Guerra Civil Síria

download Guerra Civil Síria

If you can't read please download the document

description

Guerra Civil Síria

Transcript of Guerra Civil Síria

Guerra Civil SriaOrigem: Wikipdia, a enciclopdia livre.Coordenadas: 33 30' N 36 18' EGuerra atualEste artigo ou seo sobre uma conflito armado recente ou ainda em andamento.A informao apresentada pode mudar rapidamenteGuerra Civil SriaParte de Primavera rabeSyrian civil war.pngSituao atual da Sria: reas sob controle do governo srio reas sob controle de foras curdas reas sob controle do Estado Islmico reas sob controle da oposio reas sob controle da Frente al-NusraPerodo 15 de maro de 2011 - presenteLocal SriaSituaoConflito em andamento;Crise humanitria e econmica[2] ;Cidades parcial e completamente destrudas;Causas Ditadura;Governo corrupto;[3]Desemprego;Inspirao em protestos da Primavera rabe;Conflito sectrio;[4]Objetivos Renncia de Bashar al-Assad;Mudana de regime;[5]Expanso dos direitos civis;[6]Reconhecimento dos direitos dos curdos;Participantes do conflitoSria Repblica rabe da SriaCoat of arms of Syria.svg Foras Armadas da SriaShabihaFlag of the Ba'ath Party.svg Leais ao Partido Baath da SriaDiretrio Geral de SeguranaDiretrio de Segurana Poltica Iro[7] [8]Guarda Revolucionria IranianaMilcia Basij[9] Rssia[10]Hezbollah[11] [12] [13]FPLPCG[14]Milcias xiitas iraquianas[15]Diversos outros grupos/milciasApoio (armas): Bielorrssia[16] Iraque[17] Coreia do Norte[18](Para ler mais detalhes sobre apoio estrangeiro ao regime srio, ver aqui) Coalizo Nacional Sria[19] [20] Exrcito Livre da Sria Frente Revolucionria Sria[21] [22]Exrcito Srio de LibertaoVrias brigadas independentes[23]Apoio: Turquia[24] Estados Unidos[25] Lbia[26] Bahrein[27] Jordnia[27] Emirados rabes Unidos[27] Frana[28](Para ler mais detalhes sobre apoio estrangeiro a oposio, ver aqui)Flag of Jihad.svg Mujahedins[29]Frente Al-Nusra[30]Frente Islmica[31]Exrcito dos Mujahideen[32]Diversos outros grupos/milciasApoio: Catar[33] Arbia Saudita[34]Flag of Syrian Kurdistan.svg Partido de Unio Democrtica[35]Unidades de Proteo PopularDiversos outros grupos/milciasApoio:Flag of Kurdistan.svg Curdisto iraquiano[36](Para ler mais detalhes sobre a frente curda da guerra, ver aqui)No god but God.jpg Estado Islmico do Iraque e do Levante[1] (em guerra com todos os lados envolvidos no conflito)LderesSria Bashar al-Assad[37]Sria Wael Nader Al-Halqi[38]Sria Ali Abdullah Ayyoub[39]Sria Fahd Jassem al-Freij[40]Sria Faruk al Shara[41]Sria Dawoud Rajiha[42]Sria Maher al-Assad[43]Sria Assef Shawkat[44]Sria Hisham Ikhtiyar[45]Ir Qasem SoleimaniInfoboxHez.PNG Hassan NasrallahPFLP-GC Flag.svg Ahmed JibrilRssia Vladimir Putin Abdelkarim al-Ahmed Abdullah al-Bashir[46] Riad al-Asaad[47] Salim Idris[48] Jamal Maarouf[21] [22] Moaz al-Khatib[49]Sria Mustafa al-Sheikh[50] Ahmed Issa al-Sheikh[31] Abu Abdullah al-Hamawi[51]Flag of Jabhat al-Nusra.jpg Abu Mohammad al-Julani[30] Salih Muslim Muhammad[52] Sipan HemoNo god but God.jpg Abu Bakr al-BaghdadiFlag of the Islamic State of Iraq and the Levant2.svg Abu Suleiman al-NaserNo god but God.jpg Abu Ala al-AfriNo god but God.jpg Abu Omar al-ShishaniNo god but God.jpg Abu Ali al-AnbariNo god but God.jpg Abu Bakr al-IraqiForasSria Foras Armadas:178 000 militares[53] (2015)Sria Diretrio de Segurana Geral:8 000 soldadosSria milicanos de Shabiha:10 000 combatentesSria Fora de Defesa Nacional:60 000 combatentes[54]Sria Brigada al-Abbas:10 000 combatentes[55]Sria Jaysh al-Sha'bi:50 000 combatentes[56]InfoboxHez.PNG Hezbollah:3 000 5 000 combatentes[57]Shiism arabic blue.PNG 15 000 guerrilheiros xiitas estrangeiros[58]Ir 15 000 militares[59]Rssia 600 - 1 700 militares[60] [61] Exrcito Livre da Sria:40 000 - 50 000 combatentes[62] Brigada Ahfad al-Rasul:10 000 - 15 000 combatentes[23] Frente Revolucionria Sria:10 000 - 15 000 combatentes[21] [22]Flag of Jabhat al-Nusra.jpg Frente Al-Nusra:6 000 10 000 milicianos[63] Frente Islmica:40 000 - 70 000 combatentes[64]Flag of Jihad.svg Exrcito dos Mujahedins:12 000 combatentes[22](Diversos outros combatentes de grupos menores)Flag of Syrian Kurdistan.svg 40 000 45 000 guerrilheiros curdos[65] [66]Flag of Islamic State of Iraq.svg Estado Islmico do Iraque e do Levante: 50 000[67]BaixasSria Foras do Governo Srio:~ 81 639 soldados, milicianos ou policiais mortos (segundo o OSDH)[68]~ 7 000 militares capturados[68]~ 2 844 combatentes no srios mortos (incluindo centenas de iranianos)[68]Hezbollah:+838 milicianos mortos[68]Flag of Syria (1932-1958; 1961-1963).svg Rebeldes srios e jihadistas:~ 72 363 combatentes mortos[68]+ 108 086 civis mortos[68]+ 2 700 manifestantes mortos em protestos[69]36 637 guerrilheiros ou manifestantes capturados[70]Flag of Syrian Kurdistan.svg Insurgentes Curdos: + 1 500 combatentes mortos[71]Desconhecido (pelo menos 15 500 mortos, incluindo perdas no Iraque)[72] [73]+ 320 000 srios mortos no conflito[68](segundo o OSDH)+ 220 000 mortos(segundo a ONU)[74]~ 2 996 civis estrangeiros mortos+6,5 milhes de desalojados[75]+ de 4 milhes de refugiados[76]A Guerra Civil Sria[77] (s vezes referida como Revolta Sria ou ainda Revoluo Sria;[78] em rabe: ????? ??????? ???????) um conflito interno em andamento na Sria, que comeou como uma srie de grandes protestos populares em 26 de janeiro de 2011 e progrediu para uma violenta revolta armada em 15 de maro de 2011, influenciados por outros protestos simultneos no mundo rabe.[79] Enquanto a oposio alega estar lutando para destituir o presidente Bashar al-Assad do poder para posteriormente instalar uma nova liderana mais democrtica no pas, o governo srio diz estar apenas combatendo "terroristas armados que visam desestabilizar o pas".[80] Com o passar do tempo, a guerra deixou de ser uma simples "luta por poder" e passou tambm a abranger aspectos de natureza sectria e religiosa, com diversas faces que formam a oposio combatendo tanto o governo quanto umas s outras. Assim, o conflito acabou espalhando-se para a regio, atingindo tambm pases como Iraque e o Lbano, atiando, especialmente, a rivalidade entre xiitas e sunitas.[81]Foi iniciada como uma mobilizao social e miditica, exigindo maior liberdade de imprensa, direitos humanos e uma nova legislao.[82] A Sria tem estado em estado de emergncia desde 1962, que efetivamente, suspendeu as protees constitucionais para a maioria dos cidados. Hafez al-Assad esteve no poder por trinta anos, e seu filho, Bashar al-Assad, tem mantido o poder com mo firme nos ltimos dez anos. As manifestaes pblicas comearam em frente ao parlamento srio e a embaixadas estrangeiras em Damasco.[83]Em resposta aos protestos, o governo srio enviou suas tropas para as cidades revoltosas com o objetivo de encerrar a rebelio.[84] O resultado da represso e do confronto com os manifestantes acabou sendo de centenas de mortes, a grande maioria de civis.[85] No fim de 2011, soldados desertores e civis armados da oposio formaram o chamado Exrcito Livre Srio para iniciar uma luta convencional contra o Estado. Em 23 de agosto de 2011, a oposio finalmente se uniu em uma nica organizao representativa formando o chamado Conselho Nacional Srio.[86] A luta armada ento se intensificou, assim como as incurses das tropas do governo em reas controladas por opositores.[87] Em 15 de julho de 2012, com grandes combates irrompendo por todo o pas, a Cruz Vermelha Internacional decidiu classificar o conflito como guerra civil (o termo preciso foi "conflito armado no-internacional") abrindo caminho aplicao do Direito Humanitrio Internacional ao abrigo das convenes de Genebra e investigao de crimes de guerra.[88]A partir de 2013, aproveitando-se do caos da guerra civil na Sria e no Iraque, um grupo autoproclamado Estado Islmico (EI, ou ad-Dawlah al-Islamiyah) comeou a reivindicar territrios na regio. Lutando inicialmente ao lado da oposio sria, as foras desta organizao passaram a atacar qualquer uma das faces (sejam apoiadoras ou contrrias a Assad) envolvidas no conflito, buscando hegemonia total. Em junho de 2014, militantes deste grupo proclamaram um Califado na regio, com seu lder, Abu Bakr al-Baghdadi, como o califa. Eles rapidamente iniciaram uma grande expanso militar, sobrepujando rivais e impondo a sharia (lei islmica) nos territrios que controlavam. Ento, diversas naes ocidentais, como os Estados Unidos, as naes da OTAN na Europa, e pases do mundo rabe, temendo que o fortalecimento do EI representasse uma ameaa a sua prpria segurana e a estabilidade da regio, iniciaram uma interveno armada contra os extremistas.[89]Segundo informaes de ativistas de direitos humanos dentro e fora da Sria, o nmero de mortos no conflito passa das 220 mil pessoas, sendo mais da metade de civis.[74] Outras 130 mil pessoas teriam sido detidas pelas foras de segurana do governo.[90] Mais de quatro milhes de srios j teriam buscado refgio no exterior para fugir dos combates, com a maioria destes tomando abrigo no vizinho Lbano.[76]Segundo a ONU e outras organizaes internacionais, crimes de guerra e contra a humanidade vm sendo perpetrados pelo pas por ambos os lados de forma desenfreada.[91] Na fase inicial da guerra, as foras leais ao governo foram as principais alvos das denncias, sendo condenadas internacionalmente por incontveis massacres de civis.[92] [93] Milcias leais ao presidente Assad e integrantes do exrcito srio foram acusadas de perpetrarem vrios assassinatos e cometerem inmeros abusos contra a populao.[94] Contudo, durante o decorrer das hostilidades, as foras opositoras tambm passaram a ser acusadas, por organizaes de direitos humanos, de crimes de guerra.[95] O Estado Islmico, desde 2013, passou ento a chamar a ateno pelos requintes de violncia e crueldade nas inmeras atrocidades que cometiam pelo pas.[96]ndice [esconder] 1 Contexto2 Oposio sria3 Fim do estado de emergncia e intensificao dos protestos4 Guerra4.1 Represso e primeiros enfrentamentos4.2 Tentativas de cessar-fogo e novos embates4.3 Escalada da violncia e declarada guerra civil4.4 Ofensivas rebeldes4.5 Guerra de atrito4.6 Ofensivas do governo srio4.7 Intensificao dos combates4.8 Impasse4.9 Ofensivas do Estado Islmico e interveno estrangeira5 Envolvimento estrangeiro5.1 Apoio a oposio5.2 Apoio ao governo Assad6 Reaes internacionais7 Referncias8 Ligaes externas9 Bibliografia10 Ver tambmContexto[editar | editar cdigo-fonte]Ver artigo principal: Primavera rabeNo momento da revolta, a Sria se encontrava sob estado de emergncia desde 1962, sendo assim suspensas as garantias constitucionais que protegiam a populao sria. Ento o regime instalou um estado policial, suprimindo qualquer manifestao pblica que fosse contra o governo. Durante esses anos, revoltas de cunho islmico[97] foram fortemente reprimidos, causando centenas de mortes, como no massacre de Hama.[98] O governo srio justificou o estado de emergncia, dizendo que a Sria estava em estado de guerra com Israel.Desde 1963, aps um golpe de estado, a Sria governada pelo Partido Baath.[99] Apesar das mudanas de poder no golpe de estado de 1966 e no golpe de 1970, o Partido Baath continua mantendo-se como a nica autoridade na Sria,[100] atravs do unipartidarismo.Um manifestante anti-Assad grafitando na parede de um prdio a frase "Derrubem al-Assad", em maio de 2011.No ltimo golpe de estado, Hafez al-Assad tomou o poder como presidente, liderando o pas por 30 anos e proibindo a criao de partidos de oposio e a participao de qualquer candidato de oposio em uma eleio.Em 1982, durante um clima de insurgncia islmica em todo o pas, que durou seis anos, Hafez al-Assad aplicou a ttica da "terra arrasada", sufocando a revolta islmica da comunidade sunita, incluindo a Irmandade Muulmana, entre outros.[101] Durante essas operaes, milhares de pessoas morreram no massacre de Hama.[102]O presidente Bashar al-Assad se encontra no poder desde 17 de julho de 2000, sucedendo seu pai. Seu partido atualmente domina a poltica sria, incluindo o parlamento. A Frente Nacional Progressista a nica coalizo do parlamento, composto principalmente pelo Partido Baath (134 assentos) e outros nove membros, representando 35 partidos polticos.Como vrios outros pases do Oriente Mdio, a Sria sofria com retraes econmicas e altos nces de desemprego que chegava a 25% da populao.[103] A situao socio-econmica, como a deteriorao do padro de vida, a reduo do apoio do governo aos pobres como consequncia da adaptao da economia para um mercado aberto, a eroso dos subsdios para bens e agricultura, sem uma indstria estvel e ndices de desemprego altos entre jovens incitaram o descontentamento popular.[104]A situao dos direitos humanos na Sria tambm era considerada deplorvel, conquistando vrias crticas de organizaes estrangeiras.[105] O pas ficou sob estado de exceo de 1963 at 2011, o que dava as foras de segurana a autoridade de prender qualquer um que quisessem sem declarar um motivo.[106] Movimentos pr-democracia liderados, na maioria das vezes, pela Irmandade Muulmana, foram mal recepcionados pelo governo que reprimia qualquer manifestao de oposio.[106] Todos os partidos polticos foram banidos da Sria, fazendo do partido do governo o nico a concorrer nas eleies.[107]Em entrevista feita em 31 de janeiro de 2011, al-Assad declarou que era tempo de fazer reformas, frente as revoltas de demanda popular que derrubaram governos no Egito, na Tunsia e no Imen, e que falou que uma "nova era" estava chegando ao Oriente Mdio.[108] [109] Segundo grupos de oposio, a lentido ou no cumprimento das promessas de reformas incitaram a populao a se manifestar contra o governo em massa. Os primeiros protestos comearam em janeiro e foram reprimidos duramente pelo governo.[110] Ainda no mesmo ms, uma manifestao em Ar-Raqqah terminou com dois mortos. Protestos em Al-Hasakah acabaram sendo dispersos pelas foras de segurana leais ao governo e centenas foram presos. A rede de televiso rabe Al Jazeera reportou a violncia usada pelas foras de al-Assad na represso e se disse preocupada com o risco de uma insurreio popular nos moldes da Lbia.[111] O presidente Assad ento afirmou que seu pas estaria imune a todos os tipos de protestos em massa como os que ocorreram no Cairo, Egito.[112]Oposio sria[editar | editar cdigo-fonte]Os primeiros grupos de oposio na Sria foram formados em 2005, em protestos contra o regime de Assad. Em 2011, com a implantao de protestos antigovernamentais na Sria, comearam a consolidao de grupos numerosos de oposio. Na formao do Conselho Nacional da Sria (CNS), foi lanado oficialmente na Turquia, em 23 de agosto de 2011. Em outubro, foi formada uma coalizo dos sete principais grupos polticos, que tem 230 membros, alguns sendo srios da dispora na Frana e na Turquia. Em setembro de 2011, foi nomeado o presidente do CNS o analista poltico Burhan Ghalioun, que vive na Frana, que rejeita a proposta de interveno militar estrangeira, mas tambm pede a "proteo internacional" para a oposio, ao contrrio do que aconteceu na Lbia, onde uma zona de excluso area foi implementada, mas em 2012 o CNS pediu um apoio maior das potncias estrangeiras, sugerindo uma pequena zona de excluso sobre o territrio srio, proposta esta negada pelo Conselho de Segurana da ONU.[113] [114] A Irmandade Muulmana sria, alguns dissidentes curdos, vrios independentes dissidentes srios e os chamados "Comits de Coordenao Locais" foram alguns dos principais grupos envolvidos que tambm se envolveram na organizao e coordenao das manifestaes contra o governo. Estes argumentam que representam aproximadamente 60% da oposio sria. O Exrcito Livre da Sria (ELS), comandado pelo coronel Riad al-Asaad, formado por centenas de soldados desertores do exrcito nacional, foi fundado em 29 de julho de 2011 e passou a ser um dos principais braos armados da oposio.[115] [116]Outro grupo de oposio notrio o Comit Nacional de Coordenao para Mudana Democrtica, qe incio fazia oposio e rivalizava com o CNS e com a Irmandade Muulmana e depois passou a pregar a unidade da oposio, embora segundo o peridico americano The New York Times, "em nenhum lugar na Sria controlado pelos rebeldes h uma fora secular de combate".[117] [118] Este grupo constitudo por socialistas, marxistas e partidos curdos. Formado em setembro, liderado por Hassan Abdul-Azim, tem o objetivo declarado de "derrubar o regime dos Assad." O Comit Nacional se recusou a participar de negociaes com o governo, alegando que as autoridades "esto apenas tentando ganhar tempo para a eliminao da insurreio." Um dos lderes do grupo, Haytham Manna, disse que quem pede a interveno estrangeira na Sria "traidor".[119] Os Conselhos Locais de Coordenao na Sria, fundado em agosto de 2011, argumentam que os rebeldes esto em toda a Sria e que se recusam a "interveno estrangeira e ao sectarismo" e dizem no violncia.[120] [121]Em 15 de setembro de 2013, segundo um estudo feito pela Jane's Information Group, foi estimado que havia cerca de 100 mil combatentes contra o regime, fragmentados em cerca de mil grupos. Destes, cerca de 10 000 seriam jihadista ligados Al-Qaeda, sendo parte deles no srios; entre 30 000 a 35 000 seriam fundamentalistas no ligados Al-Qaeda, focados exclusivamente na Sria, e no em um projeto pan-islmico mais amplo; outros 30 000 seriam qualificados como militantes islmicos moderados e apenas uma pequena minoria dos rebeldes teria uma agenda secular.[122] Em setembro, ao menos doze grupos islamitas, entre eles os fundamentalistas da Jabhat al-Nusra, organizao aliada da Al-Qaeda, afirmaram ter se unido para formar a chamada "Aliana Islmica", com o objetivo de criar um Estado na Sria sob a Sharia. Eles tambm afirmaram no reconhecer mais a autoridade da Coalizo Nacional da oposio e lutariam agora sob um comando prprio, com uma agenda poltica prpria.[123]Fim do estado de emergncia e intensificao dos protestos[editar | editar cdigo-fonte]Influenciados pela chamada Primavera rabe, as primeiras grandes manifestaes anti-governo na Sria comearam entre janeiro e maro de 2011, acontecendo principalmente nas cidades de Damasco, Alepo e no sul de Daraa, municpio este onde seriam registrados os primeiros confrontos violentos entre foras de segurana do pas e manifestantes.[124] Os protestos contra o regime de Bashar al-Assad se intensificaram em abril, forando as autoridades srias a enviar tropas do Exrcito e outras foras de segurana para as ruas do pas. gua e eletricidade se tornaram escassas nas cidades sitiadas como Daraa, onde as foras do governo supostamente confiscavam os suprimentos da populao.[125] Uma situao similar foi relatada na cidade de Homs.[126] Em maio, o Exrcito Srio tambm iniciou o cerco as cidades de Baniyas, Hama, Talkalakh, Lataquia e Al-Midan, alm de vrios distritos de Damasco e dezenas de outras cidades pelo pas que tambm foram ocupadas por manifestantes da oposio.[127] [128]Portando cartazes e bandeiras nacionais, o povo protesta contra o governo em Damasco, capital do pas, em 08 de Abril de 2011.Um comcio em apoio ao presidente Bashar al-Assad em Lataquia em 20 de junho de 2010.Em 23 de agosto, em Istambul na Turquia, nasce o Conselho Nacional Srio, o primeiro grande grupo dissidente organizado da oposio sria.[129]Os protestos em 18 e 19 de maro de 2011 foram os maiores que ocorreram na Sria em dcadas, tendo as autoridades srias respondido com violncia contra os manifestantes. O Secretrio-Geral das Naes Unidas Ban Ki-moon, chamou o uso da fora letal de "inaceitvel".[130] J a Unio Europeia, representada por Catherine Ashton, classificou a situao do pas como "intolervel" e solicitou que reformas ocorressem na Sria.[131]Falando Assembleia do Povo, em abril, num discurso transmitido pela televiso, o presidente Bashar al-Assad declarou que esperava que o governo suspendesse a lei de emergncia em vigor h dcadas no pas, reconhecendo que h um grande buraco entre o governo e o povo, e que o "governo tinha que atender s aspiraes populares".[132] Em 19 de abril, o regime aprovou um decreto que suspendeu o estado de emergncia pela primeira vez em 48 anos.[133] Em maro de 2011, o governo srio aumentou o salrio mnimo e os salrios do funcionalismo pblico, para combater a alta no custo de vida e ganhar mais apoio popular.[134] Em resposta ao decreto, a Anistia Internacional declarou que "as promessas do presidente Al-Assad soam falsas e que as medidas adotadas so muito fracas em relao s reformas polticas to necessrias no pas".[135]Apesar das medidas, a continuao dos confrontos entre os manifestantes e as foras de segurana do governo em Homs, Damasco, Banias, Kiswah e Qamlishi, levou a um banho de sangue no pas em 22 de abril, com mais de 70 mortos.[136] Segundo a Anistia Internacional, o nmero de mortos nas manifestaes em maro foi de 228 pessoas. A Human Rights Watch tambm exigiu do governo srio, que permita que os cidados do pas tenham direito liberdade de reunio.[137]O governo continuou a pressionar a populao e em 26 de abril, tanques do exrcito foram enviados Daraa, a cidade onde as manifestaes comearam na Sria, e tropas abriram fogo contra manifestantes locais, causando pelo menos 35 mortes. Cerca de 500 ativistas foram presos no mesmo dia em todo o pas.[138] Em maio, o governo dos Estados Unidos, atravs de uma ordem executiva do presidente Barack Obama, determinou o congelamento de todos os bens e ativos pessoais de Assad e mais seis integrantes do governo srio no pas, assim como a proibio de cidados e empresas norte-americanas de fazerem negcios com essas pessoas.[139]Em 12 de novembro de 2011 a Liga rabe decidiu, por 18 votos a favor, 3 contra (Sria, Lbano e Imen) e uma absteno (Iraque), suspender a Sria da organizao, at que o gover de Damasco botasse um fim violncia contra os manifestantes anti-governamentais.[140]Em outubro de 2011, a Rssia e a China usaram o veto para bloquear uma resoluo do Conselho de Segurana contra o governo srio. Em novembro uma agncia de notcias sria disse que navios de guerra russos chegaram a guas territoriais da Sria, indicando ser uma mensagem de Moscou para o Ocidente contra qualquer interveno,[141] anteriormente em 2010, de acordo com a agncia de notcias russa RIA Novosti, a Rssia moveu seus primeiros navios de guerra para a base naval de Tartus, na Sria.[142]Al-Assad declarou que h uma "conspirao estrangeira" contra o pas. O apoio dos Estados Unidos oposio, inclusive ocorrendo durante anos, foi revelado pelo Wikileaks em supostos telegramas e assumido pelo governo americano que fazia isto desde 2006.[143] [144] O Washington Post divulgou parcialmente esses telegramas. Ainda segundo a mensagem, existe um envolvimento do Movimento pela Justia e Desenvolvimento (MJD) de exilados em Londres, que teria ligao com a rede de televiso londrina Barada TV transmitida via satlite para a Oposio Sria. Acredita-se que esses financiamentos comearam em 2005.[145]No fim de 2011, as foras do governo srio continuaram a reprimir os manifestantes, prendendo centenas de pessoas e deixando milhares de vtimas. A oposio sria relatou casos de estupros, assassinatos e alegou que milhares de civis estavam sendo expulsos de suas casas pelas foras do regime. O governo, por sua vez, negou as acusaes.[146] Em janeiro, uma pesquisa feita pela You Gov Siraj na Sria, encomendada pelo The Doha Debates, financiada pela Fundao Catar, chegou a concluso que 55% do povo srio queria a permanncia de Assad no poder por medo de uma guerra civil ou de uma interveno militar estrangeira no pas. Porm, uma porcentagem similar da populao demonstrou-se favorvel a permanncia do presidente no poder desde que ele convocasse eleies livres para o seu cargo. O governo ento prometeu eleies, mas a transparncia destas foi questionada pelas potncias ocidentais e ativistas fora do pas.[147]No final de fevereiro de 2012, frente ao aumento considervel de protestos e da presso internacional, o governo srio anunciou uma nova Constituio (obtendo o pluripartidarismo e sem necessariamente diminuir a permanncia no cargo ou o poder do Chefe de Estado). O governo central afirmou que a nova lei s entraria em efeito aps as prximas eleies presidenciais marcadas para 2014. O novo artigo 88 determina que o Presidente pode ser eleito por dois mandatos consecutivos de sete anos cada, sem diminuio de sua autoridade. Se reeleito, Assad poderia se garantir no poder por mais 16 anos, no mnimo.[148] Aprovada num referendo, onde segundo dados do regime, 57% dos eleitores compareceram e, segundo o governo, o resultado concluiu que 90% foram a favor.[149] [150] O regime srio afirmou que o resultado da votao foi "um respaldo s reformas promovidas por Assad" desde o comeo da rebelio popular. A oposio e os pases ocidentais classificaram o resultado como sendo falso com objetivos de manter Assad no poder.[151] Lderes da oposio sria acusaram a votao de ter sido fraudulenta e alegaram que ela "em absoluto no representava o desejo do povo srio". "A prova (desta falta de apoio) o nmero de manifestaes que houve ontem noite, o nmero de greves e o nmero de mortos que foi registrado enquanto Bashar enganava seu povo", afirmou Rafif Jouejati, o ento porta-voz da oposio.[150] Dias aps a votao, o governo de Assad voltou a atacar manifestantes e cidades em controle de opositores, matando pelo menos 144 pessoas.[152] Segundo um porta-voz da ONU, a prioridade do governo de Assad deveria ser "por fim violncia e s nessas condies pode ter lugar um processo poltico que responda s aspiraes dos cidados". A Unio Europeia tambm reforou o dido de rapidez na transio politica do pas e lanou novas sanes contra a nao em resposta escalada de violncia perpetrada pelo governo.[148]De acordo com grupos contrrios ao regime e com o observatrio de direitos humanos da ONU, nenhuma das reformas prometidas por Al-Assad foram implementadas, enquanto o governo prosseguia com a represso politica.[153]Guerra[editar | editar cdigo-fonte]Represso e primeiros enfrentamentos[editar | editar cdigo-fonte]Protestos da oposio na cidade de Baniyas, 28 de abril de 2011.Em resposta a maior intensidade dos protestos, o governo srio mandou vrias unidades do Exrcito e das Foras Armadas do pas para por fim as manifestaes e vrias cidades foram cercadas e bombardeadas causando muitas mortes.[84] [85] [154] Homs, uma das maiores cidades do pas e a maior sob controle da oposio, foi atacada e bombardeada por avies e artilharia.[155] A comunidade internacional e ativistas dos direitos humanos denunciaram a matana indiscriminada de civis e pediram o fim da violncia.[156] A Liga rabe fez ento uma proposta de paz que foi veementemente negado pelo governo central que alegou que estava lutando contra terroristas e no sufocando protestos.[157]De acordo com vrias testemunhas, soldados do governo que se recusavam a disparar contra civis eram sumariamente executados pelos prprios oficiais.[158] O governo srio negou as deseres dos seus militares e culpou "grupos armados" pelos problemas.[159]No fim de 2011, civis e soldados que desertaram o exrcito nacional se unificaram para iniciar uma campanha de insurgncia organizada contra o Estado. Foi criado ento o "Exrcito Livre da Sria" e os combates ento se intensificaram.[160] Em fevereiro de 2012 o governo de Bashar al-Assad iniciou uma grande ofensiva contra as cidades controladas por opositores, em especial Homs, que foi bombardeada durante quase trs semanas.[161]Manifestantes da oposio em Homs.Segundo grupos de ativistas de direitos humanos, no comeo de 2012, mais de 11 mil pessoas j haviam morrido na Sria por causa da violncia do governo contra os manifestantes e de outras aes armadas,[162] com isso mais de 7 mil refugiados teriam fugido para o Libano,[163] o governo deste pas informou depois de uma reunio com o governo americano que pediu para que protegesse os refugiados da Sria, o ento Ministro de Exteriores Adnan Mansour. "Ns no queremos um novo campo de Ashraf, no Lbano", disse Mansour, em uma aluso ao campo de dissidentes iranianos Mujahidin "El-Halk", localizado no Iraque.[164]Em 23 de fevereiro, dois jornalistas estrangeiros (um francs e uma americana) foram mortos depois de o prdio onde estavam em Homs ter sido bombardeado por foras do governo.[163] A comunidade internacional rapidamente condenou o ocorrido. "Isto um aviso triste sobre os riscos que os jornalistas correm para informar o mundo do que se passa e dos acontecimentos horrveis na Sria", afirmou o primeiro-ministro britnico David Cameron.[165] Pelo menos 24 civis morreram no mesmo episdio de violncia.[163] O governo srio negou a responsabilidade pelas mortes e afirmou que os jornalistas em questo entraram ilegalmente no pas. O ministrio de relaes exteriores do pas ainda afirmou que pelo menos 200 delegaes da imprensa tiveram entrada permitida no pas, mas no revelou de onde eram ou para quem trabalhavam.[166] Em 1 de maro, o exrcito srio anunciou a conquista do bairro rebelde de Baba Amr, em Homs, aps dois dias de combates. Os rebeldes declaram que a retirada das suas posies na rea foi um "recuo ttico" e se declararam preocupados com um possvel massacre na tomada de seu reduto em Homs. No mesmo dia o Conselho Nacional srio anunciou a criao de um "Gabinete Militar" para unificar a estratgia de luta contra o governo.[167]Na tarde do dia 6 de maro de 2012, o Crescente Vermelho srio finalmente conseguiu chegar ao bairro de Baba Amir, cujo acesso era impedido pelo governo, fornecendo ajuda humanitria e constatando que a maioria dos moradores se transferiram para outras regies j visitadas pela sua equipe na cidade de Homs, afirmou o Comit Internacional da Cruz Vermelha. As autoridades srias ento se reuniram com a enviada da ONU, Valrie Amos, e afirmaram ter encontrado corpos de vrios estrangeiros na regio, inclusive um corpo de um europeu que teria ajudado os rebeldes, encontrado com documentos de um jornalista espanhol que alegou ter perdido durante o conflito. A agncia estatal de notcias sria Sana informou que o Ministrio de Relaes Estrangeiro do pas salientou que as lideranas do governo estavam apenas tentando satisfazer as necessidades dos civis, apesar das "injustas sanes" impostas por alguns pases rabes e ocidentais.[168] [169] Aps anunciar estar no controle de Homs, informao esta negada pelos rebeldes e pela Comunidade Internacional, o governo de Damasco lanou novas ofensivas contra outras reas tomadas por manifestantes opositores.[170] [171]Em 1 de fevereiro, Riad al-Asaad, comandante do Exrcito Livre Srio, alegou que "metade do territrio do pas no estava mais sob controle do regime" e que o acesso as reas sob a mo do governo no eram mais acessveis. Ele tambm afirmou que o moral das tropas de Assad estava baixo. " por isso que eles esto bombardeando indiscriminadamente, matando homens, mulheres e crianas", disse ele.[172]A onda de protestos rapidamente se espalharam pelo mundo, em especial em frente as embaixadas da Sria pelo mundo. Aps a oposio sria ter alertado que mais de 200 pessoas teriam sido mortas em um massacre em Homs em 2 de fevereiro de 2012, srios exilados e cidados comuns de outras nacionalidades protestaram no Cairo, cidade do Kuwait e em Londres.[173]Tentativas de cessar-fogo e novos embates[editar | editar cdigo-fonte]Um prdio em Homs pegando fogo como resultado dos combates entre foras pr e contrrias ao regime.Em 10 de fevereiro de 2012 foi reportado um ataque contra o prdio da inteligncia militar sria em Alepo, sendo que 28 pessoas morreram no atentado e outras 235 ficaram feridas. O Exrcito Srio Livre, atravs do coronel Arif Hamood, assumiu responsabilidade do ataque ao canal France 24, dizendo que eles usaram tiros de morteiro e de lana-granadas-foguete ao invs de carros bomba como havia sido reportado no incio.[174] Contudo, outro lider da oposio armada, Riad al-Asaad, negou participao destes no ataque e falou em conspirao feita pelo governo de Assad que teria atacado ele mesmo o prdio para culpar a oposio de assassinato.[175] Um jornalista holands do canal NOS as explicaes da oposio para o ataque como improvveis, j que estes j haviam alertado a todos que a inteligncia do exrcito srio seria alvo de ataques, j que eles seriam alguns dos principais responsveis pela represso poltica no pas.[176]Em 12 de abril, ambos os lados, o Governo Srio e os rebeldes armados da Oposio, entraram em um perodo de cessar-fogo mediado pela ONU.[177] Apesar dos planos iniciais de por fim as hostilidades em 10 de abril, o Exrcito Srio continuou sua ofensiva em cidades controladas por opositores, em uma tentativa de ganhar mais terreno, e acabaram por acatar o armistcio apenas no dia 12.[178] Em 15 de abril, ainda havia relatos de bombardeios e combates em Homs, e tambm foram reportadas vrias mortes por toda a Sria, supostamente em represses das foras do governo contra membros da oposio, apesar das promessas de fim das hostilidades feitas pelo presidente Bashar al-Assad. No dia 16, um grupo de observadores internacionais chegou Sria para inspecionar como estava a situao do pas.[179]Em 1 de maio, Herv Ladsous, Subsecretrio-Geral para Operaes de Paz das Naes Unidas, disse que ambos os lados estavam violando o acordo de cessar-fogo de 12 de abril. O Secretrio-Geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou que governo e oposio deveriam cooperar com a proposta de paz.[180] [181]No dia 19 de maio, em Deir ez-Zor, explodiu uma bomba em um atentado suicida que matou 9 civis e feriu 100 gravemente. O atentado foi atribudo Irmandade Muulmana.[182]Em detrimento do acordo de cessar-fogo, os combates no pas se intensificaram em maio e no dia 25 desse ms mais de 100 pessoas foram executadas no "Massacre de Houla", perpetrado durante uma ofensiva militar do governo srio.[183] Segundo a ONU, a maior parte das vtimas eram civis que teriam sido sumariamente executado pelas foras de Bashar al-Assad.[184] Estes eventos acabaram por colocar a j tensa paz em risco.[185] Rupert Colville, porta-voz do Alto Comissariado das Naes Unidas para os Direitos Humanos, disse que acredita "que menos de 20 dos 108 assassinatos podem ter sido provocados por disparos de artilharia e tanques. A maioria das vtimas foram executadas de forma sumria em dois incidentes diferentes que foram executados, segundo os moradores, por milicianos favorveis ao regime".[186] O governo, por sua vez, negou responsabilidade e culpou "grupos terroristas" pelo incidente.[187] Em 29 de maio, Kofi Annan viajou at Sria para apelar a ambos os lados e evitar o rompimento total do cessar-fogo.[188]Em 30 de maio, o exrcito rebelde srio anunciou que eles estavam dando ao presidente Assad 48 horas para se submeter ao plano de paz internacional e por fim a violncia. "O prazo acaba na sexta, s 12h00 (hora local), e ai estamos livres de qualquer comprometimento anterior e voltaremos a proteger e defender os civis, suas aldeias e suas cidades", disse um porta-voz das foras militares da oposio.[189]Escalada da violncia e declarada guerra civil[editar | editar cdigo-fonte]Logo aps o massacre em Houla e o subsequente ultimato rebelde ao governo srio, o cessar-fogo praticamente entrou em colapso no fim de maio de 2012, com foras do Exrcito Livre da Sria (ESL) lanando vrios ataques contra tropas do governo. Em 1 de junho, o presidente Bashar al-Assad alertou que o pas iria "esmagar" a revolta rapidamente, depois de o exrcito rebelde anunciar que estavam retomando as "operaes defensivas".[190] Assad ento voltou televiso e declarou que a Sria estava em completo "estado de guerra".[191]Em 2 de junho, 57 soldados foram mortos na Sria, o maior nmero de perdas sofridas pelo governo em um s dia naquele ponto do conflito.[190] Entre 5 e 13 de junho, o Exrcito Srio combateu e derrotou as milcias anti-governo na cidade de Lataquia, onde foram usados tanques e helicpteros para liquidar as foras opositoras.[192]Em 6 de junho de 2012, 78 civis foram mortos no chamado "massacre de Al-Qubair". De acordo com ativistas de direitos humanos, as foras do governo comearam a bombardear o vilarejo com artilharia pesada antes que as milcias pr-Assad, a Shabiha, avanasse.[193] Observadores da ONU tentaram entrar no vilarejo para tentar investigar o que havia ocorrido de fato mas foram impedidos pelo governo e depois foram embora ao perceber que haviam combates pela rea com vrios sons de diversos tiroteios acontecendo.[194] Enquanto isso, os conflitos avanaram at duas grandes cidades (Damasco e Alepo) que o governo alegava estar tranquila em suas mos e que sua populao era formado por partidrios que apenas queriam a manuteno da estabilidade. Em ambas as cidades, intensos protestos de carter mais pacfico estavam acontecendo. Lojistas da capital entraram ento em greve e em Alepo os bairros comerciais tambm pararam de funcionar, mas em escala menor. Isso foi interpretado por especialistas como a indicao de que a histrica aliana nas grandes cidades entre os empresrios e o governo tinha finalmente rudo.[190]Prdios destrudos em Saadallah al-Jabiri, na cidade de Alepo, devido a um atentado bomba, em outubro de 2012.Em 22 de junho, um caa turco F-4 foi derrubado por foras do governo srio.[195] A Sria admitiu ter derrubado o avio, alegando que a aeronave turca voava sobre guas srias a apenas 1 quilometro da costa quando foi atacado por artilharia antiarea perto do vilarejo de Om al-Tuyour.[196] Em 24 de junho, destroos do jato foram encontrados em guas srias, mas a tripulao permanecia desaparecida.[197] O ministro das relaes exteriores da Turquia ento declarou que o avio de seu pas fora derrubado em guas internacionais logo aps ter entrado momentaneamente em espao srio, durante um voo para testar o novo sistema de radar turco.[198] O presidente Bashar al-Assad mostrou pesar pela situao e alegou estar "arrependido" pela derrubada do avio.[199] O governo de Ancara emitiu uma nota oficial dizendo que o ataque no sairia impune e culpou as autoridades em Damasco pela incidente.[200] Logo depois, a Unio Europeia aprovou uma nova e mais dura rodada de sanes econmicas contra a Sria,[200] reiteradas pelo Conselho da Europa.[201]No comeo de julho de 2012, Manaf Tlass, um general de brigada da Guarda Republicana, desertou o governo, fazendo dele o mais graduado oficial de alta patente do Exrcito Srio a renunciar devido a violncia. Diplomatas ocidentais disseram que este foi o golpe mais duro contra Assad e seu crculo interno de ajudantes.[202] Nawaf al-Fares, o embaixador srio no Iraque, que j havia anunciado simpatia pelos movimentos opositores ainda em maio de 2011, renunciou ao cargo e declarou fidelidade a oposio ainda em julho de 2012.[200]Em meados de julho, os combates se espalharam pelo pas de forma mais violenta. Frente a esses relatos, o Comit da Cruz Vermelha internacional declarou o conflito uma "guerra civil".[88] A luta em Damasco, capital do pas, se intensificou devido a uma grande ofensiva rebelde que pretendia dominar a cidade.[203]Em 18 de julho, o ministro da defesa srio, Dawoud Rajha, e o cunhado do presidente, o General Assef Shawkat, foram mortos em um atentado a bomba na capital.[204] [205] O chefe da inteligncia do governo, Hisham Bekhityar, tambm foi ferido na mesma exploso. Tanto o Exrcito Livre da Sria e o grupo Liwa al-Islam assumiram responsabilidade pelos ataques.[206] J o ministro do interior, Mohammad Ibrahim al-Shaar, tambm foi ferido no atentado mas seu estado mdico no foi confirmado.[207] [208] Esses ataques foram os primeiros que conseguiram assassinar altos membros do governo de Assad em 17 meses de revolta.[205] Em 19 de julho, a cidade de Alepo foi palco de intensos combates entre foras do governo e da oposio, com ambos os lados lutando ferozmente para garantir o controle desta que o maior centro comercial do pas.[209]Com a recente escalada na violncia, em 19 de julho, o Conselho de Segurana da ONU, pressionado por Estados Unidos e Unio Europeia, votou uma resoluo contra o Regime de Bashar Al-Assad. Contudo, como era esperado, Rssia e China vetaram a resoluo e qualquer subsequente sano contra o governo srio, evidenciando ainda mais a diviso da comunidade internacional sobre o conflito.[210] Russos e chineses, que so os principais aliados da Sria, justificaram o veto alegando que querem ver uma resoluo mais igual e que force ambos os lados a parar com a violncia.[211] No mesmo dia, oficiais do governo iraquiano anunciaram que o Exrcito Livre da Sria haviam tomado o controle de todos os quatro postos de fronteira entre a Sria e o Iraque, aumentando a preocupao do governo local com seus cidados na regio fugindo do conflito no pas vizinho.[212] Nesse mesmo dia, por quase 40 minutos, todas as fronteiras da Sria foram fechadas.[213] No dia 21, foi relatado que cerca de 150 combatentes islmicos supostamente procedentes de vrios pases rabes, incluindo Arbia Saudita, Emirados rabes Unidos, Egito e Tunsia, armados com fuzis de assalto AK-47, lana-foguetes e bombas artesanais, ocuparam um posto de fronteira localizado entre a Sria e Turquia, segundo constatou um fotgrafo da Agence France-Presse (AFP) na regio. O governo culpou extremista da Al-Qaeda pelo incidente e relatou a presena de combatentes estrangeiros no pas, o que foi negado pela oposio.[214] Dois dias depois, a rede de televiso estatal sria mostrou imagens de cadveres sendo supostamente de egpcios e jordanos, e anteriormente tinha sido de supostos lbios e tunisianos.[214]Um soldado do governo srio em um posto de controle na capital Damasco, em 2012.Em 25 de julho, vrias fontes denunciaram o uso de armamento pesado e at aeronaves de combate pelas foras de Assad contra reas controladas por opositores armados em Alepo e Damasco, resultando em muitas mortes.[215] No comeo de agosto, tropas srias teriam expulsado os combatentes do Exrcito Livre do distrito de Salaheddin, em Alepo, e aumentaram a intensidade das ofensivas na parte noroeste da cidade de Idlib. A televiso estatal ento reportou que soldados do governo haviam frustrado ataques de rebeldes armados contra o aeroporto e uma priso localizada no centro de Alepo.[216] Em 29 de julho, a agncia estatal SANA reportou que o governo estava no controle do distrito de Hajar al-Aswad, na capital do pas. No mesmo dia, Assad declarou vitria e afirmou que suas tropas controlavam inteiramente a capital, apesar de na periferia, combates espordicos ainda podiam ser ouvidos.[217] Em Alepo, os combates continuavam com as foras do exrcito srio lanando vrios contra-ataques encima dos rebeldes armados da oposio.[218]Em 7 de agosto, vrios residentes e trabalhadores de Yandar, uma rea prxima a cidade de Homs, foram massacrados. O jornal SANA, aliada ao governo de Damasco, acusou o Exrcito Livre srio pelo massacre, o que foi negado pela oposio. O nmero de mortos ainda incerto. No dia seguinte, em Alepo, rebeldes atacaram um importante centro da polcia na cidade mas foram repelidos por militares leais a al-Assad.[219]Em 25 de agosto, na cidade de Darayya, cerca de 400 pessoas foram mortas em um suposto ataque das foras do governo srio.[220] [221] A milcia Shabiha, leal ao presidente Bashar al-Assad, foi a principal acusada de ter cometido os assassinatos. Alguns civis, contudo, acusaram as foras do Exrcito Livre da Sria de algumas das mortes.[220] [222] Desde a intensificao do conflito para uma guerra civil e do aumento das ofensivas militares da oposio, as foras rebeldes foram acusadas de perpetrarem abusos contra civis simpatizantes do governo e soldados que se renderam.[222] [223] Em Damasco, valas comuns contendo pelo menos 270 corpos foram encontrados na periferia da cidade. Mais uma vez, as milcias Shabihas foram acusadas de serem os autores do massacre. Em meados de setembro, um parente do presidente Assad, que era um oficial da Fora Area Sria, anunciou que havia mudado de lado para a oposio.[224] Esta foi a primeira desero de um parente de al-Assad durante o conflito.[224]Em 18 de setembro, foras rebeldes reportaram que estavam no controle do norte da regio de Ar-Raqqah, na fronteira entre a Sria e a Turquia. Junto com outros postos de controle em poder da oposio com aquele pas e tambm na fronteira com o Iraque, os rebeldes conquistaram uma importante vitria estratgica e logstica, permitindo com mais facilidade a entrada de suprimentos ao pas.[225]Em 3 de outubro de 2012, tiros de artilharia pesada vindos da Sria atingiram a cidade de Akakale na Turquia e cinco cidados daquele pas foram mortos.[226] Em resposta, a Turquia bombardeou alvos militares em territrio srio, marcando a primeira interveno estrangeira direta no conflito.[227] O governo turco recorreu a OTAN, que por sua vez condenou a morte de civis no suposto ataque Srio ao pas vizinho.[228] Eles tambm pediram que o governo srio cesse todas as operaes militares agressivas contra seus vizinhos e contra a populao.[228] Esta foi a ao militar mais violenta na fronteira durante toda a guerra civil e a primeira a provocar uma resposta letal estrangeira.[229] O regime srio, por sua vez, respondeu que est investigando o incidente e expressou condolncias as vtimas.[230] Nesse mesmo dia, foi registrado vrios ataques suicidas em Alepo, onde uma batalha decisiva se desenrola, provocando dezenas de mortes e deixando mais de uma centena de civis feridos.[231] O grupo Jabhat al-Nusra, ligado a Al-Qaeda, assumiu a autoria dos ataques.[231]Ofensivas rebeldes[editar | editar cdigo-fonte]Um soldado da oposio lutando nas ruas de Alepo.Em 10 de outubro, foras rebeldes assumiram o controle de Maarat al-Numan, um local estratgico em Idlib, que contm estradas importantes que fazem ligao entre as cidades de Damasco e Alepo.[232] No fim do ms, fortes bombardeios de avies do governo srio foraram o recuo das foras rebeldes.[233] Apesar do retrocesso, pesados combates continuam pelo distrito com o nmero de mortos crescendo em ambos os lados.[234] [235] Neste meio tempo, as foras armadas da Sria iniciaram sua maior ofensiva militar para tomar por completo a cidade de Homs, um dos principais redutos da oposio.[236] A ofensiva acabou terminando em outro impasse estratgico com nenhum dos lados conseguindo dar o golpe decisivo no outro.[237]No dia 25 de outubro, o governo srio, a pedido da ONU, props um fim nas operaes militares entre os dias 26 e 29, devido ao festival muulmano do Eid al-Adha. Alguns grupos rebeldes, contudo, anunciaram que no respeitariam a proposta. Durante as festividades, combates irromperam por toda a Sria, e as Naes Unidas denunciaram que ambos os lados estavam violando o cessar-fogo proposto.[238] [239] No dia 26 de outubro, cerca de 70 pessoas morreram em um atentado a bomba na capital Damasco.[239] A rede de televiso do governo acusou "grupos terroristas" ligados aos rebeldes pelo atentado, informao negada pelo Exrcito Livre da Sria, que est a frente da luta armada para derrubar Bashar al-Assad.[239] Ativistas da oposio afirmaram que o carro-bomba explodiu perto de um playground infantil construdo para o feriado do Eid al-Adha, no distrito de Daf al-Shok, no sul da capital.[239] Em 31 de outubro, o general Abdullah Mahmud al-Khalidi, um oficial da fora area sria descrito como um dos mais hbeis aviadores do pas, foi assassinado em Damasco, no distrito de Rukn al-Din, por um grupo de opositores armados.[240]Em 3 de novembro, numa continuao da contraofensiva rebelde em Idlib, uma base area e um aeroporto militar foram atacados por opositores ao regime srio. Prdios do governo tambm foram atacados em Damasco, causando a morte de 21 soldados que faziam a segurana do local. Em Duma, prxima a capital, uma delegacia e um hospital tambm foram tomados por opositores.[241] A notcia destas vitrias tambm vieram acompanhadas de relatos de abuso de direitos humanos cometidos por parte da oposio.[242] [243] Um vdeo divulgado na imprensa mundial mostra uma suposta execuo de soldados leais ao governo cometido por combatentes rebeldes.[241] Ao grito de "ces shabihas de Assad", em referncia aos milicianos partidrios do regime do presidente Bashar al-Assad conhecidos por cometerem diversas atrocidades contra civis, os guerrilheiros executaram vrios membros das foras de segurana do governo em uma base militar no identificada.[241] A ONU ento exigiu que a denncia fosse investigada e apelou para que ambos os lados respeitassem as leis internacionais humanitrias.[241] Nesse meio tempo, a liderana da oposio, reunida em Am, capital da Jordnia, voltou a descartar qualquer proposta de paz que mantivesse o presidente Assad no poder e exigiu a renncia do ditador como nico meio de acabar com a violncia.[244] O governo, por sua vez, em uma nota emitida por meio de um jornal estatal, anunciou que no negociar diretamente com o Conselho Nacional Srio, definindo-os como "um grupo de mercenrios".[244]Um combatente rebelde andando por meio das runas de Alepo.Em meio ao trmino das novas rodadas de negociaes pela paz no pas, os rebeldes conquistaram vrias vitrias no norte da Sria. Eles assumiram o controle de Saraqeb, na provncia de Idlib, dando-lhes o controle de uma importante rodovia que leva a cidade de Alepo, que ainda assolada por violentos combates.[245] Em 3 de novembro, rebeldes lanaram ataques a base area de Taftanaz, de onde partiam aeronaves militares do governo para bombardear posies sob domnio das foras opositoras ao regime.[246] No dia 6, sete generais srios chegaram a Turquia para anunciar que estavam se juntando a oposio, segundo a mdia daquele pas.[247]Em 18 de novembro, as foras da oposio tomaram o controle de uma das maiores bases militares no norte da Sria, a Base 46, nos arredores de Alepo, aps semanas de intensas lutas contra as foras do governo. O general desertor, Mohammed Ahmed al-Faj, que comandou as tropas rebeldes, saudou a tomada da base como "uma das nossas maiores vitrias desde o comeo da revoluo para derrubar o presidente Bashar al-Assad". A oposio alegou ter matado, pelo menos, 300 militares do governo e ter capturado outros 60 homens. Tambm foram apreendidos muitas armas e veculos de combate.[248]Em dezembro, apesar do aumento da intensidade dos ataques do governo no sul do pas, os rebeldes avanaram em diversas frentes, como na capital Damasco.[249] [250] Em 16 de dezembro, a cidade de Hama foi atacada por militares da oposio, que alegaram ter tomado boa parte da cidade e expulsado as foras do governo da regio.[251] No dia 19, um lder rebelde disse que "dois-teros da zona rural de Hama est sobre controle da oposio".[252] No dia 25 de dezembro, tropas rebeldes tomaram, aps semanas de luta, o municpio de Harem, na provncia de Idlib, na fronteira turca. Nesse mesmo dia, o major-general Abdulaziz al-Sallal, chefe da polcia militar sria, desertou o governo. Al-Sallal foi o oficial de mais alta patente a desertar o regime desde a desero do tambm major-general Adnan Sillue, que era chefe do departamento de armas qumicas srio.[253]No comeo de janeiro de 2013, milcias islmicas, incluindo a Jabhat al-Nusra, tomaram a base area de Taftanaz, no norte de Idlib, aps semanas de luta. A base militar, uma das maiores no norte do pas, era usado pelas foras do governo como base para lanar ataques de helicpteros e entraga de suprimentos as linhas de frente na regio.[254] Ainda em janeiro, rebeldes islmicos e militantes curdos trocaram tiros na cidade de Ras al-Ain, intensificando as tenses tnicas na regio.[255]Guerra de atrito[editar | editar cdigo-fonte]No inicio de fevereiro, combates violentos continuaram a imperar no norte do pas e na capital.[256] Foras rebeldes, formadas por islamitas, tomaram a cidade de Al-Thawrah, na provncia de Raqqa, perto de uma das maiores usinas hidreltricas do pas.[257] [258] No dia seguinte, foras da oposio tomaram a base area de Jarrah, que fica a 60 km de Alepo.[259] Em 14 de fevereiro, foi a vez da cidade de Shadadeh cair em mos das milcias da Jabhat al-Nusra, perto da fronteira com o Iraque.[260] O governo central srio respondeu com pesadas ofensivas na regio centro-norte da Sria.[261] Ao menos 30 rebeldes e mais de 100 soldados do governo teriam morrido nos ataques.[261] Em 14 de fevereiro, rebeldes anti-Assad afirmaram ter matado, em solo srio, um alto comandante da Guarda Revolucionria iraniana.[262] O governo de Teer um dos principais aliados do ditador srio.[262]Em 3 de maro de 2013, mais de 200 pessoas (incluindo pelo menos 120 soldados e policiais das foras de segurana do governo) foram mortos em combates no complexo de Khan al-Assal, fazendo deste um dos dias mais sangrentos da guerra.[263] Outros 34 soldados do regime teriam sido mortos em combate no mesmo dia, de acordo com o Observatrio Srio dos Direitos Humanos.[263] O governo respondeu assumindo o controle de vrias estradas importantes que fazem a conexo ao aeroporto internacional de Alepo.[264] A cidade de Raqqa, no nordeste do pas, at ento pacifica, tambm passou a ser palco de intensos tiroteios entre foras contrrias e leais ao governo Assad.[264] Em 6 de maro, a cidade oficialmente caiu, fazendo de Raqqa a primeira capital de uma provncia na Sria a ser inteiramente tomada pela oposio.[265] Segundo informaes de locais, a populao da cidade saiu as ruas e, em xtase, derrubaram um enorme pster do presidente Assad e ainda derrubaram uma enorme esttua erguida em honra de seu pai, Hafez Assad, no centro da cidade. Dois oficiais de alta patente do governo tambm teriam sido capturados.[266]Guerrilheiros do Exrcito Livre da Sria (ELS) se deslocando em um caminho no interior do pas.No dia 15 de maro, quando a revolta armada na Sria fez dois anos, milhares de pessoas foram as ruas do pas gritando slogans de apoio a oposio e pedindo a renncia do presidente Bashar al-Assad.[267] Um dia antes, tinha sido registrado uma manifestao pr-governo no bairro de Midan, em Alepo, que fora tomado militarmente pelo regime srio no final de 2012.[268] [269] Enquanto isso, combates se intensificaram em todo o pas, em especial nas cidades de Homs e Alepo.[267] Ainda no dia 15, o ministrio srio das relaes exteriores divulgou uma nota afirmando que poderia lanar ataques contra o vizinho Lbano, mirando opositores que tomaram refgio por l. Segundo o ministrio, "grupos armados" usam o territrio libans para se infiltrar na Sria a fim de combater ao lado dos rebeldes.[270] Em 18 de maro, trs dias depois, a aviao sria bombardeou a fronteira libanesa.[271] Os ataques miraram posies rebeldes no vale de Wadi al-Khayl, na fronteira entre os dois pases, e no houve mortes reportadas.[271] O governo srio no assumiu a autoria do ataque.[272]Ofensivas do governo srio[editar | editar cdigo-fonte]Entre janeiro e maro de 2013, uma srie de atentados bomba, muitos atribudos a organizao Jabhat al-Nusra, aconteceram por todo o territrio srio. Em 21 de maro, em mais um desses ataques, cerca de 41 pessoas foram mortas numa exploso em uma mesquita sunita na capital Damasco. Entre os mortos, encontrava-se o xeique Mohammed al-Buti, que era conhecido por seus discursos pr-Assad. O atentado, classificado como terrorista, recebeu condenaes de dentro e fora do pas.[273] Em maro, rebeldes da Brigada do Amanhecer Islmico tomaram a cidade de Dael no sul da Sria, estratgica por estar em uma rodovia de transporte de armamento que liga Damasco a Dara'a.[274] Em abril, os combates se intensificaram nos grandes centros urbanos do pas, como na capital Damasco, onde 70 pessoas morraram em violentos tiroteios no dia 20.[275] Os rebeldes ento tomaram de assalto a cidade de Da'el e tambm avanaram em Daraa. O governo respondeu com contraofensivas em Wadi al-Deif, na provncia de Idlib, e tambm em Alepo e Homs. No sul, as foras armadas do regime avanaram no vilarejo de Abel e tambm reconquistaram a cidade de Saqraja, flanqueando o municpio de Al-Qusair, uma importante cidade na fronteira libanesa, que estava em mos de combatentes da oposio.[276] Em 21 de abril, a cidade de Yodeda al Fadl, situada na periferia de Damasco, foi tomada por militares srios numa orperao que supostamente terminou com mais de 500 pessoas mortas (a maioria vtimas de bombardeios areos).[277] E em meados de abril, o governo tomou a cidade de Otaiba, cortando uma importante rota de suprimentos dos rebeldes.[278]No dia 8 de maio, militares srios tomaram a estratgica cidade de Khirbet Ghazaleh na fronteira com a Jordnia. Segundo informaes, mais de mil militantes da oposio armada foram forados recuar da regio devido a falta de munio, o que tambm os levou a se retirar de outras reas nas proximidades. A tomada desta cidade permitiu ao governo reabrir uma rota de suprimentos para o municpio de Daraa.[279] No dia 19 de maio, tropas do exrcito srio, com o apoio de guerrilheiros do Hezbollah, iniciaram uma grande ofensiva contra o municpio de Al-Qusair, que era uma importante base estratgica dos rebeldes, e capturaram vrios vilarejos que cercam a cidade.[280] Segundo fontes da rede de televiso rabe Al Jazeera, foras leais ao regime j tinham tomado o controle de boa parte da cidade ao trmino do segundo dia de lutas.[281] No comeo de junho, o governo j tinha feito progressos considerveis em Al-Qusair, controlando mais de dois teros da cidade e boa parte das vilas vizinhas.[282] Contudo, a batalha continuava se arrastando enquanto foras rebeldes lutavam para manter o pouco terreno que ainda controlavam na regio. A situao humanitria naquela parte do pas foi descrita pela ONU como "deplorvel".[283] Entre os dias 1 e 2 de junho, os combates se intensificaram no distrito de Hama e, aps violentos tiroteios, as tropas do regime de Assad conseguiram recapturar alguns vilarejos, de maioria alauita, na regio.[284] Em 3 de junho, o exrcito srio assumiu o controle do distrito de Jobar, em Damasco, e conseguiu tomar boa parte da capital do pas, encurralando os rebeldes em quatro bairros na periferia da cidade. Essa vitria comprometeu a principal ofensiva armada da oposio contra Damasco, que havia comeado em fevereiro, sendo a terceira at aquele momento desde o incio da guerra.[285]Blindados do regime Assad destrudos na cidade de Azaz, no norte da Sria.Em 5 de junho de 2013, o governo srio anunciou que havia assumido o total controle da estratgica cidade de Al-Qusair, na fronteira com o Lbano, aps duas semanas de violentos combates.[286] A luta continuava em regies vizinhas mas, segundo analistas, esta poderia ser uma das mais importantes vitrias das foras do regime em toda a guerra.[286] Em 8 de junho, com a conquista dos distritos de Dabaa e Buwaydah por tropas do governo e por militantes do Hezbollah, toda a regio de Al-Qusair e da fronteira srio-libanesa passou a ser oficialmente controlada pelo regime, aps os ltimos combatentes rebeldes na rea terem batido em retirada.[287]Aps a vitria em Al-Qusair, o exrcito srio anunciou o incio da chamada "Operao Tempestade do Norte", que seria uma grande operao militar com o objetivo de recuperar territrios no noroeste do pas, em especial na regio de Alepo, o maior centro comercial da Sria.[288] [289] As foras do governo tambm teriam iniciado, no dia 12 de junho, uma nova ofensiva para conquistar os ltimos bairros na cidade de Homs que ainda so controlados por militantes da oposio. Segundo ativistas do OSDH, violentos combates estavam sendo travados e a regio estava sendo bombardeada incessantemente.[290] Em 17 de junho, uma enorme exploso foi registrada no centro de Damasco. O atentado, atribudo a militantes radicais da oposio, teria ocorrido perto de uma instalao militar e terminou com a morte de 10 soldados.[291] Enquanto isso, combates intensos continuavam a acontecer no norte do pas, enquanto tropas do governo faziam uma pesada ofensiva na regio.[291] [292] A cidade de Alepo, em especial, voltou a ser alvo de diversos bombardeios da aviao militar sria, que conseguiu tomar o bairro de Al-Khamis e as regies de Al-Salehin, Mayer e Bayanon,[293] embora outros bairros ainda estivessem sob cerco rebelde ao norte da cidade.[292] Em 25 de junho, foras do governo tomaram a cidade de Tal Kalakh, na fronteira srio-libanesa, aps pouca luta. Enquanto o regime concentrava suas tropas em ataques na regio norte do pas, ou no distrito de Damasco, onde a luta se intensificou novamente, a ofensiva na fronteira com o Lbano continuava, com o propsito de interromper o fluxo de contrabando de armas para a oposio na regio.[294] Em 29 de junho, o governo lanou mais uma srie de ofensivas terrestres na cidade de Homs, considerada a "capital da revoluo", com o propsito de derrotar as foras rebeldes que ainda estavam entrincheiradas na regio. Segundo informaes de ativistas, o avano era lento e boa parte do municpio estaria em runas devido aos combates e aos bombardeios.[295]Intensificao dos combates[editar | editar cdigo-fonte]Ao fim de julho, militantes da oposio tentaram reagir frente a uma srie de derrotas, focando esforos nas regies ao norte do pas, no distrito de Rif Dimashq (onde a capital Damasco fica) e tambm na regio de Alepo, lanando vrios contra-ataques contra posies e provncias ainda controladas por tropas do regime. Em uma dessas ofensivas, os rebeldes capturaram, no fim de julho, a estratgica cidade de Khan al-Assal.[296] Durante esta batalha, foi denunciado a morte de 220 pessoas, a maioria soldados que tinham acabado de se render.[297] As execues foram condenadas Conselho Nacional Srio.[298] Ainda na rea de Alepo, mais prximo a fronteira com a Turquia, combatentes da oposio conquistaram o estratgico aeroporto militar de Menagh, aps um cerco de dez meses.[299] Apesar das recentes vitrias do governo no distrito de Homs, os rebeldes tambm fizeram progressos, iniciando uma nova ofensiva na provncia de Lataquia, tomando vrios vilarejos e flanqueando o municpio de Qardaha, cidade natal da famlia Assad.[300]Ao fim de julho de 2013, nos distritos de Ar-Raqqah e Al-Hasakah, foram reportados combates entre militantes islmicos e soldados rebeldes de grupos curdos, militantes da Frente al-Nusra e do Exrcito Livre da Sria.[301] [302] Segundo analistas, isso resultado do maior racha dentro da oposio entre os fundamentalistas radicais e grupos moderados.[303] No dia 6 de agosto, islmicos tomaram a cidade curda de Kobani em batalha contra o YPG.[304]Soldados do Exrcito Livre da Sria reunidos durante a batalha de Alepo.No dia 19 de agosto, o governo srio afirmou ter reconquistar boa parte da provncia de Lataquia da mo dos rebeldes, regio estratgica por se localizar o principal porto srio e por ser a nica regio de maioria alauta da Sria.[305] O Observatrio Srio de Direitos Humanos (OSDH), contudo, falou que a luta pela regio prosseguia, em especial na estratgica cidade de Salma, onde uma fonte ligada ao regime teria confirmado que no tinha sido conquistada.[306]Em 21 de agosto, foi reportado que as foras de Assad lanaram pesados bombardeios contra os distritos de Jobar, Zamalka, Ain Tirma e Hazzah, na regio ao leste de Ghouta, prximo a capital Damasco, na provncia de Rif Dimashq. Segundo ativistas de dentro e fora da Sria, o governo utilizou gs txico nestes ataques, que ocorreram em zonas controladas por simpatizantes da oposio ou que ainda estavam em disputa. O OSDH, organizao sediada em Londres, informou que cerca de 635 civis foram mortos. Mais tarde, o nmero de mortos foi elevado para mais de 1 700, segundo algumas fontes. Vdeos divulgados na internet mostravam centenas de cadveres e diversas pessoas em convulso devido aos efeitos do gs venenoso, porm as imagens no puderam ser autenticadas de forma independente.[307] Lideranas da Oposio, governos ocidentais e a Rssia pediram para que o Conselho de Segurana das Naes Unidas investigassem o ocorrido.[308] O regime srio, por sua vez, voltou a negar que usou armas qumicas no conflito.[309] O ministro da informao do governo, Omran Zoabi, afirmou que as alegaes eram "ilgicas e fabricadas".[308] A organizao Mdicos sem Fronteiras, que confirmou que muitos dos pacientes que atenderam em hospitais srios na regio do ataque sofriam com sintomas neurotxicos, afirmou que no se conseguiu confirmar quem que foi de fato responsvel pelo ocorrido at o momento.[310] Enquanto isso, os dois lados trocaram acusaes sobre o uso de armamentos qumicos na guerra.[311] No dia seguinte ao suposto ataque, tropas do governo avanaram na regio bombardeada nos arredores da capital, mas fizeram pouco progresso. Em 26 de agosto, militantes rebeldes assumiram o controle do estratgico vilarejo de Khanasir, que era uma das mais importantes rotas de suprimento usadas pelas foras do regime srio em suas ofensivas na provncia de Alepo.[312]Em resposta ao ataque qumico, os Estados Unidos, com apoio da Frana, do Reino Unido e de alguns outros pases, ameaaram usar fora militar contra o regime de Bashar al-Assad. Rssia, China e Ir, aliados de Damasco, repudiaram a possibilidade de ataque a Sria.[313] Aps semanas de negociaes, os governos russo e americano firmaram um acordo para pressionar o governo srio a entregar, em um prazo de uma semana, informao sobre seu arsenal de armas qumicas. Isso, segundo o Secretrio de Estado da Casa Branca, John Kerry, poderia evitar uma ao militar americana contra a Sria.[314] Em 16 de setembro, uma investigao independente da ONU afirmou que "inequivocamente e objetivamente, armas qumicas foram utilizadas" no pas, mas o relatrio no apontou necessariamente um culpado.[315]Entre setembro e novembro, o governo de Bashar al-Assad fez considerveis avanos nos campos de batalha. Aps um acordo feito com as potncias ocidentais para destruir o arsenal qumico srio, evitando assim uma interveno militar estrangeira no pas, as foras do regime lanaram diversas de operaes militares por todo o pas, ganhando terreno em vrias cidades chave e em diversas provncias, como Alepo, Homs, Daraa, Deir ez-Zor e Lataquia. Na provncia de Rif Dimashq, onde a capital Damasco fica, avanos considerveis tambm foram feitos. No contando apenas com sua superioridade blica e numrica, Assad tambm contava com essencial apoio de milcias estrangeiras, como o grupo libans Hezbollah. A oposio, ao fim de 2013, vinha perdendo terreno, tanto nos campos de batalha quanto no campo diplomtico, devido a divises internas cada vez maiores. Grupos seculares ou moderados e extremistas muulmanos chegaram a se combater por controle de algumas regies, como na cidade de Raqqa. Na regio curda, militantes de grupos como as chamadas Unidades de Proteo Popular tambm vem conquistando espao e terreno, lutando contra foras do governo e tambm contra fundamentalistas radicais. A guerra, que parecia estar em um impasse, comeou, na segunda metade de 2013, a pender mais para o lado do regime novamente. Enquanto o nmero de mortos aumentava consideravelmente, assim como a crise humanitria (especialmente dos refugiados), no campo diplomtico nenhum tipo de avano parecia estar sendo feito at ento para encerrar as hostilidades.[316]Destruio em Alepo.Impasse[editar | editar cdigo-fonte]O ano de 2013 acabou se encerrando como um dos mais sangrentos da guerra civil, com cerca de 73 mil pessoas (incluindo 22 mil civis) mortos, segundo o Observatrio Srio de Direitos Humanos. O comeo do ano seguinte tambm seria violento. Os combates tornaram-se particularmente mais intensos na regio norte e central do pas, onde o governo srio concentrava a maioria de suas ofensivas.[317] Porm a luta para depor o regime Assad e os conflitos sectrios no se tornaram as nicas facetas da guerra. No comeo de 2014, diversas faces rebeldes, encabeadas pelo Exrcito Livre da Sria, pela Frente Islmica e pela Jabhat al-Nusra,[318] lanaram uma ofensiva contra regies controladas por grupos ligados a Al-Qaeda (como a milcia Dawlat al-?Islamiyya) nas regies de Alepo e Idlib, tornando assim generalizado o conflito dentro da prpria oposio entre moderados e extremistas. Os rebeldes acusam os islamitas de brutalidade excessiva e de querer tentar assumir o controle da rebelio, em detrimento dos outros grupos.[319]O governo tomou proveito das disputas internas dentro das faces rebeldes e intensificaram os bombardeios areos contra reas controladas por opositores pelo pas. O foco das ofensivas passaram a ser cidades estratgicas como Alepo e, principalmente, as regies ao sul e norte de Damasco (como a rea montanhosa de Qalamun), alm de manter presso contnua no oeste da Sria, especialmente na fronteira com o Lbano (que uma importante rota de suprimentos para ambos os lados). Desde o incio de 2013, a estratgia do regime no era simplesmente 'retomar o pas' como um todo, mas sim assumir o controle de reas estrategicamente mais importantes, como a regio costeira, as grandes cidades e as estradas que interligam a nao. Em 2014, embora a oposio ocupasse mais territrio, os partidrios do presidente Assad tinham sob seu controle as regies com maior densidade populacional. As foras pr-governamentais tambm aumentaram seus nmeros, com apoio cada vez mais crescente de combatentes estrangeiros, como os milicianos do movimento xiita libans Hezbollah, assim como de xiitas iraquianos e militares iranianos. A Rssia, principal aliada do regime, tambm aumentou sua ajuda enviando quantidades maiores de armas e dinheiro.[320]Em 2014, focando suas investidas nas grandes cidades e nas provinciais mais populosas, as tropas do regime lanaram-se em diversas novas ofensivas nos distritos de Idlib e Lataquia, fazendo vrios progressos. J em Alepo, apesar do aumento da violncia, nenhum resultado expressivo foi alcanado por qualquer um dos dois lados. Em Homs, onde a batalha prosseguia fazia 32 meses, as foras de Assad no conseguiam quebrar os ltimos bolses de resistncia da oposio. Ento, em 2 de maio foi anunciado um cessar-fogo por ambas as partes. O governo ento permitiu que os rebeldes remanescentes (entre 1 500 e 2 000 combatentes) fossem evacuados sem serem molestados. A retirada foi completada em 8 de maio e no mesmo dia a mdia estatal divulgou que o exrcito srio controlava todo o municpio. Esta vitria teve um enorme valor simblico e estratgico para o governo. Homs uma das principais ligaes entre a capital Damasco e a regio norte da Sria, onde muitos alautas (minoria tnica que controla a nao) vivem.[321]Ofensivas do Estado Islmico e interveno estrangeira[editar | editar cdigo-fonte]Navios de guerra americanos USS Arleigh Burke (DDG-51) e USS Philippine Sea (CG-58) disparando msseis BGM-109 Tomahawk contra posies do Estado Islmico na Sria, em 23 de setembro de 2014.Em junho, o conflito religioso e sectrio se intensificou. As foras do Exrcito Livre da Sria e seus aliados perdiam terreno, mas o governo no conseguia conquistar muitas vitrias decisivas, fracassando, por exemplo, em quebrar as linhas do inimigo em Alepo. Enquanto isso, grupos extremistas, como o Estado Islmico do Iraque e do Levante (EIIL), lanaram-se em grandes ofensivas, tanto em solo iraquiano quanto srio, ameaando desestabilizar toda a regio. No Iraque, o EIIL tomou boa parte das regies norte e oeste daquele pas. Nestas conquistas, eles capturaram enormes quantidades de armas e suprimentos, muitos destes levados a Sria. Melhor armados, eles ento lanaram-se sobre o leste da Sria, especialmente na provncia de Deir ez-Zor, atacando de forma mais feroz e contnua tanto militantes da oposio, como do governo, e at os curdos, fazendo vrios progressos. Em julho, nos campos de gs de Sha'ar, 90 soldados do regime e 21 militantes islamitas foram mortos em violentos combates. Na mesma ofensiva, na provncia de Homs, 270 soldados e milicianos ligados a Assad teriam ou morrido ou desaparecido.[322]As ofensivas do Estado Islmico continuaram em agosto, especialmente no norte da Sria. No dia 24, aps intensos combates, a base militar de Tabqa, da fora area sria, foi tomada pelos militantes jihadistas. Pelo menos 500 pessoas (incluindo 346 rebeldes e 170 soldados do governo) foram mortas. Com esta conquista, o EIIL imps severas restries a capacidade da aviao sria de realizar ataques na regio noroeste do pas.[323]Temendo o fortalecimento do Estado Islmico (EI) e dos movimentos jihadistas na regio, os Estados Unidos e cerca de mais de dez pases (incluindo Austrlia, Reino Unido e Canad) formaram uma coalizo para se opor aos extremistas. Os americanos lanaram vrias incurses areas e bombardeios contra posies do EIIL pelo Iraque. A 10 de setembro, o presidente Barack Obama anunciou que autorizaria ataques contra territrios controlados pelos insurgentes islamitas na Sria, marcando assim a primeira interveno ocidental na Sria at ento. Tambm foi aprovado mais dinheiro para armar e treinar combatentes de grupos rebeldes ditos moderados, como o chamado 'Exrcito Livre'.[324] No dia 22 do mesmo ms, os Estados Unidos, apoiados por vrias naes rabes, lanaram ataques areos contra diversos alvos do EIIL dentro da Sria.[325]Um helicptero MH-60S Seahawk voando sobre o porta-avies americano USS George H.W. Bush, no Golfo Prsico, em uma misso contra a Sria.A virada do ano de 2014 para 2015 foi extremamente sangrento na guerra na Sria. Entre dezembro e janeiro mais de 10 mil pessoas morreram nos combates. Os ataques areos da Coalizo se intensificaram e se espalharam. Avies americanos e rabes focavam seus ataques na regio norte do pas, em territrio controlado pelo Estado Islmico. A luta continuava em mltiplos frontes, com os jihadistas, o governo e os rebeldes se degladiando em um longo e sangrento combate. O conflito na frente curda tambm ficava mais intenso, principalmente quando os islamitas atacaram a cidade de Koban. Depois de quatro meses de combate, os fundamentalistas recuaram. Centenas de pessoas morreram e milhares fugiram de suas casas. Organizaes de direitos humanos voltaram a denunciar crimes de guerra perpetrados por todos os lados envolvidos, especialmente pelo EI.[326]Em 2015, enquanto a luta contra o Estado Islmico (EI) se arrastava em todas as frentes (contra o governo e contra os rebeldes), beirando um impasse, a oposio no sul se reorganizou, recebendo mais ajuda externa (especialmente dos pases rabes da regio). O Exrcito Livre da Sria, o principal grupo das faces rebeldes moderadas, lanou uma srie de ofensivas no sul contra o regime do presidente Bashar al-Assad. Os ataques iniciais foram bem sucedidos, com vitrias sendo conquistadas nos distritos de Quneitra e Daraa (tomando a estratgica cidade de Bosra), alm de avanos tambm terem sido reportados na fronteira com a Jordnia.[327] [328] No norte, uma grande ofensiva de militantes islamitas e de grupos seculares anti-governo foi relanada nas provncias de Hama e Idlib (conquistando o importante municpio de Jisr al-Shughur).[329] O regime lanou, em maro, um pesado contra-ataque nas regies centro-sul e, apesar dos progressos iniciais, as ofensivas desaceleraram com os rebeldes esboando feroz resistncia. Com o apoio externo e os sucessos momentneos no campo de batalha, esforos aumentaram para unir a oposio sria contra o governo e contra os fundamentalistas do EI.[330] Mesmo assim, foi reportado, em meados de 2015, que os extremistas do Estado Islmico controlavam, naquela altura do conflito, metade do territrio srio.[331]Em setembro de 2015, para ajudar o regime de Bashar al-Assad, que vinha perdendo terreno devido a mltiplas ofensivas do Estado Islmico, as foras armadas russas concluram a construo de uma base militar no pas e logo iniciaram ataques areos contra alvos dos militantes extremistas na Sria. Isso marcou o primeiro envolvimento militar direto russo em territrio srio. A ao foi criticada pelos Estados Unidos como "contra procedente". Os americanos defendem a sada de Assad da presidncia como uma soluo para o conflito, enquanto os russos afirmam que a manuteno do regime baathista no poder como importante para trazer a estabilidade de volta a Sria.[332]Envolvimento estrangeiro[editar | editar cdigo-fonte]Ver artigos principais: Envolvimento estrangeiro na Guerra Civil Sria, Interveno militar na Sria e no Iraque e Interveno russa na Guerra Civil SriaMapa dos pases ao redor do territrio srio com envolvimento militar no conflito. Sria Pases que apoiam os rebeldes Pases que apoiam o governo srio Pases que tm grupos que apoiam os rebeldes com foras militares Pases que tm grupos que apoiam o governo srio com foras militaresLideranas da chamada Coalizo Nacional Sria da Oposio e das Foras Revolucionrias se reunindo em Doha, no Qatar, em novembro de 2012.O conflito srio interpretado como parte de uma "guerra por procurao" entre Estados sunitas, como a Arbia Saudita, Turquia e Catar, apoiando a oposio de maioria sunita, e outros pases como Ir e o movimento poltico xiita do Hezbollah no Lbano, que apoiam o governo alauita srio.[333] [334]Apoio a oposio[editar | editar cdigo-fonte]O governo da Turquia o que fornece maior apoio direto aos dissidentes srios, sendo uma grande porcentagem dos mais de 2 milhes de refugiados gerados pelo conflito encontraram refgio no territrio turco.[335] Muitos opositores srios usaram a cidade de Istambul como centro para comandar a luta pela mudana de regime no seu pas,[336] e a Turquia tambm refugiou o lder do Exrcito Livre da Sria, o coronel Riad al-Asaad.[337]O principal apoio material e financeiro dispensado oposio vem de Estados sunitas no Oriente Mdio, principalmente o Catar, a Turquia e a Arbia Saudita, que enviavam enormes quantidades de armas, munio e outros mantimentos aos rebeldes. Nenhum desses pases, contudo, chegou a enviar tropas terrestres para lutar na Sria, apesar de alguns conflitos blicos na fronteira turca.[338] Militantes islmicos jihadistas, vrios ligados a al-Qaeda, vindos de diversos pases (normalmente de maioria sunita), tambm foram a Sria para lutar pela oposio.[339] [340]No ocidente, boa parte do apoio oposio vinha, principalmente, dos Estados Unidos, da Frana e do Reino Unido.[341] [342] [343] [344]Em 11 de novembro de 2012, em meio a escalada de violncia, em Doha, o chamado Conselho Nacional e outros grupos de oposio se juntaram para formar a "Coalizo Nacional Sria da Oposio e das Foras Revolucionrias", unificando assim a maioria dos grupos anti-Assad.[345] [346] Nos dias que se passaram, muitos Estados rabes do golfo e vrias potncias ocidentais reconheceram a nova coalizo como legtimos representantes do povo srio.[92] Entre os delegados que compem o novo conselho, esto mulheres e representantes de minorias tnicas e religiosas, como os alauitas. J o conselho militar formado por lideranas do Exrcito Livre da Sria.[347] Em 25 de maro de 2013, a Coalizo Nacional Sria ganhou oficialmente um assento no plenrio da Liga rabe, organizao que apoia os rebeldes srios desde o incio do conflito. A medida seria uma forma de legitimar, perante a comunidade internacional, a posio da Coalizo de Oposio.[348]Ao fim de 2013, alguns pases ocidentais, como os Estados Unidos e a Inglaterra, anunciaram cortes na ajuda oposio sria, frente a radicalizao cada vez mais crescente das diferentes faces rebeldes. Grupos moderados vem perdendo espao no cenrio poltico e militar do conflito, enquanto os extremistas e fundamentalistas crescem em poder e influncia.[349]Em julho de 2015, contudo, os Estados Unidos (apoiados por parceiros regionais do Golfo) comearam um projeto para armar e treinar membros de faces consideradas moderadas da oposio sria. O objetivo deste programa de apoio era preparar os rebeldes para enfrentar o avano do Estado Islmico em territrio srio. A eficincia deste plano, porm, foi muito questionada.[350]Apoio ao governo Assad[editar | editar cdigo-fonte]O regime do presidente Bashar al-Assad, por sua vez, recebe vasto apoio vindo de pases e organizaes xiitas, como o Ir e o Hezbollah, respectivamente. O lder supremo iraniano, Ali Khamenei, abertamente anunciou apoio ao governo srio.[351] O jornal britnico The Guardian reportou que o Ir apoiava Assad com equipamentos, informaes e treinamento.[352] Em 25 de maio de 2013, em um discurso, o lder da milcia Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou que a organizao estava "comprometida em ajudar Assad a se manter no poder".[353] Segundo fontes ocidentais, mais de 5 mil combatentes do grupo esto atualmente na Sria lutando ao lado das foras do governo.[354]A Rssia a maior aliada do regime srio no conflito. Em janeiro de 2012, a Human Rights Watch criticou o governo russo por "repetir os mesmos erros dos pases ocidentais" ao apoiar "disfaradamente" o lado que simpatiza.[355] Um dos principais interesses da Rssia no conflito a manuteno da base naval no porto de Tartus, que Moscou considera essencial para a manuteno da influncia do pas no mediterrneo.[356] [357] Em apoio ao regime srio, o governo russo teria enviado enormes quantidades de armas pequenas e pesadas e at helicpteros de combate para suprir as foras do ditador Bashar al-Assad. Os russos tambm dariam apoio tcnico, logstico e financeiro ao regime.[358]Em setembro de 2015, foi reportado que as foras armadas russas estavam montando uma base militar na Sria, com pessoal e equipamento (incluindo veculos blindados e aeronaves), com o propsito de melhor apoiar e at lutar ao lado das foras do presidente Bashar al-Assad. Esta foi a primeira vez que havia sido confirmado a presena de militares da Rssia na frente de combate sria. O objetivo desta tropa seria apoiar o governo srio na luta contra os militantes Estado Islmico e da oposio, que vinham ganhando terreno at aquele momento.[10]Reaes internacionais[editar | editar cdigo-fonte]Ver artigo principal: Reaes internacionais guerra civil sriaSoldados norte-americanos fazem a instalao de uma bateria de msseis Patriot perto de Gaziantep, na Turquia, em fevereiro de 2013.Em 23 de janeiro de 2012, a Sria anunciou que rejeitava proposta da Liga rabe para que Al-Assad se afaste do cargo e que seja criado um governo de unidade nacional dentro de dois meses.[359] No dia seguinte, um ministro srio chama o relatrio referente ao documento emitido, no qual a Liga rabe pediu a renncia do presidente Bashar al-Assad, de "conspirao".[360] No relatrio, feito entre 24 de dezembro de 2011 a 18 de janeiro de 2012 foi reportado que "no h nenhum tipo de represso letal organizada pelo governo srio contra manifestantes pacficos". Em vez disso, o relatrio denuncia as muitas gangues armadas como responsveis pela morte de centenas de civis e de mais de mil soldados do exrcito srio, em atentados organizados e letais (exploses de nibus de transporte de civis, ataques a bomba contra trens carregados de leo diesel, ataques a bomba contra nibus de transporte de policiais e ataques a bomba contra pontes e oleodutos).[361] Esta concluso foi amplamente criticada dentro e fora do mundo rabe. O Conselho Nacional srio considerou o relatrio sobre o trabalho dos observadores como "um passo atrs nos esforos da Liga e no reflete a realidade vista pelos observadores no terreno".[362] Segundo o governo srio, os ataques no pas so cometidos por terroristas.[363] [364] Porm, observadores internacionais e analistas voltaram a denunciar a matana indiscriminada de civis por parte das foras do governo.[365]Civis feridos na frente de um hospital de Alepo, outubro de 2012.A Liga rabe,[366] a Unio Europeia,[367] as Naes Unidas[368] e vrios governos ocidentais condenaram a violncia no pas e a represso do regime srio, apoiando o direito de liberdade de expresso do povo.[369] [370] Vrios governos ocidentais, em especial os Estados Unidos e membros da Unio Europeia, impuseram pesadas sanes econmicas unilaterais contra a Sria em um esforo para enfraquecer o governo de Damasco.[371] [372] O efeito deste embargo financeiro das potncias inconclusivo, com pases como Ir doando bilhes de dlares ao governo srio.[373] China e Rssia tambm demonstraram apoio financeiro ao governo de Bashar al-Assad e se posicionam oficialmente contra qualquer tipo de imposio de sanes internacionais ao pas.[374] A Rssia, que tem uma base naval militar na Sria, condenou o uso de violncia pela oposio e falou que h "terroristas" entre os manifestantes.[375]Um dos principais apoios a Sria veio da Rssia. Segundo Mikhail Bogdanov, vice-ministro das Relaes Exteriores, "o pas, em contraste com os nossos parceiros ocidentais e rabes no vamos impor quaisquer sanes unilaterais, o que pode afetar adversamente a situao social e humanitria na Sria. (...) Ns no vamos estar envolvidos, no entanto, vamos continuar a desenvolver os laos econmicos com a Sria, incluindo no domnio do fornecimento de petrleo e outras necessidades essenciais".[376] O porta voz do Ministrio das Relaes Exteriores russo, Alexander Lukashevich, contestou as informaes que so obtidas pelo "Observatrio srio de Direitos Humanos" e classificou as informaes como "no confiveis" e "tendenciosas".[377]Tambm em apoio ao governo srio, a China acusou os pases ocidentais de instigarem uma guerra civil na Sria. Pouco depois, dois navios de guerra iranianos aportaram na base naval de Tartus para uma misso de "formao" da marinha sria, mas eles posteriormente retornaram ao seu pas de origem sem completar sua misso, de acordo com a cadeia de televiso iraniana Irinn, pas aliado ao regime de Assad.[378] [379]No dia 9 de janeiro de 2013, o governo brasileiro retirou o seu embaixador da Sria em protesto contra o regime srio.[380] No dia 16 de junho do mesmo ano, o governo egpcio, ento sob a gesto de Mohamed Morsi, tambm rompeu relaes com o pas.[381]RefernciasIr para cima ? What is Islamic State? BBC. Visitado em 30 de setembro de 2014.Ir para cima ? "Syria Weighs Its Tactics as Pillars of Its Economy Continue to Crumble". Pgina visitada em 18 de janeiro de 2014.Ir para cima ? Christine Oliver. Corruption index 2010: the most corrupt countries in the world (em ingls) The Guardian. Visitado em 23 de outubro de 2011.Ir para cima ? Ceclia Arajo. "Alautas: a minoria sria que mata por temer ser aniquilada" (em portugus) Revista Veja. Visitado em 16 de julho de 2012.Ir para cima ? Khaled Yacoub Oweis e Suleiman al-Khalidi. Pro-democracy protests sweep Syria, 22 killed (em ingls) Reuters. Visitado em 23 de outubro de 2011.Ir para cima ? Violence erupts in Syria, Jordan; anti-government protestors shot, stoned (em ingls) Daily News. Visitado em 23 de outubro de 2011.Ir para cima ? Saeed Kamali Dehghan. Syrian army being aided by Iranian forces The Guardian. Visitado em 18 de agosto de 2012.Ir para cima ? Daftari, Lisa. "Iranian general admits 'fighting every aspect of a war' in defending Syria's Assad", Fox News. Pgina visitada em 6 de setembro de 2012.Ir para cima ? "Iranian Forces on the Golan?", JCPA.org. Pgina visitada em 14 de agosto de 2013.? Ir para: a b Referncias:"Russian troops join combat in Syria - sources". Pgina visitada em 18 de setembro de 2015."Russian troops 'fighting alongside Assad's army against Syrian rebels'", The Telegraph. Pgina visitada em 18 de setembro de 2015."Russia Puts Boots on the Ground in Syria", The Daily Beast. Pgina visitada em 18 de setembro de 2015."Russia launches first airstrikes against targets in Syria", The Guardian. Pgina visitada em 30 de setembro de 2015."Russian military presence in Syria poses challenge to US-led intervention". The Guardian, 23 de dezembro de 2012. Pgina acessada em 18 de setembro de 2015.Ir para cima ? Hezbollah increases support for Syrian regime, U.S. and Lebanese officials say Washington Post. Visitado em 26 de setembro de 2012.Ir para cima ? Syria rebels: Assad regime recruiting Iranian, Hezbollah mercenaries (em ingls) Haaretz. Visitado em 11 de setembro de 2012.Ir para cima ? Hezbollah Commits to an All-Out Fight to Save Assad Hindustan Times. Visitado em 27 de maio de 2013.Ir para cima ? "Syria rebels 'clash with army, Palestinian fighters'", 30 de outubro de 2012. Pgina visitada em 25 de janeiro de 2013.Ir para cima ? Suadad al-Salhy. "Iraqi Shi'ite militants fight for Syria's Assad". Pgina visitada em 25 de outubro de 2012.Ir para cima ? "Lukashenka supplies weapons to Assad". Pgina acessada em 1 de outubro de 2015.Ir para cima ? It looks like Iraq has joined Assad's side in the Syrian war Business Insider. Visitado em 16 de fevereiro de 2014.Ir para cima ? "Iran, North Korea Helping Syria Resume Building Missiles". Pgina acessada em 30 de novembro de 2014.Ir para cima ? Q&A: Syrian opposition alliance (em ingls) BBC. Visitado em 16 de novembro de 2011.Ir para cima ? Guide to the Syrian opposition (em ingls) BBC. Visitado em 23 de abril de 2013.? Ir para: a b c 'I am not fighting against al-Qaida its not our problem', says Wests last hope in Syria The Independent (6 de abril de 2014). Visitado em 8 de abril de 2014.? Ir para: a b c d Al Qaida rebels leave mass grave behind as they desert base in Syria McClatchy (6 de janeiro de 2014). Visitado em 8 de janeiro de 2014.? Ir para: a b The Structure and Organization of the Syrian Opposition Center for American Progress. Visitado em 15 de junho de 2013.Ir para cima ? "'Trkiye El Nusra'ya agir silahlar gnderdi'". Pgina acessada em 18 de setembro de 2014.Ir para cima ? "U.S. weapons reaching Syrian rebels", 18 de setembro de 2014.Ir para cima ? Sherlock, Ruth. Libya's new rulers offer weapons to Syrian rebels The Telegraph. Visitado em 25 de maio de 2014.? Ir para: a b c U.S. airstrikes hit ISIS inside Syria for first time CNN. Visitado em 22 de setembro de 2014.Ir para cima ? "Hollande confirms French delivery of arms to Syrian rebels". Pgina acessada em 27 de setembro de 2015.Ir para cima ? "Foreign fighters fuel the sectarian flames in Syria", 20 de dezembro de 2012. Pgina visitada em 22 de agosto de 2012.? Ir para: a b "Profile: Syria's al-Nusra Front" (em ingls) BBC. Visitado em 3 de maio de 2013.? Ir para: a b Leading Syrian rebel groups form new Islamic Front (em ingls) BBC. Visitado em 22 de novembro de 2013.Ir para cima ? "Syria: Army of the Mujahideen Challenges ISIS Gains". Pgina acessada em 25 de janeiro de 2014.Ir para cima ? Roula Khalaf and Abigail Fielding-Smith. "How Qatar seized control of the Syrian revolution", Financial Times. Pgina visitada em 18 de setembro de 2014.Ir para cima ? El Deeb, Sarah. Rivalries complicate arms pipeline to Syria rebels San Jose Mercury News. Visitado em 18 de setembro de 2014.Ir para cima ? Kurdish Syria: From cultural to armed revolution Egypt Independent. Visitado em 28 de julho de 2012.Ir para cima ? "Syria's Kurds Try to Balance Security and Alliances". Pgina acessada em 18 de setembro de 2014.Ir para cima ? "The Assad Regime: From Counterinsurgency To Civil War", 8 de setembro de 2012. Pgina visitada em 17 de fevereiro de 2014.Ir para cima ? "Syria Conflict: President Bashar Assad Appoints Wael Nader Al-Halqi As New Prime Minister", 8 de setembro de 2012. Pgina visitada em 17 de junho de 2013.Ir para cima ? President Assad meets new chief of staff Al Jazira. Visitado em 15 de julho de 2013.Ir para cima ? "President al-Assad A