm aumenta as exportaes.2.4.4. Preos internos: uma elevao nos preos internos deprodutos exportados pode diminuir as exportaes, pois parte daproduo anteriormente exportada passa a ser direcionada parao mercado interno.2.5. Fatores condicionantes do comportamento dasimportaes:2.5.1. Desempenho da economia nacional: maior crescimen-to econmico tende a estimular as importaes.Numa situao de maior crescimento econmico de um

    pas, difcil imaginar que este produzir todos os bens emercadorias que necessita, portanto parte de seu consumotende a ser suprido com bens importados, aumentando assimas importaes.2.5.2. Taxa de cmbio: uma desvalorizao cambial torna osbens importados mais caros, pois so necessrios mais reaispara pagar o mesmo produto em moeda estrangeira. Da mesmaforma, uma valorizao cambial favorece as importaes,pois os produtos importados cam mais baratos, ou seja, sonecessrios menos reais para comprar o mesmo produto emmoeda estrangeira.2.5.3. Preos externos: um aumento no preo dos bensimportados (em moeda estrangeira) tende a desestimular asimportaes.2.5.4. Preos internos: um aumento no preo de bens produ-zidos internamente pode estimular as importaes de produtossubstitutos.

    3. O Balano de PagamentosPode ser dividido em duas contas principais: saldo de transa-es correntes e conta capital e nanceira.3.1. Saldo de transaes correntes : tem como itensprincipais:3.1.1.Balana comercial, resultado do saldo de exportaese importaes;3.1.2. Balana de servios e rendas que inclui as despesas compagamento de juros, remessas de lucros ao exterior, despesascom viagens internacionais, pagamento de fretes e seguros,entre outros itens;3.1.3. Transferncias unilaterais: recursos remetidos ourecebidos do exterior sem contrapartida nanceira ou fsica.3.2. Conta capital e nanceira: inclui transferncias de patrimnio;vendas ou compras de ativos no-nanceiros; investimentosdiretos; operaes de emprstimos; investimentos em carteira;

    entre outros.

    4. Regimes cambiais4.1. Regime de taxa de cmbio xo : neste caso, o bancocentral se compromete a comprar ou vender dlares paramanter a taxa de cmbio num determinado patamar xado. Umadas vantagens deste regime a previsibilidade, pois facilita a

    tomada de decises pelos agentes econmicos.Um pr-requisito do regime de cmbio xo que o pas tenha umvolume de reservas internacionais suciente para fazer frente a umasituao em que ter que vender dlares para sustentar a taxa decmbio determinada. Da mesma maneira, tambm dever estar pre-parado para enfrentar uma situao excesso de moeda estrangeira,em que ter que comprar divisas taxa xada.Em geral, os pases que optam por este tipo de regime cambialaplicam, na verdade, um regime de flutuao suja, pois fixamuma determinada taxa de cmbio por um perodo e a alteramaps certo tempo, promovendo desvalorizaes cambiaisgraduais, para amenizar os impactos adversos sobre suas

    exportaes.4.2. Taxa de cmbio utuante: o banco central no interfere no valorda taxa de cmbio, permitindo que seu preo seja xado no mercadode cmbio. Se h excesso de dlares no mercado de divisas, seupreo cair e haver uma valorizao da taxa de cmbio. Por outrolado, se h falta d e dlares no mercado de cmbio, seu preo subire haver uma desvalorizao da taxa de cmbio.

    5. Modelos5.1. Modelo IS-LM para economia aberta: no item 2, do captuloPolticas Macroeconmicas, vimos a aplicao do modelo IS-LM parauma economia fechada, ou seja, sem acesso aos mercados de bens eservios internacionais. Neste item, veremos a aplicao deste modelopara uma economia que realizada transaes com outros pases.5.1.1. Curva IS para economia aberta: a condio de equilbrio nomercado de bens e servios numa economia aberta dada por:Y = C + I + G + X Q, onde:

    X representa as exportaes eQ representa as importaes em termos dos preos dos bensproduzidos internamente ( representa a taxa de cmbio e utilizamosnesta equao para representar a converso dos preos dos bensimportados em termos dos bens domsticos).a) deslocamentos da curva IS numa economia aberta: umaumento no produto domstico tende a provocar tambm um au-mento das importaes, pois nem toda a demanda domstica deveser suprida com bens produzidos domesticamente. Por outro lado,um crescimento na renda externa tende a produzir um aumento noproduto domstico, pois deve haver uma elevao na demanda porbens produzidos internamente.b) condio de Marshall-Lener:para que a balana comercial deum pas melhore aps uma desvalorizao camb ial, as exportaesdevem aumentar na proporo em que compensem o efeito doaumento de preos das importaes.5.1.2. Curva LM para economia aberta:a condio de equilbrio

    no mercado de bens continua sendo dado por:

    a) condio de paridade de juros: a taxa de juros interna deve serigual taxa de juros externa, mais a taxa de depreciao esperadada moeda nacional. Assim, uma reduo da taxa de juros leva auma depreciao da moeda e um aumento da taxa de juros leva auma apreciao da moeda.5.1.3. Poltica scal para economia aberta:a) Regime de cmbio exvel: um aumento no gasto do governo pro-voca aumento do produto, da taxa de juros e uma apreciao cambial.b) Regime de cmbio xo: uma expanso do gasto do governoprovoca aumento do produto, mas como a taxa de cmbio xa, ogoverno no pode deixar que esta se aprecie e precisa a acomodara demanda por moeda, expandindo a oferta monetria. Assim, o

    produto aumenta ainda mais.5.1.4. Poltica monetria para economia aberta:a) Regime de cmbio exvel: uma expanso monetria provocaaumento do produto, diminuio da taxa de juros e depreciaocambial.b) Regime de cmbio xo:para manter a taxa de cmbio xa,o governo deve ajustar a oferta monetria demanda e assim,abre mo da utilizao da poltica monetria sobre regime decmbio xo.

    6. Organismos internacionais6.1. Fundo Monetrio Internacional (FMI): foi criado com o mdas negociaes de Bretton Woods em 1944 e tem como objetivosupervisionar o funcionamento do sistema monetrio internacional.Os pases-membros subscrevem cotas cuja quantidade procurareetir a importncia do pas na economia mundial.O FMI concede emprstimos para os pases-membros com

    dificuldades de financiamento do balano de pagamentos. Hduas linhas principais de emprstimos:6.1.1. o Acordo stand-byque uma operao de nanciamentode curto prazo em que os emprstimos devem ser pagos entre doisanos e trs meses at cinco anos. A taxa de juros cobrada nestamodalidade corresponde taxa bsica do FMI, acrescida de 1%a 2% ao ano. O valor mximo concedido corresponde a 300% da

    cota do pas no FMI.6.1.2. a Supplemental Reserve Facilityque uma modalidadede emprstimo emergencial. As taxas cobradas so maiselevadas e correspondem taxa bsica do FMI, acrescidade 3% a 5% ao ano. Por outro lado, os pases no tm limitesformais em relao s cotas que possuem.6.2. Banco Mundial: assim como o FMI, tambm foi criadoa partir das negociaes em Bretton Woods em 1944 e suaorigem remonta a necessidade da criao de um banco quenanciasse a reconstruo dos pases europeus aps o mda Segunda Grande Guerra.Com o passar do tempo, sua nalidade voltou-se, prin -

    cipalmente, para os pases em desenvolvimento e seuobjetivo passou a ser o nanciamento e o desenvolvimentode polticas que promovam o progresso e o desenvolvimentodestes pases.6.3. Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID): foicriado em 1959 por iniciativa da Organizao dos EstadosAmericanos (OEA). Inicialmente possua como membrospases da Amrica Latina, Caribe, alm dos EUA. Mas, desde1976 passou tambm a admitir membros fora do continenteamericano.O BID, alm de nanciar projetos, tambm foca em polticasestruturantes. Assim, 25% dos emprstimos concedidos sodirecionados para projetos de reformas da economia e queaumentem a ecincia econmica.6.4. Organizao Mundial do Comrcio (OMC): foi criadoem 1995 para substituir o GATT Acordo Geral de Tarifasde Comrcio.

    O GATT foi criado alguns anos aps a Conferncia de Bret-ton Woods, a mesma que levou a criao do FMI e BancoMundial. O objetivo do GATT era reduzir as restries ao livrecomrcio, com a diminuio das barreiras comerciais; com ano-discriminao comercial entre os pases e a instituiode compensaes para os pases prejudicados por aumentode tarifas alfandegrias. O GATT atuava como rbitro nosconitos comerciais e promovia rodadas de negociao entreos pases.

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    A coleo Guia Acadmico o ponto de partida dos es-tudos das disciplinas dos cursos de graduao, devendoser complementada com o material disponvel nos Linkse com a leitura de livros didticos.

    Fundamentos da Economia - 2 Edio - 2009

    Coordenao:

    Autora:Ana Paula Higa. Professora, economista com dez anosde experincia atuando em departamento econmico deinstituies como FEBRABAN (Federao Brasileira deBancos), Ita Corretora, Banco Ita e outros bancos.

    Mestre em Economia pela UNICAMP.

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